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Epidemiologia da dengue

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
MEDICINA VETERINÁRIA
Lorena Correia Costa
Lucas Pereira de Souza Silva 
Maria Clara S G Cunha
Marcia Regina de J Santos
Epidemiologia da Dengue
Ilhéus – BA 
2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
MEDICINA VETERINÁRIA
Lorena Correia Costa
Lucas Pereira de Souza Silva 
Maria Clara S G Cunha
Marcia Regina de J Santos
Epidemiologia da Dengue
Trabalho proposto pelo professor Dunezeu Alves, docente da disciplina Epidemiologia Veterinária, do curso de Medicina Veterinária na Universidade Estadual de Santa Cruz, com o objetivo de abordar conhecimentos sobre o tema abordado, contando como requisito parcial da matéria.
Ilhéus-BA
2017
RESUMO
	A dengue é uma doença infecciosa causada por arbovirus, e é uma das doenças que mais se difunde no mundo, principalmente nas regiões de clima tropical. Isolado pela primeira vez em 1953 por Kimura, desde muito antes e até os dias atuais o vírus tem acometido boa parte da população mundial, sendo em muitos casos letal. O seguinte trabalho tem a função de explanar sobre o histórico do desenvolvimento da doença, seus principais tipos e vetores, sua sintomatologia, cura e medidas de profilaxia, além de mostrar uma visão geral da epidemiologia da doença no Brasil e no mundo.
2. Histórico do Vírus da Dengue
2.2. Primeiras epidemias de dengue no mundo
	
	A dengue é uma doença infecciosa tropical, causada pelo arbovirus da dengue que pertence à família Flaviviridae e gênero Flavivírus, podendo ser encontrado em quatro tipos imunológicos diferentes. Estudiosos apontam que a origem da palavra oriunda da frase Ka-Dinga pepo, escrita no idioma suaíli, um idioma africano, a qual se refere a doença como sendo causada por espíritos malignos.
	Os primeiros surtos confirmados de dengue ocorreram por volta do século XVIII em Java, na Ásia, na Filadélfia, nos Estados Unidos e no Cairo e Egito, na África. Após estes, grandes epidemias acometeram as regiões do Caribe e o Sul dos EUA.
	O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, originário do Egito, na África, e foi introduzido no mundo na época da colonização, sendo levado para as regiões tropicais e subtropicais os navios que transportavam escravos para esses locais. O mosquito, inicialmente transcrito em 1762, recebia o nome de Culex Aegypti, recebendo posteriormente em 1818 o nome definitivo Aedes Aegypti após a transcrição de seu gênero, o mosquito se adaptou fortemente às regiões tropicais e áridas e utiliza os reservatórios de água parada próximo às casas para realizar sua postura utilizando o homem como sua fonte de alimentação, pois é um mosquito hematófago.
 A incidência da dengue foi notada com o passar dos séculos, já que a medida em que iam ocorrendo novas epidemias, iam sendo incluídos novos sorotipos. Hoje é de conhecimento que a dengue apresenta quatro tipos de sorotipos, DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
	Relatos mostram que a dengue era considerada uma doença benigna, passível de fácil cura e, portanto, não foram adotadas medidas de proteção, atém que na Segunda Guerra Mundial, a grande concentração e dispersão do vírus em uma pequena área geográfica possibilitou a introdução de um novo sorotipo da doença, evidenciado pela ocorrência de surtos de febre hemorrágica, que mais tarde viria a ser denominada dengue hemorrágica, e era altamente letal. Os primeiros casos dessa febre hemorrágica ocorreram por volta de 1953.
	O vírus da dengue foi isolado pela primeira vez no ano de 1953, sendo este do sorotipo 2, por Kimura nas Ilhas de Trindad. E a primeira epidemia do tio 3 ocorreu no Caribe e na Venezuela entre os anos de 1963 e 1964, tendo desaparecido por volta de 1978, e voltado no ano de 1994, na Nicarágua e no Panamá. O Sorotipo 1 surgiu na Jamaica no ano de 1977, acometendo posteriormente países da América do Sul, que até então estevam livres do vírus, como Brasil, Peru, Bolívia, Paraguai e Equador. O sorotipo 2, ligado a febre hemorrágica, foi o primeiro a provocar surtos do vírus fora do continente asiático, acometendo Cuba em 1981, no qual foram notificados 344.203 casos, com 116.143 hospitalizações, e a Venezuela em 1989. O sorotipo 4 foi encontrado também no ano de 1981 no continente Asiático. Tornando-se em 1995 a doença transmitida por mosquito mais importante do mundo.
2.3 A dengue no Brasil
	Os primeiros relatos de ocorrência da dengue no Brasil apontam que os primeiros focos da doença foram Curitiba (PR) o fim do século XIX e Niterói (RJ) no início do século 20, quando na época o país já sofria com epidemias de febre amarela, doença essa provocada pelo mesmo mosquito. Neste contexto Oswaldo Cruz iniciou no Rio do Janeiro uma campanha de erradicação do mosquito com o objetivo de frear a crise de febre amarela que havia se instalado no país, graças a Antonio Gonçalves Peryassú, pesquisador do então Instituto Soroterápico Federal, que ganharia o nome de Instituto Oswaldo Cruz (IOC), que fez descobertas sobre o ciclo de vida, hábitos e biologia do mosquito que nortearam ações para a erradicação e que atualmente auxiliam diversos pesquisadores no controle do vetor. A campanha ganhou coordenação da OPAS (Organização Pan americana de Saúde) em 1947 levando o Brasil a eliminar seu último criadouro do mosquito em 1955, e declarar o mosquito erradicado no país.
	Neste mesmo período outros países também conseguiram erradicar o mosquito, enquanto outros continuaram a ser centros de reprodução do mosquito, que mais tarde voltaram a se espalhar no Brasil em 1976 devido à falta de vigilância epidemiológica e aproveitando o ritmo acelerado e desordenado de urbanização em que se encontrava o país.
	No Brasil o primeiro surto ocorreu em Boa Vista (RR) em 1981, sendo esta a primeira epidemia documentada, sendo identificados sorotipos 1 e 4, mas que no período não se alastraram pelo país. A grande epidemia no Brasil ocorreu em 1986, com a introdução do sorotipo um, que chegando ao Rio de Janeiro espalhou-se pelo nordeste brasileiro atingindo as regiões de Alagoas e Ceará, sendo que deste período até o ano de 1990 a doença encontrava-se em áreas restritas, tendo sido encontrado nos estados do Rio de Janeio, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Ceará e na Bahia. A inserção do tipo 2, ligado a ocorrência de febre hemorrágica ocorreu também no ano de 1990 no Rio de Janeiro, sendo registrado o primeiro surto desse tipo da doença no país. A partir de 1994 o mosquito começou a se difundir pelo país levando o vírus da dengue para uma maior quantidade de estados, provocando novos surtos datados nos anos de 1997 e 1998, sendo atualmente encontrado em todos os estados brasileiros.
3. Hospedeiros
	O vírus da dengue é um arbovírus, ou seja, que são transmitidos e tem seu ciclo natural em artrópodes hematófagos e hospedeiros vertebrados podendo abranger grandes áreas geográficas envolvendo continentes, tendo nas regiões temperadas e tropicais o melhor ambiente para o seu desenvolvimento. 
	No caso da dengue os vetores de transmissão são os mosquitos do gênero Aedes, mais precisamente o mosquito Aedes aegypti. Outra espécie pertencente a esse gênero, o Aedes albopictus, não tem parte confirmada na transmissão, mas é um importante vetor principalmente na Ásia, mas também encontrado no Brasil.
	O Aedes aegypti é um mosquito, geralmente menor que a maioria dos mosquitos, de cor preta e que apresenta listras brancas em todo o seu tronco, na cabeça e nas pernas, sendo essa a principal característica para diferenciá-los principalmente de muriçocas, possuem asas translúcidas e não produzem ruído audível ao ser humano.
	O mosquito apresenta indivíduos dos dois sexos, o macho alimenta-se principalmente de frutos e a fêmea de sangue, preferencialmente humano, por necessitar do mesmo para a produção dos ovos, estes por sua vez são depositados em superfícies próximosa água parada e limpa. Os principais momentos do dia para a picada são de manhã cedo e o entardecer. Os mosquitos têm um tempo de vida de até 30 dias, e cada fêmea é capaz de botar entre 150 a 200 ovos, caso os mesmos estejam contaminados com o vírus, ao finalizar seu ciclo evolutivo irão transmitir a doença aos seres humanos. Durante seu desenvolvimento, até dar origem ao mosquito o Aedes aegypti passa pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto. Esse desenvolvimento ocorre entre 7 e 9 dias, após a eclosão dos ovos que ocorre por volta de 30 minutos após a postura.
4. História natural da doença
	A dengue é uma doença tropical transmitida por um arbovírus da família Flaviviridae, e apresenta-se com quatro tipos diferentes de sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. De acordo com o sorotipo infectante, o vírus da dengue pode manifestar-se das seguintes formas:
Infecção inaparente: neste tipo de sorotipo não há manifestação de sintomas. É o tipo de dengue mais comum.
 Dengue clássica: este tipo manifesta sintomas semelhantes aos da gripe, como febre alta, dores, cansaço e indisposição, além de vômitos, dores nas articulações e atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele.
 Dengue hemorrágica: é um tipo secundário de dengue, comum em indivíduos que já contraíram algum outro tipo de dengue, manifesta-se inicialmente com os mesmos sintomas da dengue clássica. Após o terceiro ou quarto dia, a febre diminui, podendo provocar uma queda súbita da pressão arterial, e logo em seguida o paciente apresenta sangramentos, principalmente das gengivas, nariz e intestino. É um dos tipos mais graves e pode levar a óbito.
 Síndrome do choque da dengue: este tipo provoca o decaimento da pressão arterial de forma súbita, e esta vai diminuindo aos poucos até ponto de o indivíduo praticamente não apresentar pulso. Este decaimento pode acarretar em perda de consciência e insuficiência renal, cardíaca, hepática e/ou respiratória, podendo levar ao óbito.
Ao apresentar-se os sintomas anteriores que se refere a algum tipo da doença é importante procurar auxílio médico. 
4.1 Transmissão do vírus da dengue
	A transmissão do vírus da dengue ocorre quando um mosquito Aedes aegypti, especialmente a fêmea, que se alimenta do sangue para nutrir os ovos e que esteja infectada com o vírus pica um ser humano, sua preferência. O período de incubação do vírus até a manifestação dos primeiros sintomas dura entre 5 e 15 dias.
A dengue não é uma doença contagiosa, sendo assim, não pode ser transmitida de uma pessoa para outra, e nem pelo consumo de água ou alimentos que venham estar contaminados ou tenham tido contato com o mosquito.
Outra forma de transmissão, ocorre quando um mosquito sem o vírus pica uma pessoa doente, este passa a ter o vírus e a circulá-lo por onde passar, podendo transmitir assim o vírus para outra pessoa. Estabelecendo a seguinte conexão:
4.2 Ciclo biológico do Aedes aegypti
	O mosquito Aedes aegypti tem o ciclo de desenvolvimento embrionário completo, passando pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto.
Fonte: FUNASA. Dengue. Instruções para Pessoal de Combate ao Vetor. Manual de Normas Ténicas. Brasilia, abril/2001 
4.2.1 Ovo
Fonte: FUNASA. Dengue. Instruções para Pessoal de Combate ao Vetor. Manual de Normas Ténicas. Brasilia, abril/2001 
	Os ovos do mosquito Aedes aegypti tem o comprimento de aproximadamente 1mm com contorno fusiforme. Sua postura é realizada pela fêmea individualmente em superfícies próximos àgua. Sua cor no momento na postura é branca, mas após toma cor negra brilhante, e sua fecundação se dá durante a postura e desenvolvimento do embrião, processo esse que dura por volta de 48 horas. Completado seu período de desenvolvimento embrionário os ovos podem suportar longos períodos de dessecação, havendo casos de ovos eclodirem após 450 da data de sua postura, sendo essa característica um dos fatores que dificultam sua erradicação, pois permite que os ovos sejam transportados por grandes distâncias em recipientes secos.
4.2.2 Larva
Fonte: FUNASA. Dengue. Instruções para Pessoal de Combate ao Vetor. Manual de Normas Ténicas. Brasilia, abril/2001 
	As lavas do mosquito Aedes aegypti possuem quatro estágios evolutivos, sendo que esta fase depende da temperatura, que devem ser mais altas, umidade e densidade larvária no criadouro, podendo a eclosão não exceder cinco dias.
	O corpo da larva é composto de cabeça, tórax a abdômen. O abdômen por sua vez é dividido em oito segmentos, sendo o posterior o ânus. Este é dividido em quatro brônquias, que tem a função de regulação osmótica e possui também um sifão, que é um tubo de ar grosso mais escuro que o restante do corpo, e realiza a respiração na superfície da água.
	A larva é fotofóbica e sensível a movimentos bruscos na água, movimentando-se como uma serpente, em forma de “5” para fugir de luz e de regiões com muita movimentação de água.
4.2.3. Pupa
	Este estágio dura geralmente 2 ou 3 dias, e é uma fase inativa do processo, pois não há alimentação, mas é nesta fase onde ocorre a metamorfose de larva em adulto. Neste estágio as pupas migram para a superfície da água para facilitar a emergência dos insetos em fase aduta.
	A pupa é composta pelo cefalotórax e pelo abdômen, nesta fase a cabeça e o tórax estão unidos, e possui trompetas respiratórias, que possibilitam as pupas respirarem na superfície da água.
Fonte: FUNASA. Dengue. Instruções para Pessoal de Combate ao Vetor. Manual de Normas Ténicas. Brasilia, abril/2001 
4.2.4. Adulto
	Esta fase representa o início do período reprodutivo do mosquito. Quando adulto o Aedes aegypti é escuro com listras brancas em todos os segmentos corporais (cabeça, tronco e patas). O macho de distingue da fêmea por possuir antenas mais plumosas e palpos mas longos.
	Após emergir do estágio de pupa, os mosquitos adultos ficam estacionados sobre superfícies fixas, geralmente pares do local onde ocorreu o seu desenvolvimento, para que ocorra o endurecimento do exoesqueleto e asas para o vôo, e no caso dos machos a rotação da genitália em 180º.
	O acasalamento pode ocorrer após 24 horas desse processo e emersão em ambos os sexos. Pode ocorrer durante o voo ou fixos sobre qualquer superfície. Uma única copulação é necessária para que o macho fecunde todos os ovos que a fêmea irá produzir durante todo o seu ciclo reprodutivo
Fonte: FUNASA. Dengue. Instruções para Pessoal de Combate ao Vetor. Manual de Normas Ténicas. Brasilia, abril/2001 
5. Sintomatologia
De acordo com o sorotipo infectante, o vírus da dengue pode manifestar os seguintes sintomas:
Infecção inaparente: neste tipo de sorotipo não há manifestação de sintomas. É o tipo de dengue mais comum.
 Dengue clássica: como febre alta, dores, cansaço e indisposição, além de vômitos, dores nas articulações e atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele.
 Dengue hemorrágica: manifesta-se inicialmente com os mesmos sintomas da dengue clássica. Após o terceiro ou quarto dia, a febre diminui, podendo provocar uma queda súbita da pressão arterial, e logo em seguida o paciente apresenta sangramentos, principalmente das gengivas, nariz e intestino. É um dos tipos mais graves e pode levar a óbito.
 Síndrome do choque da dengue: este tipo provoca o decaimento da pressão arterial de forma súbita, e esta vai diminuindo aos poucos até ponto de o indivíduo praticamente não apresentar pulso. Este decaimento pode acarretar em perda de consciência e insuficiência renal, cardíaca, hepática e/ou respiratória, podendo levar ao óbito.
6. Tratamento
	O tratamento da doença é paliativo e profilático, agindo no controle dos sintomas da doença e evitando que a mesma evolua para um quadro hemorrágico, bem como adotando-se medidas de prevenção que dificulte o ciclo do mosquito Aedes aegypti. 
	No tipo de tratamento paliativo realizado, visa a reidratação oral ou intravenosa em casos mais brandos da doença, bem com administração de medicamentos para o controle da febre e dores como analgésicos e paracetamóis.Casos mais graves como a dengue hemorrágica requerem também a transfusão de sangue e administração de fluídos. Mas é sempre importante a busca por acompanhamento, pois a auto medicação pode provocar piora nos sintomas.
“O Ministério da Saúde adverte que que automedicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado não só não cura como pode piorar a saúde. No caso da dengue, remédios à base de ácido acetil salicílico, como AAS, Melhoral, Doril, Sonrisal, Alka-Seltzer, Engov, Cibalena, Doloxene e Buferin NÃO podem ser ingeridos, sob o risco de provocarem sangramentos. ” Mariana Araguaia.
O tratamento profilático visa proteger o indivíduo da picada do inseto utilizando-se de repelentes. Outra medida é tomada pela Secretara de Vigilância em Saúde (SVS) com a administração de inseticidas sistêmicos através dos carros fumacês que utilizam máquinas de nebulização para o lançamento do remédio que é capaz de destruir larvas e mosquitos adultos. Os larvicidas também são utilizados no controle do mosquito, estes por sua vez são utilizados pelos agentes de saúde que circulam nas residências de cada cidade e são jogados em locais que tendem acumular água parada.
	Outro fator muito importante no tratamento contra a dengue é a conscientização da população de cada local, pois a fêmea Aedes aegypti, deposita seus ovos em locais com água limpa parada como garrafas de vidro, pneus, baldes ou quaisquer outros objetos que acumulem água. É necessário então, que toda a população de engaje em eliminar todos esses possíveis focos da doença, lavando os recipientes esvaziados. Algumas medidas com tampar reservatórios de água, cisternas, fossas, armazenar garrafas com o bico voltado para baixo para facilitar o escoamento do líquido, a remoção de lixos e entulhos são ações importantes no controle do mosquito.
	
6.1.1 Vacina contra a dengue
	A vacina contra a dengue da Sanofi Pasteur foi criada para inibir a manifestação do vírus no organismo. É uma vacina tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue, e é produzida com o vírus atenuado, o que provoca uma diminuição na periculosidade do vírus, fazendo que que o mesmo não provoque doenças mas desencadeiem respostas imunes do organismo que o reconhecerão e terão resposta adequada para a sua eliminação quando o indivíduo por exposto ao vírus. Essa vacina começou a ser disponibilizada no Brasil no ano de 2016, principalmente nos órgãos privados, e custava cerca de 139,00, mas devido a grandes epidemias em algumas regiões as vacinas foram disponibilizadas para a população. 
	A vacina é indicada para pessoas de 9 a 45 anos faixa etária que representa cerca de 70% dos casos de dengue no Brasil. Mulheres gestantes não devem tomar a vacina, pois a vacina é produzida com o vírus atenuado, que é um vírus que possui uma maior capacidade de provocar doenças em seres com sistema imunidade frágil, como a do feto, podendo ocasionar aborto.
	A vacina é aplicada em três doses, com intervalos de seis meses entra cada uma, para que a vacina proporcione proteção duradoura.
	A vacina foi considerada segura, no entanto, em pessoas que nunca tiveram o vírus ou residem em regiões menos susceptíveis a vacina pode desencadear algumas reações adversas como febre, ou reações no local da vacina.
6.1.2 Desenvolvimento da vacina no Brasil
	Atualmente o Instituto Butantã trabalha no desenvolvimento de uma vacina contra a dengue em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH). Ela é desenvolvida com o próprio vírus da dengue modificado, o qual possibilita que o indivíduo ao receber a vacina consiga desenvolver anticorpos contra os quatro sorotipos sem manifestar os sintomas dos respectivos. Os testes apontam ainda, que será necessária apenas uma aplicação para a imunização.
	Na primeira fase de testes, serão vacinados1,2 mil voluntários pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) que é uma das 14 instituições credenciadas para a realização dos testes clínicos no país. Ao todo, 17 mil voluntários de todo o país devem receber a vacina. Após o recebimento da vacina, esses voluntários devem ser monitorados por cerca de cinco anos para se verificar a eficácia da vacina na imunização contra o vírus. A instituição acredita que até 2018 a vacina esteja disponível para registro.
7. Epidemiologia da doença
7.1 Incidência
	
	Em comparação com o ano de 2015, que já apresentou dados alarmantes de casos de dengue, 2016 iniciou apresentando um aumento no número de casos, com 73.872 nas três primeiras semanas do ano no país, crescendo cerca de 48,2%. Porém, reduziu-se os números de casos mais graves e de mortes. Para estes dados foram diagnosticados 137 casos com sinal de alarme com quatro óbitos, números representando uma melhora na prevenção dos casos graves, já que em 2015 durante o mesmo período foram notificados 80 casos graves confirmados, 542 casos com sinal de alarme e 50 óbitos pela doença. Os dados referentes às mortes do ano de 2016 foram notificados dois no estado do Paraná, um caso em Rondônia e outro em Mato Grosso do Sul.
	Neste ano de 2016 o estado que teve o maior número de casos foi Minas Gerais com 19.469 casos notificados contra 2.977 registrados no ano anterior. Em seguida o estado de São Paulo, que registrou 18.178 casos, mas por outro lado, teve uma diminuição de casos notificados, sendo que em 2015 os números já representavam 24.330 casos.
Levando-se em conta a quantidade populacional de cada estado, Mato Grosso do Sul teve a maior incidência apresentando 114,8 casos por 100 mil habitantes. Em segundo lugar vêm Tocantins (103), em terceiro Espírito Santo (93,5) e em quarto Minas Gerais (93,3). Em 2015, as maiores incidências nesse período do ano foram registradas no Acre e em Goiás.
Entre os municípios com pelo menos 1 milhão de habitantes, Belo Horizonte tem a maior incidência de dengue: 193,7 casos por grupo de 100 mil pessoas. Em seguia, aparecem Campinas, Curitiba, Brasília e Recife.
Ribeirão Preto (SP) tem o pior índice entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, com 338,9 casos por 100 mil pessoas. No grupo de cidades com 100 mil habitantes ou mais, Ubá (MG) é o destaque negativo: 608 casos por 100 mil pessoas. Nos municípios menores, com menos de 100 mil habitantes, Rancho Alegre (PR) tema maior incidência, com 3.609 casos por 100 mil pessoas.
Num panorama a nível de todo o país, das amostras analisadas, 94,1% foram de dengue tipo 1. Em seguida vêm o tipo 4 (4,8%), tipo 2 (0,7%) e tipo 3 (0,4%).
Até agora, 2015 foi o ano com o maior número de casos prováveis de dengue e de mortes em decorrência da doença: foram 1.649.008 e 863 respectivamente. 
A imagem abaixo retrata a realidade de risco (figura1) por estado, bem como os sorotipos encontrados em cada estado brasileiro (figura2):
Figura 1. Mapa da dengue 2011. Fonte: dengue.org.br
Figura 2. Tipos de Sorotipo Circulantes no Brasil. Fonte: dengue.org.br
Referindo-se a Bahia em 2016, o número de casos em relação a 2015 aumentou 22,3% sendo notificados 65.831 casos no SINAN contra 53.842 casos registrados em 2015. Em nenhum município, a incidência no ano de 2017 foi maior ou igual a 100 casos /100 mil hab. Do total de municípios da Bahia, 05 da região extremo sul, concentravam 82% dos casos prováveis. Até 17/01/2017, 08 óbitos suspeitos de dengue permanecem em investigação e 04 óbitos foram confirmados nos municípios de Ilhéus, Buerarema, Itabuna e Candeias. Pela técnica sorológica de detecção de anticorpos (ELISA-IgM) 22 amostras foram reagentes para Dengue, no período :
Os efeitos da dengue não estão restritos ao Brasil, a dengue tem acometido pessoas em diversos países no mundo	. A OMS (Organização Mundial da Saúde), apresenta dados que mostram que cerca de 2,5 bilhões de pessoas, o que corresponde a 40% da população mundial estão susceptíveis a serem atingidos pelo vírus da dengue, sendo que o número de pessoas infectadas variam de 50 a 100 milhões porano.
Dados mostram que em 40 anos o número de países com casos de dengue notificados cresceram significativamente de nove para cem, sendo os países da Ásia, África e Américas os que representam a maioria dos casos.
Os principais focos da doença localizam-se nas regiões tropicais e subtropicais, que são regiões que oferecem características climáticas mais adequadas para o desenvolvimento dos mosquitos, como altas temperaturas durante todo o ano. A OMS estima que cerca de 3,9 bilhões de pessoas vivem em regiões com alta incidência de dengue, e que por ano 390 milhões de pessoas são infectadas vírus. Dessas, 96 milhões de pessoas sofrem com os sintomas da dengue por ano. 500 mil pessoas com dengue necessitam de hospitalização todos os anos. Aproximadamente, 2,5% das pessoas com casos graves morrem a cada ano.
7.2 Mortalidade
Todos os anos, são relatados cerca cerca de 50 a 100 milhões de casos de dengue, sendo que destes, cerca de 500.000 casos se referem ao tipo de dengue hemorrágico e destes casos no mínimo 12.000 mortes são relatadas no mundo. De 2001 a 2011, foram notificados 4.995.546 casos de dengue no Brasil, dos quais 21.287 (0,42%) receberam o diagnóstico de febre hemorrágica e síndrome do choque. Neste período, foram registrados 3.156 óbitos. Destes 60,5% foram classificados como devidos a febre hemorrágica e a síndrome do choque e os demais (39,5%) como devido a outros tipos de dengue. As regiões Sudeste e Nordeste foram responsáveis por mais de 70% dos casos fatais desta doença, enquanto a região Sul contribuiu com menos de 2%. 
No ano de 2015 esse índice aumentou cerca de 178% comparado ao ano de 2014 que teve cerca de 473 mortes. Em 2015, foram confirmados 1.569 casos de dengue grave e 20.329 casos de dengue com sinais de alarme, e um total de 843 mortos pela doença. Em São Paulo, estado com maior número absoluto de casos, o crescimento foi de 226.866 (2014) para 733.490 (2015). Goiás foi o estado com a maior proporção de pessoas com dengue: 2,5 mil casos por 100 mil habitantes. Em seguida, São Paulo, com 1.665, e Pernambuco, com 1.107. 
Fonte: Paixão, E. S. Tendência temporal e fatores associados à mortalidade por dengue no Brasil. 2013.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Os dados explanados neste trabalho mostram a gravidade da doença e seu constante avanço por diversos países. A dengue hoje é um problema de saúde pública em vários países, portanto, faz-se necessário o conhecimento da doença para que seja possível seu controle e para a tomada de medidas profiláticas, visto que alguns casos dessa doença podem levar a morte. O Ministério da Saúde tem utilizado de técnicas para o controle do desenvolvimento do mosquito e conscientização da população para evitar possíveis focos nas moradias. Tomadas estas atitudes é possível controlar o vírus da dengue, e evitar que ocorram novas epidemias que venham a prejudicar o crescimento populacional das cidades e se torne um fator de risco para a vida do cidadão.
1. Introdução
	A dengue é um tipo de doença infecciosa causada por um abovirus da família Flaviviridade. O vírus da dengue, presente hoje em quase todo o mundo e em todo o Brasil, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e possui quatro diferentes sorotipos, que diferem na forma de manifestação dos sintomas e gravidade.
	Ao longo dos séculos o vírus da gripe foi se espalhando pelo mundo, desde a época da colonização, quando os navios de escravos circulavam pelo mares traficando escravos e mercadorias, desenvolvendo-se principalmente em países de clima tropical e de hábito urbano, os quais conferiam ao vetor da doença excelentes condições de desenvolvimento.
	A OMS estima que hoje cerca de 50 a 100 milhões de pessoas se infectem com o vírus da dengue, e que cerca de 500.000 pessoas sofrem do tipo mais severo da doença podendo ser levados a morte. 
	Para o controle, diversas medidas de segurança e profilaxia têm sido tomados pelas autoridades de saúde de cada estado e país em conjunto com a população, visando interromper o ciclo do mosquito transmissor da doença.
	Tendo em vista todos os aspectos desfavoráveis dessa doença, o seguinte texto visa explanar os principais fatores preponderantes no controle da doença e medidas de tratamento, bem como também expressar dados de ocorrência da doença ao longos dos anos.
9. Referências
Souza, Luiz José. Dengue - diagnostico, tratamento e prevenção. 2ª edição – Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2008. 
Paixão, E. S. Tendência temporal e fatores associados à mortalidade por dengue no Brasil. 2013 
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