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Direito Natural e Positivismo Jurídico – Herbert Hart No decorrer da história, a construção do direito nas diversas sociedades sofreu influência da moral convencional ou dos grupos sociais particulares e todos os sistemas jurídicos de certo modo sempre mostraram uma conformidade específica com a moral. Assim, um sistema jurídico deve sempre estar ligado a uma convicção de que há uma obrigação moral de todos o obedecer. Destarte, partindo-se da ideia básica de que moral seria uma noção de certo ou errado ligada aos costumes de uma sociedade, nota-se que a mesma possui diferente grau de relação com o direito natural e com o positivismo jurídico. Para o direito positivo não é necessário que as leis reproduzam ou satisfaçam certas exigências da moral, mas também não proíbe isso de acontecer. Do outro lado, para o direito natural a validade jurídica está ligada com o valor moral da sociedade. Nesse ínterim, ao contrário do senso comum, nem sempre a ideia de direito natural está associada ao imaginário de um mundo extraterreno e divino que diz o que pode e o que não pode. Portanto, existem outros elementos que interferem nessa noção, o que será explicado logo a seguir. Desse modo, para o Direito Natural cada coisa na natureza tem sua finalidade. Portanto, pode-se considerar que o Sol tem a finalidade de brilhar e prover luz, enquanto o Leão tem a função de ser leão, viver como leão, se alimentar, se reproduzir, matar, morrer. Nesse cenário, qual seria a finalidade do Homem? Diferente do Leão, por exemplo, o homem pode adotar vários fins (finalidades) para a sua vida. Por exemplo, no campo das profissões ele pode ser músico, astronauta, mecânico, professor. E ele vai ter plena consciência de que é ser humano e faz a função de mecânico, por escolha sua. Assim, sabendo dessa variedade da conceituação do que é a finalidade do homem, o direito natural adotou a ideia de que a finalidade do homem na terra é satisfazer suas necessidades básicas, as chamadas necessidades humanas. Nesse cenário, o direito natural nasce com a ideia de organizar a sociedade de modo que todos os indivíduos obtenham esse mínimo grau de satisfação de suas necessidades humanas, e para atingir esse objetivo os seres humanos vivem em sociedades. Ou seja, eles se submetem à regras e valores morais que otimizam sua vida social. Entende-se por necessidade básica não apenas comer, dormir etc., mas também a ideia de não ser morto, não ser roubado, não ter sua integridade física degradada. Assim, é importante observar a questão do CONTEÚDO MÍNIMO DO DIREITO NATURAL. Nesse conceito, analisa-se os motivos os quais fazem os homens se submeterem às leis morais que geram a ideia natural. Para explicar esse conceito, o autor faz uso de 5 truísmos: I – VULNERABILIDADE HUMANA: II – IGUALDADE APROXIMADA: III – ALTRUÍSMO LIMITADO: IV – RECURSOS LIMITADOS: V – COMPREENSÃO E FORÇA DE VONTADE LIMITADAS: Em suma, os truísmos acima somados ao que foi lido revelam o núcleo que é o ponto de partida para entender o que é o direito natural, ou com que finalidade, ou de onde vem essa ideia de direito pré-imaginado antes da positivação das leis.
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