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Adolescentes e a difícil relação com a sociedade brasileira

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Ficha de Leitura 
 
FACULDADE PIO DÉCIMO 
BACHARELADO EM DIREITO 
 
Aluno: Welder Silva Souza 
Professora: Fernanda Hermínia Oliveira 
 
Tema de Pesquisa: Adolescentes e a difícil relação com a sociedade brasileira 
Texto de Flávia Cristina Silveira Lemos: Uma crítica à volúpia punitiva da sociedade 
frente aos adolescentes. 
 
Referência completa: DONZELOT, J. A polícia das famílias. Rio de Janeiro: Paz e 
Terra, 1986; FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979; 
_____. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU, 1996; _____. Vigiar e 
Punir: a história da violência nas prisões. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999; _____. 
Segurança, território e população. São Paulo: Martins Fontes, 2008; PASSETTI, E. O 
que é menor. São Paulo: Brasiliense, 1985. 
 
 
Palavras-chave: adolescentes – menor – estado – classes – liberdade – punir – diretos – 
sociedade – ressocializar. 
 
1) Resumo 
O presente artigo tem por objetivo destacar os argumentos da autora Flávia Cristina 
Silveira Lemos a respeito dos problemas da sociedade que envolvem adolescentes em 
paralelo aos atos infracionais, bem como expor uma crítica sobre sistema prisional e a 
redução maioridade penal, que é discutida na contemporaneidade como um dos temas 
mais importantes do Brasil, com o objetivo de se construir ideias que possam provocar 
reflexão sobre este problema social. 
 
2) Principais Ideias 
A autora argumenta que é que necessário pedir a garantia de direitos, possibilidades de 
vida concretas e sem menoridade pejorativa para provocar uma reflexão que leve as 
autoridades a perceber que não é somente punir restringindo a liberdade que vai 
diminuir o índice de atos infracionais e ressocializar o menor infrator. 
 
Flávia acredita que existem vária medidas que poderiam ser utilizadas para evitar que os 
adolescentes se direcionem para o mundo do crime. Para autora, garantindo os direitos 
necessários como educação e qualidade de vida poderiam evitar que pobres advindos 
das periferias sejam vítimas da sociedade. 
 
3) Aspectos Positivos 
A autora enfatiza o fato do termo “menor” ser uma barreira para o início da construção 
de uma melhor sociedade. De acordo com Flávia Cristina o adolescente muitas das 
vezes é “alvo de intenso preconceito e estigma perpetuado por diversos grupos sociais, 
que insistem em menorizar para encarcerar cada vez mais adolescentes de periferias 
urbanas, com baixa escolaridade, muitas vezes, negros e pobres e advindos de famílias 
que sofrem processos de desqualificação e culpabilização pelas condições de vida as 
quais são submetidas, em um país de imensa desigualdade socioeconômica”. 
 
Por ser um país onde a desigualdade é uma constante na vida da maioria dos brasileiros, 
o argumento da autora ganha corpo justamente porque aborda um fato real que ocorre 
entre as classes, onde o preconceito prevalece como o maior pilar dessa problemática 
social. 
 
Vale lembrar que neste país nunca se viu uma sociedade tão desassistida. Os governos 
não criam mecanismos para melhorar as condições insalubres de uma grande parte da 
população, não dá nenhuma condição para que o “menino pobre” da favela possa ter 
uma oportunidade em meio à guerra vivida de todos os dias. Isso prova o quão falido é 
o nosso sistema, onde a própria história, desde a escravidão, revela de maneira trágica 
que a perda de direitos e conquistas foram motivadas pelos grandes feudais que se 
beneficiavam do totalitarismo para impor a organização do estado ao seu bel prazer. 
 
4) Aspectos Negativos 
Não obstante, é importante destacar que nem todos os argumentos são considerados 
extremamente positivos. Quando a autora se refere que é necessário lutar “pelo fim das 
prisões para adolescentes e pelo fim de equipamentos congêneres travestidos de 
socioeducação com muros altos, com grades e em rodovias, em espaços insalubres e 
isolados da convivência familiar e comunitária”, ela acaba generalizando a maneira do 
estado punir adolescentes infratores. 
 
De fato, o estado não utiliza os melhores meios possíveis para recolocar esses 
adolescentes de volta ao convívio social, mas se faz necessário tomar atitudes que 
possam impor a ordem. 
 
Imagina um país onde não se aplica penas? Se o estado não tomar as medidas 
repressivas a situação, que já é crítica, pode se tornar ainda mais calamitante. Ora, se na 
prática os direitos não são garantidos e os adolescentes de baixa renda não têm a 
oportunidade que muitos outros têm, e acabam indo parar no mundo do crime, e 
comentem delitos, algo precisa ser feito para também travar esse problema. 
 
Entende-se que o aparato falido do estado para tentar ressocializar o adolescente infrator 
ainda está longe de ser o ápice para a resolução desses problemas, mas na realidade é o 
que se tem para conter o grande avanço da criminalidade do país. 
 
É importante destacar também que a redução da maioridade penal também não é o 
caminho mais curto para resolver esse problema. As masmorras decadentes existentes 
em nosso sistema prisional não resolveriam e nem tão pouco diminuiriam à prática de 
atos infracionais. Na verdade, ajudaria a elevar o índice de crimes e superlotar ainda o 
que já está superlotado.

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