Buscar

sentença caso fabrício

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

processo 0013382-75.2013.8.19.0042 
 
 
Em 13 de junho de 2013, às horas, na sala de audiências da 2º Vara 
Criminal da Comarca de Petrópolis, Rio de Janeiro, perante o MM. Juiz 
de Direito, AFONSO HENRIQUE CASTRIOTO BOTELHO e na presença 
do representante do Ministério Público, realizou-se a audiência de 
instrução e julgamento designada nos autos. Ao pregão respondeu o 
réu e seu patrono. Em seguida foi interrogado o réu, bem como ouvidas 
as testemunhas, MARCO ANTONIO PEREIRA MENDES ¿ PMERJ e 
ALESSANDRO DE MELLO AMARAL ¿ PMERJ e, por meio audiovisual, 
nos termos da Resolução TJ/OE nº14, de 21/06/2010, ficando todas as 
partes cientificadas da não autorização de divulgação dos registros 
audiovisuais a pessoas estranhas ao processo. O Ministério Público 
oferece suas alegações finais, nos seguintes termos: ¿Encerrada a 
instrução criminal não restaram confirmados os fatos narrados na 
denúncia, imputados a Fabrício ++++++++++++. A materialidade 
encontra-se à fl. 03, constatando o laudo tratar-se de tabletes de 
maconha, pesando 381,3 g. Folha de antecedentes criminais do 
acusado às fls. 69/71, sem outras anotações. Interrogado, conta o 
acusado que trabalha como pedreiro; que é a drogas era sua, mas para 
uso próprio; que tinha comprado grande quantidade apenas para 
evitar de ter que ir ao Rio de Janeiro com frequência; que é mero 
usuário; que o triturador era para fazer seus cigarros; que a droga 
estava empedrada, por isso usava o triturador para poder consumi-la; 
que em momento algum disse em sede policial para revendê-la; que os 
policiais é que insistiam em lhe perguntar quanto o depoente lucraria, 
tendo o depoente lhes dito que se fosse comprá-la por aqui, pagaria 
uns R$ 1.000,00; que não conhecia os policiais anteriormente; que não 
sabe porque os policiai inventaram sobre denúncia anônima de tráfico 
por ele praticado; que acredita que um desafeto seu da obra o tenha 
denunciado, já que este sabia da sua condição de usuário. Ouvido o PM 
Mendes, conta que receberam denúncia anônima via 190 de que o réu 
teria uma arma de fogo em sua casa; que no local, o réu disse não ter 
armas, mas confessou a posse de drogas, inicialmente, para uso 
próprio; que posteriormente, o réu disse que vendia alguma coisa na 
obra em que trabalhava; que foi encontrado um triturador usado para 
consumir a droga; que este aparelho é típico de uso. O PM Amaral, 
conta que receberam denúncia anônima de armas na casa do acusado; 
que no local, encontraram o acusado na porta de sua casa, tendo ele 
franqueado a entrada em sua residências; que o réu entregou as drogas 
e comentou que as venderia Ao término da instrução, apesar da 
escoteira negativa em juízo, temos que a posse para o tráfico se 
sustenta. Com efeito, além da quantidade incomum para o mero 
usuário, os policiais confirmam terem ouvido a confissão do próprio 
réu no sentido de que vendia drogas na obra em que trabalhava. Some-
se a isto, a confissão do próprio réu, ainda em sede policial. Não se 
olvide que a condição de pedreiro não permite, em tese, a aquisição de 
grandes quantidades de drogas de forma adiantada, como dito pelo 
acusado. Ante o exposto, requer o Ministério Público seja julgado 
procedente o pedido, com a consequente CONDENAÇÃO do acusado, 
nos termos da denúncia, como medida de Justiça.¿ Pela Defesa, em 
alegações finais, foi dito: No obstante ser encontrado com o acusado 
grande quantidade de entorpecente, maconha, não ficou provado na 
instrução que este dedica a mercancia da referida substância, sendo 
certo que o acusado, em sede policial, em momento algum afirmou que 
venderia a referida substância. Tão-somente argumentou, após 
questionado pela autoridade competente, que a referida substância 
seria comprada por valor mais caro do que se fosse obtida no Rio de 
Janeiro, capital. Ressalte-se, inclusive, que a quantia a ser recebida, 
caso fosse vendida, conforme afirmado em juízo é inferior ao seu 
salário. Tal afirmação trata-se de mero equívoco semântico a lavratura 
do APF. Segundo os depoimentos dos policiais, na foi encontrado com o 
acusado qualquer objeto que fosse relacionado com a venda da 
substância, tais como: material para endolação, balança de precisão, 
munição ou dinheiro troca, ainda, caderneta de anotações com 
possíveis compradores, mas tão-somente um triturador para uso da 
substância. Frise-se que a forma de acondicionamento da substância, 
em tabletes, demonstra que a mesma é utilizada pra uso próprio e não 
para venda. Por fim, conforme explanado, o acusado adquiriu a 
substância na capital em razão ¿de seu custo-benefício¿, do que 
adquiri-la nesta comarca. Em razão do exposto, requer que o acusado 
seja absolvido do delito de tráfico de drogas a ele imputado, sendo a 
conduta desclassificada para aquela descrita no artigo 28 da Lei 
antidrogas, expedindo-se o competente alvará de soltura. 
Subsidiariamente requer, caso assim não entenda V.Exa. que, caso 
condenado o acusado pelo delito de tráfico de drogas, seja aplicado em 
seu favor o redutor máximo previsto no parágrafo 4º do artigo 33, da 
lei de drogas, uma vez que o acusado preenche os requisitos ali 
descritos, tais como; não ser reincidente, não se dedicar às atividades 
criminosas nem integrar organização criminosa, devendo ser 
destacado que a quantidade de droga apreendida não deverá servir de 
óbice À aplicação do redutor, tendo em vista que o poder lesivo da 
maconha, quando comparada às demais espécies de entorpecentes, é 
consideravelmente inferior. Sendo assim requer que a pena privativa 
de liberdade seja substituída pelas restritivas de direito na forma do 
artigo 44, inciso I, do CP. Expedindo-se o competente alvará de soltura. 
Pelo MM. Juiz foi proferida a seguinte SENTENÇA: A ação pública 
incondicionada foi aforada contra FABRICIO BRUNO DE OLIVEIRA, 
qualificado, porque teria em depósito, 381,3g de maconha para fins de 
tráfico. A denúncia veio acompanhada do APF 545/2013, oriundo da 
106DP. O laudo de drogas está às fls. 03 e o auto de apreensão da droga 
às fls. 04, tratando-se de 18 tabletes de maconha. Auto de prisão em 
flagrante às fls. 05/06. RO às fls. 22/27. requerimento de liberdade 
provisória às fls. 37/41, sendo que a prisão foi convertida às fls. 63. 
FAC às fls. 69/71, escorreita. Novo requerimento de liberdade às fls. 
72, indeferido. Informação de HC às fls. 97/98. Notificado, ofereceu a 
prévia de fls. 102, tendo sido a denúncia recebida às fls. 103, na data de 
04 de junho do corrente ano. Na data de hoje forma ouvidas duas 
testemunhas e interrogado o acusado, oportunidade também em que 
as partes ofereceram suas alegações finais. O feito está regular e apto a 
merecer a sentença. É O RELATÓRIO. EXAMINADOS, DECIDO.Quanto à 
materialidade delitiva no que respeita ao tráfico, esta está 
suficientemente demonstrada, conforme o laudo de fls. 03, auto de 
apreensão de fls; 04 e depoimento do acusado em que relata que a 
substância apreendida era de fato maconha. A autoria do delito de 
tráfico de drogas, com a devida venia da ilustre defesa, também é 
evidente. O acusado não nega que possuía em sua residência a 
assustadora quantidade de quase meio quilo de maconha. A par dessa 
quantidade jamais poder justificar posse para uso está a sua confissão 
em sede policial, que não revela qualquer equívoco semântico, mas sim 
explícita demonstração de que possuía a droga para revendê-la, 
malgrado pudesse usá-la vez por outra. De sua confissão naquela sede, 
desmentida ao depois como sói ocorrer, consta que comprou a droga 
por setecentos reais e a revenderia tendo um ganho de mil reais, sem 
prejuízo de haver dito, também, que a droga seria repassada aos 
amigos. Tudo isso consta textualmente e estreme de dúvidas às fls. 05. 
Tal versão é repetida às inteiras pelos policiais Alessandro e Marco 
Antônio. Ambos relatam, sem qualquer discrepância, que foram à casa 
do acusadoinvestigar denúncias de que o mesmo teria armas de fogo. 
Miraram no que viram e acertaram no que não viram. Estranharam a 
quantidade de 18 tabletes de maconha, incomum em qualquer 
situação, e em conversa com o acusado este lhes confessou que 
venderia a droga na obra em que trabalhava. No interrogatório judicial 
o acusado disse que realmente trabalhava em uma obra, o que apenas 
reafirma a boa fé dos agentes da lei. Ainda nesta sede, o acusado relata 
que não havia com os policiais qualquer relação anterior, não havendo 
motivo imaginável para que inventassem contra si tamanha inverdade, 
de forma gratuita e desmotivada. Portanto, tem validade aqui o verbete 
sumular 70 do E. TJRJ. Não se encontra, por mais que se procure, a 
mínima contradição em seus depoimentos, que estão alinhados com a 
primeira versão ¿ a verdadeira -, apresentada pelo acusado nestes 
autos. A seu favor devo reconhecer a primariedade e os bons 
antecedentes, que fazem com que tenha aplicabilidade, tal como 
postulado pela combativa defesa, o parágrafo 4º, do artigo 33, da Lei 
11.343/06. Com efeito, não há indícios de que o acusado integre 
organização criminosa, ou paute sua vida, de regra, pela atividade à 
margem da lei. Talvez possa afirmar que o tráfico ora praticado o tenha 
sido de forma eventual e bissexta, o que de modo algum afasta a 
certeza de sua ocorrência nesta hipótese. A natureza da droga 
apreendida também não é daquelas a falar em seu desfavor. Conquanto 
nociva, como todas as outras, não se compara a drogas outras de muito 
mais potencialidade ofensiva, tal como a cocaína e o crack. Nada a 
afastar a ilicitude ou a culpabilidade de seu comportamento. Diante do 
exposto, JULGO PROCEDENTE a pretensão punitiva do Estado, 
condenando o réu pela incidência comportamental no artigo 33, caput, 
da Lei no. 11.343/06, passando a dosimetria da resposta penal nos 
seguintes termos. As circunstâncias judiciais (artigos 59, do Código 
Penal e 42, da Lei de Drogas) são favoráveis ao acusado. Não ostenta 
ele maus antecedentes e o dolo é o comum do tipo. Assim é que nessa 
primeira fase da dosimetria sua pena fica aquietada em 05 (cinco) anos 
de reclusão. Passando à segunda fase do processo de dosagem, não 
encontro motivos de oscilação, devendo a pena continuar estabelecida 
em 05(cinco) anos de reclusão. Por fim e como último modulador, 
encontro a causa especial de diminuição de pena prevista pelo 
parágrafo 4º, conforme ressaltei alhures. A diminuição prevista por 
este dispositivo penal deve oscilar entre 2/3 e 1/3**. Para atingir o 
percentual adequado, conjugo este dispositivo com as circunstâncias 
judiciais constantes dos artigos 59 do CP e 42 da Lei antidrogas. Essa 
operação traz a conclusão de que a diminuição deve ser pelo grau 
máximo, restando, então, a pena definitivamente fixada em 01 (hum) 
ano e 08(oito) meses de reclusão. Considerado o quantitativo de pena, 
bem como as circunstâncias judiciais favoráveis ao acusado, estabeleço 
o regime aberto para o início do cumprimento da pena. A pena de 
multa, obedecido o processo trifásico, vai definitivamente estabelecida 
em 188 dias- multa, no valor unitário mínimo. Tendo em linha de conta 
ser recomendável, frente também aos bons antecedentes do apenado, 
entendo de substituir a pena privativa de liberdade por duas 
restritivas de direito, consubstanciadas na prestação de serviços à 
comunidade, à razão de oito horas semanais, obedecidas as prescrições 
do artigo 46 do CP e pagamento de 20 cestas básicas no valor unitário 
de cinqüenta reais cada. Destrua-se o material entorpecente ao tempo 
em que determino o perdimento de bens e valores eventualmente 
apreendidos. OS termos da presente sentença levam ao entendimento 
de que seja incompatível manter o réu encarcerado, pelo que REVOGO 
SUA PRISÃO PREVENTIVA, devendo ser expedido o competente 
ALVARÁ. Conforme seja corolário desta decisão, defiro ao réu o direito 
do apelo em liberdade. Condeno-o ao pagamento de custas, sem 
prejuízo de que seu nome deva ser lançado no rol dos culpados, tão 
logo isso seja possível. Façam-se as comunicações pertinentes. Dou a 
presente por publicada em audiência e intimados os presentes. Nada 
mais havendo, encerrou-se o presente termo às horas. 
** pessoal, seria de 1/6 a 2/3, de acordo com o parágrafo 4 do art 33 da 
Lei Antidrogas, ok? 
 
Vejamos : 
 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, 
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, 
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: 
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser 
reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons 
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre 
organização criminosa. 
 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas 
de liberdade, quando: 
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não 
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena 
aplicada, se o crime for culposo; 
 
SÚMULA TJ Nº 70 O FATO DE RESTRINGIR-SE A PROVA ORAL A DEPOIMENTOS 
DE AUTORIDADES POLICIAIS E SEUS AGENTES NÃO DESAUTORIZA A 
CONDENAÇÃO. 
 
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o 
previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do 
produto, a personalidade e a conduta social do agente. 
 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, 
vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, 
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
 
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável 
às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada 
pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na 
atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, 
hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas 
comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do 
condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de 
condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado 
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da 
pena privativa de liberdade fixada.

Outros materiais