Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Parasitoses Entéricas Universidade Federal De Santa Catarina - Curso De Graduação em Medicina. Prof.: Luiz Alberto Gastaldi www.cdc.org e Google – DPDX 1. Classificação: (Critérios: Habitat, quantidade de células, e forma do corpo) a. Delgado: i. Protozoários (unicelulares): Giardia lamblia, Cryptosporidium sp, Microsporidium sp, Isospora belli, Sarcocystis sp, Ciclopora cayatenensis. ii. Metazoários (Multicelulares): 1. Nematodas (filiformes-cilíndricos): Áscaris lumbricóides, Strongylóides stercoralis, Ancilostoma duodenale, Necator americanus, Trichinella spiralis, Trichostrongylus orientalis. 2. Cestodas (achatados-segmentados): Taenia solium, Taenia saginata, Hyminolepis nana. 3. Trematodas (forma folear): Fasciolopsis buski, Heterophyes heterophyes, Metagonimus yokogawai b. Cólon: i. Protozoários(unicelulares): Cryptosporidium sp, Entamoeba histolytica, Balantidium coli, Dientamoeba fragilis, Tripanosoma cruzi. ii. Metazoários: 1. Nematodas (filiformes-cilíndricos): Enteróbios ou Oxiúros vermiculáris, Tricocéfalos ou Trichuris trichiura, Anisakis, Oesofagostomum sp, Angiostrogylus costaricensis 2. Trematodas (forma folear): Schistosoma sp 2. Enteroparasitas mais freqüentes na criança: a. Protozoários: i. Giárdia lamblia: Características: Móvel (flagelado), microscópico. Mais comum protozoário do homem. Estima-se 2 a 5% países ricos e 20% nos pobres. Ciclo vital: Cistos � Água, alimentos � delgado � trofozoítos �enterócitos�Lesão da mucosa. Clínica: Dor abdominal, diarréia alta, má-absorção, desnutrição. Diagnóstico: Cistos (fezes duras), trofozoítos (fezes moles), antígenos em líquido duodenal e fezes (ELISA). Tratamento: Metronidazol: 15-20mg/kg/dia 2 doses / dia / 5dias. max.:750mg. Furazolidona: 6 mg / kg / dia 4doses / 10dias. max.: 400mg / dia. Secnidazol: 30mg / kg / dia / dose única. max.: 2 g. Controle de Cura: Exames de fezes no 7º, 14º e 21º dia após término do tratamento. ii. Entamoeba hystolitíca: Características: Móvel (pseudópodos). Ciclo vital: Ingestão de cistos � ácido gástrico excistamento � trofozoítos no delgado � intestino Grosso � Invasão ou encistamento (condições locais ou cepa: Cepas patogênicas tem hemolisinas e proteases) � podem invadir veia porta, fígado, pulmões, cérebro e olho(abscesso). Especialmente em desnutridos, imunedeprimidos, corticóide. Clínica: Entérica: Dor abdominal, anorexia, tenesmo até Colite grave, perfuração e megacólon tóxico. Ameboma: formação granulomatosa no cólon. Abscesso hepático: dor no hipocôndrio direito, febre e anorexia. Diagnóstico: Fezes múltiplas amostras: (3 a 6) é 90% positivo trofozoítos. Biópsia endoscópica do cólon ou punção de abscesso. ELISA: etiologia. PCR: patogenicidade. Tratamento: Colite ou Abscesso hepático: metronidazol 35 a 50 mg / Kg / 3 doses / 10dias máx.:2 gr / dia. Tinidazol: 50mg /Kg / dia / 3 doses máx.: 2gr / dia / 3 dias. (altamente efetivo no abscesso) Não resposta após 72 horas é indicativo de outra etiologia). 2 b. Helmintos: Nematodas: i. Áscaris lumbricoídes: Características: (“Lumbriga”). Maior (15-35cm),mais comum dos helmintos cosmopolitas. Vida média: 12 a 18 meses. Infestação: Cada fêmea produz até 200.000 ovos/dia. Ovos embrionados após 2 semanas no solo (impossível transmissão pessoa-pessoa). Por inalação? Ciclo Vital: Fezes � terra � dedos, água, alimentos � boca- ingestão � larvas de 1º e 2º estágio � penetração na mucosa do delgado � fígado – coração – pulmões - via respiratória alta – deglutição – delgado - verme adulto. Clinica: 1) Geralmente assintomático; 2) ou Inespecífica: Dispepsia, dor abdominal, anorexia, diarréia, constipação; 3) ou sintomas da migração: colédoco (obstrução colédoco, colangite, abscesso hepático, pancreatite); apêndice (apendicite); trompa de Eustáquio (otite média); ânus e boca (eliminação); ou 4) na infestação intensa: Sub ou oclusão entérica e Má-absorção. Diagnóstico: Ovos nas fezes (parasitológico), eliminação do verme adulto por ânus ou boca, Rx simples de abdome (sub-oclusão). Eosinofilia só é proeminente durante a passagem pulmonar. Tratamento: Pamoato de pirantel: 11mg / kg / dia máx.: 1g / dia / 3dias. Mebendazol: 100mg / 2x / dia / 3dias. Albendazol: 400mg / dia / dose única. Levamisol: 80 mg < 7 anos e 150 mg > 7 anos e adultos 2 doses 7 em 7 dias. Sub-ocluão: Piperazina: 75mg Kg / peso em duas doses / 7dias. ii. Oxiúrus ou Enteróbios vermiculares: Características: Verme pino ou Alfinete. Semelhante a pequeno fio de algodão (0,5 a 1 cm). Ciclo vital: Duração: 2 a 7semanas. Ovos embrionados (viáveis:2-6sem.) região perianal � contamina roupas de cama e íntima, mãos, água e alimentos �boca ingestão � liberação da larva e transformação � verme adulto (macho e fêmea) � copulação � busca do hábitat (ceco e apêndice) � fixação à mucosa pela região cefálica � fêmea repleta-se de ovos (até 10.000/dia) e migra e deposita ovos na região perianal e genito-urinária � ovos embrionados infestantes em horas. Clínica: Ileíte, tiflite, apendicite. Prurido anal. infecção urinária, vulvo-vaginite, salpingite. Anorexia, insônia, irritabilidade. (Reações alérgicas: absorção de produtos dos vermes?). Diagnóstico: Fita adesiva anal, visualização na crise de prurido anal noturno. Pouco no parasitológico de fezes. Tratamento: Mebendazol: 100mg/2x/dia/3 dias ou albendazol: 400mg/dose única. * Tratar toda família ao mesmo tempo para evitar infestação recorrente. iii. Trichuris trichiura ou tricocéfalos: Características: Verme chicote ou fio: cabeça longa e afilada (3 a 5cm). O macho cauda enrolada. Difere dos outros nematodas por não ter migração tecidual e habitar o cólon (ceco e ascendente) e não o delgado. Ciclo vital: Ingestão � ovo embrionado (3 semanas no solo) (transmissão pessoa-pessoa impossível) �geofagia, alimentos, água, mãos, vetores: moscas, animais domésticos �luz do intestino o embrião escapa do ovo pelo polo albuminoso� verme adulto� Fixação com a parte afinada intestinao grosso alimentando-se de sangue do parasitado. Clínica: Parasitismo é leve é assintomático. Nos casos graves Anemia, perda de peso, colite crônica com prolapso retal. Apendicite e possibilidade facilitação de invasão bacteriana na mucosa são descritos. Diagnóstico: ovos nas fezes. Tratamento: Mebendazol:100mg/2x/dia/3dias. Albendazol: 400mg/dose única. iv. Ancilostoma duodenale e Necator amiricanus: Características: Verme gancho, pequeno (0,7 a 1,1cm). Ocorre em regiões tropicais e subtropicais, população descalça e solo contaminado por fezes humanas. É raro em crianças lactentes. Ciclo vital: Fezes com ovos fertilizados no solo � em 24 horas larvas rabtitóides � em 3 a 5 dias larvas filarióides � pele� ganham linfáticos e vênulas, pulmão, alvéolos , brônquios, traquéia, esôfago, estômago e, no jejuno � vermes adultos macho e fêmea fixando-se através do aparelho bucal. Fêmea produz 10 a 20 mil ovos/dia. Clínica: Larva: Na pele: dermatite pruriginosa, No pulmão: tosse. Verme adulto: Na mucosa do delgado: cólicas, diarréia, anemia microcítica, edema por hipo- albuminemia, prostração na infestação intensa. Diagnóstico: Ovos nas fezes. Tratamento: Mebendazol 100 mg/2x/dia/3 dias. Albendazol 400 mg/1x/dia/3 dias. 3 v. Strongyloides stercoralis: Características: Nematoda pequenas dimensões( 0,6 a 2,2 mm) de regiões tropicais e subtropicais de. Ciclo Vital: Pele�sangue �pulmão�traquéia � maturação em intestino delgado proximal �fêmea adulta grávida penetra na mucosa – postura de ovos e embrionamento dentro da mucosa�larvas rabtitóides�filarióides na luz do inestino. Auto-infestação interna ( cólon distal) ou externa (períneo). No solo pode infestar ou transformar-se em macho e fêmea de vida livre e gerar novamente ovos e larvas (ciclo esterno).* hiper-infestação: nos imune deprimidos disseminação larvária para vários orgãos com bactérias entéricas. Clínica: Infestação leve: assintomática. Dor epigátrica, síndrome de má absorção, diarréia protraída. Raramente quadro semelhante a retocolite. Na hiper- infestação: Colite severa, perfuração entérica, sepse por gram (-), e choque. Diagnóstico: larvas: nas fezes, aspirado e biópsia duodenal. Tratamento: tiabendazol: 25 a 50 mg/dia/2 doses/3 a 5 dias/ máx. 3g/dia 3 ciclos com intervalos de 7 a 10 dias. Albendazol 400 mg/1x/dia /3 dias e por 15 dias na Hiperinfecção. Ivermectin (200 microg/kg/dia) por 2 dias. Controle de cura: parasitológicos aos 7, 21, 30 do tratamento ou novo tratamento em 30 dias. c. Helmintos Cestodas: i. Hyminolepis nana: Características: Tênia anã (0,5 a 4,5cm). É a Tênia mais comum da criança. Habita o delgado. Fixação através do escolex seguem-se os proglotes que desprendem-se, desintegram e eliminam-se ovos que são infestantes. Cosmopolita e mais de climas quentes. Ciclo Vital: Ingestão do ovo � alimentos, água, mãos contaminadas � 3 a 4 dias libera o embrião � penetra na mucosa e, transforma-se na larva cisticercóide � volta à luz fixando-se a mucosa e torna-se o verme adulto em 2 semanas. *Auto-infestação: pode produzir parasitismo intenso. Rato e gato são também hospedeiros naturais. Clínica: só na infestação intensa: diarréia, cólicas, e anorexia. Insônia, cefaléia, tontura (absorção de produtos tóxicos do parasita?) Diagnóstico: Ovos nas fezes. Tratamento: Praziquantel: 20 a 25 mg/kg dose única. 3. Deficiências que predispõem a infestação: a. Rede de água tratada, coleta de esgotos, fiscalização sanitária dos alimentos (contaminação da terra, água, e alimentos). b. Higiene individual e domicíliar e maus hábitos (Onicofagia, geofagia, alimentação crua) c. Atenção primária de saúde, além de aglomerações, migrações, vetores (moscas) e animais contaminados (Cão: amebíse, estrongiloidíase, giardíse, criptosporidiose, toxocaríase, hidatidose). d. Nutricional e imunológica (Giardia, criptosporídio, ameba, isospora belli). 4. Exame parasitológico das fezes: a. Cuidados na coleta: Isolar da urina ou água (destroem os trofozoítos). Não deve haver uso de contraste baritado, óleos laxantes por uma semana (Dificulta identificação dos parasitos). Colher várias amostras: 3 a 6 com intervalos de 2 a 3 dias. (Vários parasitas tem eliminação intermitente: E. histolitica, Tenias e Giardia). b. Conservação: O exame a fresco: até 2 horas. Conservar na geladeira: até 48 horas. Fixar a amostra: formol 5 -10%. Coletas múltiplas: Meios conservantes: Mif (merthiolate + iodo + formol) Saf (Sodio acetato + formol). Faf (Fenol + álcool + formol). c. Técnica adequada: Realizar metodologia indicada a cada parasito: Baermann-Moraes: Larvas (Estrongilóides). Sedimentação:Ovos pesados (Áscaris e tricocéfalos). Flutuação:Ovos leves e cistos(Giárdia,Ameba). 5. Apêndice: Esquemas de tratamento: 4 6. Outros enteroparasitas (pouco freqüentes na criança): a. Nematodas: i. Capilária philipinensis: Parasita de peixes e pássaros de água doce. Ocorre principalmente na sudeste da Ásia, Filipinas e Tailândia. A infestação se faz por ingestão da carne mau cozida. Forma infestante: larvas e como o estrongilóides pode fazer o ciclo internamente com infestação maciça. Coloniza o delgado superior. Clínica: dor abdominal, diarréia, desnutrição severa, edema. Diagnóstico: ovos, larvas, verme adulto nas fezes e aspirado duodenal. Tratamento: albendazol ( 400 mg/1x/dia ) por 10 dias ou mebendazol ( 100 mg/2x/dia ) por 20 dias. ii. Trichinella spiralis: Infestação se dá por ingestão de carne de porco mau cozida . Clínica: diarréia e dor abdominal alguns dias após ingestão de carne contaminada. Após 1 a 2 semanas ocorre febre, edema periorbital, rush eritematoso e mialgia severa que pode durar até 6 semanas. As complicações incluem: penumonia, miocardite, encefalite. Diagnóstico: Na suspeita, elevação de: TGO e CPK e eosinófilos. Confirmação por biópsia de músculo. Tratamento: tiabendazol ( 25 mg/k/dia - max 1,5 g ) em 2 doses por 4 dias, dentro das primeiras 24 horas após ingestão do alimento. iii. Anisakis: infestação se faz por ingestão de peixe crú. Doença encontrada no Japão, Escandinávia, Costa do Pacífico na América do Sul. A larva adere-se à parede do estômago e intestino causando ulceração e ocasionalmente perfuração. Tratamento: remoção cirúrgica ou endoscópica. iv. Oesophagostomun: infecta ruminantes, porcos, primatas e, ocasionalmente o homem. Penetra na parede intestinal gerando múltiplos nódulos ao logo do intestino e alguns podem originar abscessos para-cólicos de tratamento: cirúrgico. Larva migrans visceral: doença provocada pela a ingestão dos ovos do áscaris do gato e cão. A forma larvária dissemina-se pelas vísceras pode acometer olhos e produzir cegueira . Clinica: febre, hepatomegalia, linfadenopatia. Diagnóstico: hiper-eosinofilia e teste sorológico positivo. Tratamento: Albendazol: ( 400 mg/dia ) por 10 dias ou tiabendazol ( 25 mg/kg/dia em 2 doses - max 1,5 g ) por 5 a 15 dias. Angiostrogylus costaricensis: O verme adulto que vive nas arteríolas mesentéricas ao depositar os ovos na parede entérica determina processo inflamatório que envolve ceco, apêndice e íleo terminal. Clinica: Dor em fossa ilíaca direita, febre e anorexia. Tratamento: cirúrgico. v. Ancylostoma caninum: O ancilostoma do cão provoca íleo-colite eosinofílica. Diagnóstico: Embora parasita esteja presente em cães em todo o mundo e infectar crianças, quadro é pouco mencionado na literatura pois o ancilostoma não produz ovos no homem exigindo o encontro do verme adulto durante colonoscopia ou teste sorológico. Tratamento: mebendazol ou albendazol doses habituais. b. Protozoários: i. Dientamoeba fragilis: Protozoário flagelado, habitante do intestino grosso e de distribuição universal (90% das crianças de 5 anos tem soro positivo indicando contato). Clínica: diarréia alta ou colite, dor abdominal, flatulência e perda de peso. A associação com oxiuríase não é rara. Tratamento: Metronidazol - 35 a 50 mg/dia - max. 2gr - em 3 doses por 10 dias.Blastocystis hominis: Protozoário anaeróbio estrito habitante comum do ceco e colons. Sua patogenicidade é controversa embora o parasitismo intenso possa produzir sintoma semelhantes a dientameba. Tratamento: metronidazol - 35 a 50 mg/dia - max. 2gr - em 3 dose por 5 dias. ii. Balantidium coli: Protozoário ciliado grande ( 50 a 200 micras) de distribuição universal. Os suínos são o maior reservatório sendo fazendeiros, pessoas do abate tem maior risco. Clinica: dor abdominal, diarréia até colite importante. Diagnóstico: trofozoitos nas fezes. Tratamento: Metronidazol - 35 a 50 mg/dia - max. 2gr - em 3 doses por 5 dias. 5 iii. Criptosporidium: Forma infestante: Protozoário que infecta vários mamíferos, animais de fazenda e domésticos. Ciclo vital: complexo que envolve a formação de oocistos (4 a 6 micras) cheios de esporozoítos infectantes. Pode passar por filtros comuns, e resistir à acidez gástrica. Habitat: localizam-se principalmente no bordo apical de toda mucosa (delgado e cólon) produzindo atrofia da mucosa em graus variados e moderado processo inflamatório na lâmina própria. Além do contato com animais, creches, hospitais e viagens e imune-depressão são fatores de risco. É causa rara de diarréia (estima-se 1,5% delas nos países ricos e 6% nos países pobres). Clínica: Em nutridos diarréia aguda que se auto-limita. Em desnutridos ou imune-deprimidos pode produzir diarréia secretora, cólera símile ou crônica com perda de peso; e até infestação sintomática para vias biliares, pulmões, seios da face. Diagnóstico: fezes coradas pelo ácidorápido, imuno-fluorescência e ELISA, e biópsia do orgão afetado ou lavado brônquico. Tratamento: Permanece problemático. Hospedeiros normais melhoram espontaneamente em 1 a 3 semanas, mas os imune-deprimidos podem ter quadro severo com necessidade de suporte nutricional e soro venoso. Várias drogas são usadas com efeito limitado: metronidazol, sulfonamidas, espiramicina, paramomicina, e azitromicina que parece ser a mais promisora. Azitromicina: - 25 mg/kg/dia - em 2 doses por 14 dias. iv. Sarcocystis, Ciclospora e Isospora belli: Coccídios são intra-celulares obrigatórios Sarcocystis: infestação entérica e em músculo esquelético por ingestão de carne de gado e porco mau cozida ou assada. Sintomas variam de dor abdominal a obstrução intestinal aguda cujo tratamento: é ressecção do segmento entérico acometido pois não há tratamento específico. Cyclospora: produz infecção de espectro similar ao criptosporídio. Oocistos maiores diferenciáveis pela coloração pelo PAS. Tratamento: sulfametoxazol + trimetoprim. Isospora belli: produz diarréia prolongada em imune-deprimido é diferente dos outros pois a eliminação dos oocistos nas fezes é escassa dificultando o diagnóstico. A biópsia do jejuno pode ser útil. Tratamento: sulfametoxazol + trimetoprim. Microsporídia: Enterocytozoon bienusi e Septata intestinalis. São parasitas intra-celulares reportados principalmente em aidéticos que produzem doença similar ao criptosporídio. Tratamento: Albendazol parece útil (em tratamento por 4 semanas). c. Cestodas: i. Diphylobotruim latum, T solim, T. saginata e Hyminilepis nana: Os três primeiros a infestação se faz por ingestão de carne crua e o último é fecal-oral. Escolex, proglotes, e ovos produzidos nos últimos segmentos são eliminados. D. latum: ingestão de peixe crú. Assintomáticos ou carência de vitamina B 12 por competição com hospedeiro. Diagnóstico por ovos e proglotes nas fezes. T. solium: infestação entérica por carne de porco contaminada por Cisticercus cellulosae mau cozida ou assada. Cisticercose por ingestão de ovos viáveis de Taenia solium. T. saginata: infestação entérica por carne bovina contaminada por cistecercus bovis. Clínica: assintomáticos a fenômenos gerais como cefaléia, dor abdominal, constipação, diarréia, inapetência ou fome intensa. Tratamento: todas as teníases: Praziquantel - 20 a 25 mg/kg - em dose única. d. Trematodas: i. Schistossoma mansoni. Esquistossomose é uma das mais importantes devido a alta morbi-mortalidade e sua incidência: mais de 200 milhões de doentes no mundo . Existem 5 espécies. A infecção depende de um caramujo que é o hospedeiro intermediário. Ciclo vital: ovos eliminados pelas fezes - liberam os miracídios (forma larvária) - penetram num caramujo do gênero Biomphalária - transformam-se em esporocistos - liberam as cercárias - pele humana. Clínica: forma inicial sem sintomas ou somente a dermatite cercariana e, após 1 semana, aparece a forma aguda ( febre, emagrecimento, mialgia, adinamia, tosse, alergias cutâneas, hepatoesplenomegalia e diarréia muco-sanguinolenta e eosinofilia ). A colite pode demorar meses, ou anos, ocorre com ulcerações e formação de pólipos e massas granulomatosas. Forma crônica: em 90% dos casos são assintomáticos e passam a ser disseminadores da doença. Os outros podem ter: 1. Forma intestinal (dores abdominais, constipação e crises de diarréia com muco e sangue ), e outras Hepatointestinal, hepatoesplênica, vasculopulmonar, forma tumoral ou pseudoneoplásia, e forma ectópica. Tratamento: Praziquantel - 40 mg/kg em 2 doses- por 1 dia. 6 Apêndice: Esquemas de tratamento: Nome Indicação Rota Dose /dia . Dose: máx. Dias Precauções Efeitos colaterais Albendadol Äscaris, tricocéfalos, oxiúrus Estrongiloidíase: não complicada Hiperinfestação Giardíase Capailaráse Larva migrans visceral Oral Oral Oral Oral Oral Oral 400 mg/ 1x 400 mg/1x 400 mg/1x 400 mg/1x 400 mg /1x 400 mg/1x 1 3 15 5 10 10 Tertogênese Mutagênese < 2 anos Doença hepática Doença hepática Doença hepática Como o mebendadol (raros na dose única) Mebendazol Ascaridíase Tricocefalíase Estrongilodíase Tricquinose Capilaríase Enterobíase Oral Oral Oral Oral Oral Oral 100 mg/1x 100 mg/1x 100 mg/1x 100 mg/1x 100 mg/1x 100 mg/1x 3 3 3 3 20 1 Doença hepática Doença inflamatória entérica Hipersensibilidade à droga Na hipersensibilidade: al|opécia, cefaléia, neutropenia, desconforto abdominal, febre e Rush. Tontura. Piperazina Ascaridíase Sub-Oclusão Enterobíase Oral Oral Oral 75mg/kg -3,5gr/1x 75mg /Kg-3,5gr/1x 65 mg /Kg-2,5gr/1x 2 7 7 Não usar junto com pyrantel Dor – desconforto abdominal Ataxia. Hpersensibilidade Pyrantel Enterobíase Ascaridíase Estrongiloidíase Oral Oral Oral 11 mg/Kg/1x- 1gr 11 mg/Kg/1x-1gr 11 mg/Kg/1x-1gr 1 1 3 Não usar junto com piperazina Tontura, sonelência,cefaléia, isônia, desconforto entérico, hepersensibilidade. Pirvínium Enterobíase Oral 5 mg/Kg-350mg/1x 1 Ivermectin Estrogiloidíase Ascaridíase Tricocefalíase Oral 200microgr/Kg/1x 1 nenhuma Não registrados ainda Tiabendazol Estrongiloidíase Não complicada Hiperinfecção capilaríase Triquinose(1ª 24 h- ingestão) Larva migrans visceral Oral Oral Oral Oral Oral 25 mg/Kg-1,5gr/2x 25mg/Kg-1,5gr2x 25mg/Kg-1,5gr/2x 25mg/Kg-1,5gr/2x 25 mg/g-1,5gr/2x 3 5 _15 30 2 – 4 5 - 15 Doença hepática, renal. Potencializa efeito da teofilina Metronidazol Amebiase Balantidíase Giardíase Oral Ou IV Oral Oral 15mg/Kg-750mg/3x 15mg/Kg-750mg/3x 15mg/Kg-750mg/2x 5-10 5 5 Doença hepática, Rush com uso concomitane de álcool. Carcinogênse em ratos. Desonforto entérico, gosto metálico, boca seca, tontura, urina escura, Leucopenia, neuropatia periférica, convulsões. hepersensibilidade Secnidazol Giardíase Oral 50 mg/kg/ - 2gr 1 7 Bibliografia: 1. DPDx - CDC Parasitology Diagnostic Web Site - DPDx - Laboratory Identification of Parasites. www.dpd.cdc.gov/ 2. Cives - Centro de Informação em Saúde para Viajantes (UFRJ) www.cives.ufrj.br/ - Infecões por helmintos e entroprotozoários. 3. Plano nacional de vigilância e controle das enteroparasitoses - bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/enteroparasitoses. 4. Enteroparasitoses em escolares na periferia de Porto Alegre - revistas.ufg.br/index.php/iptsp/article/viewPDFInterstitial/1890/180 5. Prevalência de enteroparasitoses em Concórdia, Santa Catarina, Brasil- Revista Latino Americana de Parasitologia. www.scielo.cl/pdf/parasitol/v60n1-2/art14.pdf
Compartilhar