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Lei de Ohm e determinac¸a˜o pra´tica de resisteˆncias ele´tricas Fabio Rasera Fernanda Vito´ria Roman de Oliveira Luan Bottin de Toni Dean Valois 14 de abril de 2015 Resumo Este trabalho consistiu na ana´lise de cinco objetos com resisteˆncias ele´tricas diferentes, cujo comportamento funcional em termos da cor- rente ele´trica associada aos circuitos mostrou-se claramente distinta ao utilzar-se cada um deles separadamente. Com o propo´sito de testar o limite de validade da Lei de Ohm, obtivemos diversas medidas de tensa˜o (V) e corrente ele´trica (i), a partir das quais montamos gra´ficos comparativos de ambas as quantidades com o aux´ılio de recursos com- putacionais para plotagem de gra´ficos, verificando se, de fato, as razo˜es entre elas permaneciam constantes, como prediz a Lei de Ohm. 1 Introduc¸a˜o O experimento realizado tem como objetivo testar o limite de validade da lei de Ohm a partir da comparac¸a˜o de diversos resistores, analisando se as razo˜es entre tensa˜o e corrente demonstram-se constantes. Para verificar essa relac¸a˜o foram produzidos alguns gra´ficos da corrente pela tensa˜o de diversos resistores atrave´s do software SciDavis e utilizando suas ferramentas de gra´ficos foi poss´ıvel definir uma reta de tendeˆncia e sua in- clinac¸a˜o para os casos em que essa raza˜o parece constante, para os outros casos na˜o foi definido nenhuma curva de tendeˆncia. 2 Referencial Teo´rico A lei de Ohm afirma que a raza˜o entre a tensa˜o entre dois pontos e a corrente ele´trica e´ constante, essa constante e´ chamada de resisteˆncia. R = V I (1) 1 E´ noto´rio que a lei de Ohm e´ va´lida apenas para resistores lineares, resisto- res na˜o-lineares tera˜o uma raza˜o na˜o constante entre a tensa˜o e a corrente ele´trica. E e´ essa questa˜o que foi abordada na ana´lise do experimento; bus- camos determinar quais resistores apresentam comportamento linear, veri- ficando as relac¸o˜es entre tensa˜o e corrente. 3 Materiais Utilizados Foram utilizados os seguintes materiais: • Um resistor comum (100 Ω); • Uma laˆmpada; • Um VDR (Voltage Dependent Resistor); • Um LDR (Light Dependent Resistor); • Um resistor NTC (Negative Temperature Coefficient); • Uma fonte de alimentac¸a˜o do circuito ele´trico; • Um multiteste; 4 Procedimento de coleta de dados Foi montado um circuito como o mostrado na figura 1 a seguir. Figura 1: Montagem do experimento 2 Como resistor utilizamos uma laˆmpada, um resistor comum e um VDR (re- sistor dependente da voltagem), ale´m de um resistor NTC (resistor sens´ıvel a` temperatura) e um LDR (resistor sens´ıvel a` luminosidade) que esta˜o todos mostrados na figura 2 a seguir. Figura 2: Resistores utilizados na execuc¸a˜o do experimento. Para todas essas situac¸o˜es foram tiradas 10 medidas da corrente ele´trica conforme a tensa˜o era modificada. Para a laˆmpada, variou-se a tensa˜o de 0,5 em 0,5 volts, para o resistor comum e para o VDR a tensa˜o foi variada de 1 em 1 volt. O mult´ımetro oferece uma precisa˜o ajustada conforme a escala, assim, para as medidas de tensa˜o, a precisa˜o foi de 0,001V; para as medidas de corrente, as preciso˜es foram de 0,01mA e 0,1µA. Apo´s essa coleta de dados, testamos tambe´m um LDR e um resistor NTC para verificar seus funcionamentos. 3 5 Dados Experimentais Tensa˜o V (V) Corrente i (mA) 0.500 16.15 0.996 21.89 1.505 26.99 2.010 31.70 2.494 35.67 3.000 39.53 3.500 43.30 4.070 47.30 4.490 50.00 5.010 53.10 Tabela 1: Tensa˜o e corrente na laˆmpada Tensa˜o V (V) Corrente i (mA) 1.010 9.91 2.006 19.69 3.040 29.87 3.980 39.50 5.020 49.90 5.970 59.30 7.000 69.60 7.970 79.60 9.000 90.01 10.030 100.06 Tabela 2: Tensa˜o e corrente no resistor comum 4 Tensa˜o V (V) Corrente i (µ A) 1.010 0.1 2.011 0.2 3.016 0.4 4.050 0.7 5.030 1.0 6.040 1.4 7.000 1.9 8.010 2.7 9.020 3.7 10.000 5.00 Tabela 3: Tensa˜o e corrente no VDR 6 Ana´lise dos dados Com base nos dados obtidos experimentalmente, foi poss´ıvel elaborar gra´ficos nos quais a relac¸a˜o entre tensa˜o e corrente ele´trica para cada situac¸a˜o poˆde ser analisada. Os gra´ficos esta˜o dispostos a seguir. Figura 3: Gra´fico Tensa˜o x Corrente ele´trica para a laˆmpada 5 Figura 4: Gra´fico Tensa˜o x Corrente ele´trica para o resistor comum Figura 5: Gra´fico Tensa˜o x Corrente ele´trica para o VDR 6 Nota-se que para as treˆs situac¸o˜es o gra´fico difere; sabendo que as derivadas das func¸o˜es graficadas nos fornecem o valor de resisteˆncia ele´trica para cada ponto, podemos estimar que: • Para a laˆmpada (Figura 3), a resisteˆncia cresce conforme a tensa˜o aumenta, demonstrando um comportamento na˜o-linear; • Para o resistor comum (Figura 4), a resisteˆncia obedece a` Lei de Ohm, apresentando um valor constante conforme a tensa˜o aumenta, ou seja, um comportamento linear; • Para o VDR (Figura 5), a resisteˆncia diminui conforme a tensa˜o au- menta, apresentando comportamento na˜o-linear. Atrave´s dos gra´ficos, pode-se notar a tendeˆncia de inclinac¸a˜o respectiva a cada func¸a˜o, e dessa forma, inferimos que tipo de comportamento o resistor apresenta. Os gra´ficos foram gerados atrave´s do software SciDavis, o qual nos fornece ferramentas de ana´lise que foram utilizadas para ajustar a reta exposta na Figura 4; pela equac¸a˜o 1, temos que, para resistores Oˆhmicos, R devera´ corresponder ao coeficiente de inclinac¸a˜o desta reta, e este valor foi calculado pelo software, junto com sua incerteza1. O valor obtido para a resisteˆncia do resistor comum foi: R = 99, 4(±0, 2)Ω Como observado, apenas o resistor comum obedeceu a` Lei de Ohm, pois foi o u´nico a apresentar taxa de variac¸a˜o constante. A Lei de Ohm, portanto, se demonstra va´lida para situac¸o˜es em que a resisteˆncia na˜o depende da tensa˜o e da corrente ele´trica. Analisamos qualitativamente os resistores LDR e NTC, que sa˜o sensores resistivos, ou seja, suas propriedades mudam de acordo com alterac¸o˜es no ambiente. Notou-se que no caso do LDR, o valor de sua resisteˆncia diminui conforme se aumenta a incideˆncia de luz. Esta caracter´ıstica possibilita usar o sensor em, por exemplo, iluminac¸a˜o pu´blica, onde se deseja que as laˆmpadas desliguem automaticamente quando ha´ ocorreˆncia de luz, outra utilidade e´ em caˆmeras fotogra´ficas, onde e´ desejado medir a incideˆncia de luz sobre ela. No caso do NTC, verificou-se que sua resisteˆncia diminui com o aumento da temperatura. Logo, este resistor pode ser utilizado para medir valores de temperatura, pode-se usar tambe´m para protec¸a˜o contra sobreaquecimento. 1acrescentamos a incerteza dos mult´ımetro aos dados de entrada do software para efetuar o ajuste de reta, pore´m, no gra´fico, as barras de incerteza na˜o foram postas por serem muito pequenas 7 7 Conclusa˜o Apo´s essa ana´lise, podemos distinguir resistores lineares de resistores na˜o- lineares. Fomos capazes de observar tambe´m como alguns resistores rea- gem a`s circunstancias de funcionamento. Verificamos que a Lei de Ohm so´ se demonstrou va´lida para o resistor comum, cuja resisteˆncia permaneceu constante independentemente das variac¸o˜es de tensa˜o. O experimento nos possibilitou compreender que a resistividade dos resistores ele´tricos depende de caracter´ısticas inerentes a`s suas propriedades f´ısicas, e resistores de com- portamentos diferentes podem ser u´teis para diversas aplicac¸o˜es pra´ticas, desde gerar luminosidade, como a laˆmpada; controlar o fluxo de corrente ele´trica conforme a tensa˜o e´ alterada, como o VDR; ate´ na formac¸a˜o de componentes sensitivos, como no LDR e no NTC. 8 Refereˆncias [1] H. M. NUSSENZVEIG, Curso de F´ısica ba´sica - vol. 3 - Eletromagne- tismo, (editora Edgard Blu¨cher, 1a edic¸a˜o, 1997). [2] D. HALLYDAY, R. RESNICK & J. WALKER,Fundamentos de F´ısica vol.3 - Eletromagnetismo, (editora LTC, 8a edic¸a˜o, 2010) [3] http://en.wikipedia.org/wiki/Georg Ohm [4] http://www.if.ufrgs.br/mpef/mef004/20061/Cesar/SENSORES- Termistor [5] http://pt.wikipedia.org/wiki/LDR 9