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Observação do Comportamento

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Observação do comportamento. 
 Profa. Dra. Milena Aragão 
1.1. Observação e 
linguagem científica 
 
O que é observação? 
 
“... a observação é um processo 
empírico por intermédio do qual 
usamos a totalidade dos nossos 
sentidos para reconhecer e registrar 
eventos fatuais [factuais]” 
 
(VIANNA, 2003, p. 14) 
Característica da linguagem 
científica 
1. Objetividade ater-se “... apenas a 
coisas e fatos efetivamente observados” 
(FAGUNDES, 1985, p. 22). 
 
ERRADO: Paulo olhou profundamente para 
a foto, deve ser alguém importante, 
olhou e pensou, o rosto exprimia 
saudade. 
 
CERTO: Paulo ergueu a sua frente uma 
fotografia e olhou para ela por 
aproximadamente dez minutos. 
2. Clareza e exatidão não use 
termos como “vários”, “pouco”, 
“muito”, “pequeno”, “grande”. 
 
ERRADO: O patrão deu um 
pequeno aumento a José. 
 
CERTO: José recebeu R$ 100,00 
de aumento no salário. 
3. Brevidade/concisão  suprimir 
apostos, comentários, expressões como 
“Entretanto”, “ou seja”, “sendo assim”. 
Em alguns casos é preciso usar o bom 
senso, já que é preciso repetir e até ser 
redundante para garantir a comunicação 
exata do que está acontecendo. 
 
ERRADO: “Márcia foi até a casa de 
Carlos e pegou o seu livro” 
 
CERTO: “Márcia foi até a casa de Carlos 
e pegou o livro dele” 
4. Ser direta ou afirmativa a descrição 
não pode assinalar o que não ocorreu, 
apenas o que ocorreu. 
 
ERRADO: Márcia não lembrou de olhar 
pela janela e foi até a porta da casa. 
 
CERTO: Márcia caminhou e parou 
enfrente a porta da casa. 
 
 
5. Sem atribuição de finalidade 
descrever ou aferir a suposta 
intencionalidade ao que se observa. 
 
ERRADO: Márcia olhou na direção da 
porta para visualizar a melhor hora de 
transpô-la. 
 
CERTO: Márcia virou a cabeça para a 
esquerda. Ficou parada. Caminhou e 
passou através da porta. 
1.2. Definição de eventos 
comportamentais 
Por que definir 
comportamentos? 
 
... facilita o trabalho do observador e, por eliminar 
as contradições existentes nas noções que cada um 
tem a respeito dos mesmos comportamentos, permite 
haver maior concordância entre os observadores 
quanto à ocorrência dos comportamentos sob 
observação. 
 
 
(FAGUNDES, 1985, p. 39) 
Como definir 
comportamentos? 
 
...devemos usar uma linguagem científica (objetiva, 
clara, exata, concisa e direta); cuidando de tornar a 
definição explicita e completa; empregando 
elementos que lhes sejam pertinentes e dando-lhe um 
nome apropriado, que prontamente lembre o que se 
deseja designar. 
 
 
( FAGUNDES, 1985, p. 42) 
Tipos de definição 
1. Definição morfológica; 
 
2. Definição funcional e; 
 
3. Definição morfológico-funcional. 
Definição morfológica 
• “...descrever o comportamento em si” 
(FAGUNDES, 1985, p. 44) 
• “...acentuar as mudanças observadas no sujeito, 
principalmente as coordenações motoras por ele 
executadas, a cor ou aparência por ele 
assumidas ...” (Idem). 
• O referencial para construção de uma 
definição morfológica é o próprio corpo do 
sujeito (a topografia da resposta). 
Exemplos de definição 
morfológicas 
COMPORTAMENTO DEFINIÇÃO 
Segurar objeto redondo 
(ser humano) 
As duas mãos em forma 
de concha fazem certa 
pressão sobre um objeto 
Ergue-se (rato) Projetar o corpo para 
cima e sustentá-lo nas 
duas patas traseiras 
tocando ou não uma 
superfície. 
Definição funcional 
• “...levam em conta principalmente as 
modificações ou efeitos que os 
comportamentos produzem no ambiente” 
(FAGUNDES, 1985, p. 44) 
 
• O referencial para construção de uma 
definição funcional não é corpo do 
sujeito ou a forma do movimento, mas 
os efeitos causados no ambiente 
(físico e/ou social). 
Exemplos de definição funcional 
COMPORTAMENTO DEFINIÇÃO 
Encestar a bola (jogo de 
basquete) 
“Penetrar a bola pela abertura 
superior da cesta e sair pela 
abertura inferior da mesma” 
(FAGUNDES, 1985, p. 
45) 
Pressão à barra (rato) tocar na barra e produzir 
um clique que acione o 
bebedouro e 
disponibilize uma gota 
d’água na concha 
Definição morfológico-
funcional 
 
...combinam a descrição do comportamento em si e 
dos efeitos que ele provoca no ambiente 
(FAGUNDES, 1985, p. 44). 
 
•Duplo referencial: o corpo do sujeito e os 
efeitos de seu comportamento no 
ambiente. 
Exemplos de definições 
morfológico-funcionais 
COMPORTAMENTO DEFINIÇÃO 
Marcar cesta de 3 pontos Estando o jogador antes 
da linha de 3 pontos, o 
mesmo projeta a bola à 
frente e acima de sua 
cabeça na direção da 
cesta. A bola penetra pela 
abertura superior da cesta 
e sair pela abertura 
inferior da mesma. 
Exemplos de definições 
morfológico-funcionais 
COMPORTAMENTO DEFINIÇÃO 
Pressão à Barra Projetar o corpo para cima, 
sustentá-lo nas duas patas 
traseiras, projetar as patas 
dianteiras para frente, tocar 
na barra, produzir um clique 
que acione o bebedouro e 
disponibilize uma gota 
d’água na concha. 
1.2. Técnicas de 
observação e registro de 
comportamento 
Por que registrar? 
O registro dessas observações também se 
reveste de importância, na medida em 
que facilita a análise posterior, 
dificultando a ação do esquecimento 
 
(FAGUNDES, 1985, p. 31) 
Os registros se dividem em: 
1. Registros cursivos 
 
2. Registros categorizados 
 
3. Registros de memória 
Registros cursivos 
Registro Cursivo 
“Consiste em se descrever o que ocorre, na 
seqüência em que os fatos se dão, cuidando-se 
de se seguir as recomendações técnicas para se 
tenha uma linguagem científica” 
 
(FAGUNDES, 1985, p. 32) 
FOLHA DE REGISTRO 
Situação: 
Sujeito (s): 
Observador: 
Técnica de registro: Registro Cursivo 
Data: Local: 
Hora Inicial: Hora final: Duração: 
 
REGISTRO 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____ _________________________________________________________ 
Aplicações do registro cursivo 
• Em situações novas (exploração) 
 
• Para a definição de categorias de 
comportamento. 
 
• Este tipo de registro funciona como uma 
espécie de filmagem. 
Tipos de Registros cursivos 
1. Registro cursivo contínuo: a observação e o 
registro são simultâneos (ver folha de 
registro anterior) 
 
2. Registro cursivo em amostragem de tempo: 
A sessão de observação é dividida em intervalos de 
tempo. No início ou no final de cada intervalo 
(segundo o que fica convencionado), o observador 
olha para o sujeito e registra o que ele está 
fazendo 
(DANNA e MATOS, 2006, p. 64) 
FOLHA DE REGISTRO 
Situação: 
Sujeito (s): 
Observador: 
Técnica de registro: Registro Cursivo em amostragem de tempo 
Data: Local: 
Hora Inicial: Hora final:Duração: 
 
REGISTRO 
 
Tempo 
(minuto) 
Descrição 
1 M estava de frente para a porta. 
2 M falava com N e pegou no braço dela. 
3 M segurava um livro e passou-o a N 
Registros categorizados 
Registro categorizado 
O observador trabalha com categorias pré-
definidas. As categorias são definidas com 
base em trabalho anterior do próprio 
pesquisador, no conhecimento do assunto, na 
literatura e em trabalhos de outros 
pesquisadores. 
 
(DANNA e MATOS, 2006, p. 61) 
Exemplos de categorias de 
comportamento: 
1.Brincadeira com objetos (BO) 
2.Brincadeira com as mãos sem objetos (BMSO) 
3.Brincadeira com os pés sem objetos (BPSO) 
4.Brincadeira com o corpo todo sem objetos (BCSO). 
 
Observação importante: 
Devem ser estabelecidos critérios para determinar se o 
comportamento ocorreu ou não. 
Tipos de registro categorizado 
1. Simultâneos (ao mesmo tempo observação e 
registro). 
a. Registro de eventos; 
b. Registro de duração; 
 
2. Sucessivos (observação e depois o registro): 
a. Registro categorizado em amostragem de 
tempo 
b. Registro categorizado em intervalos de tempo. 
Registro de eventos 
“... contagem de freqüência das vezes em que 
o(s) comportamento(s) escolhido(s) 
ocorre(m)” 
(FAGUNDES, 1985, p. 51) 
 
“O observador procede a contagem do 
número de vezes que o comportamento 
ocorre” 
(DANNA e MATOS, 2006, p. 63) 
FOLHA DE REGISTRO 
Situação: 
Sujeito (s): 
Observador: 
Técnica de registro: Registro de evento 
Data: Local: 
Hora Inicial: Hora final: Duração: 
REGISTRO 
 Comportamento Freqüência Total 
Andar IIIIIIIIIIII 12 
Correr IIIII 05 
Falar IIIII 05 
Sentar IIIIII 06 
Registro de duração 
 
... o observador registra o tempo que o 
comportamento, anteriormente definido, 
foi apresentado na sessão. 
 
(DANNA e MATOS, 2006, p. 62) 
FOLHA DE REGISTRO 
Situação: 
Sujeito (s): 
Observador: 
Técnica de registro: Registro de duração 
Data: Local: 
Hora Inicial: Hora final: Duração: 
REGISTRO 
 
Comportamento Duração Total 
Andar 10’’ / 25’’ 35’’ 
Correr 1’36’’/ 40’ 2’16’’ 
Falar 24’’/1’57’’ 2’21’’ 
Sentar 3’45’’/ 1’20’’ 5’05’’ 
Observações importantes 
• O ideal é utilizar cronômetro. 
•A utilização do relógio comum exigem 
algumas adaptações: ao invés de registrar a 
duração, é necessário registrar a hora inicial 
e final de cada execução e depois calcular o 
tempo. 
•EXEMPLO: 
• Andar = 10:20: 01 às 10: 24: 36 (4’35’’) 
 10: 32:00 às 10: 43:01 (11’ 01’’) 
• Andar = 15’ 36’’ 
Registro categorizado em 
amostragem de tempo 
 
...a sessão de observação é dividida em intervalos de 
tempo. No início ou no final de cada intervalo 
(segundo o que fica convencionado), o observador 
olha para o sujeito e [assinala o que ele está 
fazendo em com ficha aonde estão disponíveis os 
comportamento previamente definidos]... 
 
(DANNA e MATOS, 2006, p. 64) 
FOLHA DE REGISTRO 
Situação: 
Sujeito (s): 
Observador: 
Técnica de registro: Registro categorizado em amostragem de tempo 
Data: Local: 
Hora Inicial: Hora final: Duração: 
 
REGISTRO 
Comportamento 0’’- 20’’ 21’’- 40’’ 41’’ – 60’’ 
Falar √ √ 
Sentar √ √ 
Andar √ 
Registro categorizado em 
intervalos de tempo 
É a técnica de registro em que o 
observador registra o número de vezes 
que o comportamento ocorre em cada 
intervalo de tempo em que a sessão 
total está dividida. 
 
FOLHA DE REGISTRO 
Situação: 
Sujeito: 
Observador: 
Técnica de registro: Registro de intervalos de tempo 
Data: Local: 
Hora Inicial: Hora final: Duração: 
 
REGISTRO 
 TEMPO (min) FREQÜÊNCIA 
1 F, S, C 
2 S, F 
3 C, F,A 
Registros de memória 
O que são? 
 
...o registro é feito a posteriori, isto é 
após um período de observação. 
 
 
(DANNA e MATOS, 2006, p. 67) 
Tipos de registros de 
memória 
1. Diário: registro do que o sujeito fez 
ou do que se sucedeu em cada dia 
ou sessão. 
Exemplo de um diário de atendimento 
clínico: 
“...problemas com o chefe no trabalho, problemas 
semelhantes com autoridades no passado, 
análise de seu comportamento nessas 
ocasiões, proposta de mudança” 
(DANNA e MATOS, 2006, p. 67) 
2.Relato anedótico: é a descrição sucinta de 
determinados episódios. 
 
Exemplo das anotações feita pela psicóloga 
escolar sobre uma briga entre pré-escolares 
relatada por uma professora: 
 
“Quem brigou? M e F; Motivo? Disputa de lanche; 
no que consistiu a briga? Arranhões e mordidas no 
corpo do outro. Quem interveio? Professora e 
estagiária. Como? Desapartaram e discutiram as 
normas de conduta na escola” 
Questões para reflexão 
1. A observação do comportamento não é ingênua. Psicólogos 
de diferentes abordagens buscam identificar e descrever 
diferentes aspectos. 
 
2. É possível e, até desejável em alguns casos, incluir um 
diagrama da situação observada (ver Danna e Matos, 
2006, p. 55). 
 
3. A técnica da observação pode e deve ser complementada 
por outra técnica de coleta de dados (survey, entrevista). 
 
4. O observador deve considerar que a sua presença afeta 
os sujeitos. Por vezes é melhor só considerar para análise 
os registros após um período de habituação. 
Leituras sugeridas 
Iniciais: 
DANNA, Marilda F.; MATOS, Maria Amélia. Ensinando a observação. 
São Paulo: EDICON, 2006. 
FAGUNDES, Antônio Jayro F. M. Descrição, definição e registro de 
comportamento. 7. ed. São Paulo: EDICON, 1985. 
 
Avançadas: 
VIANNA, Heraldo M. Metodologia da observação. In: ____________. 
Pesquisa em Educação – a observação. Brasília: Plano, 2003. (Série 
Pesquisa em Educação, vol. 5). pp. 9 – 70. 
ALVES, Paola Biasoli et al. A construção de uma metodologia 
observacional para o estudo de crianças em situação de rua: criando 
um manual de codificação de atividades cotidianas. Estudos de 
Psicologia, vol. 4, n. 2, pp. 289 – 310, 1999.

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