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Ética Profissional
Ética profissional é o conjunto se normas de conduta que deverão ser postas em práticas no exercício de qualquer profissão. Existe para regular as relações do profissional com seu ambiente laboral.
A escolha de uma profissão implica em passar a seguir uma série de deveres profissionais obrigatórios. Ao concluir uma graduação de ensino superior, o profissional faz um juramento que caracteriza seu comprometimento com profissão dali por diante e o aspecto moral da ética profissional.
Proceder como um profissional ético significa exercer suas funções pesando as consequências de suas ações, tendo consciência de como tais podem refletir na sociedade.
Sobre a ética no exercício profissional, Sá (2001, p. 126) afirma:
“A profissão, como a prática habitual de um trabalho, oferece uma relação entre necessidade e utilidade, no âmbito humano, que exige uma conduta específica para o sucesso de todas as partes envolvidas – quer sejam os indivíduos diretamente ligados ao trabalho, quer sejam os grupos, maiores ou menores, onde tal relação se insere.” 
Sá também acredita que não existe uma conduta virtuosa quando só existe competência técnica e científica. Para o autor, a inexistência da ética nas relações de trabalho e a conduta inconviniente, podem abalar a competência do exercício profissional.
2.2.1 O Código de Ética do Profissional de Secretariado
O Código de Ética do Profissional de Secretariado foi publicado no Diário Oficial da União de 7 de julho de 1989 compor objetivo fixar normas de procedimentos dos Profissionais quando no exercício de sua profissão, regulando-lhes as relações com a própria categoria, com os poderes públicos e com a sociedade.
O Código de Ética é um dos instrumentos básicos para o direcionamento correto da atuação dos profissionais de secretariado. É necessário que todo profissional da área tenha conhecimento e utilize o código como referência para a execução de suas ações enquanto Secretário (a) Executivo(a).
3. A ETIQUETA
É possível definir etiqueta como o conjunto de atitudes e comportamentos dos indivíduos em seu cotidiano, nas mais diversas situações, incluindo boa educação, respeito, bom senso e tudo mais que possa servir como facilitador do relacionamento e da convivência em sociedade. 
	Para Corr (2001, p.4) “A etiqueta ainda hoje não deixa de ser nada mais do que boas maneiras, ou seja, a consideração que temos e demonstramos pelos outros, baseada na gentileza e respeito que lhe dá sua validade.
A etiqueta se torna importante na sociedade para que as pessoas não se exponham a situações constrangedores, indicando um padrão comportamental para determinadas situações.
3.1 História da Etiqueta
As normas de etiqueta surgiram na França, com o objetivo de padronizar o comportamento social de um determinado grupo.
De acordo com Castro (1997, p.11), é difícil afirmar com absoluta certeza qual foi a primeira obra a tratar do tema, mas a Biblioteca de Nova York aponta um papiro egípcio de 2500 a.C., denominado “As Instruções de Ptah-hotep”, como o primeiro documento a falar de normas de conduta. Este papiro, que se encontra preservado na Biblioteca de Paris, é um completo manual de boas maneiras e já foi considerado por alguns historiadores como a semente de muitas regras de etiqueta que floresceram mais tarde no Ocidente.
Desde a pré-história já o homem já aprendia a se organizar e cooperar socialmente, para garantir sua sobrevivência. Mas foi na França que a etiqueta social foi se difundindo, tendo seu apogeu no século XIX.
O nome “etiqueta” se originou nessa época. Nas grandes recepções realizadas pela nobreza distribuiam-se etiquetas aos convidados ao chegarem, contendo instruções de comportamento.
3.2 Etiqueta Profissional
Para se seja possível realizar qualquer contato profissional são necessárias que sejam estabelecidas relações entre as pessoas. Ter uma boa postura profissional se torna tão importante quanto dominar determinada área técnica.
Corr (2001, p 00) ressalta a evolução da aplicação da etiqueta profissional:
“Desde os aos 70 até os 90, as maiores mudanças em relação às boas maneiras ocorreram mais claramente nas áreas de relações inter-raciais, tecnologia (a “netiqueta”), valorização das diversas culturas e civilizações e no respeito aos portadores de deficiência. A década de 90, em particular, viu o aparecimento de um interesse especial nas formas e tradições dos bons modos, especialmente no âmbito profissional. Tornou-se evidente que as “habilidades pessoais” eram tão ou mais importates do que o conhecimento técnico. (É obvio que a expressão “habilidades pessoais não passa de mais um eufemismo para boas maneiras.)”
A etiqueta se baseia num conjunto de normas existentes com o objetivo de tornar harmônicas as relações entre os indivíduos. Muitas vezes as pessoas convivem mais tempo com as pessoas com que trabalham do que com a própria família. Portanto, saber se comportar no ambiente de trabalho se faz necessário para que as pessoas saibam comportar-se dentre as pessoas com as quais convivem.
4. ANÁLISE DE DADOS
Para a pesquisa tornar-se válida, o levantamento de dados foi feito através da aplicação de questionários à cem estudantes do curso de Secretariado da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 
Esse processo foi feito através da abordagem de alunos nos intervalos das aulas, e através de envio de questionários por e-mail, que posteriormente foram recolhidos para análise ou reenviados ao remetente.
Dos cem questionários aplicados 43 foram respondidos por e-mail e os outros 57 foram preenchidos utilizando-se de abordagem pessoal.
Abaixo trazemos a exposição dos dados e a análise dos questionários.
 Os acadêmicos de Secretariado que responderam ao questionário foi por unanimidade mulheres, o que evidencia a potencial predominância feminina na profissão. Contatou-se também que a maioria dos entrevistados encontra-se inseridas na faixa etária de 18-29 anos. Dentre os cem, apenas quatorze encontram-se na faixa de 30-39 anos e somente duas responderam se encaixar na faixa de 40-49 anos.
O gráfico acima fornece dados relativos ao conhecimento das estudantes entrevistadas acerca do código de ética de Secretariado. 
Dentre as cem estudantes questionadas apenas doze não possuem conhecimento algum do código. Quarenta e seis conhecem e o utilizam. Vinte e quatro conhecem mais afirmam nunca terem lido o seu conteúdo. E dezoito só ouviram falar.
Essas informações foram de grande importância, pois mostra que a maioria das estudantes que já estão atuando no mercado, seja como profissional ou estagiária, ainda não aplica efetivamente o código de ética como base para o exercício da profissão por não possuirem conhecimento relevante sobre o mesmo. As respostas obtidas mostraram que maioria se encontra entre as que não conhecem, conhecem mas não leram ou apenas ouviram falar
 Relacionamento com superiores
Outro fator importante abordado foi o relacionamento das acadêmicas e seus colegas de trabalho.
Das estudantes, sessenta e sete declararam ter um relacionamento muito bom e estritamente profissional com os chefes; dezesseis afirmaram ter um bom relacionamento se estendendo também fora do ambiente de serviço; e quatorze afirmou ter uma relação conflitante e apenas três declararam não possuir uma boa relação com o chefe.
Na visão das próprias secretárias, a maioria, setenta e quatro das entrevistadas, respondeu que não tem dificuldades para se relacionar; treze afirmaram manter a cordialidade sem nenhuma segunda intenção; e também treze afirmaram que caso haja problemas não hesitam em discutir, 	caso não haja, procuram manter sempre a cordialidade.
Esses dados constatados na aplicação dos questionários foram também de notável utilidade para a análise da postura ética, já que o próprio código de ética de Secretariado versa sobre a necessidade da manutenção da cordialidade e do respeito às diferenças e às limitações dos outros no local de trabalho, afirmando também ser necessárionão usar de amizades ou influências para conseguir qualquer tipo de favoritismo em detrimento dos demais.
O processo de comunicação dentro de uma empresa é fundamental para o sucesso dos processos e desempenho das atividades. O código de ética coloca como sendo uma das competências necessárias aos profissionais dessa área: atuar como figura-chave no fluxo de informações desenvolvendo e mantendo de forma dinâmica e contínua os sistemas de comunicação.
O gráfico acima mostra sobre esse aspecto. Os dados do gráfico mostram que todas as entrevistadas acreditam sempre facilitar a comunicação entre os clientes interno-externos e seus chefes.
Setenta e duas das estudantes responderam que realizam as tarefas que lhe são delegadas sem hesitar, dezessete afirmaram não realizar determinadas tarefas quando acham que não convém e discutem sobre o assunto com o seu superior, e onze delas afirmaram nunca se opor a qualquer tarefa delegada por entenderem que sua função é atender todas as ordens de seus chefes. 
Esse aspecto também é relevante, para se analisar até que ponto as estudantes de Secretariado, futuras profissionais da área, executam tudo o que lhe é pedido, sem que haja uma avaliação prévia das questões éticas que envolvem tais tarefas. Ao analisar os dados obtidos percebemos que apenas dezessete questionam a tarefa delegada, ou seja, preocupam-se em analisar o teor da atividade realizada de acordo com aquilo que acreditam estar correto e de acordo com princípios pessoais.
Situações Antiéticas
O gráfico acima mostra as respostas encontradas sobre as situações antiéticas que, por ventura, as Secretárias possam vir a se deparar no seu ambiente de trabalho. De acordo com o gráfico, duas afirmam participar da situação, sem hesitar, com medo de perderem o emprego. O código de ética da profissão proíbe que os profissionais tenham quaisquer envolvimentos em situações que possam ferir o nome do profissional e o nome da categoria. Ainda proíbe o profissional de ser conivente com erros.
 Dezoito das estudantes afirmam não participar de forma alguma da situação; sessenta e cinco, a maioria, afirma que procura discutir a situação primeira antes de se envolver nela; e dezessete, afirmam se deparar sempre com esse tipo de situação no local de trabalho e que o envolvimento vai depender muito do tipo de situação.
Esse fator é de enorme importância para a pesquisa, já que qualquer profissional está sujeito a se deparar com esse tipo de situação no dia-a-dia do seu exercício profissional, e a postura adotada vai depender somente da consciência ética de cada um.
O código de ética de Secretariado afirma: “Art.6º. - A Secretária e o Secretário, no exercício de sua profissão, devem guardar absoluto sigilo sobre assuntos e documentos que lhe são confiados.”
Através que uma das perguntas do questionário aplicado às estudantes buscou-se indentificar a reação das mesmas quando questionadas por funcionários da empresa em que atuam sobre informações sigilosas às quais tenha acesso. Das estudantes entrevistadas, setenta e três agem como se não soubessem de nada; dezenove demonstrariam conhecimento e comentariam pouco; e oito demonstrariam conhecimento e não comentariam nada. 
No que tange a postura ética dos profissionais de mesma função, a maioria das estudantes, oitenta e nove das questionadas, julgam ser muito boa a postura ética das suas colegas; dez julgam ser boa, mais podendo melhorar a postura; e apenas uma afirma ser ruim.
	A pesquisa também procurou analisar o comportamento social dos acadêmicos já inseridos no mercado de trabalho, tendo em vista a importância da formação de uma postura socialmente aceitável, de cordialidade e boa educação.
Apenas trinta e quatro estudantes afirmaram perceber a preocupação dos seus gestores com o comportamento social dos seus colaboradores, e com o domínio de regras de etiqueta. Vinte e oito responderam existir cobrança a respeito, porém evidenciaram a falta de orientação quanto ao assunto. As demais sessenta e oito estudantes relataram não existir nenhuma exigência quanto ao comportamento social dentro do seu ambiente de trabalho. 
 A pouca preocupação das empresas em orientar seus funcionários quanto ao comportamento social não é positiva. Para se seja possível realizar qualquer contato profissional são necessárias que sejam estabelecidas relações entre as pessoas, sobretudo na função de Secretariado, na qual o profissional está diretamente envolvido no processo de comunicação organizacional.
5. Conclusão
O entendimento da ética e dos aspectos que a envolvem, bem como a sua origem e aplicação, foram de grande relevância para se entender a sociedade atual, com suas normas e valores. Também foi possível destacar etiqueta social como um elemento imprescindível ao bom convívio humano, tendo sempre à frente o respeito e o bom senso.
Verificou-se, dentro do contexto da atualidade, a postura ética e comportamental dos profissionais de Secretariado Executivo. Essa verificação foi de extrema importância, tendo vista a ética e a etiqueta social como algo inerente ao contexto organizacional tendo implicações diretas no comportamento individual do profissional e nas relações interpessoais estabelecidas pelos mesmos. Percebe-se, portanto, que devido às funções específicas da profissão de Secretariado, bem como alguns aspectos que estão envolvidos em seu exercío, a boa postura ética e comportamental pode ser caracterizada como um atributo desejável ao Secretário (a) Executivo (a).
Viu-se que as relações das secretárias com todos aqueles com os quais se convivem no seu ambiente de trabalho, tais como superiores, colegas ou clientes, devem ser pautadas pelo respeito, flexibilidade e profissionalismo, atributos que são destacados pelo próprio código de ética da profissão. Outras características, as quais necessitam de uma forte base ética, foram a capacidade em lidar com informações sigilosas, com situações antiéticas no local de trabalho e com o processo de comunicação.
A pesquisa pode ainda demonstrar que a maneira como as estudantes de Secretariado, futuras profissionais da área, lidam com esses aspectos no dia-a-dia profissional ainda não é completamente satisfatória, devido ao fato dessas, em sua expressiva maioria, não possuírem o devido conhecimento e domínio das diretrizes do código de ética da profissão. 
Através do levantamento de dados acerca da postura ética e social dos acadêmicos de Secretariado da Universidade Federal de Pernambuco foram colhidos dados que possibilitaram constatar que as estudantes, em sua maioria, não utilizam o código de ética da profissão como base para sua atuação profissional, principalmente por não o conhecerem, o que dificulta a atuação ética defendida nesse código e a uniformidade das ações dessas profissionais em potencial. A escolha pela utilização dos estudantes para realização da análise comportamental se deu pela percepção destes como profissionais em formação, que futuramente estarão inseridos no mercado de trabalho representando toda uma classe.
Muitas dentre as atividades por elas exercidas não estão de acordo com o que é pregado no código de ética, nem mesmo a postura que essas exercem perante os demais membros da empresa está de acordo com os preceitos éticos. Por outro lado, muitas delas, mesmo sem o devido conhecimento do código, estabelecem um comportamento que expressa coerência com o mesmo, pelo fato de possuírem uma identidade ética formada ao longo da vida, pautada nos preceitos éticos universais.
Outro fator importante constatado é que dentre as estudantes entrevistadas, a maioria não se baseia em nenhum código específico, ou seja, elas agem com base na consciência profissional que adquiriram a partir de sua formação pessoa, em um bom senso, aliados a conhecimentos técnicos.
Dessa forma, torna-se clara a importância da formação superior dos profissionais de Secretariado Executivo, a fim de que possam desenvolver uma consciência ética e social mais aprofundada através do conhecimentodas especificidades da profissão, do código da mesma, entre outros. Formando-se profissionais habilitados a atuar como facilitadores da comunicação, através do desenvolvimento das competências características da função que possibilitem o domínio de tal proccesso, além cidadãos preocupados com sua imagem profissional perante a organização que trabalham e perante a sociedade.
REFERÊNCIAS
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