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Acumulação da pobreza e expansão do serviço social

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Acumulação da pobreza e expansão do Serviço Social
O Amadurecimento politico da classe trabalhadora, e a miséria generalizada, eram questões que enchiam de temor a burguesia europeia, ao longo do processo de industrialização capitalista.
A revolução industrial trouxe para os donos do capital a possibilidade de ampliar seus investimentos mediante o uso de inovações tecnológicas e inovações no modo de produção, com isso houve a necessidade do aumento da mão de obra principalmente para expandir os lucros. Com isso os trabalhadores entraram em concorrência entre si, favorecendo a burguesia, pois assim os salários não subiam e os trabalhadores trabalhavam ao máximo, gastando todas suas energias, ficando doentes e substituídos por novos operários.
Com a Lei do Cercamento os camponeses se viam obrigados a migrar para a cidade a procura de trabalho nas indústrias, tendo apenas sua força de trabalho a oferecer, e sem opção os trabalhadores se sujeitavam a todo tipo de humilhação. Além de receberem salários baixíssimos, muitos não conseguiam emprego e acabavam se tornando mendigos, evidenciando ainda mais a situação de extrema pobreza vivida. Na Inglaterra e na França o número de mendigos cresceu tanto que as autoridades começaram a chamar esse fenômeno de “praga dos mendigos” ou “praga dos sem teto”.
Devido à falta de trabalho, os mendigos eram considerados vadios, e os trabalhadores ficaram incapazes de realizar qualquer avanço em mobilidade social. Um agravante da situação eram as legislações da época que permitia que os mendigos fossem enforcados, e alguns marcados com ferro em brasa por se recusarem a trabalhar, um verdadeiro massacre contra os que já estavam na miséria.
Os capitalistas incentivavam a fixação de um número cada vez maior de trabalhadores nos arredores de suas indústrias, para atender a expansão da produção. Nesses bairros as condições básicas de vida saudável eram escassas, e a pobreza estava se amontoando e aumentando deliberadamente. Essa grande concentração de operários próximos as empresas interessava aos donos das indústrias, pois funcionava como uma reserva de mão de obra, e o aumento da procura de emprego levava a burguesia a diminuir os salários e trocar qualquer trabalhador que questionasse seu sistema.
 A expansão capitalista estava tomando proporções mundiais, espalhando-se por toda a Europa e chagando na América, fazendo com que o capitalismo parecesse auto propulsivo e inesgotável. Entretanto, acumular riqueza de um lado, significava aumentar a pobreza do outro.
No final da primeira metade do século XIX a mão de obra havia superado e muito a demanda, extrapolando o limite de mercado, que se enfraquecia devido a crises cada vez mais constantes. Para a burguesia, o massacre do proletariado era apenas um subproduto do regime capitalista, pois eles estavam interessados apenas no lucro e expansão do capital. 
É importante notar que a igreja também era a favor das ideias burguesas. Um pastor importante para a historia do Serviço Social foi Thomas Chalmers, membro da burguesia inglesa. Ele foi influente na formação da assistência social em países como Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos, com a criação de “fundos invisíveis de caridade”, para que os necessitados recebessem ajuda mediante os agentes envolvidos na assistência social.
O pastor anglicano Joseph Townsend dizia que a pobreza era condição necessária para a existência da riqueza, ele até mesmo concordava com a “Lei dos Pobres”.
Para a burguesia, o trabalhador interessava apenas como força de trabalho, e se interessavam apenas que ele estivesse apto a trabalhar, sem dar atenção às suas verdadeiras necessidades de sobrevivência.
Contraditoriamente a Inglaterra foi o primeiro país europeu a legislar e criar instituições para a prática assistencial juntamente com a igreja Evangélica.
Mas essa prática era apenas um objeto alienante com o proposito de controlar a pobreza e continuar sujeitando os trabalhadores à submissão, usando de três grandes estratégias: intimidação, repressão e punição.
Do século XV ao XIX as medidas tomadas por países da Europa em nome da estabilidade social e política eram verdadeiras atrocidades, contudo, com o amadurecimento da consciência de classe do proletariado estas medidas estavam sendo repudiadas.
Os donos do capital e o Estado burguês precisavam criar um tipo de assistência ilusória, que ocultasse suas reais intenções, como única saída para amansar as reivindicações do proletariado e dar resposta aos milhões de pobres que se juntavam contra a burguesia que a cada dia ficava mais fragilizada.
Em contrapartida, a classe trabalhadora estava amadurecendo politicamente, superando as ações quase que desorganizadas da metade do século XIX, reivindicando coletivamente seus direitos que as organizações de caridade não estavam conseguindo dar conta.
A estratégia tomada foi a união com o Estado, mesmo que para os capitalistas ele não passasse de um órgão a seu serviço. Usando essa nova aliança monolítica, a classe dominante demonstrava assumir a direção da prática.

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