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Direito Civil – Direito das Coisas Professor: Thiago Augusto Bittar Unidade III - Da Propriedade Aula 8: Notas características da propriedade. 1. Espécies de Propriedade; 2. Responsabilidade Civil do Proprietário; 3. Função social da propriedade; 4. Descoberta 1. Espécies de propriedade. A doutrina costuma classificar os institutos objeto de estudo, e diferentemente não poderia ser com o tema da propriedade. Portanto, partindo de premissas classificatórias, é possível divisar as seguintes espécies de propriedade. Quanto à extensão do direito de seu titular, a propriedade poderá ser: a) Plena ou alodial: quando todos os poderes que decorrem da relação de domínio (art. 1.228) estão enfeixados em uma única pessoa (proprietário), de modo que essa pessoa poderá gozar, usar, fruir e dispor da coisa contra todos e perpetuamente, de tal maneira que, por decorrência do direito de sequela, poderá reavê-la contra quem ilegitimamente a possua ou detenha; b) Restrita ou limitada: é limitada a propriedade quando os poderes que dela decorrem são compartilhados pelo proprietário com outra pessoa. Isso ocorre no já estudado fenômeno de desmembramento da propriedade, quando o proprietário espontaneamente limita seu direito de propriedade, no contexto de uma relação real (ou, para alguns, até obrigacional), em favor de outra pessoa. Ex.1: Locação: limita do direito de propriedade do locador, porquanto ficará temporariamente impedido de usar a coisa em favor do locatário. Ex.2: Penhor: quando um objeto móvel é entregue pelo devedor como garantia de uma obrigação pessoal, seu proprietário fica impedido de usar, dispor e fruir da coisa móvel até que a resgate. Ex.: 3: Usufruto: limita o direito do nu-proprietário, que cede os direitos de usar e fruir da coisa em favor do usufrutuário. Quanto à perpetuidade do domínio, a propriedade poderá ser: a) Perpétua: no sentido de que ainda que o proprietário não exerça os poderes que decorrem se seu domínio, tal propriedade continuará a ser sua, perpetuamente. Evidentemente que o não uso da propriedade poderá vulnerá-la pela ação de terceiros, mas se isso não acontecer a propriedade continuará ligada, atemporalmente, ao seu proprietário. Nesse contexto, a relação entre o proprietário e a coisa somente se finda pela vontade daquele, que poderá dispor da coisa, caso não se interesse mais por ela; b) Resolúvel ou revogável (1.359 e 1.360): é a propriedade com “prazo de validade” pré-determinado, isto é, sua duração está delimitada no tempo e condicionada ao implemento de um termo ou ao advento de uma condição resolutiva. Portanto, é possível dizer que a propriedade resolúvel decorre sempre da vontade das partes, porquanto são elas que inserem no contrato uma cláusula de resolução da propriedade. Ex.1: Substituição fideicomissária (art. 1.951): testador que institui herdeiro ou legatário, estabelecendo que a herança ou legado será transmitida ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste (fiduciário) por sua morte, em favor de outrem, que se qualifica como fideicomissário; Ex.2: Propriedade fiduciária (1.361 a 1.361-B.): o devedor (fiduciante) transfere o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa para o credor (fiduciário), a título de garantia de dívida, conservando a posse direta e as obrigações de depositário. Com o pagamento integral da dívida o reus debendi readquire o domínio e a posse indireta 1 ; Ex.3: Retrovenda (505 a 508): o alienante de bem imóvel poderá reservar-se no direito de readquirir a coisa, no prazo máximo de três anos, reembolsando aquele que permaneceu com a coisa pelas despesas e benfeitorias necessárias erigidas na coisa durante o prazo de resgate avençado. 2. Responsabilidade civil do proprietário: Consoante já visto e repetido, o proprietário dispõe de quatro poderes relativamente à coisa sobre a qual exerce seu domínio. Sem embargos, é possível que o exercício desses poderes acarrete prejuízos a terceiros. Evidentemente que, na senda do que dispõem os arts. 186 e 927 do CC, todo aquele que violar direito e causar dano a outrem será chamado à responsabilização civil, lição que também se aplica aos exercícios dos poderes decorrentes da propriedade. Como adverte Maria Helena Diniz 2 , tanto o caput do art. 927, a partir do qual se extrai a sistemática de responsabilização subjetiva, como o seu parágrafo único, que enuncia a responsabilização objetiva (sem se perquirir a culpa), têm aplicação no contexto da relação de domínio e eventuais danos a terceiros. 1 NADER, Paulo. Curso de Direito Civil, Volume 5: Direito das Coisas. 7ª Ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2016. pag. 352. 2 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito Civil Brasileiro, volume 4: Direito das Coisas. 30ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2015. fl. 142. A regra para essa questão, como ocorre em toda sistemática de responsabilização civil, é a da responsabilidade subjetiva do agente causador do dano, segundo a qual é preciso comprovar-se que a conduta foi praticada com culpa (negligência, imperícia ou imprudência) ou com dolo (vontade consciente e dirigida a uma finalidade). Portanto, o tripé da responsabilidade subjetiva reside na identificação de: a) uma ação dolosa ou culposa do agente; b) um resultado danoso; e, c) uma ligação entre eles (chamada de nexo causal ou nexo de causalidade). Excepcionalmente, isto é, quando a lei o estabelecer, haverá a chamada responsabilização objetiva do proprietário. O nome responsabilidade objetiva decorre da ideia de que a imputação de responsabilidade ao agente será ligada ao agente, independentemente de se analisar qualquer elemento subjetivo da conduta (dolo ou culpa). Portanto, a responsabilidade objetiva decorre tão somente da verificação de um dano a terceiro decorrente do exercício da relação dominial. É o que ocorre, por exemplo, com o proprietário do animal que causar dano a terceiro (art. 936), independentemente de análise de culpa, cuja responsabilidade somente será ilidida se o proprietário provar (inversão do ônus da prova) que houve força maior ou culpa exclusiva da vítima. Veja-se o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Paraná: Apelação cível. Responsabilidade civil. Mordedura de cachorro. Amputação do polegar da mão esquerda. Cão da raça pastor alemão que escapa da residência. Responsabilidade do dono. Inteligência do art. 936, do Código Civil. Culpa exclusiva da vítima não configurada. Negligência na guarda do animal que se constituiu na causa primária do evento. Dever de indenizar dano moral. Quantum razoável. Manutenção. Juros de mora termo inicial. Honorários advocatícios. Percentual adequado. Recurso parcialmente provido" (TJPR, Apelação Cível 05375 1 7-7, Londrina, 1 0.ª Câmara C ível, Rei . Des. Luiz Lopes, DJPR 0 1 . 06.2009, p. 1 70). O mesmo sucede com o proprietário de coisas inanimadas. Nos termos do art. 937 do CC, tratando-se de prédio em ruína, objetiva será a responsabilidade do dono de edifício ou construção, se a falta de reparos apresentava-se como de manifesta necessidade. Veja-se o seguinte enunciado: Enunciado nº. 556 do CJF "A responsabilidade civil do dono do prédio ou construção por sua ruína, tratada pelo art. 937 do CC, é objetiva". Flávio Tartuce 3 , é que o autor do texto do enunciado acima, lembra seus leitores de interessante caso em que a ruína de prédio promoveu a responsabilidade objetiva dos envolvidos em sua edificação, senão confira-se: Consigne-se que todo esse raciocínio de responsabilização objetiva foi desenvolvidono caso Palace II, do famoso edifício que caiu na Barra da Tijuca, cidade do Rio de Janeiro (por todos: TJRJ, Ementário: 10/2002 - n. 22 - 18.04.2002, Apelação Cível 2001.001.21725, Data de Registro: 13.03.2002, folhas: 33949/3 3 957, Comarca de Origem: Capital, 2.ª Câmara Cível, Votação: Unânime, Rel. Des. Sérgio Cavalieri Filho, j . 22.11.2001 e TJRJ, Ementário: 14/2004, n. 18, 20.05.2004, Apelação Cível 2003.001.30517, Comarca de Origem: Capital, 17.ª Câmara Cível, votação: unânime, Rel. Des. Fabricio Bandeira Filho, j. 10.12.2003). Bem assim, pela dicção normativa do art. 938, é objetiva a responsabilidade do morador de edifício pelos danos decorrentes das cosias que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido (defenestramento). Defenestrar = lançar algo ou alguém pela janela. 3. Função Social da propriedade: Consoante já referido, a propriedade é um direito cujo exercício não é ilimitado e irrestrito. Do contrário, trata-se de direito relativamente ao qual seu titular, quando exercê-lo, deve obediência às normas legais e à função social da propriedade. Desse modo, o princípio constitucional da função social da propriedade (art. 5º, XXIII, da CF) serve como norte orientador ao proprietário, isto é, traça-lhe limites ao exercício de seu direito real. A importância desse princípio é tamanha, que foi reproduzido no art. 1.228, §1º do CC, acrescida do aspecto econômico e ambiental, tendo sido de nominada de função socioeconômica e ambiental da propriedade: Art. 1.228. (...). § 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. É sabido que a propriedade era entendida pelos romanos como um direito absoluto (no sentido de ser irrestrito), muito bem sintetizado pelos poderes trazidos nas 3 Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único I Flávio Tartuce. 6. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016. Pág. 579-580. expressões utendi, fruend et abutendi, sendo a última locução designativa do direito de abusar das prerrogativas dominiais, sem precisar o proprietário respeitar quaisquer limites. Quanto ao conteúdo desse importante princípio, a doutrina costuma conferir-lhe a densidade de atendimento ao interesse social (supremacia do interesse público sobre o interesse privado), isto é, o exercício do núcleo de poderes decorrentes da propriedade deve atender aos anseios da coletividade, o que exige o respeito de um complexo de expectativas sociais, tais como: a) Meio ambiente – o exercício dos poderes que decorrem da propriedade deve atender às normas de direito ambiental (ex.: indústria que polui um rio); b) Exploração econômica – a depender da propriedade, seu exercício precisa corresponder a uma produção econômica (ex.: fazenda que não está sendo cultivada); c) Habitação – a propriedade urbana precisa servir como moradia, se foi construída para essa finalidade (ex.: imóvel adquirido apenas com a finalidade de especulação imobiliária); d) Normas administrativas – a propriedade deve obediência às normas de ordem pública urbanística (propriedade que avança no calçamento público, violando os chamados códigos de postura municipais). e) Etc. Desse modo, qualquer destinação antissocial dada à coisa pelo proprietário poderá acarretar consequências de censura ao domínio socialmente inadequado, as quais são escalonadas numa ordem de gravidade, indo desde o aumento de impostos até a perda da propriedade. Importante rol de sanções ao proprietário negligente foi estabelecido no Texto Constitucional (art. 182, §4º da CF): Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. §4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Portanto, como se pode ver do rol acima, a Constituição impõe que os proprietários deem à coisa um adequado aproveitamento, sob pena de incidirem as penalidades de: a) Parcelamento ou edificação compulsórios: Dizem Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery que “o parcelamento, a edificação e a utilização compulsórios são ônus do proprietário, que, se descumpri-los, está sujeito às consequências desfavoráveis da lei, tais como majoração do tributo e desapropriação. Todavia, não se tratam de obrigações, posto que o proprietário não pode sofrer execução forçada pelo Poder Público para proceder ao parcelamento, edificação ou utilização 4 . b) IPTU progressivo: a ideia é impelir (coagir) o proprietário a dar destinação social à coisa, sob pena de aumento gradual da exigência fiscal do IPTU. Veja-se o seguinte julgado do STF: A progressividade do IPTU, que é imposto de natureza real em que não se pode levar em consideração a capacidade econômica do contribuinte, só é admissível, em face da Constituição, para o fim extrafiscal de assegurar o cumprimento da função social da propriedade (STF, Pleno, RE 192737-SP, rel. Min. Moreira Alves, m.v., j. 5.6.1997, DJU 5.9.1997). c) Desapropriação-sanção: o tema é de Direito Administrativo, mas, na espécie, tem forte ligação com o Direito Civil, porque configura verdadeira sanção ao proprietário que não conferiu à coisa uma destinação social, razão por que será alvo de medida drástica do Poder Público, tendente a expropriar (tomar) o bem de seu proprietário mediante pagamento de indenização com títulos da dívida pública. Afora essas sanções de sede constitucional, voltando ao Código Civil, o art. 1.228, §§, 4º e 5º, o legislador civilista estabeleceu espécie de expropriação sui generis, denominada pelos doutrinadores de Posse-trabalho. Confira-se o dispositivo legal: § 4 o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em 4 Constituição Federal Comentada e Legislação Federal [livro eletrônico]/ coordenadores Nelson Nery Júnior, rosa Maria de Andrade Nery – 1. Ed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. § 5 o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. Da leitura, podem-se extrair os requisitos seguintes: a) O bem deve enquadrar-se na cláusula abertada extensa área; b) Posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas (nova cláusula aberta); c) Realização, pelos possuidores, em conjunto ou separadamente, de obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. A doutrina ainda não identificou qual é a natureza jurídica desse mecanismo de expropriação da propriedade, se usucapião ou desapropriação. Em verdade, como o dispositivo estabelece uma justa indenização, parte da doutrina inclina-se para a hipótese de desapropriação judicial (porquanto decorrente de um processo judicial, em que o juiz fixa a indenização). 4. Descoberta: Conceito: Segundo lição de Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves, pode-se conceituar a descoberta como o “fato jurídico que consiste em alguém encontrar coisa alheia perdida (art. 1.233 do CC)”5. É exatamente como dispõe o art. 1.233 do CC, in verbis: Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobrir fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente. De se ver, então, que a coisa perdida não se confunde coma coisa abandonada (res derelicta), pelo fato de que, em momento algum, seu dono ou legítimo possuidor pretendeu desfazer-se dela. 5 Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald. Curso de Direito civil: Direitos Reais – 12ª Ed. rev. ampl. e atual. – Salvador: Ed. JusPodvm. 2016. pág. 348. Eis, portanto, a lógica que faz com que a pessoa que encontra o bem, chamado descobridor, caso opte por recolhê-la, deverá envidar os esforços para encontrar seu legítimo possuidor (ou dono). Todavia, caso o descobridor não restitua a coisa ao seu legítimo possuidor ou dono, ou não a entregue à autoridade competente no prazo de quinze dias, poderá incorrer no crime tipificado pelo art. 169, do Código Penal, que tem a seguinte redação: Art. 169. (...) Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único: Na mesma pena incorre: (...) Apropriação de coisa achada II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de quinze dias. Uma vez tendo restituído a coisa, surge para o proprietário uma obrigação de indenizar o descobridor pelos gastos que teve para localizá-lo, bem como de premiá- lo com uma recompensa denominada achádego, cujo valor não poderá ser inferior a 5% do valor da coisa. Caso o dono (ou legítimo possuidor) não tiver mais interesse em recebê-la, é possível que o descobridor a adquira, pois será tida, a partir desse momento, como coisa abandonada (res derelicta). Veja-se a disposição legal sobre a obrigatoriedade de pagar o achádego: Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la. Parágrafo único: na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos. Responsabilidade do descobridor: o descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário ou possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo (art. 1.235). Carlos Roberto Gonçalves 6 traz um excelente exemplo sobre a responsabilidade do descobridor que dolosamente causa prejuízos ao proprietário (ou possuidor), senão veja-se: 6 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematiz., v.2- 4ª Ed.- São Paulo: Saraiva, 2016. pág. 515. (O descobridor) não é obrigado a, por exemplo, a apropriar-se do animal que tenha achado. Se, no entanto, optar por recolhê-lo, não pode deixar que morra de fome, por falta de alimentos. Diz o art. 1.236 que, se o achado for entregue à autoridade, esta deverá publicar editais pelos meios de comunicação oficiais, desde que o valor da coisa compense tal procedimento. Alfim, nos termos do art. 1.237, se decorridos sessenta dias da divulgação pelo meio oficial, ninguém se apresentar para reclamar o bem, este será vendido em leilão, sendo que do produto da venda serão pagos o achádego e as despesas com a publicação e o leilão, pertencendo ao Município o montante restante.
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