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APOSTILA DE PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
RUA JOSÉ PETITINGA, 3D, SANTO ANTONIO, JUAZEIRO-BA, 74 3612 0729.
CNPJ 10.963.900/0001-98
EMENTA: Estudo dos princípios, fundamentos e procedimentos do planejamento de ensino, do currículo e da avaliação, segundo os paradigmas e normas legais vigentes norteando a construção do currículo e do processo avaliativo no Projeto Político Pedagógico da escola de Educação Básica. 
Justificativa: A escola é um lugar privilegiado de formação da cidadania, tendo como função principal a socialização dos conhecimentos historicamente acumulados, a construção de saberes escolares e do conhecimento científico.
 OBJETIVO: Compreender planejamento como instrumento imprescindível para a ação do educador, pois através dele, pode se organizar, delimitar, objetivar e avaliar.
“Só aprende aquele que se apropria do aprendido, transformando-o em aprendido, com o que pode, por isso mesmo, reinventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o aprendido-aprendido a situações existenciais concretas.” Paulo Freire. 
PLANEJAMENTO: INSTRUMENTO DE AÇÃO EDUCATIVA
Quando se menciona a palavra planejamento, a associação imediata é com aquele plano de curso ou disciplina pedido anualmente pela direção da escola e entregue à secretaria para ser arquivado. Não tem nenhuma utilidade nem interesse. É um documento morto, sem vida. 
Ou, então, fica a lembrança das famosas “semanas de planejamento”, realizadas no início de cada ano letivo, marcadas no calendário escolar, igualmente desinteressante e por vezes, inútil também. 
Não é desse planejamento que se fala aqui. 
Ensinar bem é saber planejar bem. 
O planejamento dever estar presente em todas as atividades escolares. 
 Planejar requer: 
. Pesquisar sempre 
. Ser criativo na elaboração da aula 
. Estabelecer prioridades e limites 
. Estar aberto para acolher o aluno e sua realidade 
. Se flexível para planejar sempre que necessário 
Ao planejar devemos levar em conta: 
 . As características e necessidades de aprendizagem dos alunos 
. Os objetivos educacionais da escola e seu projeto pedagógico 
. O conteúdo de cada série 
. Os objetivos e seu compromisso pessoal com o ensino 
. As condições objetivas de trabalho 
Planejando devemos definir: 
. O que vamos ensinar 
. Como vamos ensinar 
. Quando vamos ensinar 
. O que, quando e como avaliar. 
HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO
“O planejar é uma realidade que acompanhou a trajetória histórica da humanidade. O homem sempre sonhou, pensou e imaginou algo na sua vida.” (Mengolla, San’tanna, 2001, p.15) 
Segundo Moretto, percebe-se que o planejamento é fundamental na vida do homem, porém no contexto escolar ele não tem tanta importância assim: (2007, p. 100) “o planejamento no contexto escolar não parece ter a importância que deveria ter”. Este fato acontece porque o planejamento só passou a ser bem definido a partir do século passado, com a revolução comunista que construiu a União Soviética. 
O regime autoritário fez com que muitos educadores criassem uma resistência com relação à elaboração de planos, uma vez que esses planos eram supervisionados ou elaborados por técnicos que delimitavam o que o professor deveria ensinar, priorizando as necessidades do regime político. 
“Num regime político de contenção, o planejamento passa a ser bandeira altamente eficaz para o controle e ordenamento de todo o sistema educativo.” (Kuenzer 2003, p. 41). Apesar de se ter claro a importância do planejamento na formação, Fusari (2008, p.48) explica que: 
“Naquele momento, o Golpe Militar de 1964 já implantava a repressão, impedindo rapidamente que um trabalho mais crítico e reflexivo, no qual as relações entre educação e sociedade pudessem ser problematizadas, fosse vivenciadas pelos educadores, criando, assim, um “terreno” propício para o avanço daquela que foi denominada “tendência tecnicista” da educação escolar.” 
No início da história da humanidade, o planejamento era utilizado sem que as pessoas percebessem sua importância, porém com a evolução da vida humana, principalmente no setor industrial e comercial, houve a necessidade adaptá-lo para os diversos setores. Nas escolas ele também era muito utilizado; a princípio, o planejamento era uma maneira de controlar a ação dos professores de modo a não interferir no regime político da época. Hoje o planejamento já não tem a função reguladora dentro das escolas, ele serve como uma ferramenta importantíssima para organizar e subsidiar o trabalho do professor, assunto este que será abordado mais detalhadamente nos próximos capítulos desta pesquisa. 
Entendemos por planejamento em uma escola a organização das ações da entidade mantenedora, da direção, dos professores, do conselho de pais e mestres, dos funcionários e dos alunos, buscando alcançar metas e objetivos educacionais bem definidos. Busca-se a convergência de ações em direção a objetivos bem definidos, a eficácia dos recursos selecionados e o acompanhamento de uma avaliação continuada (feedback). 
 O ato de planejar é uma atividade intencional: buscamos determinar fins. Ele torna presentes e explícitos nossos valores, crenças; como vemos o homem; o que pensamos da educação, do mundo, da sociedade. Por isso, é um ato político-pedagógico. 
A QUESTÃO DO DIAGNÓSTICO 
A origem da palavra diagnóstico segundo Rodrigues vem do grego e significa faculdade de conhecer. Sendo assim podemos ver que para que se faça um diagnóstico dentro da escola, de um aluno com dificuldade, é necessário analisar toda a realidade em volta desse aluno, seja na escola, em casa e na sala de aula, para poder diagnosticar o seu problema e posteriormente tentar tratá-lo. 
Não há instituição que tenha sentido, em termos de eficiência e de eficácia, sem que faça um diagnóstico continuado, dentro de um processo de planejamento. 
 O diagnóstico é um juízo sobre a realidade (sobre a prática), à luz do marco operativo (diretamente) e do marco doutrinal (em última instância). 
 Há, então, três elementos constitutivos do diagnóstico: 
1. ser um juízo 
2. exerce-se este juízo sobre uma prática específica (sobre a realidade) da instituição, do grupo ou do movimento que se planeja 
3. realizar-se este juízo sobre o temário do marco referencial (marco operativo principalmente ou exclusivamente) e com os critérios de análise oriundos deste mesmo marco referencial (marco doutrinal e marco operativo). 
Trata-se, de fato, de responder à seguinte pergunta: Até que ponto nossa prática realiza o que estabelecemos em nosso marco operativo? 
Existe uma tendência, tão generalizada quanto confusa e improdutiva, de confundir diagnóstico com duas outras coisas: 
a) com a descrição da realidade 
b) Com um levantamento de problemas. 
O primeiro caso seria como identificar o diagnóstico com a radiografia, com o número de glóbulos vermelhos e brancos num organismo, com o índice de cálcio; esta descrição da realidade não tem sentido a não ser quando for aproveitada para comparar esta mesma realidade com referenciais estabelecidos teoricamente, comparação da qual resulta um julgamento da realidade, baseado numa série de dados, também mencionados como fundamentos deste juízo, isto é, deste diagnóstico. A situação b seria como dizer que há um diagnóstico quando alguém se queixa de dor de cabeça, de dor de barriga, de tonturas; embora tais sintomas ajudem a orientar o médico na busca de um diagnóstico e constem também como elementos circunstanciais do pronunciamento médico, eles, de modo algum, são o diagnóstico. 
Assim, por exemplo, o ministério ou as secretarias da educação, quando preparam planos, chamam de diagnóstico a um amontoado de dados sobre os alunos, professores, prédios, etc. sem nenhuma clareza sobre o significado destes dados porque, de qualquer modo, não há referencial claro e consistente. 
Assim, quando se diz que há tantas reprovações, tantas evasões, tantos professores licenciados e tantos
alunos em tais séries e com tal idade, não se estão fazendo um diagnóstico: apenas levantam-se dados que podem ser ou não importantes, em conformidade com o referencial (teoria e ação) que se maneja. 
MODALIDADES DE PLANEJAMENTO 
 Há três modalidades de planejamento, articuladas entre si: o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aulas. 
1. PLANO DA ESCOLA 
O plano da escola é o plano pedagógico e administrativo da unidade escolar, onde se explicita a concepção pedagógica do corpo docente, as bases teórico-metodológicas da organização didática, a contextualização social, econômica, política e cultural da escola, a caracterização da clientela escolar, os objetivos educacionais gerais, a estrutura curricular, diretrizes metodológicas gerais, o sistema avaliação dom plano, a estrutura organizacional e administrativa. 
O plano da escola é um guia de orientação para o planejamento do processo de ensino. Os professores precisam ter em mãos esse plano abrangente, não só para uma orientação do seu trabalho, mas para garantir a unidade teórico-metodológica das atividades escolares. 
O plano da escola, enquanto orientação geral do trabalho docente deve ser consensual entre o corpo docente. Pode ser elaborado por um ou mais membros do corpo docente e, em seguida, discutido. O documento final deve ser um produto do trabalho coletivo, expressando os posicionamentos e a prática dos professores. Com efeito, o plano da escola deve expressar os propósitos dos educadores empenhados numa tarefa comum. A não influência em torno dos princípios básicos de ação pode ser nefasta para a ação coletiva na escola, com repercussões negativas na sala de aula. 
“O plano de curso é a sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade”. Pode ser anual ou semestral, dependendo da modalidade em que 
a disciplina é oferecida.” (VASCONCELLOS, 1995, p.117 in Padilha, 2003, p.41) 
O Plano da Escola deve assegurar educação de qualidade para os membros da comunidade. 
1.1 - O Plano da Escola é: 
- produto final do processo dinâmico que é o Planejamento. 
- o instrumento essencial da gestão da escola cujo objetivo é melhorar a qualidade de ensino e da aprendizagem por meio do gerenciamento eficaz da inovação e mudança: 
Como está a escola no momento? 
Que mudanças precisamos fazer? 
Como devemos gerenciar essas mudanças ao longo do tempo? 
1.2 - O Plano da Escola compreende a política nacional de educação, as diretrizes da política estadual, as aspirações da comunidade, os objetivos e valores da escola e seus resultados atuais. 
1.3 - O Plano da Escola é elaborado a partir da definição de prioridades, que serão selecionadas e planejadas em detalhe para o período de um ou mais anos e consolidados através de planos de ação. 
1.4 - O Plano da Escola reflete, pois uma visão do futuro da escola. 
2. PLANO DE ENSINO 
O plano de ensino é um roteiro organizado das unidades didáticas para um ano ou semestre. É denominado também plano de curso ou plano de unidades didáticas e contém os seguintes componentes: justificativa da disciplina em relação aos objetivos da escola; objetivos gerais; objetivos específicos; conteúdo (com a divisão temática de cada unidade); tempo provável e desenvolvimento metodológico (atividades do professor e dos alunos). 
“É a previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente para um ano ou um semestre; é um documento mais elaborado, no qual aparecem objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico.” (LIBÂNEO, 1994, p.222). 
 Justificativa da disciplina 
Esse tópico do plano deve responder à seguinte pergunta: qual a importância e o papel da matéria de ensino no desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos alunos? Em outras palavras, para que serve ensinar tal matéria? 
 A justificativa pode ser iniciada com considerações sobre funções sociais e pedagógicas da educação escolar na nossa sociedade. Em resumo, a justificativa da disciplina responderá a três questões básicas do processo didático: o porquê, o para quê e o como. Este primeiro passo facilitará enormemente nos passos seguintes da elaboração do plano. 
Delimitação dos conteúdos 
 Para que possamos definir objetivos específicos, devemos delimitar os conteúdos por unidades didáticas, com a divisão temática de cada uma. 
 Unidades didáticas é o conjunto de temas inter-relacionados que compõem o plano de ensino de uma série. Cada unidade didática contém um tema central do programa, detalhado em tópicos. 
Uma unidade didática tem como características: formar um todo homogêneo de conteúdos em torno de uma ideia central; ter uma relação significativa entre os tópicos a fim de facilitar o estudo dos alunos; ter um caráter de relevância social, no sentido de que os conteúdos se tornem “vivos” na experiência social concreta dos alunos. 
A principal virtude de uma unidade didática é que os seus tópicos não são simplesmente itens de subdivisão do assunto, mas conteúdos problematizados em função dos objetivos e do desenvolvimento metodológico. 
Os objetivos específicos 
Partindo dos conteúdos, fixará os objetivos específicos, ou seja, os resultados a obter do processo da transmissão-assimilação ativa de conhecimentos, conceitos, habilidades. 
 Uma vez redigidos, os objetivos específicos vão direcionar o trabalho docente tendo em vista promover a aprendizagem dos alunos. Passam, inclusive, a ter força para alteração dos conteúdos e métodos. 
 Na redação dos objetivos específicos, o professor pode indicar também as atitudes e convicções em relação à matéria, ao estudo, ao relacionamento humano, à realidade social (atitude científica, consciência crítica, responsabilidade, solidariedade, etc.). Embora dificilmente possam ser transformados em proposições expressando resultados, esses itens fazem parte dos objetivos e tarefas docentes. 
 Devem ser redigidos com clareza, expressando o que o aluno deve aprender. Devem ser realistas, isto é, expressar resultados de aprendizagem realmente possíveis de serem alcançados no tempo em que se dispõe e nas condições em que se realiza o ensino. 
Desenvolvimento metodológico 
 O desenvolvimento metodológico é o componente do plano de ensino que dará vida aos objetivos e conteúdos. Indica o que o professor e os alunos farão no desenrolar de uma aula ou conjunto de aulas. 
 Ao preencher esse item do plano de ensino, o professor estará respondendo às seguintes questões: que atividades os alunos deverão desenvolver para assimilar este assunto da matéria, tendo em vista os objetivos? Que atividades o professor deve desenvolver de forma a dirigir sistematicamente as atividades dos alunos adequadas à matéria e aos objetivos? 
 
3. PLANO DE AULA 
“É a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. (...) É a sistematização de toda a atividade que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem.” (PILETTI, 2001, p.73). 
O plano de aula é um detalhamento do plano de ensino. 
Na elaboração de plano de aula, deve-se levar em consideração, em primeiro lugar, que a aula é um período de tempo variável. Dificilmente completamos numa só aula o desenvolvimento de uma unidade ou tópico de unidade, pois o processo de ensino e aprendizagem se compõe de uma sequência articulada de fases: preparação e apresentação de objetivos, conteúdos e tarefas; desenvolvimento da matéria nova; consolidação (fixação, exercícios, recapitulação, sistematização); aplicação; avaliação. Isso significa que devemos planejar não uma, mas um conjunto de aulas. 
Ter um plano detalhado que registre seus objetivos, a matéria que será trabalhada, o material utilizado, o que será feito e quanto tempo vai levar proporciona uma organização que pode ser a diferença entre uma aula bem sucedida ou não. Muitos podem achar uma besteira, mas na prática a falta dessa organização pode levar
ao fracasso total. 
Infelizmente, apesar do planejamento da ação educativa ser de suma importância, existem professores que são negligentes na sua prática educativa, improvisando suas atividades. Em consequência, não conseguem alcançar os objetivos quanto à formação do cidadão. 
Outra situação muito comum em relação à elaboração do plano de aula é que “em muitos casos, os professores copiam ou fazem cópia do plano do ano anterior e o entregam a secretaria da escola, com a sensação de mais uma atividade burocrática” (FUSARI, 2008, p. 45). 
Luckesi (2001, p.106) afirma que o ato de planejar, em nosso país, principalmente na educação, tem sido considerada como uma atividade sem significado, ou seja, os professores estão muito preocupados com os roteiros bem elaborados e esquecem do aperfeiçoamento do ato político do planejamento. 
Plano de aula para Juan Díaz Bordenava e Adair Martins Pereira: 
Preparação da classe: o professor inicia o relacionamento com seus alunos, se faz conhecer se é novo, conhece os alunos e, em geral, define seu papel de orientador democrático. 
Apresentação de uma situação-problema: o professor coloca um desafio frente aos alunos, para excitar sua curiosidade, incita-lhes a pensar, a procurar a solução. O problema pode ser apresentado como uma pergunta, como uma afirmação a ser constatada, como um caso de estudo, como um paradoxo, etc. 
Pesquisa conjunta da solução: os alunos, desafiados pelo problema, procuram a solução. Para isso, o professor lhes orienta no uso de técnicas variáveis de pesquisa (biblioteca, entrevista, dados estatísticos, correspondência, laboratório, debates, discussões, etc.). O trabalho é fundamentalmente dos alunos, preferivelmente em grupos. 
Teorização: as descobertas dos alunos necessitam ser organizadas e explicadas. Só assim poderá haver transferência e generalização da aprendizagem. De fato, aprender fatos não é ainda aprender. As observações devem ser levantadas ao nível da teoria. Esta é uma responsabilidade do professor, no sentido de ajudar os alunos a criar modelos ou estruturas, nas quais aparecem as principais variáveis do problema e suas relações recíprocas. 
Aplicação: Os alunos testam, contra a realidade, a validade do que foi aprendido. Aí se reinicia o ciclo, passando a outra situação-problema, que incorpore o já aprendido como um dado a mais. 
 4. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 
 “É o planejamento geral que envolve o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. É um processo de organização e coordenação da ação dos professores. Ele articula a atividade escolar e o contexto social da escola. É o planejamento que define os fins do trabalho pedagógico.” (MEC, 2006, p.42). 
Os conceitos apresentados têm por objetivo mostrar para o professor a importância, a funcionalidade e principalmente a relação íntima existente entre essas tipologias. Segundo Fusari (2008, p.45), “Apesar de os educadores em geral utilizarem, no cotidiano do trabalho, os termos “planejamento” e “planos” como sinônimos, estes não o são.” Outro aspecto importante, segundo Schmitz (2000, p.108) é que “as denominações variam muito. Basta que fique claro o que se entende por cada um desses planos e como se caracterizam.” O que se faz necessário é estar consciente que: 
 
“Qualquer atividade, para ter sucesso, necessita ser planejada. O planejamento é uma espécie de garantia dos resultados. E sendo a educação, especialmente a educação escolar, uma atividade sistemática, uma organização da situação de aprendizagem, ela necessita evidentemente de planejamento muito sério. Não se pode improvisar a educação, seja ela qual for o seu nível.” (SCHMITZ, 2000, p.101). 
O Projeto Político-Pedagógico (PPP) é construído e vivenciado por todos os envolvidos com o processo educativo da escola. É uma ação intencional e um compromisso definido coletivamente, o qual se relaciona a duas dimensões. A primeira é política, porque articula o compromisso sócio-político aos interesses da comunidade. Já, a segunda define as ações educativas, pois reside na possibilidade de se efetivar a intenção escolar: a formação do cidadão. Ambas as dimensões relacionam-se reciprocamente. Nesse sentido, considera-se o PPP como um processo permanente de reflexão e discussão de problemas escolares, na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade, propiciando a vivência democrática necessária para a participação de todos os membros da comunidade escolar e o exercício da cidadania. 
 O processo de construção do projeto é dinâmico e exige esforço coletivo e comprometimento, não se resume, portanto, à elaboração de um documento escrito por um grupo de pessoas para que se cumpra uma formalidade. (...) (PASSOS, 2001, p. 14,15). 
Neste sentido o Projeto Político-Pedagógico não pode ser concebido como uma imposição, mas como um propósito educacional baseado nos princípios inerentes do trabalho coletivo, democrático, e não por ações fragmentadas, direcionadas verticalmente. Cabe à escola, desejar, buscar a construção do Projeto Político-Pedagógico. O Projeto Político-Pedagógico é proveniente de atitudes, ações pensadas, planejadas no interior da escola, visando melhorias no ambiente escolar e extraescolar, além de que os sujeitos da escola, do Projeto Político-Pedagógico são auto responsáveis pelas ações cabíveis a eles, entrelaçadas pela coletividade e objetivo comum. 
O Projeto Político-Pedagógico é pauta de discussões a anos, mas, no entanto, ainda há aqueles que desconhecem as conquistas que podem ser conseguidas pelas ações dos sujeitos educacionais mediatizados por ele, os que o veem como um monstro, um ser de outro mundo, incapaz de ser compreendido, discutido, efetivado, e assim deixam de experenciar as mudanças que estes podem concretizar no interior da escola. 
Neste início de século é a hora e a vez do Projeto Político-Pedagógico se tornar presença “viva” nas escolas que nunca pensaram ou tentaram construí-lo, mesmo que de forma teórica, para depois construí-lo como meio de desmistificar a descrença daqueles que veem a educação sendo pensada, planejada verticalmente e a escola como reprodutora, dos ideais daqueles que estão do lado externo da escola, os de cima. 
 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E PLANEJAMENTO DO ENSINO 
INTRODUÇÃO
Neste texto iremos analisar as diferenças básicas entre o que seja Planejamento Educacional e Planejamento do Ensino.
Embora possam parecer sinônimos iremos verificar que há uma enorme diferença entre os dois termos que poderíamos definir como sendo uma questão de hierarquia de planejamento.
 1- PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
A educação é hoje em dia concebida como fator de mudança, renovação e progresso. Por tais circunstâncias o planejamento se impõe, neste setor, como recurso de organização. É o fundamento de toda ação educacional.
 Como toda inovação ou mudança vai encontrar resistências o planejamento é a forma de gerenciar essas mudanças para que sua implantação se realize com o mínimo de resistências.
 A educação, por ser considerado um investimento indispensável à globalidade desenvolvimentista, passou, nos últimos decênios de nosso século a merecer maior atenção das autoridades, legisladores e educadores, pelo menos no mundo desenvolvido.
Amparados em legislação pertinente, foram desencadeados processos de aceleração, principalmente no que diz respeito à expansão e melhoria da rede escolar e preparação de recursos humanos.
O planejamento educacional põe em relevo esta área, integrando-a, ao mesmo tempo, no progresso global do país.
Nessa ampla perspectiva constatamos que planejamento
educacional é:
“Processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir” e “quais as maneiras adequadas para chegar lá”, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto às do indivíduo”. [1]
Processo de abordagem racional e científica dos problemas da educação, incluindo definição de prioridades e levando em conta a relação entre os diversos níveis do contexto educacional.
Objetivos do Planejamento Educacional:
São objetivos do planejamento educacional, segundo Joanna Coaracy:
. “Relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento econômico, social, político e cultural do país, em geral, e de cada comunidade, em particular;
.  “Estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que influem diretamente sobre a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração, financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos);
· Alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios mais adequados para atingi-los;
· ”Conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema”. [2] 
É condição primordial do processo de planejamento integral da educação que, em nenhum caso, interesses pessoais ou de grupos possam desviá-lo de seus fins essenciais que vão contribuir para a dignificação do homem e para o desenvolvimento cultural, social e econômico do país.
Requisitos do Planejamento Educacional
“Os requisitos fundamentais do planejamento educacional são:
· Aplicação do método científico na investigação da realidade educativa, cultural, social e econômica do país;
· Apreciação objetiva das necessidades, para satisfazê-las a curto, médio e longo prazo;
· Apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a fim de assegurar a eficácia das soluções propostas;
· Previsão dos fatores mais significativos que intervêm no desenvolvimento do planejamento;
· Continuidade que assegure a ação sistemática para alcançar os fins propostos;
· Coordenação dos serviços da educação, e destes com os demais serviços do Estado, em todos os níveis da administração pública;
· Avaliação periódica dos planos e adaptação constante destes mesmos às novas necessidades e circunstâncias;
·  Flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações imprevistas ou imprevisíveis;
·  Trabalho de equipe que garanta uma soma de esforços eficazes e coordenados;
· ”Formulação e apresentação do plano como iniciativa e esforço nacionais, e não como esforço de determinadas pessoas, grupos e setores”. 
 
1.1- O planejamento educacional tem como pressupostos básicos:
·O delineamento da filosofia da Educação do País, evidenciando o valor da pessoa e da escola na sociedade;
·A aplicação da análise - sistemática e racional - ao processo de desenvolvimento da educação, buscando torná-lo mais eficiente e passível de responder com maior precisão às necessidades  e objetivos da sociedade.
 Podemos, portanto, considerar que o planejamento educacional constitui a abordagem racional e científica dos problemas da educação, envolvendo o aprimoramento gradual de conceitos e meios de análise, visando estudar a eficiência e a produtividade do sistema educacional, em seus múltiplos aspectos.
 
O PLANEJAMENTO CURRICULAR
Para posicionar-se ante o sistema educacional e a nova dinâmica de ensino, o educador é chamado a refletir, num primeiro momento, em torno de certos elementos que recebem hoje um novo enfoque decorrente do progresso científico e tecnológico.
Atualmente a escola é vista como o centro da educação sistemática, integrada na comunidade da qual faz parte. Cabe-lhe oferecer aos alunos situações que lhes permitam desenvolver suas potencialidades de acordo com a fase evolutiva em que se situam  e com os interesses que os impelem à ação.
A escola atual visa ao preparo de pessoas de mentalidade flexível e adaptável para enfrentar as rápidas transformações do mundo. Pessoas que aprendem a aprender e, consequentemente, estejam aptas a continuar aprendendo sempre.
Portanto, o currículo de hoje deve ser funcional. Deve promover não só a aprendizagem de conteúdo e habilidades específicas, mas também fornecer condições favoráveis à aplicação e integração desses conhecimentos. Isto é viável através da proposição de situações que favoreçam o desenvolvimento das capacidades do aluno para solucionar problemas, muitos dos quais comuns no seu dia-a-dia.
A previsão global e sistemática de toda ação a ser desencadeada pela escola, em consonância com os objetivos educacionais, tendo por foco o aluno, constitui o planejamento curricular. Portanto este nível de planejamento é relativo à escola. Através dele são estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o trabalho. Expressa, por meio dos objetivos gerais a linha filosófica do estabelecimento.
Planejamento curricular é:
“Uma tarefa multidisciplinar que tem por objeto organização de um sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos do conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-aprendizagem”. [4]
· A previsão de todas as atividades que o educando realiza sob a orientação da escola para atingir os fins da educação.
 Objetivos do Planejamento Curricular
 São objetivos do planejamento curricular:
· Ajudar aos membros da comunidade escolar a definir seus objetivos;
· Obter maior efetividade no ensino;
· Coordenar esforços para aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem;
· Propiciar o estabelecimento de um clima estimulante para o desenvolvimento das tarefas educativas.
 O planejamento curricular deve refletir os melhores meios de cultivar o desenvolvimento da ação escolar, envolvendo, sempre, todos os elementos participantes do processo.
 Seus elaboradores devem estar alerta paras novas descobertas e para os novos meios postos ao alcance das escolas. Estes devem ser minuciosamente analisados para verificar sua real validade naquele âmbito escolar. Posto isso, fica evidente a necessidade dos organizadores explorarem, aceitarem, adaptarem, enriquecerem ou mesmo rejeitarem tais inovações. O planejamento curricular é de complexa elaboração. Requer um contínuo estudo e uma constante investigação da realidade imediata e dos avanços técnicos, principalmente na área educacional. Constitui, por suas características, base vital do trabalho. A dinamização e integração da escola como uma célula viva da sociedade, que palmilha determinados caminhos conforme a linha filosófica adotada, é o pressuposto inerente a sua estruturação.
 O planejamento curricular constitui, portanto, uma tarefa continua em nível de escola, em função das crescentes exigências de nosso tempo e dos processos que tentam acelerar a aprendizagem. Serão sempre um desafio a todos aqueles envolvidos no processo educacional, para busca dos meios mais adequados à obtenção de maiores resultados.
O PLANEJAMENTO DE ENSINO
Alicerçado nas linhas-mestras de ação da escola, isto é, no planejamento curricular, surge, em nível mais específico, o planejamento de ensino. Este é a tradução, em termos mais próximos e concretos, da ação que ficou configurada em nível de escola. Indica a atividade direcional, metódica e sistematizada que será empreendida pelo professor junto a seus alunos, em busca de propósitos definidos.
O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve participar elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade para atender, em classe, seus alunos. Pelo envolvimento no processo ensino-aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, a fim de que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o permitam suas possibilidades e necessidades.
O planejamento, neste, caso, envolve a previsão de resultados desejáveis, assim como também os meios necessários para alcançá-los.
 A responsabilidade do mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu ensino depende da organicidade,
coerência  e flexibilidade de seu planejamento.
Às vezes,  o plano é elaborado somente por um professor; outras vezes, no entanto, vários professores compartilham a responsabilidade de sua elaboração. Neste último caso temos o planejamento de ensino cooperativo. Este, por sua natureza, resulta de uma atividade de grupo, isto é, os professores  (às vezes, auxiliados por especialistas) congregam esforços para juntos estabelecerem linhas comuns de ação, com vistas a resultados semelhantes e bastante válidos para a clientela atendida.
Planejando, executando e avaliando juntos, esses professores desenvolvem habilidades necessárias à vida em comum com os colegas. Isso proporciona, entre outros aspectos, crescimento profissional, ajustamento às mudanças, exercício da autodisciplina, responsabilidade e união em nível de decisões conjuntas.
Inúmeras são as conceituações sobre planejamento de ensino encontrado nos diferentes autores consultados. No entanto, consideramos as seguintes:
Planejamento de ensino é:
“Previsão inteligente e bem calculada de todas as etapas do trabalho escolar que envolve as atividades docentes e discentes, de modo a tornar o ensino seguro, econômico e eficiente”. [5]
· “Previsão das situações específicas do professor com a classe”. [6]
·  Processo de tomada de decisões bem informadas que visam à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino-aprendizagem, possibilitando melhores resultados e, em consequência, maior produtividade.
 Objetivos do Planejamento de Ensino
 São objetivos do planejamento de ensino:
· Racionalizar as atividades educativas;
· Assegurar um ensino efetivo e econômico;
· Conduzir os alunos ao alcance dos objetivos;
· Verificar a marcha do processo educativo.
Por maior complexidade que envolva a organização da escola, é indispensável ter sempre bem presente que a interação professor-aluno é o suporte estrutural, cuja dinâmica concretiza ao fenômeno educativo. Portanto, o planejamento de ensino deve ser alicerçado neste pressuposto básico.
O professor, ao planejar o trabalho, deve estar familiarizado com o que pode pôr em prática, de maneira que possa selecionar o que é melhor, adaptando tudo isso às necessidades e interesses de seus alunos. Na maioria das situações, o professor dependerá de seus próprios recursos para elaborar seus planos de trabalho. Por isso, deverá estar bem informado dos requisitos técnicos para que possa planejar, independentemente, sem dificuldades.
 Ainda temos a considerar que as condições de trabalho diferem de escola para escola, tendo sempre que adaptar seus projetos às circunstâncias e exigências do meio.
Considerando que o ensino é o guia das situações de aprendizagem e que ajuda os estudantes a alcançarem os resultados desejados, a ação de planejá-lo é predominantemente importante para incrementar a eficiência da ação a ser desencadeada no âmbito escolar.
O professor, durante o período (ano ou semestre) letivo, pode organizar três tipos de planos de ensino. Por ordem de abrangência, vai:
· Delinear, globalmente, toda a ação a ser empreendida (Plano de Curso);
· Disciplinar partes da ação pretendida no plano global (Plano de Unidade);
· Especificar as realizações diárias para a concretização dos planos anteriores (Plano de Aula).
 Pelo significativo apoio que o planejamento empresta à atividade do professor e alunos, é considerada etapa obrigatória de todo o trabalho docente.
O planejamento tende a prevenir as vacilações do professor, oferecendo maior segurança na consecução dos objetivos previstos, bem como na verificação da qualidade do ensino que está sendo orientado pelo mestre e pela escola.
 HIERARQUIA E RELACIONAMENTO DOS PLANEJAMENTOS
Na esfera educacional o processo de planejamento ocorre em diversos níveis, segundo a magnitude da ação que se tem em vista realizar.
O planejamento educacional é o mais amplo, geral e abrangente. Prevê a estruturação e o funcionamento da totalidade do sistema educacional. Determina as diretrizes da política nacional de educação.
A seguir, temos o planejamento curricular, que está intimamente relacionado às prioridades assentadas no planejamento educacional. Sua função é traduzir, em termos mais próximos e concretos, as linhas-mestras de ação delineadas no planejamento imediatamente superior, através de seus objetivos e metas. Constitui o esquema normativo que serve de base para definir e particularizar a linha de ação proposta pela escola. Permite a inter-relação entre a escola e a comunidade.
 Logo após, temos o planejamento de ensino, que parte sempre de pontos referenciais estabelecidos no planejamento curricular. Temos, em essência, neste tipo de planejamento, dimensões:
· Filosófica, que explicita os objetivos da escola;
· Psicológica, que indica a fase de desenvolvimento do aluno, suas possibilidades e interesses;
·  Social, que expressa às características do contexto sócio-econômico-cultural do aluno e suas exigências.
   Este detalhamento é feito tendo em vista o processo ensino-aprendizagem.
   Assim, chegamos ao nível mais elementar e próximo da ação educativa. É através dele que, em relação ao aluno:
·  Prevemos mudanças comportamentais e aprendizagem de elementos básicos;
·  Propomos aprendizagens a partir de experiências anteriores e de suas reais possibilidades;
·  Estimulamos a integração das diversas áreas de estudo.
   Como vemos, o planejamento tem níveis distintos de abrangência; no entanto, cada nível tem bem definido e delimitado o seu universo. Sabemos que um nível particulariza - um ou vários - aspectos delineados no nível antecedente, especificando com maior precisão as decisões tomadas em relação a determinados eventos da ação educativa.
   A linha de relacionamento se evidencia, então, através de escalões de complexidade decrescente, exigindo sempre um alto grau de coerência e subordinação na determinação dos objetivos almejados. 
REFERÊNCIAS 
COARACY, Joanna. O planejamento como processo. Revista Educação, Ano I, no. 4, Brasília, 1972. p.79.
COARACY, J. op.cit. p. 78-9.
UNESCO, Seminário Interamericano sobre planejamento integral na educação. Washington. 1958.
SARUBBI, Maria Irma. Curriculum. Buenos Aires. Stella, 1971. p.34.
MATTOS, L.A.de. Sumário de Didática Geral. Rio de Janeiro. Aurora. 1968. p. 140.
CAPPELLETTI, Isabel Franchi. Planejamento de Ensino. Revista Escola n.5. Abril, São Paulo, 1972. p.10.
O PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO: REVISANDO CONCEITOS PARA MUDAR CONCEPÇÕES E PRÁTICAS
     O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda pessoa. Em nosso dia-a-dia, sempre estamos enfrentando situações que necessitam de planejamento, mas nem sempre as nossas atividades diárias são delineadas em etapas concretas da ação, uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina. Entretanto, para a realização de atividades que não estão inseridas em nosso cotidiano, usamos os processos racionais para alcançar o que desejamos.
      As idéias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas nos dias atuais, mas um dos complicadores para o exercício da prática de planejar parece ser a compreensão de conceitos e o uso adequado dos mesmos. Assim sendo, o objetivo deste texto é procurar explicitar o significado básico de termos, tais como planejamento, plano, programa, projeto, plano estratégico plano operacional, e outros, visando a dar espaço para que o leitor possa estabelecer as relações entre eles, a partir de experiências pessoais e profissionais. Cabe ressaltar que, neste breve texto, não se pretende abordar todos os níveis de planejamento, mesmo porque, como aponta Gandin (2001, p. 83), 
       ”É impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamento necessários à atividade humana. Sobretudo porque, sendo a pessoa humana condenada, por sua racionalidade, a realizar algum tipo de planejamento, está sempre ensaiando processos de transformar suas ideias em realidade. Embora
não o faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana possui uma estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade a propor ações e atitudes para transformá-la.”
PLANEJAMENTO É
     1. Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas. O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações (PADILHA, 2001, p. 30). 
     2. Planejar, em sentido amplo, é um processo que "visa a dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro", mas considerando as condições do presente, as experiências do passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosófico, cultural, econômico e político de quem planeja e com quem se planeja. (idem, 2001, p. 63). Planejar é uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem como características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação. Planejar e avaliar andam de mãos dadas. 
     3. Planejamento Educacional é "processo contínuo que se preocupa com o 'para onde ir' e 'quais as maneiras adequadas para chegar lá', tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do indivíduo" (PARRA apud SANT'ANNA et al, 1995, p. 14). 
     Para Vasconcellos (1995, p. 53), "o planejamento do Sistema de Educação é o de maior abrangência (entre os níveis do planejamento na educação escolar), correspondendo ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual e municipal", incorporando as políticas educacionais. 
     4. Planejamento Curricular é o "processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno". Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares (VASCONCELLOS, 1995, p. 56). 
     5. Planejamento de Ensino é o processo de decisão sobre atuação concreta dos professores, no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações, em constantes interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos (PADILHA, 2001, p. 33). Na opinião de Sant'Anna et al (1995, p. 19), esse nível de planejamento trata do "processo de tomada de decisões bem informadas que visem à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação de ensino-aprendizagem". 
     6. Planejamento Escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. "É um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social" (LIBÂNEO, 1992, p. 221). 
     7. Planejamento Político-Social tem como preocupação fundamental responder as questões "para quê", "para quem" e também com "o quê". A preocupação central é definir fins, buscar conceber visões globalizantes e de eficácia; serve para situações de crise e em que a proposta é de transformação, em médio prazo e/ou longo prazo. "Tem o plano e o programa como expressão maior" (GANDIN, 1994, p. 55). 
     8. No Planejamento Operacional, a preocupação é responder as perguntas "o quê", "como" e "com quê", tratando prioritariamente dos meios. Abarca cada aspecto isoladamente e enfatiza a técnica, os instrumentos, centralizando-se na eficiência e na busca da manutenção do funcionamento. Tem sua expressão nos programas e, mais especificamente, nos projetos, sendo, sobretudo tarefa de administradores, onde a ênfase é o presente, momento de execução para solucionar problemas (idem.). 
PLANO É 
     1. Plano é um documento utilizado para o registro de decisões do tipo: o que se pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer, com quem fazer. Para existir plano é necessária a discussão sobre fins e objetivos, culminando com a definição dos mesmos, pois somente desse modo é que se pode responder as questões indicadas acima. 
     O plano é a "apresentação sistematizada e justificada das decisões tomadas relativas à ação a realizar" (FERREIRA apud PADILHA, 2001, p. 36). Plano tem a conotação de produto do planejamento. 
     Plano é um guia e tem a função de orientar a prática, partindo da própria prática e, portanto, não pode ser um documento rígido e absoluto. Ele é a formalização dos diferentes momentos do processo de planejar que, por sua vez, envolve desafios e contradições (FUSARI, op. cit.). 
     2. Plano Nacional de Educação é "onde se reflete toda a política educacional de um povo, inserido no contexto histórico, que é desenvolvida a longo, médio ou curto prazo" (MEEGOLLA; SANT'ANNA, 1993, p. 48). 
     3. Plano Escolar é onde são registrados os resultados do planejamento da educação escolar. "É o documento mais global; expressa orientações gerais que sintetizam, de um lado, as ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos" (LIBÂNEO, 1993, p. 225). 
     4. Plano de Curso é a organização de um conjunto de matérias que vão ser ensinadas e desenvolvidas em uma instituição educacional, durante o período de duração de um curso. Segundo Vasconcellos (1995, p. 117), esse tipo de plano é a "sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade".
     5. Plano de Ensino "é o plano de disciplinas, de unidades e experiências propostas pela escola, professores, alunos ou pela comunidade". Situa-se no nível bem mais específico e concreto em relação aos outros planos, pois define e operacionaliza toda a ação escolar existente no plano curricular da escola. (SANT'ANNA, 1993, p. 49). 
PROJETO É 
     1. Projeto é também um documento produto do planejamento porque nele são registradas as decisões mais concretas de propostas futuristas. Trata-se de uma tendência natural e intencional do ser humano. Como o próprio nome indica, projetar é lançar para frente, dando sempre a idéia de mudança, de movimento. Projeto representa o laço entre o presente e o futuro, sendo ele a marca da passagem do presente para o futuro. Na opinião de Gadotti (apud Veiga, 2001, p. 18), 
Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores. 
2. Projeto Pedagógico, segundo Vasconcellos (1995). 
é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição (p.143).·. 
 Para Veiga (2001, p. 11) o projeto pedagógico deve apresentar as seguintes características: 
     a) "ser processo participativo de decisões; 
    b) preocupar-se em instaurar uma forma de organização de trabalho pedagógico
que desvele os conflitos e as contradições; 
     c) explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no projeto comum e coletivo; 
    d) conter opções explícitas na direção de superar problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade específica; 
     e) explicitar o compromisso com a formação do cidadão. 
     f) nascer da própria realidade, tendo como suporte a explicitação das causas dos problemas e das situações nas quais tais problemas aparecem; 
     g) ser exequível e prever as condições necessárias ao desenvolvimento e à avaliação; 
     h) ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a realidade da escola; 
     i) “ser construído continuamente, pois como produto, é também processo”. 
     3. Projeto Político-Pedagógico da escola precisa ser entendido como uma maneira de situar-se num horizonte de possibilidades, a partir de respostas a perguntas tais como: "que educação se quer, que tipo de cidadão se deseja e para que projeto de sociedade?" (GADOTTI, 1994, P. 42). Dissociar a tarefa pedagógica do aspecto político é difícil, visto que o "educador é político enquanto educador, e o político é educador pelo próprio fato de ser político" (GADOTTI, FREIRE, GUIMARÃES, 2000, pp. 25-26). 
     Falar da construção do projeto pedagógico é falar de planejamento no contexto de um processo participativo, onde o passo inicial é a elaboração do marco referencial, sendo este a luz que deverá iluminar o fazer das demais etapas. Alguns autores que tratam do planejamento, como por exemplo, Moacir Gadotti, falam simplesmente em referencial, mas outros, como Danilo Gandin, distinguem nele três marcos: situacional, doutrinal e operativo. 
PROGRAMA É 
 1. Padilha (2001), citando Bierrenbach, explica que um programa é "constituído de um ou mais projetos de determinados órgãos ou setores, num período de tempo definido" (p. 42). Gandin (1995) complementa dizendo que o programa, dentro de um plano, é o espaço onde são registradas as propostas de ação do planejador, visando a aproximar a realidade existente da realidade desejada. Desse modo, na elaboração de um programa é necessário considerar quatro dimensões: "a das ações concretas a realizar, a das orientações para toda a ação (atitudes, comportamentos), a das determinações gerais e a das atividades permanentes" (GANDIN, 1993, p. 36 e 1995, p. 104). 
CONSTRUINDO UM CONCEITO DE PARTICIPAÇÃO 
     A preocupação com a melhoria da qualidade da Educação levantou a necessidade de descentralização e democratização da gestão escolar e, consequentemente, participação tornou-se um conceito nuclear. Como aponta Lück et al. (1998), "o entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a idéia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agir sobre elas em conjunto" (p.15). 
     De acordo com a etimologia da palavra, participação origina-se do latim "participatio" (pars + in + actio) que significa ter parte na ação. Para ter parte na ação é necessário ter acesso ao agir e às decisões que orientam o agir. "Executar uma ação não significa ter parte, ou seja, responsabilidade sobre a ação. E só será sujeito da ação quem puder decidir sobre ela" (BENINCÁ, 1995, p. 14). Para Lück et al. (1998) a participação tem como característica fundamental a força de atuação consciente, pela qual os membros de uma unidade social (de um grupo, de uma equipe) reconhecem e assumem seu poder de exercer influência na determinação da dinâmica, da cultura da unidade social, a partir da competência e vontade de compreender, decidir e agir em conjunto. 
     Trabalhar em conjunto, no sentido de formação de grupo, requer compreensão dos processos grupais para desenvolver competências que permitam realmente aprender com o outro e construir de forma participativa. 
     Para Pichin-Rivière (1991) grupo é um "conjunto restrito de pessoas ligadas entre si por constantes de espaço e tempo, articuladas por sua mútua representação interna interatuando através de complexos mecanismos de assunção e atribuição de papéis, que se propõe de forma explícita ou implícita uma tarefa que constitui sua finalidade" (pp. 65-66). O que se diz explícito é justamente o observável, o concreto, mas abaixo dele está o que é implícito. Este é constituído de medos básicos (diante de mudanças, ora alternativas transformadoras ora resistência à mudança). Pichon-Rivière (ibdem) diz que a resistência à mudança é conseqüência dos medos básicos que são o "medo à perda" das estruturas existentes e "medo do ataque" frente às novas situações, nas quais a pessoa se sente insegura por falta de instrumentação. 
     A partir desses breves comentários, pode-se compreender a importância do tão divulgado "momento de sensibilização" na implementação de planos, programas e projetos. Sensibilidade é "qualidade de ser sensível, faculdade de sentir, propriedade do organismo vivo de perceber as modificações do meio externo e interno e de reagir a elas de maneira adequada" (FERREIRA, s/d). Sensibilizar, portanto, é provocar e tornar a pessoa sensível; fazer com que ela participe de alguma coisa de forma inteira. Por outro lado, lembra Pichon-Riviére (1991) que "um grupo obtém uma adaptação ativa à realidade quando adquire insight, quando se torna consciente de certos aspectos de sua estrutura dinâmica. Em um grupo operativo, cada sujeito conhece e desempenha seu papel específico, de acordo com as leis da complementaridade" (p. 53). 
     Com diz Libâneo (2001), a participação é fundamental por garantir a gestão democrática da escola, pois é assim que todos os envolvidos no processo educacional da instituição estarão presentes, tanto nas decisões e construções de propostas (planos, programas, projetos, ações, eventos) como no processo de implementação, acompanhamento e avaliação. Finalizando, cabe perguntar: como estamos trabalhando, no sentido do desenvolvimento de grupos operativos, onde cada sujeito, com sua subjetividade, possa contribuir na reconstrução de uma escola de que precisamos? 
REFERÊNCIAS 
BENINCÁ, E. As origens do planejamento participativo no Brasil. Revista Educação - AEC, n. 26, jul./set. 1995. GADOTTI, M.; FREIRE, P.; GUIMARÃES, S. Pedagogia: diálogo e conflito. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2000. GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
__________________. Planejamento como prática educativa. 7. ed. São Paulo: Loyola, 1994. __________________. Posição do planejamento participativo entre as ferramentas de intervenção na realidade. Currículo sem Fronteira, v.1, n. 1, jan./jun., 2001, pp. 81-95.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Editora alternativa, 2001 LÜCK, H. Planejamento em orientação educacional. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 1991.
PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-pedagógico da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001. 
PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. Trad. Marco Aurélio Fernandes. 4. ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 1991. SANT'ANNA, F. M.; ENRICONE, D.; ANDRÉ, L.; TURRA, C. M. Planejamento de ensino e avaliação. 11. ed. Porto Alegre: Sagra / DC Luzzatto, 1995.
VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 1995. VEIGA, I. P. (Org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 13. ed. Campinas: Papirus, 2001. 
REFLEXÃO
Improvisação ao contrário - Entrevista com José Cerchi Fusari José Cerchi Fusari, 56 anos, mestre em Filosofia Educacional e doutor em Didática, é um especialista na formação de professores em serviço. Nessa luta para melhorar a qualidade do profissional de educação, ele já deu cursos em quase todos os Estados do país e conhece, como poucos, as necessidades do nosso ensino. 
ENTREVISTA 
NOVA ESCOLA > Qual é a importância do planejamento? 
José
Cerchi Fusari - Para desenvolver o currículo e atingir o objetivo de promover a aprendizagem, é indispensável um bom planejamento. E digo que isso é o contrário da improvisação. No Magistério, a improvisação é importante e necessária, mas só pode ocorrer como exceção, não como regra. Em alguns casos, porém, a situação da escola é tão complicada que o planejamento não vinga. 
NE - Como evitar o improviso? 
Fusari - O planejamento deve ser uma tarefa permanente desde a formação inicial do professor, quando ele aprende a organizar o próprio trabalho. Existe uma condição técnica, que é a de dominar objetivos educacionais. O docente precisa ver o objetivo como um ponto de chegada e trabalhar a questão do conhecimento em função dele. Isso acontece quando se dá um novo significado tanto na formação inicial quanto na formação em serviço. O educador deixa de 
ser um mero executor e transforma-se em alguém capaz de dar sentido a seu trabalho. 
NE - O professor está preparado para as mudanças? 
Fusari - Se a formação inicial foi deficitária, provavelmente não. Mas não adianta ficar sentado em cima da má formação, se queixando e denunciando. O mais importante é que o professor precisa despertar para a importância de reivindicar o direito de melhorar, de ter um contrato de trabalho que garanta tanto seu momento de docência quanto o período de planejamento e avaliação. Isso posto, ele vai procurar recursos bibliográficos, recorrer aos cursos oferecidos pelas secretarias, fazer um curso de pós-graduação. Também é muito importante buscar a formação individual e coletiva dentro da própria escola. 
NE - O aluno pode se dar por satisfeito com o ensino que lhe é oferecido? 
Fusari - A escola brasileira está se estruturando. Foi democratizada na perspectiva da quantidade ao garantir o acesso a todos. O mesmo, no entanto, não ocorre com a qualidade. Nesse sentido, o planejamento é um instrumento de articulação muito importante entre quantidade e qualidade. É o meio para atender às necessidades de crianças, jovens e adultos que estão na escola e lá permanecerão durante anos. Isso dá ao planejamento uma dimensão política muito importante. 
A AULA 
O que o professor faz na sala de aula depende de inúmeros fatores. Os mais importantes são o conhecimento que o professor tem de seus alunos, da disciplina, da forma de ensinar e, sobretudo, as ideias que o professor tem a respeito de seu papel. O que é ensinar depende do que o professor entende sobre o que é aprender. 
Não é demais ressaltar a importância da sala de aula. Pesquisa realizada pela UNESCO/OREALC (1998, 2000) em mais de 20 países da América Latina revela que a variável que mais afeta a aprendizagem dos alunos é o clima da sala de aula, ou seja, um ambiente positivo, em que o professor cria uma atmosfera de respeito, ordem, autoridade e colaboração para ensinar. Para se ter uma ideia do impacto dessa variável, ela representa cerca de 90 pontos numa média de 250 pontos. Nenhuma outra variável representa mais de 10 pontos nesses estudos. Tudo isso para ressaltar que o que mais vale, na escola, é o que o professor faz na sala de aula e a forma como ela ele atua. 
Uma aula envolve atividades administrativas (chamada, avisos) e diversas atividades pedagógicas cujo objetivo é promover a aprendizagem do aluno. Os eventos de ensino que incluem a exposição do aluno a informações, a organização e supervisão de atividades, retroalimentação, avaliação e outros eventos. 
O acesso a informações constitui condições básicas para o desenvolvimento de conhecimentos e destrezas. Durante séculos, foi considerado como um objetivo – talvez o principal – das escolas. Isso explica a importância que até hoje se atribui à exposição de informações pelo professor. Durante muitos anos, esta foi a principal – muitas vezes, única – forma de ensinar. Daí por que até hoje muitos professores consideram que sua função principal é a de “dar a matéria” ou “cobrir o programa”. 
Normalmente, uma aula expositiva tem como objetivos: 
possibilitar a transmissão de informação e de conhecimentos num curto espaço de tempo; 
transmitir e compartilhar experiências e observações pessoais relevantes ao tema; 
economizar tempo e esforço quando há urgência em fazer uma determinada comunicação; 
motivar um grupo para que estude um tema em menor profundidade; 
possibilitar a síntese de temas extensos e complexos. 
Portanto, embora a aula expositiva não seja a forma mais apropriada para promover a aprendizagem dos alunos, há ocasiões em que ela é recomendável ou, mesmo, necessária. 
O PLANEJAMENTO COMO ELEMENTO POTENCIALIZADOR E ORGANIZADOR DO TRABALHO PEDAGÓGICO
O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda pessoa. Em nosso dia-a-dia, sempre estamos enfrentando situações que necessitam de planejamento, mas nem sempre as nossas atividades diárias são delineadas em etapas concretas da ação, uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina. Entretanto, para a realização de atividades que não estão inseridas em nosso cotidiano, usa se os processos racionais para alcançar o que se deseja.
O homem primitivo, no seu modo e habilidade de pensar, imaginou como poderia agir para vencer os obstáculos que se interpunham na sua vida diária. Pensava as estratégias de como poderia caçar, pescar, catar frutas e de como deveria atacar os seus inimigos.
A história do homem é um reflexo do seu pensar sobre o presente, o passado e o futuro. O homem no uso da sua razão sempre pensa e imagina o seu “quê fazer”, o ato de pensar não deixa de ser um verdadeiro ato de planejar.
Algumas pessoas planejam de forma sofisticada e altamente científica, obedecendo aos mais rígidos princípios técnicos e seguindo os esquemas sistêmicos que orientam o processo de planejar, executar e avaliar. Outros, que nem se quer conhecem a existência das teorias sobre planejamento, os fazem sem muitos esquemas e dominações técnicas; contudo, são planejamentos que podem ser agilizados de forma simples, mas com bons e ótimos resultados. Pode-se deduzir, então, que é impossível se livrar do ato de planejar mesmo que não se consiga executar.
Fundamentos teóricos e práticos do planejamento Um processo que “visa dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para a sua superação de modo a atingir objetivos previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro”, mas considerando as condições do presente, as experiências do passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosóficos, culturais, econômicos e político de quem planeja e com quem se planeja”. (Padilha, 2001, p.63).
“Um processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego dos meios materiais e dos recursos humanos disponíveis, a fim de alcançar objetivos concretos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir do conhecimento e avaliação cientifica da situação original”. (Martinez e Oliveira Lahone, 1977, p.11).
O que é planejamento de ensino?
Significa estabelecer um conjunto de ações que visam à sistematização do trabalho docente.
Por quê?
Desde o início do século, com as exigências da sociedade industrial, o movimento da escola nova sensibilizou os professores para a importância do planejamento;
Houve necessidade desde os setores mais simples aos mais complexos da atividade humana de planejar, diante das exigências de desenvolvimento científico e tecnológico do mundo moderno.
Para quê?
Para fugir da rotina, da repetição mecânica dos cursos e das aulas;
Para evitar a improvisação o que pode provocar ações soltas, desintegrada.
Para garantir:
A eficiência, eficácia e efetividade do processo ensino-aprendizagem;
A continuidade do trabalho do professor;
O cumprimento da programação estabelecida;
A distribuição racional do tempo disponível;
Quem faz? O professor ou os professores da mesma disciplina e os alunos.
Como fazer? De acordo com dados diagnósticos;
De modo participativo entre os interessados:
professores e alunos. Se os alunos não puderem participar no primeiro momento, que sejam consultados, ou apresentado aos mesmos o plano, para que eles indiquem sugestões, tornando o instrumento real.
A seleção cuidadosa dos objetivos, dos conteúdos, assim como de metodologia, recursos e procedimentos de avaliação; O conhecimento por parte dos alunos, das metas do trabalho do professor. 
Adequação a realidade 
O diagnóstico dará condições a esta qualidade: avaliação constante desde o primeiro momento para reestruturar sempre que necessário.
Exequibilidade
O plano deve ser real, concreto, realizável, a ponto de ser possível executá-lo integralmente, dentro das condições previstas. Não se concebe um trabalho burocrático apenas para apresentar aos superiores ou para constar de exigências outras.
Flexibilidade
O planejamento é concebido com dinamismo próprio, de natureza dialética. Posto isto, a avaliação constante e permanente deve permear todo processo para que sejam efetuadas estruturações desejadas. Não se concebe algo estático, imutável.
Preparação 
Previsão de todas as etapas que concorrem para assegurar a sistematização do trabalho docente, visando o alcance do objetivo do ensinar, que é o aprender.
Desenvolvimento
Execução do plano onde o professor e o aluno são o alvo desta atuação, visando sempre o ato de ensinar e o ato de aprender.
Aperfeiçoamento
A avaliação deve estar presente desde o primeiro momento, tomando maior corpo no final do processo, no sentido de análise sistemática dos resultados, proporcionando reestruturação do planejamento, caso os objetivos não tenham sido alcançados.
Preparar bem o trabalho docente significa apenas elaborar um bom plano?
Junto a um plano eficiente, estarão envolvidos outros componentes que vão do preparo do professor quanto ao domínio do conteúdo à sua postura enquanto educador, ao seu compromisso como cidadão, à sua metodologia, às relações que ocorrem na sala de aula com seus alunos. Logo, a questão do planejamento não pode ser entendida de modo desvinculada da realidade, da competência técnica e do compromisso político do educador e ainda das relações entre escola, educação e sociedade.
PLANO DE CURSO 
O plano de curso é a previsão para o professor em geral do trabalho a ser realizado no ano letivo.
Características do Planejamento
Fases do Processo de Planejamento
Tipos de Planejamento
PLANO DE UNIDADE 
O plano de unidade constitui parte do plano de curso. Cabe ao professor dividir racionalmente, o conteúdo programático em unidades, tendo em vista o assunto e o método de ensino a ser usado.
A realização dos objetivos de cada unidade deverá possibilitar o alcance dos objetivos previstos no plano de curso.
PLANO DE AULA
O plano de aula é a previsão de atividades que professor e alunos devem realizar durante o período escolar diário. Apesar do plano de unidade deixar bem claro o conteúdo que será desenvolvido, as atividades, o material didático, o plano de aula é indispensável.
O professor tem necessidade de refletir sobre o sentido de cada aula, seus objetivos imediatos, rever seu conteúdo, conferir o material a ser utilizado.
As aulas constituem-se de um conjunto significativo divididos em partes proporcionais, com início, meio e fim; podem comportar com conteúdo de uma subunidade, parte dela ou de uma unidade, dependendo da extensão dessa e do período de aula. Os planos de aula deverão ser sempre flexíveis.
Plano de disciplina e as etapas para sua construção:
Conhecimento da realidade (Sondagem)
É tentar conhecer a fundo uma situação concreta e real sobre qual situação se deve atuar. Esse procedimento dá condição de realizar um diagnóstico de todos os fatores que interfiram, positiva ou negativamente, sobre o comportamento de seus alunos e possibilita também professor e aluno se conhecerem.
Elaboração dos objetivos
Os objetivos indicam as linhas, os caminhos e os meios para toda a ação. A partir do conhecimento da realidade escolar e da realidade da clientela, o primeiro passo a ser dado no processo de planejamento é definir os objetivos gerais e específicos das disciplinas.
Características dos objetivos:
Clareza – é fundamental e necessária para que o objetivo se torne algo concreto, inteligível e possível de ser trabalhado e avaliado. Deve ter clareza na sua expressão, comunicação, elaboração e construção;
Simplicidade - é uma exigência da própria realidade concreta dos alunos, dos professores e das escolas não deixando de transmitir as profundas ideias e os mais importantes valores;
Validade - quando os objetivos são válidos e útil de forma explícita e clara, demonstrando consistência e profundidade no seu contexto e conteúdo;
Operacionalidade - é algo que se quer alcançar através de uma agir possível, concreto e viável;
Observável- quando no final da ação podem-se perceber os resultados podendo ser verificado em longo, médio ou curto prazo.
Os níveis dos objetivos podem ser:
Gerais – amplos e abrangentes (observáveis a longo prazo);
Específicos - são concretos e delimitados (observáveis a médio e em curto prazo);
Operacionais - torna o específico mais completo e detalhado, para ser mais bem trabalhado e avaliado.
Seleção e organização dos conteúdos
Devem ser significativos e realistas para serem trabalhados em sala de aula.
Atualmente, na prática pedagógica, o processo de planejamento do ensino tem sido objeto de constantes questionamentos quanto à sua validade como efetivo instrumento de melhoria qualitativa do trabalho do professor.
Os motivos das indagações são diversos, mostrando-se em diferentes níveis na prática do educador.
Critérios para seleção e organização:
Deve condizer com a realidade pessoal, social e cultural do aluno e expressar os verdadeiros valores existenciais;
Os conteúdos devem refletir os amplos aspectos da cultura, tanto no passado, quanto no presente e possibilidades futuras, atendendo as necessidades sociais e individuais do aluno;
Deve refletir os interesses dos alunos e resolver os seus problemas;
é necessário selecionar conteúdos que sejam válidos para toda vida do indivíduo;
Levar a atender diretamente o problema do uso posterior do conhecimento em novas situações;
Possibilita ao aluno realizar elaborações e aplicações pessoais a partir daquilo que aprendeu;
Os conteúdos devem ser estabelecidos de maneira flexível possibilitando alterações se for necessária.
Significação 
Adequação às necessidades sociais e culturais:
Interesse;
Possibilidade de reelaboração:
Validade; 
Utilidade;
Flexibilidade.
Planejamento de Ensino e interdisciplinaridade: um processo integrador entre educação, escola e prática docente.
Operacionalização dos conteúdos
Seleção de recursos 
Os recursos servem para despertar o interesse, provocar discussão e debates que auxilia o professor e o aluno na interação do processo ensino-aprendizagem.
Seleção e procedimento da avaliação
Os instrumentos e os meios para avaliação devem ser adequados aos objetivos e que atendam as condições intelectuais, emocionais e as habilidades psicomotoras dos alunos, é fundamental que os alunos possam verificar e perceber com clareza o porquê das avaliações, como serão avaliados e quais critérios serão utilizados na avaliação da sua aprendizagem.
Com o cotidiano escolar, percebe-se, de início, que os objetivos educacionais propostos nos currículos dos cursos apresentam-se confusos e desvinculados da realidade social. Os conteúdos trabalhados são definidos autoritariamente, sem a participação dos professores na escola. Desse modo, podem apresentar-se sem elos significativos com as experiências de vida dos alunos, seus interesses e necessidades.
Observa-se, também, que os recursos disponíveis para melhora dos trabalhos didáticos são utilizados de forma inadequada, usada simplesmente para ilustração de aulas, ou seja, professor utiliza a metodologia de transmissão de conhecimentos, sem espaço para discussão ou debates dos conteúdos. Dessa maneira, o aluno torna-se mais passivo que
ativo, bloqueando sua criatividade e liberdade de questionar.
Sendo assim, o planejamento do ensino tem-se apresentado como desvinculado da realidade social, caracterizando-se como uma ação mecânica e burocrática do professor, contribuindo pouco para levantar a qualidade da ação pedagógica desenvolvida no meio escolar.
Considerando que o processo de planejamento visto sob uma perspectiva crítica de educação para transformação passa a extrapolar a simples tarefa de se elaborar um documento contendo todos os componentes tecnicamente recomendáveis.
Planejamento: ação pedagógica essencial 
O planejamento dirigido para uma ação pedagógica crítica e transformadora, possibilitará ao educador maior segurança para lidar com a relação educativa que ocorre na sala de aula e na escola em geral. Sendo assim, o “planejamento adequado” e seu resultado “o bom plano de ensino”, se traduzirá pela ação pedagógica direcionada de forma a se integrar dialeticamente ao concreto do educando, visando transformá-lo.
Segundo SAVIANI (1984, p.9), a escola existe “para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência), bem como o próprio acesso aos rudimentos desse saber”. Os conteúdos que formam esse saber elaborado não poderão ser visto de maneira estática e acabado, uma vez que são conteúdos dinâmicos, articulados dialeticamente com a realidade histórica. Desse modo, além de transmitir a cultura acumulada, ajuda na elaboração de novos conhecimentos.
A concepção de produzir conhecimentos significa refletir constantemente sobre os conteúdos aprendidos, procurando analisá-lo por diversos ângulos, para desenvolver a curiosidade científica de investigação da realidade.
O planejamento do ensino não poderá ser visto de forma mecânica, separada das relações entre escola e realidade histórica. Sendo assim, os conteúdos trabalhados precisam estar relacionados com a experiência de vida dos alunos. Esta relação torna-se condição necessária para que ocorra a transmissão de conhecimentos e sua reelaboração, visando à produção de novos conhecimentos. Esta reelaboração consiste em aplicar os conhecimentos aprendidos sobre a realidade com o objetivo de transformá-la.
Observa-se que a tarefa de planejar passa a existir como uma ação pedagógica essencial ao processo de ensino, ultrapassando sua concepção mecânica e burocrática no desenvolvimento do trabalho docente.
Uma nova alternativa para um planejamento de ensino globalizante seria a ação resultante de um processo que integre escola e contexto social, consistida de forma crítica e transformadora. Sendo assim, as atividades educativas seriam planejadas tendo como objetivo a problemática sociocultural, econômica e política do contexto onde a escola está inserida. Por essa ótica, o planejamento estaria visando à transformação da sociedade, buscando tornar as classes mais justa e igualitária.
Esta proposta basea-se nos princípios do planejamento participativo, caracterizado pela união de todos os segmentos da atividade humana com atitudes globalizantes procurando resolver problemas comuns.
Observa-se que, esta forma de ação, propicia uma relação entre pessoas que discutem, decidem, executam e avaliam atividades propostas coletivamente. Logo, a partir desta convivência, o processo educativo passa a desenvolver mais facilmente seu papel transformador, provocando a discussão, a reflexão, o questionamento, conscientizando as pessoas dos problemas coletivos, despertando-as a lutar para melhorar sua condição de vida.
Planejamento de ensino: um processo integrador entre escola e contexto social.
De acordo com a etimologia da palavra, participação origina-se do latim “participatio” (pars + in + actio) que significa ter parte na ação.
O resultado desse primeiro momento do planejamento seria um diagnóstico sincero da realidade concreta do educando, desenvolvida de forma consciente e comprometida com seus interesses e necessidades. Portanto, a escolha dos objetivos a serem alcançados, a sistematização do conteúdo programático e a situação dos procedimentos de ensino a serem utilizados, consistem ações necessárias para a segunda etapa do planejamento.
Vale salientar que um processo de ensino transformador não poderá deixar-se guiar por objetivos que visam somente a simples aquisição de conhecimentos. Logo, na definição dos objetivos, será necessário a especificação dos diferentes níveis de aprendizagem a serem atingidos.
Partindo do princípio de que a reelaboração e produção dos conhecimentos visam à aprendizagem em diferentes níveis, a norma utilizada na escola dos procedimentos de ensino será a criatividade. O trabalho do educador neste momento será articular uma metodologia de ensino que se caracterize pela variedade de atividades que estimulem a criatividade dos educandos, sendo a participação dos alunos de grande relevância.
Desse modo, a avaliação nessa visão de planejamento, onde valoriza a criatividade dos alunos, terá o caráter de acompanhamento desse processo, num julgamento conjunto de educadores e educandos. A preocupação deverá ser com a qualidade da reelaboração e produção de conhecimentos empreendida por cada educando e não na quantidade de conteúdos assimilados.
Contudo, como a educação pretendida através da ação, o planejamento deverá ser integrador em toda a sua extensão. A partir daí, é que proporcionará um ensino voltado para a formação crítica, questionadora e atuante.
Diante do exposto, concebe-se que a visão de planejamento do ensino aqui demonstrada, justifica-se pelo fato de que, como a educação, a ação de planejar não pode ser encarada como uma atividade neutra.
Por outro lado, a opção do educador por um ensino crítico e transformador só se concretizará através de uma sistemática de planejar seu trabalho de forma participativa e problematizadora, que permita dar oportunidade aos Paulo Freire (1987) diz: se educadores e educandos exercessem o poder de produzir novos conhecimentos a partir dos conteúdos impostos pelos currículos escolares, estariam realmente concretizando seu poder de contribuir para a transformação da sociedade. Porquanto, a organização dos conteúdos estará intimamente relacionada com o objetivo maior da educação escolar, que é proporcionar a obtenção do saber sistematizado (ciência), tido como instrumento fundamental de libertação do homem (SAVIANI, 1984).
Planejamento de ensino e interdisciplinaridade
O planejamento elaborado e executado numa perspectiva interdisciplinar proporciona a integração entre disciplinas “devolvendo a identidade das mesmas fortalecendo-as” e evidenciando uma mudança de postura na prática pedagógica, num processo que pode ir da simples comunicação de ideias até a união recíproca de finalidades, objetivos, conceitos, conteúdos, terminologia, procedimentos, dados e formas de organizá-los e sistematizá-los no processo de elaboração do conhecimento. Tal atitude embasa-se no reconhecimento da provisoriedade do conhecimento, no questionamento constante das próprias posições assumidas e dos procedimentos adotados, no respeito à individualidade e na abertura à investigação em busca da totalidade do conhecimento. Refere-se à criação de movimentos que propiciem o estabelecimento de relações entre as mesmas, tendo como ponto de convergência a ação que se desenvolve num trabalho cooperativo e reflexivo. Assim, alunos e professores, sujeitos de sua própria ação, se engajam num processo de investigação, redescoberta e construção coletiva de conhecimento. Ao compartilhar ideias, ações e reflexões, cada participante é, ao mesmo tempo, “ator” e “autor” do processo.
A interdisciplinaridade favorecerá que as ações se traduzam na intenção educativa de ampliar a capacidade do aluno de expressar–se através de múltiplas linguagens e novas tecnologias; posicionar-se diante da informação; interagir de forma crítica e ativa com o meio físico e social.
Concebemos, então, a interdisciplinaridade como campo aberto para que, de uma prática fragmentada por especialidades, possa-se estabelecer novas

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