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2014.1 CURSO DE ENGENHARIA CIVIL NOTA DE AULA DE MECÂNICA DOS SOLOS – TEXTURA E GRANULOMETRIA ISABELLY CÍCERA DIAS VASCONCELOS isabelly.vasconcelos@unipe.br 2 SUMÁRIO TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS 03 ESCALA GRANULOMÉTRICA DA ABNT (NBR 6502/95) 15 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA (NBR 7181/16) 16 ENSAIO DE GRANULOMETRIA COMBINADA (NBR 7181/84) 18 PENEIRAMENTO 19 SEDIMENTAÇÃO 21 CURVAS GRANULOMÉTRICAS – ALGUNS TIPOS DE SOLOS 22 DETERMINAÇÃO DOS COEFICIENTES DE NÃO UNIFORMIDADE (CNU) E DE CURVATURA (CC) 23 COEFICIENTE DE NÃO UNIFORMIDADE (CNU) 24 COEFICIENTE DE CURVATURA (CC) 26 IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁCTIL DOS SOLOS BIBLIOGRAFIA 28 32 TEXTURA TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS O tamanho relativo e a distribuição das partículas sólidas que formam os solos. O estudo da textura dos solos é realizado por intermédio do ensaio de granulometria. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O TAMANHO DOS GRÃOS TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS SOLOS GRANULARES (GROSSOS) SOLOS FINOS • Matacão • Pedra de mão • Pedregulho • Areia • Silte • Argila TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS SOLOS GROSSOS Solos que possuem uma maior percentagem de partículas visíveis a olho nu (Ø ≥ 0,074 mm) e suas partículas tem formas arredondadas, poliédricas e angulosas. TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS Fragmentos de rocha, transportado ou não, comumente arredondado por intemperismo ou abrasão. Dimensão compreendida entre 200mm e 1m (NBR 6502/95). • MATACÃO TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS • PEDRA DE MÃO Fragmentos de rochas com diâmetro compreendido entre 60mm e 200mm (NBR 6502/95). TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS • PEDREGULHOS Solos formados por minerais ou partículas de rocha. Quando arredondados ou semi- arredondados, são denominados cascalho ou seixo. Diâmetro compreendido entre 2,0mm e 60mm (NBR 6502/95). TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS São encontrados geralmente nas margens dos rios, em depressões preenchidas por materiais transportados pelos rios ou até mesmo em uma massa de solo residual. Solos que permanecem no local de decomposição da rocha que lhes deu origem. • PEDREGULHOS TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS •AREIAS Solos não coesivos e não plástico formado por minerais ou partículas de rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06mm e 2,0mm (NBR 6502/95). As areias se distinguem pelo formato dos grãos que pode ser angular, sub angular e arredondado, sendo este último uma característica das areias transportadas por rios ou pelo vento. TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS •AREIAS A forma dos grãos das areias está relacionada com a quantidade de transporte sofrido pelos mesmos até o local de deposição. O transporte das partículas dos solos tende a arredondar as suas arestas, de modo que quanto maior a distância de transporte, mais esféricas serão as partículas resultantes. Areia fina: 0,06mm ≤ Ø ≤ 0,2mm Areia média: 0,2mm ≤ Ø ≤ 0,6mm Areia grossa: 0,6mm ≤ Ø ≤ 2,0mm SOLOS FINOS TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS Partículas que possuem dimensões menores que 0,074mm (ABNT), ou 0,06mm (DNIT). TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS Possuem granulação fina, pouca ou nenhuma plasticidade e baixa resistência quando seco. Deforma-se apresentando variações volumétricas. É formado por partículas com diâmetros compreendidos entre 0,002mm e 0,06mm (NBR 6502/95). • SILTES TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS • ARGILAS Se caracterizam por possuírem uma grande capacidade de se deformar sem apresentar variações volumétricas e elevada resistência quando seca. É formado por partículas com diâmetros menores que 0,002mm (NBR 6502/95). ESCALA GRANULOMÉTRICA DA ABNT (NBR 6502/1995) MATACÃO: 200mm < Ø ≤ 1m PEDRA DE MÃO: 60mm < Ø ≤ 200mm PEDREGULHO: 2,0mm < Ø ≤ 60mm AREIA: 0,06mm < Ø ≤ 2mm GROSSA: 0,6mm < Ø ≤ 2mm MÉDIA: 0,2mm < Ø ≤ 0,6mm FINA: 0,06mm < Ø ≤ 0,2mm SILTE: 0,002mm < Ø ≤ 0,06mm ARGILA: Ø ≤ 0,002mm ANÁLISE GRANULOMÉTRICA (NBR 7181/2016) Procedimento em laboratório que permite determinar a distribuição das dimensões dos grãos. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA (NBR 7181/2016) A representação dessa distribuição é feita através da curvas de distribuição granulométrica. ENSAIO DE GRANULOMETRIA COMBINADA (NBR 7181/2016) O ensaio de granulometria conjunta para o levantamento da curva granulométrica do solo é realizado com base em dois procedimentos distintos: Fração grossa Peneiramento Massa retida em cada peneira Fração fina Sedimentação Velocidade de queda das partículas PENEIRAMENTO Utilizado para a fração grossa do solo(grãos com até 0,074mm de diâmetro equivalente). Realiza-se pela passagem do solo por peneiras padronizadas e pesagem das quantidades retidas em cada uma delas. - Sequência de Peneiras: #5/8’’ – 15,9mm #1/2’’ – 12,7mm #3/8” – 9,52mm #1/4’’ – 6,34mm #4 – 4,80mm #8 – 2,40mm #16 – 1,20mm #30 – 0,60mm #40 – 0,42mm #50 – 0,30mm #60 – 0,250mm #100 – 0,150mm #140 – 0,105mm #200 – 0,074mm A indicação da peneira refere-se à abertura da malha ou ao número de malhas quadradas, por polegada linear. Apresentação da peneira # 3/16” e # nº 7 PENEIRAMENTO SEDIMENTAÇÃO Os solos muito finos, com granulometria inferior a 0,074mm, são tratados de forma diferenciada, através do ensaio de sedimentação desenvolvido por Arthur Casagrande. Este ensaio se baseia na Lei de Stokes. A velocidade de queda, V, de uma partícula esférica, em um meio viscoso, é proporcional ao quadrado do diâmetro da partícula. Sendo assim, as menores partículas se sedimentam mais lentamente que as partículas maiores. Lei de Stokes. CURVAS GRANULOMÉTRICAS – ALGUNS TIPOS DE SOLOS DETERMINAÇÃO DOS COEFICIENTES DE NÃO UNIFORMIDADE (CNU) E DE CURVATURA (CC) Alguns sistemas de classificação utilizam a curva granulométrica para auxiliar na previsão do comportamento de solos grossos. Para tanto, estes sistemas de classificação lançam mão de alguns índices característicos da curva granulométrica, para uma avaliação de sua uniformidade e curvatura. Os coeficientes de não uniformidade e curvatura de uma determinada curva granulométrica são obtidos a partir de alguns diâmetros equivalente característicos do solo na curva granulométrica. COEFICIENTE DE NÃO UNIFORMIDADE (CNU) D60 = Diâmetro equivalente da partícula para o qual temos 60% das partículas passando. D10 (Diâmetro efetivo) = Diâmetro equivalente da partícula para o qual temos 10% das partículas passando. 10 60 D D CNU De acordo como valor do coeficiente de não uniformidade (CNU) obtido, a curva granulométrica pode ser classificada em: mmD 9,060 mmD 07,010 86,12 07,0 9,0 CNU CURVA GRANULOMÉTRICA DE UNIFORMIDADE MÉDIA COEFICIENTE DE NÃO UNIFORMIDADE (CNU) COEFICIENTE DE CURVATURA (CC) D30 = Diâmetro equivalente da partícula para o qual temos 30% das partículas passando. 1060 2 30 DD D CC Classificação da curva granulométrica quanto ao coeficiente de curvatura: mmD 9,060 mmD 07,010 mmD 3,030 43,1 07,09,0 3,0 2 CC SOLO BEM GRADUADO COEFICIENTE DE CURVATURA (CC) IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁCTIL DOS SOLOS Muitas vezes em campo temos a necessidade de uma identificação prévia do solo, sem que o uso do aparato de laboratório esteja disponível. Esta classificação primária extremamente importante na definição (ou escolha) de ensaios de laboratório mais elaborados e pode ser obtida a partir de alguns testes feitos rapidamente em uma amostra de solo. No processo de identificação táctil visual de um solo utilizam-se frequentemente os seguintes procedimentos (NBR 6484/2001): • Tato • Plasticidade• Resistência do solo seco • Dispersão em água • Impregnação TATO: Esfrega-se uma porção do solo na mão. As areias são ásperas; as argilas parecem com um pó quando secas e com sabão quando úmidas. PLASTICIDADE: Moldar bolinhas ou cilindros de solo úmido. As argilas são moldáveis enquanto as areias e siltes não são moldáveis. IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁCTIL DOS SOLOS RESISTÊNCIA DO SOLO SECO: As argilas são resistentes a pressão dos dedos enquanto os siltes e areias não são. IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁCTIL DOS SOLOS DISPERSÃO EM ÁGUA: Mistura-se uma porção de solo seco com água em uma proveta, agitando-a. As areias depositam-se rapidamente, enquanto que as argilas turvam a suspensão e demoram para sedimentar. IMPREGNAÇÃO: Esfrega-se uma pequena quantidade de solo úmido na palma de uma das mãos. Coloca-se a mão embaixo de uma torneira aberta e observa-se a facilidade com que a palma da mão fica limpa. Solos finos se impregnam e não saem da mão com facilidade. A distinção entre solos argilosos e siltosos, na prática da engenharia geotécnica, possui certas dificuldades, já que ambos os solos são finos. Porém, após a identificação tátil visual ter sido realizada, algumas diferenças básicas entre eles podem ser utilizadas para distingui-los: 1- O solo é classificado como argiloso quando se apresenta bastante plástico em presença de água, formando torrões resistentes ao secar. Já os solos siltosos quando secos, se esfarelam com facilidade. Deforma-se apresentando variações volumétricas. IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁCTIL DOS SOLOS 2- Os solos argilosos se desmancham na água mais lentamente que os solos siltosos. 32 BIBLIOGRAFIA Associação Brasileira de Normas Técnicas (2016). NBR 7181 – Análise granulométrica. Rio de Janeiro, ABNT. _______ (2001). NBR 6484 – Solo: Sondagens de simples reconhecimentos com SPT - Método de ensaio. Rio de Janeiro, ABNT. _______ (1995). NBR 6502 - Rochas e solos. Rio de Janeiro, ABNT. Caputo, H. P. Mecânica dos Solos e Suas Aplicações, Vol. 1, 2 e 3. Livros Técnicos Científicos. Editora S. A. Craig, R.F. (1974) – Mecânica dos Solos, Editora LTC. Das, B.M. (2011) – Fundamentos de Engenharia Geotécnica. Editora Thompson. Pinto, C.S. (2006) – Curso Básico de Mecânica dos Solos. Editora Oficina.
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