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Resenha: O Espaço Urbano - Lobato Corrêa

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PIAUÍ 
DIRETORIA DE ENSINO SUPERIOR 
GERÊNCIA ENSINO DE NÍVEL SUPERIOR 
COORDENAÇÃO DE GEOMÁTICA E MEIO AMBIENTE 
DISCIPLINA: PLANEJAMENTO URBANO 
PROFESSORA: RENATO SÉRGIO 
CURSO: GESTÃO AMBIENTAL 
MÓDULO: V 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O ESPAÇO URBANO 
 
 
 
 Emanoele Lima Abreu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresina, 2010.1 
1. Informações sobre o autor 
 
Roberto Lobato Corrêa exerceu a função de pesquisador no 
Departamento de Geografia do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística) no período de 1959 a 1993 e atualmente é professor do 
Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 
onde atua desde 1971. Em sua vasta produção, publicou vários artigos em 
diversas revistas de âmbito geográfico. Foi o organizador de alguns livros e 
escreveu ainda três pequenos manuais (a rede urbana, o espaço urbano e região e 
organização espacial) que são de fundamental importância para o entendimento 
do espaço geográfico. Os congressos e encontros de geógrafos têm sido 
coroados com sua participação e suas pesquisas, que vêm sendo de fundamental 
importância para o avanço da ciência geográfica brasileira. 
 
2. Resumo da obra 
 
O que é o espaço urbano? 
 
O espaço urbano é composto por um complexo de usos da terra, 
próximos entre si. É fragmentado em diversas áreas: centro da cidade, áreas 
industriais e áreas residenciais (divididas no aspecto socioeconômico). 
Esses fragmentos são articulados, pois entre eles ocorrem relações 
espaciais: fluxo de veículos e de pessoas, circulação de investimentos, operações 
de carga e descarga de mercadorias, deslocamentos quotidianos (trabalho, escola 
e etc.) e deslocamentos menos freqüentes (idas ao cinema, shopping, cultos, 
missas e etc.) Pode-se dizer que o espaço urbano é um reflexo da sociedade que 
nele vive. Um exemplo são as áreas residenciais, pois essas são segregadas, 
refletindo a estrutura social em classes, criando a desigualdade social. Tal 
desigualdade é uma característica intrínseca da forma econômica que é o 
capitalismo. O espaço urbano é mutável e é um fator condicionante da 
sociedade. Esse condicionamento se dá através de obras estruturais. A existência 
de estabelecimentos industriais e comerciais constitui fatores de 
desenvolvimento da economia de uma sociedade. Mas o homem, não se resume 
a esses aspectos, ele também é um ser simbólico, isso porque tem crenças, 
valores, mitos e a capacidade de atribuir símbolos. 
 
Quem produz o espaço urbano? 
 
A ação de agentes sociais leva a um constante processo de reorganização 
espacial: incorporação de áreas, renovação urbana e etc. São esses agentes 
sociais aqueles que visam a apropriação de uma renda a partir da terra: 
Proprietários dos meios de produção (principalmente os grandes industriais), 
proprietários fundiários, promotores imobiliários, o Estado e grupos sociais 
excluídos. 
Apesar de interferir nos processos ambientais e transgredir as legislações 
vigentes, grupos de grande influência sobre o Estado conseguem 
regulamentarizar juridicamente sua atuação. O autor explica como podem 
ocorrer essas transgressões, citando alguns exemplos, como por exemplo a 
construção de obras de infra-estrutura pelo Estado (por exemplo, uma estrada) 
que vá valorizar as terras localizadas próximas a ela. 
 
 
 
 
Processos e formas espaciais 
Na cidade capitalista a prioridade é acumulação de capital e a reprodução 
social. 
Processos espaciais são forças atuantes ao longo do tempo, realizadas 
pelos agentes modeladores do espaço, e que permitem que os processos sociais 
originem as formas espaciais. 
Tais processos espaciais são responsáveis imediatos pela organização 
espacial desigual e mutável da cidade capitalista. Esses processos são de 
natureza social, isso por que é uma forma da sociedade transformar sua estrutura 
social. 
Os processos sociais e suas respectivas formas são: 
� Centralização e Área central; 
� Descentralização e os Núcleos secundários; 
� Coesão e as Áreas especializadas; 
� Segregação e as Áreas sociais; 
� Dinâmica espacial da segregação; 
� Inércia e as Áreas cristalizadas. 
Apesar de serem divididos, para só então serem caracterizados, os 
processos espaciais são complementares entre si. 
Para um melhor entendimento serão usadas como exemplo a 
Centralização e a Área central e a Segregação e Áreas sociais. 
 
Centralização e Área central 
A área central constitui-se o foco principal da cidade, e até mesmo das 
cidades satélites. É nessa área que se concentram as principais atividades 
comerciais, de serviço, de gestão pública e privada, e os terminais de transporte 
interregionais e intraurbanos. É geograficamente localizável pela verticalização, 
intenso tráfico de carros e pessoas e pontos comerciais. 
O surgimento da área central vem da Revolução Industrial e, com ela, a 
ampliação das ferrovias. Ao lado dos terminais, as atividades voltadas ao mundo 
exterior começaram a se estabelecer. A proximidade com os terminais 
ferroviários significava que não haveria gastos do transporte do material até esse 
ponto. 
Por se tratar de terrenos mais próximos, ou mesmo localizados na área 
central e por suas vantagens locacionais, o preço passou a ser mais elevado. Sem 
dúvida, a localização central é importante para a competição capitalista. 
O processo de centralização, ao criar a área central, a segmentou em dois 
setores: o núcleo central e a zona periférica. 
As principais diferenças desses dois setores: uso do solo, crescimento 
horizontal, concentração de pessoas e tráfico de carros. 
O núcleo central apresenta ampla escala vertical, pois trata-se de uma 
área de uso intenso do solo, com um limitado crescimento horizontal. 
A zona periférica possui ampla escala horizontal, apesar do limitado 
crescimento horizontal, em virtude das novas indústrias e empresas. 
Segregação e as Áreas sociais 
A segregação residencial nada mais é que a divisão social do espaço. 
As áreas sociais são áreas que tem em comum a uniformidade da 
população. Essa uniformização ocorre através de três características: status 
socioeconômico, grau de urbanização e etnias (mais comum em pais como os 
Estados Unidos, que possui um grande histórico de segregação racial). 
A segregação residencial é resultado da existência de classes sociais. 
Cada grupo social tem que pagar pela residência que ocupa. As áreas 
residenciais de classe média e alta estão, geralmente, localizadas nas zonas 
periféricas, possuindo toda a infraestrutura para sua mobilidade, priorizando os 
carros em detrimento dos transportes coletivos. 
Sem dúvida o Estado tem seu papel na segregação residencial. Isso pode 
ocorrer de forma direta, quando o próprio estado constrói habitações. Essas são 
chamadas de “populares”, ou seja, com infraestrutura básica ou inexistente: ruas 
sem calçamento, transporte coletivo precário, segurança pública fraca, ausência 
de escolas nas proximidades e etc. 
A segregação da classe dominante está cada vez mais presente, com a 
existência de condomínios fechados. Esses são uma espécie de bairros luxuosos, 
com muros e sistema próprio de vigilância, dispondo de áreas de lazer e certos 
serviços comerciais exclusivos. 
Os processos de segregação forame pesquisados por alguns estudiosos, 
criando-se, então, padrões de segregação residencial. 
� Esquema de Kohl 
 
Kohl generalizou a maneira como os grupos sociais estavam 
dispostos nas cidades da Europa continental, numa época pré-
industrial. Nesse padrão a elite estava localizada no centro 
enquanto os demais grupos se dispunham na periferia, ou seja, 
quanto mais elitizado, mais próximo do centro da cidade. 
� Esquema de BurgeesEsse padrão está fundamentado com base nas grandes cidades 
norte-americanas da década de 1920. Ele generalizou que as 
classes mais podres estavam localizadas na área central, enquanto 
os bairros de classe média e alta ficavam no subúrbio. 
 
� Esquema de Hoyt 
O esquema de Hoyt, apresentado no final da década de 1930, 
dizia que os bairros se dispunham não em círculos, ao entorno do 
centro, mas sim na forma de setores. Ele se baseia na tendência 
auto-segregativa da população de alto-status, que se expande ao 
longo de um eixo de circulação que corta as melhores áreas. A 
partir da sua área, vão se estabelecer os demais grupos. 
As cidades, como já foi dito, são intensamente modeláveis pela sociedade 
que nela vive. As áreas, residenciais ou não, podem passar um longo tempo sem 
modificações e de repente mudar. O que se percebe hoje em dia é que os bairros 
de elite, localizados nas áreas mais centrais, estão sendo abandonados por essa 
população. O fator “qualidade de vida” está contando muito mais nos dias de 
hoje, sem dúvida a facilidade de deslocamento faz parte dessa mudança. 
Um evento semelhante foi observado em alguns bairros cariocas, de 
classe baixa, localizados próximos às praias. Pouco tempo depois se observou 
um intenso aumento dos preços dos imóveis. Sem dúvida as obras de 
infraestrutura, promovidas pelo Estado, favoreceram essa valorização. 
O estudioso Yujnovsky afirma que as cidades latino-americanas 
passaram pelos três processos acima citados, em diferentes períodos da sua 
história. 
3. Conclusões 
 
O autor se baseia, principalmente, na Escola de Chicago. A Escola de 
Chicago foi a primeira a formular os estudos urbanos tendo a Cidade como 
objeto. A Universidade de Chicago foi fundada em 1895 a partir de uma grande 
doação feita por John D. Rockefeller; começou com um pequeno número de 
professores, um deles, Albion Small, foi o primeiro professor de sociologia e 
chefe do primeiro Departamento de Sociologia dos Estados Unidos, como 
muitos dos primeiros sociólogos americanos, era pastor protestante, do tipo 
interessado na reforma social, voltado para o equacionamento dos problemas 
sociais que afligiam as grandes cidades americanas. 
O livro traz uma temática interessante tanto para um cidadão interessado 
em entender a dinâmica da cidade onde vive, como para estudiosos das áreas que 
envolvem a sociedade e o home, ou até mesmo um arquiteto ou engenheiro. 
Como surgem os bairros? E o núcleo central da cidade? Por que estão dispostos 
dessa maneira os bairros de minha cidade? É claro que cada cidade tem seu 
histórico de ocupação e urbanização próprias. Mas algumas características são 
comuns à maioria das cidades. 
O autor apresenta o tema de forma lógica e sistematizada, apresentando 
um retrospecto histórico para que se possam entender os processos que ocorrem 
em nosso quotidiano. 
Ao falar do surgimento das áreas centrais, o autor não citou os burgos, 
locais especializados no comércio de produtos agropecuários, artesanais, entre 
outros, característico da Idade Média. Primeiro, a família dos comerciantes, 
depois as demais populações passaram a se estabelecer próximos a eles, 
transformando-os em centros comerciais. Esse processo foi importante, sem 
dúvida, para a descentralização dos feudos.

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