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Penal resumo 2° Bimestre

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Direito Penal II – 2° Bimestre 
Professor: Guilherme
Modalidades de Culpa:
Artigo 18, I e II – “existe crime culposo quando o sujeito age com imprudência, negligencia ou imperícia”.
Três modalidades de culpa é imperícia, negligencia e imprudência. 
Imprudência, imperícia, e negligencia são VIOLAÇÕES DO DEVER DE CUIDADO.
Imprudência: (Culpa Ativa) – “Imprudência é fazer aquilo que não podia ser feito, ou fazer MAIS do aquilo que se podia fazer”. Imprudência é SEMPRE FAZER MAIS, por isso culpa ativa. Sempre que o sujeito ultrapassa o limite do dever de cuidado. Exemplo: é o excesso de velocidade (você pode fazer até esse limite, fazer mais é uma imprudência; ultrapassar em local proibido. 
Negligência: (Culpa Omissiva) – “ Negligência é NÃO FAZER aquilo que devia ser feito, ou fazer MENOS do que se devia fazer”. Viola o dever de cuidado pela insuficiência. Exemplo: transporte de crianças na “cadeirinha”. 
Imperícia: (falta de pericia) – condutas que demandam do sujeito um conhecimento especializado (determinado conhecimento) “É uma pratica de uma atividade por um sujeito que não possui o conhecimento técnico”. Exemplo: uma pessoa que não tem conhecimento para construir casas, e começa a construir. – DEVER DE INFORMAÇÃO E DEVER DE OMISSÃO.
Concorrência de culpas: (culpas que andam lado a lado) – quando dois ou mais agentes violam o dever de cuidado, e essas violações se somam para produzir um resultado. Exemplo: duas pessoas que violam o dever de cuidado, e ao violar as condutas se cruzam. ATRIBUO O RESULTADO A TODOS QUE VIOLARAM O DEVER DE CUIDADO. Porem ninguém pratica crime culposo contra si mesmo. A culpa não exclui a sua responsabilidade, A VITIMA TAMBÉM TEM RESPONSABILIDADE. 
Excecionalidade do crime culposo: artigo 18, parágrafo único. Como regra geral só existe crime dolo, quando altera a disposição em contrário, ou seja, quando a lei expressamente descrever a forma culposa. Exemplo: homicídio e lesão corporal. 
Crime omissivos 
	
NORMAS PENAL INCRIMINADORAS PROIBITIVAS 
	
Manda: Não fazer algo
	
Pune-se: Quem faz
	
CRIME ATIVO
	1 conduta humana proibida/ todas as outras são permitidas.
	
NORMA PENAL INCRIMINADORA IMPOSITIVA 
	
Manda: Fazer algo
	
Pune-se: Quem faz
	
CRIME OMISSIVO
	1 conduta humana obrigatória/ todas as outras são proibidas. 
Crime omissivo quando uma norma incide, e o sujeito não faz. Deixar de fazer o que a norma impositiva manda.
Omissão própria: crimes omissivos próprios. 
Omissão impropria: crimes omissivos impróprios.
Omissão própria
Quando a conduta se adequada a um tipo omissivo. TIPO OMISSIVO – descreve uma conduta de não fazer algo (Deixar de...).
Tipos penais de metade de fazer algo, e outro de não fazer algo. Artigo 356 – inutilizar, ou deixar de restituir algo, documento de valor probatório (crime de advogado). 
Pune-se a própria omissão. Não fazer o que a norma manda.
Não exigem resultado naturalístico, o mero descumprimento é suficiente. 
A norma impositiva incide EM TODAS AS PESSOAS.
Exemplo: do médico que não cumpre o dever de informar sobre doença infecto contagiosa (esse é um crime omissivo). 
Omissão imprópria
Dentro de um TIPO ATIVO NORMA PROIBITIVA manda NÃO FAZER.
Norma impositiva ele escolhe algumas pessoas para ter uma 2° normas Dever de evitar que determinado resultado aconteça (NORMA DE DEVER DE 2°GRAU).
São os garantes: salva vidas da praia (tem o dever de evitar o resultado).
Aquele que tem o dever de evitar o resultado, mas se omite e permite que ele se produza, será punido como se tivesse ativamente o provocado. 
Ativamente provocado – a mesma coisa que ele tivesse matado, para o direito ele matou alguém “tipo ativo matar alguém – homicídio”. 
Estrutura típica nos crimes omissivos 
Omissão própria 
 
 Tipicidade legal Elementos comuns 
T Elementos subjetivo
 Tipicidade Material = 
Elementos comuns: aparecem nas duas formas de omissão. 
Situação típica: omissão existe quando tem uma norma impositiva (que manda o sujeito a fazer algo), e o sujeito descumpre. Se no caso concreto não tiver nenhuma norma incidindo não tem omissão. 
Omissão é um descumprimento de um dever, não tem nenhuma norma impondo nenhuma conduta. 
“Situação típica, é a situação fática que faz que determinada norma impositiva incida sobre o caso concreto tornando devida determinada conduta”
Fato concreto que precisa acontecer, para que a norma passe a incidir a norma impositiva. 
Exteriorização de conduta diversa: quando existe uma situação típica determinada norma passa a incidir, criando dever de praticar uma conduta. Por exemplo: prestar socorro. 
Omissão é quando o sujeito pratica conduta diversa da devida. Quando ele pratica a conduta a conduta devida, e mesmo assim venha acontecer resultado lesivo, não é omissão. Exemplo: salva vidas, que não consegue manter a pessoa vida. 
Dever fazer tudo que está ao seu alcance para evitar o resultado, as vezes não vai ser suficiente. 
Impossibilidade física de agir: não pode exigir que pratique condutas impossível, eu preciso que o sujeito não cumpra o dever, e a pratica de conduta diversa e fisicamente possível de ser feito. 
“Descumpre o dever que PODIA ser feito, é omissão”
Possibilidade difere Conveniência.
Impossibilidade de agir não existe omissão. 
Elementos subjetivos: omissão própria é praticamente raríssimo ser culposa. 
Omissão própria – dolo é a consciência e a vontade de praticar os elementos objetivos do tipo omissivo. 
Consciência e vontade de deixar de prestar socorro a criança extraviada – existe o DOLO. 
Eu só posso praticar quando eu tenho consciência que me omitindo (quando ele sabe que está deixando de fazer aquilo).
Dolo eventual – eu represento e consenti com a possibilidade. 
Omissão própria culposa – exige uma situação real de perigo. O sujeito viola o dever de cuidado, que gera uma situação real de perigo.
Exemplo: crime do artigo 13°, da lei 10.826 (Estatuto do Desarmamento – Lei de Armas) – omissivo próprio culposo: “ é crime deixar de tomar as cautelas necessárias para evitar que pessoa menor de 18, ou pessoa portadora de deficiência mental, se apodere de arma de fogo de sua posse ou de sua propriedade”. Não tem necessidade de resultado, somente a situação real de perigo, e o nexo de realidade entre as duas coisas. (Falta de cuidado que gera a situação de perigo).
Omissão impropria 
 Elementos comuns =
 Tipicidade Legal Elementos Próprios 
T Elementos subjetivos = 
 
 Tipicidade Material = 
Elementos próprios: estão relacionados com o que vai diferenciar da omissão própria, da omissão impropria. 
Resultado naturalístico: omissão impropria depende da criação do resultado. Não evitar o resultado que deveria ser evitado.
Nexo de evitabilidade: relação de evitabilidade que existe entre o resultado e a hipotética pratica da conduta devida pelo agente. 
Se o sujeito se omite, mas o resultado não acontece – não existe omissão impropria. 
Se o agente tivesse praticado a conduta devida, a conduta teria evitado o resultado? Ou seja, a capacidade do agente de ter evitado o resultado. 
Exemplo: o salva vidas, que não salva a pessoa. E percebe que a conduta tem que ser determinante para evitar o resultado. Pratica para evitar o resultado, só aconteceu por causa da omissão.
Mas se o resultado é inevitável não existe crime de omissão. 
Função de Garante e Garantidor: pessoas que tem o dever de evitar o resultado. 
Garante – artigo 13, §2° - quem são as pessoas que possuem função de garante.
3 regras: 
Todo aquele que possui o dever legal de proteção, cuidado ou vigilância: quem diz que tem outros deveres, nesse caso é o Código Civil (pais, cônjuges, bombeiros, policiais, sistema público de saúde). 
Assunção da responsabilidade de evitar o resultado:aquele que por sua própria vontade assumiu a função de garante (assume a responsabilidade). Exemplo: pessoas que se colocam nessa posição por relações contratuais – salva vida de Club, vigilante do banco, babá, cuidador de idosos, os quais a sua omissão passam a ter resultados penais. Esse contrato não tem necessidade de ser escrito, pode ser verbal. 
Criação do risco do resultado por comportamento anterior: aquele sujeito que pratica uma conduta que cria um risco de resultado, se transforma garante daquele risco, eu tenho que evitar que o resultado se aconteça. 
Elementos subjetivos: os mesmos da omissão própria. DOLO ou CULPA. 
DOLO - Consciência e vontade de realizar os elementos objetivos do tipo ativo, através de uma omissão. 
DOLO EVENTUAL - representação e consentimento de realizar os elementos objetivos do tipo ativo, através de uma omissão. 
Omissão imprópria culposa – o agente se omite violando um dever de cuidado, produzindo um resultado previsível. SÃO EXCESSÃO – homicídio e lesão corporal
Culpa – objetiva;
Aborto culposo por omissão: a gestante é garante da sua gestação. Ela ignora no dever de evitar o aborto. 
Antijuricidade 
“Antijuricidade é a relação de contrariedade existente entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico em sua totalidade”. 
CONDUTA + COM O ORDENAMENTO JURIDICO (como um todo). 
Conduta em conformidade com o DIREITO – licita 
Conduta em contrariedade com o DIREITO – ilícita
Conduta que está em contrariedade com o ordenamento jurídico. 
Ilicitude – antijurídica
 Só analisa as condutas típicas antijurídica. 
Se uma conduta é típica ela sempre viola a norma – ou a norma impositiva ou positiva. Apesar de lesar a norma ela não vai contrariar o direito como um todo (quando tem outra norma permitindo que o sujeito lese). Exemplo: legitima defesa. 
Norma permissiva – é aquela que derroga uma norma incriminadora. Portanto licita a pratica da conduta típica sobre determinadas circunstancias. 
Derroga – perde uma parte da sua vigência, tem a sua incidência diminuída. 
Abrrogação – perde toda a sua incidência/ totalmente. 
Exemplo: proibido matar – está inserido tudo norma permissiva mas tem uma regra 2: que permite matar em legitima defesa (exceções). 
Regra geral: a pratica da conduta típica é ilícita. É licita quando autorizada por uma norma permissiva.
Ratio Congnoscent – SEMPRE QUE UMA CONDUTA TIPICA presume que é antijurídica (ilícita).
Princípios
Princípios da unidade da Antijuricidade: que a antijuridicidade é una e indivisível (não existe conduta MEIO antijurídica/parcialmente antijurídica). Porque ou a conduta está de acordo com o ordenamento ou está contraria. Se a conduta é ilícita é licita para todo. NÃO PODE SER FRACIONADA. 
Causas excludentes da Antijuridicidade:
Conceito: “A causa excludente de antijuricidade é um conjunto de circunstancias que faz com que a norma incida” – quando acontece a norma incide no caso concreto (hipótese de incidência).
Causas legais de exclusão da antijuricidade: são aquelas que possuem previsão legal, estão enumeradas no código. Artigo 23, CP
 
Legitima defesa: normas de conteúdo fechado
 “ Previsão e regulamentação”
Estado de necessidade:
Estrito cumprimento do dever legal: normas de conteúdo aberto
Exercício regular de direito: “apenas a previsão
Causas supralegais de exclusão da antijuricidade: 
Consentimento do ofendido
Causas justificantes e causas de justificação:
Injusto penal – é uma conduta típica e antijurídica, falta para tornar crime é culpabilidade. 
Causa excludente de antijuricidade de justificante – quando eu excluo não tem injusto. 
Exclusão da antijuricidade é uma justificação da conduta.
Excesso na justificante – excesso em uma causa excludente de antijuricidade. 
Legitima defesa
Conceito: legitima defesa é a reação licita a uma agressão ilícita – também pode reação justa a uma agressão injusta. 
Toda legitima defesa é uma reação, é efeito de um ato anterior, que este é ilícito que autoriza por consequência o sujeito agir em legitima defesa. 
Legitima defesa surge do nada, de maneira espontânea, ela não é inaugural não pode ser o primeiro ato, tem que ser o segundo ato. É uma resposta. 
Sempre que tiver inicial não pode ser considera legitima defesa.
Toda legitima defesa é resposta a UM ATO ILICITO, diante desta agressão ilícita é que a resposta dada. 
Porque agir em legitima defesa é licito? Os motivos são: 1°-Quando a pessoa age em legitima defesa o ato é praticado com a intenção de PROTEGER o bem jurídico (a missão do Direito Penal tem a função de proteção de bens jurídicos), quando isto é feito está de acordo com os interesses do Direito, tem como consequência lesar o bem jurídico tem a motivação de proteção. 2°- IMPEDINDO A LESÃO A NORMA, impede que o agressor viole a norma jurídica, evitando violações da norma jurídico. DUPLO FUNDAMENTO DA LICITUDE DA LEGITIMA DEFESA (o ato praticado em legitima defesa e licito porque ao mesmo tempo protege o bem jurídico, ele evita a violação de uma norma jurídica). 
Artigo 25° do Código Penal no primeiro momento nos diz para que serve a legitima defesa (qual a finalidade, porque o agente age em legitima defesa), no segundo momento, diz quais os requisitos necessários para que exista a legitima defesa (não pode ser qualquer ato para ser considera legitima defesa). 
Definição legal de legitima defesa: “Encontra-se em legitima defesa quem, usando moderadamente os meios necessários repele injusta agressão atual ou iminente, a direito seu ou a de outrem”. 
A legitima defesa serve para REPELIR a injusta agressão.
Repelir – afastar/ afastar/ impedir/ interromper/ cessa uma agressão. Essa é a única função da legitima defesa, não se presta a duas coisas, não serve para castigar, para retribuir, para sancionar o agressor. Pois essa função tem a pena, que é a executiva. Não existe a função de prevenção. 
Os requisitos ou elementos da legitima defesa: 
Agressão injusta: (do que causa a legitima defesa), delimitar os comportamentos que podem gerar a legitima defesa. Agressão é uma conduta humana, assim apenas condutas humanas permitem que aja em legitima defesa. Exemplo: um cachorro me morde, eu posso reagir, mas não será legitima defesa. Existe legitima defesa contra menores de 18 anos e com doença mental? SIM, para ambos, porque eles praticam condutas humanas, vai excluir a culpabilidade, porém não afasta a conduta. Legitima defesa em atos de sonambulo (sonambulismo)? NÃO, pois a pessoa está em um estado de inconsciência mental.
São atos que excluem a conduta – atos reflexos, forças físicas irresistíveis, estado de inconsciência. 
Agressão injusta agressão ilícita (não necessário seja criminosa, nem típica), só é necessário que seja ilícita.
NÃO POSSO PRATICAR LEGITIMA DEFESA EM ATOS LICITOS. 
Atual ou iminente: como regra geral é só existe legitima defesa contra agressões atuais. 
Agressão atual é aquela que está acontecendo – se iniciou, mas ainda está acontecendo, portanto não existe legitima defesa em agressões que não começaram, ou aquelas que já acabaram. 
Exceção é a agressão iminente aquilo que está PRESTES a acontecer. É necessário que: a agressão esteja prestes a iniciar, que a agressão não permita que se espere o serviço. Eu autorizo a antecipação porque não posso esperar, mas preciso de uma provabilidade muito grande de que irá acontecer. 
Não preciso esperar o primeiro golpe – mas a previsibilidade/ possibilidade de que irá acontecer.
Não posso praticar NUNCA depois que a agressão já terminou. 
A direito próprio ou alheio: a direito próprio – o próprio agredido age em legitima defesa (a minha integridade física) legitima defesa própria; legitima defesa de terceiro – quem age para proteger o direito de terceiro, sendo ofendido presente ou não está presente (eu defendomeu amigo de uma agressão, ou eu vejo alguém roubando do meu vizinho que não está em casa, e eu agi em legitima defesa) legitima defesa de terceiro 3°.
Nos casos de perseguição eu posso agir para prender em flagrante, mas não posso agir em legitima defesa, mas eu posso usar a força necessária para o flagrante. 
Uso moderado dos meios necessários: para que a legitima defesa seja licita tem que ser utilizado aquilo que é estritamente necessário para repelir e o uso moderado. O sujeito pode utilizar os meios necessários “é o meio menos lesivo entre aqueles mais suficientes para repelir a agressão” (qual o objeto eu posso utilizar? O que for necessário, mas entre eles o suficiente para repelir a agressão, e menos lesivo). 
Elemento subjetivo: não está de maneira expressa no artigo 25 do código penal, está em todas as causas excludentes.
“É o conhecimento pelo agente da existência das circunstancias fáticas que tornam sua conduta licita”. 
Para exista legitima não basta que esteja agindo diante de uma agressão, é necessário que ele saiba que está agindo dessa maneira (legitima defesa). É um conhecimento que está agindo em legitima defesa, é a grande maioria dos casos. 
Pratica conduta que objetivamente se encaixe em legitima defesa, porém a pessoa não sabe que está agindo em legitima defesa (muito difícil, são situações hipotéticas na grande maioria) não é considerado legitima (falta a consciência).
Mesmo quando todos os outros elementos se encaixam, mas não tem consciência sobre isso faz que desconfigure a legitima defesa. 
Estado de Necessidade 
Artigo 24 do Código Penal. 
Estado de necessidade, sempre que eu tenho uma situação de perigo a bem jurídico, mas não é decorrente de uma agressão (ataques oriundos de condutas humanas).
“Estado de Necessidade é a situação de perigo que coloca em conflito dois interesses juridicamente protegidos e permite que um deles seja sacrificado em prol da proteção do outro”.
Todo estado de necessidade ele é oriundo de uma SITUAÇÃO DE PERIGO, que recai sobre algo a um bem jurídico qualquer (vida, integridade física, patrimônio...), se existe que tem um perigo a bem jurídico, há um interesse jurídico em proteção ao bem jurídico, evitar que o perigo se transforme em dano, está agindo de acordo com o ordenamento jurídico (conduta licita). Estado de necessidade se torna relevante se torna relevante quando para salvar este bem jurídico seja necessário ofender outro bem jurídico. 
Situação de perigo Bem jurídico A
Salvar bem jurídico A Ofender outro bem jurídico B 
É licito ofender o bem jurídico B para salvar o bem jurídico A? DEPENDE, mas quando que é licito, e quando que é ilícito. 
Resposta: SIM, apenas se estiver configurado o estado de necessidade (se estiverem presentes todos os requisitos para o verdadeiro estado de necessidade, será licito ofender o bem jurídico B, para salvar o bem jurídico A). 
Conceito legal:
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
O estado serve/ finalidade – salvar. Difere da legitima defesa que quer repelir (interrupção da agressão, indiretamente é de salvar). 
Eu não posso salvar bem jurídicos a qualquer custo, só vai ser licito quando configurado o estado de necessidade, com uns requisitos:
Requisitos/ elementos do estado de necessidade:
Situação de perigo atual: “Situação de perigo é toda e qualquer fato que gera um risco de lesão a um bem jurídico”. Perigo existe independentemente de qual é a sua fonte, não precisa necessariamente de uma conduta humana geradora de uma agressão (qualquer fonte que gere perigo de lesão, podendo ser animais, acidentes com equipamentos, eventos de naturezas), não está preocupado com a causa do perigo, mas sim o PERIGO EM SI. 
Tudo que não gerava legitima defesa, coloca o sujeito em estado de necessidade. Exemplo: quando eu me defendo de um cão, quando meu irmão em estado de sonambulismo. Não tem necessariamente uma conduta uma humana, muitas vezes não tem uma forma muito logica de identificar o perigo.
Exemplo: aborto legal, quando decorrente de risco para a vida da gestante é típico licito, porque existe estado de necessidade (a um perigo na bem jurídica vida da gestante), excluindo assim a antijuricidade. Diferente da legitima defesa não se fala de atual ou iminente. Porque o estado de necessidade só autoriza ofender outro bem jurídico quando este ESTÁ (ATUAL) em perigo. Não pode se falar em perigo iminente (pode surgir a qualquer à momento), quer dizer que não existe perigo. 
Preciso ter um perigo que está lesando o bem jurídico, ou que ainda não está lesando? Não tem necessidade de estar lesando o bem jurídico (exemplo: um incêndio, não preciso ver a pessoa pegar fogo para ter o perigo). 
Direito próprio ou alheio: quer dizer que o estado de necessidade que se aplica apenas para o sujeito que é titular do bem jurídico em perigo (estado de necessidade próprio, o sujeito protege um bem jurídico que é dele mesmo).
Estado de necessidade de 3° aborto para salvar a vida da gestante (um terceiro que pratica o ato para salvar a vida da gestante). Em direito alheio. 
Não é qualquer situação de perigo que gera o estado de necessidade, tem algumas restrições:
Não provocação voluntaria do perigo: o sujeito que provoca por sua vontade o perigo, não recebe o benefício do estado de necessidade. 
O estado de necessidade é uma norma permissiva, permite que o sujeito para salvar o bem jurídico pratique uma conduta típica ofendendo outro bem jurídico (praticando uma conduta típica). Permite que dentro daquelas circunstancias pratique conduta típica. 
A situação de perigo surge independentemente de mim, mas se o perigo foi criado por mim (por sua própria vontade criou o perigo/risco), não se aplica o estado de necessidade (não pode ofender o bem jurídico para evitar que o ato se consume, porque é uma conduta ilícita). Porque eu vou me tornar garante artigo 13°, §2°. Quando o sujeito voluntariamente cria o crime.
Inevitabilidade do perigo por outro meio menos lesivo: para que exista estado de necessidade, que o sujeito aja para salvar o bem jurídico da maneira que provoque a menor lesão possível. Sempre tenho que escolher o meio menos lesivo possível (não pode exigir uma análise minuciosa do agente, mas quando é evidente que tem uma forma menos lesiva, e eu por qualquer razão não usei o meio menos lesivo a minha conduta é ilícita). 
Ausência de dever legal de enfrentar o perigo: artigo 24°, §1°- “Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo”.
Existe determinas de pessoas em exercício de função pública tem que enfrentar determinados perigos (situações de perigo). Exemplo: bombeiros, membros das forças armadas, policias militares. 
Essas pessoas quando o perigo está com essas pessoas pode alegar o estado de necessidade? NÃO.
1° dever legal de enfrentar o perigo e alega o estado de necessidade próprio para fugir do dever de enfrentar o perigo. Não, isso que o dispositivo quer dizer. Que a pessoa tem o dever (garante) de enfrentar o perigo, não pode alegar o estado de necessidade, apenas quando é absolutamente inviável/ impossível. Mas quando é possível, deve enfrentar as situações de perigo (não pode para fugir do dever para alegar estado de necessidade). 
2° dever legal de enfrentar o perigo alega o estado de necessidade de 3° para ser mais eficiente/ segura. Exemplo: eu causo dano a um patrimônio de terceiro para cumprir o seu dever, isso é valido. 
Irrazoabilidade do sacrifício do bem jurídico em perigo: em alguns casos o ordenamento jurídico vai permitir que eu lese bem jurídico B, para salvar o bem jurídico A. Quando não permite para salvar sacrificar outro é uma lógica, portanto agir em estado de necessidade é exceção. Essa exceção está relacionada com a realização de uma ponderação (sopesamento) entre os bens jurídicos envolvido,vai fazer uma valoração dos bens jurídicos.
1°- o bem jurídico A tem um peso maior que o bem jurídico B. Exemplo: para salvar a vida eu causo dano ao patrimônio de terceiro, se eu salvo o que vale mais e lesa o menos. É ESTADO DE NECESSIDADE
2°- o bem jurídico A tem um peso menor que o bem jurídico B. Exemplo: para salvar o meu patrimônio, eu termino com a vida (eu protejo meu carro, mas leso crianças). NÃO É ESTADO DE NECESSIDADE. 
3°- os bens jurídicos A e B possuem o mesmo peso (são equivalentes). Quando eu tenho dois bens jurídicos iguais (senão iguais equivalentes), não consigo equiparar. Exemplo: o Caso dos Náufragos/ tabua de salvação – quando um barco afunda e fica um objeto flutuando, é capaz de segurar apenas uma pessoa, um cara segura a boia primeiro e tem outro cara sem boia (e a única forma é pegar a boia), e assim ele afunda o cara que está com a boia para conseguir se salvar, e o outro morre e ele se salva. BENS JURIDICOS IGUAIS NÃO GERAM ESTADO DE NECESSIDADE (não é licito), ele tem que possuir uma autorização do direito, tem que ter o interesse jurídico. Não é crime!!
Perigo bem jurídico A
Salvar ofensa ao bem jurídico B
Teoria unitária do estado de necessidade: diz que existe uma única espécie de estado de necessidade, só existe estado de necessidade neste caso e exclui a antijuridicidade e torna a conduta licita. Adota essa teoria o Brasil 
Teoria diferenciadora: existe duas espécies de estado de necessidade. Uma quando eu sacrifico o de menor valor para salvar o de maior valor (estado de necessidade justificante – porque exclui a antijuricidade); estado de necessidade exculpante – exclui culpabilidade, não existe no nosso ordenamento, existe quando tem bens jurídicos de igual valor, ou excepcionalmente, quando se sacrifica um bem jurídico de maior valor, para proteger um de menor valor. 
Elemento subjetivo: “É o conhecimento pelo agente da existência das circunstancias fáticas que tornam licita a sua conduta’. Conhece a existência, e sabe que está agindo em estado de necessidade. 
Estrito cumprimento de dever legal
Não tem regulamentação, só está previsto como uma clausula excludente no artigo 23, CP
“A conduta pela qual o agente cumpre um dever legal é licita ainda que seja típica”. 
Dever legal – dever imposto pelo ordenamento jurídico.
Quando ele cumpre um dever legal imposto pelo direito – de acordo com o direito, é licita; ainda que ela seja uma conduta típica ela não será criminosa. 
O dever legal pode estar previsto em qualquer parte do ordenamento jurídico, inclusive para fins de direito penal – princípio da unidade. 
Uma única hipótese de pena de morte – código penal militar, em tempos de guerra, com a pena de fuzilamento (a pessoa que atirou no cara, tem dolo), mas não é crime porque estava cumprindo o dever legal. 
Impõe deveres que tem a necessidade de praticar condutas típicas. 
Elementos/ requisitos do estrito cumprimento do dever legal:
Existência de um dever legal: Ele tem que ser imposto por um ato normativo, origem criado pelo estado no exercício do seu cumprimento. Não um dever contratual, moral, religioso, imposto de maneira direta pelo ordenamento.
Estrito cumprimento do dever: quando tem que cumprir isso é licito, mas somente os atos ESTRITAMENTO NECESSARIOS para o cumprimento do dever. Aqui pode se falar dos excessos, tudo que for desnecessário não é estrito cumprimento não está abrangido no estrito cumprimento do dever legal. O dever legal de alguns agentes públicos de efetuar a prisão em fragrante quando em uma situação flagrante, podendo fazer APENAS OS ATOS NECESSÁRIOS. 
Elemento objetivo: é o conhecimento pelo agente das circunstancias fáticas que tornam licita sua conduta. 
Exercício regular de Direito
“É licita a conduta pela qual o agente exerce regularmente um direito juridicamente conferido”. 
Mesma lógica do estrito cumprimento do dever legal.
Sempre que o direito confere um direito a alguém, a pratica dessa conduta é licita, não faz sentido ser crime. 
Elementos/ requisitos:
Existência de um direito juridicamente estabelecido: direito tem que possuir um amparo legal, mas com sentido amplo. “Direitos” que possuem outras fontes, não tem validade. O contrato por si só não tem validade, ou fontes morais e objetivas.
Exercício regular do direito: “caso o direito seja regulamentado apenas é licita, a conduta que o exerce de acordo com esta regulamentação”. A forma de exercício do direito, pode impor a limitações ao momento, local, e a forma que é exercido, se é regulado só é licito quando observado essas regulamentações, quando age fora das regulamentações é uma conduta ilícita. Exemplo: aborto sentimental (decorrente de estupro), a mulher tem o direito de interromper a gestação, mas tem que passar por requisitos (há uma regulamentação, não é um direito que ela faz de qualquer jeito), e se no caso ela fizer um auto aborto é ilícito, porque não cumpre as regulamentações.
Elemento subjetivo: ‘Conhecimento pelo agente de que está no caso concreto exercendo um direito”. ==
Causa supralegal - Consentimento do Ofendido 
“É o ato pelo qual o titular de um bem jurídico consente com a pratica por outrem, por uma conduta que o ofende”. 
Ato de consentimento – permissão, autorização dada por alguém que é titular de um bem jurídico e dou permissão que outro pratique ato que ofenda o bem jurídico. Via de regra é uma lesão. 
Ele vai atuar de duas maneiras distintas, quer dizer que o consentimento do ofendido: atua como excludente de antijuricidade (típico mais eu excluo antijuricidade porque ele é licita) A REGRA É ESSA. Só em alguns casos como exceção como excludente de tipicidade. 
Quando o consentimento do ofendido exclui tipicidade: alguns tipos para que a conduta seja típica é indispensável que a vítima não concorde com aquilo que está sendo feito (discordância, oposição por parte da vítima), não é o normal é uma exceção. Exemplo: MATAR ALGUÉM (não precisa da concordância ou discordância não influencia na tipicidade, porque irá continuar sendo típica), na maior parte dos tipos penais não influencia.
Excludente de tipicidade:
Em um número reduzido de tipos penais, o que acontece quando a vítima consente? A conduta é atípica (não é crime). 
Exemplo: crime de violação de correspondência. (Artigo 151, CP). 
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:
Invasão de domicilio – 150, CP
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
É o tipo de ingressar e permanecer clandestinamente, astuciosamente contra a vontade expressa ou tácita. 
Na invasão de domicilio só é invasão quando não tem nenhuma forma de invasão típica, pois quando com autorização é uma conduta atípica.
Todos os tipos penais que usam o verbo constranger forçar algo (constrangida a algo). O mais importante é o de estupro.
Se não há constrangimento porque há consentimento não há crime de estupro conduta atípica. 
Excludente de antijuridicidade: a conduta continua sendo típica, porém não é crime porque teve o consentimento. Exemplo: o crime de danificar, deteriorar...
Requisitos/ elementos do consentimento do ofendido:
Requisitos excludentes.
Consentimento pelo titular do bem jurídico: não tem validade nenhuma quando é dado por 3°.
Será que o titular do bem jurídico autorizar alguém consentir por ele? SIM, pois o consentimento partiu do titular do bem jurídico (quando eu quero fazer uma tatuagem e outro transmite isso). 
Consentimento nos casos de incapazes (não podem juridicamente manifestar vontade de maneira juridicamente válida – absolutamente e relativamente). Quando o consentimento com a conduta típica apenas pode ser para pessoas com capacidade, sendo invalida quando feita por incapaz, ainda que representado ou assistido. Exemplo: tatuagem em menores de 18 anos ainda que com autorização continua sendo ilícita. 
Disponibilidade do bem jurídico: a doutrinamajoritária acredita que tem bem jurídicos indisponíveis (o ato de disposição é invalido), regra que é INDISPONIVEL O BEM JURIDICO VIDA (atos de consentimento de fim de vida é invalido), em segundo lugar a INDISPONIBILIDADE DOS BENS JURIDICOS COLETIVOS, são aqueles que pertencem a todos, portanto será que é possível autorizar uma lesão ambiental? NÃO seria licito, porque pertence a coletividade de maneira abstrata (para as pessoas que virão no futuro). 
Todos os outros bens jurídicos em princípio são disponíveis, a integridade física: existe uma tendência se ver com limite a disponibilidade da integridade, eu posso consentir com lesões corporais que não provoquem diminuição do corpo. Atos que promovem a retirada de parte do corpo, são ilícitos (quando houver consentimento não será valido). Os que não retiram nada, pode possuir o consentimento. 
Manifestação livre do consentimento: ele só produz efeito quando ele decorre da autonomia pessoal. Ele podia consentir ou não, quando obtido sem essa liberdade é invalido. Exemplo: coação, induzimento a erro, simulação, fraude de qualquer forma viciado é invalido e não produz efeito. É possível consentir lesão ao patrimônio? NÃO, só é valido quando é produto de uma manifestação livre, forçado ou coisa do gênero não produz efeito.
Capacidade jurídica para consentir: o consentimento só é válido quando dada por um sujeito quando está em pleno gozo da capacidade jurídica ou civil. Por qualquer razão não estar no pleno gozo das capacidades psíquicas, o seu consentimento é invalido. Exemplo: estar bêbado, drogado, sob o uso de medicamentos de qualquer forma com a capacidade debilitada é INVALIDO. 
Correspondência entre o ato consentido e o ato praticado: o consentimento pelo ato é somente pelo que aquilo que foi consentido. O que é diferente não é objeto de consentimento e isso não é excludente. Exemplo: eu peço um soco e se a pessoa faz mais ou diferente não é mais o consentimento, se não tem consentimento não exclui a antijuricidade. Quando há correspondência entre o que foi consentido e o que foi praticado (intencionalmente). Quando a pessoa escolheu mal e fez mal feito não tem problema.
Consentimento anterior ou simultâneo a conduta: para que a conduta seja licita tem que ser consentida no momento que ela acontece. Não pode ter consentimento POSTERIOR. Quando a conduta não tem consentimento no momento, não é possível um consentimento posterior, pois no momento em que foi feito não tinha consentimento. Há hipóteses em que o ato vai acontecimento e o consentimento vai acontecendo junto. É valido consentimento anterior e simultâneo. 
Elemento subjetivo: conhecimento pelo autor da conduta de que está praticando uma conduta consentida.
Erro das justificantes
Erro das justificantes/ justificantes putativas/ descriminantes putativas. 
Putativa – imaginária. 
Justificante – causa excludente 
Causa excludente da antijuridicidade que existe apenas na imaginação do sujeito, sujeito que acredita que no caso concreto acredita uma causa excludente da antijuricidade, mas há um erro. 
“Ocorre erro nas justificantes quando o agente pratica uma conduta acreditando equivocadamente estar amparado por uma causa justificante que na realidade não se faz presente”. 
Imagina que no caso concreto existe uma legitima defesa, estrito cumprimento do direito. Acredita equivocadamente, assim ele pratica uma conduta típica.
Se uma causa justificante não exclui as antijuridicidades, porque elas são falsas meramente imaginárias, sendo ILICITA. Ausência da excludente da antijuridicidade. 
Não excluem a antijuricidade, mas elas produzem algum efeito? 
Duas espécies distintas de justificantes diferentes:
Erro de tipo permissivo: é um erro de tipo, mas uma discriminante putativa, ele não envolve tipicidade, mas sim antijuricidade. O erro na percepção dos pressupostos fáticos da causa excludente da antijuridicidade. 
Erro sobre a percepção da realidade, o sujeito apreende equivocadamente a realidade que está em volta dele. Imaginando a existência de uma realidade que não existe. Acredita que está presente uma causa excludente da antijuricidade que não está, o mais comum é envolvendo Legitima Defesa. 
Acredita que tem uma causa excludente por uma falsa percepção da realidade é porque tem erro de tipo. 
Pratica o fato porque imagina um fato que não é realidade, equívoco na percepção da realidade erro de tipo permissivo.
Invencível: aquele que nas condições que estava não poderia ter agido de maneira diferente.
Isenção de pena – significa EXCLUSÃO DE CULPABILIDADE. 
Vencível: na situação em que se encontrava, podia ter evitado, se tivesse mais cuidado. 
Aplica-se a pena prevista para o crime culposo se previsto em lei. 
Condenar por crime doloso (lei), mais aplicar a pena do tipo culposo.
A conduta de um crime com a pena de outro crime. 
Ele não é condenado pelo crime doloso, se previsto em lei a forma culposa.
Quando não tem previsão culposa, aplica-se uma isenção de pena e exclui a culpabilidade.
Exemplo; médico que realiza o aborto em mulher em decorrência de estupro.
Erro de proibição indireta: “É o erro na compreensão da norma permissiva, sua existência alcance os limites”.
Erro não está na percepção da realidade, mas sim na COMPREENSÃO DA NORMA PERMISSIVA.
Ele percebe exatamente a realidade, mas acredita que a norma regula de maneira diferente que está sendo regulado.
1° na compreensão do alcance da norma (dos limites da norma) – acha que o direito permitia o que na verdade o direito não permitia. 
O erro na produção da norma tem alguma consequência? Tem que ver se o erro é vencível ou invencível.
Invencível: consequência é ISENÇÃO DE PENA. Não tem como desconfiar que está errado, exemplo: vou pedir opinião para o meu contador, mas o que ele fala para fazer algo que está errado e ainda é crime, isso é invencível porque ele não tinha porque desconfiar.
Vencível: redução de pena de 1/6 a 1/3. 
Condenado pelo crime doloso, com a pena do crime doloso, mas com uma diminuição da pena.
Excesso das justificantes 
“Existe excesso nas justificantes quando o agente inicia a pratica de uma conduta amparado por uma justificante e em algum momento ultrapassa os seus limites passando a agir de forma ilícita”. 
Um sujeito que está amparado por uma causa excludente, e ele está cumprindo todos os requisitos (conduta típica, ilícita), mas em algum momento ele sai dos limites e a conduta torna-se ilícita (nesse momento ele sai da causa excludente e está praticando um excesso).
Só existe excesso quando a conduta se inicia de maneira licita, se a conduta desde o começo é ilícita, isso não é excesso. 
Quatro formas de excesso (3 primeiras o sujeito pode ser punido de alguma forma na última não é punido por nada):
Excesso doloso em sentido estrito: o agente não comete nenhum erro de percepção da realidade, nem compreensão da norma, ele se excede sabendo que está se excedendo. Se excede porque quer se exceder, é o mais simples, porque unissem normalmente os atos praticados em excesso, tudo aquilo que ele faz em excessos ele pode ser punido. 
Excesso doloso decorrente de erro de proibição indireta: aqui o agente se excede em razão de um erro na compreensão da norma permissiva. 
Que o agente está amparado por uma causa excludente de antijuridicidade, porque ele compreende errado a norma e se excede. Decorre do erro de compressão da norma. 
Neste caso aplica-se aos atos praticados em excesso as consequências do erro de proibição indireta. 
Excesso culposo decorrente de erro de tipo permissivo: situação na qual o sujeito apenas se excede porque percebe equivocadamente a realidade. 
Excede em razão da percepção da realidade do equívoco. 
Havendo essa forma de excesso aplicam-se aos atos praticados em excesso as consequências do erro de tipo permissivo. 
Excesso exculpante decorrente de susto, medo ou perturbação psíquica: excesso decorre do fato do sujeito ser exposto por uma situação de estrese profundo, relevante medo, ou susto relevante, a pessoa age de maneira maisinstintiva do que racional.
Excesso exculpante impunível porque tem uma exclusão da culpabilidade do agente. 
 
Culpabilidade
Culpabilidade é o nome de um princípio (Princípio da Culpabilidade) - não existia responsabilidade objetiva, exigência de dolo e culpa.
Culpabilidade é o nome de um dos elementos do crime – essa culpabilidade que será estuda.
Culpabilidade é um dos critérios de aplicação da pena – para a fixação da pena. 
Culpabilidade passa por três grandes fases, doutrinas sobre o que é o elemento da culpabilidade: 
1°Teoria sobre Culpabilidade – Teoria psicológica da culpabilidade: para esta teoria a culpabilidade é composta apenas por elementos psicológicos (subjetivos). 
Nas primeiras discussões sobre culpabilidade, era um elemento que reunia dentro dele apenas elementos psicológicos (o que teria dentro da cabeça dele na hora da conduta) – “Liszt/ Beling – cada grande grupo de elementos só elementos subjetivos. Quando se estudava tipicidade era composta apenas por elementos Objetivos, antijuricidade era somente por elementos Objetivos, todos os elementos subjetivos e nenhuma análise objetiva. ”
Nasce o princípio da culpabilidade.
2° Teoria sobre Culpabilidade – Teoria psicológico- normativa: culpabilidade vai ser composta por elementos psicológicos e normativos, acontece que se insere na culpabilidade novos elementos, tudo que estava na 1° Teoria continuam, mas introduz novos elementos (esses elementos normativos). Frank (1907) –ele encontra um defeito na teoria. Goldschmidt/ Freudenthal – que a ideia de culpabilidade (culpável – quem pode ser culpado por algo/ alguém). Frank percebe que alguém pode ser culpável (não é neutro, possui uma carga de valor – afirmar que alguém é culpável, é afirmar que existe uma reprovabilidade).
CULPABILIDADE = REPROVABILIDADE – está fundamenta em duas premissas. A 1° Possibilidade de conhecer a norma (eu só posso provar o sujeito que viola a norma, tenha possibilidade de conhecer a norma). As lógicas do direito são estimulantes/ desestimulo da pratica da conduta. 
2°Possibilidade de cumprir a norma- a reprovabilidade ela está na conduta do sujeito que vai contra aquilo que o ordenamento jurídico exige dele (agir contra a norma). Sempre o descumprimento a violação da norma decorre de algo que não foi escolhido pelo sujeito, eu posso cumprir e posso descumprir (descumprimento é imposto a ele não pode ser responsabilizado, porém quando ele tinha a possibilidade de escolher e não faz tem reprovabilidade), dessa forma está baseado na escolha do sujeito. Na tabua da salvação, ele pode escolher cumprir a norma, mas não é razoável. 
Passa abranger tanto o dolo e a culpa, quanto os elementos normativos de reprovabilidade:
O que é reprovado? A conduta do agente? Ou o agente, recai sobre o que? Imaginem que o sujeito de manhã cedo mata o próprio filho com golpes de machado, agente aprova, reprova? Reprova o que? O autor da conduta, porque é ele que pode cumprir, conhecer a norma. A reprovabilidade recai sobre o autor da conduta, porque a culpabilidade está relacionada com a escolha do sujeito. “Crime é uma conduta típica, antijurídica praticada por um agente culpável”. 
Reprovo o sujeito pelo que ele é ou pelo que fez? Pelo que ele fez o direito penal não recai sobre pessoas, e sim por condutas, ela pune as pessoas com base nos seus atos. “Culpabilidade de Ato” e não culpabilidade de autor, imagina que eu consigo fazer um exame psicológico em alguém e tem um caráter assassino, não pode ser punido. 
Reprovo o agente pela conduta praticada. 
Porque ou quando o agente reprovo o agente pela conduta praticada? Porque ele podia conhecer a norma, podia cumprir a norma, mas mesmo assim escolheu descumpri-la. 
3° Teoria sobre a culpabilidade - Teoria normativa ou teoria normativa pura: a culpabilidade é composta apenas por elementos normativos, tendo a retirada dos elementos psicológicos. É a teoria do código penal brasileiro. Graf zu Dohna e H. Welzel – esses retiram o dolo da culpa da culpabilidade, e colocam na tipicidade. E a culpabilidade fica somente normativa (referentes a reprovabilidade).
Definição da culpabilidade: 
“Culpabilidade é o juízo de reprovação que recai sobre o autor da conduta típica e antijurídica, porque podendo conhecer a norma e podendo cumpri-la, ainda assim, escolheu viola-la. ”
A culpabilidade será composta por três elementos: 
1° Imputabilidade: é possibilidade de imputar, utilizado de uma forma inversa, como uma possibilidade de ser imputável (atribuir algo, a alguém responsabilidade). É a possibilidade de atribuir a responsabilidade a alguém. O sujeito que possui imputabilidade é o IMPUTAVEL. Quando NÃO PODE ser atribuída a responsabilidade é INIMPUTAVEL (aquele que não pode ser responsabilizado).
A lei simplesmente quais são inimputáveis. 
Quem são os inimputáveis? Todas as pessoas que possuem determinadas capacidades psíquicas são inimputáveis. 
Imputabilidade decorre da soma de duas capacidades subsequentes:
Capacidade cognitiva: é a capacidade de compreender a ilicitude dos seus atos. (São saber se algo é proibido ou não, ou conhecer a norma), se resume para que a pessoa tenha a capacidade compreender a ilicitude de seus atos, é necessária a capacidade psíquica, mental de entender que existem regras/ normas, se por qualquer razão a pessoa (capacidade), que faça a pessoa pensar que não existem normas, ele são não tem essa capacidade. 
É preciso compreender que determinadas condutas cumpre as normas (são, portanto, permitidas), e determinas condutas violam as normas e são, portanto, proibidas. 
Precisa que ele entenda que as normas criam dois grandes grupos de condutas. Capaz de julgar suas próprias condutas a partir de determinadas normas/regras. Não é conhecer as regras, é a capacidade de avaliar a sua conduta a partir das regras. 
Capacidade volitiva - Capacidade de autocontrolar a partir da compreensão da ilicitude: (autodeterminar). É uma capacidade de controlar os próprios extintos a partir da compreensão da ilicitude de determinada regra. É o conhecimento ser forte suficiente para gerar o autocontrole para deixar de fazer algo, porque sabe que é proibido/ ilícito. Exemplo: o sujeito tem vontade de subtrair, mas não pode porque sabe que é proibido. 
O sujeito que possui essas duas capacidades, é imputável (se responsabiliza).
Se o sujeito não tiver nenhuma, ou só tiver uma, ele é considerado inimputável.
Porém essas capacidades são adquiridas ao longo do tempo, e dependem de dois fatores: saúde mental (determinas doenças mentais, vão impedir que as pessoas criem essas capacidades), maturidade (para que as pessoas adquiram), quando essas duas coisas se somam essas capacidades se forma. A inimputável está relacionada com imaturidade biopsicológica ou de controle mental (saúde mental). 
O pressuposto: é que todas as pessoas adultas possuem essa capacidade, ela é presumida nos +18.
Quais são as situações excepcionais que as pessoas não terão imputabilidade? 
Inimputabilidade sempre decorre de uma previsão legal, porque a lei diz que é inimputável, quando o legislador cria essas regras podem usar formas de redação diferentes, são chamadas de:
Critérios de verificação da inimputabilidade:
Critério biológico: o legislador irá identificar uma característica ou condição biológica, e vai dizer que todos que possuem essa característica ou essas condições biológicas são automaticamente inimputáveis “são inimputáveis os ...”. Se cria uma presunção absoluta de inimputabilidade. É utilizado como exceção, que é a inimputabilidade dos – 18 anos de idade (sempre). 
Critério psicológico: foca na existência ou não da capacidade cognitiva e a capacidade volitiva. É inimputável todo aquele que não possui uma das capacidades, independentemente da causa desta incapacidade. Todo mundo que por qualquer razão deixa de ter uma ou as duas das capacidades, que podem ser afetadas. Exemplo: tira a responsabilidade por qualquer perda da capacidade (pessoa que bebeu demais por exemplo, e por isso comete um crime), é polêmicoporque isso geraria casos de não punição de fatos que aparentemente merecem ser punidos. Não é adotado político-criminalmente. 
Critério biopsicológico: neste sistema o legislador identifica uma característica ou condição biológica. E determina a inimputabilidade daqueles que em decorrência dela não possuem, as capacidades cognitiva e volitiva. Acontece que o legislador diz que a pessoa seja inimputável: possua determina característica biológica, que ele não tenha capacidade cognitiva e volitiva, e é preciso que haja uma relação entre a condição biológica e a perda da capacidade. Exemplo: ele não tem essa capacidade em razão da característica biológica. 
Exemplo é a regra de doença mental (em razão da doença mental ele não tem as duas capacidades/ ou apenas uma). Essa situação que faz com que ele não tenha a capacidade. 
ESSA É A REGRA GERAL.
Hipóteses de inimputabilidade: (biopsicologica)
Biológico - Menoridade penal, contida no artigo 27, Código penal e 228 da Constituição federal.
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. 
Crianças impuníveis
Adolescentes – sofrem punição socioeducativa.
Adultos de 18/21 sofrem punição penal reduzida – incompleta. 
Capacidade de autocontrole e de autodeterminação cognitiva e volitiva.
Biopsicologico - Inimputabilidade por doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou desenvolvimento mental retardado:
Artigo 26, Código Penal.
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
“São inimputáveis os agentes que por doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou desenvolvimento mental retardado, ao tempo da ação ou omissão integralmente incapazes de compreender a ilicitude do fato ou de se determinar a partir desta compreensão. ”
Possui uma das três condições, por razão delas é incapaz de se determinar e se autodeterminar inimputável. 
Sempre que tiver uma regra que adota o sistema biopsicologico, necessário de requisitos:
 1°- Requisito causal: é o sujeito possuir da condição ou característica biológica identificada pelo legislador (doença mental, DMI, DMR)
Doença mental – é tudo aquilo que afeta negativamente a saúde mental. Não é necessariamente que seja típica (esteja descrita dos manuais). 
Desenvolvimento mental incompleto – de semelhante que está falando de um sujeito que não atinge os estágios finais de desenvolvimento mental. O que difere é a causa, o sujeito não atinge os estagio finais em razões de impedimentos externo a mente, uma causa externa. Exemplo: surdos/ mudos que não recebem educação adequada. 
Desenvolvimento mental retardado – mesma coisa do DMI é a semelhança. O que difere é a causa o sujeito tem uma condição internamente que impede o desenvolvimento completo (uma condição cerebral que impede o desenvolvimento – literalmente uma deficiência em uma parte da mente). Exemplo pessoas que possuem determinadas síndromes. 
2°- Requisito consequencial: a falta da capacidade cognitiva e da capacidade volitiva, como consequência do requisito causal. Ou seja, não basta que o sujeito tenha doença mental, DMI, DMR. Exemplo: depressão (as vezes tira a capacidade volitiva, depende do caso, nem todos os são inimputáveis), a pessoa pode vir a ser.
3° - Requisito quantitativo: totalmente desprovido de uma ou as duas capacidades ele será inimputável. Não são as que tem a capacidade reduzidas. Artigo 26, parágrafo único “semi-imputabilidade” – quando a doença mental, DMI e DMR retira parcialmente a capacidade do sujeito, neste caso eu tenho a condenação com a redução de 1/3 a 2/3 podendo ser substituída por tratamento.
Capacidade cognitiva – 100% (imputável) -> 0% (inimputável) -> 50% -> (semi- imputável). 
Capacidade volitiva – 100% (imputável) -> 0% (inimputável) -> 50% -> (semi imputável)
4°-Requisito temporal: imputabilidade deve levar em conta o momento da pratica da conduta, situação que o sujeito no momento da pratica da conduta tem alterações. Alterações posteriores não são relevantes. 
Embriaguez completa voluntária (critério biopsicológico): artigo 28, §2°.
Requisitos:
1° - Requisito causal: é a presença da embriaguez completa involuntária. 
Como regra geral a embriaguez não exclui a imputabilidade. 
Embriaguez- é a perturbação psíquica provocada pela ingestão de álcool ou outras substâncias de efeitos análogos que provoca a perda total ou parcial das capacidades cognitiva e/ou volitiva = intoxicação do sistema nervoso central, que provoca uma alteração. Está associada a drogas depressoras que diminuem o sistema nervoso (bem estar por relaxamento). Estimulo e depressão é o álcool. 
Artigo 28, §2° - Álcool ou qualquer outra substancia de efeitos análogos, dois grupos de substancias que vão gerar embriaguez, mas não está descrito na lei são elas: drogas ilícitas (de uso proibido) e medicamentos sujeitos a controle especial (medicamentos controlados). A lei equipara drogas ilícitas e medicamentos controlados = tudo considero droga, o mesmo tratamento pela lei. 
Embriaguez alcoolica – quando está produzindo efeitos no corpo humanos, três níveis distintos: 1° Fase da excitação (não é a embriaguez completa); 2° Fase da depressão (do sistema nervoso central- embriaguez completa) - associada a algumas características biológicos, com três traços marcantes: diminuição da coordenação motora, diminuição da autocensura (freios inibitórios), confusão mental (dificuldade de manter linhas de raciocínio/ um raciocínio logico e racional) quando chegar a isso é uma embriaguez completa. 3° Fase comatosa (estado de inconsciência/ de coma).
Para ter relevância tem que ser involuntária – é gerada por caso fortuito ou força maior. 
Embriaguez gerada por força maior: é aquele que acontece quando a substancia que leva a embriaguez é introduzida no corpo do indivíduo sem o seu consentimento e sem a sua participação ativa. Situações nas quais não é o sujeito que insere aa substancia no próprio corpo.
Embriaguez gerada por caso fortuito: a substancia é ingerida através de uma ação do próprio sujeito, existe uma participação ativa do próprio sujeito, é o sujeito que insere a substancia no próprio corpo. 1° ingere uma substancia sem saber que essa substancia é inebriante (capaz de embriaga-lo). 2° pessoas que tem uma sensibilidade excepcional a determinadas substancias (por questões biológicas individuais), produzem reações anormais, muito comum em medicamentos, principalmente, os antialérgicos. A pessoa ingere a substancia produz um efeito potencializado/ampliado não esperado. Importante que o efeito seja inesperado. 
Ambas estão relacionadas com a ingestão sem a possibilidade de prever o resultado.
Voluntária- ela abrange o sujeito que ingere a substancia com a intenção de se embriagar, também quando o sujeito ingere a substancia conhecendo os seus efeitos e sofrendo os efeitos normais e previsíveis da substancia. NUNCA EXCLUI A IMPUTABILIDADE. 
2°- Requisito consequencial: perda da capacidade cognitiva e/ou da capacidade volitiva em decorrência da embriaguez. Seja de um nível tal que retire dele a capacidade de se autodeterminar.
3°- Requisito quantitativo: para que o sujeito seja inimputável é necessário que ele perca inteiramente a capacidade volitiva ou perder inteiramente a capacidade cognitiva, não basta uma redução, e sim inteiramente desprovido dessas capacidades. 
4°- Requisito cronológico/ temporal: o momento da pratica da conduta, se era ou não inimputável no momento da conduta, para verificar qual era a situação do sujeito no momento da conduta. 
Drogadição involuntária e dependência toxicológica (biopsicologico): é uma regra que está prevista no artigo 45 da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas), nesta lei que está envolvendo drogas, regra de inimputabilidade, que abrange a inimputabilidade da drogadição involuntária e da dependênciatoxicológica. 
1° Requisito causal: drogadição involuntária e dependência toxicológica = referência a Drogas.
O que são drogas? A lei opta para identificar por uma lista de drogas, que todas as substancias que são consideradas drogas, é a Portaria 344/98 SVS/MS (Secretária e vigilância sanitária/ Ministério da Saúde), o documento vigente ainda é o de 1998 na qual a Anvisa que apenas insere as novas drogas. Essa lista inclui as substancias ilícitas, e relaciona os medicamentos controlados (de uso controlado). 
Duas regras diferentes:
Drogadição involuntária: ingestão de uma dessas substâncias em casos fortuitos e força maior. Exemplo: boa noite cinderela (casos fortuito). É igual aos casos anteriores.
Dependência toxicológica: dependência é um efeito durador da droga no corpo. Ingestão da droga a partir de determinados níveis são duradouras (difere do álcool). O que diferencia é que quando o sujeito elimina toda a droga, ele mantém uma alteração permanente, duradoura (crise de abstinência/ impulsos). Diferenciar o efeito da droga, e o efeito da dependência (permanente). Os efeitos da dependência podem gerar uma inimputabilidade, a ingestão involuntária.
2° Requisito consequencial: perda da capacidade cognitiva ou volitiva em razão da drogadição involuntária ou da dependência toxicológica.
Regra ao artigo 45 e 46 da Lei de Drogas, pode ter duas situações (drogadição involuntária ou dependência toxicológica) se essas retirarem totalmente a capacidade cognitiva ou a capacidade volitiva, isso gerar inimputabilidade, como consequência a exclusão da culpabilidade. 
Drogadição voluntaria ou a dependência toxicológica pode retirar parcialmente as capacidades (diminui), isso gera uma semi-imputabilidade, que tem como consequência redução de pena de 1/3 a 2/3.
Nos casos de dependência é mais comum que a dependência diminua a capacidade do que retirar. 
3° Requisito quantitativo: a inimputabilidade só acontece quando sujeito perde totalmente uma outro das capacidades. Se houver a perda pacial, semi- imputabilidade.
4° Requisito temporal: incapacidade deve ser verificada no momento da pratica da conduta. 
08/11/2016
2° Potencial consciência da ilicitude: possibilidade de consciência da norma. 
Definição “É a possibilidade do agente de compreender o conteúdo da norma incriminadora”. 
Conhecimento, e sim COMPREENSÃO DA NORMA (ou o texto legal), e sim se ele tinha possibilidade de compreender do conteúdo incriminador de determinada norma.
Compreensão está ligada ao processo individual e subjetivo de internalização de comandos normas (normas sempre externas as pessoas) – as normas jurídicas e as normas de conduta, ela pré-existe as pessoas.
Como as pessoas tem contato com as normas? Com a convivência social dos seres humanos, é no convívio em sociedade. 
É a exposição com normas eu faz com que o a gente internalize determinada normas, deixando de ser uma norma externamente e sendo internamente (como sendo legitima, sendo correndo, passando a se guiar pela norma), sendo algo que o sujeito aceita como legitimo, como valido. Exemplo norma de proibido matar (quando observa a conduta de ilícita, ou é errada e indevida) passa ter essa norma como algo importante para o próprio individuo, acontece sempre que quando tem um contato prolongado. 
Na grande maioria das vezes quando a pessoa cumpre reiteradamente uma norma é quando ela cumpre.
A logica que a partir do momento que o sujeito internaliza ele começa agir de acordo com a norma, percebe que determinadas pessoas em razão de um processo de socialização aculturamento anormal, as pessoas não tem nenhum contato com normas jurídicas, não tem nenhuma presença em espaços socioculturais, essas pessoas não possui potencial de internalizar e fazer com que as normas atuem no processo decisório, não conseguem compreender o comando normativo, quando violado por eles não pode ser a eles punidos. Pessoas que teve um contato com a norma, não o suficiente para internalizar para ser decisória. 
Se as pessoas nenhum contato com a norma, está violação não é reprovável e não será considera crime exemplo: que existem ainda no brasil populações indígenas que não tenham nenhum contato com a sociedade, com um direito posto. 
Essas pessoas vivem em um espaço totalmente sem regra? Não, existem regras porem são diferentes das nossas. Esse sujeito, tem capacidade de compreender o ordenamento jurídico, e de se guiar por esse ordenamento jurídico. 
Sempre que o sujeito tem contato com determinada norma jurídica, esse contato dá o mínimo para compreender, este possui potencial de consciência da ilicitude, se violar pode ser punido. Se a pessoa não tem nenhum contato, não tem sequer um potencial de consciência da ilicitude. 
Pessoas em situações anormais de sócioculturamento, que não possuem nenhuma possibilidade de determinadas normas, ou conhece erradas das normas jurídica, gera ausência de potencial consciência da ilicitude.
A aplicação concreta é extremamente reduzida
Erro de proibição direta: defeito na compreensão da norma incriminadora, o sujeito não tem consciência de determinada norma incriminadora.
[Direta o sujeito tem um defeito em uma norma incriminadora, não conhece a ilicitude “diretamente sobre a norma que cria a ilicitude”, indireta recai sobre uma norma permissiva, que uma norma que é ilícita, mas norma licita em determinas situações como é o exemplo da legitima defesa]
Acontece que o erro de proibição direta pode apresentar duas intensidades:
Vencível: sujeito que teve algum contato com a norma jurídica, portanto podia ter compreendido, no entanto por alguma compreensão qualquer não adquiriu uma compreensão possível. Não tem consciência, mas tem potencial consciência. Existindo para ele culpabilidade, mas sim a redução de pena de 1/6 a 1/3. 
Invencível: não tem compreensão da norma e nem podia ter compreensão. Porque ele não teve nenhuma possibilidade de ter essa consciência. Casos nos quais tem uma exclusão da culpabilidade do agente, se violada. Caso por exemplo das comunidades indígenas isoladas. 
Ambas que o sujeito na compreensão da norma
Erro de proibição não está relacionado com o saber que é crime, se o sujeito desconhece que é crime, mas sabe que é ilícito. Isso é suficiente para que tenha potencial consciência da ilicitude. 
3° Exigibilidade de conduta conforme o direito “exigibilidade de conduta diversa” – é a possibilidade de se exigir do agente que se comporte de acordo com o direito.
Parte da logica que o sujeito é imputável, que teve algum contato com a norma o suficiente para ter um conhecimento da norma. Esse pode ser exigido que se comporte de acordo com o direito? Sim. A partir do momento que eu exijo, quando o sujeito descumpre eu puno a pratica da conduta ilícita. Como regra geral recai sobre as pessoas a exigência de agir de acordo com o direito. 
Quando eu posso exigir que alguém se comporte de acordo com o direito? Pode conhecer a norma e pode cumprir a norma. 
Quer dizer sempre que tiver opção de cumprir a norma, exige-se dele que cumpra. Caso ele descumpra dará ensejo para uma punição (o que acontece em todos os casos). 
Inegibilidade de conduta conforme o direito:
Quando cumprir a norma for impossível (quando a exigência de agir conforme o direito).
Casos nos quais cumprir a norma é possível, porém é extremamente oneroso. O sujeito fica dispensado de cumprir. Caso onde é irrazoavel cumprir a norma. Que gera a exclusão da culpabilidade. Exemplo: tabua de salvação.
Artigo 22 do Código Penal – coação mora irresistível 
Coação moral irresistível – a possibilidade dele escolher como agir, fica totalmente ruim, ele não é punido. Coação moral é tudo aquilo que pressiona a vontade do agente reduzindo ou suprimindo sua liberdade de decisão e condicionando-o a pratica de determina conduta. Pressão sobre a formação da vontade do sujeito, em uma situação normal, as pessoas têm liberdade sobre as decisões. Pressão sobre a mente para tentar influenciar a tomada de decisão. Não poderá ser responsabilidade pelo ato praticado.Requisitos para que a coação seja irresistível:
Exista a promessa de uma consequência negativa concreta e grave (mal concreto e grave). 
Seja possível ao coator cumprir a coação, a coação só é irresistível quando ela pode ser cumprida. 
O sujeito que está sendo coagido não tem responsabilidade penal e recai sobre o coator. 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem
Obediência hierárquica: não existe culpabilidade quando o agente no estrito cumprimento de uma ordem não manifestamente ilegal proferida por seu superior hierárquico. 
Quando dentro de uma relação de hierarquia (que confere a alguém o poder de emitir ordem e comandos a outros). 
Pode ser ela licita. 
Praticar uma conduta licita.
Ordem para praticar uma conduta ilícita: ele não tem o dever de praticar essa ordem e nem pode. Quando essa ordem de praticar conduta ilícita é manifestamente ilegal, é aquele que o sujeito que recebe percebe desde logo que é ilegal. Quando ele cumpre tem a culpa é deve, pois ele conhece e sabe que é ilícito. 
Não manifestamente ilegal: a ordem é ilícita, para praticar conduta ilícita. Segundo a percepção de quem recebe a ordem imagina que ilícita, por isso cumpre praticando ato ilegal. Neste caso o subordinado apesar de praticar conduta que exclui a culpabilidade, a culpabilidade recai apenas para quem emitiu a ordem. 
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Tentativa: é a pratica incompleta da conduta criminosa. Artigo 14, inciso II- tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
“Existe tentativa quando após iniciada a execução do crime este não se consuma por circunstancias alheias a vontade do agente”.
Requisitos necessários:
Dolo em relação ao crime consumado: não existe DOLO DE TENTATIVA de homicídio, de aborto ou lesão corporal. Quando a pessoa pratica uma tentativa de homicídio quer o homicídio. “Dolo de crime consumado” (a parte subjetiva é igual ao crime consumado). Quando tem dolo de consumar.
Início da execução do crime:
Não consumação do crime por circunstancias alheias a vontade do agente: a não consumação deve decorrer de circunstancias alheias a sua vontade, pois o sujeito querendo consumar algo externo a sua vontade impede a consumação. É importante que na tentativa aquilo que impede é oriundo de uma vontade externa do agente, porque caso seja o próprio agente impede a sua consumação (desistência voluntaria e arrependimento eficaz). 
Iter criminis (caminho do crime):
Fase interna: representa o período de tempo no qual o crime existe apenas dentro da cabeça do autor (um pensamento na cabeça do sujeito) – cogitação, isto represente todo o período que o crime é apenas uma ideia, abrange desde o momento que surge na cabeça do sujeito e permanece apenas na cabeça do sujeito. 
É IMPUNÍVEL, porque enquanto está apenas dentro da cabeça não existe nenhuma lesão ou perigo de lesão. 
Fase externa: 
Preparação do crime: vai praticar atos que são preparatórios. Atos preparatórios são aqueles através dos quais o individuo busca armar-se de tudo aquilo que será necessário para a pratica do crime. Não está praticando o crime porque não tem os atos necessários (objetos/instrumentos para a futura pratica do crime). Atos pelos quais o sujeito vai obter conhecimentos necessários para a pratica do crime. De regra os atos preparatórios são IMPUNÍVEIS., salvo quando constituem por si só crime autônomo (p. ex. eu posso ser punido quando eu furto um automóvel para utilizar futuramente no roubo do banco). 
Execução: o sujeito irá praticar atos executórios. “Atos executórios são aqueles pelos quais o sujeito visa diretamente a pratica da conduta típica”. 
Teoria formal objetiva: ato executório é aquele pelo qual o agente inicia a pratica do verbo núcleo do tipo. Essa teoria restringe a execução, retira a preparação de quase tudo, praticamente pula e vai direto para a consumação. Exemplo: apenas quando começa a matar, e a pessoa começa a morrer, da mesma forma quando eu atiro e erro também seria a preparação.
Teoria material objetiva: para esta teoria considera-se parte da execução aquele ato por sua vinculação necessária com a conduta típica pode ser considerada parte integrante dela. É então execução a pratica desta conduta que no caso concreto se realiza. É possível no caso concreto de matar e dar facada (porque ele mata dando a facada/ dando a facada ele mata). O inicio da conduta é o inicio da execução.
Qual é a conduta do agente que produz que pretende matar? Atirar ou dar a facada (começar a dar a facada, começar a atirar). Caso eu erre, ou seja impedido já é tentativa. 
Consumação: ele inicia a execução realiza de maneira completa a conduta criminosa. 
Quando existe uma tentativa será por uma pena prevista para crime consumado mais com uma redução de 1/3 a 2/3.
Classificação:
Tentativa perfeita/ crime falho: quando o agente pratica todos os atos executórios que queria praticar e estava predisposto a praticar. Ele faz a execução completa do crime, mas por alguma razão alheia a sua vontade o crime não se consuma. 
Tentativa imperfeita: acontece quando o sujeito não realiza todos os atos que queria praticar ou estava predisposto a praticar, ele inicia a execução mas é interrompida precocemente, antes de chegar ao fim, sendo alheio a sua vontade sou impedido de continuar. 
Realizado por Luiza Martins 		2016
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