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20 20 ÁREA 1 - FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Engenharia Ambiental Engenharia da Computação Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações e Informática Engenharia Mecatrônica Engenharia de Produção com ênfase em Gestão Empresarial Manual de Laboratório – Química Aplicada à Engenharia Professores: Ana Carla Dias, Douglas Gonçalves, Diógenes Gramacho, Elecy Costa, Luana Sena, Maricleide Lima e Tatiana Oliveira. 3o Experimento – CINÉTICA 1- OBJETIVOS Verificar a velocidade de uma reação química através da observação da variação do tempo e da concentração dos reagentes; Construir gráficos de t versus concentração (mols L-1) e 1/t versus concentração para determinar a ordem de reação. 2- INTRODUÇÃO A cinética química estuda a velocidade das reações e os fatores que a influenciam. Enquanto uma reação química se processa, as concentrações dos reagentes diminuem e as concentrações dos produtos aumentam, uma vez que os reagentes são consumidos e os produtos são formados. A velocidade de uma reação química é a medida da rapidez com que uma reação ocorre. Vários fatores como a temperatura, a concentração dos reagentes e a presença de catalisadores, influem na velocidade das reações. A velocidade é uma função da concentração dos reagentes e depende da concentração das várias espécies presentes na mistura reagente e pode ser determinada através da quantidade de reagente que foi consumida ou através da quantidade de produto que foi formada num dado intervalo de tempo (t). Considerando a reação genérica aA + bB cC + dD, a velocidade média de consumo dos reagentes (A e B) ou de formação dos produtos (C e D) corresponde à variação da quantidade da espécie em um determinado intervalo de tempo, de acordo com a Equação 1: Vm = |Q|/t Equação 1 Onde Vm é a velocidade média, |Q| o módulo da variação da quantidade da espécie considerada (normalmente expressa em mol L-1) e t o intervalo de tempo durante o qual ocorre a variação da quantidade. A velocidade instantânea é a velocidade da reação num dado instante t. Matematicamente dizemos que, quando um intervalo de tempo tende a zero, a velocidade média tende a ser uma medida da velocidade instantânea. A velocidade instantânea pode ser determinada graficamente através da tangente no ponto, ou seja, através da derivada no ponto, como pode ser visto na Figura 1 abaixo: Tempo (min) Tangente no ponto P onde t = 25 min Ponto P Concentração (mol L -1 ) 0 4 8 12 16 10 20 30 40 5 0 60 A B C a Figura 1: Tangente em um ponto P da curva para calcular a velocidade instantânea. Considerando ainda a reação genérica aA + bB cC + dD à temperatura constante, a velocidade instantânea pode ser calculada através da seguinte equação matemática: v = k [A]m[B]n Equação 2 Onde v é a velocidade instantânea da reação, k é a constante de velocidade, que depende da temperatura, [A] é a concentração do reagente A em mol L-1 e [B] é a concentração do reagente B em mol L-1. Os coeficientes m e n são obtidos experimentalmente e são denominados ordem da reação em relação aos reagentes A e B. A soma (m + n) é a ordem global da reação. Os coeficientes m e n não são, necessariamente, os mesmos coeficientes estequiométricos a e b da reação e podem assumir até diversos valores, até mesmo o zero. 3- PRINCÍPIO Neste experimento será verificada a influência da concentração dos reagentes na velocidade da reação de obtenção de enxofre coloidal S (s) através da seguinte reação de estudo: S2O32- (aq) + 2H+ (aq) H2S2O3 (aq) H2S2O3 (aq) H2O (l) + SO2 (aq) + S (s) Quando o enxofre coloidal S (s) é formado surge uma turvação na solução que é utilizada como indicativo de tempo para a reação. O tempo entre o mistura dos reagentes (tempo inicial) e o necessário para o aparecimento dos primeiros traços de enxofre é dependente das concentrações dos reagentes e da temperatura. 4- MATERIAIS E REAGENTES Vidrarias e Diversos: Béqueres de 50 mL, piscetes contendo água destilada, buretas de 25 mL, tubos de ensaio, cronômetros. Soluções: Solução de ácido sulfúrico (H2SO4) 1,0 mol L-1 e solução de tiossulfato de sódio (Na2S2O3) 0,1 mol L-1. 5- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1) Identifique 3 buretas e 3 béqueres para as soluções de H2SO4, Na2S2O3 e também para a água destilada. 2) Após ambientar cada bureta com a respectiva solução, encha as mesmas, tendo o cuidado de aferí-las, mantendo a região abaixo das torneiras também cheias com cada solução . 3) Tome 3 tubos de ensaio limpos, numere-os de 1 a 3 e, utilizando as respectivas buretas, coloque em cada tubo os volumes da solução 0,1 mol L-1 de Na2S2O3 e de água, conforme descrito na Tabela 1 abaixo: Tabela 1: Volumes das soluções a serem adicionadas aos tubos de ensaio 1, 2 e 3. TUBOS VOLUMES (mL) Na2S2O3 H2O TOTAL 1 8,00 0,00 8,00 2 5,00 3,00 8,00 3 2,00 6,00 8,00 4) Utilizando a bureta contendo a solução de H2SO4 1,0 mol L-1, adicione a outros três tubos numerados (4, 5 e 6) 6,00 mL da solução. Reserve. 5) Utilizando um cronômetro, que deverá ser acionado para marcar o tempo de reação assim que as soluções forem misturadas, adicione o conteúdo do tubo 1 ao tubo 4 e agite rapidamente. Anote o tempo decorrido ao primeiro sinal de turvação, que corresponde à formação do enxofre coloidal. Repita o procedimento adicionando os conteúdos dos tubos 2 ao 5 e do 3 ao 6. Calcule também o valor de 1/t e registre os resultados na Tabela 2 abaixo: 6) Calcule a concentração de Na2S2O3 nos tubos 4, 5 e 6 registrando os resultados na Tabela 2 e, utilizando papel milimetrado, construa dois gráficos: um de t (s) versus concentração de Na2S2O3 e outro de 1/t versus concentração de Na2S2O3. Através dos resultados obtidos, consulte a literatura e determine a ordem da reação. Tabela 2: Tempos de reação (t), valores de 1/t e concentrações de Na2S2O3 nos tubos. TUBOS t (s) 1/t (s) [Na2S2O3] 4 5 6 6 - TÓPICOS OBRIGATÓRIOS A SEREM DISCUTIDOS Pesquise outros fatores que podem alterar a velocidade das reações. Escreva a equação de velocidade da reação proposta. Os coeficientes da equação de velocidade foram iguais aos dos coeficientes estequiométricos, considerando a reação balanceada? Por que? Justifique sua resposta. 7- BIBLIOGRAFIA CONSULTADA MAIA, D. Práticas de Química para Engenharias. 1ª Edição. Campinas, SP, Editora Átomo, 2008. GALHIANE, M. S. Cinética Química. Disponível em <http://www2.fc.unesp.br/lvq/exp05.htm>. Acessado em 20 de junho de 2011. Manual de Laboratório de Química Aplicada à Engenharia Profª Angela Costa 2013-1
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