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Microbiologia, Parasitologia e Higiene dos alimentos Profª Drª Rubia de Pina Luchetti Aula 6 – Microbiologia dos alimentos Alterações químicas causadas por microrganismos Degradação dos componentes químicos 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 2 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 3 BIODETERIORAÇÃO DOS ALIMENTOS As alterações desejáveis transformam o alimento em um novo alimento. As alterações indesejáveis causam a deterioração do alimento. E as enfermidades são doenças transmitidas após colonização dos microrganismos no alimento. Ataque do microrganismo 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 4 Metabólitos São produtos das reações que os microrganismos causam quando estão degradando os alimentos Odor e sabor desagradáveis: Sulfetos Álcoois Aldeídos Ácidos carboxílicos Aminas 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 5 Alterações químicas dos alimentos As alterações que podem ocorrer nos alimentos normalmente se dão nos componentes químicos dos alimentos. A degradação de componentes químicos ocorre ao nível de: a) Carboidratos b) Proteínas c) Lipídios Os aspectos bioquímicos das alterações causadas pelos micro-organismos podem ocorrer em diferentes grupos de alimentos. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 6 Macronutrientes Carboidratos Os microrganismos metabolizam os carboidratos a fim de obter energia para o seu crescimento. Metabolizam os carboidratos mais simples: Monossacarídeos: Glicose Galactose Frutose Dissacarídeos: Poucas espécies metabolizam os polissacarídeos 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 7 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 8 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 9 Carboidratos 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 10 Açúcar Ácido Pirúvico Ácido Acético Ácido Lático Etanol Odor de vinagre Odor de Leite Odor de álcool Carboidratos Os microrganismos metabolizam os carboidratos a fim de obter energia para o seu crescimento. A metabolização destes substratos pode ocorrer na presença de oxigênio: Metabolismo oxidativo – quando há a presença de microrganismos aeróbios ou anaeróbios facultativos (produção de H2O e CO2 ). 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 11 Carboidratos A metabolização também pode se dar na ausência de oxigênio: Metabolismo fermentativo – quando há agentes anaeróbios estritos ou facultativos (produção de produtos intermediários e finais). Outras reações bioquímicas como glicólise, inversão da sacarose e oxidação da glicose a ácido glicônico também podem ocorrer. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 12 Carboidratos Monossacarídeos Os monossacarídeos – quando metabolizados pelo processo fermentativo (via Embden-Meyerhof) – transformam-se em ácido pirúvico como substância intermediária e, conforme as condições nutricionais existentes este ácido é transformado em diferentes compostos químicos 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 13 Carboidratos Monossacarídeos De acordo com o tipo de produto final gerado, os processos de fermentação podem ser classificados nos seguintes grupos: Fermentação lática Fermentação alcoólica Fermentação acética Fermentação fórmica Fermentação butanodioica Fermentação butírica Fermentação propiônica 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 14 Carboidratos Fermentação lática, Realizada por bactérias do grupo lático ou bactérias láticas. Fazem parte deste grupo os gêneros bacterianos: Lactobacillus, Leuconostoc, Pediococcus, Streptococcus, Lactococcus, Enterococcus, Carnobacteriume Vagococcus. Nessa fermentação ocorre a produção de ácido lático, podendo ser do tipo homolática (maior quantidade de ácido lático em relação aos demais produtos – diacetil, etanol e CO2) ou heterolática (quando a proporção destes produtos gerados é praticamente a mesma). 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 15 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 16 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 17 Carboidratos Fermentação alcoólica, Neste tipo de fermentação, característico de leveduras (Saccharomyces) e bactérias do gênero Zymomonas, o ácido pirúvico é convertido a CO2 e acetaldeído. O acetaldeído é finalmente convertido a etanol. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 18 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 19 Carboidratos Fermentação acética, Neste tipo de fermentação, característico de leveduras (Saccharomyces) e bactérias do gênero Zymomonas, o ácido pirúvico é convertido a CO2 e acetaldeído. O acetaldeído é finalmente convertido a etanol. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 20 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 21 Carboidratos Fermentação butanodioica, O produto final desta via, o butanodiol é convertido em butilenoglicol (produto neutro). As bactérias dos gêneros Serratia, Enterobacter e Bacillus utilizam esta via fermentativa 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 22 Carboidratos Fermentação butírica, Nesta via além do ácido butírico é produzido também o ácido acético, o CO2, o H2, a acetona, o isopropanol e o butanol. A fermentação butírica é realizada por certas bactérias anaeróbicas estritas, sendo típico do gênero Clostridium 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 23 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 24 Carboidratos Fermentação propiônica, O gênero Propionibacterium é um exemplo de bactéria que utiliza esta via e produz ácido propiônico, ácido acético, ácido succínico e CO2. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 25 Polissacarídeos Poucos microrganismos são capazes de hidrolisar polissacarídeos. Dentre os polissacarídeos que são hidrolisáveis estão: a) Amido, o gênero Bacillus é um exemplo de bactérias que são capazes de converter o amido (componente de reserva de várias plantas) em glicose, pela ação das enzimas diástase e amilase. b) Celulose, essa substância fibrosa primária em plantas pode ser convertida em glicose por bactérias celulolíticas (Clostridium) produtoras de celulases. c) Pectina, esse polissacarídeo está associado à celulose e forma um complexo insolúvel em água, chamado protopectina. Os microrganismos capazes de quebrar esta associação e converter a pectina em glicose são chamados de pectinolíticos. As enzimas produzidas por este gênero de bactérias são pectinesterase, poligalacturonase e pectato-transaminase. Um exemplo de espécie bacteriana produtora destas enzimas é a Erwinia spp. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 26 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 27 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 28 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 29 Proteína Peptídeos Aminoácidos Água/ Hidrólise Atravessam a membrana celular dos mo Descarboxilação de aminoácidos Aminoácidos Amina biogênicas (produzidas por mo Putrefação Histamina e tiramina (aminas tóxicas) Pescados Carnes Cervejas Derivados da uva Proteínas As proteínas são cadeias de aminoácidos unidas por ligações peptídicas que podem ser destruídas por hidrólise catalisada por enzimas. De um modo geral as proteínas são degradas por proteinases a peptídeos e por peptidases a aminoácidos. Algumas bactérias dos gêneros Clostridium, Bacillus e Pseudomonas, conseguem rapidamente hidrolisar as proteínas a aminoácidos. A putrefação é um tipo de deterioração proteica. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 30 Proteínas Dependendo do tipo de bactéria, da temperatura, da quantidade de O2 e das possíveis substâncias inibitórias presentes, a degradação dos aminoácidos pode ocorrer por: Desaminação oxidativa ou redutora Descarboxilação Produção de H2S Decomposição do radical do aminoácido 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 31 Proteínas Desaminação oxidativa: a oxidativa produz amônia e alfa-cetoácidos que são utilizados como fonte de energia pelos micro-organismos. Desaminação redutora: A redutora produz amônia e ácidos orgânicos. A desaminação redutora é realizada apenas por agentes anaeróbios estritos. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 32 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 33 Proteínas Descarboxilação: nesse processo um grupo carboxila é removido por enzimas descarboxilases específicas. A descarboxilação produz diferentes aminas, as mais conhecidas são histaminas, cadaverina e putrescina (proveniente dos aminoácidos histidina, lisina e ornitina, respectivamente) 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 34 Proteínas Produção de H2S: esta substância é produzida a partir de aminoácidos que contém enxofre em sua molécula, como cisteína e metionina. Decomposição do radical do aminoácido: neste tipo de deterioração as bactérias produzem indol a partir do triptofano. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 35 Outras substâncias nitrogenadas não proteicas também são utilizadas pelas bactérias como as amidas, as imidas e a ureia. Lipídios Os principais lipídios encontrados nos alimentos são os ésteres de glicerol e ácidos graxos (denominados triglicerídeos). Os óleos puros e as gorduras não são atacados por micro-organismos, uma vez que eles não podem crescer na ausência de água. No entanto, em alimentos gordurosos que também contêm água a situação é diferente. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 36 Lipídios Como acontece contaminação em margarinas, manteigas e creme de leite. As gorduras podem ser transformadas por reações de hidrólise ou oxidação em compostos que acarretam modificações agradáveis ou não no aroma do alimento. A deterioração da gordura é conhecida como rancificação. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 37 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 38 Lipídeos Ácidos graxos livres Glicerol Água/ Hidrólise Atravessam a membrana celular dos mo Odor desagradável (Ranço) Racidez hidrolítica Lipases bacterianas Lipídios Existem dois tipos de rancificação: a) Hidrolítica, geralmente causada por micro-organismos. b) Oxidativa, que independe da ação dos micro-organismos. Exemplos de micro-organismos lipolíticos são Pseudomonas e fungos (Penicillium). RANCIFICAÇÃO = DEGRADAÇÃO DA GORDURA Alteração química = desenvolvimento de odor e sabor desagradáveis da gordura 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 39 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 40 Rancidez oxidativa Reação entre ácidos graxos insaturados e o oxigênio. Iniciação → Propagação → Terminação Resulta em alterações indesejáveis de cor, sabor, aroma e consistência do alimento. Valor nutricional (perda de vitaminas, carotenóides e ácidos graxos essenciais); Depreciação do produto e toxicidade (grande formação de radicais livres). 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 41 Rancidez oxidativa Fatores que influenciam a oxidação de lipídeos nos alimentos: Quantidade de O2 presente. A rancificação oxidativa não ocorre na ausência de O2; Composição da gordura: o tipo de ácido graxo insaturado e o grau de saturação; Exposição à luz: a luz acelera as reações de oxidação, por isso, na medida do possível, deve-se evitar sua incidência direta nos alimentos suscetíveis a oxidação; 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 42 Rancidez Hidrolítica É a reação ocasionada pela ação de enzimas como a lipase/lipoxigenase e/ou por agentes químicos (ácidos/bases) que rompem a ligação éster dos lipídeos, liberando ácidos graxos. Portanto, na rancidez hidrolítica ou lipolítica forma-se ácidos graxos livres, saturados e insaturados. A rancificação hidrolítica pode ser inibida pela inativação térmica das enzimas, e pela eliminação da água no lipídeo (água é o meio que favorece a hidrólise). 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 43 Rancidez Hidrolítica Liberação de ácidos graxos: Matéria ácida; Modifica o sabor e odor; Ácido butírico: sabor azedo; Ácido láurico e mirístico: sabor de sabão; Maturação de alguns queijos. 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 44 Alteração da cor 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 45 Alteração da viscosidade 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 46 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti ruluchetti@gmail.com 62-98426-2957 19/05/2017 Profª Drª Rubia de Pina Luchetti 47 Obrigada
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