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Direito Civil III

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Perspectiva Constitucional do Direito Privado (em especial direito civil).•
Nessa visão, há o reconhecimento de que o Direito Privado deve servir de instrumento para a 
realização e conciliação dos direitos fundamentais. Sendo assim, é por meio das consolidações 
comuns e legislação infraconstitucional (por ex o Código Civil de 2002) que se atingirá a 
garantia ao cumprimento dos Direitos Fundamentais.
Toda Interpretação do Direito Privado deve ser realizada à luz dos Direitos Fundamentais.
Em caráter de exceção, os Direitos Fundamentais poderão ser invocados diretamente pelos 
particulares nas relações privadas, quando houver falha ou omissão do legislador 
infraconstitucional.
Consiste, basicamente, no afastamento de normas infraconstitucionais específicas para que 
deem lugar à aplicação dos direitos fundamentais, em casos específicos.
A aplicação da Perspectiva Constitucional do direito civil só poderá ser feita quando a 
aplicação da norma infraconstitucional gere um desequilíbrio ou desproporção na garantia 
dos direitos fundamentais, evitando restrições de direitos fundamentais.
Teoria Geral dos Contratos
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
09:48
 Página 1 de Civil III 
A função social dos contratos gera 2 efeitos:
Efeitos Obrigacionais Externos•
São efeitos sentidos pelas pessoas externas dos contratos, pessoas diferentes dos 
contratantes. É a obrigação dos terceiros de respeitarem o contrato alheio.
Efeitos Obrigacionais Internos•
Os efeitos são sentidos pelas partes contratuais e a contratação não poderá violar 
desproporcionalmente direitos fundamentais das partes ou de terceiros.
A função social dos contratos também servirão de fundamento pra institutos contratuais:
A função social dos contratos trabalha sobre o princípio de que: "Na medida do possível, os 
contratos deverão ser mantidos."
Instituto da confirmação ou ratificação (Art. 172)-
Os contratos anuláveis poderão ser ratificados desde que respeitados direitos de terceiros.
(exemplo do relativamente incapaz que celebra contrato, que poderá ser confirmado pelo 
representante)
Instituto da conversão (Art. 170)-
Os negócios jurídicos nulos não são passíveis de confirmação, por isso deverá ser realizado 
novo contrato.
Se o contrato nulo não atingir os requisitos legais formais daquele contrato, mas se contiver os 
requisitos de outro contrato poderá ser feita a conversão para outro tipo de contrato, válido 
formalmente.
Ex: Contrato de compra e venda celebrado por instrumento particular (nulo por vício de 
forma) que será convertido em contrato de promessa de compra e venda (válido), 
respeitando-se a vontade das partes original do primeiro contrato.
Instituto da redução (Art. 184)-
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial 
de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se 
esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica 
a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da 
obrigação principal.
Basicamente, o instituto da redução estabelece que se houver cláusulas ou partes nulas em 
um contrato essencialmente válido, estas deverão ser retiradas sem prejuízo do disposto 
válido do contrato.
Ex: cláusula de fiança nula não anulará o contrato de locação.
Função Social dos Contratos
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
09:48
 Página 2 de Civil III 
Teoria Contratual Clássica
Foco na manifestação de vontade.•
(Vícios no consentimento)
Abordagem Estática •
(contrato interpretado como um ato)
Apenas importa o que foi acordado no documento.
Atomismo•
(contrato é de interesse apenas das partes.)
Teoria Contratual Contemporânea
Foco no conteúdo do contrato (+ vícios do consentimento)•
Preocupação com o equilíbrio contratual
Abordagem Dinâmica (contrato interpretado com processo)•
Importância da circunstância contratual, mesmo o que ocorra 
anteriormente ou posteriormente ao contrato.
Coletivismo•
(contrato cria situação jurídica de interesse da coletividade.)
Características do Direito Contratual Clássico e Contemporâneo
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
10:17
 Página 3 de Civil III 
Não existe hierarquia entre princípios. Os princípios não são revogáveis, apesar de poderem entrar 
em desuso por incompatibilidade com a estrutura constitucional, nem sempre estão escritos em 
texto legal. (ex: obrigatoriedade contratual)
Princípios Clássicos
Princípio da Autonomia da Vontade (autonomia privada)1-
Os particulares têm liberdade para contratar quando quiserem, como quiserem, com quem 
quiserem e da forma que quiserem. A autonomia privada é o direito de tutela de seus próprios 
direitos pelo particular.
Liberdade de contratar - liberdade de escolha entre contratar ou não e quanto à pessoa.-
Liberdade contratual - liberdade de escolha do que será contratado. (possibilidade de 
negociação das cláusulas contratuais)
-
Princípio da Obrigatoriedade dos contratos ("pacta sunt servanda") 2-
As partes não são obrigadas a contratar, porém o que já foi contratado deverá ser cumprido.
Ganha relevo maior nas relações empresariais, já que o direito empresarial está atrelado à 
previsibilidade. Diferentemente das relações pessoais e civis, já que nestas deve-se adotar 
uma maior proteção ao equilíbrio contratual. A ideia de o contrato como lei entre as partes 
está atrelada à previsibilidade .
Na teoria clássica, bastava apenas a inexistência de vícios de vontade para a validade do 
contrato, porém a teoria contemporânea requer ainda que o contrato seja justo e equilibrado.
Princípio da intangibilidade contratual3-
O contrato é intangível no sentido de ser imodificável, só podendo ser alterados por vontade 
das partes.
Como regra geral, os contratos não podem ser modificados unilateralmente.
O princípio da intangibilidade contratual se aplica a contratos bilaterais e unilaterais, não 
sendo aplicados a contratos plurilaterais (como de sociedades).
A revisão contratual pela via judicial é exceção ao princípio, já que o judiciário se encarregará 
de rever o contrato a vias de equilibrá-lo.
Princípio do Consensualismo4-
Para haver um contrato, basta haver consenso. (note que isso não significa que os contratos 
requerem o consenso)
Este princípio quer significar a liberdade formal dos contratos. Se as partes consentirem, o 
contrato é válido de qualquer forma. O contrato verbal tem, portanto, a mesma validade do 
contrato escrito. 
Princípio da relatividade ("res inter alios acta")5-
Principiologia Contratual
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
10:38
 Página 4 de Civil III 
O contrato gera efeitos entre os contratantes (exigibilidade de cumprimento).
O contrato, em relação aos não contratantes, é coisa alheia, estranha. 
Há uma flexibilização deste princípio com a aplicação do Art. 18, já que estabelece que quem 
contribuiu para a existência do produto ou serviço responderá solidariamente pelos vícios 
deste. Em resumo, se o problema ocorrido for causado por essencialmente 1 parte, aplica-se o 
princípio da relatividade, onde o contrato só é exigível da parte causadora do problema.
Princípios Contemporâneos
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana1-
O contrato não pode atentar desproporcionalmente contra a dignidade dos contratantes ou 
de terceiros.
Princípio da Boa Fé Objetiva2-
Princípio que impõe aos contratantes, durante todas as fases da relação contratual, os deveres 
de lealdade, probidade e diligência.
Assunto tratado também em:Regras gerais do pagamento
Função Integrativa (Art. 422)•
Deveres anexos e que não estão expressamente previstos contratualmente.
Fase pré contratual-
Informação - dever de informar (intensidade variável caso a caso) e dever de se informar 
(postura ativa de diligência)
Fase contratual-
Cooperação - na fase de cumprimento do contrato as partes deverão se enxergarcomo 
parceiros.
Fase pós contratual-
Assistência - os contratantes não podem deixar um ao outro abandonados à própria sorte.
Função Interpretativa (Art. 187)•
A boa-fé deve servir de parâmetro de interpretação dos negócios jurídicos.
O juiz, ao interpretar um contrato, deverá não se limitar ao texto contratual, mas dar 
observância aos fatos e ao cumprimento dos deveres da função integrativa da boa-fé objetiva, 
bem como a função delimitativa.
Função Delimitativa (Art. 113)•
Quem excede os limites impostos pela boa-fé, pratica ato ilícito. (abuso de direito)
Exemplo: a exposição ao ridículo do devedor em mora é ilícito, pois é abuso do direito de 
cobrança, devendo o agente indenizar a vítima do abuso.
Subprincípios da regra de boa-fé
 Página 5 de Civil III 
"Venire contra factum proprium"a)
Impõe a proibição do comportamento contraditório; O comportamento das partes poderá 
vinculá-las se gerar legítima expectativa na outra parte. Os contratos podem ter seu sentido 
alterado se o comportamento das partes demonstrar a vontade diversa da prescrita no 
contrato.
O comportamento reiterado de uma parte vincula uma expectativa e pode atribuir inclusive 
um direito a outra parte. 
É importante notar que nem sempre o subprincípio prevalecerá sobre outro argumentos. O 
contrato poderá conter uma cláusula que exige que as alterações sejam feitas por escrito e 
que os atos de tolerância não gerarão ou atribuirão novos direitos.
Tu Quoqueb)
Impõe a proibição da utilização de dois pesos e duas medidas. As partes em posições de 
equivalência podem ter suas condutas vinculadas. Quando uma parte, em posição de devedor, 
pede a flexibilização do contrato em algum ponto, deverá ter a consciência de que em situação 
equivalente a outra parte poderá exigir a flexibilização semelhante.
Princípio do equilíbrio econômico dos contratos3-
Este princípio estabelece que as prestações contratuais devem ser economicamente 
proporcionais.
O princípio não deseja atingir um contrato com prestações equivalentes, idênticas; busca 
apenas não permitir excessos ou abusos, gerando um desequilíbrio excessivo. Muitas vezes, o 
equilíbrio virá na forma da adequação da prestação ao padrão de mercado.
O instituto da lesão (Art. 157) é norteado por esse princípio, porém por ser norma é de mais 
restritiva aplicação, exigindo o cumprimento de requisitos para sua verificação. Para provar 
que um contrato é lesivo, além do desequilíbrio econômico, é necessário provar que a 
contratação se deu em estado de necessidade ou inexperiência.
Princípio da Função Social dos Contratos4-
Efeitos obrigacionais externos - A situação jurídica criada pelo contrato deverá ser respeitada 
por terceiros.
Efeitos obrigacionais Internos - Os contratos não podem violar desproporcionalmente os 
direitos fundamentais de titularidade das partes ou de terceiros (inclusive coletiva). 
Princípio da preservação dos contratos5-
Este princípio estabelece que na medida do possível os contratos deverão ser preservados. Se 
existe irregularidade no contrato que pode ser sanada, é melhor fazê-lo do que extinguir o 
contrato.
 Página 6 de Civil III 
É uma teoria que reúne fundamentos para a revisão ou extinção de contratos que tenham se tornado 
excessivamente onerosos a uma das partes em virtude de acontecimentos extraordinários. (alheios à vontade das 
partes)
Norteia a interpretação dos Artigos:
Art. 6º, inciso V - Código de Defesa do Consumidor
Arts. 317 e 478 - Código Civil de 2002.
"Pacta sunt servanda" + "rebus sic stantibus" = Os contratos devem ser cumpridos desde que as circunstâncias em 
que foram celebrados permaneçam inalteradas. (Só se aplica a contratos de execução futura; duradouros)
A teoria da imprevisão é a sistematização da aplicação da cláusula "rebus sic stantibus". Ela adequa a incidência do 
princípio da obrigatoriedade dos contratos aos princípios que asseguram o equilíbrio contratual.
Pressupostos de Aplicação da Teoria da Imprevisão
O contrato deve ser de execução futura. (não se aplicará a contratos de execução imediata, como compra e 
venda à vista, etc)
•
Contrato de execução continuada - São os contratos cujo cumprimento se inicia com a celebração e se 
prolonga no tempo (locação por exemplo)
-
Contrato de execução diferida - São os contratos cuja execução ocorre em momento posterior ao de sua 
celebração. (exemplo: compra e venda a prazo)
-
O contrato deve ter sido afetado pela ocorrência de evento extraordinário (imprevisível, alheio à vontade das 
partes e com efeitos que atinjam a coletividade, extrapolando o curso normal dos acontecimentos.)
•
Excessiva onerosidade superveniente para uma das partes (relação direta de causa e efeito com a ocorrência 
do evento extraordinário)
•
Há correntes de doutrinadores que avaliam a possibilidade de a onerosidade para uma das partes seja atrelada 
a uma extrema vantagem para outra, mas não existe unanimidade nesse pensamento.
-
Contratos Comutativos•
São aqueles em que as prestações das partes são certas no momento da conclusão (celebração) do contrato
Esta teoria, portanto, não se aplica a contratos aleatórios, onde pelo menos uma das prestações é incerta.
Um exemplo de contrato aleatório é o contrato de seguro, onde uma das partes assume uma prestação como 
risco, atrelado à incidência de um fato determinado.
Código Civil de 2002 vs Código de Defesa do Consumidor
CDC - ordem pública e interesse social. Há a possibilidade de aplicação "ex oficio" das normas sem a 
provocação da parte.
Código Civil de 2002 - Parte deverá provocar o judiciário para revisão do contrato. Presentes os requisitos e a 
solicitação da parte o juiz deverá rever o contrato. Ex: Art. 317 (fundamentado pela teoria da imprevisão)
Revisão e extinção do contrato:
Teoria da Imprevisão
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
08:00
 Página 7 de Civil III 
O Art. 317 trata dos requisitos para revisão do contrato e estabelece que o juiz deverá, se provocado e 
cumpridos os requisitos legais, rever o contrato oneroso.
O Art. 478 estabelece os requisitos para a extinção (resolução - volta ao estado quoante 'status quo' ) do 
contrato, sendo basicamente a extrema vantagem da outra parte e a Execução Futura do contrato (que é 
implícito no 317), além dos outros requisitos do Art. 317.
O Art. 478 só pode ser aplicado por iniciativa da parte interessada. E a decisão retroagirá à data da citação 
(ação ajuizada para extinção contratual). O devedor deverá ajuizar ação de resolução e pedir liminarmente a 
suspensão de exigibilidade das parcelas vincendas, para evitar a cobrança durante o decurso do processo.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar 
equitativamente as condições do contrato.
O 479 trata da conversão da ação de resolução em ação de revisão a pedido do réu.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, 
poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo 
de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
O Art. 480 prevê a revisão de contratos unilaterais, onde apenas uma parte possui obrigações (não há 
contraprestação)
 Página 8 de Civil III 
O contrato de adesão não é modalidade contratual (como compra e venda, locação). Consiste em uma técnica 
contratual que pode ser utilizada para várias modalidades contratuais. A natureza jurídica do contrato estabelecido 
entre as partes não é alterada se for utilizada a técnica de "contrato de adesão".
Nota-se também que a forma dos contratos, mesmo que de adesão, continuam a ser livres. Existem contratos de 
adesão realizados por forma não escrita (Ex: contratos de utilização de transporte público via verbal).
O surgimento dos contratos de adesão se dá, principalmente, como consequência da massificação das relações 
contratuais.Com esse grande volume de contratos estabelecidos em curtos espaços de tempo, é necessário uma 
maior celeridade para que sejam realizados. Por meio dessa técnica, se democratizaram vários bens de consumo, 
como a telefonia. É errado afirmar que todo contrato de adesão é injusto e não cumpre função social pois não existe 
negociação, já que mesmo contratos que não são de adesão podem não ter negociação. Todos os contratos de 
adesão contam com as seguintes características:
Predisposição das cláusulas contratuais por uma das partes que se encontra em posição econômica que lhe 
permita impor as condições do contrato. (seja essa posição decorrente de poderio econômico ou exclusividade 
de serviços.)
-
Não há liberdade contratual. (não há negociação da matéria do contrato)-
Uniformidade das cláusulas contratuais. (forma padrão dos contratos destinada a número indeterminado de 
pessoas.)
-
Celeridade (velocidade na contratação)-
Abstração das cláusulas contratuais (cláusulas redigidas de forma abstrata para qualquer pessoa que deseje 
aderir, feitas sem observância ao perfil do comprador em especial) 
-
A possibilidade de alteração substancial do conteúdo do contrato descaracterizará o contrato de adesão no 
caso concreto (pode existir por exemplo a negociação de preço ou taxas em um contrato de adesão, mas 
apenas a alteração substancial de cláusulas pode descaracterizar o contrato de adesão.
Da Interpretação de um Contrato de Adesão•
(Art. 423 e 424)
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou 
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao 
aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a 
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do 
negócio.
Ex: compra de uma empresa com restrição à produção de determinado produto (via contrato de adesão)
Predisponente = aquele que estabelece as cláusulas.
Aderente = aquele que adere ao contrato.
Contratos de Adesão
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
09:50
 Página 9 de Civil III 
Contrato de consumo é aquele que tem, em um dos polos, uma pessoa que se insere no conceito de fornecedor e 
em outro polo o contratante que se insere no conceito de consumidor.
Art. 3º CDC - Do Fornecedor
Fornecedor é toda aquela pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem 
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços.
Art. 2º CDC - Do Consumidor
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final.
Teoria Maximalista•
Destinação final fática (empresa que compra algodão para tecelagem é consumidora do algodão)
Teoria Finalista•
(A teoria finalista deixa de proteger as micro e pequenas empresas quando contratam com empresas de 
poderio econômico extremamente superior)
Destinação final econômica. Deve-se avaliar se o bem é de consumo ou de produção. Se o produto ou serviço 
adquirido foi adquirido para propiciar a atividade econômica, inexiste a relação de consumo.
Teoria Finalista Ponderada•
É preciso avaliar, além da destinação final econômica, se existe entre as partes uma relação de nítida 
vulnerabilidade para que seja considerada a relação de consumo. Se qualquer uma das análises identificar a 
relação de consumo, aplicar-se-á o Código de Defesa do Consumidor.
Requisitos de Validade dos Contratos
Requisitos de Validade (explicação em Direito Civil II)
Art. 104 e 166 do Código Civil de 2002.
Subjetivos (vícios podem gerar nulidade ou anulabilidade)•
Capacidade - Capacidade civil necessária ao negócio jurídico.-
Legitimação - Posição de uma pessoa em relação a determinados bens jurídicos. (ex: venda a descendentes)-
Consentimento - Manifestações que se insiram na categoria contrato. (não necessariamente vontade)-
Objetivos•
Objetos Lícitos, possíveis e determináveis.-
Objeto imediato = ação a que se comprometem as partes.
Objeto mediato = bem jurídico sobre o qual recaem as ações.
Contratos de Consumo
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
08:44
 Página 10 de Civil III 
Licitude - não haver proibição à prática do negócio jurídico com aquele objeto.
Possibilidade - possibilidade de realização material do objeto, no plano físico.
Determinabilidade - Não é necessário o objeto ser determinado, mas ao menos determinável
Formais (vícios geram nulidade)•
A forma do contrato é aquela prescrita ou não defesa em lei. (lei pode determinar se o contrato deverá ser 
escrito, solene ou mesmo não estabelecer nem proibir forma.)
Negócios envolvendo imóveis cujo valor é maior que 30 salários mínimos deverão ser pela forma escrita, mas 
a regra geral é de que a forma é livre.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a 
sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem 
cominar sanção.
 Página 11 de Civil III 
Os contratos negociais (principalmente no meio empresarial) possuem fases bem definidas, 
porém que não são obrigatórias. É necessário notar que existem contratos onde essas fases 
não são bem definidas
Negociações Preliminares1-
Consiste na fase de formação dos contratos em que existem sondagens e troca de 
informações que tenham por objeto a celebração do negócio jurídico. É a fase onde se buscam 
entender o objeto do contrato, a negociação em si e a viabilidade do contrato. Não vincula as 
partes à celebração do contrato, mas poderá gerar a responsabilidade civil e dever de 
indenização.
Não há vínculo contratual, mas há vínculos jurídicos como a responsabilidade civil.-
Regra geral: Ambas as partes podem, injustificadamente e a qualquer tempo, abandonar as 
tratativas, salvo se o comportamento de uma delas gerar a legítima expectativa de que o 
contrato será celebrado.
-
Nesse caso, o ato ilícito (quebra da legítima expectativa gerada) vinculará o dever do infrator 
de indenizar os prejuízos eventualmente causados.
Exigência intensa do dever de informação. (Dever de informar e se informar, além das 
hipóteses onde exige-se o dever de sigilo sobre o teor da negociação.)
-
Nessa fase, a importância da documentação do dever de informação e de vinculação ou não 
contratual, através da técnica da pontuação, se mostra extremamente importante.
Técnica da Pontuação•
Consiste em documentar toda a forma de informações e comunicações realizadas pelas 
partes.
(o nome dos documentos é irrelevante, o que importa é o seu teor)
Carta de intenções - Documento que expõe a vontade da parte de iniciar uma negociação e 
que deve conter a cláusula de que o documento não é vinculante quanto à obrigação de 
contratar. (apesar de vincular as partes juridicamente quanto a deveres instrumentais.)
-
Acordo de confidencialidade - Estabelece obrigação de não revelar a terceiros a existência e 
teor da negociação. (pode estabelecer inclusive penalidades ao descumprimento)
-
Memorando de entendimentos - Quando a negociação já é avançada mas que ainda não 
atribui a segurança devida para a celebração do contrato, geralmente as partes assinam um 
memorando de entendimentos, que tem por objetivo registrar o que jáfoi negociado pelas 
partes e fixar as premissas para a continuação das negociações. Serve para dar um maior 
direcionamento às negociações.
-
Proposta2-
A proposta é uma declaração unilateral de vontade que contempla os elementos essenciais de 
um contrato.
Proponente / Polissitante - é aquele que faz a proposta e direciona ao Oblato (destinatário da 
Formação dos contratos
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
08:12
 Página 12 de Civil III 
Proponente / Polissitante - é aquele que faz a proposta e direciona ao Oblato (destinatário da 
proposta)
Vincula o proponente e integra o contrato, salvo disposição em contrário.
Portanto, a proposta deve conter todos os elementos de um contrato de forma precisa, 
faltando apenas a adesão. Se a proposta contiver disposição contrária à obrigatoriedade do 
proponente de contratar, ela será na verdade um convite à iniciação das negociações 
preliminares. 
A proposta pode ser feita entre presentes ou entre ausentes (que se diferenciam pela 
possibilidade de comunicação e interação ampla e em tempo real, sendo a distância 
irrelevante)
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente 
aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por 
telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo 
suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a 
resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento 
da outra parte a retratação do proponente.
I - A proposta entre presentes, sem prazo, deverá ser imediatamente aceita. Do contrário, 
deixa de obrigar o proponente. (A interpretação da imediação deverá ser de "o mesmo 
momento da proposta e seus esclarecimentos.")
II - A proposta entre ausentes, sem prazo, terá de ser respondida em prazo hábil. (que deverá 
ser obtido pela comparação a um padrão, que poderá ser o mercado ou negociações 
anteriores).
III - A proposta entre ausentes deverá ter sua resposta expedida antes do decurso do prazo de 
vigência da proposta, ou se a proposta prescrever que o prazo inclui o prazo de recebimento.
IV - A proposta errada vincula o proponente se gerar legítima expectativa no Oblato. Por isso a 
lei estabelece a possibilidade de retratação antes ou simultaneamente, obviamente 
interpretado de forma razoável.
Proposta x Oferta
Art. 429 Código Civil de 2002 e Art. 30 e seguintes do CDC.
A proposta é direcionada a pessoa determinada e a oferta é direcionada ao público.
Aceitação3-
A aceitação é identificada pela doutrina como uma declaração unilateral de vontade de adesão 
incondicional à proposta contratual.
Não precisa ser, necessariamente, manifestada por um ato, pode existir aceitação tácita, 
inclusive presumida por comportamentos.
A aceitação é o último requisito para a conclusão do contrato. Se o Oblato aceitar a proposta, 
o contrato estará celebrado. Porém, se esta for aceita fora do prazo ou com modificações, 
implicará em nova proposta. Dessa vez, invertem-se os polos da negociação e transforma-se o 
Oblato em proponente, e o proponente inicial se coloca em papel de Oblato para aceitação da 
proposta modificada. Dessa vez, ele (o proponente inicial) deverá aceitar a proposta.
 Página 13 de Civil III 
proposta modificada. Dessa vez, ele (o proponente inicial) deverá aceitar a proposta.
O Momento da Celebração dos Contratos entre Ausentes.-
É importante saber o momento da celebração do contrato, em especial entre ausentes, para 
averiguar se, no momento da celebração, as partes tinham capacidade civil plena e/ou 
legitimidade para contratar. Também é importante saber se as regras vigentes no momento 
de sua celebração autorizam a conclusão do contrato.
Teoria da Declaração propriamente dita.•
O contrato entre ausentes considera-se celebrado no efetivo momento da manifestação de 
vontade do Oblato. (Ex: no momento da elaboração do e-mail de aceitação)
Teoria da Expedição* - Teoria adotada pelo Direito Brasileiro como regra geral.•
O contrato é considerado celebrado no momento em que a resposta é expedida pelo Oblato.
Teoria da Recepção* - Adotada por correntes para garantir o direito de retratação do Oblato.
(Exceção)
•
O contrato é considerado celebrado no momento do recebimento da resposta pelo 
Proponente
Teoria da Cognição•
O contrato é considerado celebrado no momento em que o proponente toma conhecimento 
dos termos da resposta.
Do Contrato Preliminar-
O contrato preliminar consiste no contrato que tem por objeto a celebração do principal, 
definitivo.
Sendo, assim, o contrato preliminar é aquele em que o objeto imediato é o contrato principal. 
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve 
conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser 
celebrado.
•
Para que o contrato seja considerado preliminar é preciso que ele contenha os elementos 
essenciais do contrato a ser celebrado, exceto a forma.
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do 
disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste 
cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito 
de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra 
para que o efetive.
•
Salvo estipulação em contrário, os contratos são irrevogáveis e irretratáveis.
Se o contrato não contiver vícios de forma e nem cláusulas de arrependimento, as partes 
poderão exigir a celebração do definitivo, porém em geral as obrigações civis com termo 
definido já constituem o devedor em mora a partir do vencimento. Mas há a possibilidade de 
aplicação de novo prazo para a celebração do definitivo.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao 
registro competente.
•
 Página 14 de Civil III 
registro competente.
A Obrigatoriedade do Registro é requisito de eficácia perante terceiros (Erga omnis). 
O registro de um contrato preliminar de compra e venda, por exemplo, no cartório de registro 
de imóveis competente dá publicidade ao ato e evita a dupla venda. O contrato preliminar que 
não é registrado não é oponível a terceiros, não perdendo a validade, porém a eficácia em 
casos de problemas com a celebração.
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do 
interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo 
caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se 
opuser a natureza da obrigação.
•
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato 
preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir 
perdas e danos.
•
O descumprimento do contrato preliminar se dá pela não celebração do contrato definitivo. 
Por isso, é importantíssimo que o contrato preliminar contenha o prazo para a celebração do 
principal. Sem essa cláusula, o contrato perde eficácia no sentido de poder ser adiado em sua 
celebração.
Com o descumprimento do contrato preliminar no prazo estabelecido, surge ao credor duas 
opções: extinção do contrato (Art. 465) e a exigência judicial da celebração do definitivo (Art. 
464), somadas de perdas e danos.
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, 
sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no 
prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for 
razoavelmente assinado pelo devedor.
•
É a chamada opção de compra ou opção de venda, onde uma das partes adquire o direito de 
comprar ou vender, oposta ao dever de venda ou compra pela outra parte.
 Página 15 de Civil III 
A regra básica do Código Civil é de que o contrato será considerado celebrado no local de sua 
proposição e não no momento de sua celebração propriamente dita.
Tem eficácia principalmente na celebraçãode contratos entre ausentes, pois independe do meio de 
comunicação.
É importante decidir onde o contrato foi celebrado para decidir qual a legislação aplicável ao 
negócio jurídico, tendo pouca importância nas negociações legais e maior relevância nas 
contratações internacionais.
Existe divergência entre o caráter da norma. Existem correntes que entendem essa norma como 
imperativa, não podendo o contrato dispor em contrário, enquanto outras correntes a regra é 
puramente dispositiva e aceita contratação em contrário.
O foro do contrato é diferente do lugar de contratação, pois consiste na comarca competente para 
julgar e resolver os eventuais problemas decorrentes da contratação.
Como regra geral (exceção dos contratos de consumo) existe a possibilidade de negociação do foro 
do contrato, possibilitando a adequação das prestações aos interesses das partes. É importante a 
negociação pois o litígio em outra comarca pode custar muito e gerar uma insegurança maior à 
decisão. 
Lugar de Celebração dos Contratos (Art. 435)
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
09:49
 Página 16 de Civil III 
Quando da interpretação dos contratos, se busca extrair da contratação entre as partes seu real e 
efetivo sentido.
São utilizadas, possivelmente, as mesmas técnicas e métodos de interpretação das leis, com as 
devidas adaptações, à interpretação dos contratos.
Em geral, é mais fácil interpretar uma norma contratual pois se conhece o criador e destinatários da 
norma, além da situação em que foi celebrado o contrato.
Deve-se interpretar o contrato como uma situação de normas jurídicas entre as partes, que têm 
força normativa como as leis. (O contrato é lei entre as partes)
Existem duas teorias para interpretação dos contratos:
Teoria da declaração•
Deve prevalecer, em caso de dúvida, o elemento externo da declaração de vontade. (o que 
importa é o que as partes externalizaram, seja por escrito ou por comportamento)
Tem primazia na garantia da segurança jurídica.
Teoria da Vontade•
Deve prevalecer, em caso de dúvida, a real intenção das partes.
O Art. 112 do Código Civil de 2002 dá a entender de que no sistema jurídico brasileiro é 
adotada a teoria da vontade. 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção 
nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Porém, o mais razoável deve ser um sistema misto onde ponderar-se-á a declaração feita 
entre as partes, inclusive o comportamento, mas avaliando também a real vontade das partes.
Busca uma maior justiça contratual.
Elementos de interpretação dos contratos•
Gramatical-
Elemento só faz sentido quando tratamos de contratos escritos. As regras da gramática podem 
auxiliar a interpretação dos contratos, funcionando em conjunto com os outros elementos 
para chegar à melhor interpretação no caso.
Pessoal-
Refere-se às características pessoais dos contratantes, o que pode ser decisivo e determinante 
para uma interpretação adequada. Mostra-se útil para verificar nível de experiência, cultura, 
conhecimento e etc. Obviamente, é diferente uma relação jurídica entre empresários e entre 
pessoas simples, podendo inclusive este eliminar a aplicação do elemento gramatical (caso de 
analfabetos funcionais, etc).
Espacial-
Interpretação dos Contratos
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
10:26
 Página 17 de Civil III 
O lugar de celebração do contrato poderá auxiliar na interpretação de suas cláusulas. (os 
costumes do local onde foi celebrado o contrato determinam diversas premissas contratuais, 
sendo diferente um contrato realizado em São Paulo de um no Amazonas.)
Temporal-
O momento de celebração do contrato poderá auxiliar na interpretação das cláusulas.
A época e as circunstâncias temporais da data da celebração do contrato.
Regras De interpretação dos contratos:•
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias 
ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de 
vontade expressa.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção 
nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme 
a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia 
interpretam-se estritamente.
Os atos de liberalidade são considerados negócios jurídicos benéficos e, como a renúncia, não 
podem sofrer interpretação extensiva.
Critérios doutrinários de interpretação dos contratos:•
O comportamento das partes deverá auxiliar o intérprete na exegese contratual. (expressa a 
real vontade das partes e por isso demonstra a real interpretação que as partes dão ao 
contrato)
1-
O contrato deve ser interpretado como um sistema. (Não se pode interpretar cláusulas de 
forma isolada)
2-
Se uma cláusula for suscetível de mais de uma interpretação, deve se adotar a interpretação 
que confira efeitos ao contrato. (evita que cláusulas ambíguas venham retirar do contrato seus 
efeitos)
3-
Na dúvida, deve-se interpretar o contrato em desfavor de quem o redigiu. (evita a utilização 
da má-fé, impondo ao redator o ônus de diligência na redação de um contrato livre de 
ambiguidades.)
4-
Na dúvida, pró Liberdade. (na dúvida, as partes ainda não estão vinculadas)5-
Interpretação Integrativa•
Tem por objetivo suprir as lacunas do contrato, como se as partes tivessem previsto a lacuna. 
No caso de uma lacuna, o intérprete deverá restaurar a vontade das partes.
 Página 18 de Civil III 
Classificar um contrato é importante para determinar os momentos para utilização de determinadas técnicas e 
institutos procedimentais no decorrer de um processo.
Quanto à Tipicidade•
É importante para saber a legislação à qual o contrato se regerá. Contratos típicos em geral são tratados em 
legislação específica, que prevalecerão sobre as normas gerais, que continuam válidas, porém inaplicáveis em alguns 
pontos. Já os atípicos serão regulados pelas disposições normativas gerais.
Típicos1-
São aqueles que têm previsão expressa em lei (norma jurídica válida).
Atípicos2-
São aqueles não previstos expressamente em lei (norma jurídica válida).
O Art. 425 juntamente com o princípio da não proibição do não previsto é importante para a interpretação.
Quanto à vinculação a outros contratos•
Puros1-
É o contrato que possui independência e autonomia jurídica e funcional, desvinculado de outros contratos.
Para a execução desse contrato, não é necessário o cumprimento de outro contrato, é independente. Em 
geral são contratos típicos.
Mistos2-
É o contrato fruto da combinação de dois ou mais contratos interligados funcionalmente.
São por exemplo os contratos de leasing, onde as regras gerais dos contratos serão aplicadas por se tratar de 
contratos que são um misto entre duas espécies de obrigações. Em geral são atípicos.
A teoria dos contratos conexos estabelece que a interpretação dos contratos ligados funcionalmente deve ser 
realizada como se o contrato fosse de um só negócio. (como os contratos intermediados por administradoras 
de cartão de crédito)
Quanto à forma•
Consensuais1-
Mediante simples consenso. (regra geral forma livre)
Formais2-
São aqueles que se aperfeiçoam validamente desde que respeitada a forma prescrita em lei. (não basta o 
consenso, este deve ser manifestado na forma prevista em lei.)
Reais3-
São os contratos que só se aperfeiçoam com a entrega efetiva da coisa. (Ex: contrato de depósito ou mútuo)
Classificação dos Contratos
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
09:51
 Página 19 de Civil III 
Quanto às obrigações das partes•
Mesmo em um contrato unilateral, trata-se de um negócio jurídico bilateral, ao menos, podendo existir mais 
de 1 pessoa na mesma parte. A parte não significa o contratante, mas sim o polo contratual,que pode ser 
mais de uma pessoa.
Bilaterais1-
São os contratos em que existem obrigações para ambas as partes. (Ex: compra e venda)
"Exceptio non adimpleti contratus" (Exceção do contrato não cumprido) Art. 476-
Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes poderá exigir cumprimento de obrigação alheia, sem antes 
ter cumprido a sua. (deve-se observar, para a aplicação, o momento de exigibilidade da obrigação.)
"Solve et Repete" - Preceitua que um dos contratantes deve, primeiro, solver sua obrigação para, 
eventualmente e se for o caso, pedir de volta o que pagou indevidamente. É uma renúncia à "exceptio".
-
Unilaterais2-
São aqueles em que existem obrigações apenas para uma das duas partes. (Doação pura, comodato)
Plurilaterais3-
São os contratos que comportam mais de duas partes e cujos interesses destas convergem para um fim 
comum. São os contratos em que duas ou mais partes se comprometem somam esforços para o 
desenvolvimento de um determinado objetivo, seja uma atividade econômica (caso das sociedades) ou não.
Se diferenciam dos bilaterais pois os interesses não são beneficiar os contratantes e sim o exercício de 
determinada atividade. Não se aplicam, aos plurilaterais, a regra do Exceptio non adimpleti contratus.
Quanto à onerosidade•
Onerosos1-
São os contratos onde existe reciprocidade nas obrigações, existem prestações e contraprestações recíprocas.
As obrigações não são correspondentes.
Gratuitos2-
Não há reciprocidade das obrigações nos contratos gratuitos e uma das partes pratica um ato de liberalidade.
Se existir contraprestação, (bilateral e excepcional à regra geral) esta não será em favor da outra parte.
Quanto à comutatividade•
Comutativos (pré-estimados)1-
As obrigações das partes são certas e definidas no momento do contrato.
Aleatórios2-
Pelo menos uma das obrigações objeto do contrato é incerta. É o chamado contrato de risco.
Nota-se que a aleatoriedade do contrato logicamente exige que o risco seja contemplado com uma 
contraprestação mais vantajosa do que se este fosse comutativo. Uma das partes 
Contrato de Risco Integral (Art. 458)
É o contrato onde as partes assumem o risco de que nada do que foi contratado possa vir a existir.
 Página 20 de Civil III 
É o contrato onde as partes assumem o risco de que nada do que foi contratado possa vir a existir.
É o risco total. As partes abrem mão de sua segurança em favor de um risco maior, que poderá gerar maiores 
vantagens ou mesmo desvantagens.
Contrato de Risco Parcial (Art. 459)
É o contrato onde assume-se o risco de o que foi contratado venha a existir em menor quantidade do que a 
esperada. A diferença entre o risco parcial e o integral é de que o risco a ser assumido não será total, as partes 
podem delimitar até que nível o risco influenciará no contrato. O contrato de risco parcial permite uma 
segurança mínima às partes sem excluir o risco, mas um equilíbrio entre risco x segurança.
Contrato de coisa exposta a risco (Art. 460)
É o contrato onde assume-se o risco que recai sobre a coisa, seja ele jurídico, financeiro ou natural.
Nessa figura, a coisa já existe porém está sujeita a riscos. Um exemplo disso são contratos de compra e venda 
de imóveis abandonados, sujeitos a riscos jurídicos e naturais (invasões, por exemplo). O preço, obviamente, 
vai sofrer diminuições em função do risco a que a coisa se submete.
Se o fato ao qual a coisa se submete em forma de risco já for conhecido pela parte dona da coisa, será 
pressuposto o dolo de lesão, já que não existe mais risco e sim um fato.
Quanto à negociabilidade•
Contrato de Adesão1-
São aqueles em que as cláusulas são pré dispostas por uma das partes. (interpretados pelas regras especiais 
dos Arts. 423 e 424 Código Civil de 2002 )
Contratos Negociáveis2-
São os contratos em que as partes se encontram em posição de, em conjunto, negociarem e construírem o 
conteúdo contratual.
Não se caracteriza pela efetiva negociação das cláusulas pelas partes e sim pela possibilidade de isto ocorrer 
pela posição em que as partes se encontram.
Quanto à independência jurídica•
Principais1-
São os contratos que possuem independência jurídica.
Acessórios2-
São aqueles cuja validade e existência está subordinada à validade e existência de um outro contrato. O 
acessório segue o principal. (Ex: contrato de locação com acessório de fiança) Os contratantes podem 
estabelecer a contaminação do contrato principal se o acessório se extinguir.
Quanto à pessoalidade•
As obrigações é que são classificadas quanto à pessoalidade, já que elas é que poderão ser transferidas.•
Impessoais1-
É o contrato em que as características pessoais dos contratantes têm relevância reduzida. (quem detém 
créditos pode, em regra, transferir o direito) As obrigações impessoais são transferíveis. 
Personalíssimos (Intuitus Personae)2-
 Página 21 de Civil III 
Personalíssimos (Intuitus Personae)2-
As características pessoais dos contratantes, nesse tipo de contrato, têm importância e essencialidade para a 
contratação. As obrigações personalíssimas são intransferíveis, devem ser cumpridas por quem as assumiu. 
(Ex a regra geral das obrigações de fazer)
Quanto à abrangência coletiva•
Individuais1-
São os contratos que só obrigam as partes que diretamente participam da relação contratual. Só vinculam 
quem dele efetivamente participa, independente do número de contratantes.
Coletivos2-
São os contratos que geram efeitos perante pessoas vinculadas às entidades contratantes. (Ex: convenção 
coletiva e acordo coletivo, onde o que for contratado pelo sindicato gerará efeitos a todos os vinculados a 
este).
 Página 22 de Civil III 
Arts. 408 a 416 do Código Civil de 2002 
A cláusula penal é uma espécie de sanção, prevista no contrato, para os casos de descumprimento 
ou mora.
Não existe cláusula penal implícita, para que estas possam ser aplicadas, as partes deverão ter 
pactuado expressamente sua aplicação.
É uma obrigação acessória ao contrato, já que não existe a sanção sem que haja o descumprimento 
das obrigações principais do contrato.
Cláusula penal compensatória•
É a cláusula que é prevista para os casos de descumprimento da obrigação principal.
Poderá ser cobrada como alternativa ao cumprimento da obrigação. O inadimplente da 
obrigação principal poderá se ver exigido que cumpra a cláusula penal compensatória ou a 
obrigação em espécie. A prerrogativa de escolha entre o cumprimento da cláusula penal ou da 
obrigação em espécie é do credor, ou seja: Pode o credor exigir o cumprimento da obrigação 
em espécie judicialmente, inclusive com o pedido de Astreintes (multas diárias)
Cláusula penal moratória•
É a cláusula prevista para os casos de mora. Será somada ao cumprimento da obrigação em 
espécie. O credor pode exigir o cumprimento da obrigação e a cláusula penal moratória.
Descumprimento x Mora
Para diferenciar descumprimento de mora deverá ser feito averiguando se o cumprimento da 
obrigação com atraso satisfará os objetivos contratuais. Se o cumprimento posterior satisfizer 
os objetivos dos contratantes, pode existir Mora, do contrário, o atraso será o próprio 
descumprimento.
Funções da Cláusula Penal•
Indenizatória = A cláusula penal prefixará os valores a serem pagos em caso de 
descumprimento ou mora.
1-
A indenização posterior é de mais difícil exigibilidade pois há de se provar o dano, culpa da 
outra parte e nexo de causalidade. Já a cláusula penal é a segurança do credor em ter direito a 
receber ao menos a cláusula penal indenizatória, mesmo que não se consiga provar o efetivo 
dano.
Intimidatória = A cláusula penal serve de incentivo para que as partes cumpram o que foi 
convencionado.
2-
Punitiva = A cláusula penal tem por objetivo punir o devedor faltoso.3-
Limite da Cláusula Penal•
Cláusula Penal
sexta-feira,7 de outubro de 2011
08:02
 Página 23 de Civil III 
No direito Brasileiro, o valor da cláusula penal não poderá ultrapassar o valor da própria 
obrigação.
A cláusula penal moratória de contratos de outorga de crédito (regido pelo CDC) ou de atraso 
no pagamento de condomínios terá limite de 2%, porém existe a hipótese de redução.
O julgador deverá reduzir o valor da cláusula penal quando:
Casos de descumprimento parcial da obrigação.-
Casos de manifesta desproporcionalidade da cláusula penal. (excesso)-
Possibilidade de receber além do previsto na cláusula penal:•
O cumprimento da cláusula penal independe da comprovação de prejuízo, sendo assim, basta 
comprovar-se a mora ou descumprimento, e só é lícito ao credor exigir indenização 
suplementar se assim for expressamente convencionado. 
(Essa possibilidade permite a indenização suplementar de forma a reparar o real prejuízo 
integralmente.)
A cláusula penal limita minimamente o valor recebido a título de indenização, mas se houver 
previsão expressa de indenização suplementar, o prejuízo integral será "completado" pela 
indenização suplementar.
Nas obrigações indivisíveis, o devedor faltoso responderá pela totalidade da cláusula penal 
enquanto que os demais devedores (que cumpriram suas obrigações) responderão 
proporcionalmente por sua quota parte.
Terão os outros devedores direito de regresso contra o faltoso.
Ex: Casos de venda de imóvel que pertence a mais de um dono.
 Página 24 de Civil III 
Arts 417 - 420.
As Arras são um início de pagamento ou cumprimento das obrigações (é conhecido em nosso 
cotidiano como sinal), que só podem ser prestadas em dinheiro ou em bens móveis.
As arras deverão representar o início de pagamento, portanto uma entrada de 80% da totalidade da 
obrigação não pode ser considerada como arras, já que esta deverá ser pequena frente ao todo. (são 
consideradas jurisprudencialmente arras de, em média, 10, 15%).
Nada impede que as partes denominem como sinal um pagamento de grande parcela do contrato, 
porém nãos será juridicamente considerado como arras, não servindo tal como as garantias dadas 
por lei às Arras.
O regime jurídico das arras só se aplica quando elas forem efetivamente prestadas. (a entrega 
efetiva do sinal) Por esse motivo, diz-se das Arras que tenham natureza de obrigação Real.
Em contratos com direito a arrependimento, não é possível a indenização suplementar ao valor das 
arras. (Art. 420)
Funções das Arras•
Função confirmatória1-
O sinal tem por objetivo de confirmar a intenção das partes em cumprir o contrato (o contrato 
já é confirmado pelo consenso).
Função indenizatória2-
Em caso de descumprimento do contrato, aplica-se a regra:
Se quem descumprir o contrato for quem entregou as arras, quem as recebeu poderá retê-las 
e considerar desfeito o contrato, servindo as arras como mínimo de indenização.
Se quem descumprir o contrato for quem recebeu as arras, compete-lhe devolvê-las em 
dobro, servindo as arras como mínimo de indenização.
Função assecuratória3-
A função assecuratória é exercida pelas arras quando estas são prestadas em bens de natureza 
distinta da obrigação contratada, com o objetivo de garantir a conclusão do contrato. 
É a utilização de bens de diferente natureza dos objetos do contrato como garantia do 
cumprimento das Arras, como por exemplo um carro, mas que será substituído pelo valor em 
dinheiro correspondente.
Instituto do Sinal (Arras)
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
09:48
 Página 25 de Civil III 
Vícios Redibitórios•
É um instituto de garantia que se relaciona com a hipótese de existirem vícios ocultos não constatados no 
momento da celebração do contrato. Para que seja aplicada a regra dos vícios redibitórios é necessário cumprir 
alguns requisitos.
(Os vícios do produto são uma garantia legal mais eficaz que os vícios redibitórios que apenas se aplica a 
contratações de consumo - Art. 18 CDC - e por isso não é comum a aplicação dos vícios redibitórios em relações 
de consumo.)
É a possibilidade de desfazimento do negócio jurídico ou abatimento do preço pela descoberta de vícios ocultos 
da coisa, através da "Ação Redibitória" e "Ação Estimatória (Quanti Minoris)", respectivamente. (Ações Edilícias)
Se aplicam independentemente de o alienante ter conhecimento do vício (Não depende da culpa do alienante).
Caso o alienante tenha conhecimento do vício e não o informe, responderá pela garantia legal e pelas perdas e 
danos.
Prazo: (Art. 445) Decadencial de 30 dias para bens móveis e 1 ano para bens imóveis, contados da data da 
entrega efetiva da coisa. (será reduzido pela metade se o adquirente já estivesse na posse efetiva da coisa no 
momento da contratação, onde o prazo ainda se inicia na data da celebração do contrato).
§1º - Esse prazo pode ser prorrogado por mais 180dias ou por 1 ano a partir da ciência do vício pelo adquirente, 
desde que este, por sua natureza, não possa ser constatado no prazo do caput. (Ou seja: se tem 180 dias para 
descobrir o vício e mais 30 dias para exercício do direito.)
Requisitos de Aplicação da Teoria dos Vícios Redibitórios
Contrato comutativo que formalize a transferência de uma coisa.•
Exclui os contratos aleatórios. (o contrato deverá ter prestações certas)
Note que a transferência pode se referir à transferência da propriedade ou da posse, podendo esse instituto ser 
aplicado a contratos de locação, por exemplo.
Em uma interpretação literal, por a lei estabelecer que se aplica essa regra apenas à coisas, seria inadmitida a 
aplicação da teoria dos vícios redibitórios a bens imateriais, como softwares, porém, esse pensamento não 
acompanha a evolução tecnológica, sendo superado doutrinariamente hoje em dia.
Constatação de um vício oculto•
Para definir quais vícios são ocultos, existem duas vertentes de pensamento:
Teoria do homem médio - Um homem médio com conhecimentos básicos sobre o assunto poderia detectar o 
vício? Se a resposta for negativa, o vício é oculto.
a)
Descer ao caso concreto - A partir das características da pessoa que reclama os vícios redibitórios, é possível 
saber do conhecimento dos vícios. (Ex: Vender um carro para um mecânico)
b)
Vício Grave•
É todo aquele vício que diminui o valor da coisa ou impossibilita ou prejudica sua utilização para os fins a que se 
Garantias Legais
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
08:04
 Página 26 de Civil III 
É todo aquele vício que diminui o valor da coisa ou impossibilita ou prejudica sua utilização para os fins a que se 
destina.
Vício deve existir no momento de entrega da coisa•
Vícios que advenham posteriormente não se aplicam a essa garantia legal.
Renúncia à garantia legal:
É possível a renúncia desse direito, porém para que isso se faça é necessário que haja uma contraprestação 
financeira que justifique a sua renúncia. (Ex: compra de veículos "No estado em que se Encontra" em leilões) 
 Página 27 de Civil III 
A garantia contratual será complementar à garantia legal, iniciando-se o prazo da garantia legal 
apenas após o prazo da garantia contratual. Porém, uma vez constatado o vício, o adquirente deverá 
denunciá-lo em até 30 dias. 
É possível a renúncia das garantias legais, pois se trata de direito patrimonial disponível, porém não 
se pode presumir a renúncia, que deve ser livre dos vícios do consentimento.
Vícios do produto•
CDC - Art. 18
"Os fornecedores de produto de consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios do produto que prejudiquem sua utilização ou lhe diminuam o 
valor..."
Estabelece que o consumidor poderá procurar a realização de seus direitos contra a 
montadora, fabricante, vendedora, distribuidora e todos os fornecedores que tenham relação 
direta com o vício do produto.
De informação-
(Ex: embalagem diz ter 1kg e tem 900g)
De qualidade-De quantidade-
(Ex: embalagem diz ter 20 cápsulas e só tem 19)
Constatado o problema, o consumidor deverá reclamar para sanar o vício no prazo legal (que 
varia de acordo com a natureza do bem) e o fornecedor teria prazo de 30 dias para sanar o 
vício, prazo que pode contratualmente ser reduzido para 7 ou majorado para até 180 dias. 
(existe a discussão sobre a possibilidade de majoração do prazo em contratos de adesão, onde 
deve, no mínimo, ser destacado no contrato.)
Soluções aos Vícios do Produto
São opções do consumidor, que estão, em tese, condicionadas à reclamação no prazo legal 
para oportunizar ao fornecedor sanar o vício.
Rescisão do contrato-
Abatimento do Preço-
Substituição do Produto-
Pode-se fazer uso imediato dessas alternativas quando for vício grave ou se tratar de produto 
essencial.
Essencial = Produto essencial à subsistência do comprador ou com utilização para finalidade 
essencial.
Prazo para exercício do Direito
Bens não duráveis = 30 dias-
Garantias Contratuais
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
09:12
 Página 28 de Civil III 
Bens não duráveis = 30 dias-
Bens duráveis = 90 dias-
*Prazo decadencial contado da entrega se o vício for aparente ou de fácil constatação. Se o 
vício for oculto, o prazo se conta a partir da constatação dele. (Apesar do prazo ser 
decadencial, pode ser obstado [interrupção] pela reclamação formulada ou pela instauração 
de inquérito civil -PROCON -)
Evicção•
Arts. 447 a 457 Código Civil de 2002.
É a possibilidade da perda de um direito por causa de decisão judicial reconhecedora de outro 
direito.
É uma garantia legal que se aplica ainda que quem transferiu o direito não tenha 
conhecimento dos vícios do direito. Garante a idoneidade de direito transferido em virtude de 
contrato oneroso. Ao contrário dos vícios redibitórios, onde a garantia incide sobre o objeto, 
na Evicção essa garantia incide sobre o direito e cabe a quem o transfere garantir que esse é 
um "bom direito"
Evicto (Adquirente) = Quem perde o direito em função do reconhecimento do direito do 
Evictor.
-
Para o Evicto exercer os direitos decorrentes da evicção, ele fará a notificação do alienante 
conforme as leis do processo civil. (denunciação da lide)
Evictor = é a pessoa cujo direito prevalece sobre o Evicto. O legítimo titular do direito.-
Alienante = é quem transferiu o direito para o Evicto.-
O Alienante é quem responde perante o Evicto, mesmo sem culpa ou dolo, tendo o dever de 
ressarcir o Evicto pelas perdas que teve em virtude da Evicção. 
A situação de Evicção nem sempre se dá em virtude de um golpe ou ato ilícito. Muitas vezes é 
comum (principalmente em demandas de fronteira) o Alienante desconhecer o vício (terra 
menor do que a cerca delimita) e vende de boa-fé. Nessa hipótese o Alienante responderá 
pelos danos causados ao Evicto (Adquirente).
Existe a possibilidade de Renúncia ao direito de regresso no caso de evicção, que só é lícita 
quando o adquirente teve oportunidade de avaliar o risco.
Quanto o Evicto recebe, no caso de Evicção?•
O objetivo do ressarcimento é a sua recomposição patrimonial no momento da evicção. 
(quanto é necessário para substituição do direito por um similar?) Por exemplo:
"Se a compra de uma fazenda por 1 milhão e que hoje vale 5 milhões, quando ocorre a 
evicção, deverá receber os 5 milhões, que restituirão o patrimônio do Evicto"
Evicção Parcial•
Considerável-
Quando a perda causada pela Evicção Parcial é determinante para prejudicar a utilização do 
direito.
(Ex: perda de 1% de um terreno, mas que possuía a sede da fazenda, o açude e a entrada)
 Página 29 de Civil III 
(Ex: perda de 1% de um terreno, mas que possuía a sede da fazenda, o açude e a entrada)
Ou (escolha do evicto)
Rescisão + Perdas e Danosa)
Abatimento do Preço + Perdas e danosb)
Não Considerável-
(Ex: toca fita alvo de evicção após a compra de um veículo)
Abatimento do preçoa)
Curiosidades:•
No caso de evicção de bem alienado por hasta pública, a figura do alienante não é bem 
presente, por isso, tanto o credor quanto o devedor (que são beneficiados pelo pagamento) 
podem ser acionados à reparação.
A renúncia ao direito da evicção só pode se dar quando o adquirente saiba do risco a que a 
coisa se submete e o assume. (Art. 448 e 449)
O contrato ainda poderá contemplar reforço e diminuição à evicção.
O Art. 450 estabelece os direitos de indenizações e custas além do valor pago, no silêncio do 
contrato. Seu § único orienta a fixação do preço da coisa evicta.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja 
deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido 
condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de 
dar o alienante.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão 
pagas pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo 
alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do 
contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for 
considerável, caberá somente direito a indenização.
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do 
litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as 
leis do processo.
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a 
procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de 
recursos.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou 
litigiosa.
 Página 30 de Civil III 
Não são contratos ou tipos contratuais, são técnicas contratuais.
Contrato com pessoa a declarar
(Arts. 467 a 471 do Código Civil de 2002)
Terceiro é todo aquele que não é originariamente parte do contrato.
O contrato com pessoa a declarar é aquele em que uma das partes se reserva ao direito de indicar ou nomear um 
terceiro que assumirá todas as obrigações e direitos decorrentes do contrato. Uma das partes tem o direito de transferir 
sua posição jurídica para terceiro, sem autorização prévia da outra parte. (pode-se restringir as pessoas a quem pode-se 
ceder o direito, porém não pode depender de anuência da outra parte, pois já foi concedida na instituição da técnica.
Prazo da nomeação do terceiro = Salvo estipulação em contrário, a notificação sobre a nomeação do terceiro deverá 
ocorrer no prazo de 5 dias, contados a partir da celebração do contrato. (por isso é necessário ter o cuidado de 
estabelecer um prazo maior para a nomeação e aceitação do terceiro)
A nomeação (e sua subsequente aceitação), tem efeitos ex tunc, retroagindo à data da celebração do contrato. (o 
terceiro nomeado assumirá todos os direitos e obrigações como se ele mesmo tivesse celebrado o contrato)
Para que seja eficaz em seus efeitos ao contrato, a nomeação deve ter:
Aceitação (do contrário o contrato segue com as partes originárias)
Capacidade do terceiro (se incapaz o terceiro, o contrato gerará efeitos apenas entre as partes originárias)
Terceiro insolvente no momento da nomeação e contratante desconhecia o fato (quando o nomeado não tem 
condições financeiras de cumprir as obrigações do contrato)
Aceitação nos mesmos termos da contratação (se o contrato foi por escrito, a aceitação não pode ser 'de boca', mas é 
preciso interpretar sob a ótica de ' quem pode mais pode menos '.
Estipulação em favor de Terceiro
(Arts. 436 a 438 do Código Civil de 2002)
Aqui existe a previsão de que o conteúdo contratual será revertido em favorde um Terceiro.
O estipulante indicará um beneficiário que receberá as prestações do Promitente. (um exemplo é o seguro de vida, em 
que o estipulante contrata para que o beneficiário seja sua mulher, onde o promitente é a seguradora).
O contrato é irrevogável, mas a estipulação pode ser revogável e alterável até o momento de transferência do direito 
para a esfera jurídica do beneficiário, salvo estipulação em contrário. (se o cumprimento do contrato pelo promitente já 
foi realizado, não pode-se alterar o beneficiário) A revogação ou alteração do beneficiário poderá ocorrer por ato de 
disposição de última vontade. 
O Estipulante pode exigir o cumprimento das obrigações do promitente a qualquer tempo, porém o beneficiário só após 
a transferência do direito para sua esfera jurídica (Ex: seguro de vida o beneficiário só pode exigir o cumprimento pelo 
promitente se o estipulante tiver cumprido suas obrigações, ou se este as cumpra).
Promessa de Fato de Terceiro
(Arts. 439 e 440)
A promessa de fato de terceiro se faz presente quando o objeto do contrato consiste em fato a ser prestado por um 
terceiro. É uma promessa de resultado, onde o promitente conta com fato de terceiro para cumprir sua obrigação, e 
Institutos Contratuais Relacionados a Terceiros
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
08:00
 Página 31 de Civil III 
terceiro. É uma promessa de resultado, onde o promitente conta com fato de terceiro para cumprir sua obrigação, e 
mesmo que tente cumprir e não consiga, responderá. (Ex: contrato entre instituição e promoter, que promete trazer 
determinado artista para show. Se o artista não comparece, o promoter é responsável). O promitente não pode agir em 
nome do terceiro, não cabendo a figura do mandatário (procurador) nesse caso.
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua 
anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair 
sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à 
prestação.
Quando o terceiro assume a obrigação diretamente perante o contratante, o promitente se exime de responsabilidade, 
salvo estipulação em contrário. 
Quando o ato a ser praticado por terceiro for a anuência do cônjuge (chamada de outorga uxória) do promitente e pelo 
regime de casamento o patrimônio do casal puder ser atingido, não haverá responsabilização do promitente. 
 Página 32 de Civil III 
Causas simultâneas de extinção dos contratos-
(são as causas de extinção do contrato simultâneas à sua celebração, como as nulidades e 
anulabilidades)
Causas supervenientes de extinção dos contratos-
Tempo (prazo)1-
Os contratos são por tempo determinado ou indeterminado, sendo indeterminados quando:
Contrato de prestações sucessivas omisso quanto à duração.a)
Contrato de tempo determinado que continua sendo cumprido após o decurso do prazo.b)
Contrato que se diz por tempo indeterminado.c)
Nos contratos por tempo indeterminado qualquer das partes pode romper com o vínculo 
contratual independentemente de motivo, respeitado razoável prazo de antecedência quando 
não previsto em lei especial. (basta a manifestação da vontade)
Adimplemento (cumprimento)2-
Os contratos são extintos naturalmente pelo seu cumprimento. Os contratos de obrigações 
sucessivas não se extinguem pelo adimplemento.
Existem hipóteses, como os vícios redibitórios e evicção, onde mesmo após o adimplemento 
as partes continuam responsáveis pela integralidade da coisa ou direito.
Inadimplemento3-
Cláusula resolutória (resolutiva) = Pode ser tácita ou expressa e determina a extinção pelo 
descumprimento.
Substancial Performance (cumprimento substancial) em Direito Civil II (Regras Gerais do 
Pagamento).
Tácita = depende de interpelação judicial. (que mesmo sem instaurar lide, notifica através de 
Oficial de Justiça a outra parte da extinção do contrato pelo inadimplemento) 
a)
A não observância à formalidade da interpelação pode gerar a nulidade do ato, não gerando o 
efeito liberatório pretendido pelo credor.
Expressa = decorre de vontade das partes, operando de pleno direito.b)
Apesar de ser expressa, a comunicação do descumprimento da obrigação é indispensável, pois 
o dever de comunicação decorre do princípio da boa-fé objetiva.
Rescisão = consiste na extinção do contrato em virtude do inadimplemento culposo.
Resolução = consiste na extinção do contrato por fato superveniente à sua celebração (termo 
genérico).
Extinção dos Contratos
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
10:10
 Página 33 de Civil III 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não 
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e 
danos.
Vontade
O contrato pode ser extinto se por vontade das partes, mesmo que não tenha decorrido prazo, 
nem tenha ocorrido adimplemento ou inadimplemento. O contrato extinto pela vontade é 
realizado através da Resilição.
Vontade bilateral / plurilateral-
Os contratos celebrados por tempo determinado só podem ser extintos pela anuência de 
todas as partes. É o famoso Distrato. O Distrato é um contrato que toma por objeto a extinção 
de outro contrato já realizado e deverá ser realizado da mesma forma do contrato principal 
(com a premissa de quem pode mais pode menos.)
Do Distrato
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Vontade unilateral-
Os contratos celebrados por tempo indeterminado podem ser extintos pela vontade de 
apenas um dos contratantes.
A resilição por vontade unilateral é conhecida nas formas:
Denúncia, que é conhecida no mercado imobiliário principalmente (as chamadas denúncias 
vazias e denúncias cheias, caracterizadas pela presença ou não de motivação para a extinção)
Renúncia e Revogação, que é comum nas contratações de mandato, onde o mandatário ou 
mandante pode renunciar ao mandato a qualquer tempo.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, 
opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito 
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito 
depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
O Art. 473 §único trata da Tutela Específica, que consiste o direito de permanecer contratado, 
destituindo a possível revogabilidade do contrato.
*Insolvência presumida
Não é espécie de extinção do contrato, apenas de suspensão de exigibilidade de prestações.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes 
diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual 
se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a 
que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
O Art. 477 dá o direito do credor de suspender o cumprimento de suas obrigações em virtude 
de a outra parte demonstrar-se possivelmente insolvente e incapaz de cumprir com suas 
obrigações, tendo o devedor que provar sua capacidade de cumprir o contrato para que esse 
retorne.
 Página 34 de Civil III 
É a responsabilidade civil que decorre da violação de norma jurídica presente no Contrato.
Violação de Norma Jurídica + Dano -> Dever de indenizar.
Todo ato que viole uma norma jurídica e gere dano gerará responsabilidade civil, desde que se prove 
a Culpa e o nexo de causalidade (Conduta x Dano).
Ainda sim, existe a Teoria da Responsabilidade objetiva, onde nãoé necessária a comprovação da 
culpa, apenas do dano e nexo de causalidade. 
A regra geral no sistema brasileiro é que a responsabilidade seja subjetiva, mas o Estado e todo 
aquele que pratique atividade que coloque em risco direitos de outrem ou prometem resultado 
respondem objetivamente pelos danos que causar.
Elementos:
Descumprimento culposo de obrigação prevista no contrato. (regra geral, podendo ser 
objetiva)
a)
Dano (exceto nas cláusulas penais)b)
Nexo de Causalidade (conduta que viola contrato x dano)c)
Contrato válidod)
Responsabilidade civil Extra contratual (Aquiliana)
É a responsabilidade civil que decorre da violação de norma jurídica genérica que não presente no 
contrato.
Responsabilidade Civil Contratual
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
08:44
 Página 35 de Civil III 
Em regra, a cessão é obrigatória por se tratar de um contrato com pessoa a declarar, porém a lei 
estabelece prazo de 5 dias para a nomeação do terceiro (Art. 468 Código Civil de 2002), quando o 
contrato não estabelecer em contrário quanto ao prazo. Se o contrato em questão tiver estabelecido 
prazo superior a 35 dias (prazo em que efetivamente ocorreu a nomeação no caso concreto), josé é 
obrigado a transferir as quotas para quem joão estabelecer, a depender apenas da aceitação do 
terceiro indicado nos mesmos termos do contrato principal, além da capacidade do terceiro no 
momento da aceitação e sua solvência. O contrato de pessoa a declarar estabelece, em sua essência, 
o direito de uma parte de nomear terceiro SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA DA OUTRA PARTE. Neste 
caso, portanto, (assumindo que o contrato não estabelece contrariedade à lei) José não será 
obrigado a ceder, por ser a nomeação inválida por decurso de prazo.
No caso concreto foi celebrado contrato de compra e venda (pré-contrato) cujo objeto é a 
celebração do contrato principal (escritura de transferência de propriedade). É um contrato que 
essencialmente vincula as partes ao cumprimento de suas obrigações que promovam o 
cumprimento do principal. O arquivamento do contrato de compra e venda, nas formas da lei, dá ao 
contrato publicidade necessária para que gere efeitos erga omnes, o que nesse caso implicou no 
descumprimento do princípio da boa-fé objetiva (principalmente dever de informação) pelas duas 
partes do contrato entre Tiago e Marcus. A medida mais adequada a ser tomada por Daniel é a 
instauração de um procedimento pedindo que surja a figura da Evicção, declarando-o como 
verdadeiro titular do direito, sem prejuízo do direito a ressarcimento de Tiago por Marcus Vinícius. 
Sendo o direito de Daniel reconhecido, ele torna-se Evictor e Tiago o Evicto, que tem o direito de 
indenização contra o Alienante. Note que, para exercer o direito, o Evictor deverá promover a 
notificação do alienante conforme as leis do processo civil, notificação esta que é chamada de 
Denunciação da Lide.
Trabalho.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
09:45
 Página 36 de Civil III

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