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INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS – IFMG CAMPUS OURO PRETO CURSO CONSEVAÇÃO E RESTAURO DE BENS IMOVEIS – 1º PERIODO SÉCULO XIX – MOVIMENTOS ARTISTICOS OURO PRETO – MG 2016 SÉCULO XIX – MOVIMENTOS ARTISTICOS OURO PRETO – MG 2016 Sumário INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 4 MOVIMENTOS ARTISTICOS PRESENTES NO SECULO XIX ........................................................................ 5 1 .NEOCLASSICISMO: ............................................................................................................................... 5 2.ROMANTISMO: ..................................................................................................................................... 6 ESCULTURA .............................................................................................................................................. 9 3. REALISMO: ......................................................................................................................................... 10 LITERATURA ........................................................................................................................................... 11 ARQUITETURA: ...................................................................................................................................... 11 MUSICA: ................................................................................................................................................ 12 4.NATURALISMO: .................................................................................................................................. 13 5.IMPRESSIONISMO: ............................................................................................................................. 13 6.NEOIMPRESSIONISMO: ...................................................................................................................... 16 7.PÓS-IMPRESSIONISMO:...................................................................................................................... 17 VAN GOGH............................................................................................................................................. 17 PAUL CÉZANNE ...................................................................................................................................... 19 8.SIMBOLISMO: ..................................................................................................................................... 22 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................................................. 25 4 INTRODUÇÃO A euforia tecnológica disseminada pela Revolução Industrial marcou o século XIX como um período de crescimento de diversas áreas do conhecimento. Os assuntos de ordem científica e estética passaram a estimular o interesse de um grande público. Vários países criaram instituições que buscavam o desenvolvimento de estudos em prol do progresso da ciência. Nesse mesmo período, o termo “cientista” foi gravado e a obra “A origem das espécies”, de Charles Darwin, ganhou popularidade. É o século que dá início aos grandes movimentos revolucionários europeus que derrubaram o absolutismo, implantaram a economia liberal e extinguiram o antigo sistema colonial. Nesse século são notórias as tentativas de metodizar as diversas áreas do saber. Escolas politécnicas, museus, sociedades científicas e grandes gênios fizeram com que o oitocentos fosse contemplado pela euforia do saber técnico. As ciências exatas ganharam grande impulso na medida em que o desenvolvimento tecnológico vinculava-se com o desenvolvimento industrial. A Física, a Química fina e a Metalurgia foram as principais áreas de desenvolvimento científico. Influenciadas por essas mudanças, as ciências humanas também observaram o surgimento de novas áreas como a Sociologia e a Psicologia. Na esfera artística, o individualismo e o ritmo frenético dos ambientes urbanos impulsionaram a criação de novos movimentos. 5 MOVIMENTOS ARTISTICOS PRESENTES NO SECULO XIX 1 .NEOCLASSICISMO: Trata-se de um movimento artístico internacional que surge na segunda metade do séc. XVIII e chega ao auge no período Napoleónico (estilo Império), exercendo posteriormente uma influência decrescente, embora marcando, ao longo do séc. XIX, o estilo oficial de vários países, particularmente a América do Norte (“Greek revival”). Imagem 1, Arquitetura Greek Revival Fonte: Encyclopaedia Britannica O neoclassicismo surgiu como reação à artificialidade do rococó e impôs como prática a simplicidade, nas linhas, formas, cores e temas, bem como o aprofundamento de ideias e sentimentos. Inspirou-se nas formas primitivas da arte clássica: o puro contorno linear, a abolição do claro-escuro. Para os escultores neoclássicos, a essência da pureza residia no mármore branco da estatuária grega. No neoclassicismo, o espírito científico, racional e didático dos enciclopedistas do Século das Luzes associou-se ao mítico retorno à Natureza propagado por Rousseau. Para os artistas neoclássicos os conceitos de racionalismo e sensibilidade não eram opostos. 6 2.ROMANTISMO: O Romantismo se desenvolveu principalmente na primeira metade do século XIX, caracterizou-se como uma visão do mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo. Criticava as mudanças da sociedade industrial e buscava o refúgio na vida próxima à natureza, destaca a personalidade, sensibilidade, exaltação dos sentimentos e emoções. Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu. Atingiu primeiro a literatura e a filosofia, para depois se expressar através das artes plásticas. A literatura romântica, abarcando a épica e a lírica, do teatro ao romance, foi um movimento de vanguarda e que teve grande repercussão na formação da sociedade da época, ao contrário das artes plásticas, que desempenharam um papel menos vanguardista. A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revolução Francesa e de seus ideais, propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Não se pode falar de uma estética tipicamente romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do academicismo, mas sim de uma homogeneidade conceitual pela temática das obras. O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, num sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo. A produção artística romântica reforçou o individualismo na medida em que baseou-se em valores emocionais subjetivos e muitas vezes imaginários, tomando como modelo os dramas amorosose as lendas heroicas medievais, a partir dos quais revalorizou os conceitos de pátria e república. Papel especial desempenharam a morte heroica na guerra e o suicídio por amor. A pintura foi o ramo das artes plásticas mais significativo, foi ela o veículo que consolidaria definitivamente o ideal de uma época, utilizando-se de temas dramático- sentimentais inspirados pela literatura e pela História. Procura-se no conteúdo, mais do que os valores de arte, os efeitos emotivos, destacando principalmente a pintura histórica e em menos grau a pintura sagrada. A revolução Francesa e seus desdobramentos servem de inspiração; agora para uma arte dramática como pode ser percebida em Delacroix e Goya. 7 Imagem 2, A barca de Dante Fonte: Obras de Delacroix Podemos dizer que Goya, manifestou uma tendência mais politizada do romantismo. As cores se libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais importantes que o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o papel principal, não mais como cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens das obras e como seu meio de expressão. O romantismo foi marcado pelo amor a natureza livre e autêntica, pela aquisição de uma sensibilidade poética pela paisagem, valorizada pela profusão de cores, refletindo assim o estado de espírito do autor. Imagem 3, Goya Fonte: Literatura 9B, CSC Na França e na Espanha, o romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e 8 de um ousado cromatismo, ao mesmo tempo dramático e tenebroso. É o caso dos quadros das matanças de Delacroix, ou do Colosso de Goya, que antecipou, de certa forma, a pincelada truncada do impressionismo. ARQUITETURA A arquitetura do romantismo foi marcada por elementos contraditórios, fazendo dessa forma de expressão algo menos expressivo. Foi marcado por um conjunto de transformações, envolvendo a industrialização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da época reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço. Ao mesmo tempo, as igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram algumas características de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse reaparecimento de estilos mais antigos teve relação com a recuperação da identidade nacional. A urbanização na Europa determinou a construção de edifícios públicos e de edifícios de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas, preocupadas apenas com com o maior rendimento da exploração, e portanto esqueceu-se do fim último da arquitetura, abandonando as classes menos favorecidas em bairros cujas condições eram calamitosas. Entre os arquitetos mais reconhecidos desse período historicista ou eclético, deve-se mencionar Garnier, responsável pelo teatro da Ópera de Paris; Barry e Puguin, que reconstruíram o Parlamento de Londres; e Waesemann, na Alemanha, responsável pelo distrito neogótico de Berlim. Na Espanha deu-se um renascimento curioso da arte mudéjar na construção de conventos e igrejas, e na Inglaterra surgiu o chamado neogótico hindu. Imagem 4, Ópera de Paris. Fonte: DreamStime 9 Imagem 5, Parlamento de Londres. Fonte: Pliego Digital ESCULTURA A escultura romântica não mostrou originalidade, nem tampouco maestria de seus artistas. Talvez se possa pensar nesse período como um momento de calma necessário antes da batalha que depois viriam a travar o impressionismo e as vanguardas modernas. Do ponto de vista funcional, a escultura romântica não se afastou dos monumentos funerários, da estátua eqüestre e da decoração arquitetônica, num estilo indefinido a meio caminho entre o classicismo e o barroco. A grande novidade temática da escultura romântica foi a representação de animais de terras exóticas em cenas de caça ou de luta encarniçada, no melhor estilo das cenas de Rubens. Não se abandonaram os motivos heroicos e as homenagens solenes na forma de estátuas superdimensionadas de reis e militares. Em compensação, tornou-se mais rara a temática religiosa. Os mais destacados escultores desse período foram Rude e Barye, na França, Bartolini, na Itália, e Kiss, na Alemanha. Imagem 6, François Rude Imagem 7, March of the Volunteers of 1792 Fonte: Dijoon.Free Fonte: Web Gallery Of Art 10 Imagem 8, Antoine-Louis Barye Imagem 9, Teseu e o Minotauro Fonte: Wilkipedia Fonte: Wilkipedia Imagem 10, The Demidoff Table, Lorenzo Bartolini Fonte: Saber Cultural 3. REALISMO: Desenvolveu sobretudo na segunda metade do século XIX, inspirado nos progressos científicos e tecnológicos. 11 Realismo foi o que buscou uma maior aproximação com a realidade ao descrever os costumes, os conflitos interiores do ser humano, as relações sociais, a crise das instituições etc. Todas essas questões eram tratadas à luz das correntes filosóficas em voga na época, sobretudo o positivismo, o determinismo e o darwinismo (essa última influenciou, principalmente, a literatura naturalista). LITERATURA: Todas características opunham-se fortemente às características da linguagem romântica, marcada pela subjetividade e pelo individualismo. O Realismo propôs a investigação do comportamento humano e denunciou, por meio da literatura, os problemas sociais, abandonando assim a visão idealizada do Romantismo. O marco do Realismo na Europa foi registrado em 1857 com a publicação do romance Madame Bovary, do escritor francês Gustave Flaubert. Destacam-se Flaubert e Émile Zola na França, Charles Dickens na Inglaterra, Dostoievsky e Tolstoi na Russia e Antero de Quental, Ramalho de Ortigão e Eça de Queiros em Portugal. ARQUITETURA: Retomaram-se padrões estéticos passados. O estilo gótico medieval mais uma vez apareceu entre as construções. Na França, o Art Noveau valorizava a decoração arquitetônica com o uso de linhas sinuosas e inspiração em elementos da natureza. Além disso, o uso do concreto armado viabilizou o aumento das construções prediais e a elaboração de desenhos arquitetônicos cada vez mais arrojados. Foi nessa época que os arranha-céus começaram a dominar o ambiente das grandes cidades contemporâneas. PINTURA: Podemos detectar uma grande via de diálogo com as correntes literárias. O Realismo procurou retratar situações cotidianas e trazer um equilíbrio entre o rigor estético e a expressão dos sentimentos. Outra importante corrente nascida no período foi a impressionista. Valorizando a sensação causada pelas cores, retratavam diferentes situações mundanas. 12 Imagem 10 Fonte: Lendo. Org MUSICA: Nessa época também viveu grandes mudanças, tanto no campo erudito quanto no popular. O predominante romantismo da obra de Beethoven abriu portas para uma rica geração de compositores. Wagner começou a privilegiar a temática nacionalista. Stravinski e Schönberg buscaram grandes rupturas com o sistema musical clássico, criando o sistema dodecafônico. Outra grande mudança foi concebida na música popular. Até então, a música popular era considerada um tipo de música rude e sem maiores rigores ou complexidades. O jazz apareceu com uma novidade musical arraigada nos guetos norte-americanos. Influenciado pelo blues, work-songs e spirituals dos trabalhadores rurais negros, o jazz mostrou uma complexidade estética que questionava a separação da cultura erudita e popular. 13 4.NATURALISMO: O Naturalismo surgiu na França, em 1870, com a publicação da obra “Germinal” de Émile Zola. O livrofala das péssimas condições de vida dos trabalhadores das minas de carvão na França do século XIX. O naturalismo é uma ramificação do realismo e uma das suas principais características é a retratação da sociedade de uma forma bem objetiva. Os naturalistas abordam a existência humana de forma materialista. O homem é encarado como produto biológico passando a agir de acordo com seus instintos, chegando a ser comparado com os animais (zoomorfização). Segundo o Naturalismo, o homem é desprovido do livre-arbítrio, ou seja, o homem é uma máquina guiada por vários fatores: leis físicas e químicas, hereditariedade e meio social, além de estar sempre à mercê de forças que nem sempre consegue controlar. Para os naturalistas, o homem é um brinquedo nas mãos do destino e deve ser estudado cientificamente. A principal característica do Naturalismo é o cientificismo exagerado que transformou o homem e a sociedade em objetos de experiências. Descrições minuciosas e linguagem simples. Preferência por temas como miséria, adultério, crimes, problemas sociais, taras sexuais e etc. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público. Ao analisar os problemas sociais, o naturalista mostra uma vontade de reformar a sociedade, ou seja, denunciar estes problemas, era uma forma de tentar reformar a sociedade. 5.IMPRESSIONISMO: Recebe o nome de impressionismo a corrente artística que surgiu na França, principalmente na pintura, por volta do ano de 1870. Esse movimento, de cunho antiacademicista, propôs o abandono das técnicas e temas tradicionais, saindo dos ateliês iluminados artificialmente para resgatar ao ar livre a natureza, tal como ela se mostrava aos seus olhos, segundo eles, como uma soma de cores fundidas na atmosfera. Assim, o nome impressionismo não foi casual. O crítico Louis Leroy, na primeira exposição do grupo do café Guerbois (onde os pintores se reuniam), ao ver a obra de Monet, Impressão, Sol Nascente, começou sarcasticamente a chamar esses artistas de impressionistas. Criticados, recusados e incompreendidos, as exposições de suas obras criavam uma 14 expectativa muito grande nos círculos intelectuais de Paris, que não conseguiam compreender e aceitar seus quadros, nos quais estranhavam o naturalismo acadêmico. Imagem 11, Sol Nascente, Monet Fonte; Estorias da Historia São duas as fontes mais importantes do impressionismo: a fotografia e as gravuras japonesas (ukiyo-e). A primeira alcançou o auge em fins do século XIX e se revelava o método ideal de captação de um determinado momento, o que era uma preocupação principalmente para os impressionistas. As segundas, introduzidas na França com a reabertura dos portos japoneses ao Ocidente, propunham uma temática urbana de acontecimentos cotidianos, realizados em pinturas planas, sem perspectiva. Os representantes mais importantes do impressionismo foram: Manet, Monet, Renoir, Degas e Gauguin. No restante da Europa isso ocorreu posteriormente. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica, não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza. A emergente arte visual do impressionismo foi logo seguida por movimentos análogos em outros meios quais ficaram conhecidos como, música impressionista e literatura impressionista. 15 A pintura impressionista geralmente mostra as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol. É também com isto uma pintura instantânea (captar o momento), recorrendo, inclusivamente à fotografia. As figuras não devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro passando a ser a mancha/cor. As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causa. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena. Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos academistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao pontilhismo. As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura de pigmentos. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se tornar óptica. Preferência pelos pintores em representar uma natureza morta do que um objeto. Imagem 12, Camille Monet and Child in the artist’s Garden in Argenteuil Fonte: I am a Child 16 Orientações Gerais que caracterizam o impressionista: Rompe completamente com o passado. Inicia pesquisas sobre a óptica / efeitos (ilusões) ópticas. É contra a cultura tradicional. Pertence a um grupo individualizado. Falam de arte, sociedade, etc.: não concordam com as mesmas coisas, porém discordam do mesmo. Vão pintar para o exterior, algo bastante mais fácil com a evolução da indústria, nomeadamente, telas com mais formatos, tubos com as tintas, entre outras coisas. Os efeitos ópticos descobertos pela pesquisa fotográfica, sobre a composição de cores e a formação de imagens na retina do observador, influenciaram profundamente as técnicas de pintura dos impressionistas. Eles não mais misturavam as tintas na tela, a fim de obter diferentes cores, mas utilizavam pinceladas de cores puras que colocadas uma ao lado da outra, são misturadas pelos olhos do observador, durante o processo de formação da imagem. 6.NEOIMPRESSIONISMO: Após 1886 quase nenhum autor pintava sob os efeitos do impressionismo excetuando Monet. O Neoimpressionismo foi iniciado por Seurat e consistiu na evolução do impressionismo no sentido do rigor, utilizando a cor de uma forma sistematizada. A cor era intuitiva, a técnica utilizada consistia numa mistura óptica designada por pontilhismo, no qual havia uma justaposição de pequenas manchas de cor pura – pontos – que se deveriam misturar com certa distância na visão do observador. As dimensões dessas manchas coloridas dependiam do tamanho do quadro. O mais importante nas obras era as leis universais e eternas da harmonia – o ritmo, a simetria e o contraste. Os temas são os da vida citadina, das paisagens marítimas e das diversões, tratados em grandes telas, e executados no atelier a partir de estudos realizados ao ar livre. Os pintores mais consagrados desta época foram: Georges Seurat, Paul Signac e Pissarro. O Pontilhismo (também designado por divisionismo), é uma técnica de pintura, saída do movimento impressionista, em que pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela justaposição, uma mistura óptica nos olhos do observador (imagem). Esta técnica baseia-se na lei das cores complementares, avanço científico impulsionado no século XIX, pelo químico Michel Chevreul. Trata-se de uma consequência extrema dos supostos ensinamentos dos impressionistas, segundo os quais as cores deviam ser 17 justapostas e não entre mescladas, deixando à retina a tarefa de reconstruir o tom desejado pelo pintor, combinando as diversas impressões registadas. A técnica de utilizaçãode pontos coloridos justapostos também pode ser considerada o culminar do desprezo dos impressionistas pela linha, uma vez que esta é somente uma abstração do Homem para representar a natureza. 7.PÓS-IMPRESSIONISMO: O pós-impressionismo foi a expressão artística utilizada para definir a pintura e, posteriormente, a escultura no final do, por volta de 1885. Os pintores mais consagrados desta época foram: Vincent van Gogh, Paul Gauguin e Paul Cézanne. O pós-impressionismo designa-se por um grupo de artistas e de movimentos diversos onde se seguiram as suas tendências para encontrar novos caminhos para a pintura. Estes, acentuaram a pintura nos seus valores específicos – a cor e bidimensional idade. A maioria de seus artistas iniciou-se como impressionista, partindo daí para diversas tendências distintas. Chamavam-se genericamente pós-impressionistas os artistas que não mais representavam fielmente os preceitos originais do impressionismo, ainda que não tenham se afastado muito dele ou estejam agrupados formalmente em novos grupos. Sentindo-se limitados e insatisfeitos pelo estilo impressionista, alguns jovens artistas queriam ir mais além, ultrapassar a Revolução de Manet. Aí se encontra a génese do novo movimento, que não buscava destruir os valores do grande mestre, e sim aprimorá-los. Insurge-se contra o impressionismo devido à sua superficialidade ilusionista da análise à realidade. Os pintores mais consagrados desta época foram: Vicent Van Gogh, Paul Gaugain, Henri de Toulouse-Lautrec, Paul Cézanne, Odilon Redon, Georges Seurat, Eliseu Visconti. VAN GOGH Van Gogh salientou os traços grosseiros das mãos e das faces dos trabalhadores da terra. Em busca de intensidade dramática, explorou a potencialidade expressiva dos tons escuros, da luminosidade barroca e do pincel nervoso. Tais características seriam transformadas radicalmente a partir de sua ida a Paris, no mesmo ano. 18 Realizou diversos estudos para esse quadro, pintando cerca de quarenta cabeças de camponeses e desenhando diversas partes da composição. Foi sua primeira pintura composta por um grupo de personagens. Os camponeses, em torno da mesa, compõem uma cena fraterna, mas solidária. É o retrato de uma vida sofrida e árdua, tanto no trabalho diurno quanto no descanso noturno. Para van Gogh, a escuridão também era cor. Ele trabalhou as sombras com azuis que, junto ao interior pouco iluminado pelo lampião, dão um aspecto frio ao ambiente. Imagem 13. A noite estrelada 1889 , Vincent Van Gogh Liberta-se de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista arbitrário. Van Gogh apaixona-se pelas cores intensas e puras sem nenhuma matização, pois têm a função de representar emoções. Cores fortes e linhas retorcidas, deformação proposital da realidade. O céu mostra uma avassaladora turbulência e a noite envolve tudo. Tudo está em movimento ondulante. Essa tela foi pintada de memória, durante o dia, enquanto o pintor estava internado num sanatório, olhando pela janela… O fulgor do cipreste que sobe aos céus parece chamas, na busca da transcendência da alma humana. As estrelas que explodem resplandecem libertas de seu sentido original, causando-nos uma experiência estética que nos obriga vê-las diferentes. Elas parecem, assim como a lua, explodir de energia. 19 Nossos sentidos, ao olhar a obra, parecem estar despertos para o diferente, levando- nos a outras dimensões. O cipreste escuro compensa o brilho da lua no canto oposto, dando equilíbrio e não nos deixa sair das dimensões do quadro, fazendo um contraponto com a torre da aldeia. A forma dos objetos determina o ritmo das pinceladas, um ritmo alucinado e ondulante, indicador de emoção, determinação e força. Segundo Van Gogh, a noite é mais viva e mais ricamente colorida que o dia. Observar a tela é sentir como se alguém quisesse comungar com a natureza todo seu estado interior, deixando-se levar pelo infinito e buscando explicação para esse borbulhar de emoções que constantemente parece estar aprisionado dentro de um corpo que não consegue conter o que de fato lhe vai na alma. A sensação que temos é que, tranquilidade e ternura estão presentes na aldeia por meio da presença humana e nos leva a perceber o contraste das casas humildes com o movimento efervescente das estrelas, que carregam junto de si a lua quarto minguante para o mesmo ondular, obrigando-a a fazer parte de um jogo alucinante e vertiginoso. A tela dá-nos a sensação de movimento constante. PAUL CÉZANNE Cézanne também pintou o género de Paisagem, pelo contato que teve com o Impressionismo, época em que começou a pintar ao ar livre. Morou em várias cidades, mas preservou seus vínculos subjetivos com Aix-en-Provence. Trabalhou nos arredores, na região de Provence. A montanha de Saint Victoire, que ficava perto de sua casa, exerceu grande influência no artista. Ele pintou (desenhos e pinturas) a montanha cerca de 60 vezes. 20 Imagem 14, A montanha de Saint Victoire A concepção de usar a cor como modeladora de formas, procedimento da fase madura do artista, está presente de forma exemplar em A Montanha de Saint Victoire. Nela, o artista edificou a paisagem de forma arquitetônica. Aplicou a tinta em pequenas partes que se encontram em amplas áreas de cor, e elas constroem as figuras e estruturam a composição. Cada parte tem uma função na composição, por exemplo, a profundidade é sugerida pelas variações tonais e de cor. O mesmo ocorre com as formas. A montanha distingue-se e descola-se do céu graças às diferenças entre os azuis. À frente dela, abre-se uma superfície na qual, ao mesmo tempo em que a cor se mostra fragmentada, o colorido integra-se em um todo plenamente articulado. No céu, chega um pouco do verde da vegetação, e os seus cinzas e azuis espalham-se pela montanha. A pintura de Cézanne é uma elaboração bastante consciente. Ele observou e pensou o mundo para criar uma nova imagem a partir dele. Deu forma a uma nova configuração visual para a pintura, não mais baseada no naturalismo, na imitação do mundo, ou somente na realidade externa. A busca de novas soluções formais já está presente no Impressionismo, assim como o abandono da intenção ilusória da imagem. Porém, é na síntese e no equilíbrio entre a sensação visual e a consciência objetiva daquilo que o olho vê que Cézanne realiza sua arte e diferencia-se dos impressionistas. 21 O artista deixa vazar algo que escapa o olhar objetivo, um sentimento de frescor, a densidade do espaço representado. Talvez isso se deva à rapidez e espontaneidade que a pintura ao ar livre exige. Cézanne, mesmo decompondo a paisagem com suas pinceladas amplas e recorrentes, abarca outros elementos do seu tema - como uma certa emotividade luminosa, ou o ritmo do ambiente natural - que vivenciou na relação que manteve com o este amplo modelo. Imagem 15 Paul Cézanne, The Basket of Apples Para criar suas naturezas-mortas, Cézanne estudava atentamente a disposição dos objetos que iria pintar. Apesar desse cuidado, a ordenação dos elementos resulta despretensiosa, como neste quadro Natureza-morta com maçãs e laranjas. O artista não pretendeu realizar uma representação naturalista, mas propositadamente expressou-se pelo artificialismo da própria pintura. Cézanne não utilizou o mesmo ponto de vista para construir a perspectiva e preencher o espaço da tela, como ocorre na perspectiva científica. Esse conceito de ponto de vista múltiplo atingirá sua plenitude no Cubismo. Mas, já aqui, a distorção resultante reforça o entendimento de que existe uma grandedistância entre realidade e visão, entre o objeto e a imagem criada a partir dele, questão já levantada pelo Impressionismo. 22 Nesse quadro, as maçãs e laranjas são simplificadas em formas esféricas, definidas pela cor. Basicamente o amarelo e o vermelho modelam a fruta, tornando forma e cor uma única coisa. Assim, em vez da maçã ser uma forma colorida, a cor é usada para formar a imagem da fruta. Uma famosa frase do artista sintetiza seu pensamento sobre a cor: “Quand la couleur est à sa richesse la forme este à sa plenitude”, ou seja, “quando a cor atinge sua riqueza, a forma atinge sua plenitude”. Cézanne incorpora a luz na cor, uma abordagem da iluminação nova na época de Cézanne. Para ele, o volume das formas não depende mais do claro-escuro tradicional. São as cores as responsáveis pela sensação de avanço e recuo das superfícies, como vemos nas frutas desta imagem. Os tecidos, toalhas e cortinas dão um vigor especial ao conjunto, suas dobras criam uma sucessão de planos que se articulam uns com os outros e dão solidez à composição. Cézanne resgatou o género de pintura de natureza-morta, que havia sido abandonado no século XIX. Diferente das obras do início deste género, durante o período barroco, que, juntamente com as chamadas pinturas de género, visavam abordar o quotidiano da classe média em ascensão, Paul Cézanne encontrava na natureza-morta óptimas condições para desenvolver seu trabalho, na medida em que tinha maior liberdade de interação com o seu modelo. Diz-se que, muitas vezes, o tempo que o artista levava para realizar uma destas obras era tão prolongado que as frutas chegavam a apodrecer. 8.SIMBOLISMO: O simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, teatro e literatura. Surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Naturalismo e ao Realismo. Oficialmente, o simbolismo só teve início em 1886, com a publicação, no suplemento literário do jornal parisiense Le Figaro, do manifesto de Jean Moréas, poeta francês. 23 Imagem 16,Jean Moreas O manifesto declarava que o simbolismo, na radical oposição ao positivismo, ao realismo e ao naturalismo, era um movimento idealista e transcendente, contrário às descrições objetivas, à ciência positiva e ao intelectualismo. O principal órgão da escola foi o Mercure de France, fundado em 1889 e de imediato reconhecido como a primeira revista literária do mundo. Os representantes da primeira fase do movimento, sob influência direta de Baudelaire e Poe, postulavam também a simultaneidade da criação poética e da criação cósmica. Reclamavam para o artista a condição de intérprete de uma simbologia universal, a ser apreendida por intuição e expressa por alusões ou sugestões, e não pela lógica. O simbolismo nas artes plásticas, tal como na poesia, apresentava forte misticismo e referências ao oculto. Procurava diminuir o hiato entre o mundo material e o espiritual. Os pintores deveriam expressar, através de imagens, esses temas e essa visão de mundo, desenvolvidas pelos poetas simbolistas em sua linguagem. 24 Imagem 17. CRISTO AMARELO – PAUL GAUGUIN Paul Gauguin-Cristo Amarelo, 1889. 92x73cm Essa obra (1889) é uma das mais famosas pinturas de Paul Gauguin. Nela, o artista retrata o Calvário de uma aldeia perto de Pont-Aven, rodeado de bretões curiosamente representados. A paisagem da Bretanha, sob o pincel de Gauguin torna-se mais colorida: o Cristo e a paisagem são amarelos e as copas das árvores avermelhadas. As cores estendem-se planas e puras sobre a superfície quase decorativamente. O uso arbitrário das cores opõe-se ao naturalismo. Gauguin pintou muitos auto- retratos; aqui o rosto de Cristo tem a sua fisionomia. 25 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Arte, ciência e literatura no século XIX. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/arte-ciencia-literatura-no-seculo- xix.htm> Acesso em: 15 Ago 2016 Realismo. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/literatura/realismo.htm> Acesso em 14 Ago 2016 O Romantismo. Disponível em: <http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=404> Acesso em: 15 Ago 2016 Naturalismo. Disponível em: <http://www.infoescola.com/literatura/naturalismo/> Acesso em 13 Ago 2016 Simbolismo. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/simbolismo.htm> Acesso em 12 Ago. 2016 Arte no século XIX - Correntes Artísticas. Disponível em: <http://hist8alfandega.blogspot.com.br/2010/05/arte-no-seculo-xix-o-seculo-xix-na.html> Acesso em 15 Ago 2016 Historiografia da arte no século XIX. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/edital18/historiografia-da-arte/?pg=seculo- xix> Acesso em 14 Ago. 2016 Liberalismo econômico. Disponível em: <http://www.infoescola.com/economia/liberalismo- economico/> Acesso em 13 de Ago. 2016 Século XIX. Neoclassicismo. Disponível em: <http://fabricadeideiassenai.xpg.uol.com.br/tema5.htm> Acesso em 10 de Ago 2016 Romantismo | Naturalismo | Realismo| Impressionismo | Neo Impressionismo | Pós- Impressionismo | Simbolismo | Sintetismo . Disponível em: <http://arteehistoriaepci.blogspot.com.br/2011/10/m8-romantismo-naturalismo-realismo.html > Acesso em 13 Ago 2016 26 Realismo. Principais autores e obras. <http://www.lendo.org/o-realismo/> Acesso em 10 de Ago. 2016 Lorenzo Bartolini. Disponível em: <http://sabercultural.com/template/escultores/Bartolini- Lorenzo.html> Acesso em: 14 de Ago. 2016
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