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OAB / PENAL 2017 CRIME - AÇÃO - OMISSÃO - PRÓPRIO (art. 135 e 269 CP) - Dever de agir - Tipo penal específico (está no texto da lei) - Deixou de agir P.ex. ¹ Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: P.ex.² Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: - IMPRÓPRIO (art. 13, §2º, alínea “a”, “b” e “c” CP) - Dever de agir - Evitar o resultado (tem a obrigação de evitar o resultado) - Responde pelo resultado Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. NEXO DE CAUSALIDADE Regra: que a conduta chegue no resultado delituoso (dependente) - Exceção: - Concausa - Absolutamente independente (quebra o nexo causal – não tem origem na conduta do agente – por si só) - Concausa poderá ser: a) preexistente; P.ex. veneno > facadas b) concomitante; P.ex. agressão + ataque cardíaco hereditário c) superveniente. P.ex. veneno + lustre pesado cai na cabeça - Relativamente independente (teve origem na conduta do agente) - Concausa poderá ser: a) preexistente; P.ex. Hemofílico + facadas b) concomitante; P.ex. agressão + ataque cardíaco decorrente da agressão c) superveniente. P.ex. tiro + acidente de ambulância CRIME CULPOSO E CRIME DOLOSO Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. - Crime doloso - Dolo direto (teoria da vontade) - Dolo eventual (teoria do consentimento) - não quer o resultado - assume o risco na produção desse resultado. - Crime Culposo - Culpa consciente - não quer o resultado - não assumo o risco - pensa que o resultado não vai ocorrer - pensa que poderia evitar o resultado. CRIME TENTADO E CRIME CONSUMADO Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente Consumado: é aquele que consegue reunir todos os elementos do tipo Tentado: deu início a execução do delito, mas não consumou por circunstância alheias a vontade do agente. OBS: *. Delitos que só existem na modalidade consumada a) Crimes culposos = porque não há de se falar em vontade b) crime preterdoloso = dolo + culpa c) contravenções penais d) crimes omissivos próprios e) crimes unissubsistentes = praticado apenas com um ato, não tem como fracionar. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados Desistência voluntária: - dá início a execução do delito (não esgota os meios executórios) - não consuma por vontade própria Arrependimento eficaz: - esgota os meios de execução - esgota a potencialidade lesiva - o agente se arrepende OBS: *. Responde pelos atos até então praticados, desde que se configure um tipo penal. ARREPENDIMENTO PORTERIOR Arrependimento posterior Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços - É utilizado como causa de diminuição de pena de 1/3 à 2/3. - tem que ter consumado o crime. OBS: *. NÃO é para qualquer crime: - não pode existir o emprego de violência ou grave ameaça; - tem que haver a reparação do dano ou restituição da coisa (isso antes do recebimento da denúncia) CRIME IMPOSSÍVEL Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar- se o crime. - Ineficácia absoluta do meio = instrumento utilizado para a execução - Impropriedade absoluta do objeto = contra o bem jurídico que será protegido ERRO DE TIPO Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. - Erro de tipo essencial (influencia na tipificação) - erro sobre o elemento constitutivo do tipo - não sabe que está praticando uma conduta típica - falsa percepção da realidade OBS: *. CONSEQUÊNCIA: - Erro de tipo essencial invencível ou inevitável (qualquer pessoa erraria) = fato atípico e exclui dolo e culpa - Erro de tipo essencial vencível ou evitável = exclui o dolo, mas responde culposamente, desde que haja previsão legal do crime na modalidade culposa, caso contrário será conduta atípica. - Erro de tipo acidental - Erro sobre o objeto - não exclui o crime (p.ex. furta objeto diferente do pretendido) - *. Vai responder como se tivesse praticado o crime pretendido. - Erro sobre a pessoa Art. 20, § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime - pratica todos os atos executórios, no entanto, p.ex., atinge outra pessoa - *. Vai responder como se tivesse praticado o crime pretendido. - Aberratio ictus (erro na execução) Erro na execução Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código - Aberratio criminis Resultado diverso do pretendido Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. ERRO DE PROIBIÇÃO - O agente tem ciência de sua conduta, no entanto, não sabe que a conduta é ilícita. Erro sobre a ilicitude do fato Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. * Consequências: - Inevitável: - se não for possívelevitar, o agente será isento de pena (exclui a culpabilidade). - Evitável: - se for possível evitar, o agente responde pelo delito cometido (causa de diminuição de pena de 1/6 à 1/3) Art. 21 (...) Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. CAUSAS EXCLUDENTES DE ILICITUDE Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. CRIME é fato típico, antijurídico e culpável Causas: - Estado de necessidade Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. - Legitima defesa - Estrito cumprimento do dever legal - Exercício regular do direito ESTADO DE NECESSIDADE: Elementos: - Situação de perigo; - Decorre: - Ação Humana - Evento da natureza - Ação animal. - Pratica uma conduta típica. * Quem NÃO poderá alegar estado de necessidade: - aquele que provocou a situação de perigo voluntariamente; OBS: se provocou a situação de perigo culposamente poderá alegar estado de necessidade. - aquele que tem o dever de enfrentar o perigo, desde que ele possa enfrentar perigo (sem risco pessoal). Art. 24, CP (...) § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. * Ponderação de bens O bem protegido tem que ser de igual ou superior valor ao bem sacrificado. LEGÍTIMA DEFESA: Art. 25, CP - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Utilizar os meios necessários, de forma moderada para repelir uma injusta agressão. Elementos: - injusta agressão Decorre: - de ato humano * exceção: quando um animal é utilizado como instrumento para agredir. - meio necessário - forma moderada * NÃO tem ponderação de bens. * Cessada a injusta agressão, para além disso é excesso de legítima defesa. - Excesso de legítima defesa pode ser: - Culposo - Doloso ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL: - Regra: aplica-se a agente públicos EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO: - Alcança até o cidadão comum. * P.ex. cidadão prende um furtador. - Não precisa de uma norma específica DESCRIMINANTE PUTATIVA: Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. - Legítima defesa; - Estado de necessidade; - Estrito cumprimento do dever legal; - Exercício regular do direito. * PUTATIVO - o agente imagina que está em uma situação de perigo ou agressão injusta, mas na verdade não está. CULPABILIDADE - Um dos elementos do crime - Para que o sujeito seja culpável: Quem antes era vítima passa a ser autor de um crime. Pode excluir a tipicidade. - deverá ser imputável ≠ inimputável - tenha potencial consciência da ilicitude ≠ erro de proibição - possa ser exigido dele conduta diversa ≠ de coação moral irresistível e obediência hierárquica. * Inimputabilidade: Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. - Pode decorrer: - doença mental + incapacidade de - Consequência: - sentença de absolvição imprópria (medida de segurança) P.ex. vai para o manicômio. - embriaguez completa e acidental. - Completa: estado de inconsciência em decorrência da embriaguez. - Acidental: - Força maior: forçado a beber - Caso fortuito: não sabia que aquilo o deixaria bêbado. - Consequência: - sentença de absolvição própria (vai para casa) OBS: embriaguez voluntária e culposa não exclui a imputabilidade. * Coação moral irresistível e obediência hierárquica Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem - Inexigibilidade de conduta diversa. Compreensão Determinação (se comportar de acordo com a compreensão) Critério biopsicológico Exclui a culpabilidade - Coação moral irresistível (grave ameaça) = exclui a culpabilidade ≠ Coação física irresistível = exclui a tipicidade - Obediência hierárquica - o subordinado vai obedecer a uma ordem não manifestamente ilegal, nesse caso, será excluída a culpabilidade. OBS: se for manifestamente ilegal, não poderá será excluída a culpabilidade. CONCURSO DE PESSOAS Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. - Duas ou mais pessoas se reúnem para a pratica de um crime - Autor: é aquele que pratica a conduta nuclear do tipo - Partícipe: é aquele que vai contribuir para a pratica do crime, tem um papel acessório, auxilia o autor. A contribuição poderá ser - REGRA: todos aqueles que concorrem para a pratica do crime respondem pela mesma conduta delituosa. (Teoria monista) – respondem pelo mesmo crime na medida da sua culpabilidade. REQUISITOS: - a). Pluralidade de condutas - b). Relevância causal da conduta - a conduta tem que contribuir, tem que ter relevância para a execução do crime. - c). Limae subjetivo - ligação - condutas voltadas para a mesma finalidade, ainda que não tenha havido prévio ajusto. - d). Tem que ter identidade de infração Material = auxiliar Moral Induzir Instigar TEORIA DA PENA - Regime inicial de cumprimento de pena. - Reclusão Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. [...] - nesse tipo de pena é permitido a interceptação telefônica. - aplica-se em crimes mais graves. * a pena pode ser fixada: - Fechada (pena superior a 8 anos) - Segurança máxima; - Segurança média. - Semiaberto (não reincidente + pena superior a 4 anos até 8 anos) - Colônia agrícola - Colônia industrial OBS: se o agente for reincidente o regime será fechado. - Aberto (não reincidente + pena até 4 anos) - OBS: se o agente for reincidente o regime será semiaberto ou fechado. Súmula 269 STJ - É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais (igual a pena base no mínimo legal). - Detenção Art. 33, CP. [...] A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado * A pena pode ser fixada: - Semiaberto (acima de 4 anos) - Aberto (não reincidente + pena até 4 anos) OBS: A conduta que é apenada com detenção deverá iniciar com o regime semiaberto ou aberto, podendo, posteriormente, por causa de falta disciplinar cometida peloagente, regredir ao regime fechado. * Se aplicada a pena no seu máximo legal, caso o réu seja não reincidente e a pena for de até 4 anos, via de regra, o regime aplicado será o aberto, no entanto, o juiz poderá, mediante decisão fundamentada e com motivação idônea, aplicar regime mais grave (semiaberto). * Se o réu não for reincidente e lhe for aplicada pena superior a 4 anos até 8 anos, o regime via de regra será o semiaberto, no entanto, o juiz poderá mediante decisão fundamentada e com motivação idônea, aplicar regime mais grave (fechado). Súmula 718, STF - A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada. Súmula 719, STF - A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea. Sumula 440, STJ - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito. REGIME INICIAL DOS CRIMES HEDIONDOS OU EQUIPARADOS O regime inicial dos crimes hediondos era sempre o fechado, independentemente da quantidade de pena aplicada, em observância ao art. 2º, §1º da Lei 8072/90, no entanto, o texto legal foi declarado inconstitucional com base no art. 5º, inciso XLVI, CF/88, graças ao Princípio da individualização da pena. PROGRESSÃO DE PENA/REGIME Crime mais severo para o mais brando. Requisitos: - Crimes NÃO hediondos: Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. * Requisito objetivos: - Ter cumprido 1/6 da pena * Requisito subjetivos: - Envolve o mérito, se o sujeito merece, condições pessoais para progredir de pena/regime. - Em regra afere-se isso através de atestado de bom comportamento expedido pelo diretor do estabelecimento prisional. - EXCEÇÃO: é possível pedir além do atestado de bom comportamento, que seja realizado o exame criminológico (psicológico e social), vale dizer, que quando o juiz determinar a realização desse tipo de exame, ele deverá fundamentar e motivar de forma idônea a sua decisão. Súmula 439, STJ - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. - Crimes hediondos e equiparados: * Requisitos objetivos: - Se primário deverá cumprir 2/5 da pena - Se reincidente deverá cumprir 3/5 OBS: Art. 2, §2º da Lei 8.072/90 foi alterado pela Lei 11.464/07 em 29/03/2007. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. Súmula 471, STJ - Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional. Súmula Vinculante, nº 26, STF - Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. Crimes praticados antes dessa lei, valerá a regra, qual seja, deverá cumprir 1/6 de pena para progressão de regime. * Requisito subjetivo: - Envolve o mérito, se o sujeito merece, condições pessoais para progredir de pena/regime. - Em regra afere-se isso através de atestado de bom comportamento expedido pelo diretor do estabelecimento prisional. - EXCEÇÃO: é possível pedir além do atestado de bom comportamento, que seja realizado o exame criminológico (psicológico e social), vale dizer, que quando o juiz determinar a realização desse tipo de exame, ele deverá fundamentar e motivar de forma idônea a sua decisão. PENA RESTRITIVA DE DIREITO Art. 32 - As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; III - de multa. Art. 43. As penas restritivas de direitos são: I - prestação pecuniária; II - perda de bens e valores; III - limitação de fim de semana. IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V - interdição temporária de direitos; VI - limitação de fim de semana. Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. - Alternativa a pena privativa de liberdade (prisão) - Não são penas encarceradoras - Tem natureza substitutiva, pois substitui a pena privativa de liberdade. * Requisitos: - Requisito Objetivo: - Pena aplicada - se doloso o crime: até 04 anos - se culposo o crime: qualquer que seja a pena - Não poderá ser praticado com violência ou grave ameaça OBS: nos crimes de menor potencial ofensivo, por causa da possiblidade de transação penal, independentemente de ser cometido com violência ou grave ameaça, poderá ser aplicada pena restritiva de direito. - Requisito Subjetivo: - Não ser reincidente em crime doloso (tem que ter havido o transito em julgado da sentença condenatória) EXCEÇÃO: - Não reincidente pelo mesmo crime e for socialmente recomendável, nessa hipótese, é possível substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direito. Art. 44, § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. - Circunstâncias judiciais favoráveis. - OBS: Art. 33, §4º da Lei 11.343/06 Tráfico Privilegiado § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Tal vedação foi declarada inconstitucional pelo STF, por causa do Princípio da Individualização da Pena. Ou seja, mesmo nos crimes de tráfico de drogas é possível aplicar a pena restritiva de direito FIXAÇÃO DA PENA Critério: - Sistema trifásico: - 1ª Fase - Pena base - Leva em consideração as circunstâncias judiciais Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes,à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. - 2ª Fase - Na segunda fase o juiz não poderá fixar pena além do máximo legal (agravante) nem fixar pena menor que o mínimo legal (atenuante). Súmula 231, STJ - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. - 3ª Fase Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. - O juiz vai verificar: - causa de diminuição de pena - causa de aumento de pena REINCIDÊNCIA ≠ MAUS ANTECEDENTES Reincidência: Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. - é circunstância agravante Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência; - comete um novo crime depois do trânsito em julgado da sentença condenatória do crime anterior. Maus antecedentes: * O que NÃO pode ser considerado maus antecedentes: - Inquérito policial instaurado; - Ação penal em curso. Súmula, 444, STJ - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. * O que PODE ser considerado maus antecedentes: - Deve o sujeito ter uma sentença penal condenatória transitada em julgado; - Essa sentença penal condenatória transitada em julgado não poderá ser utilizada como reincidência, sob argumento de se considerar bis in idem. Súmula 241, STJ - A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial. OBS: se no decorrer da ação penal o réu cometer novo crime, não havendo transito em julgado do 1º processo, iniciou-se um 2º processo. Nessa hipótese o juiz não poderá considerar o agente como reincidente ou ter maus antecedentes, mas se porventura houve o transito em julgado da sentença condenatória no 1º processo e o juiz ainda não sentenciou no 2º processo, neste 2º processo o juiz poderá considerar que o agente tem maus antecedentes. - Se o 2º crime foi praticado depois do transito em julgado da sentença condenatória que condenou o réu pelo cometimento do 1º crime, será reincidente, no entanto se o crime foi cometido antes do transito em julgado da sentença condenatória do 1º crime e depois houve o transito em julgado dessa 1ª ação penal, será considerado maus antecedentes. (deve observar a data do cometimento do crime) OBS: é possível que o juiz, diante de duas sentenças condenatórias transitadas em julgado, poderá se valer das duas sentenças, uma para considerar o réu como reincidente e a outra para considera-lo com maus antecedentes. Só NÃO poderá usar uma mesma sentença transitada em julgado para reincidência e maus antecedentes. REINCIDÊNCIA Art. 64 - Para efeito de reincidência: I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; - Período que cessa os efeitos da reincidência é de 05 anos, contados do cumprimento da pena ou da extinção da pena. CONCURSO DE CRIMES - Há prática de mais de um delito - Influencia na fixação da pena * Concurso material de crimes: Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. Cumprimento da pena Novo crime 2000 2006 Cessou os efeitos da reincidência Transito em Julgado da sentença condenatória Pena 04 anos e 6 meses Livramento condicional Extinção da pena Novo crime 10/02/2008 10/08/2010 10/08/2012 15/09/2015 * computa-se o livramento condicional, ou seja, conta-se 05 anos levando em consideração esse período. - o sujeito vai cometer pluralidade de conduta e pluralidade de crimes (com mais de uma ação pratica-se mais de um crime) - Critério: - Critério do cúmulo material (as penas serão somadas) * Concurso formal de crimes: Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. - unidade de conduta e pluralidade de crimes - Concurso formal perfeito: Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. [...] - beneficia o agente porque a sua pena não será somada - Critério: - Critério da exasperação (pega-se a pena mais grave e se tratando de penas iguais qualquer uma delas e aumenta de 1/6 à 1/2) - Concurso formal imperfeito: Art. 70 [...] As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. - não pode ser um benefício, tendo em vista que o agente teve intensão de cometer cada um dos crimes (desígnios autônomos) - Critério: - Critério do cúmulo material (as penas serão somadas) CRIME CONTINUADO Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. - Pluralidade de condutas - Nas mesmas condições de Tempo (30 dias – se a diferença de tempo, do cometimento de um crime para outro for superior a 30 dias, não será crime continuado, mas sim concurso material) e Espaço (mesma cidade ou cidade muito próxima) - Pluralidade de crimes - Crimes da mesma espécie (mesmo tipo penal, mesmo artigo) - Critério: - Critério da exasperação da pena (pega-se a pena mais grave e se tratando de penas iguais qualquer uma delas e aumenta de 1/6 à 2/3) ABERRATIO ICTUS Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticadoo crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. - Erro na execução - Erro por acidente - Erro nos meios de execução * Responde pelo crime que pretendia, e considera as características pessoais da pessoa pretendida (Irmão qualificadora). OBS: se atingir a pessoa visada e uma outra, responde pelo art. 70, CP concurso formal. (P.ex. matar pessoa pretendida + matar pessoa diversa) ABERRATIO CRIMINIS Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. - Resultado diverso do pretendido Atingir pessoa diversa, erro não quanto a pessoa, mas na execução Homicídio doloso Homicídio culposo - O agente pretende afetar um bem jurídico e acaba atingindo outro bem. (P.ex. pretende danificar um carro, no entanto, atinge uma pessoa) - Se além de atingir o bem jurídico pretendido, atingir também um outro, (dolo + culpa) aplica-se o art. 70, CP, ou seja, concurso formal de crime. PRESCRIÇÃO Prescrição antes de transitar em julgado a sentença Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando- se: I – em 20 anos, se o máximo da pena é superior a 12; II - em 16 anos, se o máximo da pena é superior a 8 anos e não excede a 12; III - em 12 anos, se o máximo da pena é superior a 4 anos e não excede a 8; IV - em 8 anos, se o máximo da pena é superior a 2 anos e não excede a 4; V - em 4 anos, se o máximo da pena é igual a 1 (um) ano ou, sendo superior, não excede a 2; VI - em 3 três anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. Depois de cometida a conduta delituosa, surge para o Estado o direito/dever a pretensão punitiva. Prazo aqui é para o Estado processar, julgar e para transitar em julgado a sentença condenatória. OBS: Se o sujeito é menor de 21 anos na data do fato ou é maior de 70 anos na data da sentença o prazo prescricional é reduzido a metade. (art. 115, CP) Redução dos prazos de prescrição Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. Prescrição antes do transito em julgado da sentença final: - 3 anos = menor de 1 ano; - 4 anos = 1 à 2 anos; - 8 anos = +2 à 4 anos; - 12 anos = +4 à 8 anos; - 16 anos = +8 à 12 anos; - 20 anos = +12 anos. A pretensão punitiva pode ser: Abstrata: Observa-se aqui, para o cálculo do prazo prescricional, a pena máxima cominada ao delito. (art. 109, “caput”, CP) Concreta: - Retroativa: Deve ser observado: a). deve ter sido proferida sentença condenatória; b). deve ter o transito em julgado dessa sentença para a acusação – Ministério Público; c) observa-se a pena aplicada e não a pena base, e para o cálculo deve ser observado o art. 109, CP. Para se aferir qual o prazo prescricional, quando se tratar de pretensão punitiva retroativa, deve-se observar qual a pena foi aplicada ao réu e não a pena máxima do delito cometido. É retroativo, porque observa-se o período entre o cometimento do delito até o decorrer do processo para verificar se houve prescrição da pretensão punitiva retroativa em algum momento. (P.ex. verifica- se se entre o cometimento do crime até o primeiro ato interruptivo houve prescrição, depois verifica-se se houve prescrição entre o ato interruptivo até a publicação da sentença condenatória) Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula- se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. Causas interruptivas da prescrição Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. - Superveniente: A pretensão punitiva superveniente do Estado será aferida apenas depois da data da publicação da sentença condenatória. Depois de verificado se houve os outros tipos de prescrição, quais sejam, em abstrato e concreta retroativa, caso o resultado seja negativo, verifica-se se houve prescrição concreta superveniente. Nessa hipótese, para o cálculo do prazo da prescrição observa-se a pena aplicada e o art. 109, CP, e conta-se a partir da publicação da sentença condenatória até o seu transito em julgado. PRESCRIÇÃO EXECUTÓRIA Depois de transitado em julgado a sentença condenatória, é possível dizer que o Estado não esteve omisso, ou seja, valeu-se da pretensão punitiva, no entanto, depois surge para o Estado a pretensão executória. Para aferir qual será o prazo prescricional na prescrição executória, deve- se observar a pena aplicada e o art. 109, CP, conta-se a partir do transito em julgado da sentença que condenou o réu. OBS: Se o réu for reincidente, os prazos previstos do art. 109, CP, devem ser aumentados de 1/3, isso de acordo com o art. 110, “caput”, CP. Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. Súmula 220 do STJ: “a reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva”. "O entendimento pretoriano é no sentido de não interferir a reincidência na extinção da pretensão punitiva pela ocorrência da prescrição, mas, tão-somente, na da pretensão executória." (HC 7942 PR, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, SEXTA TURMA, julgado em 23/11/1998, DJ 14/12/1998)
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