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RESUMO DIREITO TRIBUTÁRIO JOSIANE MINARD COMEÇANDO DO 0

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CONCEITO DE TRIBUTO
Não há um conceito de tributo expresso na 
Constituição Federal, apenas um conceito 
implícito. O conceito expresso está no artigo 3° 
do Código Tributário Nacional - CTN:
Art. 3° Tributo é toda prestação 
pecuniária compulsória, em moeda 
ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção 
de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente
vinculada. (grifo nosso).
a) Tributo é toda prestação pecuniária 
compulsória: Quer dizer o comportamento 
obrigatório de uma prestação em dinheiro, 
independem da vontade do sujeito passivo, que 
deve efetivá-la, ainda que contra seu interesse.
O Código Tributário Nacional ao se referir a 
palavra “ toda” prestação, estabelece que 
qualquer prestação que se enquadre em todos 
os requisitos do art. 3° do CTN será tributo, 
independentemente da denominação, 
conforme determina o art. 4° do CTN:
Art. 4° A natureza jurídica específica 
do tributo é determinada pelo fato 
gerador da respectiva obrigação, 
sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais 
características formais adotadas 
pela lei;
II - a destinação legal do produto da 
sua arrecadação. (grifos nossos).
É importante frisar nesse momento, que 
ainda que o art. 4° do CTN no inciso II 
menciona que seria irrelevante a destinação 
legal do produto para ser tributo, temos que a 
partir da Constituição Federal de 1988, para as 
contribuições e empréstimo compulsório é 
relevante sim a destinação, pois nessas 
exações a denominação e a destinação são 
destacadas pelo próprio legislador constituinte, 
não tendo relevância para a identificação do 
fato gerador do tributo, como ocorre com os 
impostos, taxas e contribuições de melhoria.
b) Em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir: O legislador infraconstitucional 
incorreu em redundância ao repetir o caráter 
pecuniário da prestação, não havia a 
necessidade de insistir com a locução "em 
moeda” "ou cujo valor nela possa se exprimir”, 
pois ao tratar de obrigação pecuniária, é 
porque será paga em dinheiro.
Ninguém poderá entregar ao fisco, como 
forma de pagamento, algo que não seja 
dinheiro, salvo o caso do art.156, XI do CTN, 
que trata sobre a dação de bem imóvel, 
quando houver expressa previsão em lei. 
Observa-se que mesmo nesse caso, por se 
tratar de uma exceção, há necessariamente a 
previsão em lei para autorizar o pagamento do 
tributo com a entrega de bem imóvel.
c) Que não constitua sanção de ato 
ilícito: Ninguém paga o tributo por ter 
desrespeitado uma lei, tributo não é castigo. 
Ao contrário paga-se o tributo por incorrer em 
uma situação prevista em lei como hipótese de 
incidência tributária, ou seja, o legislador 
elegeu uma situação que uma vez praticada 
pelo sujeito, no mundo concreto, estará sujeita 
à incidência da norma tributária e por essa 
razão irá nascer a obrigação de pagar um 
tributo.
Por exemplo: A Lei prevê que a hipótese de 
incidência tributária do Imposto sobre Renda 
ou proventos de qualquer natureza - IR é 
"auferir renda”, o sujeito terá que pagar IR 
quando auferir renda, porque praticou o fato 
previsto em lei.
Assim sendo, pode-se afirmar que uma lei 
descreve hipoteticamente um estado de fato e 
dispõe que a realização concreta, no mundo 
fenomênico, do que foi descrito, determina o 
nascimento de uma obrigação de pagar um 
tributo.1
As hipóteses de incidência da norma 
tributária são sempre constituídas por fatos 
líc itos, que uma vez ocorridos no mundo 
jurídico nasce a obrigação de pagar o tributo.
Contudo, verifica-se que embora a hipótese 
de incidência tributária não possa ser algo 
ilícito, os frutos de uma atividade ilícita podem 
ser objeto de tributação.
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência 
Tributária. 6a Ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 53.
Como vimos, o legislador não pode eleger 
uma situação ilícita, mas ao eleger uma 
situação lícita como hipótese de incidência, 
essa hipótese lícita pode ter sido originada de 
uma atividade ilícita, o que não irá importar 
para fins de tributação.
Veja no caso do Imposto sobre rendas ou 
proventos de qualquer natureza - IR, a 
hipótese de incidência, também chamada pelo 
legislador de "fato gerador” é "auferir renda”, 
assim o sujeito que auferir renda terá a 
obrigação de pagar IR, e não importa para fins 
de tributação como essa renda foi auferida, o 
que importa é que o sujeito incorreu na 
previsão da norma tributária, qual seja, auferir 
renda.
Assim, se o sujeito auferiu renda de 
atividades ilícitas, para o direito tributário 
apenas importa que o sujeito praticou o fato 
previsto na norma tributária, qual seja, auferiu 
renda e por essa razão terá que pagar o IR.
O artigo 118, I do Código Tributário Nacional
- CTN prevê que a definição do fato gerador 
será interpretada abstraindo-se da validade dos 
atos praticados pelo sujeito.
Art. 118. A definição legal do fato 
gerador é interpretada abstraindo- 
se:
I - da validade jurídica dos atos 
efetivamente praticados pelos 
contribuintes, responsáveis, ou 
terceiros, bem como da natureza do 
seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos 
efetivamente ocorridos.
No caso do sujeito que aufere renda pela 
venda de entorpecentes, a ilicitude é 
irrelevante para fins tributários, o que importa é 
que foi praticado o fato gerador, "auferir renda” 
e por essa razão o sujeito deverá pagar IR.
O STF tem o entendimento majoritário de 
que praticado o fato gerador previsto em lei, 
deve ser pago o imposto, independentemente 
da atividade ser lícita ou ilícita, conforme 
podemos observar da ementa do HC 
77.530/RS da relatoria do Ministro Sepúlveda 
Pertence:
subtraídos à contabilização regular 
das empresas e subtraídos à 
declaração de rendimentos: 
caracterização, em tese, de crime 
de sonegação fiscal, a acarretar a 
competência da Justiça Federal e 
atrair pela conexão, o tráfico de 
entorpecentes: irrelevância da 
origem ilícita, mesmo quando 
criminal, da renda subtraída à 
tributação.
A exoneração tributária dos 
resultados econômicos de fato 
criminoso - antes de ser corolário 
do princípio da moralidade - 
constituiu violação do princípio da 
isonomia fiscal, de manifesta 
inspiração ética.
Os Tribunais Superiores aplicam o Princípio 
“Pecunia non o le t”, segundo o qual o tributo 
não tem cheiro, não importa de onde vem, 
nesse caso, a renda auferida, o que importa é 
que ocorreu o fato gerador do IR, "auferir 
renda”, e por essa razão, aplicando-se o art. 
118, I do CTN deve-se haver a tributação.
Pelo princípio da “Pecunia non o le t” extrai- 
se o conteúdo axiológico do valor de justiça, 
direcionando a exigibilidade da exação sobre 
quem possui capacidade contributiva, ainda 
que o rendimento provenha de atividade ilícita.
d) Instituída em lei - o tributo só pode ser 
instituído por meio de lei, de acordo com o art. 
150, I da Constituição Federal e art. 97 do 
CTN, e por meio de instrumento normativo com 
força de lei, ou seja, por meio de Medida 
Provisória, conforme prevê o art. 62 da CF.
e) cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada - O 
tributo será cobrado pelo Poder Público que 
não terá margens para escolhas 
discricionárias. O fiscal não poderá cobrar o 
tributo de acordo com a conveniência e 
oportunidade, irá exigir a obrigação tributária 
do contribuinte exatamente como está disposto 
na legislação.
ESPÉCIES DE TRIBUTOS
Drogas: tráfico de drogas,
envolvendo sociedades comerciais Muito se discute quantas espécies
organizadas, com lucros vultosos tributárias subsistem no nosso ordenamento
jurídico, devido a possibilidade de diversas 
formas para classificá-los.
Alfredo Augusto Becker e Pontes de 
Miranda, por exemplo defendem a teoria 
bipartida das espécies tributárias que seria 
apenasimpostos e taxas.
Há uma classificação que distingue com 
relação a vinculação e não vinculação do 
tributo.
Vinculado seria o tributo relacionado a uma 
atividade estatal pessoal para o contribuinte, 
como exemplo das taxas e contribuição de 
melhoria. Quando o sujeito ao pagar o tributo 
ele já sabe exatamente qual será a 
contraprestação estatal, no caso da 
contribuição de melhoria, será pago quando 
ocorrer uma obra pública cuja consequência 
seja volorização imobiliária para o contribuinte. 
Já no caso das taxas serão pagas pela 
utilização efetiva ou potencial de um serviço 
público específico e divisível ou pelo exercício 
regular do Poder de Polícia.
A não-vinculação não está relacionada a 
uma atividade estatal específica, mas 
simplesmente a arrecadação de dinheiro aos 
cofres públicos para suprir as necessidades 
públicas.
Quando o contribuinte paga o tributo ele 
paga sem saber qual será a contraprestação 
estatal, ocorrerá uma contraprestação estatal, 
mas não se sabe qual será, exemplo: 
Impostos.
Para que ocorra a obrigação de pagar os 
impostos, basta que ocorra o fato gerador, no 
caso do IPVA, haverá o dever de pagá-lo para 
o sujeito proprietário de veículo automotor
Geraldo Ataliba estabeleceu a diferença 
entre taxa e contribuição de melhoria, quando 
se trata ainda de tributos vinculados. Para o 
Autor a taxa seria vinculada direta e imediata, 
teve a atuação do Estado nasce a obrigação 
tributárias. No caso das contribuições de 
melhoria teria uma vinculação indireta, 
mediata, pois não basta a simples construção 
de uma obra pública para se ter a imediata 
cobrança do tributo, deve ter ainda a 
valorização imobiliária, por isso nesse caso a 
vinculação seria mediata e indireta para as 
contribuições de melhoria.
Contribuição de INSS, seria segundo a 
classificação de Roque Antonio Carrazza uma 
taxa.
A contribuição paga pelo Empregador 
estaria mais próxima de imposto, segundo a 
classificação de Roque Antonio Carrazza.
A classificação pode ser intrínseca, 
estrutural quando se faz a verificação de dados 
interiores ao objeto.
A classificação pode ser extrínseca, 
funcional quando se faz a verificação de dados 
exteriores ao objeto.
A maior tendência de classificação é a 
intrínseca, pois tem a menor chance de 
ambiguidade. Exemplo de classificação a Água 
é substância líquida para matar a sede, nesse 
caso como é uma classificação extrínseca 
pode haver ambiguidade, pois posso pensar 
em outra substância para matar a sede que 
não seja a água, agora quando falamos a Água 
é uma substância líquida composta por H20 
aqui por ser uma classificação intríseca não há 
como existir ambiguidade.
Por essa razão a classificação que toma por 
tributo não vinculados e vinculados, trata-se de 
uma classificação intrínseca e por isso não há 
chances de ambiguidade. Agora os 
doutrinadores que classificam em cinco 
espécies, misturam as classificações, pois os 
impostos, taxas e contribuições de melhoria 
(tributos vinculados direta ou indiretamente e 
tributos não vinculados) estariam classificados 
pelo método intrínseco, enquanto quando falam 
das contribuições e empréstimos compulsórios 
já estariam na classificação extrínseca e isso é 
inadmissível, misturar dois métodos de 
classificações. (observação de Eurico de 
Santi).
O art. 5° do CTN prevê três espécies 
tributárias:
1) Impostos
2) Taxas
3) Contribuição de Melhoria
A Constituição Federal no art. 145 prevê 
três espécies tributárias:
1) Impostos
2) Taxas
3) Contribuição de Melhoria
O art. 148 da CF faz menção ao 
Empréstimo Compulsório e o art. 149 da CF 
refere-se às Contribuições.
O art. 149 divide as contribuições em três 
modalidades, que serão estudadas em outro 
capítulo:
a) Contribuição Social
b) Contribuição de Intervenção no 
Domínio Econômico (CIDE)
c) Contribuição de interesse de 
categoria profissional ou econômica
E o art. 149-A da CF traz a Contribuição 
para custeio do serviço de iluminação 
pública - COSIP.
Ainda que o Código Tributário Nacional 
adote a teoria tripartida, por classificar as 
espécies tributárias em apenas três, (impostos, 
taxas, contribuição de melhoria), a maioria dos 
doutrinadores, dentre eles, Aliomar Balleiro, e o 
Supremo Tribunal Federal adotam a teoria 
pentapartida, que seriam 5 espécies 
tributárias:
a) Impostos
b) taxas
c) contribuição de melhoria
d) contribuição
e) empréstimo compulsório
Nesse sentido, transcreve-se trecho do voto 
do Ministro do STF Moreira Alves, em 29-06­
1992, no RE n° 146.733-9/SP:
(...) De fato, a par das três 
modalidades de tributos (os 
impostos, as taxas e as 
contribuições de melhoria), a que 
se refere o art. 145, para declarar 
que são competentes para instituí-los 
a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Município, os arts. 148 
e 149 aludem a duas outras 
modalidades tributárias, para cuja 
instituição só a União é competente:
o empréstimo compulsório e as 
contribuições sociais, inclusive as
de intervenção no domínio 
econômico e de interesse das 
categorias profissionais ou 
econômicas. (grifos nossos)
Visto o conceito de tributo e as espécies 
tributárias passamos para análise de como os 
tributos irão ingressar em nosso ordenamento 
jurídico.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Competência Tributária é a outorga de 
poder concedido pela Constituição Federal aos 
Entes Federativos para que eles possam criar, 
institu ir e majorar tributos.
Somente os entes federativos apresentam 
competência tributária, pois os tributos só 
podem ser instituídos por meio de lei, e apenas 
os entes federativos apresentam Poder 
Legislativo.
Não podemos confundir competência 
tributária com competência para legislar em 
direito tributário.
A competência para legislar sobre direito 
tributário é a outorga de poder concedido pela 
Constituição Federal para editar leis que 
versem sobre tributos e relações jurídicas a 
eles pertinentes. É uma competência 
concedida aos entes federativos para traçarem 
regras sobre o exercício do poder de tributar.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR EM 
DIREITO TRIBUTÁRIO
Criação, Instituição e M ajoração de 
tributos
Leis que versem sobre tribu tos já 
institu ídos e relações ju ríd icas a eles 
pertinentes,
Todos os Entes Federativos apresentam 
competência para legislar sobre direito 
tributário.
O art. 24 da Constituição Federal prevê 
competência concorrente entre a União, os 
Estados e Distrito Federal para legislar sobre 
direito tributário.
Compete à União a edição de normas gerais 
e aos Estados e Distrito Federal poderá 
suplementar a legislação federal.
Mas se não existir norma federal, Estados e 
Distrito Federal apresentam competência plena 
para legislar sobre direito tributário.
Se sobrevier a norma geral pela União, 
haverá suspensão da lei estadual no que lhe 
for contrária. A lei federal não irá revogar a lei 
estadual porque não há entre elas uma 
hierarquia.
Diante da ausência de norma geral da União 
sobre IPVA, cada Estado exerceu a 
competência legislativa plena, com base no art. 
24, § 3° da CF.
Art. 24. Compete à União, aos 
Estados e ao Distrito Federal 
legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, 
penitenciário, econômico e 
urbanístico 
(...)
§ 1° - No âmbito da legislação 
concorrente, a competência da 
União limitar-se-á a estabelecer 
normas gerais.
§ 2° - A competência da União para 
legislar sobre normas gerais não 
exclui a competência suplementar 
dos Estados.
§ 3° - Inexistindo lei federal sobre 
normas gerais, os Estados 
exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a 
suas peculiaridades.
§ 4° - A superveniência 
de lei federal sobre normas gerais 
suspende a eficácia da lei estadual, 
no que lhe for contrário.
Art.30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de 
interesse local;
II - suplementar a legislação 
federal e a estadual no que 
couber;
III - institu ir e arrecadar os 
tributos de sua competência, 
bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de 
prestar contas e publicar 
balancetes nos prazos fixados em 
lei;
A competência Tributária como vimos é o 
poder concedido pela Constituição Federal aos 
Entes Federativos para que eles possam 
instituir, criar e majorar tributos. A 
competência Tributária Apresenta 5 
características importantes:
a) Indelegabilidade:
A Constituição não só prevê a competência 
tributária como também reparte, partilha esse 
poder entre as pessoas políticas que compõe a 
Federação, porque essas precisam ter 
autonomia financeira, não basta terem apenas 
autonomia administrativa, autonomia política.
A base do federalismo é a autonomia dos 
Entes, por essa razão há a repartição do Poder 
de Tributar entre os Entes Federativos. Quando 
a Constituição outorga o poder para os Entes 
Federativos, ela estabelece exatamente quais 
serão os tributos de competência de cada Ente 
e a competência tributária é indelegável, quer 
dizer, intransferível.
O Ente Federativo não poderá transferir a 
sua competência tributária para nenhum outro 
Ente. Assim, se a Constituição outorgou poder 
para a União instituir o Imposto sobre Produtos 
Industrializados(IPI) apenas ela poderá instituir 
esse imposto, mais ninguém!
Vejamos quais são os tributos de 
competência tributária de cada Ente 
Federativo:
O art. 30 da CF estabelece a competência 
dos Municípios para legislarem sobre assuntos 
de interesse local e suplementar legislação 
federal, estadual no que lhe couber.
UNIÃO ESTADOS DISTRITO
FEDERAL
MUNICÍPIOS
IMPOSTOS DO IMPOSTOS DO IMPOSTOS DO IMPOSTOS DO
ART, 153 CF ART. 155 CF ART. 155 CF ART, 156 CF
IPI
IE ICMS ICMS IPTU
IR IPVA IPVA ITBI
II ITCMD (Imposto ITCMD (Imposto ISS
ITR sobre Transm issão sobre Transm issão
IOF causa mortis ou causa mortis ou
IGF doação) doação)
IMPOSTOS DO
ART. 154 IMPOSTOS DO
IEG (Im posto ART, 147 CF
E x trao rd inário IPTU
Guerra) ITBI
Im posto Residua l ISS
TAXAS TAXAS TAXAS TAXAS
CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES
DE MELHORIA DE MELHORIA DE MELHORIA DE MELHORIA
CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES
ART. 149 ART. 149, § 1o A R T 149, § 1o ART. 149, § 1o
1 ) Contribuição
Social Contribuição Contribuição Contribuição
2) Contribuição de Social Previdenciária Social Previdenciária Social Previdenciária
intervenção no do S ervidor Público do Servidor Público do Servidor Público
domínio econôm ico
(CIDE) CONTRIBUIÇÃO CONTRIBUIÇÃO
3) Contribuição de ART. 149-A C F ART. 149-A CF
Interesse de
categoria Profissional Contribuição para Contribuição para
ou Econômica custeio do Serviço de custeio do Serviço de
Iluminação Pública Iluminação Pública
(COSIP) (COSIP)
EMPRÉSTIMO
COMPULSÓRIO Não tem Não tem Não tem
ART. 148 CF
Obs: O Distrito Federal apresenta 
competência tributária para instituir o IPTU, 
ITBI e ISS por força do disposto no art. 147 da 
CF que estabelece que os impostos dos 
Municípios serão do Distrito Federal. (Art. 147. 
Competem à União, em Território Federal, os 
impostos estaduais e, se o Território não for 
dividido em Municípios, cumulativamente, os 
impostos municipais; ao Distrito Federal 
cabem os impostos municipais).
Como vimos a competência tributária que 
consiste na criação, instituição e majoração 
de tributo é indelegável. Contudo as funções 
administrativas de arrecadar, fiscalizar 
tributos e executar leis que compreendem a 
capacidade ativa tributária essa sim pode ser 
delegável.
CTN - Art. 7° - A competência 
tributária é indelegável, salvo 
atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou 
de executar leis, serviços, atos ou 
decisões administrativas em matéria 
tributária, conferida por uma 
pessoa jurídica de direito público 
a outra, nos termos do § 3° do artigo 
18 da Constituição.
§ 1° A atribuição compreende as 
garantias e os privilégios processuais 
que competem à pessoa jurídica de 
direito público que a conferir.
§ 2° A atribuição pode ser revogada, 
a qualquer tempo, por ato unilateral 
da pessoa jurídica de direito público 
que a tenha conferido.
§ 3° Não constitui delegação de 
competência o cometimento, a 
pessoas de direito privado, do 
encargo ou da função de arrecadar 
tributos
Exemplo é o caso do Imposto Territorial 
Rural (ITR) cuja competência tributária, ou 
seja, a competência para criá-lo, institui-lo ou 
majorá-lo é da União, conforme estabelece o 
art. 153, VI da CF, que poderá, no entanto, 
delegar a função de arrecadar e fiscalizar, ou 
seja, a capacidade ativa tributária aos 
Municípios, nos termos do art. 153, § 4°, III da 
CF.
Pela literalidade do art. 7° do CTN a 
capacidade ativa tributária só pode ser 
delegada para uma pessoa jurídica de direito 
público.
Para fixar, temos:
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA - 
INDELEGÁVEL!
CAPACIDADE A TIVA TR IBUTÁRIA - 
PODE SER DELEG ÁVEL
Criar, instituir, Majorar Arrecadar, F iscalizar Tributos e Executar 
Leis
b) Facultatividade: Os Entes Federativos 
não estão obrigados a instituir os tributos, 
cuja competência tributária lhe foi atribuída 
pela Constituição Federal.
O art. 145 da CF determina que a União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios 
"poderão”, e não "deverão” instituir tributos. A 
partir dessa regra a doutrina diz que a 
competência tributária no Brasil é 
facultativa.
Exemplo: o Imposto sobre Grandes 
Fortunas - IGF, que compete à União a sua 
instituição, até hoje não foi criado e não há 
problema algum, porque a competência 
tributária é facultativa!
Muitos indagam sobre a Lei de 
responsabilidade Fiscal, LC n° 101/2000 que 
estabelece em seu art. 11 que somente exerce 
uma boa gestão fiscal o Ente Federativo que 
instituir e cobrar todos os tributos.
Art. 11. Constituem requisitos 
essenciais da responsabilidade na 
gestão fiscal a instituição, previsão 
e efetiva arrecadação de todos os 
tributos da competência 
constitucional do ente da Federação. 
Parágrafo único. É vedada a 
realização de transferências 
voluntárias para o ente que não 
observe o disposto no caput, no que 
se refere aos impostos.
Quanto a arrecadação não restam dúvidas 
dessa obrigatoriedade, mas a obrigatoriedade 
quanto à Instituição fere a Constituição Federal 
que não obriga aos Entes Federativos 
instituírem os tributos.
Observa-se, ainda, que o parágrafo único do 
art. 11 da LC n° 101/2000 prevê uma sanção 
para o Ente Federativo que não instituir todos 
os impostos de sua competência. O dispositivo 
legal proíbe a realização de transferências 
voluntárias àquele que não instituir todos os 
impostos.
LC n° 101/200 - Art. 11 (...)
Parágrafo único. É vedada a 
realização de transferências 
voluntárias para o ente que não 
observe o disposto no caput, no 
que se refere aos impostos.
O STF em Medida Cautelar ADI n° 2238 
entendeu que o parágrafo único do art. 11 da 
LC n° 101/2000 não viola a Constituição 
Federal porque a Lei trata de transferências 
voluntárias.
As transferências obrigatórias de impostos 
que estão nos artigos 153, § 5°, 157, 158 e 159 
da Constituição Federal essas sim só poderão 
deixar de serem repassadas no caso do art. 
160 da CF, quando o Ente Federativo não
estiver aplicando o percentual exigido na área 
da saúde, e também, no caso de débitos de um 
Ente, e suas Autarquias com outro Ente que irá 
fazer o repasse.
O parágrafo único do art. 11 da LC n° 
101/2000 proibiu apenas o repasse das 
transferências voluntárias e não das 
obrigatórias, por isso não seria inconstitucional.
c) Incaducabilidade: O direito doEnte 
Federativo instituir o tributo pode ser exercido a 
qualquer tempo. O fato da União não ter 
instituído o IGF, em 1988, quando da 
promulgação da Constituição Federal, não lhe 
retira o direito de institui-lo agora, passados 
mais de 20 anos.
d) Inalterabilidade: a competência tributária 
não pode ser alterada por lei 
infraconstitucional. Assim, quando a 
Constituição, no art. 156, I prevê que o IPTU irá 
incidir sobre a propriedade de imóvel urbano, 
não pode uma lei modificar tal competência ao 
ponto de determinar que o IPTU tenha como 
hipótese de incidência, fato gerador a mera 
posse de imóvel urbano.
Observe que o art. 32 do CTN prevê como 
fato gerador do IPTU a propriedade, a posse e 
o domínio útil de imóvel urbano.
O fato é que o Código Tributário Nacional é 
de 1966 e a nossa Constituição é de 1988, 
assim esse artigo do CTN só foi recepcionado 
pelo nosso ordenamento jurídico, ao considerar 
que será contribuinte do IPTU o possuidor ou 
aquele que detenha o domínio útil se houver o 
animus domini.
Logo, o mero detentor da posse, como o 
locatário não é contribuinte do IPTU, porque a 
lei não pode alterar a competência tributária e a 
CF determina que apenas o proprietário é 
contribuinte desse imposto.
A competência tributária não pode ser 
alterada por meio de lei, mas Emenda 
Constitucional poderá alterá-la.
Como exemplo temos a EC n° 19/02 que 
inseriu na Constituição o art. 149-A e criou a 
Contribuição para custeio do serviço de 
iluminação pública (COSIP).
e) Irrenunciabilidade:__A competência
tributária é irrenunciável, o Ente Federativo não 
pode jamais renunciar sua competência
tributária em favor de outro Ente, ele pode 
apenas deixar de exercê-la.
Assim, o fato da União não ter criado ainda
o IGF não confere o direito dos Estados, por 
exemplo, instituírem esse imposto, porque a 
competência é Irrenunciável.
Para memorizar, a competência tributária é:
1) Indelegável
2) facultativa
3) Incaducável
4) Inalterável
5) Irrenunciável
REPARTIÇÃO DAS RECEITAS 
TRIBUTÁRIAS
A Constituição Federal prevê algumas 
hipóteses de transferência obrigatória da 
arrecadação dos impostos, conforme os artigos 
153, § 5°, 157, 158 e 159.
No art. 153,§ 5° da CF - A União é obrigada 
a repassar 30% da arrecadação do IOF 
incidente sobre o ouro ativo financeiro para o 
Estado, conforme a origem e 70% para o 
Município, conforme a origem.
§ 5° - O ouro, quando definido em lei 
como ativo financeiro ou instrumento 
cambial, sujeita-se exclusivamente à 
incidência do imposto de que trata o 
inciso V do "caput" deste artigo, devido 
na operação de origem; a alíquota 
mínima será de um por cento, 
assegurada a transferência do 
montante da arrecadação nos 
seguintes termos:
I - trinta por cento para o Estado, o 
Distrito Federal ou o Território, 
conforme a origem;
II - setenta por cento para o 
Município de origem.
De acordo com o art. 157 da CF competem 
aos Estados e Distrito Federal:
a) 100% da arrecadação do IR incidente na 
fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer
título, pelos Estados, suas autarquias e pelas 
fundações que instituírem e mantiverem;
b) 20% do produto da arrecadação do 
imposto residual.
Nos termos do art. 158 da CF competem 
aos Municípios:
a) 100% da arrecadação do IR incidente na 
fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer 
título, pelos Municípios, suas autarquias e 
pelas fundações que instituírem e mantiverem;
b) 50% do ITR, como via de regra, e 100% 
do ITR quando o Município detiver a 
capacidade ativa tributária, ou seja, a função 
de arrecadar, fiscalizar esse imposto.
c) 50% do IPVA
d) 25% do ICMS
O art. 159 da CF, prevê que a União 
entregará 48% da arrecadação do Imposto 
sobre Renda e proventos de qualquer natureza 
(IR) e sobre produtos industrializados (IPI) da 
seguinte forma:
a) 21,5% ao Fundo de Participação dos 
Estados e do Distrito Federal;
b) 22,5% ao Fundo de Participação dos 
Municípios;
c) 3% para aplicação em programas de 
financiamento ao setor produtivo das Regiões 
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de 
suas instituições financeiras de caráter 
regional, de acordo com os planos regionais de 
desenvolvimento, ficando assegurada ao semi- 
árido do Nordeste a metade dos recursos 
destinados à Região, na forma que a lei 
estabelecer;
d) 1% ao Fundo de Participação dos 
Municípios, que será entregue no primeiro 
decêndio do mês de dezembro de cada ano
Os incisos II e III do art. 159 da CF 
determinam que:
a) 10% da arrecadação do Imposto sobre 
produtos industrializados será repassado aos 
Estados e ao Distrito Federal, 
proporcionalmente ao valor das respectivas 
exportações de produtos industrializados.
b) 29% do produto da arrecadação da 
contribuição de intervenção no domínio 
econômico prevista no art. 177, § 4° aos
Estados e o Distrito Federal, distribuídos na 
forma da lei, observada a destinação a que se 
refere o inciso II, c, do referido parágrafo
EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA 
TRIBUTÁRIA
Como vimos a competência tributária é o 
poder concedido pela Constituição Federal aos 
Entes Federativos para eles criarem, 
instituírem e majorarem tributos.
Os Entes Federativos irão criar, instituir e 
majorar os tributos apenas por meio de lei e via 
de regra lei ordinária.
A lei ordinária é o instrumento por 
excelência da imposição tributária. Para efeito 
de votação parlamentar, indica um quorum de 
maioria simples, o voto favorável de mais da 
metade do número de parlamentares presentes 
no dia da votação.
Existem 4 tributos, todavia, que só podem 
ser instituídos ou majorados por meio de Lei 
Complementar, que são: Contribuição Social 
Residual (art. 195,§ 4° da CF); Empréstimo 
Compulsório (art. 148 da CF); IGF (imposto 
sobre Grandes Fortunas - Art. 153, VII da CF) 
e Imposto Residual (art. 154, I da CF).
Segundo a literalidade do art. 62, § 2° da CF 
Medida Provisória, que é um instrumento 
normativo, com força de lei, poderá institu ir e 
majorar impostos.
Primeira Observação: Ainda que o art. 62, 
§ 2° da CF estabeleça que a Medida Provisória 
poderá instituir e majorar impostos, o STF tem 
entendimento de que as Medidas Provisórias 
podem instituir ou majorar outras espécies 
tributárias, desde que essas não necessitem 
de Lei Complementar para sua instituição.
Nesse sentido, transcreve-se ementa do 
Acórdão AI-AGR 236.976/MG da relatoria do 
Ministro Néri da Silveira:
Medida Provisória. Força de lei. A 
medida Provisória, tendo força de lei, 
é instrumento idôneo para instituir e 
modificar tributos e contribuições 
sociais.
A Medida Provisória, no entanto, para 
instituir ou majorar impostos deverá observar 
dois requisitos:
Primeiro: Que o Imposto possa ser 
instituído por meio de Lei Ordinária, pois o art. 
62, § 1°, III da CF, veda a MP tratar sobre 
matérias reservadas à Lei Complementar.
Segundo: Em se tratando de impostos, 
excepcionados o Imposto Extraordinário 
Guerra, Imposto sobre a Importação (II), 
Imposto sobre a Exportação (IE), Imposto 
sobre grandes fortunas (IGF) e Imposto sobre 
produtos industrializados (IPI), é necessário 
que a medida provisória que os criar seja 
convertida em lei até o final do exercício 
financeiro, para que possa produzir efeitos no 
exercício subsequente.
Princípio da Legalidade
Nos termos do art. 150, I da CF nenhum 
tributo será instituído ou aumentado, a não 
ser por intermédio de LEI!
Art. 150. Sem prejuízo de outras 
garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios:
I - exig ir ou aumentar tributo sem 
lei que o estabeleça
Além dos tributos só poderem ser 
instituídos, extinto ou majorados, reduzidos por 
lei, temos outras matérias, de acordo com o art. 
97 do CTN que também só podem ser tratadas 
por meiode lei, e como o CTN menciona 
apenas lei, temos que poderá ser por meio de 
lei ordinária.
Art. 97. Somente a lei pode 
estabelecer:
(•••)
III - a definição do fato gerador da 
obrigação tributária principal,
ressalvado o disposto no inciso I do § 
3° do artigo 52, e do seu sujeito 
passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo 
e da sua base de cálculo,
ressalvado o disposto nos artigos 21, 
26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades 
para as ações ou omissões 
contrárias a seus d ispositivos, ou 
para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, 
suspensão e extinção de créditos 
tributários, ou de dispensa ou 
redução de penalidades.
A mera atualização do valor monetário da
respectiva base de cálculo NÃO constitui 
majoração de tributo, nos termos do art. 97, § 
2° do CTN, podendo ser realizada por meio de 
simples Decreto.
Todos os tributos estão sujeitos ao Princípio 
da Legalidade, ou seja, só podem ser 
instituídos ou majorados por intermédio de lei.
Conquanto, a Constituição Federal, em seu 
artigo 153, § 1° prevê alguns impostos que 
podem ter as alíquotas alteradas, desde que 
observados os limites e condições 
estabelecidos em lei, por meio de ato do 
Poder Executivo, o que se dá comumente por 
decreto presidencial ou por portaria do 
Ministro da Fazenda. São eles:
Imposto sobre a Importação (II)
Imposto sobre a Exportação (IE)
Imposto sobre produtos Industrializados
(IPI)
Imposto sobre Operações de Crédito, 
Câmbio e Seguros (IOF)
O art. 153, § 1° da CF ao estabelecer que o 
Poder Executivo poderá alterar as alíquotas do 
II, IE, IPI e IOF, possibilitou, inclusive, que 
esses tributos tenham suas alíquotas 
majoradas, por decreto, por exemplo, desde 
que observados os limites e condições 
estabelecidos em lei, é claro.
O art. 177, § 4°, I, “ b” da CF também 
possibilita ao Poder Executivo reduzir e 
restabelecer as alíquotas da Contribuição de 
intervenção no domínio econômico
Combustível - CIDE COMBUSTÍVEL, por meio 
de ato próprio, no caso, o decreto presidencial.
O art. 155, § 4°, IV, “ c” da CF possibilita ao 
Poder Executivo reduzir e restabelecer as 
alíquotas do ICMS incidência monofásica, nas 
operações com combustíveis e lubrificantes 
previstos em lei complementar federal.
No caso do ICMS combustível os convênios 
interestaduais, celebrados no âmbito do 
CONFAZ (Conselho de Política Fazendária) é 
que definirão as suas alíquotas.
Princípio da Isonomia
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios instituir tratamento 
desigual entre contribuintes que se encontrem 
em situação equivalente, proibida qualquer 
distinção em razão de ocupação profissional ou 
função por eles exercida, independentemente 
da denominação jurídica dos rendimentos, 
títulos ou direitos (art. 150, II da CF).
Pelo princípio da isonomia deve-se tratar 
igualmente os iguais e desigualmente os 
desiguais na medida de suas desigualdades.
Enquanto o art. 5° da CF determina a 
igualdade de modo genérico, o art. 150, II da 
CF, explora-a de modo específico, no campo 
do direito tributário.
A concessão de isenção, dispensa legal do 
dever de pagar tributo, ou tratamento 
diferenciado para algumas atividades, não viola 
o princípio da isonomia, quando se busca tratar 
desigualmente contribuintes em situações 
desiguais.
A Lei Complementar n° 123/2006, por 
exemplo, traz tratamento diferenciado para as 
microempresas e empresas de pequeno porte, 
pelo fato dessas apresentarem capacidade 
contributiva distinta das demais empresas.
Princípio da Irretroatividade
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios cobrar tributos em
relação a fatos geradores ocorridos antes do 
início da vigência da lei que os houver 
instituído ou aumentado. (art. 150, III, "a” da 
CF).
O princípio da Irretroatividade também 
reflete a segurança jurídica, nos termos do art. 
5°, XXXVI da CF, o qual determina que “a lei 
não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada".
O Código Tributário Nacional prevê três 
exceções ao princípio da irretroatividade, 
artigos 106, I e II e art. 144, § 1°.
Primeira Possibilidade: (art. 106, I, do 
CTN) - Quando se tratar de lei expressamente 
interpretativa e desde que não comine 
penalidade.
Uma lei interpretativa apenas esclarece o 
sentido de uma outra anterior, sem inovar a 
ordem jurídica e por essa razão somente 
retroagirá se a interpretação que der à lei 
anterior coincidir com a interpretação que lhe 
der o Judiciário e havendo qualquer agravação 
na situação do contribuinte, será considerada 
ofensiva ao princípio da irretroatividade das 
leis.
Segunda Possibilidade: (art. 106, II, “ a” e
“ b” e “ c” do CTN) - A lei tributária poderá 
retroagir tratando-se de ato NÃO 
definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a 
qualquer exigência de ação ou omissão, desde 
que não tenha sido fraudulento e não tenha 
implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos 
severa que a prevista na lei vigente ao tempo 
da sua prática.
Terceira Possibilidade: (art. 144, § 1° do 
CTN) - Em se tratando de lançamento 
tributário, lei que instituir novos critérios de 
apuração ou fiscalização.
Princípio da Anterioridade
O tributo que for instituído ou majorado 
nesse exercício financeiro, (coincide com o ano 
civil, inicia no dia 1° de janeiro e se encerra no 
dia 31 de dezembro), somente poderá ser 
exigido no próximo exercício e desde que 
tenham transcorridos 90 dias da data da 
publicação da lei que houver instituído ou 
majorado o tributo. (art. 150, III, "b” e "c” da 
CF).
a) Temos tributos que não precisam 
aguardar o próximo exercício (NÃO RESPEITA 
o Princípio da Anterioridade) e nem 90 dias 
(NÃO RESPEITA o Princípio Nonagesimal),
ou seja, o tributo pode ser cobrado: 
IMEDIATAMENTE!!!! Sãoeles:
- Imposto extraordinário guerra (IEG)
- empréstimo Compulsório Guerra ou 
Calamidade Pública,
- Imposto sobre importação (II),
- Imposto sobre exportação (IE)
- Imposto sobre operações financeiras 
(IOF)
b) Existem tributos, no entanto, que não 
precisam aguardar o próximo exercício (NÃO 
RESPEITAM o Princípio da Anterioridade) 
MAS precisam aguardar 90 dias, para poder 
ser exigido, (RESPEITAM o Princípio 
Nonagesimal), são:
- IPI
- casos de redução e restabelecimento
das Alíquotas da CIDE Combustível e do ICMS 
Combustível (155, § 4°, IV, "c” e 177, § 4°, I, "b” 
da CF.
- Contribuição Social (195,§ 6° da CF)
c) Existem tributos que devem respeitar o 
Princípio da Anterioridade (RESPEITAM o 
Princípio da Anterioridade do Exercício), 
mas não precisam respeitar 90 dias (NÃO 
RESPEITAM o Princípio Nonagesimal), são:
-IR
- alteração de Base de cálculo do IPTU e 
do IPVA
Dizer que esses tributos respeitam a 
anterioridade do exercício e não respeitam 90 
dias significa dizer
NRAE e 
NR90 dias 
cobrança 
IMEDIATA!
GUERRA,
(IEG e
Empréstimo
Com pulsório
guerra ou
calamidade
pública
II IE I0F
NRAE
R 90dlas
IPI Reduzir e 
Restabelecer 
CIDE 
CO MBUSTÍVEL
Reduzir e 
Restabelecer 
ICMS
CO MBUSTÍVEL
Contribuição
Social
RAE NR90 
dias
IR Alteração Base 
de cá lcu lo IPTU
Alteração Base 
de cá lcu lo IPVA
Importante: o art. 150, III, "b” e "c” que se 
refere aos princípios da anterioridade do 
exercício e nonagesimal, só se aplicam no 
caso de instituição ou majoração de tribu to .
A mudança da data do prazo de pagamento 
do tributo não está sujeita aos princípios da 
anterioridade. Nesse sentido, temos a Súmula 
669 do STF:
Norma legal que altera o prazo de 
recolhimento da obrigação tributária 
não se sujeita ao princípio da 
anterioridade.Princípio do não-confisco
O princípio da vedação ao confisco, disposto 
no art. 150, IV da C f , decorre do direito de 
propriedade, que coíbe o confisco ao 
estabelecer prévia e justa indenização na 
desapropriação. O tributo não pode inviabilizar 
o direito de propriedade.
Por essa razão, deve-se analisar 
individualmente cada situação à luz de todo o 
sistema tributário, isto é, analisar a soma de 
todos os tributos devidos pelo contribuinte e 
não apenas o tributo isoladamente. Deve-se, 
ainda, aplicar os princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade.
Verifica-se, ainda, que a Constituição Federal, 
ao tratar do princípio do não-confisco em seu 
artigo 150, IV, refere-se aos tributos, ou seja,
de acordo com a literalidade desse dispositivo 
constitucional, apenas os tributos devem 
respeitar o não-confisco.
Art. 150. Sem prejuízo de outras 
garantias asseguradas ao contribuinte, 
é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
IV - utilizar tributo com efeito de 
confisco.
Nesse sentido, muitos indagam se as multas 
estariam sujeitas ao princípio do não-confisco, 
pois se sabe que multa não é tributo, mas 
sanção exigível pelo descumprimento de 
obrigação tributária.
Princípio da Liberdade de Tráfego
O princípio da liberdade de tráfego está 
previsto no art. 150, V da CF e veda os Entes 
Federativos de instituírem tributos 
interestaduais ou intermunicipais que visem 
estabelecer limitações ao tráfego de pessoas 
ou bens, ressalvada, contudo, a exigência do 
pagamento de pedágio pela utilização das vias 
conservadas pelo Poder Público.
Com relação ao pedágio, de acordo com o art. 
150, V da CF, o legislador constituinte o 
considera como tributo, quando cobrado pelo 
Poder Público pela utilização de vias por ele 
conservadas. Nesse sentido, segue a decisão 
do STF:
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. 
TRIBUTÁRIO. PEDÁGIO. Lei 7.712, de 
22.12.88. I - Pedágio: natureza jurídica: 
taxa: C.F., art. 145, II, art. 150, V. II.- 
Legitimidade constitucional do pedágio 
instituído pela Lei 7.712, de 1988.
(RE n° 181475, Re. Min. Carlos Velloso, D. 
J. 04-05-1999).
De acordo com o entendimento do STF o 
pedágio teria a natureza tributária de taxa, cujo 
fato gerador seria a utilização (efetiva) da 
rodovia. A base de cálculo deve ser fixada em 
lei, de forma a guardar relação direta com o 
custo do benefício prestado ao contribuinte.
Atualmente o pedágio não é cobrado apenas 
pelo Poder Público, tem sido cobrado por 
particulares em regime de concessão, 
permissão ou autorização. Nesses casos não 
terá a natureza de tributo, mas sim de preço 
público, tarifa.
Princípio da Uniformidade Geográfica
O princípio da uniformidade geográfica veda a 
União “instituir tributo que não seja uniforme 
em todo o território nacional ou que implique 
distinção ou preferência em relação a Estado, 
ao Distrito Federal ou a Município, em 
detrimento de outro, admitida a concessão de 
incentivos fiscais destinados a promover o 
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico 
entre as diferentes regiões do País”. (art. 151, I 
da CF).
Não é possível à União, por exemplo, instituir 
IPI com alíquotas diferenciadas para certos 
Estados, salvo se for concessão de incentivo 
fiscal.
Princípio da Proibição das Isenções 
Heterônomas
A União não pode conceder isenção para 
tributos que não estejam em sua competência 
tributária.
Art. 151. É vedado à União:
(... )
III - instituir isenções de tributos da 
competência dos Estados, do Distrito Federal 
ou dos Municípios
A União não pode conceder isenções de 
tributos estaduais ou municipais, sob pena de 
violar o princípio do pacto federativo.
Assim, só pode conceder isenção de 
determinado tributo o Ente Federativo que tem 
competência para a sua instituição.
Quando um Ente Federativo diferente daquele 
que detém a competência para instituir o tributo 
concede a isenção, tem-se a isenção 
heterônoma.
Será heterônoma, por exemplo, a concessão 
de isenção do ITBI pela União, vez que esse 
imposto é de competência dos Municípios.
Como dito anteriormente, a isenção 
heterônoma é vedada no Brasil, mas há 
exceções:
1) ISS sobre serviços prestados 
no exterior: O art. 156, § 3°, II da CF prevê a 
possibilidade da União, por lei complementar, 
conceder isenção do iSS nas exportações de 
serviços. O art. 2°, I da LC n° 116/03 trata 
sobre a referida isenção.
2) Tratados e Convenções 
Internacionais - O Supremo Tribunal Federal 
tem o entendimento pacífico de que os 
Tratados e Convenções Internacionais PODEM 
conceder isenções de tributos estaduais e 
municipais, visto que a União, ao celebrar o 
tratado, não se mostra como pessoa política de 
Direito Público Interno, mas como pessoa 
política internacional.
E M E N T A : RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO - GASODUTO 
BRASIL- -BOLÍVIA - ISENÇÃO DE 
TRIBUTO MUNICIPAL (ISS) 
CONCEDIDA PELA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL 
MEDIANTE ACORDO BILATERAL 
CELEBRADO COM A REPÚBLICA 
DA BOLÍVIA - A QUESTÃO DA 
ISENÇÃO DE TRIBUTOS 
ESTADUAIS E/OU MUNICIPAIS 
OUTORGADA PELO ESTADO 
FEDERAL BRASILEIRO EM SEDE 
DE CONVENÇÃO OU TRATADO 
INTERNACIONAL - POSSIBILIDADE 
CONSTITUCIONAL - DISTINÇÃO 
NECESSÁRIA QUE SE IMPÕE, PARA 
ESSE EFEITO, ENTRE O ESTADO 
FEDERAL BRASILEIRO
(EXPRESSÃO INSTITUCIONAL DA 
COMUNIDADE JURÍDICA TOTAL), 
QUE DETÉM “O MONOPÓLIO DA 
PERSONALIDADE
INTERNACIONAL”, E A UNIÃO, 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO 
PÚBLICO INTERNO (QUE SE 
QUALIFICA, NESSA CONDIÇÃO, 
COMO SIMPLES COMUNIDADE
PARCIAL DE CARÁTER CENTRAL) - 
NÃO INCIDÊNCIA, EM TAL 
HIPÓTESE, DA VEDAÇÃO 
ESTABELECIDA NO ART. 151, III, DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, CUJA 
APLICABILIDADE RESTRINGE-SE, 
TÃO SOMENTE, À UNIÃO, NA 
CONDIÇÃO DE PESSOA JURÍDICA 
DE DIREITO PÚBLICO INTERNO - 
RECURSO DE AGRAVO 
IMPROVIDO. - A cláusula de 
vedação inscrita no art. 151, III, da 
Constituição - que proíbe a 
concessão de isenções tributárias 
heterônomas - é inoponível ao 
Estado Federal brasileiro (vale 
dizer, à República Federativa do 
Brasil), incidindo, unicamente, no 
plano das relações institucionais 
domésticas que se estabelecem entre 
as pessoas políticas de direito público 
interno. Doutrina. Precedentes. - Nada 
impede, portanto, que o Estado 
Federal brasileiro celebre tratados 
internacionais que veiculem cláusulas 
de exoneração tributária em matéria 
de tributos locais (como o ISS, p. ex.), 
pois a República Federativa do Brasil, 
ao exercer o seu treaty-making power, 
estará praticando ato legítimo que se 
inclui na esfera de suas prerrogativas 
como pessoa jurídica de direito 
internacional público, que detém - em 
face das unidades meramente 
federadas - o monopólio da soberania 
e da personalidade internacional. - 
Considerações em torno da natureza 
político-jurídica do Estado Federal. 
(•••)
(RE 543943 AgR/PR, Rel. Min. Celso 
de Mello, D.J. 30-11-2010)
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Para José Souto Maior Borges:
(...) a regra de imunidade insere-se no plano 
das regras negativas de competência. O setor 
social abrangido pela imunidade está fora do 
âmbito de tributação.
(Teoria geral da Isenção Tributária. São Paulo: 
Malheiros, 2001, p. 219)
Paulo de Barros Carvalho conceitua como:
(...) a classe finita e imediatamente 
determinável de normas jurídicas, contidas no 
texto da Constituição Federal, e que 
estabelecem, de modo expresso, a 
incompetência das pessoas políticas de direito 
constitucional interno para expedir regras 
instituidoras de tributos que alcancem 
situações específicas e suficientemente 
caracterizadas.
(Curso de Direito Tributário, São Paulo: 
Saraiva, 2010, p. 234).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Extraia- 
se da Constituição Federal, em 
interpretação teleológica e integrativa, 
a maior concretude possível. 
IMUNIDADE - “LIVROS, JORNAIS, 
PERIÓDICOS E O PAPELDESTINADO A SUA IMPRESSÃO” - 
ARTIGO 150, INCISO VI, ALÍNEA “D”, 
DA CARTA DA REPÚBLICA - 
INTELIGÊNCIA. A imunidade tributária 
relativa a livros, jornais e periódicos é 
ampla, total, apanhando produto, 
maquinário e insumos. A referência, 
no preceito, a papel é exemplificativa e 
não exaustiva.
RE 202149, Relator(a): Min. 
MENEZES DIREITO, Relator(a) p/ 
Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, 
Primeira Turma, julgado em 
26/04/2011, DJe-195 DIVULG 10-10­
2011 PUBLIC 11-10-2011 EMENT 
VOL-02605-01 PP-00101 RDDT n. 
198, 2012, p. 194-199)
A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA COMO 
GARANTIA CONSTITUCIONAL
A imunidade tributária é considerada como 
uma proteção de valores sociais relevantes e 
por essa razão é considerada uma espécie de 
tutela dos direitos e garantias fundamentais, 
relacionada à forma republicana de governo, 
bem como ao regime político democrático. 
Segundo entendimento doutrinário e 
jurisprudencial são consideradas cláusulas 
pétreas.
NÃO INCIDÊNCIA: Refere-se a situações que 
estão fora do campo de incidência tributária.
INTERPRETAÇÃO DA NORMA IMUNIZANTE:
O STF tem aplicado interpretação ampliativa 
das imunidades, compreendida como 
interpretação teleológica, não abrangendo a 
analogia nem a equidade, que são meios de 
integração.
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL 
EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA DO ART. 150, VI, D, DA 
CF. ABRANGÊNCIA. IPMF. 
IMPOSSIBILIDADE.
INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. 
AGRAVO IMPROVIDO.
I - O Supremo Tribunal Federal possui 
entendimento no sentido de que a 
imunidade tributária prevista no art. 
150, VI, d, da Constituição Federal 
deve ser interpretada restritivamente e 
que seu alcance, tratando-se de 
insumos destinados à impressão de 
livros, jornais e periódicos, estende-se, 
exclusivamente, a materiais que se 
mostrem assimiláveis ao papel, 
abrangendo, por consequência, os 
filmes e papéis fotográficos. 
Precedentes.
II - A imunidade prevista no art. 150, 
VI, d, da Lei Maior não abrange as 
operações financeiras realizadas pela 
agravante. III - Agravo regimental 
improvido.
Continuar
(RE 504615 AgR, Relator(a): Min. 
RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira 
Turma, julgado em 03/05/2011, DJe- 
094 DIVULG 18-05-2011 PUBLIC 19­
05-2011 EMENT VOL-02525-03 PP- 
00381)
(RE 474132, Relator(a): Min. GILMAR 
MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 
12/08/2010, DJe-231 DIVULG 30-11­
2010 PUBLIC 01-12-2010 EMENT 
VOL-02442-01 PP-00026)
Recurso extraordinário. 2. 
Contribuições sociais. Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e 
Contribuição Provisória sobre 
Movimentação ou Transmissão de 
Valores e de Créditos e Direitos de 
Natureza Financeira (CPMF). 3. 
Imunidade. Receitas decorrentes de 
exportação. Abrangência. (... )
4. A imunidade prevista no art. 149, § 
2°, I, da Constituição, introduzida pela 
Emenda Constitucional n° 33/2001, 
não alcança a Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (CSLL), haja 
vista a distinção ontológica entre os 
conceitos de lucro e receita.
6. Vencida a tese segundo a qual a 
interpretação teleológica da 
mencionada regra de imunidade 
conduziria à exclusão do lucro 
decorrente das receitas de exportação 
da hipótese de incidência da CSLL, 
pois o conceito de lucro pressuporia o 
de receita, e a finalidade do referido 
dispositivo constitucional seria a 
desoneração ampla das exportações, 
com o escopo de conferir efetividade 
ao princípio da garantia do 
desenvolvimento nacional (art. 3° , I, 
da Constituição).
7. A norma de exoneração tributária 
prevista no art. 149, § 2°, I, da 
Constituição também não alcança a 
Contribuição Provisória sobre 
Movimentação ou Transmissão de 
Valores e de Créditos e Direitos de 
Natureza Financeira (CPMF), pois o 
referido tributo não se vincula 
diretamente à operação de 
exportação. A exação não incide sobre 
o resultado imediato da operação, mas 
sobre operações financeiras 
posteriormente realizadas. 8. Recurso 
extraordinário a que se nega 
provimento.
CLASSIFICAÇÃO DAS IMUNIDADES
1) Imunidade Subjetivas, Objetivas e 
Mistas
Imunidade Subjetiva: Conferida em função da 
natureza jurídica da pessoa ou ente, com o 
intuito de proteger valores socialmente 
relevantes.
Imunidade Objetiva- Reais: Outorgada em 
razão de determinados fatos, bens ou 
situações. (art. 150, VI, “d”, CF)
Imunidade Mista: Alcança pessoas por sua 
natureza jurídica e porque relacionadas com 
determinados fatos, bens ou situações.
(Art. 153, § 4°, II, CF).
2) Imunidades Ontológicas e Políticas:
Imunidades Ontológicas: Existiriam mesmo 
sem a previsão expressa na Constituição, em 
razão da isonomia, pacto federativo, 
capacidade contributiva.
Imunidade Política: Não defluem de um 
princípio constitucional, por isso devem estar 
expressamente previstas na CF, visam a 
proteção de outros princípios em virtude de 
uma opção política do legislador constituinte.
3) Imunidades Explícitas e Implícitas:
Imunidades Explícitas: São aquelas previstas 
na Constituição de forma expressa, por isso 
pode-se afirmar que coincide com as políticas.
Imunidades Implícitas: Não se encontram 
expressamente previstas na CF, por essa
razão, anteriormente eram classificadas como 
ontológicas.
4) Imunidades Incondicionadas e 
Condicionáveis
Imunidade Incondicionada: Quando a 
imunidade for de eficácia plena e aplicabilidade 
direta e imediata.
Imunidade Condicionada: Quando a norma 
veicula uma imunidade de eficácia contida, 
aplicabilidade imediata, mas restringível.
5) Imunidades Genéricas e Específicas
Imunidade Específica - Tópica - Especial : 
Aplicação da imunidade a um determinado 
tributo de competência de determinada pessoa 
política.
Imunidade Genérica - Geral: Vedação a todos 
os entes tributantes da instituição de impostos. 
Previsão art. 150, VI da CF.
IMUNIDADES GENÉRICAS - ART. 150, VI, CF
Imunidade Recíproca - Art. 150, VI, "a” da CF: 
Existente para manutenção da Federação. O 
Texto constitucional é claro limitando o 
alcance da regra de exceção apenas à 
instituição de IMPOSTOS!
Isso porque a imunidade recíproca abrange 
apenas os tributos cobrados em razão do 
Poder de Império do Estado, hipóteses em que
o controle das razões das tributação se mostra 
bastante dificultado.
Nos tributos vinculados o pacto federativo não 
sofre qualquer afronta, sendo totalmente 
possível verificar se o tributo cobrado guarda 
relação com a atividade prestada ao 
contribuinte pelo ente federativo que a instituiu. 
Se essa co-relação não existir a cobrança do 
tributo torna-se inconstitucional.
A Imunidade do Art. 150, VI, "a” da CF alcança 
todos Impostos:
IMUNIDADE DO ART. 150, VI, A, DA 
CONSTITUIÇÃO.
À ausência de norma vedando as 
operações financeiras da espécie, é 
de reconhecer-se estarem elas 
protegidas pela imunidade do 
dispositivo constitucional indicado, 
posto tratar-se, no caso, de rendas 
produzidas por bens patrimoniais do 
ente público. Recurso não conhecido. 
(RE 213059, Relator(a): Min. ILMAR 
GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 
05/12/1997, DJ 27-02-1998 PP-00025 
EMENT VOL-01900-09 PP-01761)
A Imunidade Tributária Genérica é extensiva 
para as Autarquias e Fundações Públicas
Art. 150 (...)
§ 2° - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva 
às autarquias e às fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere 
ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados a suas finalidades essenciais ou às 
delas decorrentes.
Requisitos para imunidade das Autarquias e 
Fundações Públicas:
1) Cumprir suas finalidades essenciais ou 
qualquer uma delas decorrentes;
2) Serem instituídas e mantidas pelo Poder 
Público
3) Não cobrar preço e nem tarifa
4) Não entrar na concorrência privada
EMENTA: TRIBUTÁRIO. IOF. 
APLICAÇÃO DE RECURSOS DA 
PREFEITURA MUNICIPAL NO 
MERCADO FINANCEIRO.
IMUNIDADES GENÉRICAS- ART. 150, VI, 
CF
Imunidade Recíproca - Art. 150, VI, “a” da CF: 
Existente para manutenção da Federação. O 
Texto constitucional é claro limitando o 
alcance da regra de exceção apenas à 
instituição de IMPOSTOS!
Isso porque a imunidade recíproca abrange 
apenas os tributos cobrados em razão do 
Poder de Império do Estado, hipóteses em que
o controle das razões das tributação se mostra 
bastante dificultado.
Art. 150 (...)
§ 2° - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva 
às autarquias e às fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere 
ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados a suas finalidades essenciais ou às 
delas decorrentes.
Requisitos:
1) Cumprir suas finalidades essenciais ou 
qualquer uma delas decorrentes;
2) Serem instituídas e mantidas pelo Poder 
Público
3) Não cobrar preço e nem tarifa
4) Não entrar na concorrência privada
A Ordem dos Advogados possui como 
finalidade a defesa da Constituição, da ordem 
jurídica do Estado democrático de direito, 
justiça social, competindo-lhe, ainda, a 
promoção da representação, defesa, seleção e 
disciplina dos advogados. As finalidades da 
OAB apresentam caráter eminentemente 
público e gozam de imunidade recíproca.
Já a Caixa de Assistência aos Advogados 
embora ligada à OAB, ela não está ligada ao 
desempenho daquelas funções eminentemente 
públicas possuindo como finalidade o 
provimento de benefícios pecuniários e 
assistenciais aos seus associados. É uma 
atividade privada, direcionada a seus 
associados.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. 
IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, VI, A DA 
CONSTITUIÇÃO. CAIXA DE ASSISTÊNCIA 
DOS ADVOGADOS. INAPLICABILIDADE. 1. A 
Caixa de Assistência dos Advogados, instituída 
nos termos dos arts. 45, IV e 62 da Lei 
8.906/1994, não desempenha as atividades
inerentes à Ordem dos Advogados do Brasil 
(defesa da Constituição, 
da ordem jurídica do Estado democrático de 
direito, dos direitos humanos, da justiça social 
Também não lhe compete privativamente 
promover a representação, a defesa, a seleção 
e a disciplina dos advogados em toda a 
República Federativa do Brasil).
Trata-se de entidade destinada a prover 
benefícios pecuniários e assistenciais a seus 
associados.
2. Por não se revelar instrumentalidade estatal, 
a Caixa de Assistência dos Advogados não é 
protegida pela imunidade tributária recíproca 
(art. 150, VI, a da Constituição). 3. A 
circunstância de a Caixa de Assistência 
integrar a estrutura maior da OAB não implica 
na extensão da imunidade, dada a dissociação 
entre as atividades inerentes à atuação da 
OAB e as atividades providas em benefício 
individual dos associados. Recurso 
extraordinário conhecido e ao qual se dá 
provimento.
(RE 233843, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
01/12/2009, DJe-237 DIVULG 17-12-2009 
PUBLIC 18-12-2009 EMENT VOL-02387-06 
PP-01011 RT v. 99, n. 893, 2010, p. 162-164 
LEXSTF v. 32, n. 373, 2010, p. 161-165)
A TRANSFERÊNCIA DA PRESTAÇÃO DOS 
SERVIÇOS PÚBLICOS A TERCEIROS E O 
PRINCIPIO DA IMUNIDADE RECÍPROCA
A prestação indireta dos serviços públicos pode 
ser outorgada para um outro ente de direito 
público, que será o responsável pela sua 
prestação ou transferida a um ente de direito 
privado, por meio de concessão ou permissão. 
No caso do particular prestar serviço público 
deve ser verificada a regra do art. 150, § 3° da 
CF para aplicar a imunidade:
§ 3 ° - As vedações do inciso VI, "a", e do 
parágrafo anterior não se aplicam ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, 
relacionados com exploração de atividades 
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja 
contraprestação ou pagamento de preços ou 
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente 
comprador da obrigação de pagar imposto 
relativamente ao bem imóvel.
EMENTA: AÇAO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. 
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ITENS 21 
E 21.1. DA LISTA ANEXA À LEI 
COMPLEMENTAR 116/2003. INCIDÊNCIA DO 
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE 
QUALQUER NATUREZA - ISSQN SOBRE 
SERVIÇOS DE REGISTROS PÚBLICOS, 
CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.
CONSTITUCIONALIDADE.
Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada 
contra os itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à Lei 
Complementar 116/2003, que permitem a 
tributação dos serviços de registros públicos, 
cartorários e notariais pelo Imposto sobre 
Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN. 
Alegada violação dos arts. 145, II, 156, III, e 
236, caput, da Constituição, porquanto a matriz 
constitucional do Imposto sobre Serviços de 
Qualquer Natureza permitiria a incidência do 
tributo tão-somente sobre a prestação de 
serviços de índole privada.
Ademais, a tributação da prestação dos 
serviços notariais também ofenderia o art. 150, 
VI, a e §§ 2° e 3° da Constituição, na medida 
em que tais serviços públicos são imunes à 
tributação recíproca pelos entes federados.
As pessoas que exercem atividade notarial não 
são imunes à tributação, porquanto a 
circunstância de desenvolverem os respectivos 
serviços com intuito lucrativo invoca a exceção 
prevista no art. 150, § 3° da Constituição. O 
recebimento de remuneração pela prestação 
dos serviços confirma, ainda, capacidade 
contributiva.
A imunidade recíproca é uma Igarantia ou 
prerrogativa imediata de entidades políticas 
federativas, e não de particulares que 
executem, com inequívoco intuito lucrativo, 
serviços públicos mediante concessão ou 
delegação, devidamente remunerados. Não há 
diferenciação que justifique a tributação dos 
serviços públicos concedidos e a não- 
tributação das atividades delegadas. Ação 
Direta de Inconstitucionalidade conhecida, mas 
julgada improcedente.
(ADI 3089, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, 
Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 
13/02/2008, DJe-142 DIVULG 31-07-2008 
PUBLIC 01-08-2008 EMENT VOL-02326-02
PP-00265 RTJ VOL-00209-01 PP-00069 
LEXSTF v. 30, n. 357, 2008, p. 25-58)
E AS EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES 
DE ECONOMIA MISTA?
0 STF vem reconhecendo que as empresas 
estatais que prestam serviços públicos devem 
gozar de imunidade. O critério para 
reconhecimento da imunidade, nesse caso, 
não está na pessoa, mas na atividade por ela 
desenvolvida.
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 
IMUNIDADE RECÍPROCA. ABRANGÊNCIA. 
AUTARQUIA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
PÚBLICO ESSENCIAL E EXCLUSIVO DO 
ESTADO. FORNECIMENTO DE ÁGUA. 
ATIVIDADE REMUNERADA POR TARIFA. 
POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO.
1 - A imunidade do art. 150, VI, a, da CF 
alcança as autarquias e empresas públicas que 
prestem inequívoco serviço público. A 
cobrança de tarifas, isoladamente considerada, 
não descaracteriza a regra imunizante. 
Precedentes. II - Agravo regimental improvido.
(RE 482814 AgR, Relator(a): Min. RICARDO 
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 
29/11/2011, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe- 
236 DIVULG 13-12-2011 PUBLIC 14-12-2011) 
A imunidade será afastada, no entanto, quando 
for exercida atividade econômica, hipótese em 
que deverão se submeter às mesmas regras e 
princípios que regem a atividade de 
particulares.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. 
IMUNIDADE RECÍPROCA. AUTARQUIA. 
SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E 
ESGOTAMENTO. ATIVIDADE REMUNERADA 
POR CONTRAPRESTAÇÃO.
APLICABILIDADE. ART, 150, §3° DA 
CONSTITUIÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. 
AGRAVO REGIMENTAL. 1. Definem o alcance 
da imunidade tributária recíproca sua vocação 
para servir como salvaguarda do pacto 
federativo, para evitar pressões políticas entre 
entes federados ou para desonerar atividades 
desprovidas de presunção de riqueza.
2. E aplicável a imunidade tributária recíproca 
às autarquias e empresas públicas que 
prestem inequívoco serviço público, desde que, 
entre outros requisitos constitucionais e legais
não distribuam lucros ou resultados direta ouindiretamente a particulares, ou tenham por 
objetivo principal conceder acréscimo 
patrimonial ao poder público (ausência de 
capacidade contributiva) e não desempenhem 
atividade econômica, de modo a conferir 
vantagem não extensível às empresas privadas 
(livre iniciativa e concorrência).
3. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto é 
imune à tributação por impostos (art. 150, VI, a 
e §§ 2° e 3° da Constituição). A cobrança de 
tarifas, isoladamente considerada, não altera a 
conclusão. Agravo regimental conhecido, mas 
ao qual se nega provimento.
(RE 399307 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
16/03/2010, DJe-076 DIVULG 29-04-2010 
PUBLIC 30-04-2010 EMENT VOL-02399-07 
PP-01492 RTJ VOL-00216- PP-00529) 
IMUNIDADE - SOCIEDADE DE ECONOMIA 
MISTA - ARRENDATÁRIA DE BEM DA 
UNIÃO - IPTU - AFASTAMENTO NA ORIGEM
- RECURSO EXTRAORDINÁRIO - 
REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. 
Possui repercussão geral a controvérsia acerca 
da obrigatoriedade de recolhimento do IPTU, 
incidente em terreno localizado na área 
portuária de Santos, pertencente à União, pela 
Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRAS, mesmo 
quando esta estiver na condição de 
arrendatária da Companhia Docas do Estado 
de São Paulo - CODESP.
(RE 594015 RG, Relator(a): Min. MARCO 
A u r E l I O , julgado em 14/04/2011, DJe-104 
DIVULG 31-05-2011 PUBLIC 01-06-2011 
EMENT VOL-02534-02 PP-00241 )
Súmula n° 583 STF - Promitente Comprador 
de Imóvel residencial transcrito em nome da 
autarquia é contribuinte do imposto predial 
territorial urbano.
IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER 
CULTO - ART. 150, VI, “b” CF 
Primeira Interpretação: A imunidade alcançaria 
somente o local onde se realiza os cultos. 
Segunda Interpretação: Estariam imunes não 
apenas o local onde se realizam os cultos, mas 
também as dependências a ele anexas, visto 
que se tratam de instrumentos relacionados 
com as finalidades essenciais das entidades 
religiosas.
Interpretação Atual: A imunidade abarca não só
o local onde se realizam os cultos e suas
dependências, mas compreende toda a igreja 
na acepção mais ampla da entidade, isto é, se 
inserindo nela todos os órgãos que se 
relacionam com as suas atividades.
A Semântica do vocábulo “culto”
Para Fernando Augusto Monteiro Perez:
(... ) Qualquer forma de manifestação religiosa, 
desde que não seja atentatória à moral e aos 
bons costumes da sociedade, encaixam-se no 
contexto do legislador. Outra forma de 
manifestação não condizente com os padrões 
da sociedade, não poderá, em hipótese 
alguma, usufruir do benefício da imunidade 
prevista no art. 150, VI, “b” da CF.
Não abrange os templos de inspiração 
demoníaca, nem cultos satânicos, nem suas 
instituições, por contrariar a teleologia do texto 
constitucional.
§ 4° - As vedações expressas no inciso VI, 
alíneas "b" e "c", compreendem somente o 
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados 
com as finalidades essenciais das entidades 
nelas mencionadas.
- E fundamental o reinvestimento integral do 
montante pecuniário, oriundo das atividades 
conexas ou correlatas na consecução dos 
objetivos institucionais da Igreja.
- Não deve existir prejuízo à livre concorrência, 
vedando-se o cunho empresarial na atividade 
econômica desempenhada.
A Imunidade e os Cemitérios 
Decisão no RE n° 544.815:
- A propriedade do bem imóvel é de particular 
que, locando a terceiro (empresa de gestão do 
cemitério), aufere renda com a atividade 
específica.
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA. IPTU. ARTIGO 150, VI, "B", 
CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE 
ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1. Os 
cemitérios que consubstanciam extensões de 
entidades de cunho religioso estão abrangidos 
pela garantia contemplada no artigo 150 da 
Constituição do Brasil. Impossibilidade da 
incidência de IPTU em relação a eles.
2. A imunidade aos tributos de que gozam os 
templos de qualquer culto é projetada a partir 
da interpretação da totalidade que o texto da 
Constituição é, sobretudo do disposto nos 
artigos 5°, VI, 19, I e 150, VI, "b". 3. As áreas
Italo
Realce
da incidência e da imunidade tributária são 
antípodas. Recurso extraordinário provido.
(RE 578562, Relator(a): Min. EROS GRAU, 
Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2008, DJe- 
172 DIVULG 11-09-2008 PUBLIC 12-09-2008 
EMENT VOL-02332-05 PP-01070 RTJ VOL- 
00206-02 PP-00906 LEXSTF v. 30, n. 358, 
2008, p. 334-340)
- Terreno utilizado por entidade privada em 
atividade divorciada dos fins eclesiásticos.
- Tratando-se de Propriedade Particular - 
Existe capacidade contributiva
A Imunidade e as Lojas Maçônicas - (RE) 
562351
O relator do processo, ministro Ricardo 
Lewandowski, entendeu que a maçonaria é 
uma ideologia de vida, e não uma religião, 
assim não poderia ser isenta de pagar o IPTU. 
Segundo ele, a prática maçom não tem 
dogmas, não é um credo, é uma grande 
família.
“Ajudam-se mutuamente aceitando e pregando 
a ideia de que o homem e a humanidade são 
passíveis de melhoria, aperfeiçoamento. Como 
se vê, é uma grande confraria que antes de 
mais nada prega e professa uma filosofia de 
vida”, disse.
O ministro Ricardo Lewandowski avaliou 
também que para as imunidades tributárias 
deve ser dado tratamento restritivo. “Penso, 
portanto, que quando a Constituição conferiu 
imunidade tributária aos templos de qualquer 
culto, este benefício fiscal está circunscrito aos 
cultos religiosos”, afirmou. Conforme ele, a 
própria entidade maçônica do Estado do Rio 
Grande do Sul em seu site afirma que “não é 
religião com teologia, mas adota templo onde 
se desenvolve conjunto variável de cerimônias 
que se assemelham ao culto, dando feições a 
diferentes ritos”.
Em seu voto-vista, o ministro Marco Aurélio 
apresentou seu entendimento em sentido 
contrário, ao pontuar que a Constituição 
Federal não restringiu imunidade à prática de 
uma religião enquanto tal, mas a templo de 
qualquer culto. Por outro lado, sustentou haver 
propriedades que permitem atribuir à 
maçonaria traços religiosos:
“Em um conceito menos rígido de religião, se 
pode classificar a maçonaria como uma 
corrente religiosa, que congrega física e 
metafísica. São práticas ritualísticas, que 
somente podem ser adequadamente 
compreendidas em um conceito mais 
abrangente de religiosidade”, afirmou o ministro 
Marco Aurélio.
IMUNIDADE SUBJETIVA - ART. 150, VI, “c” 
Entidade de Assistência Social sem Fins 
Lucrativos
Entidade de Educação sem Fins Lucrativos 
Partidos Políticos e suas Fundações 
Sindicato dos Trabalhadores
Art. 14 CTN
Não distribuir Lucros
Não remeter valores ao exterior
Manter livros Contábeis em dia.
3) Imunidade Tributária e Obrigação Acessória 
Em 17/04/2012 STF iniciou julgamento do RE 
n° 250844, em que o Min. Relator Marco 
Aurélio entendeu que a obrigação acessória 
deve seguir a principal, porém, na ausência 
desta, não caberia pretender a existência dos 
livros contábeis.
Súmula n° 730 STF -
A imunidade tributária conferida a instituições 
de assistência social sem fins lucrativos pelo 
art. 150, VI, c, da Constituição, somente 
alcança as entidades fechadas de previdência 
social privada se não houver contribuição dos 
beneficiários.
As Entidades que promovem a integração no 
mercado de trabalho, quer como instituições de 
assistência social, quer como entidades de 
Educação, cumprem um dos objetivos 
possíveis da assistência social (art. 203, C f ) . 
Instituições do Sistema “S” - SESI, SENAI, 
SENAC, SEBRAE.
Entidades de Educação Sem Fins Lucrativos 
Proteção à educação e ao ensino (arts. 205, 
208 e 214, CF).
Não distribuir Lucros
Nos termos do art. 12, § 2°, “a” da Lei n° 
9.532/97 veda qualquer tipo de remuneração 
aos diretores, dirigentes:
Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, 
inciso VI, alínea "c", da Constituição, 
considera-se imune a instituição de educaçãoou de assistência social que preste os serviços 
para os quais houver sido instituída e os 
coloque à disposição da população em geral, 
em caráter complementar às atividades do 
Estado, sem fins lucrativos.
§ 2° Para o gozo da imunidade, as instituições 
a que se refere este artigo, estão obrigadas a 
atender aos seguintes requisitos:
a) não remunerar, por qualquer forma, seus 
dirigentes pelos serviços prestados;
ADIN 1802 - O Tribunal , por unanimidade , 
deferiu , em parte , o pedido de medida 
cautelar , para suspender , até a decisão final 
da ação , a vigência do § 001 ° e a alínea f do §
002 ° , ambos do art. 012 , do art. 013 , caput e 
do art. 014 , todos da Lei n° 9532 , de 10/12/97 
, e indeferindo-o com relação aos demais. 
Votou o Presidente. Ausentes , 
justificadamente , os Srs. Ministros Marco 
Aurélio , Sydney Sanches e Celso de Mello , 
Presidente . Presidiu o julgamento o Sr. 
Ministro Carlos Velloso , Vice-Presidente . - 
Plenário , 27.08.1998 . - Acórdão, DJ 
13.02.2004.
Imunidade Objetiva - Art. 150, VI, “d” CF 
Garantia da livre manifestação das ideias.
Não importa o conteúdo e nem se são 
distribuídos gratuitamente ou comercializados 
com intuito de lucro, apenas os folhetos 
exclusivamente promocionais são excluídos da 
imunidade.
EMENTA: TRIBUTÁRIO. ANISTIA DO ART. 
150, VI, D, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
IPMF. EMPRESA DEDICADA À EDIÇÃO, 
DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE 
LIVROS, JORNAIS, REVISTAS E 
PERIÓDICOS. Imunidade que contempla, 
exclusivamente, veículos de comunicação e 
informação escrita, e o papel destinado a sua 
impressão, sendo, portanto, de natureza 
objetiva, razão pela qual não se estende às 
editoras, autores, empresas jornalísticas ou de 
publicidade -- que permanecem sujeitas à 
tributação pelas receitas e pelos lucros 
auferidos.
Consequentemente, não há falar em imunidade 
ao tributo sob enfoque, que incide sobre atos 
subjetivados (movimentação ou transmissão de 
valores e de créditos e direitos de natureza 
financeira). Recurso conhecido e provido.
(RE 206774, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO,
Primeira Turma, julgado em 03/08/1999, DJ 29­
10-1999 PP-00019 EMENT VOL-01969-03 PP- 
00432 RTJ VOL-00171-02 PP-00695)
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 
ISS. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ALÍNEA “D” 
DO INCISO VI DO ART. 150 DA 
CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA.
DISTRIBUIÇÃO DE PERIÓDICOS, REVISTAS, 
PUBLICAÇÕES, JORNAIS E LIVROS. NÃO 
ABRANGÊNCIA. 1. A jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, que me parece 
juridicamente correta, é firme no sentido de que 
a distribuição de periódicos, revistas, 
publicações, jornais e livros não está abrangida 
pela imunidade tributária da alínea “d” do inciso
VI do art. 150 do Magno Texto 2. Agravo 
regimental desprovido.
(RE 630462 AgR, Relator(a): Min. AYRES 
BRITTO, Segunda Turma, julgado em 
07/02/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 
047 DIVULG 06-03-2012 PUBLIC 07-03-2012) 
Ao apreciar a imunidade dos álbuns de 
figurinha , no RE n° 221.239-6 o Constituinte 
não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou 
didático, á relevância das informações 
divulgadas ou à qualidade cultural de uma 
publicação.
Imunidade Livro:
Lei n° 10.753/2003 já em seu art. 1°, II da CF 
identifica o livro como “o meio principal e 
insubstituível da difusão da cultura e 
transmissão do conhecimento ... e em seu art. 
2° estabelece:
Art. 2o Considera-se livro, para efeitos desta 
Lei, a publicação de textos escritos em fichas 
ou folhas, não periódica, grampeada, colada ou 
costurada, em volume cartonado, encadernado 
ou em brochura, em capas avulsas, em 
qualquer formato e acabamento.
Parágrafo único. São equiparados a livro:
I - fascículos, publicações de qualquer natureza 
que representem parte de livro;
II - materiais avulsos relacionados com o livro, 
impressos em papel ou em material similar;
III - roteiros de leitura para controle e estudo de 
literatura ou de obras didáticas;
IV - álbuns para colorir, pintar, recortar ou 
armar;
V - atlas geográficos, históricos, anatômicos, 
mapas e cartogramas;
VI - textos derivados de livro ou originais, 
produzidos por editores, mediante contrato de 
edição celebrado com o autor, com a utilização 
de qualquer suporte;
VII - livros em meio digital, magnético e ótico, 
para uso exclusivo de pessoas com deficiência 
visual;
VIII - livros impressos no Sistema Braille.
Art. 3o É livro brasileiro o publicado por editora 
sediada no Brasil, em qualquer idioma, bem 
como o impresso ou fixado em qualquer 
suporte no exterior por editor sediado no Brasil. 
Não são imunes os livros em branco: Os de 
escrituração comercial e fiscal, bem como os 
manuais de instruções e os de proprietário que 
acompanham produtos tributados.
As apostilas são imunes, nos termos do art. 
150, VI, “d” da CF - Re n° 183.403 
EMENTA DIREITO CONSTITUCIONAL E 
TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA 
COLETIVO. PRETENDIDA IMUNIDADE 
TRIBUTÁRIA A RECAIR SOBRE LIVRO 
ELETRÔNICO. NECESSIDADE DE CORRETA 
INTERPRETAÇÃO DA NORMA
CONSTITUCIONAL QUE CUIDA DO TEMA 
(ART. 150, INCISO IV, ALÍNEA D). MATÉRIA 
PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS 
PROCESSOS, A REPERCUTIR NA ESFERA 
DE INTERESSE DE TODA A SOCIEDADE. 
TEMA COM REPERCUSSÃO GERAL.
(RE 330817 RG, Relator(a): Min. DIAS 
TOFFOLI, julgado em 20/09/2012, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-192 DIVULG 28-09-2012 
PUBLIC 01-10-2012 )
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. 
TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. LIVRO, JORNAL, 
PERIÓDICO E O PAPEL DESTINADO À 
RESPECTIVA IMPRESSÃO. PRETENDIDA 
EXTENSÃO AOS SERVIÇOS DE 
COMPOSIÇÃO GRÁFICA E DE IMPRESSÃO 
POSTOS À DISPOSIÇÃO DO MERCADO 
CONSUMIDOR. IMPOSSIBILIDADE. ART. 
150, VI, D DA CONSTITUIÇÃO. A imunidade 
tributária prevista no art. 150, VI, d da 
Constituição não alcança os serviços de 
composição gráfica ou de impressão onerosos, 
oferecidos a terceiros interessados.
Segundo o quadro fático-jurídico definido nos 
autos, o material produzido pela agravante é 
inassimilável aos conceitos constitucionais- 
tributários de jornal, livro e periódico, porquanto
mais se aproximam de material promocional ou 
de propaganda. Agravo regimental ao qual se 
nega provimento.
(AI 723018 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
06/03/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe- 
057 DIVULG 19-03-2012 PUBLIC 20-03-2012 
RDDT n. 200, 2012, p. 155-158)
Periódicos:
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. 
IMUNIDADE. LIVRO, JORNAL, PERIÓDICO E 
PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSÃO. 
EXTENSÃO ÀS LISTAS TELEFÔNICAS. 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO
REGIMENTAL.
Segundo orientação do Supremo Tribunal 
Federal, a imunidade do livro, jornal, período e 
do papel destinado à sua impressão é aplicável 
às operações com listas telefônicas. Agravo 
regimental ao qual se nega provimento.
(AI 663747 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
06/04/2010, DJe-076 DIVULG 29-04-2010 
PUBLIC 30-04-2010 EMENT VOL-02399-10 
PP-02176 LEXSTF v. 32, n. 377, 2010, p. 92­
94)
TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. 
EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE 
SERVIÇOS (ISS) SOBRE A EDITORAÇÃO, 
COMERCIALIZAÇÃO, PRODUÇÃO
INDUSTRIAL E DISTRIBUIÇÃO DE LISTAS 
TELEFONICAS. INQUINADA OFENSA AO 
ART. 19, III, D, DA CARTA DE 1969. 
Orientação jurisprudencial do STF, no sentido 
de que não estao excluidos da imunidade 
constitucional as publicações "que cuidam de 
informações genericas ou especificas, sem 
caráter noticioso, discursivo, literario, poetico 
ou filosofico, mas de inegavel utilidade pública, 
como e o caso das listas telefonicas". Recurso 
provido.
(RE 134071, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, 
Primeira Turma, julgado em 15/09/1992, DJ 30­
10-1992 PP-19516 EMENT VOL-01682-02 PP- 
00410)
Súmula 657 STF - A imunidade prevista no art.
150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis 
fotográficos necessários à publicação de 
jornais e periódicos.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Extraia-se da

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