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ENVENENAMENTO POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

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CENTRO UNIVERSITÁRIO VALE DO IPOJUCA – DEVRY
ALDLLAYNE MAYARA DA SILVA
EDIJANE HELENA DA SILVA
EMANUELLE VILAR DOS SANTOS
LAURA FABIANE DE MACÊDO LOPES PEREIRA
MARIA MONALIS DE LIMA
ENFERMAGEM 1401
ENVENENAMENTO POR ANIMAIS PEÇONHENTOS
CARUARU – PE
2017
Fisiopatologia 
Cobra
O veneno da cobra trata-se de um conjunto muito rico de enzimas, de tóxicos e outras proteínas e variam, não apenas com a espécie, mas, também, dentro da espécie, com a idade e estado metabólico do animal. Melhor do que analisar bioquimicamente, é descrever as suas principais propriedades:
Ação Proteolítica: Diversas proteínas do veneno são capazes de lesar e mesmo necrosar os tecidos. Provocam uma reação inflamatória intensa, rompem a coesão das paredes vasculares e provocam hemorragias. Estas propriedades são responsáveis, principalmente, pelas lesões locais. Causa decomposição das proteínas, destruindo os tecidos e causando graves necroses nos locais das picadas. (JARARACAS)
Ação sobre a Coagulação do Sangue: O sangue flui em nossas veias em delicado estado de equilíbrio: não deve coagular à toa e nem pode ser incoagulável. Os venenos dos ofídios perturbam esse equilíbrio e têm poder coagulante e hemorrágico, ao mesmo tempo. Desencadeiam a coagulação do sangue na microcirculação, bloqueando o fluxo sanguíneo e dificultando a oxigenação de certos tecidos, o renal por exemplo. Com o decorrer do tempo, as enzimas tóxicas dos ofídios atuam sobre a fibrina, que é uma proteína fundamental para fazer um coágulo, diminuindo sua quantidade e prejudicando sua qualidade, e, portanto, começam impedir a coagulação do sangue que corre nos vasos do corpo (isto sem desfazer os coágulos que causaram na microcirculação). O cenário está pronto para as hemorragias, que podem ocorrer nas mais diversas partes do corpo através dos vasos lesados, e que continuam sem cessar por causa da ação anticoagulante dos venenos. (JARARACAS)
Ação Neurotóxica: Acarreta em paralisias musculares. A transmissão dos impulsos nervosos para os músculos faz-se através de sinapses. A cascavel produz uma fração tóxica que é pré-sináptica, isto é, inibe a liberação de acetilcolina pelos impulsos nervosos. A coral, ao contrário, tem uma ação pós-sináptica, bloqueia o receptor nicotínico da acetilcolina. Em outras palavras, há liberação de acetilcolina, porém ela não consegue atuar sobre os receptores pós-sinápticos que estão ocupados pelo veneno. Em ambas as situações, não chega nenhum sinal ao músculo que se mantém inerte, paralítico. Venenos que contêm neurotoxinas, são os mais perigosos, pois agem no sistema nervoso provocando parada respiratória. (CORAL / CASCAVEL)
Ação Miotóxica: O veneno das cascavéis necrosa as fibras musculares, provocando a liberação de enzimas e mioglobina na circulação. A mioglobina circulante filtrada nos rins aparece na urina provocando modificação na sua cor; a cor escura e é um dos sinais clínicos de acidente crotálico. (CASCAVEL)
Ação nefrotóxica: Causam lesões nos rins por ação direta sobre os túbulos renais e o endotélio vascular. Os acidentados apresentam quadro de insuficiência renal aguda.
Escorpião
As toxinas escorpiônicas ocasionam dor local e efeitos complexos nos canais de sódio, produzindo despolarização das terminações nervosas pós-ganglionares, com liberação de catecolaminas e acetilcolina. Estes mediadores determinam o aparecimento de manifestações orgânicas decorrentes da predominância dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos. No geral, o envenenamento escorpiônico determina alterações locais e sistêmicas, decorrentes da estimulação do sistema nervoso. A gravidade do envenenamento depende não só da dose como a espécie de escorpião.
Aranha
Viúva Negra: O veneno contêm toxinas, entre elas a α-latrotoxina, responsável por agir no sistema nervoso autônomo e possuem a capacidade de bloquear os estímulos enviados dos nervos aos músculos. Com isso, ocorrem contraturas e dores musculares intensas, principalmente em membros inferiores, dorso, abdome e músculos faciais.
Aranha Marrom: O veneno possui diversas proteínas com ação tóxica às células, sendo que a principal delas é a esfingomielinase D, responsável por interagir com a membrana celular e desencadear reações do sistema imunológico da vítima. A característica principal é a presença da necrose cutânea na região da picada, caracterizando o loxoscelismo cutâneo. 
 Há ainda outra forma de envenenamento pela picada de aranha marrom, o loxoscelismo cutâneo-visceral. O motivo que determina a evolução da picada para esta forma grave de loxoscelismo é pouco conhecido. Além da necrose cutânea, essa forma é caracterizada pela hemólise, que consiste na destruição das hemácias do sangue, células responsáveis pelo transporte de oxigênio para as células do corpo. Desse modo, as vítimas apresentam como sintomas anemia, coloração amarelada da pele (icterícia), e podem evoluir para uma insuficiência renal aguda, sendo a principal causa de óbito.
Aranha Armadeira: O veneno apresenta neurotoxinas que atingem o sistema nervoso e sistema cardíaco da vítima. Causam ativação e retardo da inativação dos canais neuronais de sódio, que pode provocar despolarização das fibras musculares e terminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema nervoso autônomo, favorecendo a liberação de neurotransmissores, principalmente acetilcolina e catecolaminas. Pesquisadores descobriram também que com a picada os níveis de óxido nitrito se elevam, e os mesmos são substâncias que aumentam o fluxo sanguíneo, com isso provocam longas e dolorosas ereções.
Abelhas
As consequências das picadas (ferroadas) de abelhas dependem da quantidade delas, do local atingido, de a vítima ser ou não alérgica e do tipo de abelhas. Um adulto normalmente pode tolerar até mais de mil picadas de abelhas, enquanto quinhentas poderão matar uma criança. No entanto, em pessoas alérgicas, uma única picada pode provocar a morte em virtude de uma reação anafilática grave, a qual necessita de cuidados médicos imediatos.
As abelhas possuem um ferrão na parte posterior do corpo, onde se localiza a glândula do veneno. Este ferrão se instala na pele da vítima depois da picada, quando o ferrão penetra a pele, ele fica preso lá dentro, injetando mais veneno. Se a pessoa não for alérgica, seu sistema imunológico vai reagir à picada, mandando líquidos para dissolver a melitina, causando uma maior vermelhidão e o inchaço. A dor pode durar vários dias, mas geralmente não apresenta maior gravidade. As picadas (ferroadas) de abelhas podem limitar-se à dor e ao edema ou levarem a complicações importantes e até fatais, em pessoas alérgicas.
Lagartas
Ação não bem conhecida. Verifica-se atividade fibrinolítica intensa e persistente, associada a uma ação pró- coagulante moderada. Há diminuição dos níveis do Fator XIII, responsável pela estabilização da fibrina e controle da fibrinólise. Não há alteração nas plaquetas.
SINAIS E SINTOMAS 
Cobra
Jararaca: Inchaço, hemorragia no local da picada ou na gengiva e dor local.
Cascavel: A cascavel, conhecida também como boicininga ou maracambói possui veneno que não provoca importante reação no local da picada, mas pode levar à morte. O local da picada não apresenta lesão evidente, apenas uma sensação de formigamento. A vítima apresenta dificuldade em abrir os olhos, com aspecto sonolento, visão turva ou dupla, dor muscular generalizada e urina avermelhada. O envenenamento causado pela cascavel é chamado de crotálico.
Coral verdadeira: Pequena reação no local da picada, visão dupla, pálpebras caídas, falta de ar e dificuldade para engolir.
Surucucu: A surucucu, também chamada de pico de jaca ou surucutinga, provoca reações semelhantes ao veneno das jararacas (hemorragia, inchaço no local da picada, diarréia), e alterações batimentos cardíacos. Essas cobras causam o chamado envenenamento laquético, 
Cobras corais: o veneno no organismo é muito rápida, os sinais e sintomas aparecem em questão de minutos. Podeapresentar: dificuldade em abrir os olhos (cara de bêbado), falta de ar, dificuldade em engolir, insuficiência respiratória aguda. O envenenamento é denominado de elapídico.
Escorpião
Dor (moderada ou intensa) ou formigamento do local do acidente. Tais sintomas (dor, formigamento) podem ser tratados com analgésico ou bloqueios anestésicos locais, além de observação do surgimento de outros sintomas por, no mínimo, 6 a 12 horas, principalmente em crianças menores de 7 anos e idosos.
São sintomas de gravidade que merecem ser observados com atenção:
Náuseas ou vômito; Suor excessivo ; Agitação, Tremores. Salivação; Aumento da freqüência cardíaca (taquicardia) e da pressão arterial. 
Neste caso, procurar atendimento hospitalar o mais rápido possível, mantendo o paciente em repouso, para avaliação da necessidade de soroterapia anti-escorpiônica, levando o animal para identificação, se possível.
Abelha
As reações podem ser tanto tóxicas como: Alérgicas. As manifestações tóxicas em decorrência da picada de abelha são: Dor, edema e eritema (coloração avermelhada). 
Quando acontece da vítima sofrer muitas picadas, pode ocorrer manifestação sistêmica, devido à maior quantidade de veneno inoculada. Nesse caso, pode haver coceira, vermelhidão, calor generalizado, hipotensão, taquicardia, dor de cabeça, náusea, dentre outros sintomas.
 Em casos mais graves pode acontecer estado de choque, forte insuficiência respiratória e insuficiência renal. Já as manifestações alérgicas geralmente causam um edema que dura por vários dias, tendo como outras reações a cianose, urticária generalizada, broncoespasmos, choque anafilático, pressão baixa, colapso, perda da consciência e incontinência urinária e fecal.
Lacraia
Dor intensa, inchaço e pequena ferida no local da picada, febre, calafrios, tremores e sudorese.
Lagarta ou taturana	
Geralmente, os acidentes envolvendo as lagartas ocorrem com o contato do indivíduo com animal. Não são todas as lagartas que possuem veneno, sendo somente as lagartas de mariposas que podem causar acidentes.
Os sintomas são: forte dor e “queimação” local, inchaço e vermelhidão discretos. As do gênero Lonomia: podem causar hemorragias, sangramento na gengiva, aparecimento de sangue na urina e complicações como insuficiência renal e necrose da pele.
Aranha
Armadeira
Dor imediata, inchaço local, formigamento, sudorese no local da picada. A maior preocupação deve ser com o surgimento de vômitos, aumento da pressão arterial, dificuldade respiratória, tremores, espasmos musculares, caracterizando acidente grave. Assim, há necessidade de internação hospitalar e soroterapia.
Marrom Aranha
Provoca menos acidentes, sendo pouco agressiva. Na hora da picada a dor é fraca e despercebida, após 12 a 24 horas, dor local com inchaço, náuseas, mal estar geral, manchas, bolhas e até necrose local. Nos casos graves, a urina fica cor de coca-cola.
Tarântula (aranha que vive em gramados ou jardins)
 	
Pode provocar pequena dor local, podendo evoluir para necrose. Se utiliza analgésicos para tratamento da dor e não há soroterapia específica, assim como para as caranguejeiras.
DIAGNÓSTICO
OFIDISMO
Diagnóstico Clínico
De modo geral, o diagnóstico é clínico, no qual se baseia a partir das manifestações apresentadas pelo paciente; diferentemente do etiológico, quando há identificação do animal, que ocorre com pouca frequência. Na ausência de alterações clínicas, o paciente deve ser mantido em observação por 6 a 12 horas seguintes ao acidente, mantendo-se o quadro inalterado, deve ser considerada a possibilidade de acidente por serpente não-peçonhenta ou acidente por serpente peçonhenta sem envenenamento.
 
Diagnóstico Laboratorial
Não há exame laboratorial para diagnosticar o tipo de acidente. O tempo de coagulação (TC) constitui ferramenta útil para a confirmação dos acidentes botrópico e laquético, quando o quadro local não é muito evidente, e nos acidentes por serpente não peçonhenta ou sem envenenamento. No acidente botrópico, o hemograma pode auxiliar o diagnóstico através de achado de leucocitose, neutrofilia com desvio para a esquerda e plaquetopenia. O sumário de urina pode apresentar hematúria, leucocitúria e proteinúria.
ESCORPIONISMO
Diagnóstico
Eminentemente clínico-epidemiológico. São de grande utilidade na detecção e acompanhamento das complicações a radiografia de tórax, que evidencia aumento de área cardíaca e velamento pulmonar difuso (eventualmente unilateral), e o eletrocardiograma, que mostra padrão semelhante ao observado no infarto agudo do miocárdio, além de taqui ou bradicardia sinusal, extra-sístoles, bloqueios de condução e distúrbios de repolarização. A ecocardiografia evidencia, nas formas graves, hipocinesia do septo interventricular e de parede, às vezes associada à regurgitação mitral. Na bioquímica encontra-se creatinofosfoquinase e sua fração MB elevadas, hiperglicemia, hiperamilasemia, hipopotassemia e hiponatremia.
 
Diagnóstico Diferencial
Acidentes por aranhas do gênero Phoneutria (aranha-armadeira).
ARANEÍSMO
Diagnóstico - Clínico- Epidemiológico
Exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico do loxoscelismo cutâneo-visceral (hiperbilirrubinemia indireta, anemia aguda e elevação de ureia e creatinina, nos casos com insuficiência renal). Da mesma forma, as alterações laboratoriais no latrodectismo são inespecíficas, sendo descritos distúrbios hematológicos (leucocitose, linfopenia), bioquímicos (hiperglicemia, hiperfosfatemia), do sedimento urinário (albuminúria, hematúria, leucocitúria) e eletrocardiográficas (fibrilação atrial, bloqueios, diminuição de amplitude do QRS e da onda T, inversão da onda T, alterações do segmento ST e prolongamento do intervalo QT). As alterações laboratoriais do foneutrismo são semelhantes ao do escorpionismo, notadamente aquelas decorrentes de comprometimento cardiovascular.
ACIDENTES POR LONOMIA E OUTRAS LAGARTAS (ERUCISMO)
Diagnóstico
Independentemente do gênero ou família do lepidóptero causador do acidente, o quadro local é indistinguível e se caracteriza por dor imediata em queimação, irradiada para o membro, com área de eritema e edema na região do contato; eventualmente, podem-se evidenciar lesões puntiformes eritematosas nos pontos de inoculação das cerdas. Adenomegalia regional dolorosa é comumente referida. Embora rara, pode haver evolução com bolhas e necrose cutânea superficial. Os sintomas normalmente regridem em 24 horas, sem maiores complicações.
O diagnóstico de envenenamento por Lonomia é feito através da identificação do agente ou pela presença de quadro hemorrágico e/ou alteração da coagulação sanguínea, em paciente com história prévia de contato com lagartas. Na ausência de síndrome hemorrágica, a observação médica deve ser mantida por 24 horas, para o diagnóstico final, considerando a possibilidade de tratar-se de contato com outro lepidóptero ou acidente com Lonomia sem repercussão sis têmica.
 
Diagnóstico Laboratorial
Cerca de 50% dos pacientes acidentados por Lonomia apresentam distúrbio na coagulação sanguínea, com ou sem sangramentos. O tempo de coagulação auxilia no diagnóstico de acidente por Lonomia e deve ser realizado para orientar a soroterapia nos casos em que não há manifestações hemorrágicas evidentes.
TRATAMENTO
Soroterapia é o tratamento indicado para a picada de grande parte dos animais peçonhentos, senão todos. Esse método consiste na aplicação de um soro formado por um concentrado de anticorpos (células que cumprem o papel de defesa do organismo) no paciente, com o objetivo de combater um agente tóxico específico como venenos ou toxinas.
Com base em estudos científicos, para cada tipo de veneno existe um soro específico, preparado com a mesma toxina do animal peçonhento que causou o acidente.
Alguns soros ou tratamentos específicos
Cobras-Acidente Botrópico(Jararaca)
Tratamento geral: Medidas gerais devem ser tomadas como:
 a) Manter elevado e estendidoo segmento picado;
 b) Emprego de analgésicos para alívio da dor;
 c) Hidratação: manter o paciente hidratado, com diurese entre 30 a 40 ml/hora no adulto, e 1 a 2 ml/kg/hora na criança;
d) Antibioticoterapia: o uso de antibióticos deverá ser indicado quando houver evidência de infecção. As bactérias isoladas de material proveniente de lesões são principalmente Morganella morganii, Escherichia coli, Providentia sp e Streptococo do grupo D, geralmente sensíveis ao cloranfenicol. Dependendo da evolução clínica, poderá ser indicada a associação de clindamicina com aminoglicosídeo.
Tratamento específico:
Consiste na administração, o mais precocemente possível, do soro antibotrópico (SAB) por via intravenosa e, na falta deste, das associações antibotrópico-crotálica (SABC) ou antibotrópicolaquética (SABL). Se o TC permanecer alterado 24 horas após a soroterapia, está indicada dose adicional de duas ampolas de antiveneno
Crotálico (Cascavel)
Tratamento Específico 
É o soro anticrotálico (SAC) que deve ser administrado intravenosamente. A dose varia de acordo com a gravidade do caso, devendo-se ressaltar que a quantidade a ser ministrada à criança é a mesma do adulto. Poderá ser utilizado o soro antibotrópico-crotálico (SABC).
Tratamento Geral
 	A hidratação adequada é de fundamental importância na prevenção da IRA e será satisfatória se o paciente mantiver o fluxo urinário de 1 ml a 2 ml/kg/hora na criança e 30 a 40 ml/hora no adulto.
 	A diurese osmótica pode ser induzida com o emprego de solução de manitol a 20% (5 ml/kg na criança e 100 ml no adulto). Caso persista a oligúria, indica-se o uso de diuréticos de alça tipo furosemida por via intravenosa (1 mg/kg/ dose na criança e 40mg/dose no adulto). O pH urinário deve ser mantido acima de 6,5 pois a urina ácida potencia a precipitação intratubular de mioglobina. Assim, a alcalinação da urina deve ser feita pela administração parenteral de bicarbonato de sódio, monitorizada por controle gasométrico
Laquético (Surucucu)
 Tratamento Específico 
É feito com soro antilaquético (SAL), ou antibotrópico-laquético (SABL) deve ser utilizado por via intravenosa. Nos casos de acidente laquético comprovado e na falta dos soros específicos, o tratamento deve ser realizado com soro antibotrópico, apesar deste não neutralizar de maneira eficaz a ação coagulante do veneno laquético. 
O tratamento geral é o mesmo que do acidente botrópico.
Elapídico (Coral)
 Todos os casos de acidente por coral com manifestações clínicas devem ser considerados como potencialmente graves. Sendo o tratamento específico: administração do soro antielapídico (SAE) na dose de 10 ampolas, pela via intravenosa, segundo especificações.
Tratamento geral 
Nos casos com manifestações clínicas de insuficiência respiratória, é fundamental manter o paciente adequadamente ventilado, seja por máscara e AMBU, intubação traqueal e AMBU ou até mesmo por ventilação mecânica.
Em casos de insuficiência respiratória aguda é feita terapia medicamentosa com neostigmina ou atropina.
Araneísmo
Phoneutria (Aranha Armadeira)
 Apresentando dor imediata, inchaço local, formigamento, sudorese no local da picada combate-se a dor com analgésicos e observação rigorosa de sintomas.
a) Sintomático: a dor local deve ser tratada com infiltração anestésica local ou troncular à base de lidocaína a 2% sem vasoconstritor (3 ml - 4 ml em adultos e de 1 ml - 2 ml em crianças). Havendo recorrência da dor, pode ser necessário aplicar nova infiltração, em geral em intervalos de 60 a 90 minutos. Caso sejam necessárias mais de duas infiltrações, e desde que não existam sintomas de depressão do sistema nervoso central, recomenda-se o uso cuidadoso da meperidina (Dolantina), nas seguintes doses: crianças - 1,0 mg/kg via intramuscular e adultos 50 mg -100 mg via intramuscular. A dor local pode também ser tratada com um analgésico sistêmico, tipo dipirona. Outro procedimento auxiliar, útil no controle da dor, é a imersão do local em água morna ou o uso de compressas quentes.
Com o surgimento de vômitos, aumento da pressão arterial, dificuldade respiratória, tremores, espasmos musculares, caracterizando acidente grave há necessidade de internação hospitalar e soroterapia com antiaracnídico.
b) Específico: a soroterapia tem sido formalmente indicada nos casos com manifestações sistêmicas em crianças e em todos os acidentes graves. Nestas situações, o paciente deve ser internado para melhor controle dos dados vitais, parâmetros hemodinâmicos e tratamento de suporte das complicações associadas. 
Loxosceles(Aranha Marrom)
 Na hora da picada a dor é fraca e despercebida, após 12 a 24 horas, dor local com inchaço, naúseas, mal estar geral, manchas, bolhas e até necrose local. Nos casos graves, a urina fica cor de coca-cola. Orienta-se procurar atendimento médico para avaliação e o tratamento é feito com soro antiaracnídico. O tratamento pode ser geral ou específico, dependendo da gravidade. O manual do ministério da saúde estabelece:
	Classificação 
	Manifestações Clínicas
	Tratamento
	Leve
	-Loxosceles identificada como agente causador do acidente
-Lesão característica
 -Sem comprometimento do estado geral
-Sem alterações laboratoriais
	-Sintomático.
 Acompanhamento até 72 horas após a picada*
	Moderado
	- Com ou sem identificação da Loxosceles no momento da picada
-Lesão sugestiva ou característica
-Alterações sistêmicas (rash cutâneo, petéquias)
-Sem alterações laboratoriais sugestivas de hemólise
	- Soroterapia:
cinco ampolas de SAAr** IV e/ ou
- Prednisona:
 adultos 40 mg/dia
crianças 1 mg/kg/dia durante cinco dias
	Grave
	-Lesão característica
-Alteraçãoo no estado geral: anemia aguda, icterícia
-Evoluçãoo rápida
-Alterações laboratoriais indicativas de hemólise
	- Soroterapia:
 dez ampolas de SAAr IV e
- Prednisona:
adultos 40 mg/dia
crianças 1 mg/kg/dia
durante cinco dias
* Pode haver mudança de classificação durante esse período.
** SAAr = Soro antiaracnidico.
Mygalomorphae (Caranguejeira)
 O soro antiofídico não é específico, utiliza-se analgésicos para tratamento da dor. Os acidentes são destituídos de importância médica, sendo conhecida a irritação ocasionada na pele e mucosas por causa dos pêlos urticantes que algumas espécies liberam como forma de defesa.
Escorpião
 Em casos de sintomas como dor e formigamento o tratamento é feito com analgésico ou bloqueios anestésicos locais, além de observação do surgimento de outros sintomas por, no mínimo, 6 a 12 horas, principalmente em crianças menores de 7 anos e idosos. O tratamento encaixa-se em sintomático que consiste no alívio da dor por infiltração de lidocaína a 2% sem vasoconstritor (1 ml a 2 ml para crianças; 3 ml a 4 ml para adultos) no local da picada ou uso de dipirona na dose de 10 mg/kg de peso a cada seis horas. Os distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos devem ser tratados de acordo com as medidas apropriadas a cada caso.
Se aparecerem sintomas tais quais: Náuseas ou vômito; Suor excessivo; Agitação; Tremores; Salivação; Aumento da freqüência cardíaca (taquicardia) e da pressão arterial; Considerados sinais de gravidade o tratamento utilizado é o soro específico chamado Antiescorpiónico tendo como objetivo neutralizar o veneno circulante. A dor local e os vômitos melhoram rapidamente após a administração da soroterapia específica. A sintomatologia cardiovascular não regride prontamente após a administração do antiveneno específico. Entretanto, teoricamente, a administração do antiveneno específico pode impedir o agravamento das manifestações clínicas pela presença de títulos elevados de anticorpos circulantes capazes de neutralizar a toxina que está sendo absorvida a partir do local da picada. A administração do SAEEs é segura, sendo pequena a freqüência e a gravidade das reações de hipersensibilidade precoce. A liberação de adrenalina pelo veneno escorpiônico parece proteger os pacientes com manifestações adrenérgicas contra o aparecimento destas reações.
Os pacientescom manifestações sistêmicas, especialmente crianças (casos moderados e graves), devem ser mantidos em regime de observação continuada das funções vitais, objetivando o diagnóstico e tratamento precoces das complicações.
Acidentes com abelhas
1. Remoção dos ferrões: Nos acidentes causados por enxame, a retirada dos ferrões da pele deverá ser feita por raspagem com lâmina;
2. Dor: Quando necessária, a analgesia poderá ser feita pela Dipirona, via parenteral - 1 (uma) ampola (500 mg) em adultos e até 10 mg/kg peso - dose em crianças.
3. Reações Alérgicas: O tratamento de escolha para as reações anafiláticas é a administração subcutânea de solução aquosa de adrenalina 1:1000.
Os glicocorticóides e anti-histamínicos não controlam as reações graves (urticária gigante, edema de glote, broncoespasmo e choque), mas podem reduzir a duração e intensidade dessas manifestações. São indicados rotineiramente para uso intravenoso (IV) o succinato sódico de hidrocortisona, na dose de 500 mg a 1000 mg ou succinato sódico de metilprednisolona, na dose de 50 mg, podendo ser repetidos a cada 12 horas, em adultos, e 4 mg/kg de peso de hidrocortisona a cada seis horas nas crianças.
Para o alívio de reações alérgicas tegumentares, indica-se uso tópico de corticóides e uso de anti-histamínicos.
 Manifestações respiratórias asmatiformes, causadas por bronco-espasmo podem ser controladas com oxigênio nasal, inalações e broncodilatadores tipo β2 adrenérgico (fenoterol ou salbutamol) ou com o uso de aminofilina por via IV.
4. Medidas gerais de suporte: Manutenção das condições do equilíbrio ácido-básico e assistência respiratória, se necessário. 
Vigiar o balanço hidroeletrolítico e a diurese, mantendo volume de 30 a 40 ml/hora no adulto e 1 a 2 ml/kg/hora na criança, inclusive usando diuréticos, quando preciso.
5. Complicações como o choque anafilático, a insuficiência respiratória e a insuficiência renal aguda devem ser abordados de maneira rápida e vigorosa, pois ainda não está disponível, para uso humano, o soro antiveneno de abelha, não havendo maneira de neutralizar o veneno que foi inoculado e que se encontra na circulação sangüínea. Métodos dialíticos e de plasmoferese devem ser instituídos em casos de Síndrome de Envenenamento. Pacientes vítimas de enxames devem ser mantidos em Unidades de Terapia Intensiva, em razão da alta mortalidade observada.
Picada de Lagarta ou Taturana:
Tratamento é a lavagem da região com água corrente e compressas frias, antihistamínico oral, creme de corticóide local e analgésicos, se necessário. Soro Anilonomia.
Picada de Lacraia
Para o tratamento deve-se aplicar compressas quentes no local. Pode-se fazer uso de analgésicos e anestésicos sem adrenalina no local.
Cuidados de Enfermagem
Escorpião 
Monitorar sinais vitais
Administrar oxigênio
Controlar a diurese
Realizar curativo no local da picada
Manter o paciente em repouso
Administrar medicamento, conforme prescrição
Lagarta
Lavar a região com água fria
Elevar membro acometido
Administrar medicamento conforme prescrição 
Realizar compressas mornas
Abelha
Limpar local afetado
Elevar membro acometido
Verificar sinais vitais
Puncionar um acesso
Remover o ferrão raspando com lâmina
Não utilizar pinças
Aplicar compressas mornas para diminuir as propriedades do veneno
Administrar medicamentos, conforme prescrição
Monitorar paciente. 
Cobras 
Proporcionar um ambiente terapêutico
Avaliar a intensidade e frequência da dor
Manter o membro numa posição confortável 
Oferecer apoio e compreensão 
Aplicar compressas mornas
Administrar analgésicos, conforme prescrição
Aranhas
Limpar o local da picada
Aferir sinais vitais
Administrar medicamentos, conforme prescrição
Monitorar o paciente
Realizar o exame físico direcionado
Avaliar a intensidade e frequência da dor
Se houver alergia, usar anti-histamínico e corticoides prescritos 
REFERÊNCIAS
http://animais-peconhentos.info/sintomas-de-picada.html, acesso em 20/05/2017
http://animais-peconhentos.info/tratamento-de-picada.html, acesso em 22/05/2017.
http://www.ccs.saude.gov.br/visa/publicacoes/arquivos/lagartas.pdf, acesso em 23/05/2017
http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/peconhento.htm, acesso em 22/05/2017.
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