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TÉCNICAS PROJETIVAS

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 As técnicas Projetivas
A natureza das técnicas projetivas
Conceituação e importância
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Objetivo da aula
O Aluno deverá ser capaz de compreender o conceito de projeção, as técnicas mais utilizadas na atualidade, assim como a importância e aplicabilidade através de uma conexão com o seu surgimento no percurso histórico.
Deverá reconhecer a importância do desenvolvimento das habilidades e atitudes necessárias à aplicação, organização de dados e interpretação dos resultados das técnicas projetivas.
O aluno deverá desenvolver um senso crítico, reconhecendo e considerando as vantagens e desvantagens na sua utilização. 
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A natureza das Técnicas Projetivas
A principal característica das técnicas projetivas está na apresentação de uma tarefa relativamente não-estruturada, ou seja, uma tarefa que permite uma variedade quase ilimitada de respostas possíveis. (Anastasi, 1977).
Os estímulos geralmente vagos e ambíguos somados às instruções breves e gerais permitem o livre jogo da imaginação da pessoa.
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A hipótese implícita é que a maneira de perceber e interpretar o material do teste ou estruturar a situação reflete aspectos fundamentais do funcionamento psicológico do sujeito e que o instrumento permite uma variedade quase ilimitada de respostas que permitem o livre jogo da imaginação da pessoa.
A natureza das Técnicas Projetivas
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Em outras palavras, espera-se que os materiais do teste sirvam como uma espécie de tela, na qual o sujeito projeta suas agressões, seus conflitos, seus medos, suas necessidades e seus processos característicos de pensamento (Anastasi, 1977).
A natureza das Técnicas Projetivas
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Exemplo de projeção: quando as crianças vêem imagens nos agrupamentos das nuvens quando olham para o céu.
O quanto nos sentimos incomodados com situações inacabadas?
Ou pouco estruturadas?
E por isso, tendemos a fechá-las? (fechar a gestalt)
A natureza das Técnicas Projetivas
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Fazemos assim devido ao incômodo da dificuldade de interpretá-lo. Ao proceder desta maneira, ao estruturar um estímulo pouco estruturado, promovemos uma distorção do mesmo, posto que jogamos algo ali que é nosso, ou seja, algo que está intimamente ligado às nossas crenças, nossas expectativas que são projetadas ali naquele estímulo.
A natureza das Técnicas Projetivas
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O que pode ser projetado através do desenho?
A natureza das Técnicas Projetivas
Respostas: A percepção real ou imaginária do sujeito em relação a si mesmo e às pessoas significativas do seu ambiente;
 Sua forma de agir, atuar, se posicionar frente ao mundo;
 Conflitos e sentimentos inconscientes;
 Coisas que o sujeito não seria capaz de expressar em palavras, mesmo que conscientes;
 Auto-imagem idealizada ou realista de si mesmo; a sexualidade, etc...
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Segundo Anastasi (1977),
as técnicas projetivas caracterizam-se também por uma forma global de avaliar a personalidade, e não há mensuração de traços isolados. As técnicas projetivas são consideradas eficientes em revelar aspectos inconscientes, latentes e ocultos da personalidade. Tais técnicas nasceram da situação clínica e continuaram a ser, fundamentalmente, instrumento para o clínico. 
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 O conceito de Projeção
Histórico e etimologia
Os diversos tipos de projeção:
Gráficas, Aperceptivas e Impressionistas
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Conceito de Projeção
De forma geral, projeção é a representação ou transferência de sensações, sentimentos, desejos, interesses (processos interiores) para o mundo exterior. 
Projeção, em psicologia analítica, é a dinâmica pela qual o indivíduo vê como estando fora dele os conteúdos de sua própria psique que negou e reprimiu. Em outras palavras, seria colocar em alguém uma parte inaceitável do ego, querendo livrar-se desta. Trata-se de um mecanismo de defesa do próprio ego para que possa assumir a existência de si sem algo que o incomode.
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A projeção é então conceituada como uma forma de funcionamento mental que possibilitaria a estruturação do mundo externo a partir do mundo interno, estando intimamente ligada à percepção. 
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Testes projetivos gráficos
O instrumento principal da clínica psicológica é a entrevista; os testes projetivos estão a serviço da mesma pois, a rigor, não são senão mecanismos para conduzir uma forma de entrevista.
Sua eficiência para coletar informações mais verdadeiras e menos disfarçadas que as obtidas pela linguagem com suas influências sociais.
O psicólogo clínico sabe que o traço e as figuras lhe darão acesso aos estratos básicos e que constituem expressões menos controladas da personalidade do sujeito. 
Essa linguagem é mais ingênua e espontânea; mais complexa e difícil; cabe ao psicólogo aprender a decifrá-la além de exercitar-se para poder manejá-la profissionalmente. 
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Caligor - o homem usa o desenho como forma de comunicação desde o tempo das cavernas.
 
Schilder - os desenhos podem ser estudados durante o tratamento analítico com adultos da mesma forma que o material oferecido pelos sonhos, pois há permanência dos esquemas gráficos que podem ser observados e descritos, revelando aspectos estruturais relativamente persistentes. 
Wartegg escolheu temas gráficos segundo seu poder de sugestão (ponto no centro, uma curva, duas linhas curtas paralelas, etc.). Baseado na teoria da Gestalt, tenta conhecer a orientação dinâmica e a genética da personalidade do sujeito, estudando as etapas distintas do processo de estruturação no teste do desenho 
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o interesse pelas técnicas gráficas surgiu a partir de fontes diferentes: a grafologia, a psicanálise, a teoria da Gestalt, a Psicologia do caráter e a Tipologia.
Nossos antepassados recorreram ao desenho porque as imagens eram entendidas por todos como uma linguagem universal. Partindo desse ponto temos a hipótese de que o desenvolvimento da escrita na raça é paralelo ao do indivíduo. 
A teoria psicológica de Stanley Hall, discutível mas atraente, considera que a história ancestral da raça é reproduzida no desenvolvimento do indivíduo. Essa teoria afirma que "a ontogenia* recapitula a filogenia**".
*Ontogênese: Série de transformações sofridas por um ser desde a sua geração até o completo desenvolvimento; evolução individual.
** Filogênese: História genealógica de uma espécie ou de um grupo biológico, fundamentada em elementos fornecidos principalmente pela Anatomia Comparada, pela Paleontologia e pela Embriologia.
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Na década de 60-70, a
 escola inglesa de Melanie Klein tomou uma enorme importância na Argentina e consequentemente no Brasil.
Foi necessário trabalhar ardorosamente para neutralizar o furor que estimulava a criação de técnicas sem a devida validação, com o conseqüente risco de diagnósticos errados.
Atualmente chegamos a demonstrar que é imprescindível que um teste seja submetido a provas de validade e confiabilidade antes de ser lançado para fins diagnósticos.
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Características Gerais dos Testes Gráficos
A linguagem gráfica, assim como a lúdica, é a que está mais próxima do inconsciente e do ego corporal.
Conseqüentemente, oferece maior confiabilidade que a linguagem verbal, a qual é uma aquisição mais tardia e pode ser muito mais submetida ao controle consciente do indivíduo.
É um instrumento acessível às pessoas de baixo nível de escolaridade e/ ou com dificuldades de expressão oral.
Por esse mesmo motivo os testes gráficos são de grande utilidade com crianças pequenas que ainda não falam com clareza, mas que já possuem um nível excelente de simbolização nas atividades gráficas e lúdicas.
Sua administração é simples e econômica. 
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É imprescindível considerar que todo teste gráfico deve ser complementado com associações verbais que possibilitarão uma correta interpretação dos mesmos.
Também deve-se considerar o nível sócio-econômico-cultural do indivíduo, sua idade cronológica, seu nível evolutivo e de maturidade. Muitos erros se devem ao desconhecimento da produção típica
de cada idade e de cada grupo social.
Os testes gráficos mostram uma produção muito próxima do inconsciente, revelando aspectos o que há de mais regressivo e patológico. Logo, é imprescindível a sua comparação com o material coletado em outros testes projetivos e objetivos da personalidade para completar a visão geral que se possui e fazer o diagnóstico sobre bases mais confiáveis. Podemos então, por exemplo, aplicar o Phillipson e o Rorschach em adultos e adolescentes, e o CAT de Bellak e o Rorschach em crianças.
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Em instituições, os testes gráficos são escolhidos pela simplicidade da sua administração e economia de tempo. Mas é importante que sejam complementados por testes verbais
Mesmo não sendo possível fazer um diagnóstico fino e exaustivo, descartam-se as patologias graves.
É importante considerar os indicadores formais para fazer o diagnóstico e, principalmente, o prognóstico. Eles estão menos sujeitos ao controle consciente que aqueles de conteúdo. 
0 sujeito desconhece o significado do seu traço frágil e entrecortado ou grosso e emplastado, mas pode imaginar a diferença entre desenhar um esqueleto ou uma pessoa viva.
Para fazer o acompanhamento de uma tratamento psicoterapêutico de um paciente é importante administrar os mesmos testes gráficos e, sempre que possível, seguindo a mesma instrução, para poder compará-los. 
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Espera-se que apareçam diferenças nos indicadores formais e de conteúdo. 
Os formais são os que devem aparecer modificados positivamente, pois são eles que nos dão informações sobre os aspectos estruturais da personalidade. 
É interessante fazer a correlação dos indicadores formais dos desenhos com os dos protocolos do Rorschach. 
Os indicadores formais são os de modificação mais difícil. Os de conteúdo, no entanto, são tão variáveis quanto o conteúdo de um sonho, os seus detalhes, não a sua estrutura.
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Interpretação dos Testes Gráficos:
Visão Gestáltica: visão global do desenho. O psicólogo deve observá-lo na sua totalidade com uma atitude de “atenção flutuante”;
Proceder uma análise detalhada dos indicadores formais, dos indicadores de conteúdo, a análise das associações verbais e a análise do conjunto das anteriores;
Elaboração de uma hipótese diagnóstica e prognóstica;
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Interpretação dos Testes Gráficos:
Correlação do material com as entrevistas e outros instrumentos.
O Desenho Livre
Devemos apresentar o desenho livre como uma forma de expressão dos conflitos. Na clínica, a avaliação infantil é beneficiada com esta técnica. O desenho é capaz de expressar a percepção real ou imaginária do sujeito em relação a si mesmo e às pessoas significativas do seu ambiente.
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A estereotipia nos gráficos indica uma falha em aspectos estruturais da personalidade. Não indica estabilidade e sim rigidez. A estereotipia pode ser total ou parcial. 
Por exemplo, desenhar todas as figuras humanas seguindo o mesmo esquema sem diferença de idades, sexos, papéis, etc. Ou então, pode acontecer a inclusão dessas diferenças mas sempre omitindo os rostos ou então desenhando três dedos nas mãos em todas as figuras, Nesses casos, os problemas registram-se no nível da própria identidade (sem rosto) ou de sentimentos de castração (três dedos em desenhos de pessoas com mais de 6 anos). Se, no entanto, desenha a sua família e omite o rosto da mãe, está demonstrando mais um transtorno no seu vínculo com ela, e nesse caso não falaríamos de estereotipia.
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A plasticidade nos desenhos indica maior força do Ego, que pode se adaptar a situações diferentes. 
Os testes gráficos podem servir também como excelentes recursos para melhorar a comunicação com um paciente quando há falhas na possibilidade de comunicação verbal
A proposta de desenhar alguma coisa costuma provocar entusiasmo. 
Também podemos participar com nossos próprios desenhos, rompendo a assimetria que pode estar perturbando o sujeito. Oferecer-nos como centro de suas críticas a nossa produção pode favorecer a comunicação com pacientes que se envergonham de desenhar "mal" ou que devido ao seu narcisismo não suportam ser observados por um profissional passivo
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Limites a serem considerados na análise do desenho:
Os aspectos a serem analisados não devem ser vistos isoladamente, e sim em conjunto, e não devem seguir uma receita, o que nos faria correr o risco de uma interpretação equivocada.
Importantíssimo destacar que a análise de um desenho deve ser feita por meio de outros desenhos, da história do sujeito e principalmente do que o sujeito fala acerca do mesmo.
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Limites a serem considerados na análise do desenho:
Interpretações são hipóteses e não certezas e não devem se basear em dados isolados ou no imaginário do profissional que o analisa.
O desenho constitui-se não em uma reprodução da realidade, executada pelo sujeito, mas sim uma interpretação dela, “contaminada” por sentimentos, impressões, conceitos e valores adquiridos até o momento em que o sujeito desenha.
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Como técnica projetiva, baseou-se inicialmente na pressuposição de que cada desenho é uma representação do auto-retrato.
É indicado para uma avaliação da personalidade e de suas interações com o ambiente, bem como para uma avaliação do nível de maturação e do grau de desenvolvimento cognitivo e emocional.

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