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DIREITO PENAL III, Prof. Vanessa

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DIREITO PENAL III
Anotações de aula da Prof. Vanessa
O Link para DOWNLOAD deste arquivo em formato WORD está no final do texto.
PARTE 1	3
1	Aula 03/08/2016	3
Teoria Geral da Pena	3
Orgânização Jurídica de Conceitos	4
Tipos de Penas	4
Dosimetria da Pena Privativa de Liberdade	4
1ª Fase - Pena-Base	5
Caso AURÉLIO	6
2	Aula 10/08/2016	7
2ª Fase - Pena Provisória	7
Critério para a definição do peso das Agravantes e Atenuantes	8
3ª Fase - Pena Definitiva	8
Majorante	9
3	Aula 17/08/2016	10
Regimes Penais	10
Pena de Multa	11
Caso ELISABETE	11
Fundamentação	12
4	Aula 24/08/2016	13
Penas Restritivas de Direitos	13
Suspensão Condicional da Pena (SURSIS)	14
Caso JERÔNIMO	14
5	Aula 31/08/2016	16
Caso SILVIO	16
Caso LINDEMBERG	17
PARTE 2	18
6	Aula 28/09/2016	18
Teorias da Pena	18
Incidentes de Execução Criminal	19
Progressão de Regime	19
Caso de Execução 1	20
Caso de Execução 2	20
Livramento Condicional	21
Soma de Penas X Unificação de Penas	21
7	Aula 05/10/2016	22
Incidentes da Execução	22
Decreto natalino de 2015	22
8	Aula 19/10/2016	23
Efeitos da Condenação	23
Tipos de Ação Penal	24
9	Aula 26/10/2016	26
Extinção da Punibilidade	26
Prescrição da pretensão punitiva	26
Exemplo	27
Prescrição da pretensão executória	27
10	Aula 09/11/2016	28
Caso CARMINHA	28
PARTE 1
Aula 03/08/2016
P1 (vale 4,0): 21/09/2016;
Trabalho 1 (vale 2,0): 28/09/2016;
P2 (vale 4,0): 09/11/2016;
Recuperação: 23/11/2016.
A média é 7,0!
Pegar a parte de dosimetria no Xerox!
ASSUNTOS DO TRABALHO
- Privatização do Sistema Prisional;
- Cumprimento de Medida de Segurança de Internação;
Há bastante material. Livro, Penas e Medidas de Segurança; conversar com pessoa do instituto médico forense...
- Maternidade do Cárcere;
- APAC’s;
- Apoio ao egresso do sistema prisional;
- Monitoramento eletrônico;
Conversar com pessoal da AVEC; há bastante material.
- Cumprimento de medida socioeducativa;
Há uma prof. da UFRGS especialista no tema, Ana Paula; há muito material.
- Facções criminosas em cárcere;
É um assunto mais difícil de se encontrar.
Prof. de um faculdade do RJ (Mirian Guindani), gaúcha, fez uma tese sobre facções no presídio central. Biblioteca da PUC.
=> O crime de tráfico é equiparado à crime hediondo, mas deveria ser somente para o traficante principal (organizador), não para os dependentes sócias deste sistema.
Apresentar aspectos positivos e negativos sobre o tema escolhido.
Entregar materiais escritos (pesquisa).
Apresentação oral de 15 min com dois oradores.
Teoria Geral da Pena
Princípio da Individualização, Art. 5º, XLVI, CF
Analisar as Circunstâncias do crime e situação do infrator. Ocorre nas três esferas abaixo:
Legislativa - Política Criminal, processo de criminalização primária. Ex. terrorismo, feminicídio, taxa de álcool permitida no sangue ao dirigir.
Judicial - Após o acontecimento do fato (criminalização secundária). Abordagem policial => sentença penal condenatória. Situação específica.
Executória - Criminalização terciária, no cárcere.
Orgânização Jurídica de Conceitos
Os conceitos que derivam dos princípios originários de um plano específico podem ser utilizados em deduções subsequentes, formando outros conceitos, os quais também poderão ser ponderáveis judicialmente (princípios). No caso da definição de um limiar de ponderação (regra) entre princípios, esse limiar poderá ser acessório a outro conceito, mesmo que este pertença a outro plano da orgânização jurídica. Essas regras acessórias, assim que consolidadas (pelo legislativo ou judiciário), passam a auxiliar na evolução dos conceitos e seus limiares, sempre partindo de ideias oriundas da sociedade. Sendo assim, um anseio complexo pode necessitar de ponderações entre planos diversos. No entanto, isso deve ser corrigido através da criação e adoção de regras acessórias, i.e., limiares de ponderação ou legislação que eliminem os graus de liberdade do princípio em questão, até ficar com apenas um grau e, portanto, seguir em um processo evolutivo sadio.
A alocação de um conceito em determinado plano pode não ser realizada adequadamente (cientificamente). Neste caso, abrirá brechas para a legislação ilegítima de limiares. Assim, a ponderação ou legislação será feita de forma mascarada, sobre um plano que não tenha estrita relação com o conceito. Esse problema é visto no conceito de maioridade penal.
O conceito de maioridade penal é derivado da maioridade civil, situando-se, inicialmente, no plano jurídico. Porém, se o primeiro não fosse diferenciado do segundo, um pai deveria ser condenado pelo crime do filho no caso de ser o responsável imediato. Sendo assim, se um pai fosse detido por um crime cometido pelo filho, segundo o plano jurídico, ocasionaria ainda um prejuízo inerente à educação do filho em questão (e dos outros filhos), pois estaria ausente, sendo o conceito de família comprometido.
VER Fonte: https://plus.google.com/105193352569699409491/posts/co5F38SEMrY
Tipos de Penas
Privativa de Liberdade (Art. 33): 
Reclusão: Crimes mais graves, com penas maiores. Ex. homicídio. Há possibilidade que o sujeito comece a cumprir a pena em regime fechado => Dosimetria.
Detenção: Condutas mais leves, com penas menores. Ex. lesão corporal.
Multa (Art. 49...)
Restritivas de Direitos (alternativas, Art. 43...)
Dosimetria da Pena Privativa de Liberdade
Sistema Trifásico (1ª, 2ª e 3ª fases)
1ª Fase - Pena-Base
2ª Fase - Pena Provisória
3ª Fase - Pena Definitiva
1ª Fase - Pena-Base
Limites - Limite Máximo e Termo Médio: 
Circunstâncias (Art. 59): Ver abaixo as 8 circunstâncias (o juiz deve indicar se são favoráveis, neutras ou desfavoráveis ao réu).
Culpabilidade: juízo do grau de reprovabilidade social (alta [-], média [+-] ou baixa [+]) da conduta (deve ter alcançado maioridade penal - imputabilidade); segundo a cultura do local do sujeito, deve saber que a conduta era ilícita (erro de proibição da norma - Ex. mudança legislativa numa condição tributária); se tinha condições de agir de maneira diferente (antijuridicidade - causa de justificação, legítima defesa).
Antecedentes: que já transitaram em julgado, deve ser analisada a Reincidência (já possuía uma condenação posterior, definitiva - não cabe mais recurso -, na data em que praticou o crime).
A reincidência tem um prazo para acabar (se não praticar outro crime - bom comportamento -, volta a ser réu “tecnicamente” primário -, não é possível aumentar a pena na 2ª fase, mas pode nesta fase dos “antecedentes”: ex-reincidente.)
Na 1ª Fase pode ser agregado o fato do sujeito ter sido ex-reincidente.
Conduta Social: para reduzir a pena.
A testemunha abonatória (diz que o réu é uma pessoa boa e que ficou surpreso pelo crime) é importante na dosimetria.
Personalidade: laudo de análise psicológica para basear o juiz.
Motivos: justificativa pelo delito, fato ou circunstância que deu origem a ilicitude. Ex. o sujeito foi provocado. O raciocínio quanto a isso deve aparecer na sentença.
Circunstâncias: se houve planejamento do crime.
Consequências: o que aconteceu no crime. Ex. em um homicídio (apesar de a vítima ter morrido), deixou dependentes (é mais grave do que matar uma pessoa que não tenha família); furto de um salário do mês; em uma lesão corporal a vítima ficou com sequelas depois de uma lesão corporal.
Colaboração da Vítima: a vítima provocou para o ataque do sujeito do crime. Sair do banco contando o dinheiro sacado.
Caso AURÉLIO
Reincidente: agravante (Art. 61) => 2ª Fase.
Vítima com 62 anos: agravante (Art. 61) => 2ª Fase.
Circunstâncias Agravantes (Art. 61), quando não qualificarem o crime nem forem do tipo.
Uso de revólver: qualificador do crime => 3ª Fase.
Crime tentado (Art. 14): 3º Fase.
	Culpabilidade (+-), grau médio de compreensão sobre a natureza do ilícito
	Motivos (+), desempregado. OBS. [Os motivos podem ser objeto de análise quando da definição da qualificadora].
	Antecedentes (+-), será analisado na 2ª Fase
	Circunstâncias (-), armado, planejou a abordagemao taxista
	Conduta Social (+), abonado
	Consequências (+), não houve dano patrimonial nem lesão física, mas poderia ter sido considerado o “susto” psicológico (+-).
	Personalidade (+-), não possui laudo psicológico
	Colaboração da Vítima (-), sem colaboração da vítima.
Resultado: 3 neutras; 3 positivas; 2 negativas.
Pena Base: roubo, Art. 157, caput: Pena: 4-10 anos.
Na 1ª Fase há uma pena mínima (4 anos) e o termo médio (consagrado na doutrina e jurisprudência = 7). Então, o intervalo da pena base fica de 4-7 anos.
Parte-se para a análise das 8 circunstâncias: ao fixar a pena base o juiz deverá observar as circunstâncias judiciais previstas no Art. 59 do Código Penal, desse modo, se o conjunto de circunstâncias judiciais for favorável ao réu a pena base deverá ser fixada no limite mínimo legal. Se o conjunto de circunstâncias for desfavorável ao réu a pena base poderá se aproximar do limite indicado pelo termo médio. Havendo um número similar de circunstâncias favoráveis e desfavoráveis a pena base poderá se afastar do limite mínimo legal de maneira proporcional.
No caso, a metade do caminho é de 5 anos e 6 meses. Como deu mais POSITIVAS, então o resultado sempre será abaixo deste valor!
O intervalo fica 3 anos = 36 meses; 36/8 = 4 meses e 15 dias. Devo dividir por 8 para seguir o critério do legislador!!!
O que é neutro, não é MÉDIO, é NÃO AVALIADO!
O método principal é aumentar a pena mínima, segundo o número de negativas (no caso, 2 NEGATIVAS = 9 meses). Assim a pena base fica 4 anos e 9 meses.
Outro método (diverge da doutrina) é não considerar os itens não avaliados, o que resulta em 2 NEGATIVAS em uma graduação de 5. Então, fazendo o intervalo de 3 anos = 36 meses; 36/5 = 7 meses e 6 dias. Assim, deve-se aumentar da pena mínima 14 meses. A pena base fica 5 anos e 2 meses). O primeiro método foi mais benéfico para o réu!
Aula 10/08/2016
2ª Fase - Pena Provisória
Limites: os legais (não pode ficar abaixo do mínimo nem do limite máximo indicado no artigo do crime).
Circunstâncias AGRAVANTES
Não é agravante => Circunstância que constitui o crime: Ex. a obtenção de vantagem econômica em um furto.
Não é agravante => Circunstância que constitui elemento do crime ou qualificadora: modifica os limites de pena do crime (máximo e mínimo). Ex. homicídio com meio cruel (Art. 121, §2º, doze a trinta anos) deve ser usado na 1ª FASE!
Arts. 61 e 62 - são taxativas em lei, não constituem elemento do crime: sempre elevam a pena.
Quando o crime possui mais de um qualificador (Ex. duplamente qualificado), a circunstância mais preponderante deve ser usada na 1ª fase (pena-base), sendo que as restantes devem ser usadas concomitantes com outras que porventura estiverem previstas no Art. 61.
AGRAVANTES Preponderantes (Art. 67: circunstâncias de valor ALTO = +3/4 do teto).
Reincidência (Art. 61);
Personalidade do Agente;
Motivo torpe/repugnante/visa vantagem econômica ou profissional/preconceito;
Fútil/insignificante/reação desproporcional.
AGRAVANTES Comuns (ou simples, valor BAIXO = +1/4 do teto)
O restante...
Traição/tiro pelas costas (mesmo de inimigo)/emboscada/dissimulação/parentes em linha reta;
Meio insidioso/morte por envenenamento;
Meio Cruel/Fogo/prolongamento do sofrimento/explosivo (acarreta perigo comum);
Qualidade da vítima (idoso)/enfermos/desgraça particular do ofendido.
ATENUANTES (Arts. 65 e 66 - no art. 66 o juiz poderá inventar um atenuante se entender razoável): reduzem a pena.
- Superpreponderante (valor MÁXIMO = -1 teto)
Réu maior de 18 anos e menor de 21 anos, ou maior de 70;
- Preponderantes (valor ALTO = - 3/4 do teto)
Desconhecimento da lei;
Cometer o crime em função de multidão;
- Comuns, Art. 66 (valor BAIXO = -1/4 do teto)
Circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
Critério para a definição do peso das Agravantes e Atenuantes
Não existe um piso, mas existe um teto que corresponde a 1/6 da pena-base (nenhuma circunstância agravante ou atenuante poderá valer mais de 1/6 da pena-base). [no nosso caso = 57 meses/6 = 9meses e 5dias].
NOSSO CASO:
Reincidência: agravante preponderante;		=> +7 meses (escolha pelo juiz)
Vítima idosa: agravante comum.			=> +3 meses (escolha pelo juiz)
OBS 1. A circunstância preponderante tem de ser superior a comum!
OBS 2. Lembrando que a superpreponderante (teto = 1/6) é para um jovem menor de 21 anos!
RESULTADO:
Pena provisória = pena-base + circunstâncias = (4 anos e 9meses) + (10 meses) = 5anos e 7meses.
O resultado está OK, pois está dentro dos limites da pena-base.
3ª Fase - Pena Definitiva
Limites: Não há (pode ficar superior ou inferior aos limites da pena-base).
Circunstâncias:
MAJORANTES (em frações. Ex. pena majorada em 1/3)
- Da parte geral (Arts. 70 e 71)
-Da parte especial: no artigo do crime [não será visto nesta disciplina].
MINORANTES
- Da parte geral (Arts. 14 par. ú., 16; 21; 24 §2º; 26 par. ú.; 28, §2º; 29, §1º CP)
- Da parte especial: no artigo do crime [não será visto nesta disciplina].
Majorante
Concurso material (art. 69): tipificado em mais de um crime.
Concurso formal (Art. 70): uma única ação e mais de um resultado. Ex. um tiro mata duas pessoas.
Se forem varias lesões, calcula a pena para uma lesão (a ação mais grave) e majora na 3ª fase.
Crime continuado (Art. 71): vários crimes (mesmo tipo) contra vítimas distintas.
Os crimes posteriores são uma continuação do primeiro. Calcula o primeiro e majora pelos demais.
NOSSO CASO:
Art. 157 (§1º, I, emprego de arma): pena aumenta de um terço até metade (+1/3; +1/2).
Olhar a primeira fase para ver se tem mais circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis (na dúvida fica a favor do réu) => TEM MAIS POSITIVAS (+1/3)
Art. 14 (par. ú. tentativa - crime não consumado): diminuída de um a dois terços (-1/3; -2/3).
Exceção à regra (ver abaixo!) => o réu apontou a arma e pediu o dinheiro, a PM chegou e ele saiu correndo. Nem chegou a pegar o dinheiro (solução intermediária: -1,5/3 = -1/2).
-1/3: pegava o dinheiro e era abordado pela polícia;
-2/3: aponta a arma e o taxista foge.
Não é tentativa: pega o dinheiro e consegue fugir.
Art. 16 (nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa). NÃO SE APLICA.
Art. 21 (desconhecimento da lei): NÃO SE APLICA.
Art. 26 (estado de necessidade): só posso sacrificar bem jurídico de valor inferior ou igual para proteger outro. NÃO SE APLICA.
Art. 24 §2º (minorante por emergência). NÃO SE APLICA.
Art. 26 par. ú (inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato). NÃO SE APLICA.
Art. 28, §2º (embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior). NÃO SE APLICA.
Art. 29, §1º (participação terceirizada for de menor importância em detrimento do autor - possui o domínio do fato ou autor intelectual). NÃO SE APLICA.
=> No concurso de majorantes e minorantes na 3ª Fase da dosimetria o julgador deverá observar o seguinte:
Regra Geral: No caso das majorantes o julgador deverá observar o conjunto de circunstâncias da primeira fase do cálculo, de modo que se o conjunto de circunstâncias judiciais for favorável ao réu a fração de pena a ser aumentada será menor, enquanto que diante de uma conjunto de circunstâncias desfavoráveis ao réu a fração de pena a ser aumentada será maior. O mesmo raciocínio se aplica para as minorantes, assim, havendo um conjunto de circunstâncias judiciais favorável ao réu a fração de pena a ser reduzida será maior. Já se as circunstâncias da primeira fase forem desfavoráveis ao réu a fração de pena a ser reduzida será menor.
Exceção: Em relação a minorante da TENTATIVA o juiz deverá observar o inter-criminis percorrido no crime. Deste modo, quanto mais próximo da consumação o crime chegou menor será a fração de pena a ser reduzida.
Crime Continuado: o julgador deverá observar a quantidade de crimes praticado em série para definir a fração de pena a ser aumentada. Se for só dois crime, então será a fração mínima!
RESULTADO:
PenaDefinitiva: Pena Provisória (5anos e 7meses)
+1/3 da Pena Provisória = 1ano, 10meses e 10dias.
Subtotal = 6anos, 17meses e 10dias.
Final = -1/2 do Subtotal = 3anos, 8meses e 20dias.
Aula 17/08/2016
Regimes Penais
Fechado: Art. 34 CP. Cumprimento em penitenciária (quem já foi condenado, Ex. Presídio de Charqueadas - em cela, do direito canônico para refletir pelos atos cometidos -, diferente de presídio - prisão de custódia (Ex. Presídio Central)- e de cadeia pública - igual presídio). Podem sair, com escolta, para funeral de familiar ou para audiência. Podem trabalhar e estudar dentro da penitenciária (o trabalho é um DIREITO do preso - a cada três dias trabalhados reduz 1 dia da pena).
Semiaberto: Art. 35 CP. Fiscalização de 24h. O ideal seria o cumprimento de pena em colônia agrícola ou comunidade industrial. Se alguém possibilitar um trabalho externo, tem salvo conduto durante o dia (tempo de serviço mais o deslocamento).
Tornozeleira na hipótese de falta de vagas.
Aberto: Art. 36 CP. Liberdade durante o dia e albergue à noite e fins de semana. Prisão Domiciliar (se o preso ou presa estão doentes ou possuem dependentes pequenos), como se fosse um albergue.
Poderia passar 5 fins de semana com a família (com tornozeleira).
Fixação do Regime Inicial
Crimes Não Hediondos
Fechado (Art. 33): primário com pena superior a 8 anos e reincidente com pena superior a 4 anos.
Semiaberto: princípio com pena superior a 4 anos que não exceda 8 anos e reincidente com pena de até 4 anos (NOSSO EXEMPLO DO AURÉLIO => era reincidente).
Aberto: primário com pena de até 4 anos.
Crimes Hediondos ou equiparados (Art. 83, Lei 8072/90) => Fechado. Homicídio de vulnerável, falsificação de medicamentos, etc. Equiparados: terrorismo, tráfico de drogas (de acordo com os tribunais superiores, hoje há relativização com relação ao tráfico de drogas).
Pena de Multa
Multa Cumulativa: Ex. Art. 157 CP - “pena E multa”. => NOSSO EXEMPLO
Multa Alternativa: Ex. Art. 135 CP - “detenção OU multa”.
Multa Substitutiva: Ex. Art. 44 CP.
FIXAÇÃO:
1º) Calcula-se a quantidade de dias-multa entre 10 e 360 dias-multa (Art. 49, vem do código criminal brasileiro de 1830); Mínimo (10) e Máximo (360) levando em consideração a gravidade do crime.
	NOSSO EXEMPLO: 30 dias-multa - roubo à mão armada.
2º) Fixa-se o valor do dia-multa entre 1/30 e 5 vezes o salário mínimo nacional vigente à época do fato; levo em consideração a condição econômica do réu; os recursos irão para o fundo penitenciário que deveria ser reinvestido no próprio sistema.
	NOSSO EXEMPLO: 1/30 do salário mínimo - está desempregado.
Caso ELISABETE
Elisabete, primária e com 29 anos na data do fato, revoltada com seu marido que desejava o divórcio porque já estavam separados de fato, planejou a morte dele, pois assim não precisaria dividir todos os bens do casal e ainda seria beneficiada com um seguro de vida. Elisabete combinou um café com o marido, na casa dele, a fim de que acertassem os detalhes do divórcio. No entanto, entregou um café envenenado para ele. O marido após tomar o café e sentir-se mal, foi imediatamente socorrido por seu irmão que chegou naquele momento, tendo sobrevivido sem sequelas. Considerando que Elisabete, no curso do processo, teve sua conduta social abonada por vizinhos e acaba de ser condenada como incursa nas sanções do art. 121, par. 2º, I e III, c/c art. 14, II, do CP, faça a dosimetria de sua pena, justificando todas as circunstâncias analisadas em cada fase de aplicação.
Homicídio duplamente qualificado, pois se enquadra em dois incisos.
Motivo torpe (12-30 anos) e emprego de veneno (12-30 anos) => Termo Médio = 21.
21-12 = 9a, mas fazendo 8a dividido por 8 = 1 ano para cada negativa (favorável ao réu).
Primária (Art. 59): antecedentes => 1ª fase.
Tentativa (Art. 14): 3ª fase (-1/3 a -2/3).
Conduta abonada: conduta social => 1ª fase.
Vítima cônjuge: agravante (Art. 61) => 2ª fase.
Veneno: agravante (Art. 61) => 2ª fase.
1ª Fase
Culpabilidade (-) => conduta muito desfavorável (duplamente qualificado)
Antecedentes (+) => réu primário
Conduta Social (+) => foi abonada
Personalidade => (não avaliado), não teve laudo médico
Motivos => (não avaliado) => 2ª fase
Circunstâncias (-) => pensado friamente e planejado.
Consequências (+) => a vítima não morreu.
Colaboração da Vítima (-) => não pode se defender.
Circunstâncias Desfavoráveis => 3 negativas.
Pena-Base => 12a + 3a = 15a
2ª Fase
Vítima cônjuge e Emprego de veneno.
Teto para cada agravante = 1/6 da pena-base => 2a 10m.
Agravantes preponderantes (Art. 61): motivo torpe é o qualificador do crime.
Agravantes comuns (Art. 61): 1 ano para cada um.
Pena Provisória => 15a + 2a = 17 anos
3ª Fase
Tentativa (-1/3 a 2/3 da pena).
=> solução intermediária, pois a vítima foi socorrida e sobreviveu (-1,5/3 = -1/2).
Pena Definitiva = 17a X -1/2 = 8a e 6m de reclusão em regime inicial fechado (crime hediondo).
Fundamentação
Como aparece na sentença: “Passo a dosar a pena. Ao analisar as circunstâncias judiciais entendo que a ré agiu com alto grau de culpabilidade considerando que possuía plena condição de compreender a natureza do ilícito e que premeditou detalhadamente a ação. É primária e sua conduta social foi abonada pelas testemunhas ouvidas. Deixo de avaliar a personalidade porque não há nos autos parecer técnico. Os motivos já foram objeto de análise quando da definição da qualificadora. As circunstâncias são desfavoráveis porque a ré utilizou divórcio como argumento para se aproximar da vítima, que em nada participou para a prática do delito. As consequências foram favoráveis porque a vítima sobreviveu sem lesões ou sequelas. Havendo três circunstâncias desfavoráveis, fixo a pena-base em 15 anos.
Atribuo o acréscimo de 1 ano para cada uma das duas agravantes comuns presentes no caso, sendo elas crime praticado contra cônjuge e com emprego de veneno. A pena provisória, portanto, fica fixada em 17 anos. Por fim, considerando que o delito não se consumou por circunstâncias alheias à vontade da ré, embora os atos executórios tenham sido finalizados reduzo a pena provisória em 1/2, fixando a pena definitiva em 8 anos e 6 meses de reclusão a serem cumpridos em regime inicialmente fechado.”
NA PROVA VAI TER QUE FAZER UM TEXTO PARECIDO!!!
Aula 24/08/2016
Penas Restritivas de Direitos
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
II - o réu não for reincidente em crime doloso;
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
1. Prestação pecuniária: Art. 45. §1º CP;
Espécie de indenização para a vítima e seus familiares, não podendo ser inferior a 1 salário mínimo, nem inferior a 360 S.M. Ex. lesão corporal, descontando o que foi condenado por indenização na esfera cível.
2. PERDA de bens e valores: Art. 45. §3º CP;
3. Prestação de Serviços à Comunidade: Art. 46 CP;
É a pena mais aplicada de todas. Transformo a pena (Ex. 2 anos) em dias (730 dias) e equivale isso em horas a serem trabalhadas (730 horas). A assistente social aloca o apenado em algum serviço, se trabalhar 7h por semana, em um dia da semana, ficará vinculado à instituição por 2 anos. O mínimo de vinculação é de 1 ano (ou 50% do tempo de pena, o que for maior).
4. Interdição Temporária de Direitos: Art. 47 CP;
Suspensão da carteira de habilitação de trânsito (é cumulativa) - tipos penais do código de trânsito; proibição de uma pessoa de frequentar determinados lugares (estádio de futebol).
5. Limitação de Fim de Semana: Art. 48 CP.
Não é muito aplicado, pois misturaria os presos do semi aberto com o fechado.
=> substituição de Pena Privativa de Liberdade por pena Restritiva de Direito.Requisitos
- Pena de até 4 anos para crimes dolosos e qualquer pena para crimes culposos.
- Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa.
- Réu não reincidente em crime doloso.
- Circunstâncias judiciais favoráveis.
Aplicação
Pena de até 1 ano = multa (fica com uma dívida) ou uma pena alternativa (converte em prisão se não cumprida).
Pena superior a 1 ano = multa +1 pena alternativa ou 2 penas alternativas.
Suspensão Condicional da Pena (SURSIS)
Suspensão da pena, sujeita a algumas condições.
Requisitos
- Pena de até 2 anos (se o condenado tiver mais de 70 anos, então é de até 4 anos);
- Réu não reincidente em crime doloso;
- Circunstâncias judiciais favoráveis;
- Que não seja cabível a substituição do Art. 44 CP (VER ACIMA).
- Art. 81 CP: A revogação do SURSIS acontece quando há outro crime do réu (sentença transitada em julgado).
Inciso II: não há mais revogação do SURSIS por não pagamento de multa.
Caso JERÔNIMO
Jerônimo Afonso, primário e com 20 anos na data do fato, desempregado e precisando de algum dinheiro, resolve aplicar um golpe, ligando para dois aposentados de classe média, com mais de 70 anos de idade para anunciar uma promoção entre os beneficiários do INSS. Ele afirma que a pessoa foi sorteada e ganhou um carro zero quilômetro, mas precisa depositar o valor de R$ 150,00, referente ao frete, no Banco, indicando a agência e o número da conta-corrente para depósito. As vítimas, iludidas com o prêmio, vão até o Banco e depositam a quantia. Antes que Jerônimo consiga aplicar outros golpes ele é identificado pela polícia e preso preventivamente. O dinheiro das vítimas não é recuperado. Considerando que Jerônimo teve sua conduta abonada por vizinhos e conhecidos e acaba de ser condenado como incurso nas sanções do art. 171, caput, do CP, faça a dosimetria de sua pena, justificando todas as circunstâncias analisadas em cada fase de aplicação, estabelecendo o seu regime inicial de cumprimento de pena e verificando as possíveis substituições e suspensão da pena.
SÚMULAS
STF: 499, 605 e 719.
STJ: 171, 231, 241, 440, 444.
- Primário: sempre na 1ª FASE.
- 20 anos de idade (<21 anos): é atenuante na 2ª FASE. Art. 65, I CP.
- Vítimas idosas: depende do crime (na segunda fase é agravante, Art. 61, II, h; em alguns crimes é na 3ª FASE, como agravante), no caso é estelionato (Art. 171 CP), no §4ª a pena é aplicada em dobro (+ 2/1 acrescentado no final de 2015 => 3ª FASE).
- 2 vítimas: MAJORANTE de Crime Continuado (Art. 71) => é 3º FASE (+1/6 a +2/3)
- Conduta abonada: sempre 1ª FASE.
- Prejuízo Pequeno: conforme disposto no Art. 171 §1º CP, 3º FASE (-1/3 a -2/3) => (-1,5/3 = -1/2).
1ª FASE (1-5anos => 1-3anos, até termo médio) => intervalo de 2a = 24m => dividido por 8 => 3m de escala)
Culpabilidade: +-
Antecedentes: +
Conduta Social: +
Personalidade +-
Motivos: +-
Circunstâncias: - (astúcia, foi bem planejado)
Consequência: +-
Colaboração da Vítima: - (as vítimas não colaboraram)
Pena Base:
2 negativas => 1 ano + 2x 3m = 1 ano e 6 meses
2ª FASE
TETO: -1/6 da pena base = -3m
ATENUANTE Superpreponderante: réu <21 anos.
Pena Provisória = Pena base - 3m = 1 ano e 3 meses
3ª FASE
Estelionato contra idoso (+ 2/1): Pena Provisória X (+2/1) = 2 anos e 6 meses
Duas vítimas (+1/6): 2a e 6m X (+1/6) = 30m + 5m = 35m
Prejuízo pequeno (-1/2): 35m X (-1/2) = 34m - 17m = 17m = 1 ano e 5 meses
Pena Definitiva = 1 ano e 5 meses de reclusão em regime aberto.
=> Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e MULTA.
Aula 31/08/2016
Caso SILVIO
Sílvio, primário e com 20 anos na data do fato, portando um revólver, resolve sair para roubar veículos à noite. Próximo à UFRGS, aborda um homem de 60 anos de idade que acabava de entrar no seu carro obrigando-o a dirigir até as imediações do Bairro Rubem Berta. Lá chegando após libertar a vítima e circular no veículo por mais de 20 minutos é abordado por policiais e preso em flagrante. Considerando que Sílvio teve a sua conduta abonada por vizinhos e conhecidos e acaba de ser condenado como incurso nas sanções do art. 157, caput, do CP, faça a dosimetria de sua pena, justificando todas as circunstâncias analisadas em cada fase de aplicação.
Primário
20 anos de idade => 2ª Fase (- 9m; segundo o teto de 9m e 15d)
Uso de Revolver => 3ª Fase (+1/3 a +1/2)
Vítima idosa => 2ª Fase (+ 4m)
Privação de Liberdade => 3ª Fase (+1/3 a +1/2)
Conduta Abonada
1ª Fase: Art. 157 CP (4-10 anos => 4-7 anos) => 3 anos = 36 meses => 36/8 = 4 meses e 15 dias
Culpabilidade +-
Antecedentes + (no caso de reincidência, é neutra e avaliada na 2º fase)
Conduta Social +
Personalidade +-
Motivos +- (o roubo visa o lucro)
Circunstâncias - (contexto do crime dificultou a defesa da vítima: foi à noite)
Consequências +-
Colaboração da Vítima -
2 negativas => 4 anos + 2x (4 meses e 15 dias) = 4 anos e 9 meses
2ª FASE
Teto = 1/6 da Pena-Base = 9m e 15d => 9m e 15d + (-9m +4m) = 4 anos e 4 meses
3ª FASE
4a e 4m / 3 = 1a 5m 10d => Pena provisória + 1/3 = 5a 9m 10d
5a 9m 10d / 3 = 1a 11m 3d => T2 + 1/3 = 6ª 20m 13d = 7 anos 8 meses e 13 dias de reclusão.
Pode também aplicar o Art. 68, §5º ? => aplica somente 1x (+1/2), resultando 6 anos e 6 meses de reclusão.
Réu primário; não é crime hediondo => regime semi-aberto.
Caso LINDEMBERG
“Feminicídio” => ainda não havia esse tipo definido no CP.
Júri Popular, concluiu os crimes praticados (método de preenchimento sim-não, sim-não)
X tentativas de acerto por arma de fogo;
X tentativas de homicídio;
X assassinatos;
(não é possível apelar da condenação pelo júri, mas da dosimetria sentenciada pelo juiz)
Frase errada na sentença... “fetichismo da pena mínima” => há regras para a definição da pena mínima.
Frase errada na sentença... “severa e proporcional” => é um ou outro!
Frase errada na sentença... disse que a situação foi uma “barbárie” => não se deve colocar esse tipo de expressão de tentativa de convencimento.
1ª Fase: mesmo considerando todas negativas, deve ficar abaixo do termo médio, pois o réu é primário. => errado, pois aplicou a máxima possível (no termo médio).
Culpabilidade 
Antecedentes 
Conduta Social 
Personalidade 
Motivos 
Circunstâncias 
Consequências - (as jovens ficaram abaladas psicologicamente, devendo se submeter a seções com psicólogo).
Colaboração da Vítima - (não comentou essa negativa)
Motivo torpe é qualificadora.
2ª Fase:
=> Não considerou agravantes.
=> Considerou a confissão e deixou no teto (OK)
=> reduziu o máximo para o policial, pois o tiro não pegou (OK).
Com a revisão pelo Acórdão, baixou para 39 anos! => fez a correção para abaixo do Termo Médio.
PARTE 2
Aula 28/09/2016
Teorias da Pena
Princípio da individualização da pena => peculiaridades do caso e do agente.
Do ponto de vista da norma, nosso Direito Penal é iluminista, sob o ponto de vista de garantias.
A punição antecipada é a pena de morte (até séc. XVIII).
A partir do iluminismo, surgem teorias que tentam explicar a função da pena.
Kant (séc. XVII) => a finalidade da pena é retribuir o mal causado pelo agente. A forma mais racional seria a pena privativa de liberdade, da convivência social. A norma penal carrega um valor ético (imperativo categórico, se é violada a norma é violado um valor).
Hegel (séc. XVIII-XIX) => se preocupa com a validade e eficácia da norma penal (“o delito é a negação da norma e a pena é a negação da negação da norma, logo é a afirmação do valor da norma”).
Cesare Beccaria (XVIII) => teoria retributiva (prevenção de delitos futuros).
Declaradas
Retributivas (Kant, Hegel)
Preventivas - Geral (coletiva)
Positiva (Claus Roxin): se aproxima de Hegel, mas com outro formato (validade das normas, mas como prevenção de novos delitos e não como retribuição).
Negativa: intimidação (coação psicológica).
Preventivas - Especial (agente)
Positiva: é a teoria mais importante, mas de difícil alcance; almeja a reintegração do sujeito na sociedade.
Negativa: neutralização do sujeito para que não pratique novoscrimes no tempo de detenção.
Críticas
Materialista: defendida pela maioria dos ciminólogos críticos, está relacionada com a criminologia crítica. Pela teoria do labeling aproach, os juízes e promotores, por virem de uma classe média, tendem a não se colocar no lugar de pessoas de classes mais baixas, punindo-os com maior severidade. A teoria materialista da pena diz que o objetivo prático da política criminal é a repressão das massas para a manutenção do sistema capitalista (leitura marxista da teoria do etiquetamento).
Agnóstica (nega alguma coisa; religiosamente, nega a religião): é defendida por Eugênio Raul Zaffaroni, justificando que toda a punição é uma espécie de guerra, pois o Estado tem uma característica repressora. Em um Estado de Direito bem constituído, o braço repressor fica adormecido (Estado de Polícia) para ser usado em situações de emergência. Então, o Estado de Polícia está relacionado ao enfraquecimento do Estado de Direito.
Direitos Fundamentais e democratização de processos são formas de fortalecimento do Estado de Direito.
O autoritarismo aparece para manter a ordem. Controle da população quando os direitos fundamentais não se efetivam.
Incidentes de Execução Criminal
Progressão de Regime
Requisitos:
- Bom comportamento carcerário => diretor da casa prisional (no caso de crime hediondo, o juiz pode pedir um parecer fundamentado caso não fique satisfeito com a simples alegação; complementa com parecer do psicólogo, da assistente social e de agentes prisionais, individualmente). Normalmente o parecer psicológico é desfavorável, em virtude do próprio tempo de encarceramento. Na pergunta sobre o arrependimento, se dissesse que não, seria uma característica anti-social, mas se dissesse que sim, era constado que não estava sendo sincero. No parecer da assistência social, é descrito todo o caminho de vida do detento até chegar no crime em que foi condenado (histórico dos problemas sociais que recaíram sobre a pessoa).
- Tempo de cumprimento da pena:
Crime não hediondo - 1/6 (art. 112 da Lei 7210/84) da pena no regime anterior (não importa se é primário ou reincidente).
Crime hediondo (Art. 2º, § 2º da Lei 8072/90)
Condenado primário: 2/5
Condenado reincidente: 3/5
*Não há progressão aos saltos, ou seja, não é possível progredir do fechado diretamente para o aberto. Deve antes passar para o semiaberto. Também não pode haver regressão aos saltos.
As frações requisitadas, objetivamente, devem ser cumpridas no regime anterior.
Caso de Execução 1
O artigo 126 da LEP (Lei 7210/84) refere-se à REMISSÃO (pode ser por trabalho, ou por estudo).
Estudo, a cada 12h (no mínimo a cada três dias) de estudo dentro da penitenciária, se reduz 1 dia de pena.
A cada três dias de trabalho, se reduz 1 dia de pena.
Se trabalhou 200 dias => 66 dias (2m e 6d), sobrando 2 dias. Deve trabalhar mais 1 dia.
HEDIONDO, PRIMÁRIO é 2/5 => se a pena é 10 anos => para a progressão precisa de 4 anos.
CUMPRIU, até agora: 3 anos e 2 meses
GANHOU, por trabalho: 2 meses e 6 dias (remissão)
TOTAL, por enquanto: 3 anos, 4 meses e 6 dias.
Para livramento condicional (hediondo) são 2/3 da pena.
Não ganha progressão, pois o crime é hediondo (necessita 2/5 da pena = 4 anos).
Caso de Execução 2
NÃO HEDIONDO é 1/6 => pena de 3 anos e 6 meses => necessita de 7 meses para a progressão.
CUMPIU, até agora: 9 meses e 25 dias.
GANHOU remissão de 40 dias por trabalho.
GANHOU detração de 90 dias, devido a prisão temporária antes de ser condenada.
TOTAL: 1 ano, 2 meses e 5 dias.
Tem direito a progressão no regime.
Para livramento condicional, em crime não hediondo, a pessoa precisa ter cumprido 1/2 da pena (3 anos, 9 meses e 5 dias), sendo este o requisito objetivo. O subjetivo seria o bom comportamento.
Falta 1 ano e 9 meses.
Livramento Condicional
É melhor que a prisão domiciliar (à noite deve ficar recluso em casa). No livramento condicional o condenado ganha uma carteirinha de salvo conduto (fica “em liberdade” condicionada a algumas situações), só que ainda deve comparecer mensalmente na vara de execuções, não pode mudar de residência nem viajar sem comunicar ao juiz.
Se for acusado da prática de um novo crime durante o livramento (“período de prova”), caso for flagrante, então o sujeito pode ser preso para responder o processo (suspende o livramento condicional). Se for absolvido, então volta para o livramento, mas se for condenado, revoga-se o livramento (perde os dias em que esteve em liberdade e não pode mais pedir o livramento condicional), lembrando que poderá chegar no regime aberto.
Se o sujeito cometer dois crimes, for condenado por um e cumprir pena até ganhar livramento, mas for condenado pelo outro (não é reincidência pois não ainda não havia condenação pelo primeiro), então o livramento poderá ser revogado mas o tempo de liberdade condicional realizado, neste caso, não é perdido pelo sujeito, contando como tempo de pena. Nisto, poderá ganhar novamente o livramento, caso o tempo de pena permitir.
Art. 83 do CP
Requisitos
Bom comportamento carcerário => se crime violento ou hediondo pode exigir parecer fundamentado.
Ter cumprido:
Crime não hediondo: Primário (+ de 1/3); Reincidente (+ de 1/2).
Crime hediondo (+ de 2/3). Se a reincidência é em crime específico, então não pode haver livramento condicional.
Suspensão: Art. 145 da Lei 7210/84.
Revogação: Art. 86 do CP - quando há uma condenação definitiva durante o cumprimento da liberdade condicional.
Efeitos: Art. 88 do CP.
Soma de Penas X Unificação de Penas
- Execução criminal para alguma pena (cumprir pena na penitenciária mais próxima - PEC processo vinculado a esta cidade).
- Se não for reincidente em nenhum processo (a primeira condenação estava em andamento), recebe um PEC da primeira condenação em uma cidade. Quando começar a sobrevier as condenações seguintes, essas peças vão sendo enviadas para o juiz que cuida do caso.
Com a sobreposição de penas, o juiz deve atualizar o regime (do aberto pode ir para o fechado), descontando o tempo já cumprido (considerando o bom comportamento no caso de regime semi-aberto).
=> Crimes continuados devem ser decididos em um único processo (mesma vara), se não, o juiz de execução deverá aplicar a regra do Art. 71 se for em benefício do condenado, unificando a pena.
Aula 05/10/2016
Incidentes da Execução
=> Assim como Habeas Corpus, esses procedimentos não precisam de advogado.
Progressão de Regime. Prisão domiciliar é regime aberto quando o preso está com problema de saúde ou dependentes.
Remição. Trabalho e estudo.
Detração. Tempo de prisão provisória que reduz o tempo de prisão definitiva.
Livramento Condicional. É melhor que a prisão domiciliar.
Decreto natalino de 2015
Publicado pelo Presidente (final de dezembro, o preso “não sai no dia de Natal”, mas acaba recebendo em abril do outro ano - o que ocorre no Natal é a “saída temporária”, que é uma escolha do preso de regime semi-aberto que tem direito a sair 5 dias do ano para passar com a família) => Requisitos para indulto (individual, caso a caso, com parecer do MP) e comutação de pena.
INDULTO: Art. 1º do Decreto Natalino (Decreto 8615/2015)
Recebe o perdão de sua pena. É melhor que o livramento condicional, pois não há condições.
Várias condições dispostas em incisos, para receber o indulto.
REQUISITOS:
- Bom comportamento carcerário
- Ter cumprido
* 1/3 da pena até 25/12/2015, se primário
* 1/2 da pena até 25/12/2015, se reincidente
- Pena não superior a 8 anos
COMUTAÇÃO DE PENA: Art. 2º do Decreto Natalino
É uma espécie de indulto parcial (é um desconto na pena).
REQUISITOS:
- Bom comportamento carcerário
- Ter cumprido
* 1/4 da pena até 25/12/2015, se primário, para COMUTAR 1/4 do remanescente da pena.
* 1/3 da pena até 25/12/2015, se reincidente, para COMUTAR 1/5 do remanescente da pena.
- Que não seja cabível o indulto
Aula 19/10/2016
Efeitos da Condenação
Automáticos (Art. 91): presumidos na sentença (não é preciso mencionar).
Tornar certa a obrigação deindenizar sobre o dano causado (a sentença condenatória funciona como um título de execução judicial na esfera civil, culmina em responsabilidade civil, o juiz não discute mérito somente arbitra os valores indenizatórios descontando os valores já pagos na esfera penal).
Se uma arma for objeto de furto e ela não tiver registro, não pode ser devolvida para o dono, mas deve ser destruída pelo Estado. Se o patrimônio adquirido pelo agente foi fruto de crime, pode ser confiscado pelo Estado.
Dependem de fundamentação (Art. 92): só terão eficácia se for objeto de menção específica (expressa, e fundamentada).
Perda de cargo público (a partir de condenação de 1 ano, para crime relacionado com o cargo - crimes contra a administração pública). Em pena superior a 4 anos, para qualquer crime.
Crime contra os filhos, perde a guarda (na vara de família, poderá ser concedido guarda em fim de semana, etc.).
REABILITAÇÃO
Definição (Art. 93, Art. 202 da LEP), se já tiver passado 2 anos do cumprimento da pena e tiver boa conduta, pode pedir reabilitação para a vara penal (juízo competente) onde foi condenado. Então, os registros da condenação (folha corrida) vem em branco, para fins de concurso público ou pleitear vaga de emprego (também se revogam os efeitos do Art. 92 - pode voltar para o cargo ou ganhar novamente a guarda do filho). Se fizer novo crime é revogada a reabilitação. O problema é que isso não é aplicado, e, no caso de juízes, aplicam a aposentadoria compulsória.
Juízo competente
Revogação (Art. 95)
MEDIDAS DE SEGURANÇA
=> o MP pede para os peritos identifiquem a imputabilidade do agente.
Tipos:
Tratamento ambulatorial: para crimes punidos com DETENÇÃO. Medicações e comparecimento para fazer terapia (equivale a um regime semi-aberto).
Internação no IPF (instituto prisional forense): para crimes punidos com RECLUSÃO (lesão corporal grave, homicídio, etc.). Situações de esquizofrenia (episódios psicóticos - há medicação); pessoas com personalidades psicóticas (não tem cura para essa personalidade); pessoas com retardo mental e com libido acentuada (estupradores de crianças - não há cura).
Desinternação (Art. 97, §3º):
A internação definida pelo juiz é de 1 a 3 anos. Depois disso o sujeito é submetido a uma nova perícia psiquiátrica (exame de cessação de periculosidade), então, se estiver “controlado” (não precisa ser curado), pode ser desinternado (igual livramento condicional), por 1 ano ou até cometer novo crime. A cada ano se faz uma nova perícia para ver se já está apto a ser desinternado, sendo o período máximo de 30 anos (a CF 1988 proibiu prisão perpétua e por analogia a internação perpétua - na verdade, fica no máximo a pena máxima do crime em abstrato para inimputável; e para semi ou inimputável o máximo é a pena concreta calculada na sentença).
Prazo mínimo (Art. 97, §1º)
Prazo máximo
Situações:
=> se o sujeito “normal” desenvolver alguma patologia mental no decorrer da pena, ela pode ser convertida para uma Medida de Segurança (o sujeito vai para o IPF).
Inimputável: sentença de absolvição indireta (não pode ser atribuída culpa ao agente), com medida de segurança (periculosidade). É submentido a um tratamento compulsório (Tratamento ambulatorial ou Internação no IPF).
Semi-imputável: paciente fronteiriços, com alguma dificuldade cognitiva; pessoas com transtornos de pedofilia; sociopatas (incluindo crimes em série). Há redução de pena na 2ª fase da condenação. São condenados e cumprem sua pena no sistema carcerário comum.
Imputável: condenação normal.
Sistemas:
=> Se um agente foi condenado a uma pena de 10 anos, mas fica louco na penitenciária, então é colocado em Medida de Segurança, é controlado e sai mais cedo ou volta para a penitenciária...
Duplo binário: volta para a penitenciária.
Vicariante (após 1984): não volta para a penitenciária.
Tipos de Ação Penal
Ação penal pública (regra geral, oriunda do Direito Romano): chegando ao conhecimento do Estado, o mesmo está autorizado a agir. Depois do inquérito policial é encaminhado para o MP, que se torna o titular da ação (se coloca no lugar da vítima - e não pertence a nenhum dos três poderes), então pode fazer uma petição inicial acusatória (denúncia) com os anexos (inquérito policial e provas - pode ainda solicitar diligências para mais provas); ou pode ser arquivada pelo Promotor (MP).
Incondicionada (Art. 100): furto, roubo, etc. A vítima pode contratar um advogado assistente ao MP.
Condicionada à representação (Art. 100, §1º - consta, se for o caso, na parte especial de cada crime, Ex. Art. 145, §ú, Art. 147 e 182, 183): Em alguns casos, para o MP poder atuar precisa de uma representação da vítima contra o acusado. Depois do boletim de ocorrência policial (comunicação do crime), a representação que vale é a que ocorre em audiência no judiciário.
Ação penal privada (o titular é a vítima - consta na parte especial, necessitar de “queixa”, Ex. Art. 145, injúria real - se tiver lesão corporal então vai pela regra geral): o advogado apresenta a queixa crime (petição inicial acusatória, direcionada ao judiciário).
Exclusiva (Art. 100, §2º): normal.
Subsidiária da ação pública (Art. 100, § 3º): se o inquérito é encaminhado para o MP, ele tem um prazo para oferecer denúncia. Se perder o prazo (raramente), uma queixa crime pode ser apresentada por um advogado da vítima. Se o MP retomar a titularidade da ação o advogado é deslocado à posição de assistente.
=> EXCEÇÕES
Lesão corporal dolosa leve e Lesão corporal culposa => APPC (ação penal pública condicionada a representação) => Art. 88 da Lei 9099/95.
No caso da lesão corporal em violência doméstica, segue sendo incondicionada (súmula STF).
Estupro => APPI (incondicionada) => Súmula 608 do STF.
=> segundo a Lei citada acima, para os crimes de menor potencial ofensivo (pena máxima de 2 anos), há mini inquéritos (na audiência, se propõe composição civil como forma de indenização).
A Maria da Penha proíbe que a composição civil seja pagamento de cestas básicas.
Na transação penal (acordo com o MP, se o mesmo for titular da ação), o réu não pode se beneficiar em menos de 5 anos, pagando cestas básicas. Já a composição civil pode ser feita, pois é particular.
Decadência do direito de queixa ou de representação (Art. 103): O prazo é de 6 meses, desde que descobre quem é o autor. Mesmo nas ações penais privadas é possível pedir auxílio policial para se rastrear quem foi o agente.
Renúncia ao direito de queixa (Art. 104): se aplica somente à ação penal privada, mas mesmo renunciando, o cônjuge ou irmãos da vítima podem entrar com ação.
Perdão do ofendido (Art. 105 e 106): se aplica somente à ação penal privada, e se aplica depois de a ação já estar tramitando (o réu/querelado deve aceitar o perdão - pode dizer que “não aceita pois quer comprovar a inocência”).
=> renúncia ou perdão tácito: publica uma foto confraternizando com o acusado (“já fizeram as pazes”).
Aula 26/10/2016
Extinção da Punibilidade
Perda do dever de punir. No entanto, nem todas as situações elencadas no Art. 107 CP significam a extinção em sentido amplo (pena + punibilidade), sendo às vezes somente a pena.
Art. 107
Morte do agente
II - Anistia (esquecimento jurídico do ilícito - é coletiva normalmente aplicada a crimes políticos e militares, sendo concedida mediante lei do congresso nacional). Ex. Lei de 1979.
Graça (decreto presidencial, é individual)
Indulto (decreto presidencial, extingue somente a pena que falta a ser cumprida)
IV - Prescrição (perda do direito de punir do Estado em virtude do decurso do tempo)
Decadência (perda do direito de queixa ou representação)
Perempção: Art. 60 do CPP (desistência da ação por parte do autor privado - não cabe contra o MP)
IX - Perdão do ofendido (renúncia da ação ou perdão - a possibilidade de retratação em alguns crimes extingue a punibilidade). Na hipótese do homicídio culposo, o juiz pode deixar de aplicar a pena se quem pratica o crime foi lesado em gravidade elevada.
Art. 121, §5º e 129, §8º.
Prescrição:- Da pretensão punitiva: abstrata, retroativa, interocorrente. Extingue a punibilidade.
- Da pretensão executória. Extingue somente a pena.
Prescrição da pretensão punitiva
	TERMO (Art. 111. Termo inicial de contagem). Começa a contar da data da consumação. Ou do dia em que cessou a atividade criminosa. No caso de abuso de criança, começa na data que a mesma completou 18 anos
	MARCO INTERRUPTIVO (data de recebimento da denúncia - petição inicial ou queixa). Neste momento, interrompe a prescrição, que passa a contar novamente do zero.
	MARCO INTERRUPTIVO. Zera a contagem novamente, podendo ocorrer a prescrição até o trânsito em julgado.
	
	Data da consumação
	Recebimento da denúncia ou da queixa (cita o acusado, que passa a ser réu).
	Publicação da sentença penal condenatória
	Trânsito em julgado
Os prazos estão no Art. 109 e 115 do CP.
*Entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória, se houver júri popular (sentença de pronúncia - sentença de impronúncia ou absolvição são desejadas pela defesa), há mais dois marcos.
O MP deseja a pronúncia (leva a júri popular), por isso não pode recorrer da pronúncia.
Quando há júri, surgem dois marcos interruptivos nesse período (Art. 117). Então, a prescrição extingue a punibilidade, se houver.
Exemplo
Estelionato (Art. 171) => pena máxima = 5 anos. [ver o prazo de prescrição: no caso é 12 anos]
Primário, 20 anos de idade.
Data do crime: 14/02/2011
Recebimento da denúncia: 20/12/2011 [passou 10 meses]
Data da sentença: 13/03/2012 [passou 3 meses]
Trânsito em julgado: 21/04/2014 [passou 2 anos e 1 mês]
=> DADO: Pena de 1 ano e 6 meses.
Art. 115. Redução de prazo. Réu com menos de 20 anos => reduz o prazo pela metade: [6 anos].
1- Não ocorreu a prescrição da punição punitiva ABSTRATA, pois se conta desde a data do crime.
2- Não ocorreu a prescrição da punição punitiva ABSTRATA, pois se conta desde a data da queixa.
3- Sentença (pode ter apelação para redução de pena; e recurso do MP para aumento). O trânsito em julgado é na decisão de 2ª grau. Agora a referência é a pena concreta.
Se apenas a defesa apela, há o marco “trânsito em julgado para a acusação”, mas ainda não o “trânsito em julgado final”. Sendo assim, nunca poderá o juiz reformar a sentença para pior. Então, sabendo que a pena não poderá aumentar, já é possível aplicar o Art. 109 para ver em quanto tempo prescreve a [pena de 1 ano e 6 meses] => [prescrição de 4 anos com redução pela metade devido a idade de 20 anos].
A prescrição RETROATIVA, se conta desde o momento da denúncia.
Com o trânsito em julgado (final), se dá a prescrição INTEROCORRENTE, e se conta desde a publicação da sentença penal condenatória.
Prescrição da pretensão executória
Extingue a execução da pena concreta.
A pena concreta é de 1 ano e 6 meses.
A prescrição é 2 anos (metade de 4a).
Se fosse reincidente (NA EXECUÇÃO), o prazo, aumentaria em 1/3 (Art. 110).
Para o cálculo, a prescrição é calculada conforme o que falta de pena a cumprir.
	TERMO
	Marco suspensivo
	
	
	Só conta se o réu está respondendo o processo livre (não está presa preventivamente) e ainda não iniciou o cumprimento da pena.
(21/04/2014, no exemplo)
	Início do cumprimento da pena.
(25/04/2015), transcorreu 1 ano e 4 dias até a pessoa se apresentar (estava foragida). Agora a prescrição fica suspensa.
	Evento FUGA
(25/11/2015), cumpriu já 7 meses. Agora a prescrição continua a contagem.
A pena que falta é 11 meses => o prazo de prescrição para isso é 3 anos, o que dá 1a e 6m (metade).
	Ficou 11 meses foragido.
O TOTAL agora de prazo transcorrido para a prescrição é de 1a 11m 4d
Aula 09/11/2016
Questão 1 da prova simulada:
Caso CARMINHA
Extorsão simples (se fosse extorsão mediante sequestro seria hediondo e não caberia progressão da pena) => não é hediondo (progressão de 1/6; Livramento Condicional de + de 1/2; Indulto de 1/2 até 25/12/2015; Comutação de Pena de 1/3 até 25/12/2015).
Progressão de 1/6 => 1a
Livramento Condicional de + de 1/2 => 3a
Indulto de 1/2 até 25/12/2015 => 3a
Comutação de Pena de 1/3 até 25/12/2015 => 2a
Até hoje (09/11/2016), cumpriu 2a, 11m e 19d (mais o tempo de prisão preventiva, caso houvesse, ou se a remissão já tivesse calculada - aqui tenho o tempo trabalhado).
Reincidente
Pena: 6 anos
Início: 20/11/2013 => em 25/12/2015 completou 2a 5d
Trabalhou 240 dias => divide-se por 3, resultando em 80 dias.
Resultado: (2a, 11m e 19d) + (80 dias) = 2a 11m 99d => 3a 2m 9d
Resposta: Tem direito a todos os itens, menos o indulto, pela data do mesmo.
2) Assinale a alternativa correta:
a) O prazo decadencial para oferecimento da queixa está sujeito aos mesmos marcos interruptivos da prescrição da pretensão punitiva; Decadência não tem interrupção.
b) A renúncia expressa ou tácita ao direito de queixa deverá ser aceita pelo acusado para que possa produzir efeito; Na renúncia tácita pode dizer que não aceita, não fazendo diferença.
c) O perdão do ofendido pode ser concedido pelo querelante ao querelado a qualquer momento no curso do processo mesmo após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória; Não pode após o trânsito em julgado.
d) A representação do ofendido é condição de procedibilidade da ação penal pública condicionada; OK
3) Quanto à medida de segurança, julgue as três assertivas a seguir: 
I – Aplica-se a medida de segurança ao inimputável que pratica fato típico e ilícito, embora a sentença penal seja, neste caso, absolutória porque o agente não é culpável; Sentença de absolvição direta, mas ao mesmo tempo submete a uma internação compulsória.
II – O semi-imputável que precise de tratamento psiquiátrico e tenha praticado fato típico, ilícito e culpável poderá excepcionalmente receber medida de segurança, mas desde que em substituição à pena já calculada na sentença condenatória;
III – O legislador brasileiro adotou o sistema do duplo binário em relação às medidas de segurança no Código Penal atualmente em vigor. Adotou o sistema vicariante, o binário era de 1940.
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas;
4) Durante um churrasco, Ferdinando, sob efeito de álcool comentou com todos os presentes que Alfredo, também presente no churrasco, era um homem agressivo, adepto da violência doméstica, uma vez que havia tentado matar a sua ex-esposa após flagrá-la com outro homem. Alfredo, sentindo-se injustiçado com essas alegações, uma vez que jamais respondeu a qualquer processo criminal, pretende ver Ferdinando processado criminalmente por crime de calúnia (art. 138 do CP). Para que isso seja possível:
Alfredo deverá representar contra Ferdinando para que o Ministério Público interponha a ação penal; Para calúnia, é ação penal privada.
Alfredo deverá apresentar queixa para que o Ministério Público interponha a ação penal; Não, ele deve procurar um advogado.
Alfredo deverá promover ação penal privada, apresentando queixa-crime; OK
Qualquer dos presentes no churrasco poderá provocar a iniciativa do Ministério Público para que este proponha a competente ação penal; Somente se fosse pública incondicionada.
Todas as opções acima estão incorretas. A ‘C’ é correta.
6) João foi definitivamente condenado, com sentença penal condenatória transitada em julgado, à pena de cinco (cinco) anos de reclusão a ser cumprida, inicialmente, em regime semiaberto por extorsão simples. Cerca de oito meses após o início do cumprimento da pena privativa de liberdade, sobreveio nova condenação definitiva, desta vez a 2 (dois) anos de reclusão no regime inicial aberto, em virtude da prática de crime de estelionato anterior à obtenção do livramento condicional. Atento ao caso narrado, ao fato de João ser primário, bem como às disposições pertinentes ao tema presentes tanto no Código Penal quanto na lei de execuções penais, é correto afirmar que: 
a) João deverá regredir de regime porque a nova condenação significa cometimento de falta grave.
b) João poderá progredir para o regime aberto mesmo com a soma das penas.
c) João poderácontinuar a cumprir a pena no regime semiaberto; OK
d) João deverá regredir para o regime fechado em virtude da soma das penas.
e) Nenhuma das alternativas acima está correta.
Pena de 5 anos + pena de 2 anos que sobreveio => 7 anos (para isso é regime semi-aberto, pois é primário)
Cumpriu 8 meses
Para progredir (para o aberto) precisa ter cumprido 1/6 da pena de 7 anos
Ainda não cumpriu 1/6 (1 ano e 2 meses)
4) Dirceu, primário e com 20 anos de idade na data do fato, praticou o crime de estelionato (art. 171, caput, do CP), no dia 13/03/2010. A denúncia do Ministério Público foi recebida em 15/05/2011. A sentença condenatória recorrível foi publicada em 21/05/2013, estabelecendo uma pena privativa de liberdade de 2 anos de reclusão em regime inicial aberto, uma vez que Dirceu é primário. Não houve recurso da acusação, mas somente da defesa. A sentença transitou em julgado para a acusação em 26/05/2013. Somente em 11/05/2015, houve o trânsito em julgado da sentença condenatória, tendo sido mantida a pena imposta ao réu.Diante dessa situação assinale a alternativa correta:
Houve a prescrição da pretensão punitiva retroativa; OK (15/05/2011 até 21/05/2013 já se tinha passado 2 anos).
Houve a prescrição da pretensão punitiva abstrata;
Houve a prescrição da pretensão punitiva intercorrente;
Houve a prescrição da pretensão executória.
Ainda não houve qualquer tipo de prescrição.
Dirceu (primário) - Estelionato => 5 anos (prescreve em 12 anos, mas pela idade do condenado, fica reduzida à metade => 6 anos)
Não houve a P.P.P. Abstrata; Condenado em 2 anos => Prescreve em 4 anos (metade = 2 anos)
	13/03/2016
Termo
	15/05/2011
(Denúncia)
Marco Interruptivo
P.P.P. Retroativa
	21/05/2013
(Sentença condenatória)
Marco Interruptivo
	26/05/2013
T.J.A
(autoriza a calcular a retroativa)
	11/05/2015
T.Julgado
Segue o LINK para baixar o presente arquivo:
https://drive.google.com/open?id=0B_vwGsXdCzWXNHl6OG44NW00LTA

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