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Plano de Aula: Ouro, conjuração e ideias emancipatórias: o contexto do período pré-independência HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CCJ0105 Título Ouro, conjuração e ideias emancipatórias: o contexto do período pré-independência Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 3 Tema Ouro, conjuração e ideias emancipatórias: o contexto do período pré-independência. Objetivos O aluno deverá ser capaz de: - Compreender a correlação existente entre a perda de valor econômico do açúcar no mercado internacional e o processo de interiorização da Colônia; - Relacionar o processo de interiorização do processo colonizador com a chamada Era do Ouro e esta com o incipiente processo de urbanização na Colônia e com a consequente mudança do perfil da ocupação; - Perceber os movimentos revoltosos como consequência direta da excessiva carga fiscal imposta aos colonos pela Coroa Portuguesa. - Relacionar o processo de busca pela autonomia política do Brasil e o desgaste do sistema de controle imposto pela Metrópole, com restrições e altos impostos. - Entender os efeitos da Lei da Boa Razão (1769), no contexto das reformas pombalinas e do ideário iluminista, que influenciaram a realidade jurídica na colônia e, posteriormente, no Brasil independente. Estrutura do Conteúdo O conteúdo a ser ministrado será aquele estabelecido pelo Livro Didático de História do Direito no Brasil (págs. 28-48). Mineração: a "Era do ouro". Embora a descoberta de ouro desde sempre tivesse sido um objetivo de Portugal, a Chamada Era do Ouro acabou por ser uma consequência indireta da crise vivenciada pela economia açucareira brasileira. A prosperidade dos engenhos açucareiros nas colônias holandesas, francesas e inglesas da América Central levaram à crise do sistema açucareiro brasileiro e isso alterou bastante o panorama do processo colonizador e, por consequência do panorama socioeconômico da colônia, conforme será analisado no decorrer da aula. Porém, já adiantamos algumas dessas mudanças: - o enorme crescimento demográfico do país, principalmente nas regiões auríferas; - o estabelecimento de um comércio/mercado interno, uma vez que os produtos produzidos na colônia não eram mais apenas para exportação como ocorria com o açúcar e o tabaco do nordeste, mas também para suprir as necessidades dos novos habitantes; - o desenvolvimento de uma classe média composta por artesãos, artistas, poetas e intelectuais que contribuíram para o grande desenvolvimento cultural do Brasil naquela época. - A questão dos impostos (abusivos) cobrados pela Metrópole no âmbito da produção aurífera que, se por um lado equilibra as combalidas finanças portuguesas, por outro lado, propiciará inúmeros conflitos entre metrópole e colônia. A administração pombalina e a Lei da Boa Razão Figura importante na história portuguesa, o Marques de Pombal influenciou a administração do Brasil e teve importante papel na reformulação da estrutura judiciária, tanto na metrópole quanto na colônia. Entre seus feitos estão a criação de Companhias de comércio do Maranhão e Grão Pará e a de Pernambuco e Paraíba aproveitando-se do momento econômico mundial favorável, na esteira da Revolução industrial inglesa, para dinamizar a produção e o comércio de açúcar e algodão. No plano jurídico instituiu o Tribunal da Relação no Rio de Janeiro. A Lei da Boa Razão, criada por ele, possuía um caráter modernizador que restringia o uso do direito romano e das interpretações dadas a este pelos juristas medievais, como Acúrsio e Bartolo. Os movimentos de rebelião Alguns movimentos evidenciaram a existência de fissuras na relação colônia/metrópole, principalmente a partir do final do Século XVII. Essas rebeliões eram geralmente motivadas por questões de ordem econômica, mas expressavam um descontentamento da população da colônia (...) em razão do excessivo controle da metrópole sobre as províncias coloniais. Nessa linha, encontram-se a Revolta de Beckman (1684) no Maranhão, a Guerra dos Emboabas (1708) em Pernambuco; Guerra dos Mascates (1707) em Pernambuco, Revolta de Felipe dos Santos (1720) em Vila Rica, mas principalmente, e com maior destaque, pela importância que tiveram, a Conjuração Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 (também conhecida como Conjuração dos Alfaiates). Em todos esses movimentos explicita-se a crise na relação entre colônia e metrópole e um crescente sentimento de identificação e pertencimento dos habitantes com seus núcleos coloniais. A transferência da corte portuguesa para as Américas, ou o início do processo de ?interiorização da metrópole?. A chegada da Corte portuguesa ao Brasil, no contexto de disputa pela hegemonia europeia entre a França napoleônica e a Inglaterra, gerou consequências incontornáveis no status da colônia. A instalação da Corte no Rio de Janeiro teve por consequência imediata a abertura dos portos às nações amigas, o que significou a quebra do pacto colonial, que sobrevivera por mais de 300 anos. Além disso, as muitas realizações de promovidas por D. João (criação do Banco do Brasil, Jardim Botânico, Teatro Real, Imprensa Régia, Escola Médica, etc.) foram configurando um novo perfil à antiga cidade colonial, que buscava, assim, o status de cidade imperial. Aplicação Prática Teórica Sabemos que as cláusulas pétreas são dispositivos constitucionais ligados à proteção de uma esfera mínima de direitos e garantias do cidadão (Art. 60 § 4º inciso IV da CF/88). Entre elas destaca-se a vedação de penas desumanas ( art. 5º Inciso III da CF/88) que explicita a proteção da vida e da integridade física, psíquica e moral do indivíduo. A partir de uma perspectiva histórica, sabemos também que as leis são o reflexo de uma época, de um tempo, e que surgem de uma demanda social e política, de uma realidade que impulsiona as mudanças e, portanto, o nascimento e a existência de novas leis. Voltando ao século XVIII, por exemplo, o juiz que conduziu o processo que condenou Tiradentes por participação na Conjuração Mineira, aplicou penas que faziam parte de uma realidade jurídica que integrava a sociedade daquela época Tendo em vista essa reflexão, podemos afirmar que a concepção de proteção à integridade física do indivíduo é uma ideia constante na cultura jurídica, presente nas terras brasileiras, desde da colonização portuguesa? a) Responda esta pergunta e justifique seu posicionamento. b) Cite a legislação e as penas existentes na América portuguesa que exemplifiquem sua resposta. Dê ao menos um exemplo referente às penas previstas para seus respectivos crimes.
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