memoriais defensivos

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS DO ESTADO DE SANTA CATARINA (SC)
PROCESSO...
					
DANIEL, já devidamente qualificado nos autos do processo em epigrafe, vem por intermédio do seu advogado que subscreve, com procuração nos autos, com fundamento no artigo 403, § 3º do CPP, apresentar. 
MEMORIAIS
Com base nos fatos e fundamentos a seguir apresentados.
I - DOS FATOS.
O acusado foi denunciado pela pratica de crime de furto simples previsto no artigo 155 do Código Penal, por ter subtraído, no dia 10 de janeiro e 2010, o automóvel do patrão da sua genitora, esta empregada domestica na residência da família Souza.
A denuncia foi oferecida pelo ministério público apenas em 18 de março de 2010, os fatos foram integralmente confirmados durante a instrução criminal, tendo o acusado, depois de interrogado, vir a confessar a autoria do fato, mas que usara o carro, sem autorização do proprietário, apenas para dar uma volta no quarteirão com sua namorada, e iria devolver logo após, mas foi impedido pelos policiais que ali chegaram. Ademais no tramite do processo o acusado respondeu em liberdade.
O parquet, nas suas alegações finais, requereu a condenação nos termos da denúncia.
 II - DAS PRELIMINARES
 Preliminarmente, se for do vosso entendimento, deve-se observar a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva estatal, o acusado foi tipificado no art.: 155 caput, do CP, assim a pena máxima neste é de quatro anos, desse modo o prazo prescricional é de oito anos, quando o crime tem pena superior a dois ano não mais que quatro. Ademais, decai para quatro anos (metade) quando o acusado é menor que 21 anos. 
III - DO DIREITO
 
Do furto de uso 
O acusado não preenche todos os elementos que configura o crime de furto tipificado no art. 155 do CP, assim Daniel não detém a vontade de ter pra si o automóvel furtado, assim não pratica o crime tipificado.
Do princípio da presunção de inocência e bons antecedentes
Caso seja do vosso entendimento, cabível a condenação eventual, a pena mínima deve ser fixada com base nos bons antecedentes do acusado, tendo em vista que não há nenhuma sentença transitada em julgado em desfavor dele. Conforme súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça (STF)
Das causas atenuantes
O acusado tendo confessado o fato tal como aconteceu, deve ter sua eventual pena diminuída/atenuada conforme previsto no Art. 65, inciso III, alínea d do CP, ademais por força da menor idade relativa na data dos fatos incidem também a redução da eventual pena de acordo com o Art. 65, inciso I, do mesmo código.
Do regime de cumprimento de pena e da conversão desta em restritiva de direito
Tratando-se de crime com pena igual a quatro anos, o regime para o cumprimento da pena é o aberto, pois o acusado é primário com bons antecedentes e não existe as circunstancias prejudiciais previstas no artigo 59 do CP. Ademais, uma vez preenchido os requisitos do artigo 44 do CP, a pena deve ser convertida em uma restritiva de direito.
 IV - DOS PEDIDOS
Com base no direito supra elencado requer que:
Seja aceita a preliminar da extinção da punibilidade pela prescrição da punição estatal, com base nos . 107, inciso IV, do CP, OU no Art. 109, inciso IV, c/c o Art. 115, ambos do CP.;
Adentrando no mérito, seja reconhecida presunção de inocência do acusado pela atipicidade da conduta e seja absolvido com fundamento no art.386, III, do Codigo de Processo Penal 
Seja aplicada a pena base mínima para o crime tipificado, se esse for o vosso entendimento. 
Seja reconhecida as atenuantes pela menor idade relativa bem como pela confissão do acusado.
Seja aplicado o regime aberto para o inicio do cumprimento da pena
Seja substituída a pena privativa de liberdade por uma restritiva de direito
Nos termos em que 
Pede deferimento
Florianópolis, 24 de julho de 2015.
Advogado/OAB