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AULA 01 PRATICA TRABALHISTA

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CURSO DE PRÁTICA TRABALHISTA 
Prática Trabalhista – Aula 01 
Aryanna Manfredini 
1 
1. RECURSOS CABÍVEIS NO PROCESSO DO TRA-
BALHO 
 
As decisões proferidas na Justiça do Trabalho admitem 
os seguintes recursos: RO – Recurso Ordinário, RR – 
Recurso de Revista, EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, 
EMBARGOS AO TST, AGRAVO DE PETIÇÃO, 
AGRAVO E AGRAVO DE INSTRUMENTO. Além des-
ses, o pedido de revisão. 
 
O art. 893 da CLT dispõe os recursos cabíveis no Pro-
cesso do Trabalho. Observe: 
 
Art. 893, CLT. Das decisões são admissíveis os seguin-
tes recursos: I – embargos; II – recurso ordinário; III – 
recurso de revista; IV – agravo. 
 
2. PROCESSAMENTO DOS RECURSOS 
 
O recurso é interposto perante o juízo que proferiu a de-
cisão recorrida (a quo), o qual verificará se estão pre-
sentes os pressupostos recursais. Em caso afirmativo, 
o juízo receberá o recurso e o recorrido será notificado 
para apresentar contrarrazões, “em igual prazo ao que 
tiver tido o recorrente”, nos termos do art. 900 da CLT. 
 
Art. 900, CLT. Interposto o recurso, será notificado o re-
corrido para oferecer as suas razões, em prazo igual ao 
que tiver tido o recorrente. 
Após a apresentação das contrarrazões, caso o juízo a 
quo mantenha sua decisão acerca do recebimento do 
recurso, encaminhará o recurso ao Tribunal competente 
para julgá-lo. 
No Tribunal, o recurso será distribuído ao relator, que 
verificará mais uma vez a presença dos pressupostos 
de admissibilidade do recurso. Caso todos estejam 
presentes o recurso será conhecido, dando o relator 
seguimento ao recurso. 
 
3. DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS 
As decisões interlocutórias, no Processo do Trabalho, 
são irrecorríveis de imediato. O artigo 893, §1º da CLT 
determina que as decisões interlocutórias serão impug-
nadas somente por meio de recurso de uma decisão de-
finitiva. 
 
Art. 893, § 1º, CLT. Os incidentes do processo são re-
solvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a 
apreciação do merecimento das decisões interlocutórias 
somente em recurso da decisão definitiva. 
 
4. RECURSO ADESIVO 
 
Muito embora seja cabível no Processo do Trabalho, a 
CLT não trata do recurso adesivo, sendo, portanto, apli-
cável o artigo 997 e seguintes do NCPC. 
Podem ser interpostos de forma adesiva: o recurso or-
dinário, o recurso de revista, os embargos ao TST e o 
agravo de petição (Súmula nº 283, TST). 
A possibilidade de interpor um recurso na sua forma 
adesiva exige, basicamente, dois requisitos: sucumbên-
cia recíproca e a interposição de recurso por uma das 
partes. 
O prazo para a interposição é o mesmo que a parte dis-
põe para responder o recurso principal (art. 997, § 2º, I, 
NCPC). 
Preenchidos os requisitos do recurso adesivo, o 
seu procedimento será o mesmo do recurso principal. 
O recurso adesivo é dependente do recurso principal, 
de forma que se o recurso principal não for conhecido 
ou se a parte desistir dele, o adesivo também não será 
processado (art. 997, III, NCPC). Ressalte-se que a 
parte recorrente poderá desistir do recurso a qualquer 
tempo, sendo desnecessária a concordância da parte 
contrária (art. 998, NCPC). 
 
5. PRESSUSPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 
Os pressupostos de admissibilidade são exigências le-
gais, que devem ser cumpridas, a fim de que seja ana-
lisado o mérito do recurso e devem ser preenchidos, to-
dos, sob pena de não conhecimento do recurso. 
Estes são subdivididos em: intrínsecos e extrínsecos. 
Os pressupostos de admissibilidade intrínsecos, 
também denominados subjetivos, são os ligados às par-
tes, sendo eles: 
• Legitimidade da parte (o recurso poder ser inter-
posto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado 
ou pelo Ministério Público); 
• Capacidade da parte (a parte deve demonstrar ca-
pacidade processual para interposição do recurso); 
• Interesse da parte (o processo deve ser útil para a 
parte que o interpõe). 
Os pressupostos de admissibilidade extrínse-
cos estão relacionados com o recurso, isto é, com o 
cumprimento das exigências previstas em lei para admi-
tir a interposição de determinado recurso. São eles: 
• Recorribilidade, 
 
 
 
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Prática Trabalhista – Aula 01 
Aryanna Manfredini 
2 
• Adequação, 
• Tempestividade, 
• Depósito Recursal, 
• Custas; e 
• Regularidade de Representação. 
Passa-se a análise detalhada do depósito recursal e das 
custas. 
 
a) Custas 
Na fase de conhecimento, as custas estão regulamen-
tadas no artigo 789 da CLT, enquanto na fase de exe-
cução, estão previstas no art. 789-A da CLT. 
Quanto às custas na fase de conhecimento tem-se: 
• serão recolhidas pela parte vencida; 
• serão recolhidas no importe de 2% (dois por 
cento) sobre o valor da condenação ou do acordo 
e, em regra, na falta, sobre o valor da causa, res-
peitado o limite mínimo de R$ 10,64 (dez reais e 
sessenta e quatro centavos). 
• serão recolhidas no prazo do recurso caso a parte 
vencida recorra e após o trânsito em julgado, caso 
não haja recurso (art. 789, § 1º, CLT). 
O recolhimento das custas é efetuado por meio de GUIA 
GRU. 
O reclamante beneficiário da justiça gratuita, mesmo 
que vencido, está dispensado do recolhimento das cus-
tas para interpor recurso. A massa falida também é 
isenta desse recolhimento (súmula 86, TST). 
Se as partes transigirem, as custas serão rateadas em 
partes iguais entre os litigantes, salvo se dispuserem de 
forma diversa (art. 789, § 3º, CLT). E, diante da extinção 
do processo sem resolução de mérito, o reclamante re-
colherá as custas processuais, no importe de 2% (dois 
por cento) do valor da causa (art. 789, II, CLT). 
 
Art. 789, CLT. Nos dissídios individuais e nos dissídios 
coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de 
competência da Justiça do Trabalho, bem como nas de-
mandas propostas perante a Justiça Estadual, no exer-
cício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao pro-
cesso de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por 
cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e 
sessenta e quatro centavos) e serão calculadas: 
I – quando houver acordo ou condenação, sobre o res-
pectivo valor; 
II – quando houver extinção do processo, sem julga-
mento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o 
pedido, sobre o valor da causa; 
III – no caso de procedência do pedido formulado em 
ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor 
da causa; 
IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz 
fixar. 
V – acima de 10 (dez) vezes o valor-de-referência regi-
onal, 2% (dois por cento). 
 
§ 1º As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito 
em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas 
serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do 
prazo recursal. 
§ 2º Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-
lhe-á o valor e fixará o montante das custas processu-
ais. 
§ 3º Sempre que houver acordo, se de outra forma não 
for convencionado, o pagamento das custas caberá em 
partes iguais aos litigantes. 
§ 4º. Nos dissídios coletivos, as partes vencidas respon-
derão solidariamente pelo pagamento das custas, cal-
culadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo Pre-
sidente do Tribunal. 
 
Observação: na fase de EXECUÇÃO as custas proces-
suais SEMPRE serão recolhidas pelo executado e seu 
valor será determinado pela tabela do artigo 789–A da 
CLT. 
 
Art. 789-A, CLT. No processo de execução são devidas 
custas, sempre de responsabilidade do executado e pa-
gas ao final, de conformidade com a seguinte tabela: 
I – autos de arrematação, de adjudicação e de remição: 
5% (cinco por cento) sobre o respectivo valor, até o má-
ximo de R$ 1.915,38 (um mil, novecentos e quinze reais 
e trinta e oito centavos); 
II – atos dos oficiais de justiça, por diligência certificada: 
 
a) em zona urbana: R$11,06 (onze reais e seis centa-
vos); 
b) em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais e treze 
centavos); 
 
III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (quarenta e quatro 
reais e vinte e seis centavos); 
IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro re-
ais e vinte e seis centavos); 
V – embargos à execução, embargos de terceiro e em-
bargos à arrematação: R$ 44,26 (quarenta e quatro re-
ais e vinte e seis centavos); 
VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinquenta e cinco re-
ais e trinta e cinco centavos); 
VII – impugnação à sentença de liquidação: R$ 55,35 
(cinquenta e cinco reais e trinta e cinco centavos); 
VIII – despesa de armazenagem em depósito judicial – 
por dia: 0,1% (um décimo por cento) do valor da avalia-
ção; 
IX – cálculos de liquidação realizados pelo contador do 
juízo – sobre o valor liquidado: 0,5% (cinco décimos por 
cento) até o limite de 
R$ 638,46 (seiscentos e trinta e oito reais e quarenta e 
seis centavos). 
 
Conclui-se que o recolhimento das custas é condicio-
nante para a interposição de recurso pela parte vencida. 
 
 
 
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3 
Caso ocorra inversão do ônus da sucumbência, a parte 
recorrente deve recolher custas para interpor recurso 
contra a decisão que inverteu a sucumbência? A res-
posta encontra-se na súmula 25 do TST: 
 
Súmula 25, TST. CUSTAS PROCESSU-
AIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. (alte-
rada a Súmula e incorporadas as Orientações Jurispru-
denciais nºs 104 e 186 da SBDI-1) - Res. 197/2015 - 
DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015 
I - A parte vencedora na primeira instância, se vencida 
na segunda, está obrigada, independentemente de inti-
mação, a pagar as custas fixadas na sentença originá-
ria, das quais ficara isenta a parte então vencida; 
II - No caso de inversão do ônus da sucumbência em 
segundo grau, sem acréscimo ou atualização do valor 
das custas e se estas já foram devidamente recolhidas, 
descabe um novo pagamento pela parte vencida, ao re-
correr. Deverá ao final, se sucumbente, reembolsar a 
quantia; (ex-OJ nº 186 da SBDI-I) 
III - Não caracteriza deserção a hipótese em que, acres-
cido o valor da condenação, não houve fixação ou cál-
culo do valor devido a título de custas e tampouco inti-
mação da parte para o preparo do recurso, devendo ser 
as custas pagas ao final; (ex-OJ nº 104 da SBDI-I) 
IV - O reembolso das custas à parte vencedora faz-se 
necessário mesmo na hipótese em que a parte vencida 
for pessoa isenta do seu pagamento, nos termos do art. 
790-A, parágrafo único, da CLT. 
 
b) Depósito recursal 
O depósito recursal tem natureza de garantia do juízo, 
portanto, só é realizado pelo reclamado e se este for 
empregador (art. 899, 4º, CLT). Ressalte-se que em-
pregado não efetua depósito recursal. 
A IN 27/2005 do TST estabelece no parágrafo único de 
seu artigo 2° que o depósito recursal também é exigido 
para as novas ações de competência da Justiça do Tra-
balho, nos moldes da CLT, logo o tomador dos serviços 
também deverá efetuar o depósito para a interposição 
de recurso, quando houver condenação em pecúnia e 
não se enquadrar em nenhuma das circunstâncias de 
isenções previstas em lei. 
 
Art. 2º, IN/TST 27/2005. A sistemática recursal a ser ob-
servada é a prevista na Consolidação das Leis do Tra-
balho, inclusive no tocante à nomenclatura, à alçada, 
aos prazos e às competências. Parágrafo único. O de-
pósito recursal a que se refere o art. 899 da CLT é sem-
pre exigível como requisito extrínseco do recurso, 
quando houver condenação em pecúnia. 
Os recursos que exigem o depósito recursal são: re-
curso ordinário, recurso de revista, embargos ao TST, 
recurso extraordinário e recurso ordinário em ação Res-
cisória. 
O reclamado depositará o valor da condenação ainda 
não depositado, até o limite do teto estabelecido pelo 
TST. 
Os tetos estabelecidos pelo TST a partir de 1° de agosto 
de 2013 são de R$ 8.183,06 para o RO e R$ 16.366,10 
para RR, ETST, REXT e recurso ordinário em ação res-
cisória. 
A Lei 12.275/2010 inseriu o § 7° no artigo 899 da CLT, 
passando a exigir depósito recursal para interposi-
ção do agravo de instrumento, no importe de 50% 
(cinquenta por cento) do valor do depósito de recurso ao 
qual se pretende destrancar. Ressalte-se, entretanto, 
que quando todo o valor da condenação já estiver de-
positado, nada mais poderá ser exigido a título de depó-
sito recursal. Assim, para apurar o valor a ser deposi-
tado devemos utilizar o seguinte raciocínio: 
O reclamado depositará o valor da condenação ainda 
não depositado até o limite de 50% do valor do depó-
sito do recurso trancado. 
 
Ressalte-se, entretanto, que a lei 13.015/2014 incluiu 
no art. 899 da CLT, o § 8º, estipulando uma hipótese 
em que não será necessária a realização do depósito 
recursal para interposição de agravo de instrumento. 
Trata-se do caso em que este recurso tiver a finali-
dade de destrancar recurso de revista que se insurge 
contra decisão que contraria a jurisprudência uni-
forme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstan-
ciada nas suas súmulas ou em orientação jurispru-
dencial. 
 
Observe os exemplos: 
 
Exemplo 1: Ao proferir a sentença o juiz atribuiu à con-
denação o valor provisório de R$ 18.183,06. O recla-
mado interpôs RO, depositando R$ 8.183,06 (o valor 
da condenação ainda não depositado até o limite do 
teto estabelecido pelo TST para o RO). O juiz do tra-
balho entendeu que o recurso era intempestivo, dene-
gando seguimento ao mesmo, o qual ficou trancado. 
Para destrancá-lo o reclamado interpôs agravo de ins-
trumento. Qual o valor a ser depositado? 
Depositaremos o valor da condenação ainda não depo-
sitado (R$ 10.000,00) até o limite de 50% do valor do 
depósito do recurso trancado (R$ 4.091,53 ). Deposita-
remos o valor menor, R$ 4.091,53. 
Observe, entretanto, o segundo exemplo: 
 
Exemplo 2: Ao proferir a sentença o juiz atribuiu à con-
denação o valor provisório de R$ 9183,06. O recla-
mado interpôs RO, depositando R$ 8.183,06 (o valor 
da condenação ainda não depositado até o limite do 
 
 
 
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4 
teto estabelecido pelo TST para o RO). O juiz do tra-
balho entendeu que o recurso era intempestivo, dene-
gando seguimento ao mesmo, o qual ficou trancado. 
Para destrancá-lo o reclamado interpôs agravo de ins-
trumento. Qual o valor a ser depositado? 
Depositaremos o valor da condenação ainda não depo-
sitado (R$ 1000,00) até o limite de 50% do valor do de-
pósito do recurso trancado (R$4.091,53). Depositare-
mos o valor menor, R$ 1000,00. 
Seguem suposições em que o depósito recursal é ine-
xigível: 
• O depósito recursal só será exigível quando houver 
condenação em pecúnia (súmula 161, TST). 
• A massa falida é isenta do depósito, bem como do 
recolhimento das custas processuais. Tal vanta-
gem, entretanto, não se aplica às empresas em li-
quidação extrajudicial. Nesse sentido é a súmula 
86 do TST. 
• Nos termos do art. Art. 1º, IV, do Dec. Lei 779/69, a 
União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios 
e suas respectivas autarquias e fundações públicas 
que não explorem atividade econômica estão dis-
pensadas da realização de depósito recursal. 
 
EM SÍNTESE: 
 
 
 
O beneficiário da justiça gratuita é isento de custas 
processuais, mas não está dispensado de realizar o 
depósito recursal, quando exigido, uma vez que este 
tem natureza de garantia do juízo. 
O prazo para efetuar o depósito recursal corresponde 
ao mesmo prazo do recurso, ou seja, 8 (oito) dias. A 
súmula 245 do TST assevera que eventual interposi-
ção antecipada do recurso não prejudica a dilação le-
gal, logo, a interposição do recurso, no terceirodia do 
prazo, por exemplo, não impede a realização e com-
provação do depósito até o oitavo dia do prazo. 
No caso do agravo de instrumento é diferente. Por 
força do disposto no art. 899, § 7º, da CLT, o depó-
sito deve ser realizado e comprovado no ato da in-
terposição do recurso. 
Quando o trabalhador estiver sujeito ao regime do 
FGTS, o depósito será realizado por meio da guia GFIP, 
sendo o valor destinado à sua conta vinculada ao FGTS. 
Caso, entretanto, o trabalhador não esteja vinculado a 
tal regime, o depósito será realizado na sede do juízo, 
ficando a disposição deste. Nesse sentido é a recente 
súmula 426, aprovada pelo Pleno do TST em maio de 
2011. Observe: 
 
SÚMULA Nº 426, TST. DEPÓSITO RECURSAL. UTILI-
ZAÇÃO DA GUIA GFIP. OBRIGATORIEDADE. Nos dis-
sídios individuais o depósito recursal será efetivado me-
diante a utilização da Guia de Recolhimento do FGTS e 
Informações à Previdência Social – GFIP, nos termos 
dos §§ 4º e 5º do art. 899 da CLT, admitido o depósito 
judicial, realizado na sede do juízo e à disposição deste, 
na hipótese de relação de trabalho não submetida ao 
regime do FGTS. 
 
EM SÍNTESE: 
 
 
 
Na sentença, o juiz arbitrará valor provisório à condena-
ção e é a partir deste que será calculado o depósito re-
cursal, assim como o valor das custas processuais. 
Caso a somatória do valor dos depósitos realizados re-
sulte no valor integral da condenação, nada mais poderá 
ser exigido a tal título (súmula 128, I, TST). 
Quando houver condenação solidária, o depósito rea-
lizado por uma das reclamadas será aproveitado pelas 
demais, desde que a que realizou o depósito não esteja 
pedindo a sua exclusão da lide (súmula 128, III, TST). 
 
Súmula 128, TST . DEPÓSITO RECURSAL (incorpo-
radas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 
190 da SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 
25.04.2005. 
 
I – É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, 
 
 
 
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5 
integralmente, em relação a cada novo recurso inter-
posto, sob pena de deserção. Atingido o valor da con-
denação, nenhum depósito mais é exigido para qual-
quer recurso. (ex-Súmula nº 128 – alterada pela Res. 
121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da 
SBDI-1 – inserida em 27.11.1998) 
II – Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de 
depósito para recorrer de qualquer decisão viola os in-
cisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, 
elevação do valor do débito, exige-se a complementa-
ção da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 – in-
serida em 08.11.2000) 
III – Havendo condenação solidária de duas ou mais 
empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas 
aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o 
depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (ex-OJ nº 190 
da SBDI-1 – inserida em 08.11.2000) 
 
Recurso Ordinário 
 
1. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
São duas as hipóteses de cabimento do recurso ordi-
nário e encontram-se previstas no artigo 895 da CLT, 
em seus incisos I e II. 
 
• Primeira hipótese de RO (inciso I) 
 
Art. 895, CLT. Cabe recurso ordinário para a instância 
superior: 
I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e 
Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e 
O recurso é composto por folha de rosto, dirigida ao juiz 
que proferiu a decisão, e pelas folhas de razões, ende-
reçadas ao TRT. 
 
• Segunda hipótese de RO (inciso II) 
Art. 895, CLT. Cabe recurso ordinário para a instância 
superior: 
II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribu-
nais Regionais, em processos de sua competência ori-
ginária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios in-
dividuais, quer nos dissídios coletivos. 
Neste caso, a folha de rosto é dirigida ao presidente do 
TRT e a folha de razões para o TST. Veja: 
 
São ações de competência originária do TRT aquelas 
em que a lei estabelece que: 
• devem ser ajuizadas perante o TRT; 
• o TRT funcionará como órgão de 1ª instância; 
 
A ação rescisória e o mandado de segurança são 
exemplos de ações de competência originária de Tribu-
nais. 
 
a) Ação Rescisória 
A legislação vigente estabelece que se a decisão a ser 
desconstituída trata-se de uma sentença proferida pelo 
juiz do trabalho, a ação rescisória deverá ser dirigida ao 
Tribunal Regional do Trabalho. Caso a decisão a ser 
rescindida seja proferida pelo TRT, a competência será 
do próprio Tribunal de onde se originou o acórdão. Por 
fim, se o acórdão a ser desconstituído foi proferido pelo 
Tribunal Superior do Trabalho, a competência para pro-
cessar e julgar a ação rescisória é do próprio Tribunal 
Superior do Trabalho. 
A súmula 158 do TST estabelece que cabe RO da deci-
são do TRT em ação rescisória: 
Súmula 158, TST. Da decisão do Tribunal Regional do 
Trabalho, em ação rescisória, cabível é o recurso ordi-
nário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da 
organização judiciária trabalhista. 
 
Em síntese: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
 
 
b) Mandado de Segurança 
Segundo Mauro Schiav1, 
em razão do aumento da competência da Justiça do 
Trabalho, os Mandados de Segurança passaram a 
ser cabíveis contra atos de outras autoridades, além 
das judiciárias, como nas hipóteses dos incisos III e 
IV do art. 114, da CF, em face dos Auditores Fiscais 
e Delegados do Trabalho, Oficiais de Cartório que re-
cusam o registro de entidade sindical, e até mesmo 
atos dos membros do Ministério Público do Trabalho 
em Inquéritos Civis Públicos, uma vez que o inciso IV 
do art. 114 diz ser da competência da justiça traba-
lhista o mandamus quando o ato questionado envol-
ver matéria sujeita à sua jurisdição. 
 
Observe-se o disposto no art. 114 da Constituição da 
República: 
 
Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar 
e julgar: (...) III – as ações sobre representação sindical, 
entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e en-
tre sindicatos e empregadores; IV – os mandados de se-
gurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
(...) 
A depender de quem seja a autoridade coatora, a lei es-
tabelece o juízo competente para processar e julgar o 
mandado de segurança, conforme exposto no quadro a 
seguir: 
 
 
1. SCHIAV, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 
 
 
A súmula 201 do TST estabelece que das decisões dos 
TRTs em mandado de segurança cabe RO para o TST. 
Observe: 
 
Súmula 201, TST. Da decisão do Tribunal Regional do 
Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordi-
nário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior 
do Trabalho, correspondendo igual dilação para o recor-
rido e interessados apresentarem razões de contrarie-
dade. 
 
2. MODELO DE RECURSO ORDINÁRIO 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ... 
VARA DO TRABALHO DE ....... . 
 
NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos 
em epígrafe, em que contende com NOME DO RE-
CORRIDO, também qualificado, vem respeitosa-
mente perante Vossa Excelência, por intermédio de 
seu advogado adiante assinado, com fulcro no artigo 
893, II e 895, I da CLT, interpor 
RECURSO ORDINÁRIO 
para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 
____ Região, requerendo sejam as razões a esta pe-
tição anexadas, consideradas como sua parte inte-
grante. 
Diante do exposto, requer o recebimento do 
presente recurso, a intimação da outra parte para 
apresentar contrarrazões ao recurso ordinário no 
prazo de 8 dias, nos termos do artigo 900, CLT e a 
posterior remessa ao Egrégio Tribunal Regional do 
Trabalho da ... Região. 
 Nestes Termos, 
 Pededeferimento. 
 Local e Data. 
 Advogado 
 OAB n° 
2 ed. São Paulo: LTr, 2010, p.1178. 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
CURSO DE PRÁTICA TRABALHISTA 
Prática Trabalhista – Aula 01 
Aryanna Manfredini 
7 
 
__________________________________________
_____ 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 
DA ____ REGIÃO. 
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO 
 A respeitável sentença não merece ser man-
tida, razão pela qual requer a sua reforma. 
I – PRELIMINAR DE MÉRITO (conforme aula) 
II – PREJUDICIAL DE MÉRITO (conforme aula) 
III – MÉRITO (conforme aula) 
IV - REQUERIMENTOS FINAIS 
Diante do exposto, requer conhecimento do 
presente recurso, bem como o acolhimento da preli-
minar de mérito para ...., sucessivamente, o acolhi-
mento da prejudicial de mérito para .... e, sucessiva-
mente, ainda, no mérito, o seu provimento, para fins 
de reforma da sentença para ... 
Nestes Termos, 
Pede Deferimento, 
Local e Data 
Advogado 
OAB n°

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