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DIREITO PENAL


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DIREITO PENAL – ROGÉRIO
Bibliografia -	código penal e constituição federal de 1988/ art 5
Complementar – Curso de direito penal – volume I – editora impetus – Rogério Greco
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Aula 1
Conceito de direito penal
Evolução histórica do direito penal
Funções do direito penal
Controle social como papel do direito penal
Fonte do direito penal 
Conceito de direito penal
Crime
Direito penal 
			Pena
Conceito : conjunto de normas jurídicas q definem os crimes e suas penas correspondentes. 
Evolução
FASES
1ª – Vingança divina
2ª – Vingança privada – justiça com as próprias mãos; aquele que teve o direito violado faz a justiça.
3ª – Vingança Pública – um individuo era escolhido para ser o juiz. Lei de Talião ( olho por olho, dente por dente)
4ª – Vingança Pública part 2 – Revolução Francesa ; Séc XVIII -1789
Alguém do Estado é escolhido para aplicar as penas, ser o juiz. Pena recivilizatória. 
Funções
- Preventiva; evitar o crime. 
- Repressiva; aplica-se a pena. 
- Protetiva;
- Simbólica.
Controle social
Informal: feito pela sociedade.
Formal: ordenamento jurídico 
Fontes
- Materiais ou de produção: quem produz o direito penal = União Federal. 
A união federal produz as leis ( senado ou camara) – Art 21, inciso1º CF
- Formais ou de conhecimento: Lei. 
Aula 2
Principios do Direito Penal
	Principios constitucionais:
Dignidade da pessoa humana – Art, 1º, III, CF
Não “coisificar” o homem, não o tratar como coisa ou objeto. Ao fazer isso, você viola a dignidade da pessoa. 
Principio da humanidade das penas – Art 5º, XLVII, CF
Princípio segundo o qual o objetivo da pena não é o sofrimento ou a degradação do apenado. O Estado não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que lesionem a constituição físico-psíquica do condenado.
Principio da responsabilidade social – Art , XLV, CF
Tal princípio está previsto no art. 5º, XLV da CF. Também denominado princípio da intranscendência ou da pessoalidade ou, ainda, personalidade da pena, preconiza que somente o condenado, e mais ninguém, poderá responder pelo fato praticado, pois a pena não pode passar da pessoa do condenado.
Principio da individualidade das penas- Art 5º, XLVI, CF
É o princípio que garante que as penas dos infratores não sejam igualadas, mesmo que tenham praticado crimes idênticos. Isto porque, independente da prática de mesma conduta, cada indivíduo possui um histórico pessoal, devendo cada qual receber apenas a punição que lhe é devida.
Principio da Legalidade – Art 5º, XXXIX, CF; Art 1º CP
O princípio da legalidade é a garantia lícita para se basear nos alicerces codificados no Código Penal. Diz respeito à obediência às leis. Por meio dele, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
Ilícito = Tudo aquilo que é contrário ao direito.
Caso concreto 1
Leia o texto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Maria, funcionária de uma empresa de telecomunicações, uma semana após comunicar seu empregador que estava grávida com o respectivo laudo é demitida por ordem direta do dono da empresa, o Sr Ricardo. Considerando que Ricardo praticou um ilícito, violando o art. 391-A da CLT (decreto lei 5.452/43) é possível afirmar que ele praticou um crime, uma vez que será sancionado? Assim, é possível afirmar que todo ilícito configura crime? Responda de forma justificada com base nos estudos realizados sobre as missões do Direito Penal no Estado Democrático de Direito.
R: Não se configura crime pois não há pena no CP, há apenas sanção no direito trabalhista, sendo o empregador sujeito a reemprega-la ou pagar todos os seus direitos.
Art 121, CP.	Art 151, CP 
Art 39, CP		art 129, CP 
Art 1, CP		art 155, CP
	
Princípios Infraconstitucionais
Principio da intervenção mínima
Ultima ratio = ultima razão, ultimo caso.
O princípio da intervenção mínima consiste que o Direito Penal só deve ser aplicado quando houver extrema necessidade, mantendo-se como instrumento subsidiário (ultima ratio) e fragmentário. 
Principio da lesividade ou ofensividade
Versa o princípio da ofensividade que não há crime sem lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico alheio. Também é conhecido como princípio da lesividade.
Principio da adequação social
   Todo o comportamento social que, a despeito de ser considerado como criminoso pela lei, que não afrontar o sentimento social de justiça não pode ser considerado criminoso. Na adequação social, a conduta deixa de ser punida por não ser mais  considerada injusta pela sociedade. 
Principio da insignificância ou bagatela
A lesão causada ao bem jurídico tem que ser intolerável, relevante e significativa a ponto de perturbar a ordem social. 
Requisito/Vetores ( criado pelo STF)
- Mínimo potencial lesivo da conduta = a conduta tem q lesionar o mínimo possível.
- Ausência de periculosidade social da conduta = a sociedade não pode correr risco com a conduta.
		- Não peguei... 
-Irrelevância da lesão provocada ao bem jurídico 
Aula 3 – Teoria da norma penal
Classificação
-Incriminadoras
Apresentam todos os elementos da conduta criminosa: a descrição da infração e a cominação da pena;
Preceito primário: Conduta (verbo)
Preceito secundário: Pena
-Não incriminadoras
 São as Leis Penais que não criam crimes e nem cominam penas.
	
Permissivas: Autorizam a prática de condutas típicas, ou seja, são as causas excludentes de ilicitude.
 		Art. 23, 128 e 142, do CP.
		Explicativas: esclarecem o conteúdo e o significado de outras leis.
 		Ex. Art. 150, § 4º (conceito de domicílio).
-Normais penais em branco
São aquelas em que existe a necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação de seu preceito primário.
Lei 11.343/06 – Lei de Drogas, art 33
		Homogêneas: complementação CP (lei)
		Heterogêneas: lei – pontaria e decreto
Interpretação da lei penal
- Quanto ao sujeito: Autentica, doutrinária e jurisprudencial
Autêntica: Feita pelo órgão de elaboração da lei (contextual: No texto; posterior: Uma lei interpreta outra);no corpo da lei.
Doutrinária: Feita pelos estudiosos da Lei;
Judicial: Feita pelos órgãos jurisdicionais; no processo
- Quanto aos meios empregados : literal ou gramatical, teleológica ou lógica, sistêmica ou histórica
Literal ou gramatical: considera o sentido literal das palavras;
Teleológica: se refere à intenção objetivada pela lei 
Histórica: indaga a origem da lei;
Sistemática- interpretação em conjunto com a legislação em vigor e com os princípios gerais do direito;
Interpreta-se o dispositivo legal no sistema o qual ele esta contido,isto é, interpreta-se olhando para o todo e não para as partes.
- Quanto ao resultado: extensiva ou analógica
 -Extensiva: é quando o interprete alarga o alcance da norma, pois a norma disse menos do que pretendia. Art 235, CP; art 130, CP
-Analogica: Quando a lei contém uma fórmula casuística seguida de uma fórmula genérica. Art 121, § 2º, inciso III; Art 155, § 3º
Integração da lei penal : analogia
Conflito ou concurso aparente de normas
Em relação a um fato, aparentemente são aplicáveis duas ou mais tipos 
legais; O conflito é aparente por que desaparece com a correta interpretação;
-Especialidade
A norma penal especial afasta a geral.
Ex: O infanticídio (art. 123), é norma especial com relação ao	 homicídio (art. 121), pois, além dos elementos deste, exige que a autora seja a mãe da vítima e esteja sob a influência do estado puerperal e que o ofendido seja recém-nascido.
-Subsidiariedade
Na ausência ou impossibilidade da aplicação da norma principal mais grave aplica-sea subsidiaria menos grave.
A norma subsidiária descreve um grau menor de violação de um mesmo bem jurídico, ou seja, um fato menos amplo e menos grave, que definido como delito autônomo é também compreendido como parte da fase normal de execução de crimes mais grave.
	
-Consunção
É quando o crime é meio necessário ou preparatório para a execução de outro crime
Princípio segundo o qual o fato mais amplo e mais grave absorve outros menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou mero exaurimento.
Na consunção, há uma sequencia de situações diferentes no tempo e no espaço, sem recorrer às normas, comparam-se os fatos, verificando-se que o mais grave absorve os demais. Esta comparação se dá entre os fatos e não entre as normas, de maneira que, o mais completo, o ‘todo’, prevalece sobre a parte, ou seja, o fato principal absorve o acessório, sobrando apenas à norma que o regula.
-Alternatividade
Princípio aplicado quando a norma descreve várias formas de realização da figura típica, onde a ação de uma ou de todas configura crime. São os chamados tipos alternativos, que descrevem crimes de ação múltipla.
“Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar.” (Lei 11.343/2006, Lei de Drogas, art. 33, caput).
Aula 4
Lei penal no tempo
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
O caput do art. 2.º do Código Penal faz referência aos efeitos retroativos da abolitio criminis, "...fato que a lei posterior deixa de considerar crime".
			
O parágrafo único trata da retroatividade da norma penal mais branda, "...que de qualquer modo favorecer o agente".
Nas duas hipóteses a norma penal se apresenta mais benéfica ao autor do fato e, por isso, terá efeitos retroativos, atingindo fatos praticados antes de sua vigência.
Por ter dado tratamento mais brando ao fato, ou por não mais considerá-lo crime, a norma retroagirá para beneficiar o autor.
Conflitos de leis penais no tempo
-Lei que cria o crime (Novatio legis incriminadora)
Nasce este fenômeno toda vez que lei posterior (nova) tornar fato anteriormente não considerado crime pelo Direito Penal como fato incriminado, ou seja, lei posterior cria um tipo até então inexistente no ordenamento jurídico. É de observar que a lei posterior (nova) que cria novos fatos incriminadores é irretroativa. 
Neste sentido Francisco de Assis Toledo (1994) é contumaz em afirmar: 
A lei penal mais grave não se aplica aos fatos ocorridos antes de sua vigência, seja quando se limita a agravar as consequências jurídico-penais do fato, isto é, a pena ou a medida de segurança. Há, pois, uma proibição de retroatividade das normas mais severas de direito penal material. 
-Descriminalização (abolitio criminis)
Surge este fenômeno toda vez que uma lei nova (posterior) deixa de incriminar um fato anteriormente considerado crime.
 A Abolitio Criminis está prevista no artigo 2º, caput do Código Penal, que diz: “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”. 
Sobre Abolitio Criminis: Com exceção ao princípio da irretroatividade da lei penal, prevê a Constituição Federal a retroatividade da lei mais benigna ao dispor que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu (art. 5º, XL)
Artigo 5º, inciso XL, CF
 A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
Consequência da Abolitio Criminis: 
- Inquérito Policial e Processo Penal imediatamente trancados e extintos; 
- Sentença Condenatória cessam execução, efeitos penais principais e secundários, os efeitos extrapenais (fora do Direito Penal, ex: Indenizações) não cessam; 
- Não é possível Abolitio Criminis através de Medida Provisória e Costumes. 
- Nova lei penal mais grave (Novatio Legis In pejus)
Trata-se de fenômeno jurídico em que a lei posterior (novatio legis/lei nova) agrava a situação do agente no caso concreto (in pejus). Portanto esta hipótese de conflito surge no ordenamento jurídico toda vez que lei nova, que não cria novos tipos criminosos, vem piorar a situação do agente (réu, acusado). Esta lei posterior não atinge fatos praticados antes do início de sua vigência (Princípio da Irretroatividade da lei mais severa). 
- Lei posterior mais benéfica 
É a lei posterior (lei nova/novatio legis) que de qualquer maneira favorece o agente no caso concreto (in mellius). A lex mitior (lei melhor) é a mais benéfica, seja anterior (lei velha) ou posterior (lei nova) ao fato. É de se notar que tanto na hipótese de abolitio criminis como na novatio legis in mellius, a lei penal retroage aplicando imediatamente aos processos em curso e aqueles com sentença transitada em julgado. Assim, lei nova é mais favorável ao agente, retroage em razão do princípio da retroatividade da lei mais benigna.
1. Quem seria competente para aplicar a novatio legis in mellius? 
Resposta: Processo em curso na 1ª Instância: Compete ao juiz de 1º Grau a aplicação da lei mais benéfica. Processo 2º Grau (grau de recurso): cabe ao tribunal responsável pelo julgamento do recurso. 
2. A quem compete a aplicação da novatio legis in mellius após a sentença transitada em julgado? 
Resposta: Compete ao juiz da execução da pena e não ao tribunal. Tudo conforme o artigo 66, inciso I da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/98), que diz: “compete ao juiz da execução: I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado” e artigo 13 do Decreto-Lei nº 3.931/41 (Lei de Introdução ao Código de Processo Penal) que diz: “A aplicação da lei nova a fato julgado por sentença condenatória irrecorrível, nos casos previstos no artigo 2º e seu parágrafo, do Código Penal, far-se-á mediante despacho do juiz, de ofício, ou a requerimento do condenado ou do Ministério Público”. Também no mesmo sentido é a Súmula 611 do STF, de 17/10/1984, que diz “Sentença Condenatória Transitada em Julgado - Competência na Aplicação de Lei Mais Benigna. Transitada em julgado a sentença condenatória compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna”. 
3. No campo do Direito Penal é possível a combinação de leis? 
Resposta: A doutrina se divide em relação à possibilidade da combinação de leis, vejamos: 
Para aqueles que não admitem: Fernando Capez (2006) não é possível, uma vez que, ao retirar parte de uma lei para usá-la em beneficio do agente, o seu aplicador estaria estabelecendo uma terceira regra. Outros estudiosos do Direito, como Nelson Hungria (1979), também caminham neste sentido, entendendo não ser possível a combinação de lei anterior e posterior para efeito de extrair de cada uma delas as partes mais benignas ao agente, porque, nesse caso, o juiz estaria legislando. 
Para aqueles que admitem: Damásio de Jesus e Basileu Garcia aceitam a combinação de leis. Justificam a possibilidade da combinação em razão de que o magistrado não estaria legislando, mas apenas integrando normas, pois se o magistrado pode aplicar o todo porque não aplicar uma parte. 
Posição do STF: No HC 95.435, a Segunda Turma do STF entendeu pela possibilidade de combinação de leis no tempo para favorecer o réu: 
EMENTA: AÇÃO PENAL. Condenação. Pena. Privativa de liberdade. Prisão. Causa de diminuição prevista no art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Cálculo sobre a pena cominada no art. 12, caput, da Lei nº6.368/76, e já definida em concreto. Admissibilidade. Criação jurisdicional de terceira norma. Não ocorrência. Nova valoração da conduta do chamado “pequeno traficante”. Retroatividade da lei mais benéfica. HC concedido. Voto vencido da Min. Ellen Gracie, Relatora original. Inteligência do art. 5º, XL, da CF. A causa de diminuição de pena prevista no art. 33 da Lei nº 11.343/2006, mais benigna, pode ser aplicada sobre a pena fixada com base no disposto no art. 12, caput, da Lei nº 6.368/76”. (STF, HC 95.435, rel. Min. Cezar Peluso, j. 21.10.08). No entanto, neste RHC (94.802), a Primeira Turma do STF entendeu não ser possível a combinação de leis penais no tempo, nem mesmo para beneficiar o réu, sob o fundamento de que isto implicaria na criação de uma terceira lei pelo judiciário. O STF deve levar o tema para o Pleno, porque divergências entre suas duas turmas geram insegurança total. 
4. Lei Benéfica (lex mitior) em vacância pode retroagir? 
Resposta: É entendimento quase unânime de que não é possível, pois se a lei ainda não está vigente (começou a produzir efeitos), não pode ser aplicada (eficácia) e nem retroagir. É salutar citar o exemplo de Fernando Capez: 
[...] até porque é possível a sua revogação antes mesmo de entrar em vigor, como aconteceu com o art. 263 da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), revogado pela Lei de Crimes Hediondos em pleno período de vacatio legis. Por essa razão, não haverá aplicação retroativa até a entrada em vigor da lei. (CAPEZ, 2006, p.). 
5. Qual o tempo do crime para a fixação da lei penal aplicável? 
Resposta: Depende do crime, vejamos: 
Nos Crimes Permanentes: caso a execução tenha início sob a vigência de uma lei, e continuando sob a vigência de outra lei, neste caso aplica-se a segunda (mais nova), ainda que menos benéfica, uma vez que a conduta delitiva se prolonga no tempo, então a todo instante renovam-se a ação e a incidência da nova lei. 
Nos Crimes Continuados: uma lei nova deve ser aplicada, ainda que mais grave, na sequência delitiva (série de crimes).
Princípio da extratividade penal: É a capacidade da lei penal se movimentar no tempo, desde que benéfica ao réu.
Combinação de leis penais 
A doutrina se divide em relação à possibilidade da combinação de leis, vejamos: 
Para aqueles que não admitem: Fernando Capez (2006) não é possível, uma vez que, ao retirar parte de uma lei para usá-la em beneficio do agente, o seu aplicador estaria estabelecendo uma terceira regra. Outros estudiosos do Direito, como Nelson Hungria (1979), também caminham neste sentido, entendendo não ser possível a combinação de lei anterior e posterior para efeito de extrair de cada uma delas as partes mais benignas ao agente, porque, nesse caso, o juiz estaria legislando. 
Para aqueles que admitem: Damásio de Jesus e Basileu Garcia aceitam a combinação de leis. Justificam a possibilidade da combinação em razão de que o magistrado não estaria legislando, mas apenas integrando normas, pois se o magistrado pode aplicar o todo porque não aplicar uma parte. 
Posição do STF: No HC 95.435, a Segunda Turma do STF entendeu pela possibilidade de combinação de leis no tempo para favorecer o réu: 
EMENTA: AÇÃO PENAL. Condenação. Pena. Privativa de liberdade. Prisão. Causa de diminuição prevista no art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Cálculo sobre a pena cominada no art. 12, caput, da Lei nº 6.368/76, e já definida em concreto. Admissibilidade. Criação jurisdicional de terceira norma. Não ocorrência. Nova valoração da conduta do chamado “pequeno traficante”. Retroatividade da lei mais benéfica. HC concedido. Voto vencido da Min. Ellen Gracie, Relatora original. Inteligência do art. 5º, XL, da CF. A causa de diminuição de pena prevista no art. 33 da Lei nº 11.343/2006, mais benigna, pode ser aplicada sobre a pena fixada com base no disposto no art. 12, caput, da Lei nº 6.368/76”. (STF, HC 95.435, rel. Min. Cezar Peluso, j. 21.10.08). No entanto, neste RHC (94.802), a Primeira Turma do STF entendeu não ser possível a combinação de leis penais no tempo, nem mesmo para beneficiar o réu, sob o fundamento de que isto implicaria na criação de uma terceira lei pelo judiciário. O STF deve levar o tema para o Pleno, porque divergências entre suas duas turmas geram insegurança total. 
Leis excepcionais e temporárias
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
O art. 3.º do CP descreve uma espécie de norma penal que, por se voltar apenas à tutela temporária de determinado bem jurídico, mantém puníveis os fatos praticados em situações sociais ou econômicas temporárias ou de exceção, mesmo após cessadas as causas que as determinaram.
          		 
Ao atribuir tal eficácia à lei excepcional, o legislador reserva ao Estado o direito de punir fatos que, já se sabe de antemão, deixarão de ser considerados crime, quando cessadas as circunstâncias excepcionais ou temporárias que determinaram a incidência da norma. Os exemplos correntes na doutrina são os crimes militares praticados em período de guerra (arts. 355 a 408 do CPM). Cessado o conflito, os delitos cometidos durante ele ainda serão puníveis, mesmo que fatos idênticos, ocorridos posteriormente não mais sejam entendidos como tais.
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
A lei em si já sintetiza a teoria adotada pelo Código Penal, que é a da atividade. A doutrina também destaca a existência da teoria do resultado e a mista (nas quais se considera praticado o crime no momento do resultado ou no momento da ação e do resultado, simultaneamente). No entanto, no Brasil, considera-se praticado o crime no momento em que o autor do fato praticou a conduta, sendo irrelevante o momento em que se deu o resultado.
Exemplo:
- Vítima atingida por disparo de arma de fogo vem a falecer dois dias após o fato, considera-se praticado o crime no momento em que a vítima foi atingida e não no momento em que faleceu.
Lugar do crime
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Quanto ao local do crime o Código Penal considera a teoria da ubiquidade.
O local do crime é tanto o da ação criminosa como o do seu resultado.
Obs: O Código de Processo Penal estabelece regra diversa acerca da competência territorial para processar e julgar o crime (art. 70, caput, do CPP).
Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Como regra geral, como expressão da soberania, no Brasil se adota o princípio da territorialidade.
 Independentemente da nacionalidade do autor e da vítima do delito, aplica-se a lei brasileira ao crime praticado no território nacional. A exceção, entretanto, está prevista no próprio caput do art. 5.º (convenções, tratados e regras de direito internacional podem prever exceções à territorialidade), o que se considera como uma territorialidade temperada.
Como exemplo de exceção ao princípio da territorialidadeda lei brasileira, tem-se as imunidades diplomáticas.
Para efeitos penais, o §1.º do art. 5.º do CP estabelece como extensão do território nacional as embarcações ou aeronaves brasileiras nas seguintes condições:
a) as de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro consideram-se parte do território nacional onde quer que se encontrem;
b) as mercantes ou de propriedade privada consideram-se parte do território nacional desde que estejam no alto-mar ou no espaço aereo correspondente ao alto-mar.
	É o que se chama de lei da bandeira (ou do pavilhão), resume ela que a nacionalidade sustentada pela embarcação ou aeronave define a incidência da lei brasileira.
O mar territorial compreende a faixa de 12 milhas náuticas medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro. Para as aeronaves se compreende como espaço aéreo nacional a coluna atmosférica, até o limite do mar territorial.
 		O §2.º estabelece que:
a) As aeronaves estrangeiras de natureza privada em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente ao território nacional (dentro da coluna atmosférica correspondente ao território) submetem-se à lei brasileira;
b) As embarcações estrangeiras de natureza privada submetem-se à lei brasileira quando em porto ou em mar territorial territorial do Brasil.
Extraterritorialidade
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Aula 5
Infração penal: crime e contravenção penal
Decreto –lei 3914/41
Crime = delito
Crime sempre tem pena de reclusão ou detenção
Contravenção tem prisão simples e multa. 
 
Decreto lei 3688/41 – Lei de contravenção penal
 
Crime: “Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa”
		
Contravenção: ” contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”
Conceito de crime
-Formal
O conceito formal de crime parte do pressuposto de que crime consiste numa violação a lei penal incriminadora.
-Material
Do ponto de vista material, crime pode ser definido como toda ação ou omissão consciente, voluntária e dirigida a uma finalidade, que cria um risco juridicamente proibido e relevante a bens considerados essenciais para a paz e o convívio em sociedade.
-Analítico = estrutura do crime
Se divide em 3 partes: fato típico(conduta-humana, resultado, nexo causal,tipicidade), anti jurídico(art 23 cp), culpável.
 
Sujeito e objeto do crime:
-Sujeito ativo: aquele que pode praticar a conduta descrita no tipo penal(artigo)
-Sujeito passivo
Formal : Estado, pessoa jurídica. 
Material: é o titular (dono) do bem jurídico protegido, sobre o qual recaí a conduta criminosa. Art 171 CP, § 2º, inciso V
 
 -Objeto jurídico = bem jurídico.
 São bens jurídicos a vida (protegida nas tipificações de homicídio, infanticídio, etc.), a integridade física (lesões corporais), a honra (calúnia, difamação e injúria), o patrimônio (furto, roubo, estelionato), a paz pública, etc.
-Objeto material = é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa, ou seja, aquilo que a ação delituosa atinge.
Está ele direta ou indiretamente indicado na figura penal. Assim, "alguém" (o ser humano) é objeto material do crime de homicídio (art. 121), a "coisa alheia móvel" o é dos delitos de furto (art. 155) e roubo (art. 157), o "documento" o é do crime previsto no art. 298, etc.
Classificação dos crimes 
*Quanto ao sujeito: 
- Comum: praticado por qualquer pessoa.
Por exemplo, no homicídio o sujeito ativo é qualquer pessoa e o sujeito passivo é, também, qualquer pessoa com vida extrauterina. 
 -Próprio: o tipo penal exige uma qualidade do sujeito ativo. Art 312; Art 123.
 Por exemplo, o crime de infanticídio se caracteriza pelo fato do sujeito ativo qualificado (mãe) matar seu filho (sujeito passivo), durante o parto ou logo após, sob influência do estado puerperal. Se qualquer outra pessoa matar este recém-nascido, estamos diante, via de regra, de um homicídio, logo, para caracterizar o crime de infanticídio, é certo que deve ser praticado pela própria mãe em estado puerperal. 
-De mão própria: somente pode ser praticado pela pessoa expressamente indicada no tipo penal, isto é, a conduta é intransferível.
*Quanto ao bem jurídico: 
-dano: é consumado quando há uma lesão ao bem jurídico.
Na concepção doutrinária, crime de dano é aquele cuja figura típica contempla o efetivo prejuízo ou agressão a um bem juridicamente protegido. Daí dizer-se que crime de dano é aquele que só se consuma com a efetiva lesão do bem jurídico. Tem-se no artigo 163 do código penal um exemplo de crime de dano.
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
Dano qualificado 
Parágrafo único - Se o crime é cometido: 
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; 
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave; 
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967) 
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
-Perigo: consuma-se a mera exposição do bem jurídico ao perigo.
Crime de perigo é aquele que se consuma com a tão-só provável possibilidade do dano.
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
 
-*Quanto a conduta e resultado: 
-material: o tipo penal prevê uma conduta e um resultado,exigindo o resultando para a sua consumação.
 Ex.: só háhomicídio quando o falecimento da vítima ocorre (resultado naturalístico)
- formal: o tipo penal descreve uma conduta e um resultado, exigindo para a consumação apenas a conduta. Art 147 CP, art 213, art 306 cp.
É desnecessária a ocorrência do resultado naturalístico para a consumação (basta a mera prática da conduta). Ex.: injúria (basta que as palavras proferidas tenham potencialidade para violar a honra subjetiva, não depende de como a pessoa se sente); extorsão (súmula 96 do STJ: o crime de extorsão consuma-se independente da obtenção da vantagem indevida).
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
Seqüestro e cárcere privado
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Atentado violento ao pudor (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal:
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
Falsa identidade
- Meia conduta: o tipo penal descreve a conduta exigindo para a consumação a realização da conduta. Art 233 cp, 
 		
O tipo penal se limita a descrever uma conduta, ou seja, não contém resultado naturalístico. Ex.: ato obsceno
 
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Escrito ou objeto obsceno
* Quanto a conduta: comissivo, omissivo. Art 135 cp, art 244
Crimes Comissivos à praticados mediante ação – sujeito faz alguma coisa.
Crimes Omissivos à mediante inação – sujeito deixa de fazer alguma coisa ou permite a produção de um resultado mediante a omissão.
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada pela Lei nº 5.478, de 1968)
 *Quanto ao momento consumativo
- instantâneo: a consumação se verifica num determinado momento.
- permanente: é aquele cuja consumação se prolonga no tempo. Art 180
-instantâneo de efeito permanente: a consumação ocorre num determinado momento e os efeitos são permanentes.
 
 *Quanto ao número de crimes que compõe o tipo:
-simples: é quando no tipo penal ha uma infração penal.
- complexo: é quando há fusão de duas ou mais infrações penais no mesmo tipo.
 -*Crime vago: é quando o sujeito passivo é indeterminável. 
Exemplo: poluição de um rio (crime ambiental que não possui sujeito passivo determinado).
 -*Crime habitual: é produzido por meio de reiterado atos que em seu todo forma o crime.
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
 	Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
- Crime de ação múltipla: é quando o tipo penal existem duas ou mais condutas. Art 122, cp
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Aula 6 – Fato típico – conduta
Introdução
Crime: fato típico + Anti jurídico + culpável 
Fato típico = conduta + resultado + nexo causal + tipicidade
Conceito: é um comportamento humano, comissivo ou omissivo, doloso ou culposo, consciente e voluntario dirigido a um resultado tipificado (previsto) em lei com infração penal. 
Formas de conduta
– comissiva: ação/ positiva
Quando há pratica de ação. 
					Própria: previsão num tipo penal.	
- Omissiva: quando não há ação. 
					Impróprio: é necessário que o agente possua 					um dever de agir para evitar o resultado. 
Omissiva imprópria ou comissiva por omissão do garantidor.
Garantidor = Art 13,§ 1º 
			Poder de agir 
Garantidor 
Art 13,§ 1º
			Dever de agir: - legal
					- Assumiu a responsabilidade
Ausência de conduta: 
–Força irresistível:
- Movimento reflexo:
- Coação física irresistível: 
Aula 7 – Conduta dolosa e culposa
Conduta dolosa
Art. 18. Diz-se do crime:
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Dolo seria, portanto, a vontade e a consciência dirigida a realizar ou aceitar a conduta prevista na norma incriminadora, é a finalidade tipificada, onde a consciência é o elemento cognitivo ou intelectivo e a vontade, o elemento volitivo.
No dolo, o agente quer o resultado criminoso como consequência da sua própria conduta. Não confundir com desejo, que é quando o agente quer o resultado criminoso como consequência da vontade alheia.
Teorias adotadas pelo CP
Art 18, inciso 1º
Teoria da vontade: Pela teoria da vontade, há dolo direto quando há vontade consciente de querer praticar a infração penal.
Teoria do assentimento: há dolo (eventual) quando o agente prevê o resultado como possível e ainda assim continua na prática assumindo o risco de produzí-lo.
Especies de dolo: direto e indireto.
Direto: é quando o agente quer efetivamente cometer a conduta descrita no tipo penal. 
Indireto ou eventual: quando o agente, embora não querendo diretamente praticar o crime, não deixa de agir, assumindo o risco de produzir o resultado que já assim previsto. 
Conduta Culposa
.
É o crime resultante da inobservância do cuidado necessário do agente, o qual não intenta nem assume o risco do resultado típico, porém a ele dá causa por imprudência, negligência e imperícia. Ou seja, é um agir descuidado que acaba por gerar um resultado ilícito não desejável, porém previsível. 
Ocorre crime culposo, por exemplo, quando o motorista, trafegando por via públicaem alta velocidade, agindo com imprudência, atropela um pedestre que circulava pelo local.
Elementos
Conduta: LICITA.
Inobservância do dever de cuidado: é a falta do cuidado, ou seja, o descumprimento de um dever objetivo de cuidar, que consiste em reconhecer a existência de um perigo para o bem jurídico protegido, preocupando-se com as possíveis consequências que uma conduta descuidada pode determinar-lhe.
Resultado lesivo: 
Previsibilidade: É a possibilidade de uma pessoa comum, com inteligência mediada, prever a possibilidade de ocorrência do resultado. É o chamado homem médio (homo medius).
Tipicidade: verificar se o crime admite a forma culposa.
Modalidade de culpa: negligencia, imprudência e imperícia. 
Negligência:
Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções.
Imprudência: 
A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.
Imperícia: 
Para que seja configurada a imperícia é necessário constatar a inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão. Um médico sem habilitação em cirurgia plástica que realize uma operação e cause deformidade em alguém pode ser acusado de imperícia.
Resumindo:
1) negligência: desleixo, descuido, desatenção, menosprezo, indolência, omissão ou inobservância do dever, em realizar determinado procedimento, com as precauções necessárias;
2) imperícia: falta de técnica necessária para realização de certa atividade;
3) imprudência: falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de atenção, é a imprevidência a cerca do mal, que se deveria prever, porém, não previu.
Espécies de culpa
Culpa inconsciente:O agente não faz a previsão do resultado e o resultado era previsível ao homem médio.
 Sem previsão ou ex ignorantia é aquela em que o agente não prevê o resultado objetivamente previsível.
Culpa consciente: O agente faz a previsão do resultado, mas tem certeza que é capaz de impedir o resultado. 
Com previsão ou ex lascívia é a que ocorre quando o agente, após prever o resultado, objetivamente previsível, realiza a conduta acreditando em sua habilidade, acreditando que não ocorrerá.
DIFERENÇAS
Dolo eventual é diferente de culpa consciente porque na culpa consciente o agente age achando que pode evitar o resultado. No dolo eventual o agente pratica sem se importar com o resultado.
 O dolo direto ou determinado configura-se quando o agente prevê um resultado, dirigindo sua conduta na busca de realizá-lo. Já no dolo indireto ou indeterminado, o agente, com a sua conduta, não busca resultado certo e determinado. O dolo indireto possui suas formas, quais sejam, dolo alternativo e dolo eventual. Alternativo ocorre quando o agente prevê e quer um ou outro dos resultados possíveis da sua conduta, e o eventual, quando a intenção do agente se dirige a um resultado, aceitando, porém, outro também previsto e consequente possível da sua conduta.
A culpa consciente ocorre quando o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra, supondo poder evitá-lo com a sua habilidade. Na culpa inconsciente, o agente não prevê o resultado, que, entretanto, era objetiva e subjetivamente previsível.
	
	Consciência
	Vontade
	Dolo direto
	Prevê o resultado
	Quer o resultado
	Dolo eventual
	Prevê o resultado
	Não quer, mas assume o risco
	Culpa consciente
	Prevê o resultado
	Não quer, não assume risco e pensa poder evitar
	Culpa inconsciente
	Não prevê o resultado (que era previsível)
	Não quer e não aceita o resultado
Vale dizer que o tema em estudo foi objeto de questionamento no concurso da Magistratura/DF em 2006, e a assertiva correta dispunha:
Caracteriza-se a culpa consciente quando o agente prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que ele não aconteça.
Aula 9 – Tentativa
Iter criminis (caminho do crime): cogitação, preparação, execução, consumação.
-Cogitação: não é punível, é apenas ideia.
-Preparação: em regra também não há punição.(Exceções: artigos 288 e 291)
-Execução: é quando você começa a praticar o fato descrito no tipo penal. 
-Consumação: ela ocorre quando tudo que você previu acontece. 
Conceito
A tentativa é a não consumação de um crime, cuja execução foi iniciada, por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Artigo 14 – CP
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tentativo e aplicação da pena
Classificação da tentativa
-Perfeita: : É quando o agente esgota o seu plano executório.
-Imperfeita: É quando o agente esgota o seu plano executório.
-Branca: É quando o agente não consegue atingir o objeto material do crime. 
-Vermelha: É quando o agente consegue atingir o objeto material do crime. 
Infrações penais que não admitem tentativa
-Contravenção penal
-Crimes culposos
-Habituais
-Crimes unissubsistentes
-Crimes omissivos impróprios
- Quando a própria tentativa já é punível como crime consumado (artigo 352 cp)
Desistência voluntária
É quando o agente interrompe voluntariamente os atos de execução, impedindo por um ato seu a consumação de um crime. Art 15 - CP
Arrependimento eficaz
É quando o agente após esgotar os meios de execução atua em sentido contrario evitando a consumação antes pretendida. Art 15 – CP
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior
Só cabe em crimes sem violência ou grave ameaça.
Art. 16 – CP
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime impossível 
No crime impossível o bem jurídico não corre perigo.
Art 17 –CP
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Crime impossível é diferente de Tentativa
Aula 10 - Tipicidade
Conceito de tipo penal
É o conjunto dos elementos do fato punível descrito na lei penal. Trata-se, pois, de uma construção abstrata do legislador, que descreve legalmente as ações que considera, em tese, delitivas. Cada tipo tem as suas características e elementos próprios que os distinguem uns dos outros.
Tipicidade
Formal: A TIPICIDADE FORMAL é simplesmente à adequação do FATO à NORMA. Por exemplo, no crime de furto, o agente que subtrai um produto de R$5,00 reais de uma rede multinacional de supermercados tem sua conduta adequada ao artigo 155 do Código Penal, uma vez que subtraiu para si coisa alheia móvel. Ou seja, a ação do agente encontra sua tipicidade formal já que os elementos do tipo foram preenchidos.
Material: Já aTIPICIDADE MATERIAL consiste numa efetiva lesão ou ameaça ao bem jurídico protegido. Esta Quando a lesão ou ameaça não se der de forma intolerável, não há crime, pelo fato de estar afastada a tipicidade material. Esta tipicidade pode ser afastada quando encontram-se presentes os princípios da lesividade, insignificância, adequação social e alteridade, vejamos cada um deles. 
A) PRINCÍPIO DA LESIVIDADE - é  materialmente atípica a conduta que não provoca sequer ameaça de lesão ao bem jurídico;
B) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: é materialmente atípica a conduta que provoca uma lesão irrelevante ao bem jurídico;
C) PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL: é materialmente atípica a conduta que é socialmente adequada. Exemplo: furar a orelha de um bebê.
D) PRINCÍPIO DA ALTERIDADE: é materialmente atípica a conduta que não lesa bens jurídicos de terceiros. Exemplo: o suicídio, a prostituição, a autolesão, destruição de coisa própria. 
Deste modo, havendo apenas a tipicidade formal, não há que se falar em crime.
Espécies de tipicidade formal
- de subordinação imediata/direta: se dá quando necessitamos de um só dispositivo legal para o enquadramento típico do fato; por exemplo, homicídio simples consumado – artigo 121, caput, do Código Penal.
-de subordinação indireta: quando necessitamos de dois ou mais dispositivos legais para o enquadramento típico do fato; no mesmo exemplo do homicídio, imagine-se a participação de alguém neste crime, qual seria a tipificação da conduta do participante do crime? Art. 121, caput cumulado com o Art. 29, ambos do Código Penal.
Estrutura do tipo
-Núcleo =Verbo
-Elementos
* Objetivo: são todos os componentes que não possuem qualquer referência com a vontade do agente, apesar de estarem com ela envolvidos. Subdividem-se em:
– Descritivos: são passíveis de reconhecimento por juízos de realidade, ou ainda, pela simples constatação. 
Exemplo: “matar alguém”, em que “matar” é eliminar a vida, “alguém” é a pessoa humana, portanto, não há necessidade alguma de valoração ou interpretação para compreensão do tipo.
– Normativos: são desvendáveis somente por juízos de valoração. 
Exemplo: ao se analisar, no crime de ato obsceno (art. 233, CP), o conceito de ato obsceno, é claro e evidente o juízo de valor. Neste diapasão, obsceno é, conforme ensinamentos de Guilherme de Souza Nucci (2012, p. 200), “o que causa vergonha”, conotado de sentido sexual.
 
Aula 8
Relação de causalidade ou nexo causal
Conceito
Crimes que há nexo causal - Materiais
Teoria adotada pelo Código Penal
Teoria da equivalência dos antecedentes causais = conditio sine quas non
Teoria segundo a qual quaisquer das condutas que compõem a totalidade dos antecedentes é causa do resultado, como, por exemplo, a venda lícita da arma pelo comerciante que não tinha idéia do propósito homicida do criminoso do comprador. Essa teoria costuma ser lembrada pela frase a causa da causa também é causa do que foi causado. Contudo, recebe críticas por permitir o regresso ao infinito já que, em última análise, até mesmo o inventor da arma seria causador do evento, visto que, se arma não existisse, tiros não haveria;
Espécies de causa
Préexistentes
-Absolutamente independente 		Concomitantes
						Supervenientes
						Préexisteentes
-Relativamente independente		Concomitantes
						Supervenientes
Absolutamente independente: é a causa que teria ocorrido vindo a produzir o resultado, mesmo se não tivesse havido qualquer conduta por parte do agente. O agente não responde pelo resultado
As absolutamente independentes não possuem qualquer vínculo com a conduta do agente, ou seja, possuem uma origem totalmente divorciada da conduta delitiva e ocorreriam ainda que o agente jamais tivesse agido. ( internet)
- Preexistente: é a causa que existe anteriormente à conduta do agente. 
Ex: A deseja matar a vítima B e para tanto a espanca, atingindo-a em diversas regiões vitais. A vítima é socorrida, mas vem a falecer. O laudo necroscópico, no entanto, evidencia como causa mortis envenenamento anterior, causado por C, cujo veneno ministrado demorou mais de 10 horas para fazer efeito.
A atira em B, mas antes do tiro, C deu veneno para B. Na hora do corpo de delito, verifica-se que quem matou B não foi o tiro e sim o veneno. 
O tiro não é causa da morte, pois B teria morrido do mesmo jeito independente do tiro de A.
 A responde apenas por tentativa de homicídio. 
- Concomitante: é a causa que surge no mesmo instante em que o agente realiza a conduta. 
Ex: A efetua disparos de arma de fogo contra B, que vem a falecer em razão de um súbito colapso cardíaco (cuidado, não se trata de doença cardíaca preexistente, mas sim de um colapso ocorrido no mesmo instante da conduta do agente!
-Superveniente: é a causa que atua após a conduta do agente. 
A administra dose letal de veneno para B. Enquanto este último ainda está vivo, desprende-se um lustre da casa, que acaba por acertar qualquer região vital de B e vem a ser sua causa mortis.
A deu tiro no B, estavam numa casa e A foi embora. 
Estava chovendo, a casa desabou e B estava lá dentro. 
Feita a pericia, descobre-se que B morreu de traumatismo craniano devido ao desabamento. 
Relativamente independente: é aquela que somente tem a possibilidade de produzir o resultado se for conjugada com a conduta do agente. É necessário a causa e a conduta, que se juntam e dão origem ao resultado. 
- Preexistente: a causa existe antes da prática da conduta, embora seja dela dependente. 
O clássico exemplo é o agente que dispara arma de fogo contra a vítima, causando-lhe ferimentos não fatais. Porém, ela vem a falecer em virtude do agravamento das lesões pela hemofilia.
A da uma facada em B. B é hemofílico. B sangra até a morte.
As duas coisas são causas. 
A responde por homicídio.
- Concomitante: ocorre simultaneamente à conduta do agente. 
Outro clássico exemplo é o do agente que dispara arma de fogo contra a vítima, que foge correndo em via pública e morre atropelada por algum veículo que ali trafegava.
Nessas duas hipóteses, por expressa previsão legal (art. 13, caput, CP), aplica-se a teoria da equivalência dos antecedentes causais e o agente responde pelo resultado naturalístico, já que se suprimindo mentalmente sua conduta, o crime não teria ocorrido como e quando ocorreu. Assim, responde por homicídio consumado.
Aula 11 – Estado de necessidade
Exclusão da ilicitude/ antijuricidade
Art 23 do CP
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
Estado de necessidade – Artigo 24 – CP
Palavra chave = periodo
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
Critérios
- Perigo atual
É mister, antes de tudo, para a caracterização do estado de necessidade, que o agente esteja diante de uma situação de perigo real e efetivo.
Tratar-se de perigo atual significa verificar ameaça no exato momento em que o agente sacrifica o bem jurídico.
	-Perigo não provocado pelo agente
	
	Ou seja, supondo que “A” provoque incêndio em estabelecimento, colocando em perigo atual a vida das pessoas nele presentes, estas estarão amparadas pelo estado de necessidade, caso venham a se agredir para salvar a própria vida, por exemplo. No entanto,em principio, entende-se que “A” não está amparado pela excludente da ilicitude, já que provocou a situação de perigo
		-Inevitabilidade do dano
Opõe-se como questão fundamental para a existência do estado de necessidade a inevitabilidade do perigo, assim como seja inevitável a lesão ao bem jurídico de terceiro, sendo possível e admitida a fuga. 
		-Razoabilidade do sacrifício do bem
Trata-se da importância do bem ameaçado em relação ao que se sacrifica, ou seja, refere-se a um "confronto" de valoração entre ambos. No entanto, esta comparação não deve ser feita sob rigor extremo de valoração dos bens em questão. Contudo, os bens jurídicos oferecem e remetem-se à uma graduação, ou seja, uma escala valorativa, que deve ser posta à luz da análise quando da argüição do estado de necessidade. Trata-se da condição preponderante da modalidade do estado de necessidade justificante
		
- dever legal de enfrentar o perigo - § 1º
Não achei
Legitima defesa - artigo 25 CP
- Injusta agressão, Agressão atual ou iminente
 (palavra chave)
	A agressão tem que ser humana
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
A legítima defesa ocorre quando seu autor pratica um fato típico, previsto em lei como crime, para repelir a injusta agressão de outrem a um bem jurídico seu ou de terceiro.
Tal agressão deve ser proveniente de ato humano, caso contrário, poderá restar  caracterizado o estado de necessidade.
E, assim como no estado de necessidade, a legítima defesa também pressupõe uma agressão atual ou iminente (prestes a ocorrer). Outrossim, deve ser injusta, não cabendo invocá-la quando a agressão ao bem jurídico decorre de provocação do autor.
De outro lado, a ação do autor, para que seja reconhecida como excludente da ilicitude, deve se dar com o emprego moderado dos meios necessários para repelir agressão, exigindo a lei que aquele mensure os meios necessários para resguardar o bem jurídico tutelado.
 O excesso do autor, aquilo que extrapolar o necessário para a defesa do bem jurídico em ameaça, não será albergado pela legítima defesa e é passível de responsabilização, na hipótese de haver dolo ou culpa.
-Moderação no uso dos meios necessários = Repelir
São meios necessários as reações impostas pela vítima a ponto de impedir a ação do agente agressor. Esta reação (poderá ser defensiva ou ofensiva) utilizando para sua averiguação o princípio da proporcionalidade . Tudo se faz necessário para impedir o excesso. 
Quanto a agressão defensiva, não se faz necessário maiores estudos, tendo em vista sua simplicidade. O agente que segura a mão do possível agressor atua em legítima defesa, não há dúvida. Contudo, o presente estudo, basicamente, analisa os efeitos jurídicos da legítima defesa ofensiva 
Configuraria excesso o indivíduo que vendo uma pessoa roubar-lhe uma maçã de sua plantação tenta afastá-lo exercitando uma reação sem os meios moderados, ensejando tiros de revólver. A reação dever ser proporcional a ação. Difícil seria dosar a intensidade da reação, diante disso, deverá o agredido examinar as circunstância que o rodeia naquele determinado caso. 
-Defesa própria ou de terceiros
A legítima defesa abrange tanto os direitos pessoais quanto de terceiros. A expressão "direito" aqui introduzida diz respeito a qualquer bem jurídico, seu ou de outrem, tutelado pelo ordenamento jurídico brasileiro. Faz-se necessário citar como exemplo: direito a vida, incolumidade física, honra, proteção à propriedade e etc. Interessante a Jurisprudência aqui examinada: 
- Elemento subjetivo
Aula 12 – Exclusão da ilicitude/ antijuricidade (continuação)
Estrito comprimento do dever legal
O estrito cumprimento de dever legal é o instituto jurídico penal que 
compreende as normas e princípios relativos à atuação de quem, sob comando legal, pratica conduta descrita em um tipo legal.
Na eximente em apreço, a lei não determina apenas a faculdade, a escolha do agente em obedecer ou não a regra por ela estabelecida. Há, em verdade, o dever legal de agir. O dever de agir tem origem na lei, exclusivamente. 
É o caso, por exemplo, do cumprimento do mandado de busca domiciliar, em que haja impedimento à ordem de ingresso na residência, o que autoriza o arrombamento da porta e a entrada forçada, conforme autoriza o Código de Processo Civil, em seu art. 245, parágrafo 2º.
A conduta em estrito cumprimento de dever legal pode ter por agente tanto o funcionário público quanto o particular, sendo mais comum o primeiro caso. Porém, exige sempre a existência de uma norma preceptiva, impondo a alguém a realização de comportamento, de natureza penal ou não.
Exercício regular do direito
Previsto na 2ª parte do art. 23, III do Código Penal, o exercício regular de um direito compreende ações do cidadão comum autorizadas pela existência de direito definido em lei e condicionadas a regularidade do exercício desse direito.
O exercício regular de direito pode ser pro magistratu , que são situações em que o Estado não pode estar presente para evitar a lesão ao bem jurídico ou recompor a ordem pública. Como pode ser também Direito de castigo, que consiste na educação e no exercício do poder familiar.
Possui 3 requisitos:
1º) Indispensabilidade (impossibilidade de recurso útil aos meios coercitivos normais);
2º) Proporcionalidade;
 3º) Conhecimento da situação de fato justificante (subjetivo).
Um exemplo de adoção prática ao exercício regular do direito, dentro da realidade das grandes cidades, são os ofendículos, consistentes em aparato preordenado para a defesa do patrimônio. Ex.: cacos de vidro no muro, cerca elétrica, lanças nos portões, etc.
Consentimento do ofendido
Ofendículos
São aparelhos, objetos ou animais utilizados para defender o patrimônio, a integridade física ou a vida de alguém.
Aula 13 – Culpabilidade
Conceito
É o atributo que tem q possuir o individuo para ser responsabilizado penalmente (punido) pelo que fez
Teoria adotada pelo CP
Teoria Finalista da ação
Para o individuo ser culpável ele deve ter esses 3 requisitos:
- Imputável = capacidade mental de entender o que esta fazendo
-Potencial conhecimento da ilicitude do fato = saber quanto que o fato é ilícito.
- Exigibilidade de conduta diversa = possibilidade de agir conforme a lei. 
Imputabilidade – Artigo 26 CP
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
A imputabilidade é a condição legal para a imposição da sanção penal àquele que praticou um fato típico e antijurídico. Ela existirá quando o autor do fato for capaz, entenda-se mentalmente capaz, de compreender a ilicitude do ato praticado ou se determinar de acordo com tal compreensão. Faltando ao autor a inteira capacidade de compreensão da ilicitude de sua conduta, por uma doença mental ou um desenvolvimento mental incompleto ou retardado, a ele não poderá ser imposta sanção penal, sendo, então inimputável.
A lei, neste artigo, isenta de pena aquele cuja debilidade mental impede a compreensão da ilicitude do fato que praticou.
-Doença mental
Sua doença ou seu desenvolvimento mental incompleto ou retardado, contudo, devem ser a causa de sua total falta de compreensão da ilicitude dos fatos. A simples existência de doença mental, que, por seus sintomas, não atinge a capacidadede percepção do autor, não serve para o reconhecimento da inimputabilidade. Esta é a característica determinante da teoria biopsicológica ou mista, adotada pelo código penal brasileiro.
A hipótese do parágrafo único do artigo 26 do Código Penal, por sua vez, trata de uma imputabilidade mitigada, diminuída, que advém de uma percepção reduzida da ilicitude penal, igualmente decorrente de uma perturbação mental ou um desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
	
No caput, do artigo 26 haverá uma isenção de pena em razão da absoluta impossibilidade de o autor do fato compreender a ilicitude de sua conduta ou determinar-se de acordo com esse entendimento, em razão de alguma doença mental ou de seu desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Tem-se uma situação de inimputabilidade.
No parágrafo único de tal dispositivo legal haverá apenas uma redução da pena, em razão de uma relativa impossibilidade de compreender a ilicitude de sua conduta, também decorrente de alguma perturbação mental ou de seu desenvolvimento mental incompleto ou retardado. A doutrina fala, aqui, em semi-imputabilidade.
- Idade –Artigo 27 CP
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
Neste artigo a lei estabeleceu uma presunção absoluta de inimputabilidade, decorrente da menoridade do autor do fato. Pouco importa se, de fato, ele possuía ou não condições mentais de compreender a ilicitude de sua conduta ou de se determinar de acordo com tal compreensão, caso não tenha alcançado a idade de 18 anos até antes da data dos fatos, o autor será inimputável. Se alcançou a maioridade no dia em que praticou o fato, será imputável por sua maioridade.
Na hipótese deste artigo, o autor do fato não pode ser punido na forma da lei penal. Contudo, fica sujeito à proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente, que lhe impõe medidas reeducativas, passíveis de aplicação ao menor infrator até os 21 anos de idade.
Semimputabilidade
Emoção e paixão ( Artigo28,I, II CP)
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
I - a emoção ou a paixão;
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
		
Refere o dispositivo do artigo 28 do Código penal que a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade. Noutros termos, elas não servem para escudar a tese de inimputabilidade penal.
A emoção é uma alteração afetiva importante, mas temporária, passageira, que pode consistir no susto, na raiva, na alegria etc.
A paixão, por sua vez, é uma alteração duradoura do estado psíquico da pessoa, tem-se  como exemplo o ciúmes, o amor, o ódio etc.
Como dito inicialmente, nenhum desses estados de espírito fundamenta a inimputabilidade do autor. Sem embargo, contudo, eles podem afetar a dosimetria da pena na forma dos arts. 65, inciso III, "a" e "c", do Código Penal, por exemplo.
A embriaguez voluntária (aquela pretendida pelo autor) ou culposa (decorrente de imprudência, negligência ou imperícia) também não servem como causa ao reconhecimento da inimputabilidade. 
Para efeitos penais, a embriaguez é o estado decorrente da ingestão de bebidas alcoólicas ou de outras com eficácia equivalente, em que a capacidade do autor, de compreender os fatos ou de se determinar de acordo com tal compreensão, é afetada.
A embriaguez decorrente de caso fortuito ou de força maior, contudo, é considerada para efeitos de inimputabilidade penal. Se, nestes casos, ela resultar de uma absoluta impossibilidade de o autor compreender a ilicitude de sua conduta, não haverá imposição de pena, sendo esta a hipótese do § 1.º do presente artigo. Outrossim, caso ela implique numa reduzida capacidade de compreensão da ilicitude do fato ilícito, remanescerá ao autor a possibilidade de redução de sua sanção penal, na forma do § 2.º do artigo em estudo.
Embriaguez
Qualquer substância que provoque perturbação da consciência 
- Voluntária
Voluntária, é aquela em que a pessoa está determinada a embriagar-se, pretende alcançar o estado de ebriedade. Pode ser considerada preordenada, quando o indivíduo embriaga-se com um fim de cometer algo (no popular, para ter coragem de fazer alguma coisa), ou não;
-Culposa
Culposa, é aquela típica, que o agente "embriaga-se sem querer", bebe demais imprudentemente. Sabe que vai ficar bêbado, mas não evita;
-Pre ordenada ( Artigo 28 § 1º Cp)
- Involuntária ou acidental 
Fortuita, é aquela acidental, que ocorre por caso fortuito ou de força maior, ou seja, situações que a pessoa embriaga-se sem vontade, não quer e nem fica por culpa sua. No caso fortuito, é uma embriaguez causada por acidente (p.ex. cair num tonel de aguardente), e por força maior, é uma embriaguez causada por terceiro (p.ex. alguém é obrigado a beber um litro de cachaça, com uma arma na cabeça, ou bebe ou morre).
Aula 13 – Culpabilidade (continuação)
Inexigibilidade de conduta diversa (artigo 22 CP)
É a impossibilidade que tinha o agente de, no momento da ação ou omissão, agir de acordo com o direito ou a lei.
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
- Coação moral irresistível
 		A coação irresistível pode ser física ou moral.
A física se caracteriza quando o esforço físico/muscular do autor é insuficiente para livrá-lo da ação do coator.
A coação moral se apresenta sob forma de ameaça feita pelo coator ao autor, que é compelido a praticar ação a delituosa, sob pena de suportar um prejuízo maior.
-Estrita obediência a ordem não manifestamente ilegal
A obediência hierárquica, por sua vez, só será suficiente para excluir a culpabilidade quando a ordem do superior não for manifestamente ilegal. Se for evidente a ilegalidade da ordem dirigida ao autor, a lei lhe exige o dever de se opor a ela, sob pena de responder criminalmente por sua contuda.
 Caso não seja reconhecida a evidente ilegalidade da ordem, poderá ainda o autor ser beneficiado pela atenuante do artigo 65, inciso III, "c", do Código Penal.
A hierarquia prevista no dispositivo legal, de outro lado, é a decorrente da vocação funcional dos diversos órgãos da administração pública, não se reconhecendo, para efeitos de incidência da norma, aquela decorrente de vínculo familiar, de relações empregatícias, eclesiásticas etc.
 Reconhecida uma das hipóteses disciplinada no artigo 22, portanto, a responsabilidade penal incidirá apenas sobre o coator ou o superior hierárquico que deu a ordem, conforme o caso.
Aula 14 – Erro de tipo ( artigo 20 CP)
Erro de tipo, é o erro cometido pelo agente por desconhecimento dos elementos objetivos do tipo. 
Aí você deve estar pensando: mas o desconhecimento da lei é inescusável, como pode configurar erro de tipo o desconhecimento dos elementos objetivos do tipo? No erro de tipo, não se fala em desconhecimento da lei, e sim no desconhecimento de que se pratica um tipo penal. 
Vou usar o Exemplo do Capez pra elucidar: Um advogado pega o guarda chuva de um colega pensando ser seu. Como podemos ver a ação do advogado em questão é um tipo penal (furto) e o mínimo que se espera é que este advogado conheça os elementos do crime de furto (afinal é um advogado). Portanto não se desconhece a lei, mas se confunde a realidade de modo que não saibaestar transgredindo o código. Isso é erro de tipo.
Espécies essencial e acidental
Essencial: é o erro que recai sobre os elementos do tipo penal.
Acidental:
Erro de tipo essencial:
- Escusável, inevitável, invencível ou desculpável. 
 É aquele que não poderia ser evitado, nem mesmo com emprego de uma diligência mediana;
- Inescusável, evitável, vencível ou indesculpável.
É aquele que poderia ter sido evitado, se o agente empregasse mediana prudência.
Qualquer um dos erros de tipo essenciais afastam o dolo, uma vez que como foi dito o agente é impedido de compreender o caráter criminosos do fato por causa do erro. Se não houve intenção, só poderá o agente responder por culpa, isso se o crime em questão admitir culpa.
Portanto se o Erro de Tipo for (A) Essencial Inevitável, desculpável = o agente tem afastado o dolo (naturalmente, por ser erro de tipo essencial), e tem afastado também a Culpa, ao constatar o fato de que mesmo com o emprego de diligência mediana não poderia ser evitado.
Já se o Erro de Tipo for (B) Essencial Evitável, indesculpável = o agente tem afastado apenas o dolo (por ser erro de tipo essencial), e responde pela culpa quando o crime em questão assim admitir.
Vamos analisar o exemplo mencionado: O advogado que pega o guarda chuva de seu colega por engano, poderia aplicar a diligência mediana e evitar o erro, uma vez que hipoteticamente os guarda chuvas não são idênticos. Pergunto, o crime de furto admite culpa? Não, não admite culpa. Se não há culpa e não há dolo, não há crime. O agente então por nada responde.
Consequências
Erro de tipo acidental
É o erro que incide sobre dados irrelevantes da figura típica. Sobre as características deste tipo de erro, Capez é contundente:
Não impede a apreciação do caráter criminoso do fato. O agente sabe perfeitamente que está cometendo um crime. Por essa razão, é um erro que não traz qualquer consequência jurídica: o agente responde pelo crime como se não houvesse erro.
O Erro de Tipo acidental se apresenta nas seguintes espécies:
A) Erro sobre o Objeto - Objeto material de um crime é a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta. O erro sobre o objeto é juridicamente irrelevante, pouco importa que o agente queira roubar um celular e roube uma carteira, que queira furtar um relógio de ouro e furte um de latão pintado.
Furto é subtrair coisa alheia móvel, independente de qual coisa seja. Responderá o agente por furto independente do erro.
Agora, se houver relevância elementar do tipo, o erro é essencial.
 Por exemplo: o sujeito confunde talco com cocaína, não há que se falar de erro sobre o objeto, uma vez que cocaína é elementar do crime de tráfico, configura-se aí erro de tipo essencial.
B) Erro sobre a Pessoa - O agente pensa estar matando uma pessoa quando está matando outra. Supondo estar ferindo seu desafeto, o agente fere o gêmeo de seu desafeto. Para o direito pouco importa que o agente tenha errado, importa o atentado ao bem jurídico tutelado. 
Acrescente-se que se o marido pensa estar matando a esposa para poder se casar com a amante (fato que configura agravante por motivo torpe) e mata outra mulher qualquer, ainda responderá por homicídio qualificado, mesmo tendo errado a vítima.
C) Erro na Execução/ aberratio ictus - O agente ao tentar matar uma pessoa, por erro na execução atinge outra matando-a. Responde independente do erro, pelo crime consumado. É importante diferenciar erro na execução de erro sobre a pessoa. No primeiro o agente acerta outra pessoa porque errou na execução da ação; já no segundo o agente não erra na execução, e pensa estar matando a pessoa que desejava, quando na verdade atingiu a pessoa errada.
D) Resultado Adverso do Pretendido - O agente pretende estilhaçar com uma pedra a vidraça de sua vizinha que lhe incomoda, mas instantes antes da pedra atingir a vidraça, a vizinha aparece para abrir a vidraça e é atingida pela pedra em sua cabeça e morre. Neste caso ocorreu um resultado adverso do pretendido, pois o agente pretendia causar dano material e acabou causando um homicídio. Como não houve intenção o agente responde por homicídio culposo, uma vez que não se constate a vontade do agente.
Aula 15 – Erro de Proibição
Introdução
Conceito
Erro de proibição: é quando o agente pensa que esta cometendo uma conduto licita mas na verdade a conduta é típica ilícita. 
Espécies
Direto: é quando o agente erra porque não conhece o caráter ilícito do fato, porque conhece mal ou porque não compreende o seu âmbito de incidência. 
Indireto: é quando o agente supõe uma causa de exclusão da ilicitude (Legitima defesa, Estado de necessidade, Exercício regular do direito)
Consequência
-Inevitável/Desculpável
Não havia possibilidade de saber que era crime.
Artigo 21 – CP
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
- Evitável /indesculpável 
Diferença entre erro de tipo e erro de proibição
Erro de tipo
Causa
-Não sabe o que faz
Consequência
- Exclui a culpa
Erro de Proibição
Causa
-Sabe o que faz mas pensa que não contra lei
Consequência
-Exclui a culpabilidade
Exercícios 
PROVA
- CRIME COMISSIVO, OMISSIVO, GARANTIDOR, COMISSIVO POR OMISSÃO 
-CULPABILIDADE (objetivo)
- EXCLUSÃO DA ILICITUDE (OBJETIVA)
-ERRO DE PROBIÇÃO E ERRO DE TIPO (CARACTERISTICAS)
-ERROS DE TIPO E ERROS DE PROIBIÇÃO (CASO CONCRETO, DIFERENCIAR, IDENTIFICAR QUAL É)
- CRIME DOLOSO, CRIME CULPOSO
1,5
- TENTATIVA, ARREPENDIMENTO EFICAZ, DESISTENCIA VOLUNTARIA, ARREPENDIMENTO POSTERIOR.
-EXCLUSAO DA ILICITUDE
2,0 
CASOS CONCRETOS DO CADERNO
QUESTOES DE MATERIAS DA AV1 PRA FRENTE.
Bens jurídicos:valores e interesses indispensáveis a manutenção e desenvolvimento do individuo e da sociedade.
TEORIA DO FODA-SE
 Atirador circense atira facas e acerta a jugular da mulher ao invés da maça = FODEU.
Genro atira facas na sogra, sabe que pode acerta-la, faz mesmo assim e acerta = foda-se.