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Como a família pode lidar com o problema do álcool e drogas. 1 Curso Grátis Maria de Lourdes Batista Maria de Lourdes Batista • Psicóloga, Especialista em Dependência Química pela UFSJ e professora de Artes. • Criadora do site: apsicologiaonline.com.br. 2 Setembro de 2014 10 passos para compreender o uso do álcool e outras drogas. Descubra como a família pode lidar com o problema do álcool e drogas. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 3 Uma Poderosa Ferramenta que vai facilitar o gerenciamento dos conflitos causado pelo álcool e outras drogas na sua família. Você quer ajudar as pessoa a mudar de vida? • Como você tem se posicionado diante de sua família ? • Como você tem gerenciado seus conflitos? 4 Busque agir com sabedoria ! Índice Introdução ................................................. 05 1º. Passo : Que tipo de ajuda a família precisa?... 08 2º. Passo : Dependência Psicológica, é possível vencer?.... 10 3º. Passo: Pais ausentes: filhos como ficam? .... 12 4º. Passo : Como enfrenar o Medo do escuro? .... 13 5º. Passo : Ultima esperança .... 14 6º. Passo: É importante ter o nome do pai na certidão? .... 15 7º. Passo: Pensamentos Imaginativos, posso controlar?...17 8º. Passo: Como posso ter determinação? ......................... 18 9º. Passo: Encontro consigo mesmo, como é possível? ........ 19 10º. Passo: Meu filho pode mudar? ........................ 20 Conclusão ................................................. 21 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 5 Revisão: Projeto gráfico: É permitida a reprodução parcial ou total, apenas para uso não-comercial, desde que citada a fonte, sendo vedada a criação de obras derivadas. INTRODUÇÃO 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. Quando pensava em escrever esse livro, pensava sempre nas famílias que me perguntavam: ” que livro você indica para que eu possa ajudar meu filho” a sair do vício, das drogas, a deixar de beber e outras perguntas. Então, veio a ideia de escrever 10 passos com o propósito de ajudar as famílias. 10 passos vai levar as famílias a uma reflexão, a partir dos meus atendimento, de uma experiência que em muitos casos deram certo, outros não deram. Mas, o meu foco agora é nos casos que deram certo. Uma pergunta que norteou meus atendimentos: Como está constituída a sua família? É uma família funcional ou disfuncional? 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 6 Desafio Diante de tantas pesquisas sobre um tema tão pertinente que é o álcool e as drogas, o adolescente, o jovem, o adulto, envolvendo as famílias, a sociedade, a espiritualidade, e tantas outras esferas de ação do ser humano, venho trazer essa pequena contribuição, fazer um caminho com você. O ser humano tem jeito. Eu acredito na sua transformação de vida. Num primeiro momento imaginei muitas pessoas, milhares de pessoas que vivem esse drama, essa tragédia. Destaco em primeiro lugar as mães que desejam tanto as respostas, quando chegam para um atendimento e perguntam: Onde foi que eu errei? Destaco os pais, que quase não comparecem aos atendimentos, cada um tem seu problema, ou não sabem lidar com as questões, deixam para as mães. Lembro-me dos pais ausentes, onde as mães tentam suprir a falta do pai na vida de seu filho ou filha. Esse livro almeja refletir com você sobre o universo da dependência química, através do conhecimento científico, de alguns relatos para ilustrar esse universo, pode ser que, com algum dos relatos você se identifique. Vou arriscar com as palavras a tecer um caminho através de passos que vi pessoas dando em direção a resolução do problema, e a cura. Na vida, quando treinamos podemos conseguir a vitória. Um escultor quando vê a madeira bruta já consegue visualizar a imagem que ali vai esculpir, assim, vou buscar decifrar através de ensinamentos as palavras para expressar aqui sentimentos , através dos atendimentos em psicologia e dependência química que tenho realizado. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 7 Foi quando iniciei meu trabalho de pesquisa como Psicóloga na Pós Graduação em Dependência Química pela UFSJ. E o meu desejo de compreender o modo de vida dos usuários, tendo como parâmetro os padrões de consumo de drogas, ou seja, a relação entre uso, abuso e dependência de drogas. Tendo como público alvo os adolescentes usuários e adolescentes infratores, usuário de álcool e drogas. E como as famílias vivenciavam esse problema. Quando tudo começou? 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 8 Vou trabalhar com reflexões através de casos para ilustrar as possíveis causas que levam os adolescentes e jovens para o vício. Então, os nomes são fictícios para preservar as pessoas que foram atendidas nos grupo de apoio, no projeto de prevenção às drogas e nos atendimentos em psicoterapia realizados por mim. Sonho, que todo esse percurso possa te orientar no seu problema, que as lições possa sanar dúvidas, e se aparecer outras dúvidas, não se importe, o caminho é esse, as dúvidas nos levam a caminhar. Nosso caminho é feito entre conflitos e soluções de problemas. Caminhemos em direção a transformação. Como vou abordar o assunto? 1º. Passo Que tipo de ajuda a família precisa? “Quando se fala em dependência a drogas, as pessoas, em geral, categorizam a dependência mais pelo aspecto da “dependência física”: afinal, ela mexe com o corpo. Assim, o aspecto psicológico não é muito valorizado, e é considerado menos grave. Na verdade, as coisas não são assim. O que mantém a dependência física de alguém é a dependência psicológica.” Rosseli (2009) Trata-se de Maria, que solicitou ajuda para sua filha com ideias suicida, fazia o uso abusivo do álcool e outras drogas. Veio encaminhada por um amigo, pois já não suportava a situação. Num primeiro momento disse que sua filha não participaria do Grupo de Apoio e muito menos dos atendimentos psicológicos, mas que ela estava disposta a fazer o que fosse necessário. Num primeiro contato chamou nossa atenção o desejo que Maria tinha de fazer algo para sua filha. Assim, aconteceu um processo de dependência química, pois foi um tempo longo de permanecia em terapia. Onde essa mãe descobriu também as suas dependências. Alguns aspectos na história de vida de Maria : ela apanhou do marido quando estava grávida de seu filha e dizia que não queria a filha. Em seguida houve o abandono do marido. A filha cresceu sem pai, e como mãe fez tudo que podia. Num certo momento descobriu que sua filha usava drogas, e chegava em casa muito rebelde. A mãe ficava o dia todo no trabalho. Pensava em bater nela, e muitas vezes bateu. A mãe teve envolvimentos afetivos que a filha não aceitou. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 9 Depois de tantos desencontros teve coragem de falar com o seu diretor espiritual e pediu ajuda. Foi quando começou a fazer parte do grupo de apoio e a fazer terapia. Sua filha parecia pior a cada dia, já estava perdendo as esperanças, quando resolveu cuidar de si mesma, estava cansada de tanto lutar. Até que um dia sua filha encontra um namorado, e começa a trabalhar. Ao descrever o caso de forma sucinta parece que tudo foi fácil, mas foi um processo de terapiapsicológica de quatro anos. A vida de Maria, de sua filha, desse marido que batia nessa mulher, tanta dor envolvida, traumas que marcaram essas vidas, que somente foi possível elaborar esse caso pela persistência de Maria, uma mulher determinada a buscar a libertação das dependências de si mesma e de sua filha. Então, de que mesmo as famílias precisam para o enfrentamento desse problema? No caso de Maria ela buscou um Grupo de Apoio, um diretor espiritual, uma psicóloga. Buscou compreender a si mesma, para orientar melhor sua filha. Buscou informações sobre a dependência química e seus fatores. Pois, “Quem é dependente de drogas traz consigo uma dezena de outras dependências. Dependência para conseguir o dinheiro para comprar droga é apenas uma delas. Antes da dependência às drogas, podemos encontrar dependências, em geral, para as tarefas domésticas e escolares. Ou seja, estamos lidando com uma personalidade com um traço de dependência.” Rosseli (2009) 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 10 2º. Passo Dependência Psicológica, é possível vencer? Mariana, procura ajuda para seu filho Marcos. Em uma entrevista inicial, relata que é um dependente químico de álcool e outras drogas e tem histórico de varias tentativas de autoextermínio. Conforme Malbergier (2005), a dependência química é uma síndrome caracterizada pela perda do controle do uso de determinada substância psicoativa. Os agentes psicoativos atuam sobre o sistema nervoso central, provocando sintomas psíquicos e estimulando o consumo repetido dessa substância. Mariana, uma mulher idosa, muito doente, não tinha apoio da família, mesmo sozinha foi buscar ajuda para seu filho, buscando entender e encontrar formas de como lidar com seu filho nesta situação. Em nossas conversas relata que o pai, era rude, batia no filho, e esse comportamento do pai trouxe um comportamento de revolta em Marcos, pois ele não conseguiu frequentar uma sala de aula, e por assim abandonou os estudos. Uma longa história, o que é marcante nesse processo, é o amor da mãe pelo seu filho, acreditando sempre na sua capacidade de sair do vício. E a sua transformação. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 11 “A dependência psicológica vai lidar com o simbolismo da droga utilizada nas representações da vida do paciente. Enquanto a “memória do prazer da droga” ocupar espaço no consciente e no inconsciente da pessoa, ela vai se lembrar da droga e dos seus benefícios prazerosos e vai continuar a buscá-la. Isso é que mantém a dependência.” Rosseli, (2009) Marcos é casado, tem filhos. Depois desses anos de luta, e acreditar que esse filho poderia sair do vício, acontece algo inesperado. Mariana sempre muito doente, tem diabetes, necessita de um transplante de rim. Algo surpreende, Marcos, deseja fazer o exame e ele foi compatível com a mãe e assim foi possível fazer a doação do rim. Com essa atitude a vida dele tomou outro rumo, decidindo parar de beber. Na história de Marcos, podemos perceber o lugar que a droga ocupa na vida desse sujeito. Sua vida não foi fácil, assim buscava o prazer no uso abusivo que o levou a ser um dependente químico. Considerada uma doença, a dependência química apresenta sintomas, alguns deles : Tolerância: necessidade de aumento da dose para se obter o mesmo efeito; Crises de abstinência: ansiedade, irritabilidade, insônia ou tremor quando a dosagem é reduzida ou o consumo é suspenso; Ingestão em maiores quantidades ou por maior período do que o desejado pelo indivíduo. Vamos definir o que é dependência: Dependência é o impulso que leva a pessoa a usar uma droga de forma contínua (sempre) ou periódica (frequentemente) para obter prazer. 12 3º. Passo Pais separados: filhos como ficam? Um casal de namorados (André e Amanda) vem para o atendimento, ele com problemas graves, ele soro positivo, e ela hepatite C. Ambos viviam sem limites, tudo era permitido. Ele filho de pais separados, ela tinha pais em casa, mas não se dava bem com eles, ficava mais na rua, não tinha vínculo familiar. No caso de André, havia um desejo imenso de sair dessa, e ele foi livre para expressar seus sentimentos, ou seja em seu relato ele dizia tudo, foi transparente. Seu envolvimento na terapia era enorme. Diante de seu histórico parecia impossível sua recuperação, era garoto de programa, enfim, ele era tudo. De repente, ele começa a entender a vida, começa a trabalhar, faz seu tratamento. Ele sentia muito a falta dos pais, o contexto familiar. Os pais separados ficam amigos para ajudar o filho. Essa união dos pais fortaleceu em André o desejo de vencer o vício. O diálogo entre o pai, mãe e filho fortalece em André suas habilidades. Um ponto importante nesse processo para ele foi a espiritualidade, e os encaminhamentos realizados: clínico geral, psicólogo, grupo de apoio e CT, pois o projeto de reinserção social e familiar não estava acontecendo. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 13 4º. Passo: como enfrenar o Medo do escuro? Uma tentativa de overdose. Celso um rapaz de 18 anos faz o relato do seu desejo de morrer, sua preparação para overdose, mas não teve coragem. Então, perguntei a ele por que não teve coragem? Ele me respondeu: “tive medo do escuro”. Havia em mim um vazio, e fiquei com medo de depois da morte ainda continuar no vazio, então a morte para mim era em vão. Celso tinha muitas dúvidas, era inteligente, mas não gostava de trabalhar. Um dia encontra uma moça, encontra em si mesmo motivos para a vida e consegue parar de usar as drogas. Tinha uma sensibilidade ferida, buscou ajuda nesse sentido e foi vencendo o medo de ser ele mesmo. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 14 5º. Passo: Ultima esperança Recebi um telefonema de um pai me dizendo assim: “ você é minha última esperança”. Fiquei um pouco aflita com a responsabilidade de ser para esse pai e mãe a última esperança. Respirei e perguntei: mas o que você precisa? Ele me respondeu, tenho uma filha e desejo sua ajuda, já enviei para vários lugares e ela não consegui parar de beber, já gastei muito com ela, porém existe sempre a recaída. Esse acompanhamento durou 03 anos, o envolvimento familiar foi intenso, as mudanças necessárias para que o tratamento continuasse foi perfeito. Maria está em “limpa’, e a transformação aconteceu, casou-se e vive uma vida simples. Seu pai e mãe resolvem ajudar outras pessoas a saírem do vício do álcool e drogas, trabalhando como voluntários. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 15 6º. Passo: É importante ter o nome do pai na certidão de nascimento? Felipe, um adolescente infrator dependente químico, possuindo grande dificuldade de usar a expressão verbal, não articulando as palavras, dizendo como resposta sempre “hum”, “sim”, “né”, “não sei”. Além de suas fragilidades próprias e de seu contexto familiar, o adolescente encaminhou-se para a marginalidade, participando de grupos e cometendo atos infracionais. Sua mãe insistia por uma internação, pois não suportava a situação do seu filho: bebendo e autor de vários atos infracionais e “sem limites”. A mãe dizia: “não consigo colocar limites para ele”. O adolescente apresentou dificuldades desde sua infância, como: transtorno desafiador de oposição (em relação à autoridade), desobediência ativa, baixa autoestima, mau prognóstico na vida adulta, transtorno de conduta, (a incidência aumentando com a idade, desrespeito aos direitos básicos das outras pessoas, roubo, difícil tratamento, abuso de substâncias psicoativas). A mãeo encaminhou para consulta com clínico geral; Neurologista e outros. A mãe sustentava também o vício do filho, pois teme que possa roubar para aguentar o vício. A única versão que estabelece para seu pai é que “não sabe quem é seu pai”. É dessa forma que o adolescente se refere ao pai, sempre diz não saber quem ele é. O convívio social é estabelecido apenas com outros usuários de drogas. Chamou-me atenção as seguintes questões: o nome do pai do adolescente não consta na sua certidão de nascimento, não foi uma gravidez planejada, ingestão de álcool durante os nove meses da gravidez, parto normal, mas com problemas sérios (anemia e broncopneumonia). 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 16 Felipe dormiu com a mãe até os oito anos de idade. Apresenta-se lento em seu desenvolvimento, aprendendo a dar nó no sapato somente aos quatorze anos. Não gostava de ir para escola, denotando aparente hiperatividade. Foi feito avaliação diagnóstica, investigando os tratamentos anteriores. Felipe não fala sobre quais as drogas que ele utilizava, qual a frequência e a quantidade. A mãe parou de trabalhar oito meses para acompanhar o processo do adolescente, mas diz: “ele continua com o uso de drogas, não respeita as regras”. Felipe, após passar por testes para validar a avaliação psicológica solicitada pelo juiz, aceitou o tratamento na Comunidade Terapêutica, realizou os exames para sua internação, compareceu na consulta com psiquiatra, sendo medicado com Tecretol. Realizou tratamento dentário, clínico geral. Em seguida fez seus documentos, carteira de identidade e CPF. Felipe queria aprender a fazer algo para vender, e ganhar dinheiro. Seu desejo de vender, revelava o desejo de produzir algo bom e oferecê-lo a alguém. Essa experiência de trabalhar a expressão e a produção e de que ele poderia também oferecer coisas boas às pessoas, e não tão somente seus atos de infração ou fazer conexão com o mundo simplesmente através do uso/abuso de drogas. Felipe hoje está casado, e ser pai deu a ele uma felicidade sem igual. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 17 7º. Passo: Pensamentos Imaginativos, posso controlar? Antônio, jovem de 33 anos, tinha vários pensamentos e não conseguia dominá-los. Ele sempre pensava que as pessoas não gostavam dele e que tudo iria dar errado. Na droga encontra conforto para aliviar sua dor. De repente está viciado em cocaína, não consegue controlar. Antônio consegue se superar no trabalho tornando-se um grande empresário. Porém, para ficar ligado usa a cocaína, depois se envolve com o jogo e outros vícios que o arrastam para o fundo do poço. Até que resolve pedir ajuda e faz um relato significativo, ele não conseguia controlar seus pensamentos, quando era criança pensava que era “burro” pois sua tia querida falou com ele quando lhe ensinava o dever de casa. Ele relata que a partir dai tinha uma baixa estima e não conseguia conviver de forma “limpa” com as pessoas. O que é o pensamento imaginativo? O funcionamento imaginativo dependente da sensibilidade , ora que vibra, quer agradável, quer dolorosa. Por vezes nossa inteligência embeleza o real, ora imagina um futuro colorido. Ou enfeita o real, ou imagina um futuro preto. Assim, decolamos do real e Transforma o real. Assim, como Antônio, ficava pensando, imaginando. Quando solicitou ajuda, conseguiu separar o que era dele, e o que era a sua dor, assim ele começou a compreender o processo dele. É nesse sentido que vamos perceber o que fere a nossa sensibilidade. Assim, Antônio pode perceber sua transformação e teve atitudes de compromisso consigo mesmo. Temos em nosso caminho de descoberta como pessoa humana, uma área importante, a nome de sensibilidade (Sávio,2010). A sensibilidade é comparada a uma fita magnética que registrou todo o nosso passado desde a concepção, passando pela infância e adolescência. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 18 8º. Passo: Como posso ter determinação? Um dia Rafael me disse: uso drogas por que tenho medo de ser esquizofrênico, meu pai é, e eu não quero ser. Ele fazia o uso de maconha, jogava basquete, tinha um vida aparentemente normal. Logo em seguida começa a decair, busca ajuda e se determina a sair dessa. Depois de muitas tentativas resolve se afastar do lugar onde morava, ou seja, tomar distância de lugares que frequentava para se fortalecer. Mudou de cidade. Era casado, tinha uma filha que amava, isso ajudou para que ele se determinasse a sair da situação que se encontrava. Mesmo com toda determinação a recaída acontecia sempre. Mas, sua família não desistia dele, era sempre presente na busca de ajuda e informações, de como lidar com o vício e seu comportamento. É possível , perceber que o suporte da família é um ponto essencial na reconstrução de uma vida. Mesmo sabendo que pai e mãe são pessoas . 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 19 9º. Passo: Encontro consigo mesmo. Como é possível? Luísa, fez sua primeira experiência com o álcool aos 12 anos, em sua casa numa festa de aniversário. Seu pai era ausente e sua mãe sofria muito. Luísa era filha única e tinha grandes dificuldades de enfrentar a vida. Sua mãe era insegura e isso colaborou para que sua filha fizesse cada dia mais o uso do álcool e logo a experiência com outras drogas. Luísa tinha um temperamento difícil, explosiva, e não levava desaforo para casa. No seu relato dizia que o álcool a deixava irritada, queria somente dormir, não gosta de ir na escola. Sua mãe procura ajuda e logo Luísa também está em atendimento psicológico. A busca do encontro consigo mesma e com uma espiritualidade, proporcionou força para sair do vício do álcool, as suas carência afetivas foram trabalhadas, resolve estudar e busca ter uma qualidade de vida. O Encontro consigo trás sentido para a vida. A procura de si mesmo pode ser comparada a uma viagem onde a pessoa vai percorrer seu mundo interior. Alguns autores vão dizer que ao embarcar nesta aventura do autoconhecimento, tornar-se uma busca contínua, em cada processo a pessoa consegue uma estrutura, colocar-se em ordem, assumindo sua própria vida . Passa a ter consciência que o processo é contínuo. O segredo da vida em sociedade é saber tratar o outro como pessoa. “O ser humano é que dá sentido ao mundo.” 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 20 10º. Passo: Meu filho pode mudar? Cassiano, presidiário, havia cometido um homicídio, mas não admitia. O atendimento durou cerca de 01 ano. A família de Cassiano era comprometida com o mundo do crime, pai, mãe, irmãos. Ninguém acreditava que um dia ele poderia sair da penitenciaria. De repente as motivações foram surgindo, descobriu uma espiritualidade, desejou conhecer sua filha, e descobriu que gostava de trabalhar. E mais, houve uma remissão de pena para ele, antes ele tinha um comportamento impulsivo na penitenciária que o comprometia bastante. De repente surge a mudança, o diálogo se estabelece entre ele e a psicóloga, entre ele e a filha, entre ele e o mundo externo,entre ele e sua fé. Entre ele e suas metas de recomeço de vida. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 21 CONCLUINDO Não quero concluir, somente dizer, se você leu e se identificou bastante e até parece ser sua história, pode ter certeza é mera coincidência. A vida é assim, a história de vida de alguém pode se parecer muito com a sua. O próximo passo é abrir as portas que vão nos levar a um caminho novo. Ou a um Recomeço. 10 passos para a compreensão do uso do álcool e drogas. 22 http://apsicologiaonline.com.br 23
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