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FUNÇÕES MOTORAS DA MEDULA ESPINHAL Organização das funções motoras da medula espinhal: Substância cinzenta: área integrativa para os reflexos espinhais; Os sinais sensoriais, entram pela medula quase que exclusivamente, pelas raízes sensoriais (posteriores); Após entrar na medula, cada sinal sensorial trafega por duas vias separadas: 1. Um ramo do nervo sensorial termina, quase imediatamente, na substância cinzenta da medula e provoca os reflexos espinhais segmentares locais e outros efeitos locais; 2. Outro ramo transmite sinais para níveis superiores, na própria medula e para o tronco cerebral, ou, mesmo, para o córtex cerebral, como descrito nos capítulos anteriores. Cada segmento da medula espinhal, ao nível de cada nervo espinhal, contém muitos milhões de neurônios em sua substância cinzenta. Exceto os neurônios-relé sensoriais, os outros neurônios são de dois tipos: 1. Neurônios motores anteriores; 2. Interneurônios. Neurônios motores anteriores: Milhares de neurônios, 50 a 100% maiores que a maioria dos outros neurônios, estão localizadas em cada segmento dos cornos anteriores da substância cinzenta medular: são os motores; Eles são origem às fibras nervosas que deixam a medula pelas raízes ventrais e inervam, diretamente, as fibras musculares esqueléticas. Os neurônios são de dois tipos: 1. Motores alfa; 2. Motores gama. Neurônios motores alfa: Dão origem às fibras nervosas motoras grandes do tipo alfa (Aα), com aproximadamente 14 micrômetros de diâmetro; As fibras se ramificam várias vezes após chegarem ao músculo e inervam as grandes fibras musculares esqueléticas; A estimulação de uma só fibra nervosa alfa excite de três a centenas de fibras musculares esqueléticas, e a esse conjunto se dá o nome de unidade motora; Neurônios motores gama: Aprox. metade do tamanho dos alfas, se localizam nos cornos anteriores da medula espinhal; Transmitem impulsos por fibras nervosas motoras muito menos calibrosas A gama (Aγ) com, aproximadamente, 5 micrômetros de diâmetro, que inervam as pequenas fibras musculares esqueléticas especiais, chamadas fibras intrafusais. Essas fibras constituem o centro do fuso muscular, que auxiliar no controle do tônus muscular básico. Interneurônios: Estão presentes em toda a substância cinzenta medular (cornos dorsais, cornos anteriores, áreas intermediárias entre eles); São, aprox., 30 vezes mais numerosos que os neurônios alfa ou gama; São muito pequenas e excitáveis, exibindo, frequentemente, atividade espontânea e sendo capaz de disparar tão rapidamente quanto 1500 vezes por segundo; Muitas interconexões entre si e muitas fazem sinapse, diretamente, com os neurônios motores anteriores; Conexões entre os interneurônios e motores anteriores são responsáveis pela maioria das funções integrativas da medula espinhal; Divergências, convergência, descargas competitivas: são encontrados no conjunto dos Interneurônios das células da medula espinhal, além de outros possíveis tipos; Poucos sinais aferentes terminam nos neurônios motores. Quase todos esses sinais sã transmitidos, primeiro, para os Interneurônios, onde são adequadamente processados; Exemplo: trato corticoespinhal, proveniente do encéfalo, terminando, quase exclusivamente, sobre os Interneurônios espinhais, onde os sinais desse trato são combinados com sinais de outros tratos espinhais ou de nervos espinhais de, por fim, convergir sobre os neurônios motores anteriores para controlar a função muscular; Células de Renshaw: neurônios pequenos dos cornos anteriores da medula espinhal, que se associa com motores e transmitem sinais inibitórios para os neurônios motores circunjacentes. A estimulação de um neurônio motor tende a inibir os neurônios motores adjacentes, efeito que é chamado de inibição lateral. Importância desse efeito: o sistema motor usa essa inibição lateral para focalizar ou ressaltar, seus sinais, da mesma forma como os sistemas sensoriais utilizam esse mesmo princípio para possibilidade a transmissão não atenuada do sinal primário, na direção desejada, enquanto suprime a tendência dos sinais se espalharem lateralmente. Conexões multissegmentares de nível da medula espinhal para outros níveis: fibras proprioespinhais. Mais da metade das ascendentes e descendentes são proprioespinhais. Trafegam de um segmento à outro da medula. Essas fibras são as vias utilizadas nos reflexos multissegmentares, incluindo os reflexos que coordenam os movimentos simultâneos dos membros inferiores e superiores. Receptores sensoriais musculares – fusos musculares e órgãos tendinosos de Golgi – e suas funções no controle muscular: O controle adequado da função muscular depende do feedback contínuo da informação sensorial de cada músculo para a medula sensorial; Para isso, os músculos e tendões são supridos, abundantemente, com dois tipos de receptores sensoriais: 1. Fusos musculares: distribuídos no ventre do músculo, enviando informações para o sistema nervoso sobre o comprimento do músculo ou a velocidade de variação do seu comprimento; 2. Órgãos tendinosos de Golgi: localizados nos tendões musculares e transmitem informação sobre a tensão do tensão ou a velocidade de alteração da tensão do músculo. Os sinais desses dois receptores são inteira ou quase inteiramente direcionados para o controle intrínseco do músculo. Operam de forma quase completa, em nível subconsciente. Transmitem uma grande quantidade de informação para a medula espinhal, cerebelo e córtex cerebral, auxiliando cada uma dessas regiões do sistema nervoso no controle da contração muscular. Função receptora do fuso muscular: Cada fuso tem de 3 a 10 milímetros de comprimento; É constituído por 3 à 12 fibras intrafusais muito delgadas que são pontiagudas em suas extremidades e ligadas ao glicocálice das fibras grandes e circunjacentes musculares esqueléticas extrafusais; A fibra intrafusal é a fibra muscular esquelética muito pequena. Na região central tem quase ou nunca filamentos de actina e miosina, ou seja, não se contrai, quando as extremidades se contraem. Ela funciona como um receptor sensorial, como descrito adiante; As porções terminais que se contraem são excitadas pelas pequenas fibras nervosas motoras gama (fibras eferentes gama, em contraposição às grandes fibras eferentes alfa), que se originam dos pequenos neurônios do tipo A gama, localizados no corno anterior da medula espinhal; Fibras nervosas do tipo A alfa inervam os músculos esqueléticos extrafusais. Inervação sensorial do fuso muscular: A porção receptora do fuso muscular é a central, já que não apresentam actina e miosina; As fibras sensoriais se originam na região central do fuso muscular. São estimuladas pelo estiramento dessa região do fuso. Pode-se observar facilmente que o receptor do fuso muscular pode ser excitado de duas maneiras: 1. Aumento do comprimento do músculo: ocorre o estiramento da região central do fuso e, portanto, excita o receptor; 2. Sem alteração do comprimento do músculo: a contração das regiões terminais das fibras intrafusais do fuso provocam o estiramento da região central do fuso e, portanto, excitam o receptor. Existem dois tipos de terminações sensoriais nessa região central do fuso muscular: 1. Terminações ou receptoresprimários: no centro da área receptora, grande fibra nervosa sensorial envolve a parte central de cada fibra intrafusal, que é então o receptor primário ou também chamado de receptor anulospiral. É do tipo Ia com cerca de 17 micrômetros de diâmetro. Transmite sinais sensoriais para a medula espinhal na velocidade de 70 a 120 m/s; 2. Terminações ou receptores secundários: em geral é uma fibra sensorial menor, algumas vezes são duas fibras, do tipo II, com diâmetro médio de 8 micrômetros, que inerva a área receptora em um ou em ambos os lados da terminação primária. As vezes envolve as fibras intrafusais do mesmo modo que as fibras tipo Ia, mas em geral ela se espalha como os ramos de um arbusto. Divisão das fibras intrafusais em fibras com cadeia nuclear e fibras com saco nuclear – respostas estáticas e dinâmicas do fuso muscular: Existem dois tipos de fibras intrafusais no fuso muscular: 1. Fibras musculares com saco nuclear (de uma a 3 em casa fuso): onde muitos núcleos da fibra muscular estão reunidos em “sacos” expandidos na regiçao central da área receptora; 2. Fibras com cadeia nuclear (de 3 à 9), que tem metade do diâmetro e metade do comprimento das fibras com saco nuclear e têm os núcleos alinhados em cadeia pela área receptora. As terminações nervosas sensoriais primárias (fibra de 17 micrômetros) são excitadas, tanto pelas fibras intrafusais com saco nuclear quanto pelas fibras com cadeia nuclear; Já as terminações secundárias (fibra sensorial de 8 micrômetros) são excitadas somente pelas fibras com cadeia nuclear. Resposta das terminações primárias e secundárias ao comprimento do receptor – “resposta estática”: Quando a região receptora do fuso muscular é estirada lentamente, o número de impulsos, transmitidos pelas duas terminações, primária e secundária, aumenta quase em proporção direta em relação ao grau de estiramento, e as terminações continuam a transmitir esses impulsos por vários minutos. A esse efeito se dá o nome de resposta estática dos receptores do fuso. Significa basicamente, que ambas as terminações, primária e secundária, continuam a transmitir seus sinais por, no mínimo, vários minutos, se o fuso muscular permanecer estirado. Resposta da terminação primária (mas não da secundária) à velocidade de mudança do comprimento do receptor – resposta “dinâmica”. Quando o comprimento do fuso aumenta rapidamente, a terminação primária, somente, é fortemente estimulada. Tal estímulo da terminação primária é chamada de resposta dinâmica, significando que a terminação primária responde, muito ativamente, à rápida velocidade de alteração do comprimento do fuso. Somente enquanto o comprimento do fuso está realmente aumentando, mesmo que poucos micrômetros, há transmissão de impulsos em excesso para as grandes fibras sensoriais de 17 micrômetros. Comprimento para de aumentar = frequência de descarga extra de impulsos retorna para o nível muito menor da resposta estática que ainda está presente no sinal. Quando encurta, há sinais exatamente opostos. Dessa forma, terminações primárias enviam sinais, bastante intensos, positivos ou negativos, para a medula espinhal, para informa-la de qualquer alteração no comprimento do fuso muscular. Controle da intensidade das respostas estática e dinâmica pelos neurônios motores gama: NMG podem ser divididos em dois tipos: 1. Gama-dinâmico ou gama-d: excita, em sua maioria, as fibras intrafusais com saco nuclear. 2. Gama-estático ou gama-e: excita, principalmente, as fibras intrafusais com cadeia nuclear. Quando fibras gama-d excitam as fibras com saco nuclear, a resposta dinâmica do fuso muscular fica muito aumentada, enquanto a resposta estática só é dificilmente afetada; Estimulação das gama-e, aumenta a resposta estática e pouca influência sobre a dinâmica. Descarga contínua dos fusos musculares sob condições normais: Quando ocorre alguma excitação gama, fusos musculares emitem impulsos nervosos sensoriais continuamente. Estiramento: aumenta a frequência dos disparos. Os fusos enviam então para a medula espinhal: sinais positivos, ou seja, quantidades aumentadas de impulsos, indica estiramento do músculo; Encurtamento dos fusos: reduz a frequência. Quantidade abaixo do normal de impulsos indica que o músculo não está estirado e recebe o nome de sinais negativos. Reflexo de estiramento muscular: Sempre que um músculo é rapidamente estendido, a excitação dos fusos causa a contração reflexa das fibras musculares esqueléticas grandes (extrafusais) do próprio músculo estirado e, também, dos músculos sinérgicos estreitamente relacionados. Circuitos neuronais do reflexo de estiramento: Circuito básico do reflexo de estiramento do fuso muscular: fibra nervosa proprioceptiva tipo Ia originando-se em fuso muscular e entrando pela raiz dorsal da medula espinhal; Ramificação dessa fibra, então, segue para o corno anterior da substância cinzenta da medula, fazendo sinapse diretamente com os neurônios motores anteriores que enviam fibras nervosas motoras para o mesmo músculo, de onde as fibras do fuso muscular se originaram. É uma via monossináptica, possibilita que o sinal reflexo retorne ao músculo, com o menor atraso possível, após a excitação do fuso. A maioria das fibras tipo II do fuso muscular termina em interneurônios múltiplos, na substância cinzenta da medula espinhal, e eles transmitem sinais, com retardo, para os neurônios motores anteriores, ou se prestam a outras funções. Reflexo de estiramento dinâmico e reflexos de estiramento estático: Dividido em 2 componentes: 1. Reflexo de estiramento dinâmico: provocado por sinal dinâmico potente, transmitido pelas terminações sensoriais primárias dos fusos musculares, causados pelo estiramento ou encurtamento rápidos. Quando o músculo é rapidamente estirado ou encurtado, forte sinal é transmitido para a medula espinhal, produz, então, contração reflexa forte e instantânea (ou redução da contração) do mesmo músculo no qual o sinal teve origem. O reflexo se opõe às alterações rápidas do comprimento do músculo. Termina em fração de segundo, após o músculo ter sido estendido (ou encurtado) para seu novo comprimento; 2. Reflexo de estiramento estático: mais fraco, continua por período prolongado. É provocado pelos sinais contínuos dos receptores estativos, transmitidos por ambas as terminações, primária e secundária. Esse reflexo mantém o grau de contração muscular razoavelmente constante, exceto quando o sistema nervoso da pessoa determina que seja diferente. A função de “amortecimento” dos reflexos de estiramento dinâmico e estático: Função importante do reflexo de estiramento: capacidade de impedir oscilações ou sacudidas nos movimentos do corpo = função de amortecimento ou alisamento. Mecanismos de amortecimento no alisamento da contração muscular: Sinais da medula espinhal são transmitidos para o músculo em forma não uniforme, geralmente, aumentando em intensidade em poucos milissegundos e diminuindo em intensidade logo em seguida, mudando para outro nível de intensidade e assim por diante; Quando o sistema do fuso muscular não está funcionando normalmente, a contração muscular é brusca durante o curso do sinal; Função do fuso muscular na atividade motora voluntária: Importância do sistema eferente gama: 31% de todasas fibras nervosas motoras para o músculo são finas fibras motoras eferentes do tipo A gama, em vez de A alfa. Coativação dos neurônios motores alfa e gama: fibras musculoesqueléticas extra e intrafusais do fuso muscular se contraiam ao mesmo tempo. Quando os sinais são transmitidos do córtex motor ou de qualquer área do encéfalo, para os neurônios motores alfa, os gama são quase sempre estimulados simultaneamente. 1. Propósito: impedir alteração do comprimento da porção receptora do fuso muscular durante o curso de contração muscular. Impede que o reflexo se oponha à contração muscular; 2. Para manter adequada a função de amortecimento do fuso muscular, independente de qualquer alteração no comprimento do músculo. Áreas encefálicas envolvidas no controle do sistema motor gama: O sistema eferente gama é estimulado, de modo específico, por sinais provenientes da região facilitatória bulborreticular (relacionada às contrações antigravitacionais. Músculos antigravitacionais têm densidade especialmente alta de fusos musculares) do tronco cerebral e, secundariamente, por impulsos transmitidos para a área bulborreticular do: 1. Cerebelo; 2. Gânglios da base; 3. Córtex cerebral. Importância do mecanismo eferente gama: amortecimento dos movimentos de diferentes partes do corpo, durante a caminhada e corrida. Sistema do fuso muscular estabiliza a posição do corpo durante uma ação tensa: Sistema do fuso: importante para estabilizar a posição do corpo durante qualquer ação motora tensa; Região facilitatória bulborreticular e as áreas relacionadas do tronco cerebral transmitem sinais excitatórios pelas fibras nervosas gama para as fibras musculares intrafusais dos fusos musculares. Isso encurta as terminações dos fusos e estira as regiões receptoras centrais, aumentando, assim, seu sinal de saída. Se os fusos de ambos os lados de cada articulação são ativados ao mesmo tempo, a excitação reflexa dos músculos esqueléticos de ambos os lados da articulação também aumenta, produzindo músculos tensos e firmes, opostos em cada lado da articulação. Posição da articulação fica fortemente estabilizada e, em qualquer momento que uma pessoa necessite realizar função muscular que requeira posicionamento extremamente delicado e exato, a excitação dos fusos musculares apropriados, pelos sinais provenientes da região facilitatória bulborreticular do tronco cerebral, estabiliza as posições das principais articulações. Aplicações clínicas do reflexo de estiramento: Reflexo patelar e outros abalos musculares podem ser usados para avaliar a sensibilidade dos reflexos de estiramento: O reflexo patelar pode ser induzido pela percussão do tensão patelar com martelo de reflexo. Instantaneamente, estira o músculo quadríceps e ativa o reflexo de estiramento dinâmico, que faz com que a perna “se lance” para a frente. O estiramento rápido do fuso muscular é tudo que se necessita para induzir o reflexo de estiramento dinâmico; Quando grande quantidade de impulsos facilitatórios está sendo transmitida de regiões superiores do SNC para a medula, os abalos musculares, resultantes dos reflexos pesquisados, são muito exagerados; Se os impulsos facilitatórios estão deprimidos ou abolidos, os abalos musculares estarão, consideravelmente, enfraquecidos ou ausentes; Grandes lesões nas áreas motoras corticais, mas não áreas inferiores de controle motor, provocam reflexos de estiramento muscular muito exagerados, nos músculos do lado oposto do corpo. Clônus: oscilações dos abalos musculares: A oscilação pode ser, particularmente, bem explicada em relação ao clônus do tornozelo: Uma pessoa de pé na ponta dos dedos cai para a frente rapidamente = estira os músculos gastrocnêmicos = são gerados impulsos para o reflexo do estiramento = são transmitidos dos fusos musculares para a medula espinhal = impulsos excitam, reflexamente, o músculo estirado que levanta o corpo novamente = em fração de segundos, a contração reflexa do músculo se extingue e o corpo volta a cair, estirando, assim, os fusos pela segunda vez = assim o reflexo de estiramento do músculo gastrocnêmio continua a oscilar geralmente por longos períodos = isso é o clônus. Geralmente ocorre quando o reflexo de estiramento está muito sensibilizado pelos impulsos facilitatórios provenientes do cérebro. Se ocorre o clônus, é certo que o grau de facilitação está alto. Reflexo tendinosos de Golgi: Órgão tendinosos de Golgi auxilia no controle da tensão muscular: É um receptor sensorial encapsulado, pelo qual passam as fibras tendinosas musculares; Aproximadamente 10 a 15 fibras musculares estão, em geral, conectadas a cada órgão tendinosos; Ele é estimulado quando esse pequeno feixe de fibras musculares é tensionado pela contração ou pelo estiramento do músculo; O fuso detecta o comprimento do músculo e as alterações do músculo, enquanto o órgão tendinosos detecta a tensão do músculo refletida no próprio tendão; Possui resposta dinâmica e estática; Órgãos tendinosos informam, de forma instantânea, o sistema nervoso sobre o grau de tensão de cada pequeno segmento de cada músculo. Transmissão de impulsos do órgão tendinosos para o SNC: Os sinais do órgão tendinosos são transmitidos através de fibras nervosas tipo Ib, de condução rápida e grande diâmetro (cerca de 16 micrômetros). Ligeiramente menores que as das terminações primárias do fuso muscular; Transmitem sinais para áreas da medula espinhal, e também, após fazer sinapse no corno dorsal da medula espinhal, por vias de fibras longas, tais como os tratos espinocerebelares, para o cerebelo e, por outros tratos, para o córtex cerebral. O sinal da medula espinhal excita interneurônio inibitório único que inibe o neurônio motor anterior. Nisso, inibe diretamente o próprio músculo, sem afetas os adjacentes. Natureza inibitória do reflexo tendinosos e sua importância: Órgãos tendinosos do tensão muscular estimulados (por aumento da tensão no músculo) = sinais transmitidos para a medula espinhal = produz reflexo no respectivo músculo = reflexo inibitório (mecanismo de feedback negativo) = impede o desenvolvimento de tensão excessiva no músculo; Reação de alongamento: quando a tensão no músculo e tendão são extremas, o efeito inibitório do órgão tendinosos pode ser tão grande que leva à reação rápida, na medula espinhal, que causa relaxamento instantâneo de todo o músculo. Preserva o rompimento do músculo. Possível função do reflexo tendinosos na equalização da força contrátil entre as fibras musculares: As fibras que exercem tensão excessiva são inibidas pelo reflexo, enquanto as que exercem muito pouca tensão ficam mais excitadas, devido à ausência de inibição reflexa = resultado: carga do músculo se distribui por todas as fibras e previne a lesão em áreas isoladas do músculo, onde o número pequeno de fibras poderia ficar sobrecarregado. Função dos fusos musculares e dos órgãos tendinosos de Golgi em conjunto com o controle motor pelos centros encefálicos superiores: Esses dois órgãos também informam os centros superiores de controle motor das alterações instantâneas que ocorrem nos músculos; O trato espinocerebelar dorsal conduz informação instantânea dos fusos musculares e dos órgãos tendinosos de Golgi, diretamente para o cerebelo, com velocidades de condução próximasde 120 m/s (a mais rápida); Vias adicionais transmitem informações semelhantes para as regiões reticulares do tronco cerebral e em menor extensão, para todas as áreas motoras do córtex cerebral. REFLEXO FLEXOR E REFLEXOS DE RETIRADA Reflexo flexor: Provocado, mais fortemente, pela estimulação das terminações para dor, tais como alfinetada, calor, ferimento e, por essa razão, ele é, também, chamado de reflexo nociceptivo ou reflexo à dor; Estimulação dos receptores para o tato também pode provocar reflexo flexor mais fraco e menos prolongado; Se alguma parte do corpo, exceto os membros, é estimulada dolorosamente, essa parte será afastada do estímulo, são os reflexos de retirada. Mecanismo neuronal do reflexo flexor: As vias que causam o reflexo flexor não passam diretamente para os neurônios motores anteriores, mas sim pelo conjunto de interneurônios da medula espinhal e, de forma secundária, para os neurônio motores; O circuito mais curto possível é a via de 3 ou 4 neurônios; A maioria trafega por muitos neurônios e envolve os seguintes tipos básicos de circuitos: 1. Circuitos divergentes: para propagar o reflexo para os músculos necessários para a retirada; 2. Circuitos para a inibição dos músculos antagonistas, são circuitos de inibição recíproca; 3. Circuitos que promovem a pós-descarga, com duração de muitas frações de segundo, após o estímulo ter terminado. O reflexo flexor aparece em poucos milissegundos após o nervo relacionado a dor ter sido estimulado, em poucos segundos o reflexo começa a entrar em fadiga; Após o estímulo terminar = músculo retorna ao nível basal = devido à pós descarga, demora muitos milissegundos para que isso ocorra; Estímulo tátil fraco quase não provoca pós descarga; Estímulo doloroso intenso provoca pós-descarga que pode durar por 1 segundo ou mais; Devido à pós descarga, o reflexo pode manter a parte irritada distante do estímulo por 0,1 a 3 segundos, após a irritação ter terminado. Durante esse tempo, outros reflexos e ações do sistema nervoso central podem mover todo o corpo para longe do estímulo doloroso. Padrão de retirada: Depende do nervo sensorial que é estimulado; Exemplo: estímulo na face interna do braço provoca a contração dos músculos flexores do braço e também a contração dos músculos abdutores, empurrando o braço para fora. REFLEXO EXTENSOR CRUZADO: Aprox.. 0,2 a 0,5 segundo após o estímulo provocar reflexo flexor no membro, o membro oposto começa a se estender. É chamado de reflexo extensor cruzado. A extensão do membro oposto pode empurras todo o corpo para longe do objeto que causa do estímulo doloroso. Mecanismo neuronal do reflexo extensor cruzado: Os sinais dos nervos sensoriais cruzam para o lado oposto da medula espinhal para excitar os músculos extensores; Após a remoção do estímulo doloroso, o reflexo extensor cruzado tem período mais longo de pós- descarga do que o reflexo flexor. Presume-se que essa pós-descarga prolongada seja o resultado de circuitos reverberantes entre interneurônios; Latência, relativamente longa, antes de o reflexo se iniciar e a longa pós descarga ao final do estímulo; A pós descarga prolongada auxiliar na manutenção da área dolorida do corpo afastada do objeto que causou a dor, até que outras reações do sistema nervoso afastem todo o corpo do estímulo. INIBIÇÃO RECÍPROCA E INERVAÇÃO RECÍPROCA: A excitação de um grupo de músculos pode estar associada à inibição de outros grupo = é o fenômeno de inibição recíproca; Circuito neuronal responsável por essa relação recíproca = inervação recíproca; Existem relações recíprocas entre os músculos dos dois lados do corpo, como um reflexo flexor, moderado e prolongado é provocado em um membro do corpo. Enquanto o reflexo pe provocado, reflexo flexor mais forte é induzido no membro equivalente do lado oposto do corpo. O reflexo mais forte envia sinais inibitórios recíprocos para o primeiro membro e reduz seu grau de flexão. A remoção do reflexo mais forte permite que o reflexo original reassuma sua intensidade prévia. REFLEXOS POSTURAIS E LOCOMOÇÃO Reflexos posturais e locomotores da medula espinhal. Reação de suporte positivo ou sustentação positiva: O local da pressão no coxim do pé determina a direção na qual o membro irá se estender. A pressão de um lado causa a extensão nessa direção, efeito chamado de reação magnética = impede que se caia para o lado; Reflexos espinhais de endireitamento: Quando um animal espinhal é deitado sobre um dos lados do corpo, fará movimentos, não coordenados, tentando assumir a postura em pé. Movimentos de andar e de marcha Movimentos de marcha rítmicos de um só membro: A oscilação de flexão e extensão dos membros inferiores podem continuar mesmo que os nervos sensoriais tenham sido cortados. Resulta, principalmente, dos circuitos de inibição mutuamente recíprocos, dentro d matriz da medula espinhal, oscilando entre os neurônios que controlam os músculos agonistas e antagonistas; Se o topo do pé encontra uma obstrução, durante um impulso para frente, este será interrompido por certo tempo, o pé será erguido mais alto e seguirá para a frente, para ser colocado sobre a obstrução. Esse é o reflexo de tropeço. A medula espinhal é controlador inteligente do andar. Tal fato acontece pois, os sinais sensoriais dos coxins plantares e dos sensores de posição em torno das articulações, têm papel importante no controle da pressão do pé e na frequência da marcha. Movimentos de marcha recíprocos dos membros opostos: Quando um membro se move para frente, o oposto se moverá para trás = inervação recíproca entre os dois membros. Reflexos espinhais que provocam espasmo: A causa do espasmo local é a dor localizada; Tipos de espasmos: 1. Muscular resultante de um osso quebrado: nos músculos que circundam um osso quebrado. Os estímulos fazem com que os músculos que revestem a área se contraiam tonicamente. Anestesia local ou geral diminuem o espasmo. 2. Do músculo abdominal na peritonite: também causado por reflexos espinhais. É causado pela irritação do peritônio parietal pela peritonite. 3. Cãibra muscular: frio intenso, ausência de fluxo sanguíneo e exercícios em excesso podem causar. Sinais transmitidos do músculo para a medula, causando contração do músculo por feedback reflexo. Reflexos autônomos da medula espinhal: 1. Alterações do tônus muscular, resultante de alterações do aquecimento local da pele; 2. Transpiração que resulta do aquecimento localizado na superfície do corpo; 3. Reflexos intestino-intestinais que controlam algumas funções motoras do intestino; 4. Reflexos peritônio-intestinais que inibem a motilidade gastrointestinal, em resposta à irritação peritoneal; 5. Reflexos de evacuação do cólon ou esvaziamento da bexiga urinária. Reflexo em massa: Envolve grandes porções ou mesmo toda a medula espinhal. Os efeitos são: 1. Parte muito importante dos músculos esqueléticos do corpo apresenta forte espasmo flexor; 2. Haverá evacuação do cólon e esvaziamento vesical; 3. A pressão arterial aumenta, geralmente, para valores máximos, chegando à pressão sistólica acima de 200 mmHg; 4. Grandes áreas do corpo irrompem em uma sudorese intensa. Resulta da ativação de grande número de circuitos reverberantes que excitam em conjunto grande áreas da medula espinhal.Transecção da medula espinhal e choque espinhal: Choque espinhal: quando é transeccionada nos níveis cervicais altos, de início, praticamente, todas as funções da medula espinhal, incluindo os reflexos espinhais, ficam, imediatamente, diminuídas, até o ponto de quase total silencia; A perda de uma fonte de impulsos excitatórios para os neurônios faz com que aumente a excitabilidade própria de casa um deles, compensando, mesmo que parcialmente, a perda; Algumas vezes a recuperação é excessiva, causando hiperexcitabilidade de algumas ou de todas as funções da medula espinhal; Algumas funções afetadas durante ou após o choque espinhal: 1. Queda da pressão arterial = devido à atividade do SNS que fica quase completamente bloqueada. Retorna ao normal em alguns dias; 2. Reflexos musculares esqueléticos de integração são bloqueados durante os estágios iniciais do choque espinhal. Retorno de 2 semanas a 2 meses ao normal. Alguns reflexos acabam ficando hiperexcitáveis. Ordem de retorno dos reflexos: de estiramento, flexores, antigravitacionais posturais e remanescentes do reflexo da marcha; 3. Reflexos sacrais, para o controle da evacuação do cólon e esvaziamento da bexiga são suprimidos, nas primeiras semanas após a transecção da medula, mas, na maioria dos casos, acabam retornando.
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