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Direito Constitucional III (Matutino) - Resenha Aula 3 
Estéfany Tomé
O sistema de Controle de Constitucionalidade Brasileiro deriva dos acima estudados: do Americano e do Austríaco. Todavia, o direito constitucional pátrio sofreu gradativas evoluções até chegar ao cenário atual. Importante remetermos a uma breve noção histórica, possibilitando uma maior compreensão acerca do tema proposto. Na constituição de 1824 (Constituição Política do Império), sequer previa o controle de constitucionalidade pelo Poder Judiciário, Momento em que foi introduzida a república no Brasil. A competência foi atribuída ao Poder Legislativo, porém ficava inerte diante da onipotência do Poder Moderador, que era delegado ao Imperador para velar sobre a manutenção da independência, equilíbrio e harmonia dos demais poderes.
Em 1891 foi adotado pela constituição Republicana, O controle jurisdicional de constitucionalidade, influenciado pelo direito norte-americano. Onde tratava do controle difuso de constitucionalidade. Extinguiu-se o Poder Moderador, e atribuiu-se ao Poder Judiciário, a competência para averiguar a constitucionalidade de lei, porém apresentava deficiências, pois propiciava um estado de incerteza no direito e uma pletora de demandas judiciais, que congestionavam as vias judiciais ordinárias, já que as decisões sobre a constitucionalidade das leis proferidas pelos juízes e tribunais operavam somente inter partes.
Já na constituição de 1834, manteve-se o controle difuso, com algumas mudanças, das quais, o quórum de votação sobre as inconstitucionalidades de lei, onde só por maioria absoluta de votos da totalidade dos seus Juízes, poderão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato do Poder Público. E também na intervenção representativa, onde o STF, por provocação do Procurador Geral da Republica, poderia declarar inconstitucionalidade estadual, caso de ação própria, tendo certo distanciamento do direito difuso norte-americano, com alguns vestígios do modelo concentrado.
Diferentemente das outras constituições de aspecto republicano, a constituição de 1937, adveio de um Estado Ditatorial, que concentrava o Poder nas mãos do Executivo, a inconstitucionalidade de uma lei que, a juízo do Presidente da República, seja necessária ao bem-estar do povo, à promoção ou defesa de interesse nacional, poderá o Presidente da República submeter novamente ao exame do Parlamento. O Legislativo poderia reformar a decisão do Supremo Tribunal Federal acerca da inconstitucionalidade de lei. Tinha como modelo o controle difuso com certa regressão, e deixou de existir a representação interventiva, e o senado não atribuía mais efeitos erga omnes á declaração dada pelo STF, tendo como um grande retrocesso no controle constitucional.
Em 1946 a constituição trouxe a recomposição do controle judicial de constitucionalidade, mantendo sistema difuso, e introduzindo o controle abstrato. Foi extinto a intervenção da PGR, tendo somente autonomia o STF para comunicar o senado acerca das decisões de inconstitucionalidade. Na constituição de 1967, manteve o controle de constitucionalidade misto entre o controle difuso e abstrato, com pequenas mudanças, tendo a ampliação da representação interventiva para a garantia a execução de lei Federal. Estabeleceu competências entre a União, Estados e Municípios; E também prescreveu competência ao STF para analisar pedidos de medidas cautelares dadas pela PGR. 
Em 1988, foi promulgada nossa atual constituição, que consolidou o sistema misto, tendo maios apreciação ao sistema concentrado. Diante de toda evolução, o Brasil adotou um sistema de controle repressivo, predominantemente judicial, de controle misto, que abrange o controle abstrato (via de ação), e o difuso (incidental ou via de execução). Atualmente o STF e STJ tem força vinculante (Erga Omnes). De competência de Recurso Extraordinário, o STF dispõe das matérias constitucionais, ditado no art. 102 CF. E ao STJ, com competência de Recurso Especial, no art. 105 CF, dispondo de matérias infraconstitucionais. Houve a criação de instrumentos de controle de constitucionalidade tanto na forma difusa, com o Mandado de Injunção (usado por qualquer cidadão prejudicado por omissões na legislação) (MI), quanto na forma concentrada, com a Ação Direta de Inconstitucionalidade. Assim a Carta permitiu a declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia da nulidade de uma determinada norma. O mandado de injunção permite que o Judiciário, de forma geral, e o STF, em particular, “supra, preencha as omissões atribuíveis aos outros poderes da República, omissões inconstitucionais”. 
Referencia:
BARROSO, Luís Roberto. O Controle de Constitucionalidade No Direito Brasileiro. São Paulo, Saraiva, 2014.

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