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DIREITO EMPRESARIAL II, em word

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DIREITO EMPRESARIAL II
Prof. Luis Felipe Spinelli
O Link para DOWNLOAD deste arquivo em formato WORD está no final do texto.
PARTE 1	3
1	Aula 04/03/2016	3
Sociedade Anônima (S/A – ou “Companhia”) e noção de interesse social	3
Teoria Contratualista X Teoria Institucionalista	4
2	Aula 11/03/2016	4
Lei das S/A’s	5
Espécies de S/A: fechadas & abertas	6
Valor Mobiliário	6
Mercado de Capitais	7
3	Aula 18/03/2016	7
Estrutura do Mercado Financeiro e de Capitais	7
Conselho Monetário Nacional (CMN)	8
Banco Central (BACEN)	8
Mercados de Capitais Organizados	8
Dualismo Regulatório	8
Emissão de Ações (Contrato de Anderwrite)	9
Constituição de uma S/A	9
4	Aula 01/04/2016	10
Constituição de S/A mediante subscrição pública de ações	10
Regras Comuns de Subscrição	10
Capital Social e sua divisão em ações	11
5	Aula 08/04/2016	12
Classificações das ações	12
Circulação das Ações	13
6	Aula 15/04/2016	13
Direitos dos Acionistas	13
Dever dos Acionistas	14
7	Aula 22/04/2016	14
Tutela dos minoritários	14
Acionista Controlador (Poder de Controle)	15
PARTE 2	16
8	Aula 06/05/2016	16
Debêntures	16
Partes Beneficiárias	17
Assembleias Gerais e Especiais	17
9	Aula 13/05/2016	17
Assembleia Geral	17
Assembleias Especiais	19
Conselho de Administração	19
10	Aula 20/05/2016	20
Diretoria	20
Normas comuns ao Conselho de Administração e a Diretoria	21
11	Aula 03/06/2016	22
Dever de transparência	22
Responsabilização Civil	22
Dano à terceiros	23
Conselho Fiscal	23
12	Aula 10/06/2016	24
Dissolução de Sociedade Anônima	24
Aumento do Capital Social	25
Redução do Capital Social	26
PARTE 1
Aula 04/03/2016
Sociedade Anônima (S/A – ou “Companhia”) e noção de interesse social
É sempre empresária (mesmo se prestar consultoria ou atividade rural).
‘Sociedade Anônima’ é uma expressão típica de países latinos, com exceção da Itália.
Acentuação de uma de suas características: a sociedade não tem firma social (mas com denominação), ou seja, não aparece no nome da sociedade o nome de seus sócios.
Na Alemanha ou Itália, se utiliza a expressão: Sociedade por Ações (acentua a característica de que o capital é dividido em ações que circulam livremente). A Inglaterra, se acentua a limitação da responsabilidade de seus sócios. Nos EUA, se dá relevo à personalidade jurídica (‘incorporated’).
Três grandes características da S/A:
Sociedade personificada, cuja natureza é sempre empresária (independente da atividade explorada), que tem seu capital social dividido em ações (títulos livremente negociados – corporificam os direitos dos acionistas).
Acionistas: titulares de ações (possuem limitação da responsabilidade).
Personalidade jurídica (forma de separação de patrimônio): permite a segregação para a exploração de determinada atividade econômica (a retirada ou saída de um de seus acionistas não afeta a existência da sociedade). Isso confere garantia aos credores (patrimônio, com regras rígidas de tutela em relação à ltda).
Perpetuidade: transposição dos “limites naturais”, independente de quem sejam seus sócios – segregação da sociedade em relação aos sócios.
Limitação da Responsabilidade: os sócios respondem limitadamente pelas obrigações sociais, sendo que, na S/A (art. 1º) a responsabilidade é limitada ao preço de subscrição das ações (é individual – cada um responde por sua parcela). O inadimplemento não é retificado pelos demais acionistas, somente pelo devedor – o funcionamento do mercado é impessoal (cada um responde por aquilo que se comprometeu), facilitando a captação de recursos e a segurança. Com isso, potencializa-se a diferenciação de quem é acionista e de quem administra (fiduciário – confia-se a ele os recursos para serem administrados).
Divisão do Capital Social em Ações (art. 1º da lei das S/A’s): representam o complexo de direito e obrigações dos sócios (econômicos e políticos na empresa). As ações circulam livremente (art. 36) – há liberdade de venda para qualquer outro sócio, e não se pode impedir alguém de comprar.
Direito de Recesso: retirada motivada do acionista por não concordar com determinada deliberação. Então ele vende suas ações. Não há esse direito (ônus para a companhia) se há liquidez de mercado (companhia aberta).
Estrutura Complexa: compõe-se de uma série de órgãos com competências bem definidas e indelegáveis (Assembleia Geral; Diretoria; Conselho de Adm. – pode não ter; Conselho Fiscal – pode não ser permanente). Isso permite a separação entre propriedade e controle (administradores), unificando a administração.
Mais Profissionalização e Transparência para terceiros.
Teoria Contratualista X Teoria Institucionalista
Teoria Contratualista (do interesse social): Yaeger (Itália), “o interesse social é o interesse dos sócios (presentes e futuros, pela ideia de perpetuidade – maximização do lucro a longo prazo)”.
Teoria Institucionalista: Walter Henau (Alemanha), a sociedade possui um impacto na comunidade, e a sociedade deve-se preocupar com esses outros interesses.
Art. 116, parágrafo único: responsabilidade do acionista controlador perante a função social.
Art. 154, o administrador deve exercer suas atribuições tendo em vista a função social.
Art. 238, a pessoa jurídica que controla a companhia deve se atentar a cumprir o interesse público que foi definido em seu estatuto, e que justificou a criação da sociedade de economia mista.
Aula 11/03/2016
Primeiras sociedades anônimas (Roma) => delegadas para a cobrança de tributos.
Outros precedentes ocorrem na idade média (Itália) => empréstimos públicos divididos em quotas partes (LACA) entre as cidades italianas, que eram livremente negociáveis por qualquer cidadão titular (subscrevia as quotas). Essas quotas pagavam juros e tinha um privilégio, terceirizado, que era a cobrança de tributos (o Estado tinha antecipação de tributos). A banca de São Giorgio é tida como a primeira sociedade anônima.
Na Holanda haviam associações para viabilizar a armações de navios. Os interessados recebiam um título livremente negociável e transmissível (‘ações’).
Mosteiros na Idade Média (corporações eclesiásticas). Os membros se sucediam sem que o ente impessoal fosse alterado (‘corpus misticus’). Ideia de personalidade, criada por um ato da Igreja.
1602, Holanda, marco na aparição das S/A’s=> criação da Companhia das Índias Orientais (fusão de oito associações para armação de navios). Ações com negociações em bolsa.
1621, Holanda Companhia das Índias Ocidentais.
1755, Portuguesa, Cia Geral do Grão Pará. Autoridade sobre os cidadãos que habitavam as colônias (delegação de funções estatais).
A sociedade anônima foi criada pelo Estado para exercer uma função pública. Somente o Estado tinha a possibilidade de criar uma S/A.
Na Era Industrial (Cód. Comercial de 1807, francês), passa-se para um regime de concessão ou autorização administrativa do Estado para os particulares. O Estado tem o controle da constituição de S/A’s.
No Brasil, há um alvará que autoriza a criação do primeiro Banco do Brasil, uma S/A com livre circulação de ações.
1849, Brasil => regime de autorização e concessão. 1850 => Cód. Comercial, com influência do Barão de Mauá.
Regime das Disposições Normativas (1867, França): instaura o regime da regulamentação ou disposições normativas => liberdade na constituição, para os particulares, independente de autorização estatal (com ressalva de certos interesses públicos).
1882 => Esse regime é instaurado no Brasil.
A partir desse período, a preocupação é na regulação das S/A’s pelo Estado, através de normas.
1891 => Consolida as normas das S/A’s no Brasil e perdura por 50 anos.
Processo FALIMENTAR EMPRESÁRIO e NOVA Lei das S/A’s, em 1940, que incentiva o mercado de capitais.
Lei de 1976 (atual Lei das S/A’s, com 40 anos), que concede maiores direitos aos minoritários, e proporcionar estabilidade às S/A’s no mercado de capitais.
Sociedades de economia mista => S/A’s controladas pelo Estado, com grande poder e influência econômica e sobre a criação da legislação (auto-regulação, lobby).No Brasil, as privatizações foram realizadas com a venda do controle das companhias. Em 1997, o governo alterou o artigo 254 da Lei das S/A’s, que faz com que os acionistas minoritários perdessem o direito de vender as suas ações pelo venda do governo (menor), tendo que ficar com a companhia à baixo preço. Em 2001, a lei voltou. Então, com isso, o governo fez os minoritários perderem para poder ganhar mais. Sendo assim, a confiança no mercado de capitais fica cada vez mais prejudicada.
Dissociação entre propriedade e controle
Democracia acionária => participação de vários investidores, mas que estão dissociados dos administradores.
Lei das S/A’s
Art. 2º, Objeto Social (definido no estatuto social): Descrição da atividade a ser explorada pela sociedade. Deve ser possível e determinado (preciso e completo – indica gênero e espécie, ex. comércio DE eletrônicos).
O adequado é que seja o mais genérico possível.
Holding Pura (pode ser uma Holding Mista): administrar participação em outras sociedades (uma sociedade é sócia de outra). Não precisa ter a descrição de Holding se participar em uma atividade em outra S/A que tiver o objeto social englobado pela participante.
Influencia no ciclo de vida da sociedade, podendo definir se uma sociedade é empresária ou não. A S/A sempre será empresária, independente da atividade escolhida. O Objeto Social pode determinar a dissolução da sociedade (Quando a sociedade não pode mais cumprir seu FIM SOCIAL, é mais amplo que o Objeto Social, ex. uma sociedade em desacordo 50%-50%).
Os administradores só podem operar dentro do Objeto Social. No Brasil, as sociedades não respondem por atos que extrapolam seu objeto social (mas a doutrina tem indicado que o direito não pode tutelar o administrador que atua de má fé; ou se aparenta, visivelmente, que a sociedade está atuando fora de seu objeto social, então os acionistas são penalizados – o terceiro de boa fé pode cobrar dos acionistas, então a sociedade poderá cobrar do administrador).
O sócio é protegido e tutelado, caso se altere o objeto social (mediante deliberação majoritária dos sócios), então o acionista tem o direito de recesso (direito de sair da sociedade).
Denominação Social (Art. 3º, e CC Art. 1088-89, nome da S/A), forma como a S/A vai aparecer no mercado. Responsabilidade Limitada e regulada por lei especial.
Posteriormente o CC, Art. 1160, não aparece no nome social a relação existente entre os sócios, como aparece em uma firma social. Deve constar da denominação a indicação do Objeto Social, algo que não é exigido na nova Lei das S/A’s, ex1. Companhia Vale do Rio Doce (Art. 3º), ex2. CSN Companhia Siderúrgica Nacional (Código Civil).
A Lei das S/A’s proíbe que ‘companhia’ seja utilizada no nome final, pois pode confundir com firma social coletiva (nome dos sócios de forma abreviada: os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais).
Empresa estrangeira, deve incluir ‘do Brasil’ ou ‘para o Brasil’ no fim da denominação.
Se estiver em recuperação judicial, em liquidação, em constituição, deverá acrescentar esses termos em sua denominação.
As juntas comerciais têm competência estadual, por isso o requerimento de proteção do nome da empresa deve ser requisitado em vários estados. O nome deve ser NOVO e deve ser VERÍDICO (corresponder à realidade). Não deve haver confusão entre: título do estabelecimento (como é conhecido entre os clientes), marca (‘M’ do macdonalds), nome fantasia.
Espécies de S/A: fechadas & abertas
Há separação de algumas normas, mas há normas que se aplicam indistintamente.
Cada ação ordinária corresponde a um voto. O número mínimo de administradores é igual nas duas, etc...
No Brasil, há um critério OBJETIVO (Art. 4º) para a distinção. Se a companhia possui valores mobiliários admitidos no mercado de valores mobiliários, será então uma S/A ABERTA, com autorização de registro da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Um registro para abrir o capital (autorização para ser companhia aberta), o outro registro para poder emitir valores mobiliários.
FECHADAS: é possível estabelecer alguma restrição de comercialização de ações; prazos de convocação de assembleias é menor; é dispensado a obrigatoriedade do conselho de administração.
ABERTAS: minoritários podem eleger membro do conselho de administração; sem restrição à negociação de ações.
Sujeitas à CVM: pode classificar as S/A’s abertas em categorias, que dependem dos valores mobiliários à ser negociados, limitando, ou não, a companhia à emitir ações publicamente, com o intuito de tutelar os investidores – minoritários, poupança popular – (a empresa deve ter capital social minimamente adequado, e deve fornecer informações relevantes aos investidores).
Para investidores qualificados (banco, com capital razoável, etc.), a CVM pode permitir com menos restrições que participe de compra de valores mobiliários.
Valor Mobiliário
Ações que oferecem direito de participação; Debêntures (títulos de dívida); bônus de subscrição; certificados de ações, de notas comerciais (“debêntures de curto prazo”), etc...
Se excluem títulos públicos e títulos emitidos por instituições financeiras.
Conceito GERAL (inciso inserido em 2001): ofertados publicamente, qualquer título ou contrato de direito coletivo, com direito de participação, com direito à lucro.
Hoje, Limitadas podem emitir valores mobiliários, desde que respeitados os quesitos da CVM.
Mercado de Capitais
Mercado onde se desenvolve as operações de subscrição ou compra e venda de valores mobiliários. É um modo regulado e mais barato de captação da poupança popular, mas sem intermédio de um banco (spread bancário = lucro do banco pela diferença de juros).
Mercado Primário: quando uma empresa faz sua primeira emissão de ações (subscrição de valores mobiliários - o dinheiro vai para o caixa do emissor). O mercado secundário são as negociações subsequentes entre os agentes que operam no mercado de capitais.
Oferta pública (emissão pública de valores mobiliários): utilização de boletins de venda ou anúncios dedicados ao público.
Atos de distribuição pública.
Contrariamente, é um ilícito administrativo e penal.
Ilícito penal: venda sem registro, sem lastro, etc.
Aula 18/03/2016
Estrutura do Mercado Financeiro e de Capitais
Conselho Monetário Nacional (CMN, órgão basicamente normativo)
Banco Central do Brasil (BACEN,normatiza bancos)			Comissão de Valores Mobiliários (CVM, bolsa de valores, corretoras, entes que atuam no mercado de capitais)
	=> Entidades que supervisionam o mercado e também têm poder normativo
Mercado Securitário
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP, órgão normativo)
	=> regulam os seguros
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP, entidade supervisora)
Conselho Nacional de Previdência Complementar
Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar)
Conselho Monetário Nacional (CMN)
Autarquia, integrado pelo Ministro de Estado da Fazenda (Presidente), de planejamento e presidente do BACEN.
Disciplina o mercado de capitais, dividindo competências com a CVM (criada em 1986). O BACEN fiscaliza.
Regulamenta o mercado.
Tem o poder fiscalizador e de impor penalidades aos agentes do mercado. Uma penalidade para não operar no mercado por até 10 anos.
Banco Central (BACEN)
Autarquia, fiscaliza as instituições financeiras. As competências estão no Art. 9 da Lei 4595.
Mercados de Capitais Organizados
Diferentes ambientes de negociação: Mercado de Bolsa ou de Balcão X Mercados Não Organizados (balcão não organizado)
Mercado de Bolsa - BOVESPA: Sistema centralizado e multilateral de negociação em que as contrapartes não se conhecem. Têm autorização da CVM.
A pessoa jurídica que administra pode ser uma associação ou uma sociedade. A BOVESPA é uma S/A. As associações eram formadas por corretoras de valores, mas sofreram mutação de associações civis para uma S/A (processo de desmutualização). A mesma coisa aconteceu com a BM&F. Depois ocorreu a fusão das duas.
A bolsa tem poder de auto regulação. Então,há setores separados na empresa, com a finalidade de prevenir conflitos de interesse.
CBLC: Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia: é uma seguradora, que banca os negócios sem fundo. Ela cobra dos devedores na justiça, pois é crime.
Dualismo Regulatório
O pequeno investidor sempre foi prejudicado no Brasil. A lei nunca se preocupou com a tutela desse investidor. Os agentes econômicos captam a regulação conforme seus interesses. Contra isso surgiu os níveis de governança corporativa: mecanismos de arbitragem (obrigatória), transparência.
Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado (este está no topo, o minoritário recebe a mesma coisa que o controlador, há somente ações ordinárias).
Companhias que querem ingressar no nível um devem ter um nível de transparência básico. Há um contrato de comprometimento da companhia com a própria BOVESPA.
As novas companhias, para ingressar no mercado, devem se submeter no mínimo aos níveis 1 ou 2.
De um lado há a lei e do outro há um contrato => potencializou o avanço da bolsa na década passada.
Quem, basicamente, regula os níveis de governança, são as próprias companhias que fazem parte desses níveis.
Emissão de Ações (Contrato de Anderwrite)
É feita por meio de um banco, que vai coordenar e realizar a operação. Esse banco garante a subscrição de um percentual máximo de ações (“garantia de sobra”).
“Garantia Firme” => a instituição financeira se compromete em integralizar até 100% das ações.
Constituição de uma S/A
Art. 80-81: requisitos para a constituição de uma S/A.
Deve ter Pluripessoalidade: subscrição do capital por pelo menos duas pessoas.
Unipessoalidade Superveniente: nasce com mais de um sócio mas acaba por ficar com somente um sócio. O prazo máximo nessa condição é estabelecido desde que foi constatada em uma assembleia geral ordinária (Ago), tem até a próxima Ago no ano seguinte.
Unipessoalidade Originária: uma S/A com somente um acionista, desde o início. Previsto no caso da Subsidiária Integral, que ocorre quando uma sociedade brasileira constitui uma S/A (Uma pessoa natural não pode, sozinha, fazer uma S/A). Viabiliza a formação de grandes empresas nacionais, para promover concorrência.
Partidos políticos são associações (não é sociedade).
EIRELI, não é sociedade (há quem diga que é uma ‘outra’ pessoa jurídica).
O professor acha é sociedade, pois fala em capital social, em denominação social, fala em quotas (divisão do capital social). Então poderia constituir uma Subsidiária Integral.
Nas S/A’s, todo o Capital Social deve ser subscrito (100%). Preliminarmente, como entrada no preço, deve ter, no mínimo, 10% do preço das ações emitidas, em dinheiro (à vista).
Para instituições financeiras, deverá realizar (pagar) 50% do montante do capital subscrito.
Deve-se fazer um depósito (do dinheiro à vista), no Banco do Brasil (agora pode em qualquer banco), no prazo de 5 dias, pelo Fundador, no nome dos subscritores, e em nome da sociedade. Se a sociedade não for constituída em 6 meses, o valor é devolvido para os subscritores (a sociedade sequer existiu).
O comprovante de depósito deve ser apresentado na Junta Comercial, então a S/A é constituída.
Uma S/A aberta deve ter pelo menos 30% do capital integralizado se quiser fazer transferência de ações.
Na Ltda, para aumentar o Capital Social, deve estar 100% integralizada (os sócios devem pagar o que devem), mas em uma S/A deve ter ¾ integralizado.
Constituição da S/A
Por subscrição pública (Constituição Sucessiva - Art. 82 da Lei das S/A’s): emissão pública de ações (é muito raro, pois é custoso).
Mediante subscrição particular (Constituição Simultânea - Art. 88): entre particulares, não é feita uma emissão pública.
Pode ser feita por escritura pública, ou realizar uma assembleia geral de constituição em que os fundadores aprovam o estatuto e elegem os administradores, etc. (par. 1º, Art. 88). Podem ser representados por procuradores com poderes para tal.
Aula 01/04/2016
Constituição de S/A mediante subscrição pública de ações
Instruções CVM com regras básicas.
Constituição sucessiva (depois de subscrever, se constituí através de assembleia) e simultânea.
Constituição por emissão pública de ações
Requer autorização na CVM, sendo que deve instrução com os documentos do Art. 82 (objetivam a tutela da poupança popular):
Essas regras se aplicam em caso de aumento de capital.
Distingue-se fundador (capitania o projeto) e subscritor (quem investe), pois há diferentes responsabilidades.
=> Estudo de viabilidade econômico-financeira do empreendimento;
=> Projeto do Estatuto Social (deve conter as normas que regerão a companhia e natureza do ato constitutivo - regra/lei ou contrato);
=> Prospecto (traz um resumo das principais regras da constituição da companhia, data limite de subscrição das ações, elementos sobre a instituição financeira intermediadora, com informações peculiares sobre o risco envolvido no empreendimento - para os subscritores).
Subscritas todas as ações (pode não estar totalmente integralizado), os fundadores convocam uma Assembleia Geral de Constituição.
É possível que o prospecto preveja um mínimo de 85% de ações subscritas (distribuição parcial), mas se houver excesso em subscrições, as subscrições são divididas proporcionalmente ao pedido dos subscritores.
Caso ocorra realização em bens, estes serão avaliados por maio de assembleia (avaliadores escolhidos).
Quórum de instalação (para ser possível ocorrer a assembleia): na 1ª deve ter pelo menos a metade do capital social (não havendo oposição de > 50% do capital, o presidente declarará constituída a companhia), mas qualquer número nas subsequentes.
TODAS as ações votam, e a maioria não tem o poder para alterar o objeto do estatuto, só por unanimidade (depois de constituída, as alterações de estatuto obedecem as regras específicas).
Regras Comuns de Subscrição
Particular e Pública
Todos os documentos serão entregues aos administradores que foram eleitos na assembleia, sendo que eles têm um prazo de 30 dias para registrar na Junta Comercial (regra geral para arquivar ATAs na Junta).
A companhia não pode funcionar enquanto não for deferido e publicado o registro (atos constitutivos). Se operar sem registro é uma Sociedade Incomum (responsabilidade ilimitada), mas o Cód. Civil diz que há uma regra específica para S/A: os primeiros administradores são solidariamente responsáveis (a companhia não responde juridicamente antes de ser registrada, mas a assembleia geral pode deliberar em contrário a isso).
Publicação da ATA e do Estatuto Social (jornal de grande circulação e DOU).
Aporte de bens, basta a matrícula do imóvel para então fazer a transferência do imóvel junto ao Registro de Imóveis.
Além da responsabilização dos administradores, antes da companhia estar devidamente constituída, poderá haver prejuízo a algum investidor por desrespeito a uma determinação legal (ex. atingir o capital mínimo).
Os fundadores e as instituições financeiras que participaram das subscrições responderão individualmente no âmbito de suas atribuições.
Os fundadores responderão solidariamente por atos culposos ou dolosos antes da constituição.
Vícios que possam invalidar (anulabilidade - não a nulidade).
Vício ou defeito: Faltar informações no Prospecto, quórum insuficiente para a integralização.
Anulabilidade: pode haver convalidação, prescrição ou decadência.
Invalidade da constituição é causa para a dissolução (anulação da constituição - o prazo para isso se for por vício é de um ano) da sociedade.
Capital Social e sua divisão em ações
Representa o valor aportado pelos sócios e é expressado em moeda corrente nacional.
Pode ser aumentado por reserva de lucros (lucros e dividendos não distribuídos).
O Capital Social e fixo ao longo do tempo, podendo ser alterado através da lei. Distingue-se do Patrimônio (universalidade de direito, complexo de relações ativas e passivas do indivíduo, direitos e deveres - é variável ao longo do tempo). Se direcionam para o mesmo caminho (aumentar ou diminuir; lucros ouprejuízos), mas não coincidem.
O Patrimônio (ex. penhora) garante os Credores de uma S/A, com limitação em suas responsabilidades. O Capital Social é uma garantia indireta dos credores (há uma série de regras que garantem um princípio de vinculação patrimonial - garante o patrimônio através de uma Cifra de Retenção pelo Capital Social).
Uma vez subscrito todo o Capital Social, há regras que garantem que o mesmo será pago/integralizado. Se o acionista não pagar, poderão ser declaradas caducas as ações respectivas, ou executar os devedores.
O pagamento deve corresponder, de fato, a Cifra do Capital Social. Não pode haver sobreavaliação de bens ou direitos. Três avaliadores (podem respondem criminalmente).
O Capital Social é intangível (passivo inexigível). O dinheiro só volta aos acionistas nas hipóteses previstas em lei. Há lucro quando o patrimônio passa o Capital Social.
Os bens aportados devem ter vinculação com a atuação da empresa (não pode ser uma obra de arte para uma companhia de mineração).
Sessão de Crédito (transferência de crédito - notifica-se o novo credor), o antigo credor não responde pelo pagamento. Mas na lei das S/A, o antigo credor responde.
O boletim de subscrição é uma tabela com os acionistas, as ações subscritas e como irá pagar por elas. O pagamento deve ser feito em 30 dias (a mora causa multa e o sujeito pode ter seu direito de voto suspenso). As consequências do não pagamento é a execução judicial e eventualmente excluído da sociedade.
Aula 08/04/2016
Estatuto Social fixa o número de ações em que se divide o Capital Social.
Valor Nominal = Capital Social / nº de quotas. Não é obrigado nas sociedades regradas por ações (é obrigado nas regradas pelo Cód. Civil). Quando se emite ações (aumento de capital), necessariamente, o valor de emissão não pode ser menor que o valor nominal (isso serve para não diluir muito a participação dos antigos acionistas).
Nas Limitadas, o valor das quotas podem ser diferentes, mas não nas S/A’s. Mas se as ações não tiverem valor nominal, poderão ser emitidas diferentes classes de ações preferenciais com diferentes valores ou não nominadas.
A vantagem de não se ter valor nominal é que é mais fácil de captar recursos (as ações podem ser emitidas com qualquer valor). A desvantagem é que, em uma crise, um novo investidor poderá adquirir muitas ações e diluir a participação dos atuais acionistas.
Para se fazer uma nova emissão de ações deve haver uma avaliação para ganho de capital (mesmo se ainda não houver valor nominal - o “prêmio” vai para o Ganho de Capital, o ágio vai para a Reserva de Capital).
O ágio (valor sobressaliente ao valor nominal) vai para a conta de Reserva de Capital (todos os acionistas são beneficiados).
Classificações das ações
Quanto à forma (modo de circulação/transferência): as ações são nominativas (registro em livro), sendo registrais (nome do acionista no livro de ações, ou extrato da custodiante) ou escriturais (podem ser mantidas em conta de depósito - registro aberto em nome do acionista).
Quanto à classe (especificação dos direitos atribuídos aos acionistas, atrair determinados investidores). A assembleia faz as especificações.
Espécies de ações (extensão dos direitos de sócio e eventuais vantagens coferidas): Ações Ordinárias e Ações Preferenciais, mas também existe a Ação de Fruição.
Ações Ordinárias (ON): direitos sem restrição, mas também não há benefícios. Conferem direito de voto (1 ação = 1 voto). Poderá ser determinado um ‘teto’ de participação na assembleia, por acionista.
Ações Preferenciais (PN): é possível restringir direitos, reconhecidos às ações ordinárias. Normalmente esse direito é o de voto. Os direitos essenciais dos acionistas não podem ser restringidos. Há uma preferência econômica (dividendos). Não é possível haver somente ações preferenciais, e tem um limite máximo de 50%.
Podem ser criadas diversas classes de PN: diferentes proporções de recebimento de dividendos para cada classe, etc (PNA, PNB, etc.).
Se forem cessados os dividendos fixos ou mínimos por certo período, então as PN ganharão direito de voto.
Na assembleia de constituição votam, e no seu término/liquidação também.
Ações de Fruição: ações integralmente amortizadas (o acionista recebe o preço das ações que correspondem ao preço de fechamento da empresa). As ações amortizadas podem sofrer restrições de direitos com base em assembleia.
Independente de decisão estatutar: se de fato a companhia se liquidar, os acionistas que ainda não tiveram suas ações amortizadas vão receber. Caso o acionista exerça seu direito de recesso, receberá o reembolso (o valor já recebido é amortizado disso). Os titulares de ações amortizadas não tem o direito de receber juros sob o capital próprio.
A ação é a fração mínima do capital social. Ela é indivisível. É possível ter um condomínio de ações.
Operações de agrupamento e de desdobramento.
Circulação das Ações
Somente pode haver limite na circulação de ações em companhias fechadas, desde que o estatuto regule tais limitações e não impeça a negociação nem sujeite o titular de ações ao arbítrio (dos administradores ou qualquer acionista).
Na perda do “afectio societatis”, há uma requisição judicial para que a companhia se dissolva parcialmente, para então o acionista menor receber por suas ações avaliadas.
Livro de transferência de ações nominativas (registros de circulação) => Livro de registro de ações nominativas (quantidade de ações por acionista).
Aula 15/04/2016
Acervo => liquidada a empresa, o valor que resta é dividido entre os acionistas.
Direitos dos Acionistas
Direito de fiscalização (mudança em relação ao código civil, a prestação de contas é para a pessoa do sócio - individualmente -, enquanto que numa S/A as contas são prestadas pelos administradores em Assembleia Geral e os acionistas individuais não podem requerer uma série de informações à qualquer tempo).
Com prazo antes da Assembleia Geral (30 dias), os administradores devem disponibilizar as demonstrações financeiras (contabilidade) aos acionistas. Será aprovado ou não na AG.
Contas => Gestão do administrador. É diferente de contabilidade. Uma gestão com as contas reprovadas (ex. desvio, má administração), os desvios ou perdas devem aparecer na contabilidade.
Auditoria Independente (auditor externo): obrigatória para companhias abertas, podendo haver em companhias fechadas. Normas do conselho federal de contabilidade e CVM.
Conselho Fiscal (é um órgão obrigatório), minoritários com determinado percentual (10 % das ações com direito a voto) podem pedir para o Conselho Fiscal entrar em ação. Também podem eleger um membro para auxiliar na fiscalização.
Lei das minorias: pedir aos livros da companhia, acionistas com no mínimo 5%. Meros indícios já são suficientes para se conseguir judicialmente a exibição desses livros.
Preferência para subscrição de ações: para que ocorra um aumento de capital, deve-se permitir que os acionistas tenham direito de preferência na subscrição do aumento (podem deter a mesma participação que tinham).
Pode haver debêntures (títulos da dívida da empresa) conversíveis em ação. Assim, quem possui pode virar acionista no futuro. Então, os acionistas atuais têm preferência na compra das debêntures.
Direito de Recesso: se o acionista não quiser ficar na sociedade caso a companhia afronte algum direito individual dele, terá o valor de suas ações em uma operação chamada “reembolso”. Normalmente há recesso quando há alterações no estatuto social.
Direito de Voto: não é um direito essencial, pois existem ações sem direito de voto. É um direito ligado ao poder de controle. Alguém que não é acionista, pode, eventualmente, ter o direito de voto (ser controlador acionista).
É vedado o voto plural.
O acionista pode ser impedido de votar no caso de uma matéria em que ele possa obter algum benefício lícito (deliberar pela companhia comprar um terreno seu - se a compra foi por um valor diferente do mercado então seria ilícito). Diferenciação de Benefício Particular (fim ilícito,conflito formal de interesse - o voto é nulo); Suspeição (conflito substancial - análise posteriori da validade do voto - revela o interesse e se abstém para não se responsabilizar); Indiferença (a sociedade é beneficiada - o sócio acredita no negócio e vende seu terreno abaixo do preço -, é permitido votar).
Dever dos Acionistas
Realizar o capital (pagar todo o capital subscrito - integralizar).
No caso de inadimplemento, o acionista pode ser executado judicialmente, e se tiver uma cláusula penal deverá pagar uma multa (limite de 10%). Pode ter seus direitos de acionista suspensos e, em último caso será excluído da sociedade (as ações serão vendidas - acionista remisso).
Dever de lealdade à companhia: não se pode proferir voto emulativo ou em conflito de interesses. É vedado que o acionista haja com abuso do poder de controle. O acionista deve agir de acordo com a boa fé.
=> No Brasil, o sócio não é obrigado a participar de aumento de capital.
Aula 22/04/2016
Tutela dos minoritários
Relacionados ao direito de fiscalização, de convocar assembleia geral, etc.
1º lugar - Direitos que podem ser exercidos por qualquer acionista (Art. 123, par. único, alínea b).
Podem convocar assembleia geral quando os administradores retardarem por mais de 60 dias.
Ver: Art. 134; 159, III; 202, III; 206, II, a; 246, I, b, II.
2º lugar - Minoria sem especificação (Art. 239).
O conceito de minoria é qualitativo, isto é, quem não for o controlador.
3º lugar - Ações Preferenciais sem voto (Art. 161, IV, a).
Tem direito a eleger um membro do conselho fiscal, mesmo não possuindo direito de voto.
4º lugar - 0.5% do capital social (126, III. Dependendo da lei poderá ser do capital não votante ou do votante).
O grupo ou qualquer acionista pode ter acesso a relação de endereços de todos os acionistas, tendo em vista a busca de alianças.
5º lugar - 5% do capital não votante ou 10% do votante (Art. 161, II).
O conselho fiscal não precisa ter funcionamento permanente, mas pode-se pedir que o conselho fiscal seja instalado e passe a funcionar.
Par. 4º, a. Acionistas que têm ao menos 10% do direito a voto podem eleger ao menos 1 membro do conselho fiscal.
6º lugar - 5% do capital votante ou não votante (Art. 123, par. único, b).
Pode convocar assembleia geral se a administração não convocar a assembleia cuja convocação foi pedida num prazo de 8 dias.
7º lugar - 5% das ações ordinárias ou 5% das ações preferenciais sem voto (Art. 277).
Funcionamento de grupos de direito.
8º lugar - 5% do capital social (Art. 105).
Art. 163, par. 6º.
Art. 206, II, b.
Art. 246, 1º, a.
9º lugar - 10% do capital não votante (Art. 141, 4º, II).
Podem eleger um membro do conselho de administração.
10º lugar - 10% do capital votante (Art. 141, caput.).
Podem, para a eleição de membro do conselho de administração, requerer que seja feito o voto múltiplo (multiplicação do número de votos pelo número de membros do conselho - beneficia minoritários, pois se focarem em um membro têm mais chance de eleger).
11º lugar - 15% do capital votante (Art. 141, 4º, I).
Tem direito a eleger 1 membro para o conselho de administração.
=> A CVM tem a prerrogativa de reduzir uma série de percentuais dos dispositivos vistos anteriormente.
Acionista Controlador (Poder de Controle)
O poder é uma questão de fato (para saber quem é o controlador, deve-se fazer prova - quem exerce o poder). Não é um direito subjetivo.
Tipos de acionistas
Acionistas empresários: normalmente são os controladores.
Acionistas rendeiros: participam no resultado (dividendos).
Acionistas especuladores: trabalham comprando e vendendo ações.
O controle pode ser interno ou externo.
Controle externo (não está abarcado na lei das S/A’s, somente no Art. 249, par. único, a): quando alguém manda na companhia de fora da companhia.
Por contrato: contrato de franquia (o franqueador manda no franqueado - tem acesso a tudo e pode quebrar o franqueado).
Por dívida: um terceiro manda por garantia de ações fiduciária (o banco diz como o “controlador” deve votar - o problema é se a companhia quebrar, o banco fica sem a garantia).
Controle interno (Art. 116). Espécies:
Totalitário: um único acionista detém a totalidade das ações com direito a voto (subsidiária integral). Pode ser detido em conjunto (sociedades familiares).
Majoritário: um sujeito isolado ou em conjunto, detém a maioria do capital votante.
Minoritário: fenômeno da pulverização do capital social. Muitos acionistas, cada um com pequena participação no capital social.
Gerencial: quem consegue congregar a maioria na assembleia, ganha o controle (por procuração).
Controle piramidal ou técnica institucional (holdings)
Controle estatutário (ações preferenciais, sem direito à voto)
“O dever de lealdade do acionista controlador é superior à dos acionistas minoritários”.
PARTE 2
Aula 06/05/2016
Debêntures
Art. 52: Forma de financiamento da companhia (direito de crédito).
Longo prazo. Consistem em frações de um mútuo (empréstimo). São, como regra, títulos de renda fixa (juros, correção monetária - anual -, pode ser estipulado em período inferior). Podem ser convertidas em ação (capitalização do credor).
Art. 54. Em relação a um empréstimo normal: Possuem crédito que pode ser fixado em títulos da dívida pública; possuem maior maleabilidade; o debenturista também pode ter em contrato que dê participação no resultado (mútuo parciário).
Amortização é um pagamento parcial; Resgate é retirar um título do mercado (a companhia pode adquirir).
Art. 58: Garantia Real (hipoteca; os debenturistas podem pegar garantias em alienação fiduciária das ações, podendo ter em contrato que o exercício do direito de voto pelo acionista seja orientado pelo credor fiduciário). Devem ser gravadas na junta comercial.
Garantia Flutuante: confere privilégio geral sobre o ativo da companhia, mas não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo.
Agente Fiduciário: agem pelos interesses dos debenturistas (Art. 68).
=> Se as debêntures não tiverem nenhuma garantia, o credor é dito Quirografário.
Art. 83 da Lei de Falências: apresenta a classificação dos credores em um processo de falência (próximo semestre).
=> Os mútuos (contratos de crédito), devem ser negociados um a um, mas as debêntures são mais amplas.
No estatuto, pode haver uma cláusula de que o Conselho de Administração poderá aumentar o capital (conversão de debêntures em ação) até o “Limite de Capital” (capital autorizado, para debêntures ou ações).
Isso é uma ferramenta para que o Conselho trabalhe de modo mais ágil (o tempo para formar uma assembleia é muito grande).
Tipos de Emissão de debêntures (Art. 62)
Emissão Pública: oferta pública (registrada na CVM)
Emissão Privada: o investidor pode comprar diretamente da empresa.
Partes Beneficiárias
Títulos pelos quais os beneficiários (credores) podem participar nos lucros (não pode ser maior que 10% dos lucros).
É estranho ao Capital Social, sem valor nominal.
Só pode para companhias fechadas.
Pode vender Partes Beneficiárias, ou apenas distribuir como forma de vinculação a benefícios à associações, aos fundadores ou a um prestador de serviço.
Art. 48. Deve se fixado um prazo, não superior a dez anos. Podem ser convertidas em ações.
Assembleias Gerais e Especiais
A assembleia geral, delibera e não executa, eventualmente há uma deliberação auto executável.
“Método Assemblear”: respeito à uma série de requesitos (informações prévias para deliberação; o contraditório; regras de convocação; etc.). O Devido Processo Legal (previsto na Constituição) incide na assembleia.
Aula 13/05/2016
Assembleia Geral
AGO e AGE podem ser realizadas em conjunto (AGOE).
São caracterizadas pela matéria de abordagem. Ex mudança do estatuto é de competência da AGE.
Todos os acionistas tem direito de voz (todos são convocados), mesmo não podendo votar.
Assembleia Geral Ordinária (AGO)
Anual, pelas matérias do Art. 132.
Eleição de novos administradores (mandato de até três anos - três assembleias).O prazo para que ocorra é em até quatro meses o término do exercício social (até 30 de abril, deliberando sobre as demonstrações financeiras do ano anterior). Se atrasar, pode haver multa se houver regulação por junta comercial.
Art. 134: qualquer acionista pode pedir que sejam lidos os documentos específicos (na prática não acontece). Alguns membros são obrigados a comparecer na AGO (membros do conselho de administração - devem prestar esclarecimentos legais, caso solicitado), salvo se os presentes permitirem.
Poderá convocar outra assembleia.
Assembleia Geral Extraordinária (AGE)
Matérias definidas em lei.
Documentos pertinentes (na cede da companhia), disponibilizados com antecedência (junto com o primeiro anúncio).
Privada para acionistas, que podem ser representados (procurador, restringido pelo Art. 126).
As datas de publicação dos anúncios não levam em consideração dias úteis ou inúteis. Mas as publicações devem ser feitas em dias úteis.
No acordo de acionistas, o mandato outorgado em acordo pode ter prazo maior (Art. 318).
Pequena S/A Fechada (Art. 294), menos de 20 acionistas: Há benefícios quanto à forma. A convocação poderá ser feita sem um anúncio em jornal, mas mediante notificação com recibo.
Quórum de Instalação e de Deliberação (Legais e Estatutários).
Quórum Legal (Art. 129): maioria absoluta de votos (maioria dos presentes, com direito de voto), simples, não se computando os votos em branco (anulação e abstenção).
Algumas matérias exigem metade no mínimo das ações com direito a voto - exigem quórum qualificado (não exige a maioria, pode ser 50%).
Quórum Estatutário (ver Art. 139 e 136): deve especificar cada matéria. Se a companhia aberta não tiver negociação em bolsa, então também se aplica a ela.
Assinatura do livro de presença na entrada: isso faz prova de que a assembleia se instalou regularmente. É possível a participação de “retardatários”, a participação de quem chega atrasado, assinando a ATA da reunião, mas sem assinar o livro de presença. O Professor acredita que não é possível a presença de retardatários, pois ter-se-ia que verificar a todo o momento o quórum de deliberação.
Composição da mesa. A presidência e o secretariado são escolhidos na própria assembleia. O estatuto pode definir que o presidente do conselho de administração será o presidente da mesa.
Poderá haver o voto secreto (através de cédula), mas o Professor acha que não é possível, pois o acionista responde civilmente se o voto for abusivo. Caso for secreto, não se poderia identificar a responsabilidade do acionista (Regime de Deveres e Responsabilidade do Acionista).
Art. 118: Acordo de voto. Depois da proclamação da deliberação (ato colegial).
Nem todos precisão assinar a ATA, bastam as assinaturas suficientes para ser preenchido o quórum de deliberação. Pode ser por extenso ou na forma sumária (mais corrente). Deve ser arquivada cópia na Junta Comercial, e publicada em jornal de grande circulação e Diário Oficial (publicação de resumo - extrato), e depois averbar essa publicação na junta. O prazo decadencial para ação anulatória de assembleia passa a ocorrer a partir da publicação da ATA (terceiros poderão querer anular).
Assembleias Especiais
Para que determinadas deliberações produzam efeitos (eficácia), assim como uma função do próprio Estatuto Social.
Assembleia Especial de Acionistas
Classes de ações (Art. 16 §único; as classes podem dar direitos): para que os direitos sejam produzidos, deverá ser feita uma Assembleia Especial da classe de ações específica.
Classes de ações preferenciais: o Estatuto define. Normalmente há direitos de veto de alterações estatutárias. Também podem ser chamadas nas Assembleias Especiais.
Para alterações de classes de ações preferenciais, dependem de aprovação de todos os acionistas de ações preferenciais (mínimo da metade de cada classe de ações preferenciais).
Assembleias Especiais de Titulares de Partes Beneficiárias: para se mudar direitos existentes em partes beneficiárias, ao menos metade devem aprovar em assembleia especial.
Assembleia Especial dos Credores de Debêntures (Art. 71): alteração das condições de debêntures.
Invalidade das Deliberações: se precisa conferir estabilidade às deliberações, em virtude de prazos decadências muito curtos no Brasil. Problema das deliberações conexas. Se passa muito tempo, então convalida.
Vício da assembleia: afeta toda a forma da assembleia. Ex. foi convocada sem respeitar os prazos de convocação; não tem quórum de instalação. Acarreta a anulação de TODA a assembleia (não é nulidade, como no direito civil).
Violação direta à lei, então é nulidade.
Vício da deliberação: Ex. 1º aprovação de contas e demonstração financeira, OK; 2º deliberação sem a disponibilização de documentos, protocolo e justificação para uma fusão, é ANULADA.
Os diretores ou os membros do Conselho de Administração não podem votar pela aprovação das contas (É NULO! - invalidade da deliberação da Assembleia Geral).
Distribuição de Dividendos, sem que a empresa tenha tido lucro é passível de ANULAÇÃO! Acionistas que receberam dividendos de má fé podem ser responsabilizados civilmente.
Vício do voto: se o acionista que é administrador vota na deliberação de suas próprias contas. O voto é NULO, mas não enseja a anulação da deliberação. Se o voto é por coação, então o voto não é NULO, mas ANULÁVEL.
É possível reratificar uma assembleia que já ocorreu, mas que tenha ocorrida novamente sem vícios formais.
Conselho de Administração
Nas companhias com capital autorizado (etc.), o conselho de administração é um órgão obrigatório.
Facilita e reduz o ônus de tudo o que é tipo de deliberações dos acionistas. O mercado é muito ágil, por isso é uma forma de desburocratização. Quando instituído, muitas competências saem da assembleia geral.
Se busca que sejam independentes da administração, com pessoas experientes e de diferentes áreas com visões amplas.
Ideia de administração dual: fiscaliza a diretoria e orienta os negócios (diretrizes gerais).
Ideia de congregação de interesses de diferentes grupos de acionistas e não acionistas: os minoritários tem o direito de eleger membros. Na Alemanha, há empresas que empregados, não acionistas, também podem eleger membros. No Brasil, há autorização que empregados elejam membros do conselho de administração (ocorre com estatais).
Aula 20/05/2016
A assembleia pode eleger ou destituir o Conselho de Administração à qualquer tempo.
O administrador escolhido pelos minoritários só poderá ser destituído por eles (o controlador não pode).
Nas reuniões do Conselho de Administração, quando começam a produzir efeitos perante terceiros (Ex. eleger novos diretores). Então a ATA deve ser lavrada e publicada.
Se for apenas uma reunião sobre análises de mercado, etc. não precisa haver publicação.
Pode desmembrar a reunião e fazer uma ATA para apenas os aspectos a serem publicados.
Nas companhias ABERTAS, os minoritários podem eleger um membro, em votação em separado (Art. 141, §4º), para o Conselho de Administração.
Pode ser congregado com o Voto Múltiplo.
Nas companhias FECHADAS há apenas o Voto Múltiplo.
Nas ABERTAS, é possível eleger 3 membros pelo Voto Múltiplo, mas o controlador ficaria com apenas 2. Então, por lei, o controlador poderá eleger 4.
Poderá haver um acordo de acionistas obrigando alguns a votarem em determinado sentido. Isso é corriqueiro, por isso, pode nem ser lançada mão do voto múltiplo.
Diretoria
Órgão obrigatório em toda a sociedade. Representa privativamente a companhia.
No caso de vacância, o Conselho Fiscal ou qualquer acionista poderá convocar Assembleia Geral. Também pode haver um caso em que o maior acionista (maior número de ações - pode ser preferencial) vira o controlador. Mas no Art. 151 faz menção ao CONTROLADOR, e não a um possível acionista minoritário.
O mínimo é 2 diretores. Não há máximo.
Pode ou não se acionista. Pessoa Natural (não pode ser pessoa jurídica).
Poderá haver competências específicas, determinadas no Estatuto: diretor financeiro,etc.
Pode dizer que algumas decisões somente poderão ser realizadas em conjunto (assinaturas).
O próprio Conselho de Administração pode limitar a atuação de diretores específicos.
A Diretoria não deve ser uma sobreposição do Conselho de Administração, tendo em vista que é este que fiscaliza aquele.
Tendo alguns membros que participam dos dois órgãos, há uma maior fluidez de informações para melhor gerenciamento.
É comum Acordos de Acionistas vinculares conselheiros de administração na votação dos diretores.
O acionista indica o diretor, mas é o Conselho de Administração quem vota na eleição da Diretoria.
Art. 118. Contra o abuso do poder de controle (controlador indicar alguém inepto para a diretoria).
Caso não haja Conselho de Administração, e se não houver acordo de acionistas, é possível que o Controlador eleja TODA a Diretoria!
Art. 160. O Estatuto Social pode criar órgãos técnicos ou consultivos (órgãos auxiliares). Ex. Comitê de Auditoria, Comitê contra a corrupção, etc.
Comitê de plano de carreira, Comitê de Gestão (análise de informações), etc. Também pode ser feito no Acordo de acionistas.
Se forem estatutários, os membros desses comitês tem as mesmas responsabilidades dos administradores.
Normas comuns ao Conselho de Administração e a Diretoria
Administrador é gênero (“se fala em todos os administradores”).
Conselheiro de Administração e Diretor são espécies.
Reputação não ilibada, interesse em conflito com a sociedade, etc.: Se aplica a Conselheiro e a Diretor, conforme instrução da CVM.
A Assembleia Geral pode liberar que uma mesma pessoa seja membro do conselho de administração de duas empresas concorrentes.
A AG pode fixar o montante global ou individual para a remuneração dos administradores. No caso de global, então o Conselho de Administração que individualiza.
Administrador não é subordinado, por isso não é empregado. Não é regido pela CLT.
Há uma relação orgânica perante à Assembleia.
Se o empregado que é eleito para ser Administrador, seu contrato (CLT) fica suspenso.
A companhia tem em mãos (por lei), certos deveres para com os administradores.
Deveres genéricos (fiduciários, padrões de conduta), aplicáveis caso a caso (trabalhar os suportes fáticos, fechados - diferentes de cláusulas gerais com consequências abertas).
Dever de OBEDIÊNCIA: “não se pode fraudar as leis”.
Dever de DILIGÊNCIA (o mais importante): cuidado na administração, com probidade (como se fosse o patrimônio de si próprio - ou melhor, de terceiros!).
O Administrador tem obrigação de MEIO - não é obrigação de resultado (a companhia pode falir, mas mesmo assim ter sido diligente - é um indício de que não tenha sido diligente).
O Administrador tem o dever de se qualificar para o cargo.
Dever de INVESTIGAR e VIGIAR: investigar denúncias de corrupção e instaurar programas que possam verificar a prática de irregularidades.
Dever de BEM ADMINISTRAR: interesse social.
Aula 03/06/2016
Dever de transparência
O administrador, no termo de posse, deve prestar uma série de informações (se tem ações ou não, etc.). O objetivo desse dispositivo é permitir que os acionistas verifiquem se o administrador possui algum outro interesse (Ex. se tiverem Opções de Ações, isso poderá influenciar diretamente na administração deles). Devem informar a cada modificação de posição acionária (vedação ao uso de informação privilegiada - insider trader -. Não se pode negociar tendo informações privilegiadas, seja ou não administrador).
Prestar um série de informações ao mercado: divulgar na bolsa ou na imprensa qualquer ato ou fato relevante que possa inferir na decisão de compra ou venda de valores mobiliários. O objetivo é que quem negocia valores mobiliários, possa negociar com plenitude de informações (acesso simultâneo à informações).
O §5º permite o sigilo de informações, caso a divulgação cause prejuízo a companhia.
Responsabilização Civil
Art. 158 da Lei das S/A’s: Responsabilização de administrador por violação de algum dever que tinha para com a sociedade (responsabilidade subjetiva, se não cumprir a lei nem o estatuto). Diferente dos outros tipos responsabilidade societária (Nas limitadas todos os sócios são responsabilizados).
Nos atos do administrador, pode ser caracterizado como responsabilidade objetiva (mas só há responsabilidade objetiva quando previsto em lei). Na verdade, continuaria sendo subjetiva, mas com inversão do ônus da prova (se presume que tenha agido em boa fé, mas pode-se provar que a ação foi em conflito de interesse).
Responsabilidade civil interna (contratual, presunção da culpa): A responsabilidade do administrador é perante a um dano causado a companhia. Então, a companhia tem o direito de entrar com uma ação de responsabilidade civil (mediante deliberação da assembleia geral ordinária ou extraordinária, mesmo que a matéria não conste da ordem do dia; os administradores não podem votar, caso a ação seja contra eles; caso se mantenha a ação, rompe-se o vínculo de confiança e o administrador deve deixar o cargo), devendo ser indenizada, e não o acionista (o dano do acionista é reflexo - sofreu dano porque a companhia sofreu dano -, então, se o dano é reparado, o acionista também é reparado).
Muitas vezes a companhia não propõe a apuração da responsabilidade. Então o código prevê a substituição processual, podendo acionistas tomar a ação de responsabilidade em nome da companhia (a companhia deve indenizar os dispêndios processuais ao acionista, caso ganhar).
A substituição processual pode ser DERIVADA na ação social ut universi: qualquer acionista pode promover a ação, se deliberada, mas se não movida a ação depois de 3 meses.
A substituição processual pode ser MINORITÁRIOS ação social ut singuli: acionistas que tenha pelo menos 5% do capital social (neste caso não enseja a destituição do administrador do cargo - não foi a assembleia geral que determinou). Se perdem os 5% de representação a ação é extinta. Nas companhias abertas, a CVM pode reduzir este percentual.
Responsabilidade civil perante terceiros: responsabilidade civil extra-contratual (inversão do ônus da prova).
Solidarizarão da culpa: basta que um administrador seja conivente com um ilícito, mas para não responder solidariamente, deve registrar em ata o ponto de divergência.
A aprovação sem ressalva das contas e demonstrações financeiras, exonera a responsabilidade civil. Esta deliberação poderá ser anulada, com prazo decadencial de 2 anos.
Dano à terceiros
Pode ser um acionista, mas que tenha sofrido um dano direto, que não seja um dano reflexo. A ação prevista é a ação individual de responsabilidade (pode ser feita também por algum acionista que tenha sido prejudicado por ato de um administrador - Ex. pode ter acontecido algo em assembleia: Ex. não foi registrado em ata, que não queria ser diluído, e o prazo de anulação da assembleia já acabou).
Conselho Fiscal
Fiscaliza (controle da legalidade dos atos) a administração e assessora a assembleia geral (acionistas). Não faz a auditoria contábil da sociedade. Pode exercer um papel relevante na defesa da empresa e dos acionistas.
Na S/A, é um órgão obrigatório (somente em economias mistas, ou caso esteja previsto no estatuto social), mas o seu funcionamento não é permanente.
Remuneração mínima do conselheiro fiscal (prevista na Lei das S/A’s).
Tutela da minoria (acrescentado a Lei das S/A’s): acionistas minoritários podem pedir a instalação do Conselho Fiscal (em assembleia geral, com no mínimo 10% das ações com direito a voto - Isto é problemático, pois a assembleia geral pode ser convocada por 5% das ações com ou sem direito a voto, neste último caso, se não atendidos em 5 dias). Então, o quórum para a instalação do Conselho Fiscal é maior! Na doutrina, diz-se que houve revogação do percentual de 5% quando da lei que adicionou a tutela da minoria.
Instrução CVM 324/2000: pode reduzir o quórum para instalação.
Prazo do mandato: em princípio, devem fiscalizar o período para que foram eleitos, sem abrir as contas do passado (já aprovadas),mas existe a possibilidade.
Após a reforma na Lei das S/A’s, autoriza que membros do Conselho Fiscal poderem agir de modo individual em diversos aspectos (normalmente as decisões são em colegiado - e tem a maioria de seus membros eleitos pelo controlador!).
Tem as mesmas responsabilidades que o administrador, incluindo no caso de negligência.
Atuação colegiada: incisos II, III, V, VI, VII e VIII, §§ 5º, 6º e 8º.
Atuação individual/isolada: incisos I e IV, §§ 1º, 2º, 3º e 4º.
O Conselho Fiscal tem limitações legais em acessar e fiscalizar as controladas da companhia maior! Sendo assim, o controlador, que elege os administradores das controladas, tem baixa fiscalização interna nas companhias subsidiárias.
Em acordo de acionistas, isto pode ser reparado, permitido aos minoritários da empresa maior que tenham acesso as demonstrações contábeis e contratos em todas as subsidiárias.
Aula 10/06/2016
Dissolução de Sociedade Anônima
(Lato Sensu)
Processo (série de atos destinados a extinguir uma pessoa jurídica) com três etapas:
Dissolução Estrito Sensu: Maior interesse e discussões jurídicas (maiores litígios jurídicos).
Dissolução de Pleno Direito - AUTOMÁTICA (Art. 206, I). CC, Art. 1033 - se a sociedade não terminar em “Prazo certo”, se não houver nenhuma objeção, se tornará “Por prazo Indeterminado”.
Se houver no Estatuto Social, uma cláusula de que será encerrada caso tenha determinado prejuízo; Pode haver uma deliberação na Assembleia Geral para a dissociação (quórum qualificado).
Se os administradores não entrarem com o processo de liquidação, podem ser responsabilizados civilmente. Poder dar ensejo a um processo de liquidação judicial.
Dissolução Judicial (por decisão judicial, Ar. 206, II). Se houver problema de validade da constituição da sociedade (NÃO dá ensejo a uma ação ANULATÓRIA). Se houver uma possível retificação/sanação, poderá conter uma demanda judicial. Quando o fim da sociedade tenha de exaurido, acionistas que detenham 5% do capital social podem promover uma dissolução judicial (ou parcial - Deadlock: 50%-50%; uma sociedade que passa anos sem lucro).
O procedimento de dissolução é regrado pelo CPC de 1039, que continuou em vigor com os novos CPC’s.
Dissolução Administrativa (por decisão administrativa): 
Liquidação (Art. 311, §ú): verificada todas as hipóteses de dissolução, perante a liquidação, a sociedade mantém a sua personalidade jurídica (para que a sociedade possa proceder com a própria liquidação - objetiva encerrar/extinguir a sociedade), mas não pode continuar a explorar a atividade, nem contrair novos empréstimos (salvo se autorizado em sentido contrário pelos sócios).
Os administradores são substituídos por liquidantes (poderes mais amplos que os administradores).
A liquidação pode ser convencional (promovida pelos órgãos da companhia - o Estatuto Social deve dizer como funcionará a liquidação, senão deve ser deliberada em Assembleia Geral) ou judicial (se ocorrer este caso, a dissolução também será em juízo - casos previstos: Ex. Lei Anti-corrupção; o liquidante é nomeado pelo juiz).
Extinção (219, I): Depois de liquidada, será promovida a extinção.
A Pessoa Jurídica só deixa de existir com o cancelamento de seu registro (baixa na Junta Comercial).
Se depois de já extinta a companhia se descobre que havia um crédito: existe jurisprudência de que os ex-sócios têm legitimidade para promover a ação.
Não é a única hipótese de extinção: uma delas é a Lei de Registros Públicos de Empresas Mercantis (se uma empresa ficar 10 anos sem registrar nada a Junta Comercial poderia promover o cancelamento do registro).
Algumas operações societárias, como a fusão (não é a operação de “fusão” do mercado de capitais), enseja a dissolução da S/A.
Dissolução Parcial de S/A => não há na Lei das S/A um regramento quanto a isso (de modo geral a dissolução parcial é na transferência de ações). Entretanto, na jurisprudência, há um entendimento de que: se o juiz pode mais (dissolver totalmente), também pode menos (dissolver parcialmente).
Aumento do Capital Social
Sem novos recursos: Mediante a capitalização de lucros ou reservas (não ocorre aporte por parte de sócios). Neste caso, beneficia todos os acionistas da companhia (se as ações tiverem valor nominal, enseja na emissão de novas ações); Mediante conversão de debêntures convertíveis em ações.
Com novos recursos: Mediante o exercício de bônus de subscrição ou opção (só ocorre nas sociedades de capital fixo ou autorizado); Mediante subscrição de novas ações (emitindo novas ações - pode se dar em bens aportados ou em espécie).
Sociedade com capital autorizado: na formação do capital, a assembleia autoriza um limite em que o Conselho, obrigatório, pode aumentar o capital social - isso garante agilidade, pois não é necessária alteração estatutária (mesmo assim, a assembleia tem de atualizar o Estatuto à posteriori).
Bônus de Subscrição: somente está presente em Companhias com Capital Autorizado, e confere ao seu titular o direito de converter esse título em participação acionária (transformado em ações). O preço de emissão futura normalmente é maior que o bônus de Subscrição.
Opção de compra de ações (por um determinado preço): pode garantir a diretores ou empregados (de alto escalão) como plano de remuneração extra conforme o desempenho das ações no futuro.
Subscrição de novas ações: se o capital estiver, no mínimo, em 3/4 integralizado, será possível a emissão de novas ações. O preço não pode causar a diluição injustificada! Quem não acompanha (não cobre - modo de opressão dos minoritários) a emissão do capital sofre diluição, perdendo percentual do capital social.
Se em funcionamento, o Conselho Fiscal deve ser ouvido quando do aumento do Capital Social, salvo na conversão de debêntures, e outras hipóteses.
O aumento do capital pode ser considerado abuso do poder de controle, conforme a Lei das S/A’s. Quando o preço de emissão é irrisório (com objetivo de diluir o minoritário), não têm qualquer fundamento jurídico (é difícil de provar, mas pode ser enquadrada como abuso do poder de controle). Pode ser impedida a eficácia da decisão e ensejada a responsabilidade civil.
Direito de Preferência: debêntures convertíveis em ações, etc. Existe, dentre outras hipóteses, para o aumento de capital mediante subscrição de ações. O prazo decadencial é de 30 dias (nas companhias fechadas, normalmente, os procedimentos ocorrem em uma mesma assembleia, caso se reúnam todos os sócios).
Com isso, o acionista tem a oportunidade de acompanhar o aumento de capital e não ser diluído.
Os acionistas têm um direito potestativo de preferência em subscrever novas ações.
Caso a sociedade utilize seu próprio capital, não há direito de preferência (todos são beneficiados).
Mediante capitalização de crédito (credores se tornam sócios) ou aporte de bens. Com isso, os atuais acionistas serão diluídos, o que enseja o direito de preferência.
É possível ceder (sessão - transferir para outro) o direito de preferência, sendo gratuita e não onerosa.
Na emissão, todas as ações devem ser integralizadas. As “sobras” (não exercido o direito de preferência) são deliberadas pela Assembleia Geral (vender em bolsa ou rateio entre os acionistas que exerceram o direito de preferência). Nas companhias fechadas, há rateios sucessivos até que todas as ações sejam subscritas, ou oferecidas a terceiros.
Pode ser excluído: o estatuto da companhia aberta pode tolher esse direito anteriormente (para emissão em bolsa, por exemplo). Nas fechadas, somente se o aumento de capital for para incentivos fiscais (ultimamente não há lei prevendo esses incentivos).
Redução do Capital Social
Princípio da vinculação patrimonial: a circulação entre bens e direitos entre a sociedade e sócios só podem ocorrer nas hipóteses previstas em lei. O capital social é a garantia direta dos credores (as garantias indiretas giram em torno do capital social).
Se reduz o capital social, reduz a garantia direta dos credores.
Perda (se houver perdas excessivas do patrimôniodo capital social) ou Excesso (se o capital social for excessivo para a atividade que está sendo explorada - mau planejamento, necessitando de redução de investimentos).
Por Perdas: Deliberado em assembleia, até o limite dos prejuízos.
O Conselho Fiscal deve opinar sobre a proposta de redução do capital social.
Os acionistas podem receber o valor da diferença, ou se eximem da obrigação de algum crédito.
Credores da sociedade podem apresentar objeção (a Redução exige a publicidade anterior), então o capital não poderá ser reduzido (salvo se for dada garantia de que o seu crédito será pago). O capital social é garantia indireta dos credores!
Aula 24/06/2016 (Aula Extra - depois da P2)
Operações Societárias
São pautadas pelo impacto tributário da operação visada (consequências tributárias da operação societária).
Transformação: passa de um tipo para outro (Ex. Limitada para um S/A ou vice-versa), a sociedade continua sendo a mesma (todos os direitos e obrigações permanecem com a mesma pessoa jurídica).
Para S/A => quero captar dinheiro na bolsa. Os sócios podem abdicar de seu direito de retirada em uma transformação para S/A (mas no C.C., art. 1114, posterior, dez que DEVE haver unanimidade dos sócios). Os credores da antiga Limitada podem acionar os sócios diretamente, mesmo já ter sido transformada.
Para Limitada => redução de custos de manutenção. O sócio está sujeito a um risco muito maior. Art. 221 - exige consentimento unânime dos acionistas, salvo previsão estatutária (por maioria - os que não concordarem tem o direito de recesso).
Incorporação, Fusão e Cisão: Instrumentos jurídicos de um fenômeno econômico - concentração empresarial, grupos de sociedade. É a Assembleia Geral que tem competência para deliberar estas alterações (há alterações no estatuto).
- possibilidade de extinção de uma ou mais sociedades, independente do processo de diluição.
- transmissão de bens e direitos das sociedades envolvidas com apenas um ato (Ex. não precisa vender os bens de uma empresa para adquiri-los novamente - mas ainda deve haver a transferência no registro de imóveis).
- requer um documento de Protocolo (Art. 224) e um documento de Justificação (Art. 225).
- Art. 117, §1º, b: Deve ser verificado se uma operação destas não é abuso do poder de controle (abuso em relação aos minoritários).
Incorporação (Art. 227): companhia incorporada (deixa de existir) e companhia incorporadora (há aumento de capital - os acionistas da incorporadora recebem mais ações -, não há direito de preferência para aquisição de ações como uma operação com o intuito específico de aumento de capital). Para vínculo empregatício não muda nada, apenas o cnpj da empresa (da antiga para a nova).
Deve-se aumentar o capital da companhia incorporadora. Se o capital líquido for negativo, a Junta Comercial poderá negar a incorporação - se os acionistas tiverem espelhamento (forem os mesmos, na mesma proporção), então poderá ser aceito.
O Conselho Fiscal deve se manifestar (para TODAS as operações), caso esteja em funcionamento.
A operação pode ser feita em apenas uma assembleia em cada empresa, ratificando (por ser direitos disponíveis) os documentos produzidos pela diretoria (avaliação do patrimônio, etc.).
Art. 252: Incorporação de Ações: a sociedade incorporada continua existindo, mas se torna uma Subsidiária Integral (com uma única acionista - empresa controladora). Os acionistas da Subsidiária Integral recebem ações da sociedade Controladora.
Se a Subsidiária Integral falir não afeta a Incorporadora (isolamento de risco). Pode haver benefícios fiscais também, etc.
Fusão: criação de uma nova sociedade - a constituição da nova sociedade deve respeitar as formalidades para o tipo societário específico.
Há muita burocracia: CNPJ novo; alvarás dos municípios, novos; avaliações novas. Muitos problemas para operacionalizar a operação.
Os sócios que aportam bens (cada sociedade antiga) não podem votar nos laudos de avaliação à que estão ligados.
Cisão: o C.C. não regula a cisão (apenas estabelece direitos de credores). Pela lei das S/A’s.
Pode ser total (a sociedade original deixa de existir - se criam fatias de novas sociedades) ou parcial (uma pequena parcela é separada do patrimônio - pode dar origem a uma nova sociedade ou pode ser incorporada em uma já existente).
Os acionistas ficam com a mesma proporção da nova sociedade (depois pode ser vendida).
Na cisão desproporcional, os sócios podem ser isolados em cada sociedade criada.
A cisão de uma S/A aberta dá origem a novas empresas ABERTAS!
=> A sociedade cindida (criada a partir de uma cisão), comporta solidariedade entre as obrigações da antiga, salvo se as obrigações forem transferidas para a nova companhia (mas ainda assim, os credores podem se opor).
=> Direito de Recesso: as operações vistas dão direito de recesso aos acionistas dissidentes, a menos que a companhia tenha liquidez e dispersão de mercado (o acionista pode vender sua parte).
Na incorporação, esse direito só é para acionistas da incorporada, e não da incorporadora. Isso é uma falha, pois os maiores efeitos se dão na companhia incorporadora.
Proteção aos Credores
Em caso de incorporação e fusão, os credores podem ANULAR a operação (Art. 232). A operação pode ser ineficaz caso o credor faça objeção dentro do prazo decadencial.
Os debenturistas tem de aprovar as operações, ressalvadas exceções (caso seja garantido o direito de resgate em um tempo a ser determinado).
Lei 12.529/2011: Regula o direito da concorrência. Dependendo dos valores envolvidos, a operação pode ser aprovada previamente pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Segue o LINK para baixar o presente arquivo:
https://drive.google.com/open?id=0B_vwGsXdCzWXdUtVeVlKVmFfTG8

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