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Legislação aplicada as organizações_parte I

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PESSOAS NATURAIS
                  
 		O Código Civil, no Livro I da Parte Geral, trata das pessoas como sujeitos de direitos, que são os sujeitos das relações jurídicas. Quanto à relação jurídica é toda relação existente na vida social regulada pelo direito.
 		O nosso ordenamento jurídico trata de duas espécies de pessoas, quais sejam:
·         A pessoa natural representada pelo ser humano, também conhecido pela expressão pessoa físico; e
 
·         A pessoa jurídica representada por agrupamento de pessoas naturais, unidas por interesse comum, também denominada pessoa moral ou coletiva.  
 		Preceitua o artigo 1º, do Código Civil, que “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. O aludido dispositivo legal, que inicia o Livro I, trata da pessoa natural.
 		Neste sentido, a pessoal natural é o ser humano considerado sujeito de direitos e deveres.
 
PERSONALIDADE JURIDICA
 
 		Prescreve o artigo 2º, do Código Civil, que “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascimento”.
 		O nosso ordenamento jurídico reconhece o nascimento com vida como o marco inicial para aquisição da personalidade.
  		O nascimento com vida significa a separação da criança do ventre materno, ou seja, com vida orgânica própria. Contudo, para que seja considerado nascimento com vida é necessário que haja respirado. Assim, mesmo que no instante seguinte tenha ocorrido o óbito da criança, será considerado com vida caso tenha enchido o pulmão de ar.
 		Com efeito, o nascimento com vida acarreta a aquisição de personalidade. 
 		Personalidade é definida com a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações na ordem civil, ou seja, toda pessoa natural, ao não ser com vida, se torna sujeito de direitos, aptos a adquirir direitos e deveres.
 		O marco inicial para aquisição da personalidade jurídica é o nascimento com vida, contudo, cabe analisar a situação do nascituro.
 		O nosso ordenamento jurídico preserva os interesses futuros do nascituro, aguardando que nasça com vida. Neste diapasão, surgiram discussões acerca da personalidade do nascituro.
 		Para parte da doutrina tradicional defende que o direito positivado adotou a teoria natalista, que exige o nascimento com vida para o inicio da personalidade, havendo o nascituro direito assegurado, sob condição suspensiva – nascer com vida.
 		Em nosso ordenamento jurídico se encontra diversos dispositivos legais que tratam de eventual direito ao nascituro, conduto, visto sob condições suspensiva. 
 		Em razão dessas condições, iniciou-se a discussão acerca da personalidade do nascituro, surgindo à teoria concepcionista que defende a personalidade iniciando antes do nascimento, em razão dessa proteção existente quanto aos interesses do nascituro.
 		A aludida teoria defende que se o nascituro é um status ou um direito, então, é sujeito. Pois não há direito sem que haja sujeito, assim, se há sujeito haverá personalidade, pois não haveria possibilidade de mitigar a personalidade, ou seja, não há “meia personalidade”.
 		Este que subscreve o presente, entende que o melhor posicionamento aquele defendido por Chinelato e Almeida (teoria concepcionalista) que a “personalidade do nascituro não é condicional; apenas certos efeitos de certos direitos dependem do nascimento com vida, notadamente os direitos patrimoniais materiais, como a doação e a herança. Nesses casos, o nascimento com vida é elemento do negócio jurídico que diz respeito à sua eficácia total, aperfeiçoando-se”. (Tutela civil do nascituro, p. 168-169)
 
CAPACIDADE JURIDICA
 
 		Com fulcro no artigo 1º, do Código Civil, “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. Neste sentido, o conceito de personalidade se confunde com o conceito de capacidade. Contudo, não podemos confundir os dois institutos. 
 		Inicialmente, poderíamos afirmar que toda pessoa que possui personalidade, por conseguinte, possui capacidade. Mas a capacidade, diferente da personalidade pode sofrer limitações.
 		Enquanto a personalidade é a aptidão genérica para adquirir direitos e deveres, a capacidade é a aptidão para o exercício destes direitos e deveres, também denominado a medida da personalidade.
                  
A capacidade de direito
 		Ao nascer com vida, todas as pessoas adquirem capacidade de direito ou de gozo, também denominada capacidade de aquisição de direitos. Essa capacidade é reconhecida a todo ser humano, sem distinção. 
 		Com efeito, mesmo os infames em geral ou aqueles privados de discernimento possuem capacidade, por exemplo, são capazes de herdar bens deixados por seus pais.
                  
A capacidade de fato
 		Quanto à capacidade de fato nem todas as pessoas a possuem. Essa capacidade é aquela que permite a pessoa exercer os atos da vida civil, por si só, ou seja, trata da capacidade plena de exercer os atos da vida civil, também denominada capacidade de exercício ou de ação.
 		Na ausência de certas qualidades, como a maioridade, saúde, desenvolvimento mental completo e etc, haverá limitação impostas por lei.
 		Não é negada à pessoa a capacidade, na ausência de certos requisitos materiais. Haverá a impossibilidade de exercer a sua capacidade por si só, ficando condicionada a participação de outra pessoa, para que o represente ou assista.  
 
 		Neste sentido, quem possui a capacidade plena, por conseguinte, possui a duas espécies de capacidade (de direito e de fato). E aqueles que possuem a capacidade limitada, necessitando da participação de outro para o exercício da capacidade, têm a capacidade apenas de direito. 
 
DISTIÇÃO ENTRE CAPACIDADE E LEGITIMAÇÃO
 
 		Não se confunde capacidade e legitimação. A legitimidade é a aptidão para a prática de determinados atos jurídicos, ou seja, é uma capacidade especial exigida em determinadas situações, por exemplo, ação de alimentos que deverá ser proposta por aquele que possui a necessidade.
 
DOS INCAPAZES 
 		Já mencionado, aqueles que possuem capacidade de direito, contudo, não possuidoras da capacidade de fato, possuem a capacidade limitada. Essas pessoas são consideradas incapazes. 
 		Aos incapazes não lhe permitem o exercício dos atos da vida civil por si só, estando condicionado a representação ou assistência.
 		Cumpre ressaltar que, o nosso ordenamento não prevê a incapacidade de direito (inerente a todas as pessoas). Haverá, apenas, a incapacidade de fato.
 		A incapacidade de fato pode ser absoluta e relativa, que será atribuída de acordo com a imaturidade, deficiência física ou mental da pessoa, que será representado e assistido, respectivamente.
 
Incapacidade absoluta
 		O artigo 3º, do Código Civil, trata dos absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil, quais sejam:
“I - os menores de dezesseis anos;
 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade”.
 
 		Os absolutamente incapazes são representados pelos seus pais, tutor ou curador, sob pena de nulidade do ato (artigo 166, inciso I, do Código Civil).  
 
 		A incapacidade absoluta acarreta na vedação total do exercício dos atos da vida civil por si só. O ato deverá ser praticado pelo representante legal do incapaz.
 
Incapacidade relativa
 
 		O artigo 4º, do Código Civil, identifica os incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
 
“I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
 
IV - os pródigos.
 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislaçãoespecial”.A incapacidade relativa permite o incapaz realizar os atos da vida civil, condicionado a assistência de ser representante legal, sob pena de anulabilidade do ato (artigo 171, inciso I, do Código Civil). 
 		Verifica-se pela redação do caput do aludido artigo, que a incapacidade relativa permite que alguns atos possam ser realizados independente de estarem assistidos, por exemplo, ser testemunha, fazer testamento, ser eleitor entre outros. 
 		Assim, como as pessoas supracitadas possuem razoável discernimento podem praticar determinados atos por si só, inclusive, cumpre ressaltar que o pródigo possui a sua capacidade reduzida apenas em relação a questões patrimoniais. 
		Outrossim, o nosso ordenamento jurídico não despreza a vontade do relativamente incapaz, pois os atos da vida civil são práticas por ele, contudo, condicionado, em certas situações estarem assistidos por seu representante legal.
 		Neste sentido, uma das diferenças primordiais entre o absolutamente incapaz e o relativamente incapaz é que o primeiro não exprime a sua vontade, pois o ato será realizado em seu lugar pelo seu representante, enquanto o segundo exprime a sua vontade, contudo, para que haja eficácia, deverá estar assistido por seu representante. 
 		 	
 
 
Capacidade plena
 
                  
 		Conforme preceitua o artigo 5o, caput, do Código Civil, a menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa se torna habilitada à prática de todos os atos da vida civil, não havendo a necessidade de estar representado ou assistido.
 		Com efeito, a incapacidade cessa quando os motivos que limitam a capacidade deixam de existir, ou seja, a menoridade deixa de existir pela maioridade, a loucura deixa de existir pela sanidade, enfim, afastado os motivos próprios da incapacidade, a pessoa se torna capaz para a prática de todos os atos da vida civil, por sis só.
 		O parágrafo único, do aludido artigo, trata daqueles que ainda menores de idade, possuem capacidade plena. São os casos de emancipação.
 		As hipóteses de emancipação são as seguintes:
“I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria”.
		A primeira hipótese é a emancipação voluntária que é concedida pelos pais, se o menor já tiver dezesseis anos completos. A emancipação voluntária é um ato unilateral dos pais que reconhecem que o seu filho já possui maturidade suficiente para cuidar de si próprio e de seus bens, afastando a proteção especial do Estado.
 		Em consonância com a segunda parte do inciso I, do artigo 5o, do Código Civil, existe a emancipação judicial, que depende de provimento judicial (sentença). Nesta hipótese dependerá do menor fazer prova dos fatos constitutivos de seu direito, fazendo prova de que possui condições de reger a sua vida e seus bens por si só.
 		A emancipação legal é aquela que decorre de certos acontecimentos regulados pela lei, na qual uma vez realizados acarretará ma emancipação. A primeira hipótese é o casamento.
 		A idade mínima exigida para o casamento (idade núbil) é de dezesseis anos completos, e excepcionalmente nos casos de gravidez poderá ocorrer o casamento. Neste sentido, havendo autorização dos pais para casar, o menor será emancipado.
 		A segunda hipótese de emancipação legal é o exercício de emprego publico. A melhor doutrina reconhece que o menor para se tornar emancipado nesta situação, independente do modo de sua investidura, deve adquirir status de servidor publico, exercendo qualquer função ou serviço administrativo.
 		A terceira hipótese de emancipação legal decorre da colação de grau em curso de ensino superior. Esta hipótese justifica-se pela presunção de que o menor ao atingir esse status passa a ter economia própria, pois demonstra a sua maturidade. Com o advento do atual Código Civil, que reduziu a maioridade, este ensino não possui muita praticidade, pois dificilmente alguém conseguiria concluir um curso de ensino superior com menos de dezoito anos.
 		A quinta e última hipótese de emancipação é quando o menor comprova ter condições econômicas de sustentar a si próprio, o que revela a sua maturidade, seja através de relação de emprego ou pelo desenvolvimento próprio através de atividade econômica (empresarial ou civil). Em qualquer uma das situações é necessário que haja habitualidade, ou seja, não caberá em casos eventuais.
 		Importante destacar que a emancipação em qualquer das suas formas é irrevogável, ou seja, os pais uma vez que emancipam o seu filho, não podem depois desfazer a sua emancipação. Da mesma forma, na hipótese do menor ser demitido restaurar a sua incapacidade, bem como, o divórcio não irá devolver o seu status a quo. 
 		Contudo, não podemos confundir quando há a declaração da nulidade (absoluta e relativa) do ato, pois quando houver provimento judicial declarando a nulidade do ato, alcançará os efeitos do ato, por conseguinte, os efeitos da emancipação. 
 
EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE
 		Em consonância com o artigo 6°, do Código Civil, o marco da extinção da personalidade é a morte. Com efeito, a extinção de sua personalidade Natural podem ser apresentadas da seguinte forma:
 		A primeira hipotese é a morte real, que ocorre quando há cadáver. O critério adotado é a cessação da atividade cerebral, conforme preceitua o artigo 3°, da lei 9434/97, cuja morte deverá ser atestada por um médico.
 		A segunda hipotese trata da morte presumida, que poderá ocorrer sem declaracão de ausência, nos casos do artigo 7º, inciso I, do Código Civil, quando extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; ou conforme o inciso II, do mesmo diploma legal, quando alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o termino da guerra. Outrossim, o parágrafo único, determina que a declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
 		A morte presumida tambem poderá ser declarada quando a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva nos casos de ausente, conforme preconiza o artigo 6o, do Código Civil. Assim, os interessados poderão requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas apos dez anos da sentença que concedeu a abertura da sucessão provisória.
 		Outrossim, temos a morte simultânea ou comoriencia. Ocorre quando existe um acidente ou um fato, que ninguém sabe ao certo quem faleceu primeiro. Neste sentido, o artigo 8º, do Código Civil, trata da hipotese de quando dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
 		Cumpre ressaltar a existencia da morte civil, que ocorre quando o herdeiro é afastado da herança, nas hipoteses do artigo 1816, do Código Civil. Nesta hipotese, são pessoais os efeitos da exclusão, ou seja, os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.
 
DIREITOS DA PERSONALIDADE
 		Quanto aos direitos da personalidade, o Código Civil, disciplina o assunto entre os artigos 11 a 21. Outrossim, o mesmo assunto é tratado com maior abrangência na Constituição Federal, em especial, no seu artigo 5º, caput, que consagra alguns dos direitos fundamentais da pessoa natural. 
 		A proteção da pessoa é construída em consonância com três preceitos fundamentais: a proteção da dignidade da pessoa humana (artigo 1º, incisoIII, da CF); a solidariedade social, almejando a erradicação da pobreza (artigo 3º, inciso I e II, da CF); e a igualdade em sentido amplo ou isonomia. 
 		Os direitos da personalidade podem ser identificados como sendo aqueles direitos inerentes à pessoa e à sua dignidade. Neste sentido, surgem cinco ícones: a vida/integridade física, a honra, a imagem, o nome e a intimidade.
 		O nosso ordenamento jurídico reconhece a atribuição deste direito tanto a pessoa natural quanto a pessoa jurídica, conforme preceitua o artigo 52, do Código Civil – “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”. Com efeito, há entendimento jurisprudencial, reconhecendo a possibilidade da pessoa jurídica sofrer um dano moral, em casos de lesão à sua honra objetiva, com repercussão social (súmula 226 do STJ).
 		Conforme já vimos, a pessoa natural se torna sujeito de direito após a comprovação do nascimento com vida, contudo, o nascituro também é titular de tais direitos. 
 		A melhor doutrina entende que aquele que foi concebido, mas não nasceu possui personalidade jurídica formal, ou seja, tem direito à vida, à integridade física, a alimentos, ao nome, à imagem. Contudo, não podemos confundir com a personalidade jurídica material, que trata dos direitos patrimoniais, essa sim o nascituro somente adquire se nascer com vida. 
 		Na mesma esteira, cabe a proteção dos direitos da personalidade do natimorto.
 		Os direitos da personalidade são irrenunciáveis e intransmissíveis, conforme preceitua o artigo 11, do Código Civil. 
 		A transmissibilidade dos direitos da personalidade somente pode ocorrer em casos excepcionais. Ocorre nas hipóteses que tratam de direitos patrimoniais do autor. 
 		O artigo 12 trata do princípio da prevenção e da reparação integral nos casos de violação dos direitos da personalidade, seja de ordem material e/ou moral. 
 		Com fulcro no parágrafo único, do aludido artigo, protege os direitos da personalidade do morte, identificando quem possui a legitimidade para defendê-lo, a saber: os ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até quarto grau. A doutrina os denomina lesados indiretos, que sofrem um dano reflexo, também denominado dano em ricochete. 
 		O artigo 13 trata da proibição quanto à disposição de parte do corpo, a não ser em casos de exigência médica, e ainda, desde que tal disposição não traga inutilidade do órgão ou contrarie os bons costumes. 
 		
 		O artigo 14 trata da vedação de disposição de parte do corpo a título oneroso, sendo apenas possível quando realizada de forma gratuita, com objetivo altruístico ou científico. O assunto também é regulamentado pela legislação específica - Lei nº 9.437/97 - que trata da doação de órgãos para fins de transplante. 
 		O artigo 15 protege o paciente quanto a ser constrangido a tratamento médico ou intervenção cirúrgica que implique em risco de vida. Este artigo traz inúmeras discussões acerca do direito à vida x direito a liberdade, uma vez que a convicção religiosa do paciente pode confrontar com a intervenção médica. 
 		Os artigos 16 a 19 tratam da proteção ao nome da pessoa natural, bem como do pseudônimo - geralmente utilizado pelo autor de uma obra cultural ou artística - em consonância com as previsões anteriores, tais como: da Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/73) e da Lei de Direito Autoral (Lei nº 9.610/98). 
 		O artigo 20 trata da proteção da imagem, que se divide em imagem retrato (aspecto físico da imagem, a fisionomia de alguém) e imagem atributo (repercussão social da imagem). A utilização de imagem retrato alheia somente é possível mediante autorização do seu legítimo detentor, contudo, o aludido artigo prevê duas excepcionalidades: quais sejam: nos casos envolvendo a administração da justiça e nos casos envolvendo a ordem pública.
 		Relevante em relação ao assunto tratado se encontra no parágrafo único, do artigo 20, pois não reconhece a legitimidade dos colaterais até quarto grau, embora, o artigo 12 reconheça a legitimidade dos colaterais na defesa dos direitos da personalidade em geral.
 		O artigo 21 trata do direito à intimidade, sendo inviolável a vida privada da pessoa natural. A intimidade protegida é tanto de ordem físico como virtual, ou seja, o ambiente da INTERNET, também é inviolável (domicílio eletrônico de uma determinada pessoa).
DAS PESSOAS JURIDICAS
 		Uma vez que o Homem é um ser eminentemente social, não vive isolado. E nem sempre os seus anseios podem ser alcançados sem que haja a participação de outros, em razão de suas limitações. O direito não poderia ignorar a formação desses grupos.
 		Neste sentido, o direito passou a regular a formação dessas unidades, desses agrupamentos de pessoas unidas por uma vontade comum. Assim, a lei concedeu a esses grupos personalidade. Por conseguinte, esse grupo passou a ser tratado como sujeito de direito, já que lhe foi atribuído personalidade jurídica, tornando apto para contrair direitos e obrigações.
 		Com efeito, a pessoa jurídica é uma pluralidade de pessoas ou bens que possuem personalidade e capacidade para adquirir e exercer direitos e obrigações.
Constituição da pessoa jurídica 
 		Para que haja formação da pessoa jurídica exige a pluralidade de pessoas ou de bens, com uma finalidade especifica. Ou melhor, para sua formação é necessário a vontade humana para a sua criação, isenta de qualquer vicio; a elaboração de um ato constitutivo, externalizando a vontade da partes de formalmente; o efetivo registro dos atos constitutivos no competente órgão; e a licitude do objetivo, ou seja, a finalidade não poderá infringir os preceitos legais ou os bons costumes. 
 		A vontade humana de duas ou mais pessoas (affectio societatis) é o que materializa o ato constitutivo para a formação do ato constitutivo, cuja vontade se estiver viciada irá tornar o ato defeituoso o que poderá acarretar na nulidade do ato.
 		O ato constitutivo é o requisito formal exigido por lei, denominado estatuto social quando tratar de associações, que não possui intuito lucrativo; e contrato social quando tratar de sociedades, com fins lucrativos, seja simples ou empresarial.
 		O registro dos atos constitutivos é o elemento necessário para aquisição da personalidade jurídica das pessoas jurídicas de direito privado, conforme preceitua o artigo 45, do Código Civil. Enquanto não houver o efetivo registro haverá uma sociedade de fato e, por conseguinte, ainda não possuirá personalidade jurídica.
 		Quanto à liceidade do objetivo é indispensável para a formação de qualquer negocio jurídico (artigo 69, do Código Civil), por conseguinte, da formação e validade das pessoas jurídicas. Os objetivos das sociedades é o lucro. Nas fundações o objetivo são aqueles enumerados no artigo 62, do Código Civil, como: religiosos, morais culturais e etc. Nas associações, de fins não econômicos, os objetivos são de cunho cultural, educacional, recreativo etc. 
Características da formação da pessoa jurídica
 		Uma vez que os atos constitutivos são efetivamente registrados, a pessoa jurídica adquire personalidade. Neste momento ocorre a separação das pessoas que a constituem com a da pessoa jurídica. Ora, se o registro torna a pessoa jurídica apta exercer diretos e deveres, significa afirmar que a pessoa jurídica passa a ter autonomia nas suas relações.
 		Neste sentido, ao adquirir personalidade jurídica, a pessoa jurídica passa a ter titularidade negocial, patrimonial e processual. Essas são as principais características da sua formação. 
 		A partir do momento que a pessoa jurídica se torna sujeito de direito as relações negociais serão de sua competência, ou seja, o cumprimento da obrigação e o exercício dos direitos inerentes ao negócio serão exigidos na pessoa que a realizou.
 		Para o cumprimento das obrigações, o patrimônio atingido também será da pessoa que possui a responsabilidade patrimonial, que neste momento seráda pessoa jurídica quando a obrigação for sua.
 		Por derradeiro, na hipótese de haver qualquer conflito que haja necessidade da intervenção do Estado, a legitimidade será da pessoa jurídica, ou seja, se o titular do direito for a pessoa jurídica é ela quem terá que promover a ação judicial, pois não é permitido que outro venha pleitear direito alheio, como assim ensina o artigo 6o, do Código de Processo Civil.
Desconsideração da personalidade jurídica
 		Embora haja a separação das pessoas que constituem a pessoa jurídica, existe excepcionalmente a possibilidade de atingir as pessoas que a constituíram. 
 		Com fulcro no artigo 50, do Código Civil, quando houver abuso de personalidade ou confusão patrimonial poderá ser requerido em juízo a desconsideração da personalidade jurídica.
 
 		Quando isso ocorrer, se deferido, significa que as obrigações da pessoa jurídica poderão ser exigidas nas pessoas naturais que a compõe. 
 		Contudo, não podemos confundir com a extinção da personalidade jurídica ou a extinção da própria pessoa, o que ocorre é apenas quantos aos efeitos da autonomia das partes. Assim, quando proposta uma ação indenizatória em face de uma pessoa jurídica, os atos processuais são de legitimidade da pessoa jurídica. E ao final, a pessoa jurídica condenada a pagar, a responsabilidade patrimonial também é sua, contudo, se no curso do processo for deferido a desconsideração da personalidade jurídica, poderá ser exigido o cumprimento da obrigação em face dos sócios. 
Classificação da pessoa jurídica
 		A pessoa jurídica poderá ser classificada quanto à nacionalidade; quanto a sua estrutura interna; e quanto a sua formação.
I – Nacionalidade
Nacional – são todas elas organizadas em conformidade com alei brasileira e que tenha sua sede de sua administração situada no País (artigo 1.126, do Código Civil; artigos 176, parágrafo 1º, e 222, da Constituição Federal);
Estrangeira – são aquelas que para o seu funcionamento será exigido autorização do poder Executivo (artigo 1.134, do Código Civil).
II – Estrutura Interna
Corporação – são aquelas constituídas por um grupo de pessoas, ou seja, caracteriza-se pela sua formação eminentemente pessoal, quais sejam: Associação e Sociedade (Simples e Empresária);
Fundação – diferente da corporação, o aspecto dominante é o material. Trata-se de um patrimônio personalizado destinado a determinado fim, ou seja, constitui um acervo de bens, com personalidade própria para realização de determinadas finalidades, sem intuito lucrativo. 
III – Função
Pessoa Jurídica de Direito Público
Pessoa Jurídica de Direito Público Externo – são os Estados da comunidade internacional, regidas pelo direito internacional público, por exemplo, as diversas nações e os organismos internacionais (ex. UNESCO), assim, dispõe o artigo 42, do Código Civil;
Pessoa Jurídica de Direito Público Interno – são aquelas que fazem parte da administração direta, por exemplo, União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios (artigo 41, do Código Civil); e aquelas que fazem parte da administração indireta, ou seja, trata de órgãos descentralizados criados por lei, com personalidade jurídica própria para o exercício de atividade de interesse público, por exemplo, autarquias.
Pessoa Jurídica de Direito Privado
 		Em consonância com o artigo 44, do Código Civil, são pessoas jurídicas de direito privado as associações; as sociedades; as fundações; as organizações religiosas; e os partidos políticos. 
Associações – são pessoas de direito privado constituídas de pluralidade de pessoas que reúnem esforços para realização de atividades sem fins lucrativos (artigo 53, do Código Civil c/c artigo 5º, inciso XVII, da Constituição Federal). Nas associações o que se almeja são objetivos altruísticos, científicos, artísticos, religiosos, educativos, culturais e etc. Outrossim, importante destacar que uma associação pode realizar atividades econômicas com a finalidade de aumentar o seu patrimônio, o que é vedado pelo nosso ordenamento jurídico é a finalidade lucrativa. 
Sociedades – com fulcro no artigo 981 e seguintes, do Código Civil, “celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”. Essas sociedades podem ser simples ou empresariais; 
Sociedade Simples – são aquelas constituídas por profissionais da mesma área ou por prestadores de serviços técnicos com fins econômicos (lucro), por exemplo, escritórios de advocacia e clinicas médicas, conforme redação do parágrafo único, do artigo 966, do Código Civil, “não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”;
Sociedade Empresária – conforme assinala o artigo 966, do Código Civil, “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”, ou seja, é o conjunto de pessoas que, com habitualidade, exercem atividade com finalidade econômica.
Fundações – são aquelas constituídas por um acervo de bens, que possui personalidade própria para a realização de fins determinados, de interesse público. A sua existência decorre da vontade de uma pessoa – o instituidor – que de modo permanente e estável promove atividades de fins religiosos, moral, cultural ou assistencial. As fundações poderão ser de iniciativa privada ou pública. (artigo 62 e seguintes, do Código Civil);
Organizações religiosas – as unidades religiosas têm fins pastorais e evangélicos e envolve questões de fé, com personalidade jurídica, que se enquadra nas pessoas de direito privado, regulamentadas – no que couber – pelas normas referentes às associações;
Partidos Políticos – possui natureza associativa, mas não se confundem com associações, sociedades ou fundações. São regidos pela Lei 9.096/1995 e pelo artigo 17, da Constituição Federal;

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