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Fundamentos de Prótese Fixa Terceira edição Herbert T. Shillingburg, Jr, DDS Professor responsável Departamento de Prótese Fixa Faculdade de Odontologia da Universidade de Oklahoma Oklahoma City, Oklahoma Sumiya Hobo, DDS, MSD Diretor da Academia Internacional de Odontologia Professor responsável do Departamento de Oclusão Faculdade de Odontologia Tohoku Tóquio, Japão Lowell D. Whitsett, DDS Professor Emérito do Departamento de Oclusão Faculdade de Odontologia da Universidade cie Oklahoma Oklahoma City, Oklahoma Richard Jacobi, DDS Professor Departamento Prótese Fixa Faculdade de Odontologia da Universidade de Oklahoma Oklahoma City, Oklahoma Susan E. Brackett, DDS, MS Professora adjunta Departamento de Prótese Fixa Faculdade de Odontologia da Universidade de Oklahoma Oklahoma City, Oklahoma quintessence Quintessence Publishing Co, Inc Chicago, Berlim , Londres, Tóquio, Moscou editora Itda. Praga , São Paulo, Sofia, Varsóvia t Capítulo 10 Preparos para Coroas Totais H á numerosas situações que exigem o uso de coroa total. Hámuito os dentistas a consideram a mais retentiva,' e estudos con-trolados de laboratório já demonstraram que. em relação à coroa parcial, a retenção e a resistência da total são bem superiores.2 ' ' Isso não significa que se deve usar coroa total em qualquer dente, mas, ao contrário, que ela deve ser usada nos dentes cuja restauração exija retenção máxima. Nas restaurações de dentes unitários, não é comum que haja a neces- sidade de retenção máxima. É mais provável que isso ocorra no projeto de retentores para próteses parciais fixas, quando são maiores as demandas que recaem sobre o preparo e a restauração. A seleção de um retentor de coroa total passa a ser imprescindível quando o pilar é pequeno ou o espaço edentado é grande. Usam-se variações da coroa total, da coroa metalocerâmica ou da co- roa cerâmica em situações que exijam bons resultados estéticos. A coroa total deve ser usada sempre que já se tiver pensado em projetos menos abrangentes e menos destrutivos, mas que foram considerados insatisfatórios em termos de retenção, resistência, cobertura ou estética. A cobertura total em determinadas circunstâncias pode ser um excelen- te tratamento, mas em geral seu uso é excessivo. Um relatório com dados sobre o atendimento dentário em 1979 indicou que quase 93% das restau- rações feitas pelos dentistas que apresentavam petições nas companhias de seguro eram constituídas de algum projeto de cobertura total do dente.` Sem dúvida, a percentagem deve ser ainda maior hoje em dia. A supressão total da morfologia do dente é um tratamento radical, e restaurá-la ade- quadamente pode ser difícil.' O dentista deve ter a certeza de que isso é necessário. Preparo para coroas totais de metal Quando todas as paredes axiais de uni dente posterior tiverem sido afetadas por descalcificação ou cárie, ou quando já tiverem sido restauradas, o dente é candidato a uma coroa total de metal. Agregando toda a estrutura dental remanescente, a coroa total de metal pode reforçar o dente e lhe dar susten- tação.' No entanto, deve ser usada criteriosamente, porque na verdade exi- ge uni preparo destrutivo. Pode enfraquecer, em vez de reforçar, a estrutura dental sempre que tiver havido destruição extensa no centro do dente. Contu- do. o preparo para uma coroa desse tipo é menos destrutivo que o necessário para as coroas cerâmicas e metalocerâmicas. Não se deve usar cobertura total em pacientes com cáries não controla- das; a coroa total é uma restauração que substitui a parcela estrutural per- dida e confere algum grau de sustentação estrutural ao dente. Contudo, não o protege contra as causas biológicas das cáries. Esses processos devem ser controlados por outros meios para que qualquer restauração possa ter sucesso. Instrumental 1 . Peça de mão 2. Broca n° 171 L 3. Ponta diamantada troncocõnica com extremidade arredondada 4. Ponta diantantada cônica curta 5. Ponta diantantada torpedo 6. Broca torpcdo 7. Cera vermelha O preparo para a coroa total começa com a redução oclusal, criando-se um espaço de aproximadamente 1.5 mini nas cúspides funcionais e de 1,0 num nas cúspide não-funcionais. Realizada esta primeira tarefa, pode-se determinar a altura oclusogengival do preparo e avaliar o seu potencial de retenção, acrescentando-se características auxiliares, se necessário. Colocam-se sulcos de orientação em profundidade na face oclusal do dente para criar um referencial que indique com clareza quando a redução é suficiente. Se a redução for iniciada sem referenciais de orientação, será gasto muito tempo verificando-se repetidas vezes se o espaço está bom. Usa-se uma ponta diamantada troncocônica de extremidade arredondada para criar os sulcos sobre as cristas e os sulcos básicos da face oclusal. Se já houver algum espaço com o dente oposto devido à má posição ou fratura do dente que está sendo preparado, os sulcos não devem ser tão profundos. A porção de dente que permanece entre os sulcos de orientação é retirada para completara redução oclusal (Fig. 10-1). Qualquer aspereza deixada pelos sulcos deve ser suprimida, mantendo-se a configuração geomén-ica conferida à face oclusal pelas vertentes das cúspides (tos dentes posteriores. Cria-se um bisel largo sobre a cúspide funcional, também desta vez utilizando-se a ponta diamantada troncocônica com extremidade arredondada (Fig. 10-2). Também aqui são úteis os sulcos de orientação em profundi- dade. O bisel sobre a cúspide funcional, situado sobre as vertentes vestibu- 115 11U , „1 ............ Fig. 10 -1. Redução oclusal: ponta diamantada tronco- cônica com extremidade arredondada e broca nx 171 L. Fig. 10-2. Bisel sobre cúspide funcional: ponta diamanta- da troncocônica com extremidade arredondada e broca n° 1711.. lares das cúspides vestibulares dos dentes inferiores e sobre as vertentes lin- guais das cúspides palatinas dos dentes superiores, é parte integrante da redu- ção oclusal. Se não for feito, as paredes da coroa poderão ficar finas ou defeituosas. Verifica-se o espaço oclusal pedindo-se ao paciente para que morda com unia tira de cera vermelha de 2,0 mm de espessura sobre o preparo. A cera é então examinada contra a luz para se verificar se o espaço oclusal é suficiente: qualquer parte do preparo que não tenha espaço oclusal suficien- te será detectada como a porção mais delgada da cera, sendo então necessá- rio reduzir mais a estrutura do (lente nas áreas indicadas e veri ficar de novo. A redução oclusal e o bisei sobre a cúspide funcional são polidos com uma broca n2 171 L nesse momento ou quando a broca for usada para pre- parar o sulco de assentamento. Não devem ficar ângulos ou cristas najun- ção entre as superfícies planas ou os biséis. Se ficarem, deverão ser retirados com a broca de fissura troncocõnica. As paredes vestibulare lingual são reduzidas com uma ponta diamanta- da torpedo. cujos lados produzirão a redução axial desejada enquanto sua ponta afilada formará uma linha de terminação em chanfro (Fig. 10-3). É preciso que a linha de terminação seja bem definida e regular para possibi- litar a construção de unia restauração bem ajustada," e a forma de chanfro é a ntclhor para se obter o volume necessário à resistência acompanhada por boa adnptaçào.' Fig. 10-3. Redução axial das faces vestibular e lingual: ponta diamantada torpedo. Os cortes proximais iniciais são feitos com uma ponta diamantada cônica curta (Fig. 10-4). A ponta diamantada mais fina trabalha na região proximal, nuns movimento de "serrote" em sentido oclusogengival ou vestibulolingual, com o cuidado de evitar os dentes adjacentes. Unta vez obtido espaço de manobra suficiente, introduz-se a ponta diamantada torpedo para polir as paredes, enquanto se cria uni chanfro que servirá de linha de terminação interproximal gengival. Todas as paredesaxiais são polidas com broca de acabamento torpedo carbide, de tamanho e forma capazes de permitir também ct arremate da linha de terminação em chanfro (Fig. 10-5). É preciso ter muito cuidado no arredondamento dos ângulos entre as faces vestibular ou lingual e as proximais para que a linha de terminação seja suave e contínua. A etapa final no preparo da coroa total é a colocação de uni sulco de assentamento (Fig. 10- 6), que se oporá às tendências rotacionais durante a cimentação, e ajudará a orientar a instalação da coroa. O sulco é formado com uma broca 11° 171 L e situado na parede axial mais volumosa. Essa geralmente é a face vestibu- lar dos preparos do arco dental inferior e a face palatina dos preparos do arco dental superior. Nos preparos para próteses parciais fixas longas, deve haver um sulco vestibular e um lingual para aumentar a resistência ao movi- mento mesiodistal. As características do preparo para uma coroa total de metal e as funções desempenhadas por cada uni estão demonstradas na figura 10-7. Coroas metalocerâmicas A coroa metulocerôuúco que pode ser chamada de restauração de porce- lana fundida com metal é constituída de unia camada de cerâmica ligada a urna infra-estrutura metálica fundida que se encaixa ao preparo do dente. Esse tipo de restauração combina a resistência e o ajuste preciso das coroa de metal fundido com o efeito estético da coroa de cerâmica. Com unia infra-estrutura metálica, sua resistência é maior que a das restaurações feitas apenas de cerâmica e, segundo Friedlander et al., é 2,8 vezes maior." Conseqüentemente. sua vida é mais longa e pode ser usada em maior nú- mero de situações, entre as quais a substituição de dentes ausentes por próteses parciais fixas. Como se trata de uma combinação de metal e cerâmica, não é de se sutpreender que o preparo do dente também seja uma combinação . Faz-se uma redução profunda das faces vestibulares a rim de deixar espaço para a 1 Fig. 10-4. Redução axial proximal: ponta diamantada cô- nica curta e pontas dianiantadas torpedo. Fig. 10-5. Chanfro e acabamento axial: broca torpedo. Fig. 10-6. Sulco de assentamento: broca n° 171L. Bisei sobre a cúspide funcional (durabilidade estrutural) Sulco de assentamento (retenção e resistência) das margens, preservação do periodonto) Fig. 10-7. Características de uni preparo para coroa metálica total e a função desem- penhada por cada tinia. infra-estrutura metálica e para uma cansada de cerâmica suficientemente espessa para garantir o resultado estético esperado. Na face lingual e nos aspectos linguais das faces proximais. a redução é mais rasa, semelhante à usada na coroa inteiramente de metal. Deve ficar una afeta em cada una das faces proximais, onde termina a redução vestibular profunda e começa a redução proximal mais rasa.` É essencial que a redução seja bem feita para se obter bom resultado estético. Se não houver espaço para a colocação de quantidade suficiente de material cerâmico, podem ocorrer dois eventos: (1) os contornos da restau- ração não serão bons, o que afetará tanto a estética da coroa quanto a saúde dos tecidos gengivais circundantes e (2) a gradação e a translucidez da restauração não combinarão com os dentes naturais adjacentes. Coroas metalocerâmicas anteriores É necessária unia redução uniforme de aproximadamente 1,2 mm sobre toda a face vestibular . Para se fazer boa redução sem invadir a polpa, essa face deve ser preparada em dois planos que correspondam a grosso modo aos dois planos geométricos presentes na face vestibular de uni dente ínte- gro (Fig. 10-8). Se a redução ocorrer em um só plano, uni prolongamento do plano gengival , a margem incisal ficará proeminente, o que prejudicará a vitalidade da cor ou criará uni sobrecoutorno . Se o plano único de preparo tiver redução suficiente no aspecto incisal da face vestibular , esta ficará afilada dentais e muito próxima à polpa. Instrumental 1. Bisturi de laboratório com lâmina n9 25 2. Silicona densa e catalisador 3. Peça de mão 4. Ponta diamantada troncocônica 5. Roda pequena diamantada 6. Ponta diamantada cônica longa 7. Ponta diamantada torpedo 8. Broca torpedo 9. Broca para fissuras de extremidade arredondada H158-012 10. Cinzel bianculado RS- 1 Redução oclusa) (durabilidade estruwrafl RedIuçiìnaslal Iretenc5ii e ies lstência, durabìlldáde -.autoral) Chanfro (integridade r Fig. 10-8. É importante reduzir a face vestibular em dois planos para a colocação de unta coroa ntetalocerâmica (A). Se for criado apenas uni plano, o opaco poderá ueutspareccr (B). a face vestibular poderá ficar com contorno excessivo (C) ou a polpa poderá ser invadida (D). Se for feito um molde do dente antes de se começar o preparo, será possível contar com um meio preciso para se verificar a redução produzida pelo preparo. Se os contornos do dente forem corretos, o molde poderá ser feito na própria boca, enquanto se espera a ação do anestésico, mas se o dente estiver muito quebrado, ou se seus contornos tiverem que ser muda- dos na restauração acabada, o molde deverá ser feito a partir de um modelo de estudo de cera previamente montado. Para isso, mistura-se meia colher de silicona com a quantidade devida de catalisador e amassa-se na palma da mão até que todas as estrias do catalisador tenham desaparecido. A silicona é então adaptada com o pole- gar e o indicador ao dente a ser preparado (Fig. 10-9) e deve polinierizar sobre o dente, o que demora cerca de 2 minutos. Esse molde deve cobrir toda a face vestibular e a lingual (ou palatina) do dente, mais as faces corres- pondentes de pelo menos um dente adjacente (Fig. 10-10). O molde é então retirado dos dentes. Usa-se um bisturi de laboratório com lâmina n° 25 para recortar as margens incisais do molde, a fim de separar unia metade vestibular da outra lingual (Fig. 10-1I). A metade lin- gual (ou palatino) é deixada de lado, enquanto a vestibular é cortada do lado mesial para o distal através das marcas deixadas pelas faces vestibulares dos dentes, produzindo-se uma metade incisal e outra gengival (Fig. 10-12). A metade gengival da porção vestibular é posta sobre as faces corres- pondentes aos dentes para se verificar se está bem adaptada (Fig. 10-13). Depois de retirá-lo, o molde lingual (ou palatino) é posto sobre o dente, verificando-se sua adaptação às margens incisais (Fig. 10-14). Fig. 10-9. A silicona é modelada às faces vestibular e lingual (ou palatina) do dente a ser preparado e dos den- tes adjacentes. Fig. 10-10 . O molde deve ficar em contato com as faces vestibular e lingual (ou palatina) dos dentes situados em ambos os lados do dente que está sendo preparado. Fig. 10-11 . Divide-se o molde em unta metade vestibular e outra lingual (ou palatina). Fig. 10 -12. Divide-se a metade vestibular do molde em unta metade gengival e outra incisal. Fig. 10-13. Coloca-se a metade gengival do molde sobre os dentes para ver se está bem ajustada. Fig. 10-14. Coloca-se a metade lingual (ou palatina) para verificar sua precisão. Os moldes vestibular e lingual (ou palatino) são postos de lado até que o preparo tenha sido terminado. Então. a metade gengiva] do molde vestibular é posto sobre o preparo, verificando-se o espaço livre vestibular, onde deve entrar uma infra-estrutura metálica (Fig. 10-15). Se a redução tiver sido insuficiente, o molde será retirado da boca, reduzindo-se trais o dente. Para se verificar o espaço livre incisal, põe-se o molde lingual sobre o preparo e avalia-se a distância entre a margem incisal deste e a margem da marca deixada pelo dente no molde (Fig. 10-16). A primeira etapa do preparo para unia coroa metalocerâmica é a colo- cação dos sulcos de orientação em profundidade sobre as faces vestibular e incisal com unia ponta diamantada troncocônica. Esses sulcos, recomenda- dos por Preston10 e Miller," constituem um meio de verificara quantidade de dente que deverá ser retirada. Introduz-se todo o diâmetro de uns instru- mento de dimensões conhecidas no dente; pode-se medir a profundidade da redução utilizando-se a superfície não reduzida da estrutura dental remanes- cente como ponto de referência." Se a redução tiver sido feita sem sulcos, o tempo gasto será maior para compará-la repetidas vezes ao molde. Os sulcos vestibulares deveras ser cortados em dois grupos: uns paralelo à metade gengival da face vestibular e outro paralelo à metade incisal dessa mesma face (Fig. 10-17). Esses sulcos devem ter 1,2 mm de profundidade. Os sulcos incisais devem ser cortados ao longo de toda a margem incisal, prolongando-se 2,0 mm em direção gengival. A redução incisal é feita com a ponta diamantada troncocônica de ex- tremidade plana para que fique paralela à inclinação da margem incisal não preparada (Fig. 10-18). Isso é feito em primeiro lugar para que o instrumen- to possa ter acesso às paredes axiais e à linha de terminação gengival. Se a redução incisal for insuficiente, a translucidez incisal será insatisfatória na restauração acabada. A redução da porção incisal da face vestibular é l eita com a mesma ponta diamantada troncocônica de extremidade plana. 'Poda a estrutura do dente é removida na mesma profundidade dos sulcos de orientação (Fig. 10-19). A porção gengival da face vestibular é reduzida de modo semelhan- te, até os sulcos de orientação em profundidade, com a ponta diamantada troncocõnica de extremidade plana. Essa redução é feita cri] torno do ângu- lo vestibuloproximal até um ponto distante 1,0 mm lingualmente dos conta- tos proxinsais (Fig. 10-20). Embora as aletas resultantes possam oferecer alguma resistência à rotação. essa não é a principal razão de sua existência; elas conservam a estrutura dental, se de fato ainda houver alguma estrutura sólida nas faces proxinsais. É importante que a porção de cada aleta voltada para a face vestibular tenha inclinação semelhante à da porção gengiva] da própria face vestibular. Fig. 10-15. Posição da metade gengival do molde sobre o preparo para se verificar a redução vestibular. Fig. 10-16. Coloca-se o molde lingual (ou palatino) sobre o preparo para se avaliar a redução incisal. 12u r nnuuuaauu., uc, n... . .... Fig. 10-17. Sulcos de orientação em profundidade: ponta diamantada tron- cocônica com extremidade plana. Fig. 10 -18. Redução incisal: ponta dia- Fig. 10-19. Redução vestibular (meia- mamada troncocônica com extreinida- de gengiva[): ponta diamantada trct- de plana. cocônica de extremidade plana. A face lingual é reduzida com uma roda diamantada pequena até se obter um espaço livre mínimo de 0.7 min em relação aos dentes opostos (Fig. 10-21). As porções da face lingual que receberão cobertura de cerâmica devem ter um espaço livre de 1,0 111111. A junção entre o cíngulo e a parede lingual não deve ser reduzida ent demasia: o seu encurtamento excessivo reduz a retenção. Usa-se uma ponta diamantada longa para completar o acesso pelas áreas proximais, a fim de reduzir ao mínimo as probabilidades de ferir os dentes adjacentes (Fig. 10-22). Grande parte da redução axial na região do contato proximal deverá ser feita com a ponta diamantada troncocônica de extremidade plana. O aspecto lingual das paredes axiais proximais, assim como a própria face lingual, são reduzidos com a ponta diamantada torpedo (Fig. 10-23). As paredes axiais lingual e proximal são alisadas com a broca torpedo, acentuando-se o chanfro das faces lingual e proximal ao mesmo tempo (Fig. 10-24). Usa-se urna broca para fissuras de extremidade plana H158-012 para polir a face vestibular (Fig. 10-25). Todos os ângulos e as margens do pre- paro são arredondados com os lados da broca para facilitar o assentamento da restauração, mais tarde. Enquanto a face vestibular vai sendo alisada pelo lado da broca. a extremidade desta vai formando uni ombro com ângu- lo intenso arredondado na linha de terminação. Defende-se o uso de ombros simples nas linhas de terminação vestibu- logengivais de coroas metalocerâmicas12 ` ou com biséis estreitos."'" 2' Alguns autores afirmam que as coroas metalocerâmicas com margens ves- tibulogengivais de metal sobre o ombro sofrem menos distorções durante a queima da porcelana." r' Uma possível explicação para isso é que a confi- guração do ombro cria espaço para a instalação de uma viga de metal a fino de reforçar a margem.`21 Outros afirmam que não encontraram diferença no ajuste das margens, e aventam a hipótese de que as lacunas marginais observadas após a queima da cerâmica podem ser causadas por problemas técnicos na formação de uma margem de metal e cerâmica em forma de faca" ou por diferenças nas combinações do metal com a cerâmica? Con- tudo, há uma forte razão para não se usar absolutamente a margem de metal: quando se acrescenta um colar de metal a um bisei sobre um de- grau=fi, muitas vezes é preciso que a linha de terminação seja colocada no fundo cio sulco gengival para ocultar o metal.'-' Se for usada alguma fornia de ombro seno bisel, pode-se fazer tuna margem toda de cerâmica, o que elimina o colar de metal na margem vesti bulogengivai da restauração meta- locerâmica acabada, e não há a necessidade de se estender essa margem debaixo da gengiva. Fig. 10-20. Redução vestibular (meta- Fig. 10-21. Redução lingual: roda dia- Fig. 10-22. Inicio da redução proximal: de gengival): ponta diamantada tronco- mancada pequena. ponta diamantada cônica longa. cônica de extremidade plana. Fig.10-23. Reduçãoaxiallingual:pon- Fig. 10-24. Acabamento axial: broca Fig. 10-25. Acabamento da parede ta diamantada torpedo, torpedo, axial e do ombro: broca para fissuras de extremidade plana. Avaliações quantitativas do ajuste das margens de ombros de cerâmica em coroas metalocerâmicas concluíram que é satisfatória a adaptação da cerâmica à linha de terminação do preparo. Belser et al. registraram, in viro, discrepâncias marginais de 46pm em coroas metalocerâmicas cimen- tadas com margens vestibulares de cerâmica." Não descobriram diferen- ças significativas entre as coroas com margens de cerâmica e as com colar de metal sobre o ombro simples e ombros com bisel na linha de terminação. Estudos feitos in cirro por West e associados29 e por Hunt et al."" descobri- ram discrepâncias iníninias em margens de cerâmica postas sobre ombros de coroas netalocerâmicas. Evidentemente, um dentista só poderá usar margens de cerâmica sobre coroas metalocerâmicas se o técnico de labo- ratório for capaz de produzir restaurações com margens de cerâmica pre- cisas. Zena et ai. demonstraram que as margens de cerâmica feitas sobre ombros alisados a pião ajustam-se bem melhor que as feitas sobre linhas de terminação cortadas apenas com instrumentos rotatórios." No entanto, se for usado uni cinzel convenciona para esmalte no alisamento de uni ombro com ângulo interno arredondado, ângulos vivos formados pelos lados da lâmina destruirão o ângulo intento arredondado da linha de terminação (Fig. 10-26). Recomenda-se o uso de uni cinzel biangulado 15-8-8 modificado, o RS- 1 (Suter Dental Mfg. Chicago. CA) para evitar esse problema (Fig. 10-27). Esse instrumento tem unia lâmina escarificadora em cada extremidade, ao contrário do cinzel biangulado convencional 15-8-8, que tens uma lâmina escarificadora numa das extremidades e unia lâmina de cinzel na outra (Fig. 10-28). Um dos cantos de uma das lâminas RS-1 é arredondado com pedra montada Arkansas (Fig. 10-29 A) e o canto oposto é arredondado na outra extremidade (Fig. 10-29 B). Urna das extremidades, cone o canto arredondado contra o "ângulo" axiogengival, é usada para preparar o ombro com ângulo interno arredonda- do em metade clo preparo (Fig. 10-30). A outra, com seu canto modificado, também contra a junção axiogengival arredondada, é usada para polir a linha de terminação na outra metade do preparo. A lâmina, de1,5 nine de largura, ampliará a linha de terminação, que de 1,2 mni passará a ter 1,5 mni. o que removerá qualquer saliência de esmalte que possa prolongar- se oclusalmente a partir do ângulo cavos superficia1. A figura 10-31 mostra os características de um preparo para restaura- ção metalocerâmica anterior e a função desempenhada por cada uma. Fig. 10 -26. Os ângulos vivos de um cinzel convencional destruirão o ângulo axiogengival (detalhe) do ombro com ângulo interno arredondado. A Fig. 10-27. O cinzel RS-1 é unia forma modificada do cin- zel 15-8-8 com a mesma lâmina escarif icadora de puxar em anchos os lados (A e B). Fig. 10-28. Uni cinzel 15-8-8 convencional biangulado tem uma lâmina escariadora de puxar numa das extremi- dades (A) e uma lâmina escariadora de empurrar na outra (B). Fig. 10-29. Arredonda-se uni ângulo de urna das extremidades do cinzel RS-1 (A) e o ângulo oposto da outra extremidade (B). Fig. 10-30. O ângulo arredondado de uma das extremida- des do cinzel RS-1 é colocado contra o ângulo axiogeug,i- vai, enquanto se alisa a metade mesial do ombro (M). A outra extremidade é usada para preparar a metade distai da linha de terminação (D). Ombro coai ângulo interno arredondado (preservação do periodonto, durabilidade estrutural) (rcicn..iui 1c H1rnria. preservação da estrutura do dentel Chanfro( i ntegridade das margens , preservação do periodonto) Redução axial (retenção e resistência, durabilidade estrutural) Sulco incisal (durabilidade estrutural) Fig. 10-31. Características de uni preparo para coroa metalocerâmica anterior e a função desempenhada por cada unia delas. Coroas metalocerãmicas posteriores O uso de coroas metalocerâmicas em dentes posteriores possibilita a cria- ção de uma restauração estética quando há a necessidade de coroa total em zona aparente. Os pré-molares e os primeiros molares superiores, e os primei- ros pré-molares inferiores quase sempre estão em zona aparente. No arco dental inferior, os segundos pré-molares também podem estar nessa cate- goria. Os segundos molares superiores e os molares inferiores podem preci- sar de coroas metalocerâmicas se o paciente não aceitar coroas metálicas. O uso rotineiro de coroas metalocerâmicas em todos os pré-molares e molares é o que se pode chamar de supertratamento, em vista da grande parte estrutural do dente que precisa ser destruída para acomodar toda a espessura do metal e da cerâmica combinados. Muitas vezes a despesa também é maior para o paciente, já que os gastos com laboratório são mais altos; além disso, são maiores os riscos de fracasso devido à fratura do revestimento cerâmico. O uso rotineiro de faces oclusais totalmente de cerâmica foi analisado e criticado." Trata-se de uma restauração que tem vantagens estéticas óbvi- as quando a localização do dente assim exige, ou quando sobre ela recai a preferência do paciente. No entanto, os pacientes que desejam faces oclusais de cerâmica devem tomar conhecimento dos seus possíveis problemas: re- moção de maior volume estrutural do dente e ameaça à integridade estrutu- ral das faces oclusais opostas. A porcelana dentária vitrificada, normalmente usada, é cerca de 40 vezes mais abrasiva que o ouro para o esmalte do dente." Ao se fazer o preparo para esse tipo de coroa, deve-se estar cons- ciente da magnitude da cobertura feita com cerâmica, pois as áreas por ela recobertas precisam de maior redução que as que serão cobertas apenas com metal. Instrumental 1 . Bisturi de laboratório com lâmina n° 25 2. Silicona densa e catalisador 3. Peça de mão 4. Ponta diamantada troncocônica com extremidade plana 5. Ponta diamantada cônica curta 6. Ponta diamantada torpedo 7. Broca torpedo 8. Broca de extremidade arredondada H158-012 para fissuras 9. Cinzel biangulado RS-I E 1 E 1 Antes de iniciar o preparo , adapta -se a silicona às faces vestibular, lingual e oclusal do ciente a ser preparado e a essas faces de uni dente adjacente de cada lado. Depois da polimericação . pode-se construir uni meio-molde sagital cortan- do-se a silicona na metade. ao longo da linha mediana vestibuIolingual do dente que está sendo preparado . A silicona é posta de novo sobre o dente para se verificar a adaptação . Se a coroa clínica estiver muito danificada . o molde de- verá ser I'eito a partir de uni modelo de estudo. Para se fazer o molde vestibular, corta - se a silicona ao longodas cúspides vestibul a res elos dentes ; essa peça será a seguir dividida ao longo de unia linha situada à meia distância entre as linhas cervicais dos dentes e as pon- tas das cúspides vestibulares . A porção oclusal é descartada , e a porção gengival é usada como molde. Começa-se a redução oclusal fazendo - se sulcos de orientação em pro- fundidade com unia ponta diamantada troncocônica de extremidade arre- dondada . Nas áreas a serem revestidas por cerâmica , a redução deve ser de 1,5` a 2 , 0 min l" "-" I Termina -se a redução oclusal retirando - se as faixas de esmalte intacto de entre os .sulcos de orientação em profundidade com a mesma ponta diamantada . Essa redução deve ter planos precisos, que re- produzam a morfologia oclusal geral" ou a forma geométrica básica da face oclusal (Fig. 10-32). O bisei na cúspide funcional ( que favorece a uniformidade do volume de material restaurador a ser colocado sobre as vertentes linguais das cúspides palatinas dos dentes superiores e sobre as vertentes vestibulares das cúspides vestibulares dos dentes inferiores ) também começa a ser feito com sulcos de orientação em profundidade (Fig. 10-33). A profundidade necessária será de 1 , 5 mm (cobertura de metal apenas ) ou de 2,0 nun ( metal revestido de cerâmica ). Termina - se o bisei sobre a cúspide funcional retirando-se estrutura dental de entre os sulcos de orientação em profundidade. A angulação do bisei é aproximadamente igual à da inclinação das cúspides opostas. Usa-se unia broca n4 171L para alisar os planos da redução oclusal, a fim de suprimir asperezas ou depressões que possam impedir o ajuste total da restauração acabada , Devem ser arredondadas quaisquer arestas ou ângulos vivos do preparo que possam causar problemas na hora de usar o material de moldagem , de provar e fazer modelos e, finalmente , de ajustar perfeitamente a coroa terminada. Alinha-se a ponta diamantada ( troncocônica com extremidade plana) com o segmento oclusal da face vestibular, cortando -se três sulcos verticais na sua porção oclusal ; esses sulcos devem ter quase o diâmetro total do instrumento e ir desaparecendo gradualmente em direção gengival ( Fig. 10- 34). A mesma ponta diamantada é alinhada cone o componente gengival da face vestibular, e o lado do instrumento é usado para recortar a superfície do dente; todo o diâmetro do instrumento deve penetrar no dente. A ponta do instrumento deve estar em situação ligeiramente supragengival nesse ponto, mesmo que a localização pretendida da linha de terminação coincida cone a margem gengival ou fique uni pouco abaixo dela. Devem ser feitos pelo menos mais dois sulcos de orientação nas proximidades das arestas do dente. Toda a estrutura remanescente entre os sulcos de orientação é removi- da com a ponta diamantada troncocônica da extremidade plana. na mesma profundidade dos sulcos (Fig. 10-35). A porção gengival dessa mesma face é então reduzida e prolongada até a face proximal (Fig. 10-36). Se for feita unia redução vestibular inferior a 1,2 mm, unia coroa metalocerâmica bási- ca, ou de 1,4 mui para unia coroa metalocerânnica nobre, a restauração ficará opaca ou com contornos excessivos. Começa-se a redução axial proximal com uma ponta diamantada cônica curta (Fig. 10-37), cujo diâmetro pequeno possibilita trabalhar nessa face sem danificar os dentes adjacentes. Na face intetproximal, pode-se usar o instrumento com movimentos ascendentes e descendentes sobre o aspecto vestibular, oucom movimentos vestibulolinguais sobre a porção oclusa]. Ini- cialmente, o objetivo é obter a separação entre os dentes sem afunilar de- mais as paredes preparadas ou nnutilar o (lente adjacente. As paredes axiais proximais são então aplainadas cone a ponta diamantada cônica. A parede axial lingual é reduzida com uma ponta diamantada torpedo (Fig. 10-38). Retira-se quantidade suficiente de estrutura dental das pare- des axiais lingual e proxinial para criar unia linha de terminação em chanfro bens definida nos lugares que não serão revestidos por cerâmica. Tanto a linha de terminação quanto as paredes axiais a ela adjacentes são alisadas com uma broca de acabamento torpedo carbide. Todas as paredes axiais a serem recobertas apenas com metal são acabadas de maneira semelhante. A face vestibular e as partes das faces proximais a serem revestidas cot» cerâmica são alisadas com uma broca H158-012 para fissuras (Fig. 10-39). No prolongamento mais lingual da redução vestibular, lingualmente à área de contato, a transição entre a redução vestibular, mais profunda, e a redução axial lingual, relativamente mais rasa, produz unia parede vertical ou "aleta". Essas abas não devem ser interceptadas pelas paredes axiais vestibular ou lingual do preparo. Se o ombro e as abas não estiverem em posição lingual em relação à área de contato, a área proximal do revestimento de cerâmica não terá translucidez. Se existiu unia restauração de amálgama no dente antes do Fig. 10-32. Redução oclusal plani- Fig. 10-33. Bisel sobre a cúspide fui- Fig. 10-34. Sulcos de orientação em forme: ponta diamantada troncocônica cional: ponta diamantada troncocônica profundidade: ponta diamantada fron- de extremidade arredondada e broca n4 com extremidade arredondada e broca cocônica com extremidade plana. 1711.. n2171 L. Fig. 10-35. Redução vestibular meia- Fig. 10-36. Redução vestibular, meta- de gengival: ponta diamantada tronco- de ;en^ival: ponta diamantada tronco- cõnica de extremidade plana. cõnica de extremidade plana. Fig. 10-38. Redução axial lingual e aca- Fig. 10-39 . Acabamento da parede barrento: ponta diamantada e broca axial vestibular e cio ombro cone ãngu- torpedo. lo interno arredondado: broca de extre- midade arredondada para fissuras. preparo, a aleta deverá ser feita de tal modo que coincida cone a parede lingual da caixa proximal de amálgama. Se toda a face proximal tiver que ser revestida com cerâmica, o ombro deverá ser prolongado através da face prosa mal, sem aleta. O ombro com ângulo interno arredondado. iniciado com a ponta diaman- tada troncocônica de extremidade plana no momento em que a redução vestibular foi terminada. é agora acabado com a broca com extremidade arredondada para fissuras. Nos dentes posteriores muito visíveis, como os pré-molares superiores, freqüentemente se usa uma margem só de cerâmi- ca para se obter bom resultado estético sem entrar no sulco gengival. O ombro de 1.Onnn de largura é alisado coas o cinzel biangulado RS-1 modifi- cado, que preservará o ângulo interno arredondado criado pela broca com extremidade arredondada para tisst iras. Qualquer '' saliência'' ou bisel invertido de esmalte no ângulo cavossuperficial deve ser retirado. Nessa á rea, aléns de as bordas pequenas e agudas não serem reproduzidas quando o material de moldagens é colocado, também podem fraturar-se no modelo ou tio pró- prio dente. Há ocasiões em que a melhor linha de terminação é o ombro com bisei: isso ocorre quando as necessidades estéticas não são tão cruciais ou quan- do o técnico de laboratório não é capaz de produzir ursa margem precisa de cerâmica. Pode-se criar um bisei estreito (largara não superior a 0.3mm) no 1 Fig. 10-37. Redução axial proximal: ponta diamantada cônica curta. Fig. 10-40. Bisel gengival: ponta dia- mantada eni forma de chama e broca de acabamento. ombro com a extremidade de uma ponta diamantada em forma de chanca (Fie. 10-40). O bisei deve continuar estreito, pois o colar de metal da coroa deverá ter a sua largura. É mais fácil moldar e modelar o bisei se a ponta diamantada ficar o inais inclinada possível em direção ao centro do dente. O bisel é acabado com tinta broca carbide H481-010 em forma de chama para criar unta linha de terminação com aparência limpa. As características do preparo para uma restauração metalocerâmica posterior e a função de- sempenhada por cada uma estão demonstradas na figura 10-41. Coroas de cerâmica A coroa cerâmica difere das outras coroas totais cimentadas por não ser feita de ouro ou de qualquer outro metal. Entre todas, é a que produz o melhor efeito estético, mas, por ser feita inteiramente de uni produto friável, também é mais suscetível a fraturas. Foi o desenvolvimento da porcelana dentária reforçada com alumina na década de 60 que renovou o interesse por esse tipo de restau- ração." Na última década, as marcas que mais chamaram a atenção dos pro- fissionais foram Dicor. Hicerans, In-cerant e IPS Enspress. Os preparos para esse tipo de coroa devem ser os asais longos possíveis para oferecer sustentação máxima à porcelana: se forem curtos, haverá concentração de tensões na região vestibulogengival da coroa,` o que pode Bisei gengiva (opcional) integridade das margens) Onihrucomângulo u terno arredondado t preservação do periodonto, durabilidade estruWral I Apela (retenção e resistência.preservação da estrutura do dente) Redução oclusa) tini)on»e (durabilidade estrutural Chanllul integridade das margens,preservação do periadontoi Redução axial retenção e resix[incia. tini ah) lidade estrutural ) Bisei em cúspide funcional i durahilidade esiluuu:d Fig. 10-41 . Características de uni preparo para coroa metalocerãmica cri] dente pos- terior c tinção exercida por cada unia. produzir a característica fratura em meia-lua .'" „' Usa-se tini ombro de lar- gura uniforme (cerca de Imm) como linha de terminação gengival para criar unia base plana capaz de resistir às forças de origem incisal.'"" A margem incisal é plana. com ligeira inclinação de direção linguogengival para resistir às forças que sobre ela incidem e evitar cizalhamento.'°" Fi- nalmente , todas as arestas do preparo devem ser ligeiramente arredonda- das para reduzir o perigo de fratura causada por pontos de concentração de tensão.'" "" A posição do dente no arco , os fatores relacionados à oclusão e as características morfológicas do dente são dados que devem ser pesa- dos quando se pensa em utilizar uma coroa cerâmica . Esse tipo de restaura- ção presta - se mais ao uso em incisivos . Se for usado em outros dentes, o paciente deverá saber que é grande o risco de fratura. O uso da coroa cerâmica deve ser evitado em dentes que tenham oclusão de topo, o que produz tensão na região incisal da restauração . Tampouco deve ser usada quando os dentes opostos fazem oclusão sobre o quinto cervical da face lingual da restauração: com a tensão produzida. poderá ocorrer fratura em meia-lua. Em dentes cujas coroas clínicas têm porção cervical curta também é gravide o risco de se usar coroa cerâmica. pois o comprimento do preparo não será suficiente para dar sustentação às faces lingual e incisal da restauração. Instrumental 1. Peça de mão 2. Ponta diamantada t oncocônica de extremidade plana 3. Roda diamantada pequena 4. Broca de extremidade arredondada H 158-012 para fissuras 5. Cinzel biangulado RS-1 Criam-se sulcos de orientação em profundidade nas faces vestibular e incisal com a ponta diamantada troncocônica de extremidade plana antes de qualquer redução (Fig. I0-42); sem sulcos, é impossível calcular com preci- são a profundidade da redução feita sobre a face vestibular. Esses sulcos têm profundidade de 1,2 a 1,4mm na face vestibular e de 2,(Imm na incisal. Três sulcos vestibulares são cortados com a ponta diamantada paralela ao terço gengiva) da face vestibular. Corta-se a seguir um segundo conjuntode dois sulcos paralelos aos 2/3 incisais da face vestibular não cortada. A face vestibular do preparo da coroa de cerâmica é feita em dois planos, a fim de criar espaço livre capaz de produzir bons resultados estéticos sem invadir a polpa." A redução incisal é feita com a ponta diamantada troncocônica de extremidade piaria para que os instrumentos consigam ter acesso à área da linha de terminação do preparo nas etapas seguintes. Retira-se de 1,5 a 2,0 moi de estrutura dental (Fig. 10-43). Retira-se a parcela estrutural que ficou entre os sulcos de orientação em profundidade da porção incisal da face vestibular (Fig. 10-44). A porção gengival é reduzida com a ponta diamantada troncocônica de extremidade plana até atingir unia profundidade de 1,2 a I,dnmm. Essa redução prolonga- se em torno dos ângulos vestibuloproximais e vai desaparecendo gradual- mente sobre os aspectos linguais das faces proximais (Fig. 10-45). A extremidade plana da ponta diamantada uoneocôniea formará a linha de terminação em ombro. enquanto a redução axial será feita com os lados da Fig. 10-42. Sulcos de orientação em Fig. 10.43. Redução incisal: ponta di- Fig . 10-44. Redução vestibular (meia- profundidade: ponta diamantada troo- amantada trone cônica de extremidade de incis t: ponta diamantada tronco- cocônica de extremidade plana. plana. cônica de extremidade plana. ponta diamantada. O ombro deve ter no mínimo 1,0mm de largura. A redu- ção lingual é feita com a roda diamantada pequena, com o cuidado de não retirar dentais da junção entre o cíngulo e a parede lingual (Fig. 10-46), o que diminuiria a retenção do preparo. A redução da parede axial lingual é feita com a ponta diamantada tron- cocônica de extremidade plana (Fig. 10-47); a conicidade formada com a porção gengival deve ser mínima. O ombro com ângulo interno arredondado deve ter pelo menos I.Omm de largura e constituir unia continuação suave dos ombros vestibular e proxintal. As coroas cerâmicas feitas sobre linhas Fig. 10 -45. Redução vestibular (meta- de gengival : ponta diamantada tronco- cônica de extremidade plana. de terminação em ombro são mais resistentes que as feitas sobre chan- fros."" Todas as paredes axiais devem ser alisadas com tona broca H 158- 012 de extremidade arredondada para fissuras, acentuando-se o ombro ao mesmo tempo (Fig. 10-48). Todas as arestas devem ser arredondadas nes- se momento . O cinzel biangulado RS-l modificado é usado para polir o ombro, retirando-se o esmalte solto do ângulo eavossuperticial. Deve-se tomar cuidado para não criar recortes na junção das paredes axiais com o ombro. A figura 10-49 mostra as características do preparo para coroa cerâmica e a função de cada uma delas. Fig. 10-46. Redução lingual : roda dia- mantada pe(Iuena. Ombro com ângulo interno arredondado (integridade das margens preservação do periodondo. resistência) durabilidadeestmtural, ------C Redução axial (retenção e resistência. durabilidade estrutural) Parede lateral venical (retenção e resistência) Reduçãocõncova no cíngulo (durabilidade estrutural) Are,ta. iedo andada, Idurabilidadr :.u uluial I Fig. 10-48. Parede axial e ombro com ângulo interno arredondado: broca de extremidade arredondada para fissura. Fig. 10-49 . Características de um preparo para coroa cerâmica e suas funções. Fig. 10-47 . Redução axial lingual: pon- ta diamantada troncocõnica de extre- midade plana. Referências bibliográficas 1. Thom LW Principies of cavity preparation in crown and bridge prostheses 1 . The lull crown. JAm Dent Assoc 1950, 41:284289. 2. Lorey RE. Myers GE: The retentive qualities of bridge retain- ers JAm Denr Assoc 1968: 76 568-572. 3. 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