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Fotossíntese: conceitos básicos Profa. Rejane J. Mansur C. Nogueira Universidade Federal Rural de Pernambuco FOTOSSÍNTESE A vida na Terra depende, em grande parte, da energia solar. A fotossíntese é o único processo de importância biológica capaz de coletar essa energia. Fotossíntese significa literalmente “síntese utilizando luz” 6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6 O2 LUZ CLOROFILA •Vegetais •Algas vermelhas e cianobactérias •Bactérias púrpuras e verdes Organismos fotossintetizantes: Os pigmentos e as proteínas envolvidos na transferência de elétrons em conjunto, são chamados de CENTROS DE REAÇÃO Os pigmentos fotossintéticos geralmente estão associados a proteínas, as quais provém às moléculas a orientação e o posicionamento apropriado em relação às outras. Pigmentos são substâncias que absorvem luz. Um grande número de moléculas (100-5000) são chamadas coletivamente de ANTENA, “coletores” de luz, as quais transferem a energia para o centro de reação. O propósito é manter uma alta taxa de transferência de elétrons no centro de reação, mesmo em baixas intensidades luminosas. Centros Coletores de Energia (ANTENAS) Elementos necessários para a realização da fotossíntese: CO2 Luz (energia) Água (fornece os elétrons, oxigênio e prótons) Fotorreceptores: clorofilas e carotenóides Sistemas coletores de energia (Fotossistemas I e II) 1, bacteriochlorophyll a; 2, chlorophylla a; 3, chlorophyll b; 4, phycoerythrobilin; 5,β-carotene. Fonte: Taiz e Zeiger, 2004 Absorção de um fóton e excitação de um elétron em um pigmento fotossintético. • A clorofila excitada é extremamente INSTÁVEL e ela pode retornar para o seu estado fundamental através dos seguintes processos: • O mecanismo pelo qual a energia de excitação é passada da clorofila que absorve luz para o centro de reação,é conhecida como TRANSFERÊNCIA POR RESSONÂNCIA. Figura: Excitação da molécula de clorofila pela luz (Taiz e Zeiger, 2004). 15 ETAPAS DA FOTOSSÍNTESE (1)Reações Fotoquímicas (2) Reações Bioquímicas ou de Fixação do Carbono (1) Etapa fotoquímica Cloroplastos Quatro complexos protéicos estão envolvidos nesse processo: •Fotossistema II (PSII ou P680) •Complexo citocromo b6f •Fotossistema I (PSI ou P700) •ATP-sintase (1) Etapa fotoquímica • O centro de reação PSII (junto com suas clorofilas antenas e as proteínas da cadeia de transporte de elétrons associadas) está localizado predominantemente nas lamelas do grana. Localização dos fotossistemas II • O centro de reação PSI, juntamente com seus pigmentos antena e proteínas da cadeia de transporte de elétrons, bem como a enzima ATP sintase, são encontrados quase que exclusivamente nas lamelas do estroma e nas margens das lamelas do grana. Localização dos fotossistemas I e ATPsintase • O complexo citocromo b6f da cadeia transportadora de elétrons está uniformemente distribuído entre as lamelas do estroma e do grana. Localizãção do complexo citocromo b6f O que ocorre nas membranas dos tilacóides? • Oxidação da água • Redução do NADP • Síntese de ATP • Os pigmentos servem como ANTENA, coletando luz e transferindo energia para o centro de reação, onde a fotoquímica acontece. Fonte:Taiz e Zeiger, 2004. (1) Etapa Fotoquímica Mecanismo de transporte de prótons e de elétrons Mecanismo de transporte de prótons e de elétrons O transporte vetorial de prótons e elétrons nas membranas dos tilacóides (Hopkins,2000) Mecanismo de transporte de prótons e de elétrons 2 H2O O2 + 4H ++ 4e- Fluxo de elétrons não cíclico O elétron da ferredoxina pode ser transferido para o complexo de citocromo b6f em vez de o ser para o NADP+. Esse elétron flui então de volta para a forma oxidada do P700 através da plastocianina. Esse fluxo cíclico de elétrons leva só ao bombeamento de prótons pelo complexo de citocromo b6f. O gradiente de prótons resultante impulsiona então a síntese de ATP sem a formação concomitante de NADPH . Fluxo de elétrons cíclico (fotofosforilação cíclica) Mecanismo de transporte de prótons e de elétrons A etapa fotoquímica resulta em: 1. Produção de forte agente redutor, NADPH 2. Liberação de oxigênio como subproduto da dissociação da molécula da água 3. Formação de ATP por meio do complexo ATP- sintase (2) Etapa bioquímica: fixação do carbono Estroma A relação entre as reações fotoquímicas e bioquímicas da fotossíntese (Taiz& Zeiger, 1998). A fixação do CO2, conhecida como Ciclo de Calvin-Benson, envolve uma série de reações: 1- Carboxilação 2- Redução 3- Regeneração Enzima: Ribulose 1,5-bisfosfato carboxilase/oxigenase RUBISCO Fonte: Taiz e Zeiger, 2004. 1. Carboxilação 1º intermediário estável CO2 + ribulose-1,5-bisFosfato intermediário instável + H2O 2 (3-fosfoglicerato) (5C) (6C) (3C) Fonte: Taiz e Zeiger, 2004. 2. Redução 3-fosfoglicerato + ATP + NADPH triose-fosfato + ADP + Pi + NADP+ 3. Regeneração CARBOXILAÇÃO REDUÇÃO REGENERAÇÃO Quando a concentração de O2 é maior do que a de CO2, a RUBISCO reage com o O2, processo chamado de FOTORRESPIRAÇÃO. Esquema simplificado da fotorrespiração. A ribulose 1,5-bifosfato carboxilase é também oxigenase. Catalisa a adição de O2 à ribulose 1,5 bifosfato para formar fosfoglicolato e 3-fosfoglicerato. Quando o O2 se combina com RUBP, um ácido de 2 carbonos (fosfoglicolato ou ácido fosfoglicólico) é formado, e ele não é usado no Ciclo de Calvin-Benson. O fosfoglicolato é rapidamente hidrolizado para glicolato, que é o substrato para a fotorrespiração. Duas moléculas de fosfoglicolato (4 átomos de C) perdidas do ciclo C3 pela oxigenação da ribulose disfosfato, são convertidas em uma de 3-fosfoglicerato (3 átomos de C) e uma de CO2. Ou seja,75% do C é recuperado pelo ciclo C2 e reconduzido ao ciclo C3. Plantas C4 ANATOMIA KRANZ Fonte: Taiz e Zeiger, 2004 Enzima PEP- carboxilase Plantas C4 Fonte: Taiz e Zeiger, 2004. Via C4 de fixação de carbono 1° comp. estável Gasto de 2 ATP Aceptor primário VANTAGENS DO CICLO C4: •A enzima fosfoenolpiruvato carboxilase utiliza como substrato o HCO3 - que não compete com O2, ou seja, a fotorrespiração é suprimida no mesofilo; • A enzima PEP carboxilase tem elevada afinidade pelo substrato (HCO3 -, 5μM), o que a permite atuar mesmo em concentrações baixas do substrato; • A grande afinidade da enzima pelo substrato permite que as plantas C4 fotossintetizem com pequena abertura estomática e, consequentemente, com baixa perda de água. Uma conseqüência do exposto acima é que as plantas C4 sobrevivem bem em ambientes com altas temperaturas e climas semi-áridos (quentes e secos); Existe alguma desvantagem? Mecanismo de regeneração do PEP consome dois ATP. Assim, as C4 gastam 5 ATP para cada CO2 fixado; As plantas C3 gastam apenas 3 ATP por CO2 fixado. PLANTAS CAM Vanilla sp. Abacaxi Kalanchoe sp. CAM(Metabolismo Ácido Crassuláceo) Metabolismo CAM Embora bioquimicamente estes processo de fixação de CO2 seja igual ao realizado pelas plantas C4, uma das diferenças mais acentuadas entre ambos é a ocorrência da compartimentação temporal nas plantas CAMFonte: Taiz e Zeiger, 2004 TEMPORALMENTE ESPACIALMENTE Fatores que afetam a fotossíntese • Muitos fatores influenciam a fotossíntese: ▫ Água ▫ Luz ▫ Nutrientes Minerais ▫ CO2 ▫ Temperatura ▫ Idade de planta ▫ Genótipo O fator que mais limita a fotossíntese em ecossistemas naturais e agrícolas é a água Estresses ambientais X Fotossíntese Excesso de Luz FOTOINIBIÇÃO (Reversível) FOTOOXIDAÇÃO (Irreversível) • A foto-inibição envolve danos aos centros de reação, especialmente PSII, quando eles são sobre-excitados. O que acontece no PSII é a perda da proteína envolvida na transferência de elétrons entre P680 e PQ. Esta proteína pode ser recuperada posteriormente (Proteína D1). • Resulta em uma baixa utilização quântica e em baixo rendimento assimilatório Fonte: Mengarda et al., Brazilian Journal of Plant Physiology, 21(1), 55-64, 2009 • Foto-oxidação envolve diretamente os pigmentos receptores de luz. Quando estes absorvem muita luz, ficam muito tempo excitados e interagem com o CO2 produzindo radicais livres, como superóxido (O2-), o qual pode destruir os pigmentos. Há algumas defesas bioquímicas, como a enzima superóxido dismutase (SOD) que destrói os radicais livres, mas essas defesas são insuficientes se a exposição à alta luminosidade é prolongada. Fonte: Magalhães et al., Pesq. agropec. bras., v.44, n.7, p.687-694, jul. 2009 Estresse hídrico Limitações estomáticas Redução da condutância estomática Reduz a absorção de CO2 Redução na fotossíntese Limitações não estomáticas Danos no aparato fotossintético, gera EROs Redução na eficiência carboxilativa Redução na fotossíntese Fonte: Gonçalves et al., 2009. Pesq. Agrop. Bras. v.44, n.1.
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