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Vícios redibitórios

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VÍCIOS REDIBITÓRIOS
DISPOSIÇÕES LEGAIS
- Código Civil, arts. 441-446
ETIMOLOGIA
- redibição, do latim redhitio, de redhibere: devolver a coisa defeituosa
CONCEITO
- vícios redibitórios são defeitos ocultos na coisa recebida em virtude de contrato comutativo, de doações onerosas ou de doações remuneratórias, preexistentes à celebração do contrato, ainda que numa fase embrionária, desconhecidos do adquirente, os quais se apresentam graves ao ponto de tornar a coisa imprópria ao fim a que se destina ou de lhe diminuir substancialmente o valor
VÍCIO EMBRIONÁRIO
- art. 444
PALCO JURÍDICO-OBRIGACIONAL
- contratos comutativos (onerosos)
	- exemplos: compra e venda, troca, dação em pagamento, empreitada
- doações onerosas (com encargo, gravada ou modal):
	- a responsabilidade incide até o limite do encargo imposto
- doações remuneratórias
	- a responsabilidade incide até o valor dos serviços prestados
FUNDAMENTO
- princípio de garantia
ENFOQUE CONSUMERISTA
- vício não se confunde com defeito
- defeito: responsabilidade pelo fato do produto e do serviço
	- CDC, art. 12-17
	- irregularidade/anomalia extrapola o âmbito da coisa causando (potencialmente) dano físico-psíquico ao consumidor
	- consumidor por equiparação: vítimas do evento (CDC, art. 17)
	- prescrição: 5 anos (CDC, art. 27)
- vício: responsabilidade por vício do produto e do serviço
	- CDC, arts. 18-25
	- irregularidade/anomalia restrita à coisa
	- decadência: prazos exíguos (CDC, art. 26)
DESSEMELHANÇAS
- vício redibitório
	- natureza objetiva: defeito na coisa
	- considerado no momento da tradição
	- admissão implícita de formação válida do contrato
	- ações: redibitória ou estimatória (quanti minoris)
	- prazo decadencial: art. 445
- vício do consentimento (erro quanto à qualidade essencial do objeto)
	- natureza subjetiva: defeito na exteriorização da vontade
	- considerado no momento da declaração de vontade
	- negação da validade do contrato
	- ação: anulatória
	- prazo prescricional: 4 anos (art. 178, II)
- entrega de coisa diversa da adquirida: inadimplemento contratual
LIMITES DE GARANTIA
- Carlos Roberto Gonçalves
	- sinopse: admite redução e supressão
	- clássica: não admite
- o Código Civil de 2002 não admite a redução e nem a supressão da garantia, permitindo-se apenas a sua ampliação, sob pena de afronta aos princípios da eticidade, da função social do contrato e da boa-fé objetiva
AÇÕES EDILÍCIAS
- origem: edis curules
	- fiscais de mercados, na Roma antiga
- gênero:
	- ações edilícias
- espécies:
	- ação redibitória (art. 441, caput)
	- ação estimatória ou quanti minoris (art. 442)
- opção quanto à ação: compete ao adquirente, mas depois da escolha não pode recorrer a outra
ALIENANTE DE BOA OU MÁ-FÉ – RESPONSABILIDADE (443)
- alienante de boa-fé (não conhecia o vício)
	- restituirá o valor que recebeu mais as despesas do contrato
- alienante de má-fé (conhecia o vício)
	- além do valor recebido mais as despesas do contrato, responderá por perdas e danos
CADUCIDADE/DECADÊNCIA (ART. 445)
- móveis: 30 (trinta) dias
- imóveis: 1 (um) ano
- termo a quo: da entrega efetiva
- se já estava na posse da coisa adquirida
	- prazo reduzido à metade
	- termo a quo: da alienação
- vício que, por sua natureza, só poderia ser conhecido mais tarde
	- vício embrionário
	- móveis: 180 (cento e oitenta) dias
	- imóveis: 1 (um) ano
	- termo a quo: da ciência
- venda de animais – prazos
	- sucessividade:
		- 1º) leis especiais
		- 2º) usos locais
		- 3º) Código Civil
GARANTIAS CONTRATUAL E LEGAL (ART. 446)
- a garantia contratual é complementar à legal
	- flui primeiramente o prazo contratual e depois o legal
- o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante no prazo de 30 (trinta) dias do seu descobrimento
AQUISIÇÃO EM HASTA PÚBLICA
- o art. 1.106 do Código Civil de 1916 não foi recepcionado
- cabe a arguição de vício redibitório, ainda que a coisa tenha sido adquirida em hasta pública (particular ou obrigatória)
- a hasta pública (gênero) tem as seguintes espécies
	- praça: imóveis
	- leilão: móveis
	- pregão: cotação em bolsa�
DISPOSIÇÕES NO CÓDIGO CIVIL
Dos Vícios Redibitórios
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
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