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Caramujo Africano (Achatina fulica) Espécies exóticas são aquelas que, de uma forma ou outra, deixaram seu hábitat natural e tomaram “posse” de um outro território. Reproduzindo-se de forma não-controlada, esses animais e plantas podem transformar ecossistemas inteiros. Na maioria das vezes, estas espécies acabam sem um predador natural no lugar onde estão, o que favorece sua multiplicação intensiva, possibilitando competir com espécies locais por alimento e água, influenciando na diminuição ou até mesmo na extinção de espécies locais. As mesmas se tornam espécies exóticas com potencial invasor devido ao transporte de animais e plantas para fora de seu local de origem ou até mesmo por motivos naturais, como mudanças climáticas e catástrofes O Caramujo Africano, de nome científico Achatina fulica, é um molusco que pertence à classe Gastropoda, de concha cônica marrom ou mosqueada de tons claros. é uma espécie originária de partes nordestes do continente africano Os adultos da espécie atingem até 18 centímetros de comprimento de concha e pesam até 500 gramas. No sudoeste do Brasil, eles chegam no máximo a 10 centímetros de concha e 100 gramas de peso total. 18 cm 100g É uma espécie extremamente prolífica, alcançando a maturidade sexual aos 4 ou 5 meses. A fecundação é mútua, pois os indivíduos são hermafroditas e podem realizar até cinco posturas por ano, podendo atingir de 50 a 400 ovos por postura. As condições favoráveis para este animal são locais com bastante umidade e temperatura entre 9 e 29°C , embora possam sobreviver hibernando com a temperatura de até -2°C. São herbívoros e quando sua necessidade de cálcio não é atingida , se alimentam de osso , pedras e areia para manter a resistência de seu casco. O caramujo é hermafrodita podendo ou não se reproduzir sozinho, embora quando muito jovem produza apenas esperma, diferente dos adultos que produzem esperma e óvulos. O animal pode viver de 5 a 7 anos, porém há relatos sobre alguns que viveram por 10 anos. Como Foram Introduzidos É classificado como uma das espécies que mais causam problemas ambientais no mundo No Brasil, teve-se notícia de que em meados dos anos 80, o molusco, por meio de uma feira agropecuária no Paraná, teve seu debute, sendo apresentado como uma alternativa mais acessível a quem fazia parte do mercado de escargot Todavia, seu desdobramento como substituto não foi de muito sucesso, já que não era de muito agrado ao público brasileiro o consumo deste tipo de alimento, o que levou ao abandono da criação e à soltura desses animais ao meio ambiente sem nenhum tipo de cuidado Com isso, e sem nenhum predador natural aparente, a espécie continua a se proliferar em ritmo acelerado e invadindo mais e mais CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS E ECONÔMICAS O Caramujo Gigante Africano se encontra em todas as regiões do Brasil, isso se deve justamente por sua fácil adaptação a diversos biomas, também à sua resistência ao frio e à seca, permitindo com que resida em florestas, caatingas, brejos, meios urbanos e outros, sendo que, por onde passa, causa uma série de danos, consequências de sua inserção no país O mapa mostra a presença do caramujo africano em 23 dos 26 estados brasileiros As numerosas populações desse molusco no Brasil devem-se principalmente ao seu grande potencial biótico e à ausência de patógenos específicos Ao analisar sua convivência em meios agrícolas, nota-se que, o muco por ele deixado quando transita entre as plantações prejudica o desenvolvimento dos alimentos cultivados, já que este causa contaminações por vermes, desencadeando doenças. A destruição nas plantações também se deve ao fato de que os próprios caramujos se alimentam das folhas sendo capazes de atacarem mais de 500 tipos plantas especialmente o feijão e a helicônia Em meios urbanos, causam incômodo por escalarem prédios, muros e paredes, por transitarem em grande quantidade e atrapalharem o trânsito de pedestres. Quando o caramujo encontra um ambiente desfavorável à sua sobrevivência (com pouco alimento, por exemplo), encontra um local seguro, se aloja dentro do casco e, como uma espécie de película, forma-se um “epifragma” a partir de carbonato de cálcio presente em seu organismo em casos semelhantes a este, pode ocorrer um acúmulo de água na parte vazia do casco, servindo como criadouro para o Aedes aegypti, acarretando uma preocupação ainda maior por parte dos órgãos públicos, devido ao recente surto de zika vírus e da chikungunya No organismo de roedores, em especial ratazanas, vivem o verme Doenças Angiostrongylus cantonensis Angiostrongylus costaricensis e da No momento em que o roedor vier a defecar ou urinar, junto às excreções, liberar-se-ão larvas desses vermes. Ao modo que o caramujo gigante africano se locomove entre lixo, entulho, restos de alimentos e outros, entra também em contato com as excreções contaminadas dos roedores e contraem essas larvas causadoras da Angiostrongilíase meningoencefálica e Angiostrongilíase abdominal Esquema do ciclo de contaminação O verme Angiostrongylus costaricensis é o causador da doença Angiostrongilíase abdominal, que se aloja no intestino humano e o perfura, causando hemorragia abdominal e inflamação da membrana que reveste o abdome. O verme Angiostrongylus cantonensis aloja-se no sistema nervoso central e nele acarreta complicações, que vão de cegueira à morte (poucos índices de morte, mais comuns entre crianças). Os sintomas variam entre: • Paralisias transitórias • Febre • Distúrbios visuais permanentes e cegueiras • Dores de cabeça • Vômitos • Irritabilidade • Rachaduras na pele • Retenção urinária • Incontinência anal • Meningite. Outra doença hospedada intemediariamente por caramujos é a esquistossomose, uma infecção causada pelo verme Schistossoma mansoni no qual o hospedeiro principal é o próprio homem. Quando presente no organismo humano, se aloja nas veias do intestino e fígado, obstruindo-as. Medidas de Controle O controle do caramujo-africano consiste na catação e destruição dos caramujos. Jamais coloque-os no lixo, pois estará disseminando o problema. Também não coloque sal nos animais pois assim contaminará o solo. O preconizado é o seguinte: Utilize luvas descartáveis para pegar e manusear os animais Proteja a pele e as mucosas: não coma, fume ou beba durante o manuseio do caramujo Coloque os caramujos em dois sacos plásticos e quebre suas conchas, pisando em cima Enterre-os em valas com pelo menos 80 cm de profundidade, longe de cisternas, poços artesianos ou do lençol freático • Aplique cal virgem sobre os caramujos quebrados (cuidado, a cal queima a pele) Feche a vala com terra, Retire as luvas e lave muito bem as mãos após isso Método da incineração Os Caramujos Africanos são resistentes a diversos tipos de venenos porém não são resistentes a metaldeídos, que são moluscocidas altamente eficazes, porém são altamente tóxicos ao ser humano Como saber se é realmente o Caramujo africano e não uma espécie local? Caramujo Africano no mundo • Flórida • Houston (Tx) • Venezuela • Ilha de Barbados(Caribe) O outro lado do Caramujo Africano • Campanha Aliança pela Vida • Mauricio Carneiro Aquino (Médico Veteninário) Defesa do Caramujo: • Manobra da mídia • Preconceito • Crenças Religiosas Esta espécieclassificada como uma peste no Brasil, é considerada um alimento nutritivo e saboroso pelos africanos, e esta iguaria tem um preço elevado. Em seu habitat natural o caramujo tem o papel de fazer a decomposição de plantas mortas e a fertilização do solo Em seu habitat natural... O caramujo africano também é utilizado em técnicas de massagens Acredita-se que o método com caramujos ajuda na regeneração da pele, eliminando rugas, cicatrizes e marcas de queimadura. O tratamento consiste em ter três bichos andando para cima e para baixo, por todo o seu rosto, e deixando para trás sua gosma, a qual supostamente pode reparar a sua pele danificada. Vídeo Complementar com informações do Centro de Controle de Zoonoses Vídeo
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