Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
5HYLVW � G � 3VLFRORJL � G � 8Q&� YR ��� �� Q � �� S � ����� ZZZ�QHDG�XQFQHW�EU�UHYLVWD�SVLFRORJLD O Significado do Trabalho para o Adulto Jovem no Mundo do Provisório Carmem Regina Poli Sayão Lobato1 Resumo O presente artigo tem por objetivos efetuar uma análise crítica do significado do trabalho para adultos jovens, convencionalmente configurados na faixa etária ente 22 e 35 anos, bem como refletir sobre o papel do trabalho na constituição da identidade humana. Inicialmente, faz-se uma análise do contexto histórico evolutivo do trabalho, conceituando-o ao longo da história da humanidade. Após, alguns comentários são tecidos sobre o atual cenário do mundo do trabalho, o significado que ele tem na vida das pessoas e, no final, é discutido este significado para os adultos jovens. Palavras-chave: trabalho; adulto jovem; significados; identidade pessoal. Meaning of Job for Young Adults in a Provisory World Abstract The present article has aims carry out a critical analysis of the meaning of the work for young adults, conventionally organized in an age group among 22 and 35 years old, and also reflects about the role of the work in the construction of the human identity. Firstly, an analysis of the evolutive historical context of the work is done, setting it in the humanity history line. Later, some comments are built about the present scenery of the world work, the meaning which it has in people’s lives, and in the end, this meaning is discussed for the young learners. Keywords: young adults; meanings; personal identity. 1 Psicóloga, Mestre em Psicologia do Desenvolvimento. Professora da Universidade de Passo Fundo. E-mail: carmeml@annex.com.br Seria correto afirmar que o trabalho nos confere uma identidade, à medida em que somos o que fazemos? Ciampa (1999, p. 10) afirma que “é pelo agir, pelo fazer, que alguém se torna algo: ao pecar, pecador; ao desobedecer, desobediente; ao trabalhar, trabalhador”. Se concordarmos com a frase acima, estaríamos acordando que é pelo trabalho que se efetua a mediação entre o indivíduo e a sociedade. Não podemos deixar de pensar nas pessoas como sujeitos que existem dentro de determinadas relações sociais, não sendo possível compreendê-los abstratamente, no vácuo, nem essas relações, sem os participantes que as compõem. De acordo com Krawulski (1998), desde que o homem passou a dominar formas elementares da execução de atividades, como a caça, a pesca ou mesmo rudimentos da agricultura, o trabalho ocupa um inegável espaço na existência humana. Ao se analisar a questão do significado do trabalho, deve-se enfatizar seu papel no provimento da subsistência e no preenchimento de necessidades psicológicas de cada pessoa. Mas, o que é trabalho? r O Significado do Trabalho para o Adulto Jovem no Mundo do Provisório 5HYLVW � G � 3VLFRORJL � G � 8Q&� YR � �� Q �� S ����� ZZZ�QHDG�XQFQHW�EU�UHYLVWD�SVLFRORJLD 45 Muitos tentaram defini-lo e analisando-o numa acepção mais ampla, ele pode ser concebido como o exercício da atividade humana, quaisquer que sejam as formas sob as quais esta atividade é exercida. De uma maneira ampla, o trabalho pode ser compreendido como todo esforço humano, que intervém em seu ambiente com certa finalidade (Zanelli & Silva, 1996). Por ser o trabalho um aspecto de inegável importância na vida das pessoas que, em sua grande maioria, ingressam em seu universo quando ainda muito jovens, objetivou-se, com este estudo, ampliar a discussão sobre o significado do trabalho na vida dos jovens, tendo com base para a escolha, um mundo gerado no provisório. O trabalho como uma atividade social A orientação de um indivíduo para o trabalho não faz parte de sua dotação genética; as atitudes em relação ao trabalho e a maior parte do comportamento em situação de trabalho são social e culturalmente determinados. As pessoas são gradualmente instruídas quanto ao que podem esperar e querer do trabalho por várias agências de socialização, entre elas a família, a escola, a comunidade local e a mídia. Na sociedade atual, mesmo as pessoas que realizam uma atividade aparentemente independente (por exemplo, uma costureira) dependem de outros para executarem seu trabalho. Ela depende de quem lhe vende a linha e o tecido; dos que anteriormente, produziram estes bens, dos que os transportaram, etc. Portanto, o trabalho produz a vida social e, ao mesmo tempo, é por ela determinado. Assim, querendo ou não, os homens, para transformarem a natureza em seu benefício, constituíram, ao mesmo tempo, formas de relacionamento com outros homens. Esta primeira determinação mostra que os homens estabelecem entre si, para poderem trabalhar, relações que podem ser chamadas de relações de produção. Essas relações, segundo Ferreti (1988), são constituídas pelas relações que se estabelecem entre os homens em uma dada sociedade, no processo de produção das condições materiais e espirituais de sua existência. Isto é, a ação que modifica a natureza não se limita a produzir bens materiais, mas também à produção de condições que permitam aos homens viverem, relacionando-se entre si e com a natureza. Mas, o animal também trabalha para suprir suas necessidades! O que diferencia, então, o trabalho humano e o trabalho animal? O animal executa atividades instintivas, enquanto o homem é capaz de planejar sua ação antes de executá-la. Toda a evolução do homem se deve a este processo contínuo de mútua determinação: o homem modifica o mundo externo e, ao fazê-lo, modifica sua própria natureza. O ser humano, diferentemente de outros animais, para existir, precisa estar constantemente construindo sua existência, e isso acontece à medida que esta construção satisfaz suas necessidades. Nesse contexto é que se insere o trabalho (Bianchetti, 1996). Como o homem é aquilo que faz, devemos falar de homens concretos, que se realizam enquanto participantes, na medida em que são capazes de construir e realizar projetos pessoais de vida, que permitam uma relação humana com o mundo objetivo, mediada pelas relações de trabalho. Entretanto, não podemos falar de trabalho sem falar das relações de trabalho dentro do modelo capitalista de produção, isto é, uma forma alienante de relação. Nestas relações, o trabalhador é obrigado a vender sua força de trabalho, transformando-se, da mesma forma que o produto do seu trabalho, em mercadoria. Segundo Codo, Sampaio & Hitomi (1995), temos aí o processo de alienação, pelo qual se retira do trabalhador o produto de seu trabalho. E homem alienado é um homem desprovido de si mesmo, pois faz com que perca sua própria identidade. Dejours (1992) tem desenvolvido expressivos estudos sobre a psicopatologia do trabalho, investigando o impacto da organização do trabalho sobre a saúde mental. A falta de significado e a impossibilidade de identificação com o trabalho canalizam as perspectivas de identificação do trabalhador para a vida privada. Assim, perdemos o sujeito coletivo dado pela mediação do trabalho, quando ele retorna à individualidade. Prado Filho (1993) aponta que esta perda do significado do trabalho não se restringe a O Significado do Trabalho para o Adulto Jovem no Mundo do Provisório 5HYLVW � G � 3VLFRORJL � G � 8Q& YR ��� � Q � � S � ����� ZZZ�QHDG�XQFQHW�EU�UHYLVWD�SVLFRORJLD 46 determinadas ocupações, mas atinge todas as atividades profissionais. Isso ocorre em razão da modernização, que visa a produtividade e o lucro, em detrimento do bem-estar da maioria da população. Aspectos históricos do trabalho Para compreendermos como o homem concebe um significado ao trabalho, faz-se necessário, primeiramente, entendê-lo em seu contexto histórico. Como esforço individual e coletivo empreendido na consecução de um fim, o trabalho é uma atividade tão antiga quanto o próprio homem.Segundo Oliveira (1999), os primeiros vestígios do que hoje é definido como trabalho podem ser encontrados ainda na pré-história, em formas primitivas de economia. Na época, o trabalho baseava-se na coleta, para garantir a reprodução biológica da espécie humana. A caça, a pesca e o pastoreio possibilitaram sua evolução, em razão do homem fabricar instrumentos de trabalho. O trabalho como condição humana permaneceu até hoje, só tendo se modificado as formas de executá-lo. Conforme explica Bianchetti (1996), em sua etimologia, a palavra trabalho origina-se do termo latino tripallium, que significa instrumento de tortura. Ou, conforme o dicionário: trabalhar, tripaliare, que significa martirizar com o tripallium. Se fôssemos levar em conta as manifestações negativas e preconceituosas da maioria das pessoas em relação ao trabalho, teríamos que concluir de que este ainda guarda, na atualidade, o mesmo sentido de tripallium. No entanto, é preciso procurar entender o porquê de assim encará-lo já que, contraditoriamente, é inegável a importância do papel desempenhado pelo trabalho na vida dos homens. Na antigüidade, o trabalho caracterizou-se pela produção agrícola, ligado à propriedade de terras. Os gregos distinguiam entre o esforço do trabalho na terra, o artesanato e as discussões filosóficas sobre a existência humana. O trabalho na terra possuía valor e prestígio, pois estabelecia um elo com as divindades que regiam a fertilidade da terra. Entre os artesãos, de modo semelhante, a divisão do trabalho existia de acordo com a qualidade do produto e pela diversidade dos dons, não visando à produtividade (Krawulski, 1998). Na Idade Média o trabalho modificou-se e, após uma longa persistência da agricultura como atividade básica, teve início uma diversificação do trabalho, com o surgimento do comércio e da pecuária. O artesanato fortaleceu-se e as cidades novamente floresceram, gerando novas demandas de trabalho e formação de riquezas, num cenário que levaria a um novo contexto de relações de trabalho. O trabalho cabia aos servos, que sustentavam os senhores feudais, donos da terra e do poder, sendo compreendido com castigo e sofrimento (Lassance & Sparta, 2003). Essa noção de trabalho perdurou até o início do século XV, sofrendo transformações sociais, culturais, científicas e econômicas, com o advento da Era moderna e da instalação das relações capitalista de produção (Whitaker, 1997). De acordo com Krawulski (1998), à medida que os servos se emanciparam, organizaram o trabalho urbano, como sapateiros, padeiros, tecelões, etc., agrupando estas especialidades nas corporações de ofício. Os comerciantes e os mercadores também se organizaram em corporações, com o objetivo de controlar o mercado. Assim, conforme afirma Oliveira (1999), o feudalismo foi a última etapa no processo histórico das formações pré-capitalistas. Nesse período, persistiram formas de coerção, sob relações de servidão e dominação. Os servos possuíam uma relação de dependência de seus senhores: em troca da terra para morar e cultivar, eram obrigados a realizar uma determinada quantidade de trabalho para o senhor da terra, não sendo mais livres para dispor de sua força de trabalho. Começa aí a relação com o trabalho não mais como fator de satisfação, mas como algo penoso e cansativo. A partir do séc. XVI instalou-se a era capitalista, cujos principais requisitos históricos foram a produção de mercadorias e sua circulação intensificada através do comércio. A partir do sec. XVII o trabalhador passou a ter nome e cidadania, pois o labor, a forma de trabalho emergente, libertou-o do tripallium e o colocou num mercado de trabalho no qual pode dispor de sua força e O Significado do Trabalho para o Adulto Jovem no Mundo do Provisório 5HYLVW � G � 3VLFRORJL � G � 8Q&� YR ��� �� Q � �� S � ����� ZZZ�QHDG�XQFQHW�EU�UHYLVWD�SVLFRORJLD 47 comercializá-la com o capitalista, em troca de um salário. Fromm (in Krawulski, 1998) assinala que, em paralelo às mudanças nas formas de trabalho, ocorriam mudanças significativas na atmosfera psicológica, decorrentes da evolução econômica do capitalismo. O trabalho foi se tornando o valor supremo e o desejo de riqueza e sucesso tornou-se um dever. O papel cada vez maior do capital, do mercado de trabalho e da competição alterou a vida pessoal de todos, trazendo insegurança, isolamento e ansiedade. Lassance & Sparta (2003) assinalam que duas classes sociais emergiram neste novo cenário: a burguesia, detentora dos meios de produção industrial, rica e ávida de consumo; e o proletariado, mão-de-obra necessária para a produção de bens e serviços. Na Europa se sedimentou, entre os séculos XVIII e XIX, o processo de oposição entre trabalho e lazer, e a separação das esferas doméstica e pública da vida social. Ao mesmo tempo, ocorreu a diferenciação entre trabalho livre e trabalho assalariado, sendo o trabalho assalariado desempenhado na e para a produção. Isto tornou-se um importante referencial para o desenvolvimento emocional, ético e cognitivo do indivíduo, ao longo de seu processo de socialização e, igualmente, para o seu reconhecimento social, com atribuição de prestígio dentro e fora dos grupos. O desemprego tornou-se fonte de tensão psicossocial, tanto do ponto de vista individual como comunitário. De acordo com Lisboa (2002), no início do século XX, Henry Ford introduz em sua fábrica um modelo de produção e de gestão de pessoas baseado em um sistema de inovações técnicas e organizacionais, tendo como objetivos a produção e o consumo em massa, mais conhecida como produção em série. Taylor, por sua vez, deu início à chamada “Administração Científica do Trabalho”, baseando-se em três princípios: dissociação do processo de trabalho das qualificações dos trabalhadores; separação da concepção da execução do trabalho e uso do monopólio do conhecimento para controlar os passos do processo de trabalho e seu modo de execução. As duas formas produtivas e administrativas introduzidas por Ford e Taylor, enquanto relações de trabalho, apregoavam a fragmentação do trabalho, uma relação de desigualdade e possibilidade de exclusão dos indivíduos do sistema produtivo e, consequentemente, da sociedade constituída, reforçando a dicotomia entre trabalho e prazer. É somente na chamada Terceira Revolução Industrial, nas primeiras décadas do séc. XX, que ocorre a ruptura do paradigma industrial e tecnológico, pelo advento da microeletrônica, pelo avanço das telecomunicações e pelo incremento da automação (Lassance & Sparta, 2003). Como representante destes novos tempos e paradigmas temos o toyotismo (Fábrica Toyota, no Japão), que expressa a expansão do capitalismo monopolista japonês após 1945, onde o capital explora a dimensão cognitiva da classe trabalhadora, para que a empresa possa ser mais competitiva no mercado. Essas novas condições criadas pelo padrão tecnológico e produtivo têm trazido, em seu âmago, a redução do emprego, a ampliação do desemprego, a intensificação do trabalho e o surgimento de novas formas de trabalho, com mudanças na forma e no conteúdo da contratação, com redução do poder dos sindicatos. Esta é, segundo Antunes (2001), a nova forma do capital se apropriar do fazer intelectual do trabalho. Sobre o atual cenário do mundo do trabalho Vivemos, na última década do século XX, problemas relativos às mudanças no mundo do trabalho, que se refletiram em nosso país de forma grave. Muitos economistas admitem que esses problemas são oriundos de décadas anteriores, principalmente a de 80, denominada por alguns como “a década perdida” (Lisboa, 2002). Segundo Mattoso (in Lisboa, 2002), na década de 90 ocorreu no Brasil um redução de postos de trabalho formal de 3,3 milhões de empregos. Foi também um tempo em que 2/3 da população economicamente ativa estava alocada no trabalho formal, e 1/3 já pertencia ao trabalho informal,precarizado. Paralelamente a isso, sabemos que 1 milhão e meio de jovens potencialmente ingressam no mercado de trabalho anualmente, o que, em uma década, implica 15 milhões de novos postos de trabalho que deveriam estar disponíveis. Havendo esta redução dos postos de trabalho, onde se colocarão este jovens? Mais desempregados ou subempregados passam a somar- O Significado do Trabalho para o Adulto Jovem no Mundo do Provisório 5HYLVW � G � 3VLFRORJL � G � 8Q&� YR ��� �� Q � �� S � ����� ZZZ�QHDG�XQFQHW�EU�UHYLVWD�SVLFRORJLD 48 se às fileiras dos já existentes. Acompanhando o que ocorre na região metropolitana brasileira, ocupada por 75% do total da população, sendo que 60% desta está radicada nos grandes centros urbanos, percebe-se que, a cada cinco trabalhadores, um está desempregado, dois estão na informalidade e dois no emprego formal. Segundo Antunes (2001), temos no Brasil, uma população economicamente ativa de 78 milhões de pessoas, dos quais 54 milhões estão no mercado informal. Transpondo estes dados para o mundo, de cerca de 4 bilhões de pessoas economicamente produtivas, um contingente de 1 bilhão e 200 milhões de trabalhadores estão em condições precárias ou desempregados. E aqui cabem duas perguntas: 1) Como, em uma sociedade economicamente constituída com base no trabalho como única fonte de subsistência, este pode, em um curto período de tempo, ser concebido como supérfluo? 2) Que significado pode-se dar ao trabalho, posto que agora se configura como sofrimento para nele se manter ou para obter um? O significado do trabalho Em decorrência da Revolução Industrial alteraram- se o conceito, a natureza e, principalmente, as formas de organização do trabalho. A partir daí, de acordo com Krawulski (1998), ocorreram profundas transformações que culminaram com o trabalho configurado como atividade desenvolvida predominantemente de forma institucionalizada, mediante pagamento de salários e voltada à produtividade e obtenção de lucros, agora sob o patrocínio da economia de mercado. Apesar da valorização e do status atribuídos ao trabalho, quando ele se voltou à geração de riquezas, à produtividade, ao consumo e à abundância, foi se esvaziando gradativamente e perdendo seu significado. Deixou de ser uma atividade de realização individual e que satisfaz, para transformar-se em mercadoria no mercado universal criado pelo capitalismo vigente. Passou a ser, assim, um processo intensivo de desgaste físico-moral, que levou os trabalhadores à perda de sua independência e à necessidade de produzir fora de casa, sob rigorosa supervisão, já que não possuíam a matéria-prima e os instrumentos de trabalho. Ramos (in Krawulski, 1998) assinala que, enquanto nos contextos pré-industriais as pessoas produziam e tinham ocupações sem serem, necessariamente, empregados, na sociedade atual, o emprego serve como critério de significado social do indivíduo – o emprego que temos diz quem somos. Com a superioridade da economia, o trabalho deixou de ser o legitimador social e, ao confundir-se com o conceito de emprego, passou a significar a detenção de um status social, em função do que se faz ou do que não se faz (ócio). Ocorreu e persiste a interiorização, pelos indivíduos, do conceito burguês de trabalho. Em conseqüência disso, perdeu-se sua compreensão como uma relação social básica na definição do modo humano de existência. Podemos pensar num conceito ideológico de trabalho, construído dentro de uma perspectiva moralizante e utilitarista, resultando no entendimento das relações capitalistas de trabalho como naturais e necessárias, às quais o indivíduo deve se conformar (Krawulski, 1998). Sabe-se que além de atender a necessidades de ordem objetiva, o trabalho humano possui um caráter subjetivo, pois desempenha um papel decisivo como unidade produtora e estruturadora da identidade social. Codo, Sampaio & Hitomi (1995, p. 317) destacam que não apenas o modo como o trabalho é executado (a atividade em si), mas também o quê resulta deste trabalho (o produto) são importantes na construção da identidade humana e ambos os fatores dizem respeito à questão de seu significado e da satisfação obtida por seu intermédio. Segundo eles, “nossa construção como indivíduos e como elementos sociais, através do trabalho, mostra-se particularmente clara na moderna sociedade industrial e liberal. Ser médico, secretária, psicólogo, professor, comerciante, motorista de ônibus ou bancário faz parte indissolúvel de nossa identidade social”. Dentro desta concepção, esses autores apresentam o conceito de “trabalho vazio” , definido como aquele onde há dificuldade ou impossibilidade de construção desta identidade social, motivadas pela ausência do produto do trabalho. Krawulski (1998) O Significado do Trabalho para o Adulto Jovem no Mundo do Provisório 5HYLVW � G ff 3VLFRORJL � G � 8Q&fi YR fl�ffi �fi Q ffi �fi S ffi ����� ZZZ�QHDG�XQFQHW�EU�UHYLVWD�SVLFRORJLD 49 aponta a perda do sentido do trabalho, diretamente ligada à crescente divisão e fragmentação de tarefas. Como conseqüência, as teorias motivacionais têm se transformado em substitutos na busca do sentido do trabalho. Podemos questionar em que medida a família ou o lazer poderiam ocupar papel equivalente ao trabalho na estruturação e funcionamento da vida pessoal. O que se constata é que essas instâncias também cumprem seu papel; entretanto, não podemos desconsiderar que, embora gozando de autonomia relativa, acabam sendo mediadas pela organização produtiva, devolvendo ao trabalho sua função preponderante. Schumacher (in Krawulski, 1998) aventa a perspectiva de término de uma era, pelo fato das pessoas não mais estarem dispostas a realizar um trabalho monótono e repetitivo por uma remuneração baixa, e ingresso em outra, com a humanização do trabalho e o conseqüente envolvimento pessoal. Para tanto, deverá ser revista a concepção utilitária de trabalho, que o enxerga como uma necessidade desagradável. Essa profunda modificação na concepção do trabalho será capaz de gerar mudanças nos seus modos de organização e na sua finalidade, resgatando os aspectos prazeroso e humano que o trabalho um dia comportou. O significado do trabalho para o adulto jovem Em primeiro lugar, convém caracterizarmos este indivíduo: convencionou-se determinar como adulto jovem as pessoas que estão na faixa etária entre 22 e 35 anos. Alguns autores consideram mais conveniente colocá-lo como pertencendo à faixa dos que estão saindo da adolescência, isto é, acabam de ingressar no mercado de trabalho, e aqueles que já estão no período de consolidação de uma posição social alcançada (Super & Bohn Jr., 1980). Emocionalmente falando, adulto jovem é aquele que consegue estabelecer relacionamentos pessoais íntimos e duradouros, em contraposição com situações de isolamento (Mussen, Conger, Kagan & Huston, 1995). Extrapolando esta definição, poderíamos supor que isto inclui a capacidade de estabelecer um relacionamento íntimo também com o trabalho que se escolheu. E aqui fazemos, novamente, a ligação da identidade pessoal com a profissional, o que nos remete, invariavelmente, ao mundo do trabalho. E é pertinente lembrar que estabelecer um relacionamento íntimo com pessoas e/ou situações não confere maturidade à ninguém e esta não está ligada, necessariamente, à idade cronológica. Continuaremos a ver perambulando por aí adultos adolescentes e adolescentes adultos! De acordo com Osipow (1986), para a maioria das pessoas, jovens ou idosos, a identidade profissional forma uma parte importante de sua identidade geral. Ter um trabalho valorizado pela sociedade – e ter sucesso nele – aumenta a auto-estima e facilita o desenvolvimento de um senso de identidade cada vez mais seguro e estável. Por outro lado, quando a sociedade ( e o mercado de trabalho) aponta que alguém não é necessário e que não há disponibilidade de boascolocações (uma mensagem que está sendo dada, atualmente, a grandes números de jovens), pode gerar dúvidas, incertezas, ressentimentos e perda da auto-estima. Aumenta a probabilidade de confusão de identidade ou mesmo, como em alguns casos de delinqüência ou abandono, ocorre a cristalização de uma identidade negativa. É conveniente, ao se falar em significado do trabalho, que se retroceda um pouco no tempo, no período em que se processam as escolhas profissionais. Elas fazem parte de nossa subjetividade, compreendida como o “mundo interno” produzido ativamente pelo sujeito, a partir de suas interações com o “mundo externo”. Pensar a subjetividade como um processo de contínua produção nos tira do imobilismo de acreditar que o indivíduo é aquilo para o qual nasceu (conforme sua “vocação”) ou de acreditar que se nasce como uma folha em branco, totalmente moldada pelo social. Pois bem, a profissão de alguém, seu trabalho, faz com que as pessoas passem a participar diretamente do mundo do trabalho, deixando de ser apenas consumidoras, para ser também produtoras. Assim, defrontamo-nos com a questão da atualidade do mercado de trabalho e as implicações do ritmo contemporâneo da realidade produtiva num processo de escolha profissional. Talvez o fenômeno mais marcante que se observa em relação a essas transformações no mercado de trabalho se refira à desestruturação das profissões, enquanto espaços ocupacionais bem delimitados, com firme definição de campo de atuação e de procedimentos O Significado do Trabalho para o Adulto Jovem no Mundo do Provisório 5HYLVW � G 3VLFRORJL � G � 8Q&! YR "�# �! Q # �! S # ����� ZZZ�QHDG�XQFQHW�EU�UHYLVWD�SVLFRORJLD 50 práticos. De acordo com Prado Filho (1993), o Brasil assistiu durante os anos 70 e, especialmente, nos anos 80, a uma gradativa corrosão das bases tradicionais da maioria das profissões, com significativos reflexos no mercado de trabalho, decorrentes da introdução de novidades tecnológicas na produção. Assistimos a uma rápida sucessão de transformações nas profissões, que extinguiu umas, criou outras, revolucionou outras tantas e relegou algumas à obsolescência completa. Essas transformações não se limitam a alterações nas rotinas e procedimentos destas ocupações, mas implicam ganhos e perdas de poder e prestígio perante a sociedade, extinguindo possibilidades, ao mesmo tempo que criam novas oportunidades. Neste contexto as pessoas fazem suas escolhas e começam sua caminhada no mundo adulto. Agora se pode levantar a questão sobre quais valores e expectativas em relação ao trabalho são apresentados pelos jovens atuais – qual o significado do trabalho – para pessoas que se deparam com um mundo em constante evolução, onde a única certeza é a mudança. Apesar de não existirem estudos suficientes para afirmações, Silva & Magalhães (1996) relatam um estudo feito pela DMB & B Publicidade, que pesquisou os hábitos e projetos de adolescentes e adultos jovens em 26 países nos cinco continentes, a fim de orientar campanhas de produtos endereçados a esta população. Os jovens entrevistados pertenciam às classes A e B, aqueles que tem poder aquisitivo suficiente para o acesso às novidades de consumo e podem desfrutar desta fase de vida de início no mercado de trabalho. A pesquisa mostrou que esta geração é a primeira verdadeiramente global da história; revelou, ainda que há uma padronização, uma homogeneização de hábitos de consumo, comportamentos, atitudes e aspirações. Os jovens da aldeia global não sonham com transformações sociais e não idealizam filosofias de vida tal como faziam os jovens nos anos 60 e 70; odeiam política; não estão interessados em deflagrar movimentos de contestação (6% dos brasileiros se consideram rebeldes), pois acreditam muito pouco que o mundo pode mudar para melhor; são avessos a reflexões sobre o sentido da vida, do amor e da morte; a religiosidade está em baixa e o interesse pela leitura também. De um modo geral, são auto- confiantes (depende de mim conseguir o que quero na vida), moderadamente otimistas e ambiciosos quanto ao sucesso profissional. Por outro lado, afirmam: não é preciso ficar rico; apenas desejam uma vida confortável e segura e um trabalho que lhes dê prazer. A vida confortável inclui viagens pelo mundo, um bom carro, um bom apartamento, casa na praia, roupas e o máximo de atualização em aparelhos eletrônicos (computadores). Não resta dúvida que os valores conservadores dominam o mundo desses jovens! Como poderíamos interpretar este novo perfil de massificação na sociedade atual? O jovem identifica-se com as normas, tabus e ideários de sua geração, que já iniciou um processo particular de diferenciação da matriz geracional anterior, a geração de seus pais. Quais são, portanto, as características únicas desse processo de socialização secundária, neste momento da história da civilização? Uma característica marcante talvez seja a ausência de projetos de transformação social compartilhados. Os jovens e adultos jovens aparentam uma grande acomodação. De acordo com Silva e Magalhães (1996), esta impotência revela a impotência e a falência dos ideários e das tradições que animaram as filosofias de vida das gerações anteriores. A pulverização das tradições e a fragmentação de valores compõem a crise do desenvolvimento da comunidade contemporânea e isto se reflete no comportamento desses jovens. Curiosamente, ao lado de um bom casamento, da vida em família e de um emprego remunerado e estável, os jovens desejam uma vida cheia de desafios e intensidade. Esta intensidade talvez signifique a embriaguez do consumo, principalmente relacionado às inovações tecnológicas que trazem para dentro de casa uma infinidade de ofertas em termos de diálogos virtuais com pessoas, lugares e objetos. A globalização produz um sentimento de onipotência e onipresença, pois o sujeito participa de todos os eventos, estando virtualmente em todos os lugares. Neste sentido, resgata o egocentrismo infantil de maneira mais sofisticada – a idéia de controlar o mundo. Ora, como a criança se relaciona com seu O Significado do Trabalho para o Adulto Jovem no Mundo do Provisório 5HYLVW $ G % 3VLFRORJL $ G $ 8Q&& YR '�( �& Q ( �& S ( ����� ZZZ�QHDG�XQFQHW�EU�UHYLVWD�SVLFRORJLD 51 objeto de desejo? De uma forma egocêntrica, sendo que ele (o objeto) está ali para seu prazer imediato e não tê-lo é fonte de grande ansiedade. Assim, o jovem pode se relacionar com seu novo objeto de prazer – seu trabalho, confirmando o caráter subjetivo do significado deste. As pessoas tendem a fantasiar uma realização pessoal, enquanto cidadãos do mundo. Porém, isto não significa um comprometimento com um projeto coletivo. A escolha da profissão, portanto, torna-se uma opção de consumo e não uma tarefa de participação crítica da sociedade. O envolvimento no mundo real e a possibilidade de vinculação aos ideais de um grupo que deveria haver por parte destes jovens, são destruídas pela voracidade do tempo, pela velocidade e profundidade das mudanças, pela instabilidade e modificação constantes do mercado de trabalho e das condições de sobrevivência. As ambições de estabilidade, através da delimitação de um espaço de poder e de competência pessoal, não possuem mais sustentação nos tempos atuais. O profissional deve concentrar- se no giro das oportunidades e não em uma carreira sólida, como antigamente, devendo ser um polivalente e não um especialista. A obsolescência do conhecimento é muito rápida e quem está se repetindo nas mesmas tarefas em breve perderá seu lugar no mercado. Anuncia-se a era da empregabilidade, cujo principal mandamento é a capacidade de gerar constantemente trabalho e remuneração, e não emprego e salário como antes. Há um novo conjunto de competências e expectativas a serem cumpridas para um profissional manter sua colocação no mercado: uma boa rede de relacionamentospode significar a diferença em ter ou não um trabalho; manter atividades paralelas, ou seja, não ficar à mercê de um única fonte de renda ( o emprego fixo é uma ilusão); nunca abandonar os bancos escolares (é imprescindível falar outros idiomas); ser um pescador de oportunidades e antecipar-se em oferecer soluções para os problemas emergentes; fazer o marketing pessoal; desenvolver a capacidade de apresentar-se em público e atrair as atenções. Como será possível, no meio de tantas estratégias para se manter trabalhando e sobrevivendo, estabelecer projetos e propor-se metas a longo prazo? Contudo, o trabalho não deixou de ser um valor central na vida dos indivíduos, estruturante de sua subjetividade. Constitui ainda, o elo mais forte da corrente de intercâmbios sociais que garante aos indivíduos desde a sua sobrevivência, até sua identidade como cidadão. De acordo com Benia (2001), o risco que se apresenta com as mudanças sociais seria a existência de inúteis para o mundo e, em torno deles, de uma nebulosa de situações marcadas pela instabilidade, pela incerteza, vulnerabilidade e desesperança. Ou seja, pelo surgimento de um discurso que pode ser denominado de melancólico e que se constitui num verdadeiro sintoma social. Compreendendo o trabalho como estruturante da subjetividade humana, entende-se a dificuldade do sujeito moderno de confrontar-se com as metamorfoses do mundo atual. O significado conferido ao trabalho como um valor essencial para a vida, como fonte de identidade e meio de sobrevivência, é o que permite compreender a angústia na qual são jogadas as pessoas ao deparar- se com as mudanças no mercado de trabalho. Dado o valor que o trabalho tem na vida das pessoas, a possibilidade de fazer um luto quando surge dificuldades em encontrá-lo, nunca passa pela abolição do trabalho, mas sim por encontrar uma atividade substitutiva, o estudo, por exemplo, como um trabalho. A relação com o trabalho mudou, porque o homem e a própria concepção de trabalho mudaram. A descrença nos ideais do passado e o sentimento de impotência combinam-se com o imperativo da sobrevivência, num mercado de valores instáveis e, muitas vezes, imprevisíveis. Diante deste futuro incógnito, as pessoas se perguntam onde investir sua energia, com que propósito. Na contemporaneidade, a pretensão de autonomia e realização pessoal, relacionada ao trabalho, se distancia cada vez mais da realidade. Cada vez mais vemos pessoas com mestrado desempregadas; indivíduos com uma vasta experiência aceitando iniciar em qualquer posição nas empresas, para ter um trabalho. Jerusalinsky (1997) afirma que, assim, podemos compreender a posição melancólica em que fica o sujeito ao se considerar o único responsável por seu próprio fracasso. Mas sabemos O Significado do Trabalho para o Adulto Jovem no Mundo do Provisório 5HYLVW ) G * 3VLFRORJL ) G ) 8Q&+ YR ,�- �+ Q - �+ S - ����� ZZZ�QHDG�XQFQHW�EU�UHYLVWD�SVLFRORJLD 52 que fracasso não é sinônimo de melancolia. É a impossibilidade do sujeito contemporâneo em atingir ideais sociais, na sua maioria inatingíveis, que estabelece uma culpa imensa nele. Aceitar o fracasso, destituí-lo de sua aura de culpabilidade, dar-lhe um lugar na história de nossa vida é o grande desafio. A civilização atual precisa construir novos ideais, rever o seu projeto. Somos humanos porque somos capazes de ultrapassar o presente e percebermo-nos como atores numa história. O dilema humano decorre de sua capacidade de sentir-se sujeito e objeto na vivência de suas experiências. A consciência do indivíduo oscila entre a experimentação do sentimento de ser o construtor da sua vida ou de ser o objeto do processo sociocultural. Benia (2001) reforça a idéia de que a narrativa da vida contemporânea aparece mais como uma colagem de fragmentos, uma montagem do acidental e do improvisado do que as antigas relações estáveis e contínuas. E afirma isso referindo-se às relações de trabalho e não às relações afetivas, calcadas no “ficar” sem compromisso com o outro. As experiências de curto prazo, a flexibilidade econômica, as instituições descontínuas definem o novo mundo do trabalho. A carreira, como uma estrada bem feita, como uma trajetória profissional bem definida, se torna uma experiência pouco comum. Devemos compor, então, uma narrativa de vida que faça frente à provisoriedade. Mas uma narrativa em que o sujeito possa passar da condição de vítima passiva dos acontecimentos para uma condição mais ativa. E que as ações concretas empreendidas sejam atos responsáveis, pois num sistema que irradia indiferença e anomia, as saídas perversas se tornam comuns. A partir de uma nova ética, devemos restabelecer valores essenciais, promovendo uma reflexão crítica sobre o compromisso social do ser humano com e no trabalho. Referências Bibliográficas Antunes, R. (2001). As metamorfoses no mundo do trabalho. In A. Gomes (Org.). O trabalho no século XXI – considerações para o futuro do trabalho. São Paulo: A. Garibaldi. Benia, L. R. (2001). O provisório como modo de existência. Polígrafo de aula da disciplina de Orientação Profissional, curso de Psicologia, Porto Alegre: UFRGS. Bianchetti, L. (1996). Angústia no vestibular: indicações para pais e professores. Passo Fundo: Ediupf. Ciampa, A. C. da. (1999). Identidade. In S. T. M. Lane & W. Codo (Orgs.) Psicologia Social: o homem em movimento. (13ª. ed.) (pp. 58-75). São Paulo: Brasiliense. Codo, W., Sampaio, J. J. & Hitomi, A. (1995). Trabalho, indivíduo e sofrimento. (2ª. ed.). Petrópolis: Vozes. Dejours, C. (1992). A loucura do trabalho. (5ª. ed.). São Paulo: Cortez-Oboré. DMB&B. (abr./1995). O planeta teen. Veja, 4, 106-113. Ferreti, C. J. (1988). Uma nova proposta de orientação profissional. São Paulo: Cortez. Jerusalinsky, A.(out./1997). O declínio do valor simbólico do trabalho. Correio da APPOA, 51, 49-53. O Significado do Trabalho para o Adulto Jovem no Mundo do Provisório 5HYLVW . G / 3VLFRORJL . G . 8Q&0 YR 1�2 �0 Q 2 �0 S 2 ����� ZZZ�QHDG�XQFQHW�EU�UHYLVWD�SVLFRORJLD 53 Krawulski, I.(1998). A formação do orientador profissional e as mudanças atuais. Revista da Associação Brasileira de Orientadores Profissionais, 3(1), 77-84. Lassance, M. C. & Sparta, M. (2003). A orientação profissional e as transformações no mundo do trabalho. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 4(1/2), 13-19. Lisboa, M. D. (2002). Orientação profissional e o mundo do trabalho: reflexões sobre uma nova proposta frente a um novo cenário. In R. S Levenfus & D. H. P. Soares (Orgs.) Orientação vocacional ocupacional: novos achados teóricos, técnicos e instrumentais para a clínica, a escola e a empresa. (pp. 33-49). Porto Alegre: Artmed. Mussen, P. H., Conger, J. J., Kagan, J. & Huston, A. C. (1995). Desenvolvimento e personalidade da criança. (3ª. ed.) São Paulo: Harbra. Oliveira, I. (1999). A formação do orientador profissional e as mudanças atuais. Revista da Associação Brasileira de Orientadores Profissionais, 3(1), 77-84. Osipow, S. H. (1986). Theories of career development. New York: Applenton Century Crofts. Prado Filho, K. (1993). Escolha profissional e atualidade no mercado de trabalho. In D. H. P. S. Lucchiari (Org.). Pensando e vivendo a orientação profissional (pp. 109-116). São Paulo: Summus. Silva, L. D. da & Magalhães, M. (1996). Adolescência hoje: um projeto de vida na pós-modernidade. In E. C. S Rosiski (Org.) Rumo à universidade: um projeto de vida (pp. 54-66). Ijuí: Sedigraf. Super, D. E. & Bohn Jr., M. J. (1980). Psicologia ocupacional. São Paulo: Atlas. Zanelli, J. C. & Silva, N. (1996). Programa de preparação para aposentadoria. Florianópolis: Insular. Whitaker, D. (1997). Escolha da carreira e globalização. (11ª. ed.). São Paulo: Moderna. Recebido em: 6/10/2003 Aceito em: 1/06/2004
Compartilhar