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Seculo XIX

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INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS – IFMG CAMPUS OURO PRETO 
CURSO CONSEVAÇÃO E RESTAURO DE BENS IMOVEIS – 1º PERIODO 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÉCULO XIX – MOVIMENTOS ARTISTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OURO PRETO – MG 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÉCULO XIX – MOVIMENTOS ARTISTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OURO PRETO – MG 
2016 
 
 
 
Sumário 
 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 4 
MOVIMENTOS ARTISTICOS PRESENTES NO SECULO XIX ........................................................................ 5 
1 .NEOCLASSICISMO: ............................................................................................................................... 5 
2.ROMANTISMO: ..................................................................................................................................... 6 
ESCULTURA .............................................................................................................................................. 9 
3. REALISMO: ......................................................................................................................................... 10 
LITERATURA ........................................................................................................................................... 11 
ARQUITETURA: ...................................................................................................................................... 11 
MUSICA: ................................................................................................................................................ 12 
4.NATURALISMO: .................................................................................................................................. 13 
5.IMPRESSIONISMO: ............................................................................................................................. 13 
6.NEOIMPRESSIONISMO: ...................................................................................................................... 16 
7.PÓS-IMPRESSIONISMO:...................................................................................................................... 17 
VAN GOGH............................................................................................................................................. 17 
PAUL CÉZANNE ...................................................................................................................................... 19 
8.SIMBOLISMO: ..................................................................................................................................... 22 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................................................. 25 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
A euforia tecnológica disseminada pela Revolução Industrial marcou o século XIX 
como um período de crescimento de diversas áreas do conhecimento. 
Os assuntos de ordem científica e estética passaram a estimular o interesse de um 
grande público. Vários países criaram instituições que buscavam o desenvolvimento de 
estudos em prol do progresso da ciência. 
Nesse mesmo período, o termo “cientista” foi gravado e a obra “A origem das 
espécies”, de Charles Darwin, ganhou popularidade. 
É o século que dá início aos grandes movimentos revolucionários europeus que 
derrubaram o absolutismo, implantaram a economia liberal e extinguiram o antigo sistema 
colonial. Nesse século são notórias as tentativas de metodizar as diversas áreas do saber. 
Escolas politécnicas, museus, sociedades científicas e grandes gênios fizeram com que o 
oitocentos fosse contemplado pela euforia do saber técnico. As ciências exatas ganharam 
grande impulso na medida em que o desenvolvimento tecnológico vinculava-se com o 
desenvolvimento industrial. A Física, a Química fina e a Metalurgia foram as principais áreas 
de desenvolvimento científico. Influenciadas por essas mudanças, as ciências humanas 
também observaram o surgimento de novas áreas como a Sociologia e a Psicologia. Na esfera 
artística, o individualismo e o ritmo frenético dos ambientes urbanos impulsionaram a criação 
de novos movimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
MOVIMENTOS ARTISTICOS PRESENTES NO SECULO XIX 
 
 
1 .NEOCLASSICISMO: 
 
Trata-se de um movimento artístico internacional que surge na segunda metade do séc. 
XVIII e chega ao auge no período Napoleónico (estilo Império), exercendo posteriormente 
uma influência decrescente, embora marcando, ao longo do séc. XIX, o estilo oficial de vários 
países, particularmente a América do Norte (“Greek revival”). 
 
Imagem 1, Arquitetura Greek Revival 
 
Fonte: Encyclopaedia Britannica 
 
O neoclassicismo surgiu como reação à artificialidade do rococó e impôs como prática a 
simplicidade, nas linhas, formas, cores e temas, bem como o aprofundamento de ideias e 
sentimentos. Inspirou-se nas formas primitivas da arte clássica: o puro contorno linear, a 
abolição do claro-escuro. 
Para os escultores neoclássicos, a essência da pureza residia no mármore branco da 
estatuária grega. No neoclassicismo, o espírito científico, racional e didático dos 
enciclopedistas do Século das Luzes associou-se ao mítico retorno à Natureza propagado por 
Rousseau. Para os artistas neoclássicos os conceitos de racionalismo e sensibilidade não eram 
opostos. 
 
6 
 
2.ROMANTISMO: 
 
O Romantismo se desenvolveu principalmente na primeira metade do século XIX, 
caracterizou-se como uma visão do mundo contrária ao racionalismo que marcou o período 
neoclássico e buscou um nacionalismo. Criticava as mudanças da sociedade industrial e 
buscava o refúgio na vida próxima à natureza, destaca a personalidade, sensibilidade, 
exaltação dos sentimentos e emoções. Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, 
o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a 
designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se 
cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e 
desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e 
pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela 
emoção e pelo eu. 
Atingiu primeiro a literatura e a filosofia, para depois se expressar através das artes 
plásticas. 
A literatura romântica, abarcando a épica e a lírica, do teatro ao romance, foi um 
movimento de vanguarda e que teve grande repercussão na formação da sociedade da época, 
ao contrário das artes plásticas, que desempenharam um papel menos vanguardista. 
A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revolução Francesa e de seus ideais, 
propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Não se pode falar de uma estética 
tipicamente romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do 
academicismo, mas sim de uma homogeneidade conceitual pela temática das obras. 
O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, num sentido mais lato, à 
tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo. 
A produção artística romântica reforçou o individualismo na medida em que baseou-se em 
valores emocionais subjetivos e muitas vezes imaginários, tomando como modelo os dramas 
amorosose as lendas heroicas medievais, a partir dos quais revalorizou os conceitos de pátria 
e república. Papel especial desempenharam a morte heroica na guerra e o suicídio por amor. 
A pintura foi o ramo das artes plásticas mais significativo, foi ela o veículo que 
consolidaria definitivamente o ideal de uma época, utilizando-se de temas dramático-
sentimentais inspirados pela literatura e pela História. Procura-se no conteúdo, mais do que os 
valores de arte, os efeitos emotivos, destacando principalmente a pintura histórica e em menos 
grau a pintura sagrada. A revolução Francesa e seus desdobramentos servem de inspiração; 
agora para uma arte dramática como pode ser percebida em Delacroix e Goya. 
 
7 
 
Imagem 2, A barca de Dante 
 
Fonte: Obras de Delacroix 
 
Podemos dizer que Goya, manifestou uma tendência mais politizada do romantismo. 
As cores se libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais 
importantes que o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o papel 
principal, não mais como cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens 
das obras e como seu meio de expressão. O romantismo foi marcado pelo amor a natureza 
livre e autêntica, pela aquisição de uma sensibilidade poética pela paisagem, valorizada pela 
profusão de cores, refletindo assim o estado de espírito do autor. 
 
Imagem 3, Goya 
 
Fonte: Literatura 9B, CSC 
 
Na França e na Espanha, o romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e 
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de um ousado cromatismo, ao mesmo tempo dramático e tenebroso. É o caso dos quadros 
das matanças de Delacroix, ou do Colosso de Goya, que antecipou, de certa forma, a 
pincelada truncada do impressionismo. 
 
 
ARQUITETURA 
 
A arquitetura do romantismo foi marcada por elementos contraditórios, fazendo dessa 
forma de expressão algo menos expressivo. Foi marcado por um conjunto de transformações, 
envolvendo a industrialização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da 
época reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço. 
Ao mesmo tempo, as igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram algumas 
características de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse reaparecimento de estilos 
mais antigos teve relação com a recuperação da identidade nacional. 
A urbanização na Europa determinou a construção de edifícios públicos e de edifícios 
de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas, preocupadas apenas com 
com o maior rendimento da exploração, e portanto esqueceu-se do fim último da arquitetura, 
abandonando as classes menos favorecidas em bairros cujas condições eram calamitosas. 
Entre os arquitetos mais reconhecidos desse período historicista ou eclético, deve-se 
mencionar Garnier, responsável pelo teatro da Ópera de Paris; Barry e Puguin, que 
reconstruíram o Parlamento de Londres; e Waesemann, na Alemanha, responsável pelo 
distrito neogótico de Berlim. Na Espanha deu-se um renascimento curioso da arte mudéjar na 
construção de conventos e igrejas, e na Inglaterra surgiu o chamado neogótico hindu. 
 
Imagem 4, Ópera de Paris. 
 
Fonte: DreamStime 
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Imagem 5, Parlamento de Londres. 
 
Fonte: Pliego Digital 
 
ESCULTURA 
 
A escultura romântica não mostrou originalidade, nem tampouco maestria de seus 
artistas. Talvez se possa pensar nesse período como um momento de calma necessário antes 
da batalha que depois viriam a travar o impressionismo e as vanguardas modernas. 
Do ponto de vista funcional, a escultura romântica não se afastou dos monumentos 
funerários, da estátua eqüestre e da decoração arquitetônica, num estilo indefinido a meio 
caminho entre o classicismo e o barroco. A grande novidade temática da escultura romântica 
foi a representação de animais de terras exóticas em cenas de caça ou de luta encarniçada, no 
melhor estilo das cenas de Rubens. Não se abandonaram os motivos heroicos e as 
homenagens solenes na forma de estátuas superdimensionadas de reis e militares. Em 
compensação, tornou-se mais rara a temática religiosa. Os mais destacados escultores desse 
período foram Rude e Barye, na França, Bartolini, na Itália, e Kiss, na Alemanha. 
Imagem 6, François Rude Imagem 7, March of the Volunteers of 1792 
 
Fonte: Dijoon.Free Fonte: Web Gallery Of Art 
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Imagem 8, Antoine-Louis Barye Imagem 9, Teseu e o Minotauro 
 
Fonte: Wilkipedia Fonte: Wilkipedia 
 
Imagem 10, The Demidoff Table, Lorenzo Bartolini 
 
Fonte: Saber Cultural 
 
3. REALISMO: 
Desenvolveu sobretudo na segunda metade do século XIX, inspirado nos progressos 
científicos e tecnológicos. 
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Realismo foi o que buscou uma maior aproximação com a realidade ao descrever os 
costumes, os conflitos interiores do ser humano, as relações sociais, a crise das 
instituições etc. Todas essas questões eram tratadas à luz das correntes filosóficas em voga 
na época, sobretudo o positivismo, o determinismo e o darwinismo (essa última 
influenciou, principalmente, a literatura naturalista). 
 
LITERATURA: 
 Todas características opunham-se fortemente às características da linguagem 
romântica, marcada pela subjetividade e pelo individualismo. O Realismo propôs a 
investigação do comportamento humano e denunciou, por meio da literatura, os problemas 
sociais, abandonando assim a visão idealizada do Romantismo. 
O marco do Realismo na Europa foi registrado em 1857 com a publicação do 
romance Madame Bovary, do escritor francês Gustave Flaubert. Destacam-se Flaubert e 
Émile Zola na França, Charles Dickens na Inglaterra, Dostoievsky e Tolstoi na Russia e 
Antero de Quental, Ramalho de Ortigão e Eça de Queiros em Portugal. 
ARQUITETURA: 
 
Retomaram-se padrões estéticos passados. O estilo gótico medieval mais uma vez 
apareceu entre as construções. Na França, o Art Noveau valorizava a decoração arquitetônica 
com o uso de linhas sinuosas e inspiração em elementos da natureza. Além disso, o uso do 
concreto armado viabilizou o aumento das construções prediais e a elaboração de desenhos 
arquitetônicos cada vez mais arrojados. Foi nessa época que os arranha-céus começaram a 
dominar o ambiente das grandes cidades contemporâneas. 
 
PINTURA: 
 
Podemos detectar uma grande via de diálogo com as correntes literárias. O Realismo 
procurou retratar situações cotidianas e trazer um equilíbrio entre o rigor estético e a 
expressão dos sentimentos. Outra importante corrente nascida no período foi a impressionista. 
Valorizando a sensação causada pelas cores, retratavam diferentes situações mundanas. 
 
 
 
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Imagem 10 
 
Fonte: Lendo. Org 
 
MUSICA: 
 
Nessa época também viveu grandes mudanças, tanto no campo erudito quanto no 
popular. O predominante romantismo da obra de Beethoven abriu portas para uma rica 
geração de compositores. Wagner começou a privilegiar a temática nacionalista. Stravinski e 
Schönberg buscaram grandes rupturas com o sistema musical clássico, criando o sistema 
dodecafônico. 
Outra grande mudança foi concebida na música popular. Até então, a música popular 
era considerada um tipo de música rude e sem maiores rigores ou complexidades. O jazz 
apareceu com uma novidade musical arraigada nos guetos norte-americanos. Influenciado 
pelo blues, work-songs e spirituals dos trabalhadores rurais negros, o jazz mostrou uma 
complexidade estética que questionava a separação da cultura erudita e popular. 
 
 
 
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4.NATURALISMO: 
 
O Naturalismo surgiu na França, em 1870, com a publicação da obra 
“Germinal” de Émile Zola. O livrofala das péssimas condições de vida dos 
trabalhadores das minas de carvão na França do século XIX. O naturalismo é uma 
ramificação do realismo e uma das suas principais características é a retratação da 
sociedade de uma forma bem objetiva. Os naturalistas abordam a existência humana 
de forma materialista. O homem é encarado como produto biológico passando a agir 
de acordo com seus instintos, chegando a ser comparado com os animais 
(zoomorfização). Segundo o Naturalismo, o homem é desprovido do livre-arbítrio, ou 
seja, o homem é uma máquina guiada por vários fatores: leis físicas e químicas, 
hereditariedade e meio social, além de estar sempre à mercê de forças que nem sempre 
consegue controlar. Para os naturalistas, o homem é um brinquedo nas mãos do 
destino e deve ser estudado cientificamente. A principal característica do Naturalismo 
é o cientificismo exagerado que transformou o homem e a sociedade em objetos de 
experiências. Descrições minuciosas e linguagem simples. Preferência por temas como 
miséria, adultério, crimes, problemas sociais, taras sexuais e etc. A exploração de 
temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas 
sem se preocupar com a reação do público. Ao analisar os problemas sociais, o 
naturalista mostra uma vontade de reformar a sociedade, ou seja, denunciar estes 
problemas, era uma forma de tentar reformar a sociedade. 
 
5.IMPRESSIONISMO: 
 
Recebe o nome de impressionismo a corrente artística que surgiu na França, 
principalmente na pintura, por volta do ano de 1870. Esse movimento, de cunho 
antiacademicista, propôs o abandono das técnicas e temas tradicionais, saindo dos ateliês 
iluminados artificialmente para resgatar ao ar livre a natureza, tal como ela se mostrava 
aos seus olhos, segundo eles, como uma soma de cores fundidas na atmosfera. Assim, o 
nome impressionismo não foi casual. O crítico Louis Leroy, na primeira exposição do 
grupo do café Guerbois (onde os pintores se reuniam), ao ver a obra de Monet, Impressão, 
Sol Nascente, começou sarcasticamente a chamar esses artistas de impressionistas. 
Criticados, recusados e incompreendidos, as exposições de suas obras criavam uma 
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expectativa muito grande nos círculos intelectuais de Paris, que não conseguiam 
compreender e aceitar seus quadros, nos quais estranhavam o naturalismo acadêmico. 
 
Imagem 11, Sol Nascente, Monet 
 
Fonte; Estorias da Historia 
 
São duas as fontes mais importantes do impressionismo: a fotografia e as gravuras 
japonesas (ukiyo-e). A primeira alcançou o auge em fins do século XIX e se revelava o 
método ideal de captação de um determinado momento, o que era uma preocupação 
principalmente para os impressionistas. As segundas, introduzidas na França com a reabertura 
dos portos japoneses ao Ocidente, propunham uma temática urbana de acontecimentos 
cotidianos, realizados em pinturas planas, sem perspectiva. Os representantes mais 
importantes do impressionismo foram: Manet, Monet, Renoir, Degas e Gauguin. No restante 
da Europa isso ocorreu posteriormente. 
A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a 
pesquisar a produção pictórica, não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel 
da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando 
pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas 
eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da 
natureza. A emergente arte visual do impressionismo foi logo seguida por movimentos 
análogos em outros meios quais ficaram conhecidos como, música impressionista e literatura 
impressionista. 
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A pintura impressionista geralmente mostra as tonalidades que os objetos adquirem ao 
refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam 
constantemente, dependendo da incidência da luz do sol. É também com isto uma pintura 
instantânea (captar o momento), recorrendo, inclusivamente à fotografia. As figuras não 
devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro 
passando a ser a mancha/cor. As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a 
impressão visual que nos causa. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena. Os 
contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. 
Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro 
muito utilizado pelos academistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao 
pontilhismo. As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura de pigmentos. Pelo 
contrário, devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas. É o observador 
que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, 
portanto, de ser técnica para se tornar óptica. Preferência pelos pintores em representar uma 
natureza morta do que um objeto. 
Imagem 12, Camille Monet and Child in the artist’s Garden in Argenteuil
 
Fonte: I am a Child 
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Orientações Gerais que caracterizam o impressionista: 
Rompe completamente com o passado. Inicia pesquisas sobre a óptica / efeitos 
(ilusões) ópticas. É contra a cultura tradicional. Pertence a um grupo individualizado. Falam 
de arte, sociedade, etc.: não concordam com as mesmas coisas, porém discordam do mesmo. 
Vão pintar para o exterior, algo bastante mais fácil com a evolução da indústria, 
nomeadamente, telas com mais formatos, tubos com as tintas, entre outras coisas. Os efeitos 
ópticos descobertos pela pesquisa fotográfica, sobre a composição de cores e a formação de 
imagens na retina do observador, influenciaram profundamente as técnicas de pintura dos 
impressionistas. Eles não mais misturavam as tintas na tela, a fim de obter diferentes cores, 
mas utilizavam pinceladas de cores puras que colocadas uma ao lado da outra, são misturadas 
pelos olhos do observador, durante o processo de formação da imagem. 
 
6.NEOIMPRESSIONISMO: 
 
Após 1886 quase nenhum autor pintava sob os efeitos do impressionismo excetuando 
Monet. O Neoimpressionismo foi iniciado por Seurat e consistiu na evolução do 
impressionismo no sentido do rigor, utilizando a cor de uma forma sistematizada. 
A cor era intuitiva, a técnica utilizada consistia numa mistura óptica designada por 
pontilhismo, no qual havia uma justaposição de pequenas manchas de cor pura – pontos – que 
se deveriam misturar com certa distância na visão do observador. As dimensões dessas 
manchas coloridas dependiam do tamanho do quadro. 
O mais importante nas obras era as leis universais e eternas da harmonia – o ritmo, a 
simetria e o contraste. Os temas são os da vida citadina, das paisagens marítimas e das 
diversões, tratados em grandes telas, e executados no atelier a partir de estudos realizados ao 
ar livre. Os pintores mais consagrados desta época foram: Georges Seurat, Paul Signac e 
Pissarro. 
 O Pontilhismo (também designado por divisionismo), é uma técnica de pintura, saída 
do movimento impressionista, em que pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela 
justaposição, uma mistura óptica nos olhos do observador (imagem). 
Esta técnica baseia-se na lei das cores complementares, avanço científico 
impulsionado no século XIX, pelo químico Michel Chevreul. Trata-se de uma consequência 
extrema dos supostos ensinamentos dos impressionistas, segundo os quais as cores deviam ser 
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justapostas e não entre mescladas, deixando à retina a tarefa de reconstruir o tom desejado 
pelo pintor, combinando as diversas impressões registadas. 
A técnica de utilizaçãode pontos coloridos justapostos também pode ser considerada o 
culminar do desprezo dos impressionistas pela linha, uma vez que esta é somente uma 
abstração do Homem para representar a natureza. 
 
7.PÓS-IMPRESSIONISMO: 
 
O pós-impressionismo foi a expressão artística utilizada para definir a pintura e, 
posteriormente, a escultura no final do, por volta de 1885. 
Os pintores mais consagrados desta época foram: 
Vincent van Gogh, Paul Gauguin e Paul Cézanne. 
O pós-impressionismo designa-se por um grupo de artistas e de movimentos diversos 
onde se seguiram as suas tendências para encontrar novos caminhos para a pintura. Estes, 
acentuaram a pintura nos seus valores específicos – a cor e bidimensional idade. 
A maioria de seus artistas iniciou-se como impressionista, partindo daí para diversas 
tendências distintas. Chamavam-se genericamente pós-impressionistas os artistas que não 
mais representavam fielmente os preceitos originais do impressionismo, ainda que não 
tenham se afastado muito dele ou estejam agrupados formalmente em novos grupos. 
Sentindo-se limitados e insatisfeitos pelo estilo impressionista, alguns jovens artistas queriam 
ir mais além, ultrapassar a Revolução de Manet. Aí se encontra a génese do novo movimento, 
que não buscava destruir os valores do grande mestre, e sim aprimorá-los. Insurge-se contra o 
impressionismo devido à sua superficialidade ilusionista da análise à realidade. 
Os pintores mais consagrados desta época foram: Vicent Van Gogh, Paul Gaugain, 
Henri de Toulouse-Lautrec, Paul Cézanne, Odilon Redon, Georges Seurat, Eliseu Visconti. 
VAN GOGH 
Van Gogh salientou os traços grosseiros das mãos e das faces dos trabalhadores da 
terra. Em busca de intensidade dramática, explorou a potencialidade expressiva dos tons 
escuros, da luminosidade barroca e do pincel nervoso. Tais características seriam 
transformadas radicalmente a partir de sua ida a Paris, no mesmo ano. 
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Realizou diversos estudos para esse quadro, pintando cerca de quarenta cabeças de 
camponeses e desenhando diversas partes da composição. Foi sua primeira pintura composta 
por um grupo de personagens. Os camponeses, em torno da mesa, compõem uma cena 
fraterna, mas solidária. É o retrato de uma vida sofrida e árdua, tanto no trabalho diurno 
quanto no descanso noturno. Para van Gogh, a escuridão também era cor. Ele trabalhou as 
sombras com azuis que, junto ao interior pouco iluminado pelo lampião, dão um aspecto frio 
ao ambiente. 
Imagem 13. A noite estrelada 1889 , Vincent Van Gogh 
 
Liberta-se de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista 
arbitrário. Van Gogh apaixona-se pelas cores intensas e puras sem nenhuma matização, pois 
têm a função de representar emoções. 
Cores fortes e linhas retorcidas, deformação proposital da realidade. O céu mostra uma 
avassaladora turbulência e a noite envolve tudo. Tudo está em movimento ondulante. Essa 
tela foi pintada de memória, durante o dia, enquanto o pintor estava internado num sanatório, 
olhando pela janela… 
O fulgor do cipreste que sobe aos céus parece chamas, na busca da transcendência da 
alma humana. 
As estrelas que explodem resplandecem libertas de seu sentido original, causando-nos 
uma experiência estética que nos obriga vê-las diferentes. Elas parecem, assim como a lua, 
explodir de energia. 
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Nossos sentidos, ao olhar a obra, parecem estar despertos para o diferente, levando-
nos a outras dimensões. O cipreste escuro compensa o brilho da lua no canto oposto, dando 
equilíbrio e não nos deixa sair das dimensões do quadro, fazendo um contraponto com a torre 
da aldeia. A forma dos objetos determina o ritmo das pinceladas, um ritmo alucinado e 
ondulante, indicador de emoção, determinação e força. Segundo Van Gogh, a noite é mais 
viva e mais ricamente colorida que o dia. 
Observar a tela é sentir como se alguém quisesse comungar com a natureza todo seu 
estado interior, deixando-se levar pelo infinito e buscando explicação para esse borbulhar de 
emoções que constantemente parece estar aprisionado dentro de um corpo que não consegue 
conter o que de fato lhe vai na alma. 
 
A sensação que temos é que, tranquilidade e ternura estão presentes na aldeia por meio 
da presença humana e nos leva a perceber o contraste das casas humildes com o movimento 
efervescente das estrelas, que carregam junto de si a lua quarto minguante para o mesmo 
ondular, obrigando-a a fazer parte de um jogo alucinante e vertiginoso. 
A tela dá-nos a sensação de movimento constante. 
 
 
PAUL CÉZANNE 
 
 Cézanne também pintou o género de Paisagem, pelo contato que teve com o 
Impressionismo, época em que começou a pintar ao ar livre. Morou em várias cidades, mas 
preservou seus vínculos subjetivos com Aix-en-Provence. Trabalhou nos arredores, na região 
de Provence. A montanha de Saint Victoire, que ficava perto de sua casa, exerceu grande 
influência no artista. Ele pintou (desenhos e pinturas) a montanha cerca de 60 vezes. 
 
 
 
 
 
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Imagem 14, 
 
A montanha de Saint Victoire 
 
A concepção de usar a cor como modeladora de formas, procedimento da fase madura 
do artista, está presente de forma exemplar em A Montanha de Saint Victoire. Nela, o artista 
edificou a paisagem de forma arquitetônica. Aplicou a tinta em pequenas partes que se 
encontram em amplas áreas de cor, e elas constroem as figuras e estruturam a composição. 
Cada parte tem uma função na composição, por exemplo, a profundidade é sugerida pelas 
variações tonais e de cor. O mesmo ocorre com as formas. A montanha distingue-se e 
descola-se do céu graças às diferenças entre os azuis. À frente dela, abre-se uma superfície na 
qual, ao mesmo tempo em que a cor se mostra fragmentada, o colorido integra-se em um todo 
plenamente articulado. No céu, chega um pouco do verde da vegetação, e os seus cinzas e 
azuis espalham-se pela montanha. 
A pintura de Cézanne é uma elaboração bastante consciente. Ele observou e pensou o 
mundo para criar uma nova imagem a partir dele. Deu forma a uma nova configuração visual 
para a pintura, não mais baseada no naturalismo, na imitação do mundo, ou somente na 
realidade externa. A busca de novas soluções formais já está presente no Impressionismo, 
assim como o abandono da intenção ilusória da imagem. Porém, é na síntese e no equilíbrio 
entre a sensação visual e a consciência objetiva daquilo que o olho vê que Cézanne realiza sua 
arte e diferencia-se dos impressionistas. 
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O artista deixa vazar algo que escapa o olhar objetivo, um sentimento de frescor, a 
densidade do espaço representado. Talvez isso se deva à rapidez e espontaneidade que a 
pintura ao ar livre exige. Cézanne, mesmo decompondo a paisagem com suas pinceladas 
amplas e recorrentes, abarca outros elementos do seu tema - como uma certa emotividade 
luminosa, ou o ritmo do ambiente natural - que vivenciou na relação que manteve com o este 
amplo modelo. 
 
 Imagem 15 
 
Paul Cézanne, The Basket of Apples 
 
 Para criar suas naturezas-mortas, Cézanne estudava atentamente a disposição dos 
objetos que iria pintar. Apesar desse cuidado, a ordenação dos elementos resulta 
despretensiosa, como neste quadro Natureza-morta com maçãs e laranjas. O artista não 
pretendeu realizar uma representação naturalista, mas propositadamente expressou-se pelo 
artificialismo da própria pintura. Cézanne não utilizou o mesmo ponto de vista para construir 
a perspectiva e preencher o espaço da tela, como ocorre na perspectiva científica. Esse 
conceito de ponto de vista múltiplo atingirá sua plenitude no Cubismo. Mas, já aqui, a 
distorção resultante reforça o entendimento de que existe uma grandedistância entre realidade 
e visão, entre o objeto e a imagem criada a partir dele, questão já levantada pelo 
Impressionismo. 
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Nesse quadro, as maçãs e laranjas são simplificadas em formas esféricas, definidas 
pela cor. Basicamente o amarelo e o vermelho modelam a fruta, tornando forma e cor uma 
única coisa. Assim, em vez da maçã ser uma forma colorida, a cor é usada para formar a 
imagem da fruta. Uma famosa frase do artista sintetiza seu pensamento sobre a cor: “Quand la 
couleur est à sa richesse la forme este à sa plenitude”, ou seja, “quando a cor atinge sua 
riqueza, a forma atinge sua plenitude”. Cézanne incorpora a luz na cor, uma abordagem da 
iluminação nova na época de Cézanne. Para ele, o volume das formas não depende mais do 
claro-escuro tradicional. São as cores as responsáveis pela sensação de avanço e recuo das 
superfícies, como vemos nas frutas desta imagem. Os tecidos, toalhas e cortinas dão um vigor 
especial ao conjunto, suas dobras criam uma sucessão de planos que se articulam uns com os 
outros e dão solidez à composição. 
Cézanne resgatou o género de pintura de natureza-morta, que havia sido abandonado 
no século XIX. Diferente das obras do início deste género, durante o período barroco, que, 
juntamente com as chamadas pinturas de género, visavam abordar o quotidiano da classe 
média em ascensão, Paul Cézanne encontrava na natureza-morta óptimas condições para 
desenvolver seu trabalho, na medida em que tinha maior liberdade de interação com o seu 
modelo. Diz-se que, muitas vezes, o tempo que o artista levava para realizar uma destas obras 
era tão prolongado que as frutas chegavam a apodrecer. 
 
8.SIMBOLISMO: 
 
O simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, teatro e 
literatura. Surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Naturalismo e ao 
Realismo. 
Oficialmente, o simbolismo só teve início em 1886, com a publicação, no suplemento 
literário do jornal parisiense Le Figaro, do manifesto de Jean Moréas, poeta francês. 
 
 
 
 
 
 
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Imagem 16,Jean Moreas 
 
O manifesto declarava que o simbolismo, na radical oposição ao positivismo, ao 
realismo e ao naturalismo, era um movimento idealista e transcendente, contrário às 
descrições objetivas, à ciência positiva e ao intelectualismo. O principal órgão da escola foi o 
Mercure de France, fundado em 1889 e de imediato reconhecido como a primeira revista 
literária do mundo. 
Os representantes da primeira fase do movimento, sob influência direta de Baudelaire 
e Poe, postulavam também a simultaneidade da criação poética e da criação cósmica. 
Reclamavam para o artista a condição de intérprete de uma simbologia universal, a ser 
apreendida por intuição e expressa por alusões ou sugestões, e não pela lógica. 
O simbolismo nas artes plásticas, tal como na poesia, apresentava forte misticismo e 
referências ao oculto. Procurava diminuir o hiato entre o mundo material e o espiritual. Os 
pintores deveriam expressar, através de imagens, esses temas e essa visão de mundo, 
desenvolvidas pelos poetas simbolistas em sua linguagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Imagem 17. CRISTO AMARELO – PAUL GAUGUIN 
 
Paul Gauguin-Cristo Amarelo, 1889. 92x73cm 
 
Essa obra (1889) é uma das mais famosas pinturas de Paul Gauguin. Nela, o artista 
retrata o Calvário de uma aldeia perto de Pont-Aven, rodeado de bretões curiosamente 
representados. 
A paisagem da Bretanha, sob o pincel de Gauguin torna-se mais colorida: o Cristo e a 
paisagem são amarelos e as copas das árvores avermelhadas. As cores estendem-se planas e 
puras sobre a superfície quase decorativamente. 
O uso arbitrário das cores opõe-se ao naturalismo. Gauguin pintou muitos auto-
retratos; aqui o rosto de Cristo tem a sua fisionomia. 
 
 
 
 
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