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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE Faculdade de Veterinária LICENCIATURA EM CIÊNCIA e TECNOLOGIA DE ALIMENTOS Modulo: BIOLOGIA CAPTURA E COMPOSIÇÃO Peixe, Mariscos e Derivados Maputo, 2017 Por: Maria Luiz Veterinária, Mestrado em Ciência de Alimentos mluiz50@gmail.com 1 BIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO PESCADO Peixes MORFOLOGIA EXTERNA - forma Fusiforme Plana: dorso-ventral Anguiliforme Tem “seis” sentidos: … linha lateral (movimentos e pressao) • BARBATANAS Caudal; Dorsal; Peitorias; Pelvicas; Anal MORFOLOGIA EXTERNA (cont) • Partes: cuticula, epiderme, derme (escamas) e hipoderme MORFOLOGIA EXTERNA- PELE Função: Protecção primaria contra o ambiente Barreira ósmotica Primeira linha de defesa contra germes Receptores sensoriais Funções excretoras, respiratorias e osmoreguladoras MORFOLOGIA EXTERNA- PELE (cont.) MORFOLOGIA INTERNA MORFOLOGIA INTERNA- APARELHO RESPIRATORIO • FUNCAO: Intercambio gasoso Excreção de metabolitos • ESTRUTURA Quatro arcos branquiais Com lamelas Uns tem fendas e outros operculos Fluxo de água: Continuo e unidireccional Abertura e fecho coordenados da boca e operculo MORFOLOGIA INTERNA- APARELHO CIRCULATORIO • FUNÇÃO: Transporte gas (globos vermelhos) Sistema imune (globulos brancos) MORFOLOGIA INTERNA- BEXIGA NATATORIA • FUNÇÃO: Flutuar; Receber e produzir sons; Percepção da tensão Os peixes - sua classificacao • Sao um grupo de vertebrados aquáticos de sangue frio com barbatanas. • Os peixes tem geralmente escamas e respiram através de brânquias. Os peixes são: Reino: animal Filo: Cordados Sub filo: vertebrados Sub-Classe: • AGNATOS, peixes primitivos sem maxilares (jawless fish). Lampreias; CLASSE: Ciclostomos • GNATOSTOMADOS CHONDRIOCITOS, peixes com maxila com esqueleto cartilaginoso. (Tubarões, raias e peixe rato) OSTEIOCITOS, peixes com esqueleto osseo. A Sistemática: O estudo das relações evolucionárias entre os organismos chama-se sistemática. Nos dias de hoje tem sido usado como sinónimo de taxinomia, que é a ciência que descreve e classifica os organismos, porque os sistemas de classificação modernos reflectem as relações evolucionárias Os OSTEICTIOS (carapau, sardinha, atum) Peixes com esqueleto osseo Pele com escamas Branquias aberta por operculo Fertilização externa Os CONDRICTIOS (tubarao, raia) Cartilaginosos Boca ventral Pele dura Branquias abertas com fendas Fertilizacao interna Classificação dos peixes – quanto ao LOCAL onde vivem PELÁGICOS (nadam livremente, ficam a cerca de 100 metros) DEMERSAIS (ou benticos) PLANCTONIC (livem ao sabor das correntes) Classificação dos peixes – quanto ao nivel de GORDURA MAGROS (carne esbranquiçada, ou com gordura no figado) (tubarão, hake) GORDOS (com a gordura armazenada na carne) (sardinhas, atum) CRUSTACEOS CRUSTACEOS CRUSTACEOS Tem um ciclo de muda e de reprodução bem definido Os adultos mudam uma vez por ano (os machos na primavera e as fêmeas no outono/inverno depois do acasalamento A eclosão dos ovos tem um pico em outubro novembro e a larva mantém-se planctonica por um período muito grande até atingir um estágio ( free swiming) e fixa-se. CRUSTACEOS (cont.) As fêmeas atingem a maturidade sexual depois de 5 anos de fixação Os machos maduros crescem mais do que as fêmeas o que resulta que os machos são o objecto principal da pesca. Os adultos são distribuídos geralmente em águas profundas (offshore) excepto no norte onde a população se concentra na costa devido aos baixos níveis de oxigénio na água CRUSTACEOS – morfologia interna (1) CRUSTACEOS – morfologia interna (2) CRUSTACEOS CRUSTACEOS MOLUSCOS BIVALVES – sao invertebrados MOLUSCOS CEFALOPODES – sao invertebrados PEIXE MARISCOS E DERIVADOS 46 Composição e valor nutricional do pescado 47 COMPOSIÇÃO – sua importância 48 o Para processador o Para nutricionista o Para consumidor Variações dos principais componentes COMPOSIÇÃO – factores que afectam • De natureza intrinseca – genética, morfológicos e fisiológicos • De natureza extrínseca – condições de vida (alimentação) 51 PROTEINA ... Construir o corpo! Principais aminoácidos Aminoácidos Peixe Moluscos Isoleucina 330 300 Leucina 530 480 Lisina 610 500 Metionina 180 170 Cisteina 70 100 Fenilalanina 260 260 Tirosina 220 260 Treonina 300 290 Triptofano 70 80 Valina 360 390 PROTEINA – dos crustáceos Acido aspartico e glutâmico A prolina e glicina são responsáveis pelo sabor do camarão COMPOSTOS NITROGENADOS NÃO PROTÉICOS Aminoácidos Óxido de trimetilamina (OTMA) e seus derivados – não presente na carne de mamíferos TIPO DE PROTEINAS Estruturais (actina e miosina) – 70 a 80% das proteinas. Sao chamadas de miofibrilha proteica. São contrácteis. Sarcoplasmatica (mioglobulina, globulina e enzimas) – 25 a 30% Tecido conjuntivo (colageneo). Teleostes tem 3% e os cartilaginosos 10%. Comparando com os mamiferos esta proteina e 17%. O músculo não é duro porque não tem muito colageneo Gordura ... Dá energia ao corpo LÍPIDOS No PESCADO • É um componente com muita variação (0,1-30%) e diversidade • A proporção de ácidos gordos de cadeia longa é maior (Nº de carbono 20 e 22 ácidos gordos e omega 3 ácidos gordurosos • É mais rico em ácidos gordos poliinsaturados (PUFA) • A complexidade dos lípidos do pescado é maior que na carne • A proporção entre n-3 e n-6, diferente entre pescado proveniente da água doce e pescado marinho:12:5 e 33:5 respectivamente • Os lípidos do pescado de aquacultura tem mais PUFA n-6 e menos n-3, devidos a dieta baseada em óleos vegetais GORDURAS - localização • Tecido subcutâneo • Músculo da barriga • Músculos que movem as barbatanas e cauda • A gordura nem sempre é distribuída uniformemente ao longo da carne de peixe gorduroso MÚSCULO Mais gordura... Materia seca Proteina (%) Gordura (%) Musculo claro 22,6 20,4 2,1 Musculo escuro 33,1 17,5 12,5 GORDURAS - efeitos Óleo de peixe contém ácidos gordos poli -insaturados E mais ácidos gordos de cadeias longas de carbono Homem não os pode produzir, tem que ingerir GORDURAS - reacções Hidrólises (formação de ácidos gordos livres – dão um cheiro ao peixe) Oxidação afectam o valor nutricional, sabor, cheiro, cor e textura Tipo de peixes e gorduras Omega 3 – ácido gordo efeitos Muito baixa densidade lipoproteica (VLDL) Diminui => Baixa densidade lipoproteica (LDL) Colesterol (CL) Excesso da producao de “eicosanoids” Aumenta => Alta densidade lipoproteinas (HDL) Previne => Doencas de coronarias Artrites Pressao sanguinea Tromboses Crescimento Tumores Maior Composto => EPA, DHA SUBSTÂNCIAS EXTRACTÍVEIS – compostos principais • Bases voláteis como amônia e óxido de trimethylamine (TMAO - só em peixe do mar) • Creatine • AA livres (lisina-”starter” • Nucleotides • Bases de purine • e no caso de peixe cartilaginoso, urea MINERAIS e VITAMINAS... Defesas do corp MINERAIS • Carne do pescado é conhecida como Fonte de cálcio, fosforos, ferro ,cobre e selénio • Peixe marinho tem um nível alto de iodo. • Sódio é porém baixo (um recurso para saúde de pessoas que requerem uma baixa dieta de sódio) • O conteúdo de minerais e de vitaminas de peixe não são afectados pelos metodos de conservação, desde que o armazenamento não seja muito prolongado. IODO O pescado marinho tem um nível elevado de iodo. O iodo é elemento importante no controlo de doenças ocasionadas pela disfunção da glândula tireóide. Forma parte das hormonas tiroideas, que controlam o crescimento, o desenvolvimento e a produção de energia dentro das células. Há uma diferença entre os peixes marinhos e pexes de água doce em relação ao iodo e ao bromo. Os peixes de água doce, praticamente, não contém estes sais minerais Bócio MINERAIS Elementos Valor médio (mg/100 g) Variação (mg/100 g) Sodio 72 30 -134 Potássio 278 19 -502 Cálcio 79 19 -881 Magnésio 38 4.5-452 Fósforo 190 68-550 Fonte: Huss 1995 citando Murray and Burt, 1969 VITAMINAS • Vitaminas solúveis em água (Vit. B e C) • Vitaminas solúveis em gorduras (Vit. A, D, E & K) • Todas as vitaminas são necessárias para saúde em humanos. A quantidade vitaminas presente no peixe varia amplamente de espécie a espécie, e ao longo do ano • Carne de peixe é uma boa fonte de vitamina B • Peixe gorduroso contém muitos vitaminas A e D especialmente no fígado. VITAMINAS Em peixes cultivados na aquicultura, os conteúdos de vitaminas e minerais correspondem, em termos gerais, aos teores destes elementos na alimentação que eles recebem, e é recomendada a adição de vitamina E, que tem função antioxidante e contribui com a estabilidade dos ácidos gordos poli-insaturados ômega-3 Factores afetam a composiçãoo de pescado Variações na composição química do (a) filete arenque(Clupea harengus) e (b) filete carapau (Scomber scombrus MODIFICAÇÕES NA QUALIDADE SENSORIAL Fase 1 O pescado é muito fresco e têm um sabor a algas marinas, doce e delicado. O sabor pode ser ligeramente metálico. Nalgumas espécies (bacalhau), o sabor doce torna-se mais pronunciado 2-3 dias depois da captura Fase 2 Há perda do odor e do sabor característicos. A carne é neutral mais não tem odores estranhos. A textura se mantêm agradável Fase 3 Aparecem sinais de deterioração e dependendo da espécie e do tipo de deterioração (aeróbico o anaeróbico), produzem-se uma série de compostos voláties de odor desagradável. Um dos compostos voláties pode ser a trimetilamina (TMA) derivada da redução bacteriana do oxido de trimetilamina (OTMA). A TMA têm um odor a “pescado” muito característico. No inicio desta fase podem aparecer odores e sabores ligeramente ácidos, sabor a futa e ligeramente amargos, especialmente nos peixes gordos. Nos últimos estagios desta fase desenvolvem-se odores nauseabundos, doces, como repoulho, amoniacal, sulfurosos e rancido. A textura toma-se suave e aguada, ou dura e seca Fase 4 O pescado pode caracterizar-se como deteriorado/ pútrido Alteração do pescado PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PEIXES CARTILAGINOSOS INFOSA CHANGE QUALITY (Huss, 1976) FRESH FLAT SWEET/ STALE PUTRID INFOSA Sensory changes Post-mortem changes PUTRID FRESH FLAT SWEET/STALE Microbial spoilage Lipid oxidation AUTOLYSIS Catch-bleeding-gutting Blood circulation stops Glycogen Lactic acid ATP falls pH falls Rigor mortis Enzymes activated Resolution of rigor and autolysis Microorganisms Spoilage Fonte: 1 INFOSA rigor mortis Fonte: 1 Critérios de avaliação - Regulamento de Inspecção e Garantia de Qualidade dos produtos da pesca – Decreto 17/2001 Alterações do camarão que afectam sua qualidade Factores que afectam a velocidade de alteração • Manipulação Formas de manipulação Inteiro Eviscerado Descabeçado Filete Postas Filete em palitos Borboleta Factores que afectam a velocidade de alteração Fonte: Connel 1978 Uso do gelo para control da temperatura Fonte: Leandro Lima citando SEAP (2007) MODULO 2: Ap 2: FISIOLOGIA DO PESCADO Tecido muscular e conjuntivo Fibra muscular Fibra muscular Fibra muscular Tipo de proteina Musculo claro e escuro Materia seca Proteina (%) Gordura (%) Musculo claro 22,6 20,4 2,1 Musculo escuro 33,1 17,5 12,5 Contraccao muscular (glicólise anaeróbica) 2 lactato + 3 ATP3) Glicose fosfato 2) 2 ADP ATP + AMP adenilato-quinase fosfocreatina-quinase ATP + creatina1) ADP + fosfocreatina REFERENCIAS • ALMAS A.. 1981. 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