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INIBIDORES DA SÍNTESE DO DNA MECANISMO DE AÇÃO PRINCIPAL: Agem inibindo a síntese de purinas através da síntese do ácido fólico SULFAS E TRIMETOPRIMA A primeira foi descoberta por Domagk em 1935 o PRONTOSIL RUBRUM (contém o grupamento sulfonamida) Não é tóxico para animais, mas tem uma excelente atividade contra estreptococos e estafilococus em camundongos In vitro: sem atividade antibacteriana In vivo: apresenta atividade antibacteriana Urina dos pacientes tratados com prontosil rubrum tinha atividade antibacteriana, poois tinham sulfanilamida Resultado: prontosil rubrum é um pró-fármaco Sulfacrisoidina (usada clinicamente em 1935) São bacteriostáticos derivados da fulfanilamida, que tem estrutura similar à do ácido para-aminobenzóico o Não mata a bactéria, simplesmente reduz ou inibe o crescimento Principais: SULFANILAMIDA, SULFISOXAZOL, SULFACETAMIDA, ÁCIDO PARA-AMINOBENZÓICO, SULFADIAZINA e SULFAMETOXAZOL o Todos derivados da sulfanilamida Relação entre a estrutura química e atividade biológica o Todas apresentam o núcleo comum, mas diferem quanto a seus ligantes o Os substituintes a R’ determinam (1) as propriedades físico-químicas e farmacocinéticas, (2) a atividade intrínseca e na (3) ligação às proteínas plasmáticas o Os substituintes em R determinarão principalmente a biodisponibilidade do fármaco Nem todas as sulfas são antibióticos, como por exemplo a toldutamida, a clorpropamida, que são hipoglicemiantes; e clorotiazida e hidroclorotiazida, que têm propriedades diuréticas MECANISMO DE AÇÃO o Inibem competitivamente o metabolismo do ácido fólico o Bactérias sintetizam seu próprio ácido fólico (ácido tetra-hidrofólico), que serve para a síntese de aminoácidos, síntese de purinas e síntese de timidina Se há um bloqueio na síntese desse ácido, a bactéria torna-se incapaz de sintetizar os nucleotídeos necessários para a replicação do seu material genético o Ácido tetra-hidrofólico deriva do ácido para-aminobenzoico que é muito semelhante à estrutura das sulfas o Ácido p-aminobenzoico através da di-hidropteroato sintetase é transformado em ácido di-hidrofólico, o precursor direto do ácido tetra-hidrofólico (através da enzima di-hidrofolato redutase) As sulfas, por sua vez, irão competir com o ácido p-aminobenzoico pela enzima di-hidropteroato sintetase TRIMETROPIMA inibe a di-hidrofolato resutase o Sulfas + trimetropima: melhora do tratamento ASSOCIAÇÕES RACIONAIS DAS SULFAS o Trissulfapirimidinas: associação da sulfadiazina, sulfamerazina e sulfadimidina Diminuição da dose Diminuição da cristalúria, pois as sulfas são relativamente insolúveis, levando à formação de cristais ASSOCIAÇÕES IRRACIONAIS DAS SULFAS o Sulfas + anestésicos locais (principalmente derivados da procaína) Derivados da procaína têm estruturas semelhantes do ácido p-aminobenoico Esses derivados irão se transformar em ácido p-aminobenzoico, competindo com as sulfas, ou seja, eles ANTAGONIZARÃO A AÇÃO DAS SULFAS o Sulfas + fenitoína (antiepiléptico) = aumento da atividade da fenitoína o Sulfas + anticoncepcional oral (estrogênio): redução do efeito do anticoncepcional o Sulfas + zidovudina: aumento da toxicidade da zidovudina o Sulfas + hipoglicemiantes orais (sulfoniluréias): aumento do efeito hipoglicemiante o Sulfas + fenilbutazona, pronbenecida ou salicilatos: aumento da toxicidade das sulfas, por menor ligação às proteínas plasmáticas o Sulfas + anticoagulantes orais: aumento da atividade anticoagulante CLASSIFICAÇÃO DAS SULFAS o Sulfas sistêmicas: são absorvidas pelo TGI tendo, portanto, ações sistêmicas Ação curta: 4-7 horas | Ação intermediária: 10-12 horas | Ação longa: 35-40 horas o Sulfas intestinais: têm uma baixa ou nenhuma absorção intestinal, agindo localmente no intestino o Sulfas urinárias: excretadas lentamente pelo trato urinário, agindo eficientemente nas infecções renais o Sulfas vaginais e sulfas oftálmicas: não são absorvidas, tendo ação localizada na região vaginal ou olho SULFAS SISTÊMICAS o De ação lenta: Sulfamerazina, sulfatiazol e sulfametizol o De ação intermediária: Sulfadiazina e sulfametoxazol o De ação prolongada: sulfadoxina, sulfalena, sulfadimetoxina e sulfametoxipiridazina Desvantagens: dificuldade de atravessar a barreira HE; altas concentrações no sangue; reações de hipersensibilidade (síndrome de Stevens-Johnson) SULFAS INTESTINAIS o Sulfaguanidina, succinilsulfatiazo, salazosulfapiridina, ftalilsulfacetamida e ftalilsulfatiazol SULFAS OFTALMICAS o Sulfacetamida SULFAS VAGINAIS o Sulfacetamida, sulfatiazol e sulfabenzamida MECANISMOS DE RESISTENCIA DAS BACTÉTIAS ÀS SULFAS o Mutação: produção aumentada de ácido p-aminobenzoido ou síntese de di-hidropteroato sintetase que apresenta pouca afinidade pelo antimicrobiano o Plasmídeos: resistência proporcionada por enzimas com pouca afinidade ou determinar diminuição de permeabilidade da bactéria REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS o Sintomas digestivos, farmacodermias, febre, cefaleia, tremores, nefrotoxicidade, vasculite, hipercalemia, doença do soro e anafilaxia o Anormalidades hematológicas (leucopenia, anemia hemolítica etc), reações cutâneas graves (dermatite, síndrome de Steven-Johnson etc) e cristalúria com insuficiência renal o Usar com precaução em grávidas: grande potencial de teratogenicidade Contraindicado no terceiro trimestre da gestação e durante a amamentação, pelo risco de kernicterius (síndrome que causa destruição de hemácias, com acúmulo de bilirrubina. Como o concepto ainda não tem uma maquinaria adequada para eliminar essa bilirrubina, ela se concentra no SNC) PRINCIPAIS INDICAÇÕES o Pneumonias por Pneumocystis jiroveci o Infecções respiratórias (influenzas) o Infecções GI o Infecções da prostata e TGU QUINOLONAS Ácido nalidíxico (1960): primeira quinolona Década de 70: ácido oxolônico, cinoxacino, ácido piromídico, ácido pipemídico Década de 80: FLUOROQUINOLONAS (ampliaram a potência e o espectro bacteriano) ESTRUTURA QUIMICA o Semelhante às bases púricas o R6 e R7: interação com enzimas-alvo no metabolismo do RNA bacteriano o Carbonilas: região quelatogênica (interage com átomos bilaventes e trivalentes) o R6: ligação do átomo de flúor (aumento da atividade da quinolona) o R7: inclusão do grupo piperazino (ampliação do espectro de ação para as bactérias gram negativas) o Qunilonas que apresentam apenas um grupo ionizável têm pka ~ 6 e são usadas em infecções urinárias o Quinolonas com dois grupos ionizáveis tem pka ~ 9 e são usadas para infecções respiratórias principalmente CLASSIFICAÇÃO o Primeira geração: ácido nalidíxo, rosaxacino e ácido pipemídico Age principalmente em enterobacterias o Segunda geração Grupo A: norfloxacino e lomefloxacino Age principalmente em Enterobacterias e Pseudomona aeruginosa Grupo B: perfloxacino, ofloxacino e ciprofloxacino Age principalmente em atípicos e estafilococus + bactérias do grupo anterior o Terceira geração: levofloxacino, gatifloxacino, moxifloxacino e gamifloxacinono Age principalmente em espreptococus + bactérias do grupo anterior o Quarta geração: trovafloxacino, cinafloxacino e sitafloxacino Age principalmente em anaeróbios + bactérias do grupo anterior MECANISMO DE AÇÃO: atua sobretudo na (1) inibição da DNA girasse, logo a torção do DNA durante a replicação não é desfeita e o DNA vai se fragmentando. Como consequência replicação incompleta ou insatisfatória do DNA. A outra forma de ação seria a (2) inibição da topoisomerase IV, impedindoa proliferação do DNA bacteriano PRINCIPAIS INDICAÇÕES o Infecções respiratórias causadas por bactérias o Infecções do TGU (quinolonas de um só grupo ionizável) o Infecções do TGI o Gonorreia, principalmente aquelas causadas por bactérias produtoras de penicilinases (ciprofloxacino pode ser utilizado) o Carbúnculo (antraz): medicamento de escolha: ciprofloxacino INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS o Biodisponibilidade diminuída quando usada concomitantemente com antiácidos à base de alumínio, magnésio e cálcio, impedindo a absorção das quinolonas e levando à formação de complexos insolúveis o Absorção reduzida se administrada juntamente com ranitidina e omeprazol o Inibem enzimaticamente o complexo citocromo P450 Evitar o uso de fármacos que utilizem essa via de eliminação, como teofilina, varfarina e ciclosporina, pois pode haver aumento da concentração sérica desses fármacos podendo levar a intoxicações REAÇÕES ADVERSAS o Náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal o Hipersensibilidade: urticária, leucopenia etc o Tendinite ou ruptura de tendões o Deposição de quinolonas nos tecidos cartilaginosos, podendo levar a lesões articulares Evidência ainda em estudo o Fototoxicidade (para o fármaco esparfloxacino) o Hiploglicemia (para o fármaco gatifloxacino) o Anemia hemolítica (para o fármaco temofloxacino) MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA o Mutação cromossômica: alterações (mutações) das enzimas-alvo (DNA girasse e topoisomerase IV) e alterações na permeabilidade à droga pela membrana celular bacteriana (porinas) o É possível que exista um mecanismo que aumente a retirada da droga do interior da célula (bomba de efluxo) Matheus Leara Medicina UFPI 86
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