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Antidiabéticos 2017 1

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Farmacologia Clínica dos 
Antidiabéticos 
Prof: Cleverton Kleiton F. de Lima. 
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO 
MOTTA 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA CLÍNICA 
DIABETES MELLITUS 
Doença crônica que consiste em um grupo de síndromes causadas por uma 
deficiência em insulina ou pela redução da resposta dos tecidos periféricos ao 
hormônio (resistência à insulina) e caracterizada por: 
 
-hiperglicemia 
-alteração no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios 
-maiores riscos de doenças cardiovasculares 
DIABETES MELLITUS 
>382 MILHÕES de pessoas são diabéticas no mundo 
Brasil: >11milhões 
Em 2011 no Brasil, ≈60 mil pessoas morreram em consequência da DM 
DIABETES MELLITUS 
Taxa de incidência no Brasil 
DIABETES MELLITUS 
Classificação 
Diabetes melito tipo 1: Caracterizada basicamente pela perda extensa e seletiva 
das células β do pâncreas e por deficiência grave ou absoluta de insulina. 
 
Afeta cerca de 5-10% dos pacientes com diabetes 
Diabetes melito tipo 2: Consiste em uma síndrome heterogênea de desregularão 
da homeostasia da glicose associada a um comprometimento na secreção e na 
ação da insulina. 
DIABETES MELLITUS 
DM Tipo 1 DM Tipo 2 
Autoimune Idiopática Multifatorial 
Patofisiologia do DM2 
DIABETES MELLITUS 
- etnia (americanos, negros, hispânicos) 
 
- hereditariedade 
 
- sedentarismo 
 
- idade >40 anos 
 
- comprometimento de tolerância à glicose pré-definido 
 
- obesidade (≈80% das pessoas com DM2 são obesas) 
Fatores que contribuem para a ocorrência da diabetes melito tipo 2 
DIABETES MELLITUS 
Mudança no estilo de vida pode prevenir ou retardar o início da 
diabetes melito tipo 2 
- manter o peso corporal ideal (IMC) 
 
- praticar exercícios (pelo menos 30min vários dias/semana) 
 
- dieta equilibrada 
 
- redução da ingestão de açúcar e gorduras 
 
- evitar o tabagismo 
 
O tabagismo pode potencializar os riscos de cardiovasculares 
associados à diabetes 
X 
DIABETES MELLITUS 
DIABETES MELLITUS 
- ↑ da sensação de sede (polidipsia) 
- ↑ do volume urinário (poliúria) 
- perda de peso inexplicável 
- Fome constante 
- Disfunção sexual 
- Infecção vaginal; 
-Problemas de cicatrização 
 
Sintomas 
DIABETES MELLITUS 
Complicações 
- retinopatia  evolui a catarata, 
glaucoma e cegueira 
- insuficiência renal crônica 
- proliferação celular 
-estreitamento progressivo de vasos 
sanguíneos 
- neuropatias 
- aterosclerose prematura 
- glicosilação de hemoglobina 
- coma hiperglicêmico 
Neuropatia 
Infecções 
Correlação entre hemoglobina glicada e níveis plasmáticos 
de glicose 
Hemoglobina 
 glicada (%) 
Nível de glicose 
plasmática (mg/dL) 
6 135 
7 170 
8 205 
9 240 
10 275 
11 310 
12 345 
DIABETES MELLITUS 
DIABETES MELLITUS 
Diagnóstico de DM2 
Critérios para diagnóstico de DM2 
• Sintomas de diabetes e nível de glicemia aleatório > 
200mg/dL; 
• Glicose plasmática em jejum > 126mg/dL ; 
• Glicose plasmática 200mg/dL em teste de tolerância à glicose; 
•HbA1C > 6,5% 
FPG: Teste de glicemia 
em jejum 
 
OGTT: Teste oral de 
tolerância à glicose. 
DIABETES MELLITUS 
Pâncreas 
 Órgão complexo que apresenta funções endócrinas 
extremamente relevantes, inclusive no controle da glicemia, sendo 
composta por agregados de células denominadas ilhotas de 
Langerhans. 
Ilhotas de Langerhans 
Apresentam 0,2mm de diâmetro e 1-1,5g, sendo organizadas em torno 
de pequenos capilares no interior dos quais há a secreção de seus 
hormônios. 
Células PP: Produção de polipeptídio pancreático que, dentre outras funções, inibe a 
motilidade intestinal. 
Principal composição 
Células α: Equivale a 20% das células das ilhotas. Sintetizam e liberam o glucagon. 
Células β: Representa cerca de 68% da população total das células das ilhotas e é 
responsável pela síntese, armazenamento e secreção de insulina. 
Células δ: Contêm somatostatina que suprime tanto a liberação de glucagon quanto 
insulina. 
DIABETES MELLITUS 
Homeostasia da Glicose 
Glicose Sanguínea 
Hormônios 
Insulina Glucagon 
Fígado Tecido 
adiposo 
Musculatura 
Esquelética 
Cérebro 
DIABETES MELLITUS 
Glucagon 
Polipeptídio composto por uma cadeia de 29 aminoácidos , o glucagon exerce 
funções que são opostas à insulina. Possui interesse terapêutico secundário no 
tratamento da hipoglicemia. 
Fatores que regulam a secreção de 
glucagon 
 
- Hipoglicemia: ↑ a liberação de glucagon 
- Aminoácidos e ácidos graxos ↑ a liberação 
de glucagon 
- Insulina: ↓ a liberação de glucagon 
Principais efeitos 
 
Degradação de glicogênio hepático (glicogenólise) 
↑ da gliconeogênese no fígado 
Promove a rápida conversão de aminoácidos e ácidos graxos em glicose 
Exerce pouco efeito sobre a utilização periférica da glicose 
DIABETES MELLITUS 
Insulina 
Proteína secretada pelas células β cujo objetivo consiste em proporcionar 
concentrações estáveis de glicose no sangue tanto em jejum quanto durante a 
alimentação. 
Iniciaram o tratamento de um distúrbio metabólico, até então, 
fatal. 
Em 1923: Prêmio Nobel em fisiologia e medicina 
A insulina constitui a base para o tratamento de pacientes com diabetes 
melito tipo 1 e muitos com DM2. 
- Os efeitos da insulina decorrem principalmente em células do 
fígado, músculo e tecido adiposo e são primordialmente anabólicos: 
utilização intracelular, armazenamento de glicose, aa e ácido graxo 
e formação de glicogênio. 
PRINCIPAL OBJETIVO: REDUZIR A HIPERGLICEMIA Nobel: Best e Banting 
DIABETES MELLITUS 
Secreção de insulina pelas células β 
Transporte intracelular de 
insulina realizado pelo GLUT-2. 
Transportador de glicose expresso nas 
células β independente de insulina 
Produção de ATP intracelular 
a partir da glicose 
ATP inibe o canal de K+: início 
da despolarização 
Consequente ativação do 
canal de Ca+2 voltagem-
dependente 
Influxo de Ca+2 e liberação de 
insulina armazenada nas 
células β. 
DIABETES MELLITUS 
Principais ações da insulina 
DIABETES MELLITUS 
Principais ações da insulina 
*Quantidade pequena comparado ao músculo 
Principais efeitos hipoglicêmicos mediados pela insulina 
Fígado Músculo Tecido adiposo 
Inibe a produção de glicose 
(↓ gliconeogênese e 
glicogenólise) 
Estimula captação de glicose 
Estimula a captação de glicose 
Inibe o fluxo de aminoácidos 
para o fígado 
(↓gliconeogênese) 
Estimula a captação de 
glicose* e formação de ácido 
graxo 
Inibe a lipólise e o fluxo de 
glicerol para o fígado para a 
formação de gliconeogênese 
DIABETES MELLITUS 
Proliferação celular e 
expressão de genes 
Proliferação 
celular 
Síntese: lipídios, 
proteínas e glicogênio 
Efeitos da insulina na célula-alvo 
DIABETES MELLITUS 
Transportador de glicose 
Transportador Tecidos Função 
GLUT 1 
Todos os tecidos, 
particularmente no 
cérebro 
Captação basal de 
glicose; transporte 
através da BHE 
GLUT 2 
Células β do pâncreas, 
fígado, rins, intestino 
Regulação da 
liberação de insulina 
GLUT 3 
Cérebro, rim e outros 
tecidos 
Captação em 
neurônios e outros 
tecidos 
GLUT 4 
Músculo e tecido 
adiposo 
Captação da glicose 
mediada pela insulina 
GLUT 5 Intestino e rins Absorção de frutose 
DIABETES MELLITUS 
Metas de controle do DM 
Terapia 
Farmacológica 
Mudança no 
estilo de vida 
Mudança hábitos 
alimentares 
DIABETES MELLITUS 
Farmacoterapia do DM 
•Insulinoterapia 
•Secretagogos: Meglitinidas, Sulfoniluréias, Incretinas 
•Euglicemiantes: Biguanidas,Tiazolidinodiona, Inibidores da α-
glicosidase 
•Inibidores de SGLT2 
ANTIDIABÉTICOS 
INSULINOTERAPIA 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
- Absoluta em pacientes com DM1 
- Pacientes com DM2: 
-2º agente quando metformina na dose mais alta não reduzir HbA1c <7%; 
-3º agente após combinação ineficaz de hipoglicemiantes orais 
-1ª escolha quando HbA1c >8,5% (glicemia de jejum >300 mg/dL) associado a 
perda de peso ou outros sintomas 
 
 
Indicação 
Redução da glicemia de jejum para 110-120 mg/dL 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Tipos de Insulina 
Ação rápida Ação intermediária Ação lenta 
DM1 DM1 DM1 
DM2 DM2 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
- Deve ser administrada 30-45min antes das refeições 
- 
- Pode ser administrada por IV ou IM 
 
- Tecnicamente, a insulina regular está na forma de hexamero 
 
- Na ausência de infusão contínua de insulina, as catecolaminas, o glucagon, e o 
cortisol restauram o nível de glicemia em 2-3h (a insulina é rapidamente depurada) 
 
Insulina solúvel ou regular 
Insulina lispro e aspart 
- Deve ser administrada 15min antes das refeições 
- 
- A absorção é cerca de 3x mais rápida que a insulina regular pela rápida conversão à 
monômero após a administração. 
 
VANTAGEM: Há melhoras no parâmetro referente à proteína glicada 
Pode ser administrada antes ou após às refeições devido à rápida indução do efeito 
hipoglicêmico: facilita o controle da glicemia para aqueles pacientes com falta de 
apetite. 
Ação rápida 
Glulisina →Bomba de infusão 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
- Permite a dissolução mais gradual, por isto estas preparações de 
insulina apresenta início/tempo de efeito mais longo comparado à 
insulina regular 
 
- Insulina com protamina neutra de Hagedon (NPH): suspensão de 
insulina em um complexo de Zn+2 e protamina Pode ser administrada por 
IV ou IM 
 
- Insulina lenta é uma mistura de insulina cristalizada (ultralenta) e 
amorfa (semilenta) em tampão de acetato – retarda a solubilidade da 
insulina 
Insulina NPH e lenta 
Ação intermediária 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Insulina ultralenta 
- Suspensão de insulina zíncica mais concentrada 
- 
- Recomendada para proporcionar uma concentração basal baixa de insulina durante 
todo o dia 
 
- Raramente utilizada por causa do curso de ação prolongado e imprevisível. 
 
 
 
Insulina glargina: Preparação de insulina com pH=4 confere maior estabilidade ao 
hexâmero de insulina e resulta em absorção prolongada e previsível a partir dos 
tecidos subcutâneos. 
 
Insulina Detemir- Perfil semelhante ao da glargina, porém deve ser administrada 2x 
ao dia 
Ação lenta 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Tempo de ação das preparações de insulina 
Classificação Insulina Início (h) Pico (h) Duração (h)* 
Rápida 
Regular 0,5-0,7 1,5-4 5-8 
Lispro 0,25 0,5-1,5 2-5 
Aspart 0,25 0,6-0,8 3-5 
Intermediária 
NPH 1-2 6-12 18-24 
Lenta 1-2 6-12 18-24 
Lenta 
Ultralenta 4-6 16-18 20-36 
Glargina 2-5 5-24 18-24 
*Valores aproximados com considerável variação entre pacientes. 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
- volume e concentração de insulina administrada 
- 
- via de administração (IM- mais rápida- ou SC) 
 
- local de administração subcutânea (abdome*> região posterior do braço> 
nádegas> e região anterior da coxa) 
 
- profundidade da injeção 
 
- atividade muscular na região da injeção 
Fatores que afetam a absorção de insulina 
*A partir da parede abdominal 
CONSEQUÊNCIA: Alteração na glicemia 
A insulina pode ser administrada pelas vias IV e IM, mas em tratamentos a longo 
prazo é utilizada a administração pela via subcutânea. 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Esquemas Terapêuticos para DM1 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Esquemas Terapêuticos para DM1 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Esquemas Terapêuticos para DM1 
- Dose diária total: 
-Adultos: 0,5 – 1 U/Kg; 
-Crianças: 0,7-1 U/Kg; 
-Púberes: 1-2 U/Kg; 
-Gestantes: 0,7 U/Kg; 0,8 U/Kg e 1 U/Kg 
 
*Sendo 40-60% dose insulina basal e o restante insulina rápida ou ultra 
rápida. 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Esquemas Terapêuticos para DM2 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Esquemas Terapêuticos para DM2 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Esquemas Terapêuticos para DM2: Insulinização Plena 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Esquemas Terapêuticos para DM2 
- Dose diária total: 
-Adultos: 10-15 U/Kg ou 0,2 U/Kg; 
-Crianças: 0,7-1 U/Kg; 
-Púberes: 1-2 U/Kg; 
-Gestantes: 0,7 U/Kg; 0,8 U/Kg e 1 U/Kg 
 
*Sendo 40-60% dose insulina basal e o restante insulina rápida ou ultra 
rápida. 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
- reação adversa mais comum ao uso de insulina 
- 
- pode resultar de uma dose inapropriadamente elevada 
 
- desequilíbrio entre o momento de liberação máxima da insulina e a ingestão de 
alimento 
 
- captação de glicose independente de insulina, como em práticas de exercícios 
físicos 
Reações adversas 
Hipoglicemia 
-Redução da secreção endógena de insulina (DM2)- ocorre em 
níveis de glicemia ≈ 70mg/dl 
 
-Liberação de glucagon, cortisol e catecolaminas 
Consequência da hipoglicemia 
O glucagon é responsável pela hiperglicemia matinal em 
indivíduos com diabetes melitos 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Reações adversas 
- os sintomas são detectados inicialmente em níveis plasmáticos de glicose entre 
60-80 mg/dl 
- sudorese - palpitações 
- fome - tremor 
- parestesia (sensações de formigamento, picada e queimadura) 
 
Em níveis de glicose inferiores à 60 mg/dl 
 
- dificuldade de concentração, confusão, fraqueza, sonolência, tontura, visão 
embaçada, perda da consciência, convulsões e coma. 
 
 
 
 
 
No indivíduo saudável, os níveis plasmáticos de glicose são regulados de modo 
que a hipoglicemia ocorra em raras condições. 
Estratégia: 
hipoglicemia leve à moderada  ingestão de glicose 
Hipoglicemia grave  glicose I.V. 
Hipoglicemia 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Reações adversas 
- Reação adversa menos frequente após a purificação da insulina 
 
- Pode ocorrer em resposta ao Zn+2 e protamina, adicionados à preparação 
 
Conduta: administração de anti-histamínicos são indicados para reações 
cutâneas e glicocorticóides para reações sistêmicas mais graves. 
Alergia 
A administração de insulina repetidamente no mesmo local: 
 
Lipoatrofia: Pode ocorrer provavelmente por uma resposta imune à insulina no 
tecido adiposo subcutâneo 
 
Lipohipertrofia: Pode ser atribuído às ações lipogênicas da insulina 
DIABETES MELLITUS 
Insulinoterapia 
Outras utilizações clínicas 
Tratamento da Hipercalemia 
 
Insulina Rápida + Glicose 
ANTIDIABÉTICOS 
Secretagogos 
ANTIDIABÉTICOS 
Sulfoniluréias 
1ª geração 2ª geração 
- Tolbutamida T½ : 4- 7h 
- Clorpropamida T½ : 24-48h* 
- Tolazamida T½ : 4-7h 
- Acetoexamida T½ :1-3h; 
seus metabólitos T½ :4-7h 
- Gliburida T½ : 1,4- 1,8h; 
metabólitos T½ : 10h 
- Glipizida T½ : 3-5h 
- Glimepirida T½ ≈ 5h 
- Glicazida T½ ≈ 10h 
ANTIDIABÉTICOS 
Sulfoniluréias 
- mecanismo de ação: bloqueio dos canais de K+ sensíveis ao ATP 
 
provocam a hipoglicemia por estimular a liberação de insulina das células β do 
pâncreas 
 
 
São fármacos secretagogos de insulina 
 
 
- são absorvidas efetivamente pelo TGI 
 
- a presença de alimento retarda a absorção das sulfoniluréias, assim como 
hiperglicemia (↓ a motilidade do TGI) 
 
- extenso metabolismo hepático 
 
 
 
 
 
Atenção a administração de pacientes com insuficiênciahepática 
 
- Indicação: ↓ a hiperglicemia em pacientes com DM2 sem controle adequado 
com dieta 
ANTIDIABÉTICOS 
Sulfoniluréias 
* Os fármacos da 2ª geração são cerca de 100x mais potentes que as sulfonilureias da 1ª geração 
* Apesar de os fármacos da 2ª geração apresentarem T½ baixos (3-5h), seus efeitos são observados por 12-24h 
ANTIDIABÉTICOS 
Sulfoniluréias 
- hipoglicemia 
 
- náuseas e vômitos 
 
- agranulocitose (baixa acentuada de leucócitos) 
 
- reações de hipersensibilidade generalizada 
 
Efeitos colaterais 
Apesar do tratamento com as sulfoniluréias, cerca de 5-10% dos pacientes/ 
ano apresentam elevada hiperglicemia que podem estar relacionadas com: 
 
1- alteração no metabolismo do fármaco 
 
2-progressão da insuficiência das células β do pâncreas 
 
3-não-adesão do paciente à dieta 
 
4-diagnóstico de DM1 na fase inicial. 
ANTIDIABÉTICOS 
Sulfoniluréias 
Principais Interações Medicamentosas 
- insulina 
 
- AINES 
 
- fluoroquinolonas 
 
- voriconazol 
 
- Acarbose 
 
ANTIDIABÉTICOS 
Meglitinidas 
- sem relação estrutural com as sulfoniluréias 
 
- mecanismo de ação: bloqueio dos canais de K+ sensíveis ao ATP 
 
 provocam a hipoglicemia por estimular a liberação de insulina das células β do 
pâncreas 
 
Fármaco secretagogo de insulina 
 
- ação rápida 
 
- administrada antes das refeições 
 
- biodisponibilidade ≈56% 
 
- 97% ligado à proteínas plasmáticas 
 
- metabolismo hepático (ATENÇÃO a administração em pacientes com insuficiência 
hepática) 
 
- T½: 1h (permite múltiplas doses) 
 
Repaglinida 
ANTIDIABÉTICOS 
Meglitinidas 
Nateglinida 
- sem relação estrutural com as sulfoniluréias 
 
- mecanismo de ação: bloqueio dos canais de K+ sensíveis ao ATP 
 
provocam a hipoglicemia por estimular a liberação de insulina das células β do 
pâncreas 
Fármaco secretagogo de insulina 
 
- início de ação rápido 
 
- administrada antes das refeições 
 
- biodisponibilidade ≈73% 
 
- 98% ligado à proteínas plasmáticas 
 
- metabolismo hepático (ATENÇÃO a administração em pacientes com insuficiência 
hepática) 
 
- T½: 1,5h (permite múltiplas doses) 
 
ANTIDIABÉTICOS 
Meglitinidas 
ANTIDIABÉTICOS 
Meglitinidas 
Efeitos colaterais 
- hipoglicemia; 
- dor de cabeça; 
- infecções respiratórias. 
 
Interações medicamentosas 
- insulina 
- outros secretagogos 
- gemfibrozil: Contraindicado 
- carbamazepina 
-cimetidina 
- cetoconazol 
- Acarbose 
 
ANTIDIABÉTICOS 
Incretinas 
Correspondem a um grupo de hormônios metabólicos que estimulam a redução 
da glicemia através da indução da produção de insulina pelo pâncreas. GIP e 
GLP-1 
ANTIDIABÉTICOS 
Incretinas 
- Peptídeo obtido da glândula salivar de Gila Monster homólogo ao GLP1 
 - Meia-vida: 2,4 h 
 - Efeito hipoglicemiante: 4-6 h 
 - Biodisponibilidade (s.c.) : 93-97 % 
 - Potencia 5-10x > GLP-1 
 - Predominantemente eliminado por filtração glomerular 
ANTIDIABÉTICOS 
Incretinas 
Exenatida: Mecanismo de Ação 
Outras ações: diminui a secreção de glucagon, retarda o esvaziamento 
gástrico, aumenta sensação de saciedade. 
ANTIDIABÉTICOS 
Incretinas 
Exenatida 
Indicação clínica: Diabetes mellitus tipo 2 (terapia adjuvante) 
 • Adminitração s.c 2x ao dia 
 
Efeitos Adversos 
 Náuseas e vômitos 
 Diarreia 
 Hipoglicemia quando combinado com secretagogos orais 
 Pancreatite 
 
Contra indicações 
 Insuficiência renal e doenças gastrointestinais graves 
 
Interações: atraso no esvaziamento gástrico pode afetar a absorção de 
fármacos (como antibióticos e contraceptivos). Contraceptivos e hiperglicemia, 
glicocorticóides. 
ANTIDIABÉTICOS 
Incretinas 
Exenatida: Perda de peso 
Liraglutida 
- Aplicação 1x ao dia (s.c.) 
 - Maior perda de peso 
 - Não deve ser usada no tratamento da obesidade 
 
ANTIDIABÉTICOS 
Incretinas 
FARMACOTERAPIA DA OBESIDADE 
Liraglutida 
-Dosagem: 0,6; 1,2; 1,8; 2,4 ou 3mg (1x ao dia) s.c. 
 Obs.: -Administração pela manhã. 
-A dose não deve exceder 3 mg/dia. 
-t1/2 igual a 13h 
 
Efeitos adversos: 
-Náusea, vômito, diarreia e hipoglicemia (quando assoociado a 
secretagogos; 
-Pancreatite; 
-Efeitos cardiovasculares sobre a incidência de tumores na tireóide 
estão sob avaliação. 
FARMACOTERAPIA DA OBESIDADE 
Liraglutida 
Recomendações: 
-Uso recomendado em adultos; 
-Não recomendado para pacientes com histórico de 
pancreatite; 
-Não está bem estabelecido os efeitos da associação com 
outros anorexígenos. 
Interações Medicamentosas: 
-Secretagogos; 
-Estatinas; 
-Corticóides; 
-Insulina 
 
FARMACOTERAPIA DA OBESIDADE 
Liraglutida 
ANTIDIABÉTICOS 
Incretinas 
Inibidores da DPP-4 
- Dipeptidil Peptidase 4 (DPP-4): Enzima que degrada GLP-1 e GIP 
 
Podem ser usados em monoterapia ou em terapia adjuvante 
ANTIDIABÉTICOS 
Incretinas 
Inibidores da DPP-4 
Incretinas 
Inibidores da DPP-4 
ANTIDIABÉTICOS 
Incretinas 
ANTIDIABÉTICOS 
ANTIDIABÉTICOS 
Euglicemiantes 
Biguanidas 
ANTIDIABÉTICOS 
Biguanidas 
ANTIDIABÉTICOS 
- prescrita frequentemente em pacientes com síndrome de resistência à 
insulina 
- 
- em geral, não causa hipoglicemia 
 
- não estimula a liberação de insulina 
 
 promove a redução da produção hepática de glicose 
 ↑ ação da insulina nos músculos esqueléticos e adipócitos 
 ↓ da absorção de glicose pelo TGI e 
da gliconeogênese hepática 
 
- ligação a proteínas plasmáticas é insignificante 
 
- 99% excreção por via renal na forma inalterada 
 
- T½: 1,5-3h posologia 2-3x/dia 
 
 
Atenção a administração em pacientes com insuficiência renal 
Metformina 
Biguanidas 
ANTIDIABÉTICOS 
Doses: 
 
- podem variar de 0,5-2,55g/dia 
 
- biodisponibilidade oral de 52% 
 
 Esquema terapêutico 
 
- início: 500mg no desjejum 
 
- caso seja bem tolerado, um segundo comprimido de 500mg pode ser 
adicionado ao jantar 
 
- se houver necessidade de aumentos adicionais da dose: 500mg ao almoço 
ou 850mg 2 - 3x/ dia 
 
- a ingestão de mais de 1000mg, a qualquer momento, geralmente provoca 
efeitos colaterais gastrointestinais significativos 
- diarreia, náuseas, vômitos, desconforto abdominal e anorexia em até 
20% dos pacientes, acidose lática. 
Efeitos colaterais 
Metformina 
Biguanidas 
ANTIDIABÉTICOS 
Interações medicamentosas 
- Contraste iodado; 
- Álcool 
- Ciprofloxacino 
- Antipsicóticos 
- Glicorticóides 
-- Cimetidina 
 
Tiazolidinedionas 
ANTIDIABÉTICOS 
Troglitazona*, rosiglitazona* e pioglitazona 
- Mecanismo de ação: 
Fármacos agonistas de receptores ɣ ativados por proliferação peroxissomal 
(PPAR-ɣ), regulando o metabolismo de carboidratos e lipídios 
 
 
 
A presença de insulina é necessária para que exerçam seus efeitos 
 
 ↑ sensibilidade dos tecidos periféricos à insulina 
 ↓ a produção de glicose pelo fígado ação da insulina nos músculos esqueléticos 
e adipócitos 
 ↑ a síntese e translocação de transportadores de glicose 
 
- administrados 1x/dia; redução tempo de absorção associado à alimento 
 
- alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas 
 
- pode ser indicada com o tratamento de insulina 
 
- metabolismo hepático mediado pela CYP3A4 
 
Atenção: a função hepática deve ser monitorada nos pacientes com uso de tiazolidinedionas 
 
Rosiglitazona: ↑ riscos de doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, insuficiência 
cardíaca, bem como isquemia do miocárdio)Tiazolidinedionas 
ANTIDIABÉTICOS 
Ações fisiológicas 
Tiazolidinedionas 
ANTIDIABÉTICOS 
Efeitos colaterais 
- Edema (associação de insulina ou sulfoniluréias); 
- hipoglicemia; 
- infecções respiratórias. 
- Insuficiência cardíaca; 
- Fraturas ósseas 
 
 
Interações medicamentosas 
- Álcool 
- insulina 
- artovastatina 
- nefazodona 
- paclitaxel 
Tiazolidinedionas 
ANTIDIABÉTICOS 
Tiazolidinedionas X Metformina 
ANTIDIABÉTICOS 
Pioglitazona Metformina 
-↑ Efeito sobre sensibilidade à insulina 
- Ganho de peso 
-↑ Efeito sobre produção e captação 
intestinal de glicose 
- Perda de peso 
Tiazolidinedionas X Metformina 
ANTIDIABÉTICOS 
 Expressa nas células intestinais, a enzima α-glicosidase contribui para a 
clivagem de amidos complexos (oligossacarídios e dissacarídios) em 
monossacarídios (glicose) 
 
Arcabose e miglitol – também inibem competitivamente a glicoamilase e a sacarase 
 
NÃO SÃO SECRETAGOGOS DE INSULINA 
 
- pouco absorvidos 
 
- reduzem a absorção de carboidratos (amido, dextrina e dissacarídios) 
 
- reduzem os níveis plasmáticos pós-prandiais de glicose em pacientes DM1 e DM2 
 
- utilizados com outros hipoglicemiantes orais 
 
- doses: 25-100mg antes às refeições 
- flatulência, diarreia e distensão abdominal 
Efeitos colaterais 
Inibidores da Alfaglicosidase 
ANTIDIABÉTICOS 
Acarbose 
Inibidores da Alfaglicosidase 
ANTIDIABÉTICOS 
Acarbose 
Inibidores de SGLT2 
ANTIDIABÉTICOS 
Mecanismo de Ação 
Inibidores de SGLT2 
ANTIDIABÉTICOS 
Inibidores de SGLT2 
ANTIDIABÉTICOS 
Seguro e efetivo p/ tratamento 
de pacientes pediátrico c/ DM2 
Monoterapia efetiva, mas de 
curta duração. Tratamento de 
DM2 pediátrica: difícil como 
em adultos 
Igual 1º estudo 
Farmacocinética comparável 
entre adultos, adolescentes e 
crianças 
Efetivo ↓ glicose pós-prandial, 
excreção de glicose na urina e 
HbA1c. Segurança semelhante 
a adultos 
Dose de insulina e HbA1c 
reduzidas 
Dose de insulina e HbA1c 
reduzidas. Seguro e efetivo 
↓ glicose em jejum e pós-
prandial; sem alteração na 
dose de insulina. ↑ tolerância 
↓ tolerância à glicose 
↓ tolerância à glicose 
Tratamento com hipoglicemiantes orais em crianças 
ANTIDIABÉTICOS 
Tratamento com hipoglicemiantes orais em jovens 
ANTIDIABÉTICOS 
Esquema de terapêutico 
- educação dos pacientes 
 
- modificação do estilo de vida: exercícios 
físicos, controle do peso corporal e dieta 
alimentar 
 
Continuar enquanto efetivo e monitorar a cada 3 meses 
 
Caso a estratégia não seja eficaz: 
 
- monoterapia e acompanhamento do paciente 
 
Caso a estratégia não seja eficaz: 
 
- adicionar um segundo hipoglicemiante oral OBJETIVOS 
 
- Hemoglobina glicada <7% 
 
- Nível glicose jejum: 
90- 130mg/dL 
 
- Nível glicose pós-prandial: 
<180mg/dL 
ANTIDIABÉTICOS 
Esquema de terapêutico 
ANTIDIABÉTICOS 
Caso a estratégia não seja eficaz: 
 
- adicionar insulina ao dormir ou monoterapia; ou terceiro hipoglicemiante 
oral  considerar encaminhar o paciente a um especialista 
Objetivos de glicemia podem ser menos rígidos em pacientes com 
frequente hipoglicemia, inclusive severa 
 
Monitorar a pressão arterial e níveis plasmáticos de lipídios 
Esquema de terapêutico 
ANTIDIABÉTICOS 
Esquema de terapêutico 
ANTIDIABÉTICOS 
Fármacos disponíveis pelo SUS 
ANTIDIABÉTICOS 
Fármaco Dosagem 
Insulina Regular - 
Insulina NPH - 
Glibenclamida 5mg 
Glicazida 80mg 
Glicazida 60mg CR 
Glicazida 30mg CR 
Metformina 500mg 
Metformina 850mg 
Inovações e novas formulações 
ANTIDIABÉTICOS 
Vildagliptina + Metformina Glibenclamida + Metformina 
Pioglitazona + Glimepirida 
Inovações e novas formulações 
ANTIDIABÉTICOS 
Pramlintida: Análogo da Amilina 
Caso 1 
G. S., 52 anos, masculino, branco, casado, funcionário público, procedente de Dona 
Francisca, RS. 
Em 1998, o paciente compareceu ao atendimento médico queixando-se de cansaço 
fácil, aumento da ingesta de líquido e do volume urinário. Seus exames subsidiários 
constataram Glicemia: 434 mg/dL, potássio 5,5 mEq/L; sódio: 135 mEq/L; uréia: 33 
mg/L e EQU: proteinúria, glicosúria, cetonúria, cilindros granulosos (2/campo), 
bacteriuria regular. Apresentava, também, ao exame físico, ulcerações no pé, 
decorrentes de um pequeno ferimento que custava a cicatrizar. 
Diante do quadro, o clínico prescreveu dieta, exercícios físicos e Metformina 500mg, 
3 vezes ao dia. 
G. S. omitiu ao médico a informação de que estaria fazendo tratamento prescrito 
pelo gastroenterologista com cimetidina. 
Com o início do tratamento, começou a apresentar fortes sintomas de 
gastrintestinais, como náusea, vômito, anorexia, gosto metálico, desconforto 
abdominal e diarréia. No retorno da consulta, estes problemas foram amenizados. 
Com o passar do tempo, o controle da glicemia tornou-se mais difícil e agora G. S. 
está tomando insulina pela primeira vez. O médico prescreveu 20 unidades de NPH 
e 5 unidades de insulina regular ao desjejum e 10 unidades de NPH e 5 unidades 
de insulina regular no jantar. Depois de alguns dias, o paciente começa a aobservar 
esse padrão aproximado nas determinações dos níveis de glicemia: 
Paciente H.M, diabética, faz uso constante do GLIBENCLAMIDA como antidiabético, 
após sentir dores como cristais nas articulações, inchaço, vermelhidão, dor e rigidez, 
suspeita de Gota, doença caracterizada pela elevação do ácido úrico no sangue, 
toma FENILBUTAZONA, anti-inflamatório não esteróide. Após o início desta terapia, 
HM sente tonteira e sensação de desmaio constante, principalmente após a 
administração de glibenclamida. Alguns dias depois ao fazer exames de rotina, 
percebe que sua glicemia está baixa. O que pode ter acontecido? 
Caso 2

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