Buscar

Aula 12 - História do Direito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Universidade da Grande Dourados
Faculdade de Direito
Curso de Direito
Disciplina História do Direito
Prof. Flávio Antonio Mezacasa
Aula 12
O Direito no Brasil-Colônia – Continuação
b) Estrutura Judicial do Brasil Colônia – Continuação
Como visto na última aula, houve uma grande mudança legislativa no século XVIII, mais precisamente em 1769, com a “Lei da Boa Razão” fruto do esforço do Marques de Pombal.
O objetivo da então nova lei era fixar normas uniformes para a interpretação do direito em caso de omissão, obscuridade ou lacuna legal, porventura existente.
Segundo Haroldo Valadão essa lei visava dar preferência ao direito português, apenas se recorrendo ao direito romano de forma subsidiária
Entretanto, na realidade a Lei da Boa Razão favorecia a Metrópole portuguesa em detrimento da organização social colônias portuguesas, e dentre elas o Brasil.
Apenas para citar um exemplo em 1773 foi abolida a escravidão em Portugal, nas colônias não, pois a escravidão era o sustentáculo econômico dessas.
Aliás, o que realmente interessava a coroa eram os tributos, que por sua vez classificavam-se em:
a) os próprios da Coroa – constituído pelo quinto dos veeiros e minas de ouro e frutos (rendimentos) dos bens patrimoniais do rei;
b) impostos ou tributos – 10% da produção extraída da terra, dos mares e animais, além de mercadorias e do valor das vendas, trocas e rendimentos de dinheiro;
c) estancos ou monopólios – espécie de ICMS da época, incidia sobre produtos comerciais, pau-brasil, tabaco, diamantes, escravos, etc.
d) condenações – perda dos bens do condenado em favor da coroa.
c) Organização Judiciária
Para se tornar Juiz, além de boa origem social era necessário ser formado na Universidade de Coimbra.
Havia três instâncias:
a) Primeira instância – formada por juízes singulares, que eram classificados em juízes de fora (primeiro degrau), ouvidores, ordinários, e especiais, os quais se subdividiam....;
b) Segunda instância - formada por juízes colegiados que judicavam nos Tribunais da Relação. No Brasil existiam na Bahia (1609), Rio de Janeiro (1751), Maranhão (1812) e Pernambuco (1821). Pareciam-se com os atuais tribunais de justiça dos estados, embora não fosse eminentemente recursal. Julgavam agravos e apelações;
c) Tribunal de Justiça Superior – última instância, denominado de Casa da Suplicação ficava em Lisboa. Em 1808 foi transferido para o Brasil.
Principais proibições aos magistrados:
permanecer muito tempo em apenas um lugar;
casamento apenas com licença especial;
não podiam pedir terras para si onde atuavam;
não podiam comerciar.
Todavia, ressalte-se que na época existiam muitas trocas de favores e tráfico de influência, com a confusão que havia naquele tempo entre público e privado.... 
d) Ordenações Filipinas
Também denominadas Ordenações do Reino, foram editadas em 1603, por Filipe II, constituindo uma sistematização do que já havia nas Ordenações Manuelinas (1521) na Coleção de Leis Extravagantes (1569).
Rememore-se que em 1446, Portugal havia conhecido as Ordenações Afonsinas.
 Em que pese as Ordenações Filipinas serem divididas em livros, títulos e parágrafos que tratravam de diversos temas (de contrato a regras processuais), as mesmas não podem ser consideradas um CÓDIGO, não passando de um consolidação de leis, com muitas repetições e contradições.
O fato que Filipe II, como rei estrangeiro não quis impor a Portugal leis novas, a fim de não desagradar os portugueses.
Concernente as penas, as Ordenações Filipinas fixavam o perdimento e o confisco de bens, multas, prisão simples, prisão com trabalhos forçados, galés temporárias ou perpétuas, o desterro (deixar o local do crime), e o degredo (residência obrigatória em certo lugar), o banimento ou exílio (degredo perpétuo), açoites, decepção de membro, e morte de várias formas, morte simples (sem tortura), morte natural (forca), morte para sempre (com exposição do cadáver exposto na forca), morte atroz (com o cadáver esquartejado) e morte cruel (precedida de tortura).
A fontes do direito eram: leis (atos do príncipe), estilos (jurisprudência da Casa de Suplicação e práticas forenses) e os costumes (que eram muitos variados). 
Em caso de lacuna, eram aplicados o direito canônico (em caso de pecado), e o direito romano (Corpus Júris Civilis e as obras de Bártolo e Acúrsio), nas hipótese nas quais não havia pecado.
Entretanto, com a Lei da Boa Razão acima mencionada, restringiu-se o uso do direito romano, e os costumes não poderiam contrariar as leis e a boa razão, e ter pelo menos 100 anos (apenas não se explicava quando a contagem começava...).
A PARTE CÍVEL DAS ORNDENAÇÕES FILIPINAS VIGERAM NO BRASIL ATÉ O MOMENTO EM QUE O CÓDIGO CIVIL DE 1916 PASSOU A VIGORAR, embora com muitas adaptações.
�PAGE �
�PAGE �1�

Outros materiais