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Relatório de Estágio Ordem dos Engenheiros

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ORDEM DOS ENGENHEIROS
REGIÃO SUL
COLÉGIO DE ENGENHARIA CIVIL
Iniciação profissional apoiando trabalhos da empresa
Setezete – Projectos e Construções, Lda.
Estágio profissional para efeitos de admissão
como membro efectivo na Ordem dos Engenheiros e
realizado no período entre 27/03/2015 e 27/09/2015
Nome do Estagiário: David Salomão Pinto Castanho Bizarro Membro n.º 73106
Nome do Orientador: João António Aleixo da Cruz Membro n.º 17583
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
Colégio de Engenharia Civil Membro nº73106
David Salomão Pinto Castanho Bizarro i
Copyright: David Salomão Pinto Castanho Bizarro, Ordem dos Engenheiros - Região Sul
Este relatório de estágio foi resultado de pesquisa pessoal e independente, o seu conteúdo é
original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas figuras e na
bibliografia.
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
Colégio de Engenharia Civil Membro nº73106
David Salomão Pinto Castanho Bizarro ii
Índice Geral
Introdução...................................................................................................................1
1.1 Objectivos de Estágio .......................................................................................................1
1.2 Apresentação e Conteúdos do Relatório Formal ..............................................................1
1.3 Identificação da Empresa..................................................................................................1
Construção de uma Moradia Unifamiliar...................................................................4
2.1 Localização da obra e enquadramento urbano/paisagístico..............................................4
Datas importantes, prévias ao Auto de Recepção ......................................................6
3.1 Procedimentos e Elementos Instrutórios nas Câmaras Municipais ..................................6
3.2 Assessoria Técnica ao Dono-de-Obra...............................................................................7
3.3 Exigências Legais para o Empreiteiro ..............................................................................7
3.4 Contrato de Empreitada – Aspectos Gerais e Específicos ................................................8
Implantação do estaleiro...........................................................................................10
4.1 Reconhecimento do local da obra ...................................................................................10
4.2 Projecto do Estaleiro .......................................................................................................11
4.3 Programa de Segurança e Saúde .....................................................................................16
4.4 Documentação obrigatória em obra ................................................................................19
4.5 Drenagem de esgotos e abastecimento de água ao estaleiro...........................................21
4.6 Abastecimento de Energia ..............................................................................................22
4.7 Gestão de Resíduos .........................................................................................................23
Tarefas preliminares para a construção da Moradia Unifamiliar .............................25
5.1 Introdução .......................................................................................................................25
5.2 Actividades Prévias.........................................................................................................26
5.3 Planeamento da Obra ......................................................................................................28
Acompanhamento de Obra – Registo de Factos e Observações ..............................33
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
Colégio de Engenharia Civil Membro nº73106
David Salomão Pinto Castanho Bizarro iii
6.1 Implantação do estaleiro .................................................................................................33
6.2 Betão Armado – Fundações ............................................................................................36
6.3 Betão Armado - Superestruturas.....................................................................................42
6.4 Segurança e Saúde ..........................................................................................................49
6.5 Controlo de Qualidade ....................................................................................................52
6.6 Organização do Estaleiro ................................................................................................59
Outros trabalhos durante o período de estágio .........................................................68
Conclusões e comentários finais ..............................................................................71
Referências e Bibliografia consultada ...........................................................................................72
Anexo 1. Conta Corrente da Moradia Unifamiliar ....................................................................76
Anexo 2. Mapa de Quantidades e Orçamento ...........................................................................78
Anexo 3a. Planeamento da Moradia Unifamiliar (Estruturas – Esperado) ...............................81
Anexo 3b. Planeamento da Moradia Unifamiliar (Estruturas – Realidade) ..............................82
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
Colégio de Engenharia Civil Relatório nº73106
David Salomão Pinto Castanho Bizarro iv
Índice de Figuras
Figura 1.1 - Operação de Loteamento na Ericeira (Setezete - Projectos & Construções, Lda, 2007)
.........................................................................................................................................................3
Figura 1.2 – Operação de Loteamento em Almograve (Setezete - Projectos & Construções, Lda,
2007)................................................................................................................................................3
Figura 2.1 - Planta de Ordenamento do Plano Director Municipal de Sesimbra (Cartografia
Consórcio C.M.S./P.T./E.D.P., 2003) .............................................................................................4
Figura 2.2 – Localização aproximada da Moradia Unifamiliar – Adaptado de (Google, 2015).....5
Figura 4.1 – Lote de terreno (com sistema de vedação para estaleiro) para construção da Moradia
Unifamiliar. ...................................................................................................................................10
Figura 4.2 – Plano de Estaleiro: Implantação do Estaleiro; Sinalização e Segurança; Caminho de
circulação – Fase de Toscos. .........................................................................................................11
Figura 4.3 – Máquina de corte (à esquerda) e máquina de moldar varões de aço (à direita). .......12
Figura 4.4 – Pormenor de travamento na base de escada auxiliar.................................................14
Figura 4.5 – Apoios de andaimes instáveis e base de apoio oculta/obstruída, exemplificando o não
respeito das regras de segurança....................................................................................................15
Figura 4.6 – Sinalética exterior para indicar o licenciamento da obra em curso (Aviso de Obras).
Sinalização de Segurança na entrada do estaleiro. ........................................................................18
Figura 4.7 – Livro de Obra. ...........................................................................................................20
Figura 4.8 – Instalação das Caixas para os Contadores em Muro Técnico. ..................................21
Figura 4.9– Abertura de valas para a rede provisória de águas, respeitando o Decreto-
Regulamentar n⁰33/88 – Regulamento de sinalização de carácter temporário de obras e obstáculos
na via pública.................................................................................................................................22
Figura 4.10 – Cabine do quadro geral eléctrico em local acessível e com sinalização de perigo de
electrocussão..................................................................................................................................23
Figura 5.1 – Calendarização da execução da empreitada – Plano de trabalhos de “Construção de
Moradia Unifamiliar” sita no Concelho de Sesimbra....................................................................25
Figura 5.2 – Mapa de Pilares do Projecto de Estabilidade da Moradia Unifamiliar .....................27
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
Colégio de Engenharia Civil Relatório nº73106
David Salomão Pinto Castanho Bizarro v
Figura 5.3 – Desperdício de benefícios ao nível de comportamento estrutural considerando sapata
comum, e consecutivo desaproveitamento na diminuição de material nas fundações dos pilares.
.......................................................................................................................................................28
Figura 5.4 – Quantificação periódica da disponibilidade de recursos financeiros da obra durante a
fase de toscos – conta prevista e conta corrente. ...........................................................................31
Figura 5.5 – Número de Trabalhadores por semana presentes na Construção de Moradia
Unifamiliar para a fase de toscos...................................................................................................32
Figura 6.1 – Remoção/arrumação de eventuais materiais depositados no local da construção,
identificando tipos de materiais recicláveis...................................................................................33
Figura 6.2 – Marcação do Nível de Metro com auxílio de Mangueira de Nível. Delimitação da área
de escavação recorrendo a varões de aço e fios de nylon..............................................................34
Figura 6.3 – Escavação de terras na zona da obra e carregamento de camiões com material
resultante da escavação..................................................................................................................34
Figura 6.4 – Reposicionamento do contentor de armazenamento e área disponível sem
constrangimentos para montagem de estaleiro..............................................................................35
Figura 6.5 – Vegetação a abater e a preservar conforme o projecto de arranjos exteriores ..........35
Figura 6.6 – Demolição parcial da fundação do contentor de armazenamento.............................35
Figura 6.7 – Pormenor de instalação de contadores de serviços públicos em muro técnico.........36
Figura 6.8 – Ferramenta manual para regularização do terreno antes da implantação da construção.
Apoio topográfico para implantação planimétrica e altimétrica definida em projecto. ................37
Figura 6.9 – Cangalho periférico: barrotes de madeira fixados ao terreno com recurso a estacas de
madeira ..........................................................................................................................................37
Figura 6.10 – Pormenor construtivo tipo da laje/piso térrea “fora de escala” ...............................38
Figura 6.11 – Alterações às Plantas de Estabilidade do Rés-do-Chão (à esquerda) e 1º Piso (à
direita)............................................................................................................................................38
Figura 6.12 – Marcação das fundações e abertura manual dos caboucos num solo silte-argiloso
com utilização de técnicas rudimentares .......................................................................................39
Figura 6.13 – Pré-montagem em estaleiro das armaduras das fundações e arranque de pilares.
Pormenor de execução de sapata isolada.......................................................................................39
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
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David Salomão Pinto Castanho Bizarro vi
Figura 6.14 – Betonagem de uma sapata de um pilar e respectiva compactação do betão fresco
com vibrador de agulha .................................................................................................................40
Figura 6.15 – Cofragem tradicional portuguesa em lintéis de fundação, incluindo negativos para
passagem de tubos de saneamento. Aspecto final após descofragem com aplicação de óleo
descofrante.....................................................................................................................................41
Figura 6.16 – Carregamento/transporte de pedra de enrocamento para base de massame e
colocação/espalhamento de camada de brita nº4 – pedra granítica. .............................................41
Figura 6.17 – Cofragem plastificada de configuração rectangular aplicada em pilares de geometria
em tê. Sistema de fixação dos taipais verticais para cofragem de pilares da autoria do empreiteiro.
.......................................................................................................................................................42
Figura 6.18 – Diferenças de textura e qualidade da superfície do betão em pilares rectangulares
resultantes da utilização de cofragem tradicional ou cofragem plastificada. ................................42
Figura 6.19 – Processo de construção de um pilar com anomalia junto à superfície externa causada
pela deficiente compactação do betão ...........................................................................................57
Figura 6.20 – Elementos do sistema de escoramento e cofragem das vigas e da laje do tecto do
piso 0: a) escoras metálicas ajustáveis em altura; b) vigas de madeira – Doka H20 Eco; c) painéis
de contraplacado marítimo – Doka 3-S Eco; d) ferrolhos de aço, tábuas de solho, escoras e barrotes
em madeira de Pinho. ....................................................................................................................43
Figura 6.21 – Impermeabilização dos muretes (lintéis de fundação) em todo o perímetro do
edifício. ..........................................................................................................................................43
Figura 6.22 – Montagem manual das armaduras das vigas do tecto do piso 0 sobre cavaletes de
aço e sua colocação dentro das cofragens. ....................................................................................44
Figura 6.23 – Armaduras inferiores da laje maciça com presença de cadeiras e vigas embutidas.
Betonagem da 1ª fase da laje do tecto do R/C por bombagem de betão pronto. ...........................44
Figura 6.24 – Espalhamento do betão fresco e alisamento da superfície. Aspecto final da laje de
cobertura/terraço – 1ª fase de betonagem. .....................................................................................44
Figura 6.25 – Armaduras da laje maciça do tecto do piso 0 com vigas semi-invertidas e normais
na periferia. Armaduras de espera do parapeito e arranque dos pilares na transição entre pisos..45
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
Colégio de Engenharia Civil Relatório nº73106
David Salomão Pinto Castanho Bizarro vii
Figura 6.26 – Ausência de escoramento salvo nas vigas periféricas para betonagem do parapeito e
melhor endurecimento do betão. Aspecto final da cobertura/terraço com parapeito de betão
armado. ..........................................................................................................................................45
Figura 6.27 – Cofragem tradicional aplicada nas vigas e lajesda cobertura do espaço anexo à
Moradia. Presença de espaçadores de pedra mármore de medida apropriada para garantia de
recobrimento. .................................................................................................................................46
Figura 6.28 – Sistema de escoramento da laje do logradouro. Aspecto final da estrutura de betão
armado do logradouro....................................................................................................................46
Figura 6.29 – Acerto da profundidade da abertura de valas para as fundações com mangueira de
nível. Remoção parcial da fundação do muro de delimitação de um lote vizinho. .......................47
Figura 6.30 – Aspecto final do muro de delimitação de propriedade............................................47
Figura 6.31 – Material de cofragem para vigas e lajes devidamente organizado e armaduras dos
pilares do piso 1 previamente preparadas......................................................................................48
Figura 6.32 – Colocação directa no local das armaduras superiores da laje de cobertura da
mezanine (laje maciça com vigas semi-invertidas) .......................................................................48
Figura 6.33 – Primeira etapa da instalação do piso em madeira – execução da estrutura: vigas e
serrafos ..........................................................................................................................................48
Figura 6.34 – Execução de alvenarias exteriores com assentamento de tijolos em pé. Pormenor de
remate entre alvenaria e viga estrutural – colocação de isolamento térmico na junta e posterior
preenchimento com argamassa. .....................................................................................................49
Figura 6.35 – Aplicação de salpico de argamassa de areia e cimento para melhor ligação entre
reboco e alvenaria. Retirada do excesso de argamassa. ................................................................49
Figura 6.36 – Período de betonagem dos pilares com vários trabalhadores colocando a sua
segurança em risco.........................................................................................................................50
Figura 6.37 – Trabalho pontual de aplicação de betão originando grave risco de queda em altura,
pela ausência de plataforma de trabalho........................................................................................51
Figura 6.38 – Pormenor de apoio dos elementos verticais de escoramento ao solo com evidente
ausência de rigidez.........................................................................................................................54
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
Colégio de Engenharia Civil Relatório nº73106
David Salomão Pinto Castanho Bizarro viii
Figura 6.39 – Recobrimento lateral das armaduras das vigas inferior ao mínimo regulamentar,
todavia um problema de pouca importância porque existe protecção mecânica nessa face interior.
.......................................................................................................................................................55
Figura 6.40 – Comprimentos de amarração não regulamentares, podendo ocasionar aumento do
risco de fissuras nas zonas de maiores esforços ou consequências ao nível estrutural. ................55
Figura 6.41 – Amarração das armaduras do pilar excêntrico inadequada à metodologia de cálculo
do modelo de escoras e tirantes. ....................................................................................................56
Figura 6.42 – Entupimento da mangueira do camião autobomba devido à presença de
calhaus/pedras, consequência da falta de lavagem/limpeza das partes dos camiões autobetoneira
que ficaram com sobras de betão de outras obras. ........................................................................56
Figura 6.43 – Lintéis de fundação com emendas a 45º a uma distância de ¼ do apoio, local onde
geralmente os esforços são menores..............................................................................................57
Figura 6.44 – Troços de pilares com betões de diferentes tonalidades e idades. ..........................58
Figura 6.45 – Arrumação dos varões por secções em obra evitando o contacto com o solo. .......60
Figura 6.46 – Armazenamento de materiais na cabine de electricidade. Ocupação da via pública
para depósito de brita nº4. .............................................................................................................61
Figura 6.47 – Arrumação de diferentes materiais no mesmo local, antes e depois da preparação das
armaduras dos lintéis de fundação.................................................................................................61
Figura 6.48 – Parqueamento de material de cofragem adequado ao plano de circulação em obra,
durante a descofragem dos lintéis de fundação. ............................................................................61
Figura 6.49 – Providenciamento de material de cofragem e respectiva arrumação em locais
adequados, para pilares e vigas do piso 0. .....................................................................................62
Figura 6.50 – Arrumação do material de cofragem numa fase antecedente à cofragem das vigas e
lajes do tecto do piso 0. .................................................................................................................62
Figura 6.51 – Colocação em obra de material necessário e disposição do mesmo em sítios
apropriados, para cofragem de vigas e lajes do piso 0. .................................................................63
Figura 6.52 – Uso da carrinha da empresa para transporte de diversos materiais, desde o armazém
de apoio da empresa até ao local do estaleiro................................................................................63
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
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David Salomão Pinto Castanho Bizarro ix
Figura 6.53 – Preparação de armaduras para lajes e vigas do piso 0: armazenagem dos varões de
aço, fabrico (corte e dobragem) e armazenagem de armaduras, posterior transporte manual até ao
local de aplicação...........................................................................................................................64
Figura 6.54 – Aumento em altura da área de apoio ao estaleiro. Conclusão de tarefas relacionadas
com a descofragem de elementos estruturais e o descimbramento da laje da primeira fase da
cobertura/terraço. ...........................................................................................................................64
Figura 6.55 –Trabalhos necessários à construção do logradouro: reutilização de cofragens de
elementos com betão curado e preparação de armaduras para vigas e lajes. ................................65
Figura 6.56 – Parqueamento de materiais e equipamento para se aplicarem na execução do muro
de delimitação................................................................................................................................65
Figura 6.57 – Relocalização/organização de materiais em laje recém-executada (cobertura/terraço)
para cofragens e armaduras dos elementos estruturais do piso 1. .................................................66
Figura 6.58 – Disposição de materiais e ferramentas para montagem da estrutura de madeira que
suportará o pavimento em deck de madeira. .................................................................................66
Figura 6.59 – Zonas de depósito de materiais e pequenos equipamentos, alguns para serem
utilizados na execução do massame – data anterior à betonagem das vigas e lajes do tecto do piso
1. ....................................................................................................................................................67Figura 6.60 – Distribuição de paletes de tijolos na obra de forma organizada. Andaime para apoio
a trabalhos de paredes de alvenaria. ..............................................................................................67
Figura 7.1 – Vista geral da obra do edifício de habitação em Corroios, Seixal. Levantamento da
estrutura no último piso e de alvenarias de tijolo furado. Procedimentos de segurança no trabalho
não respeitados na íntegra..............................................................................................................68
Figura 7.2 – Projecto de estabilidade da Moradia Bifamiliar em Ribamar, Ericeira – Pormenores
de escadas e de lajes de betão armado. ..........................................................................................69
Figura 7.3 – Fundação de edifício em Salmoura, Setúbal ............................................................70
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
Colégio de Engenharia Civil Relatório nº73106
David Salomão Pinto Castanho Bizarro Página 1 de 82
Introdução
1.1 Objectivos de Estágio
Para que o engenheiro-estagiário consiga uma percepção clara da prática de trabalho na construção
civil necessita não só uma formação específica mas também uma preparação favorável, isto é,
mesmo que este pretenda exercer funções em projecto, deverá desenvolver competências
relacionadas com a profissão de engenheiro em obra (por exemplo: coordenação, fiscalização ou
direcção), não só para enquadramento na directiva estaleiros (introdução dos princípios gerais de
prevenção no projecto) mas também para aquisição de domínios relacionados com os próprios
processos construtivos.
1.2 Apresentação e Conteúdos do Relatório Formal
Este relatório expõe fundamentalmente as actividades efectuadas para a Construção de uma
Moradia Unifamiliar em Caixas – Concelho de Sesimbra, durante o período do estágio formal na
empresa Setezete – Projectos e Construções Lda., de acordo com o estabelecido no documento
“Realização de Estágios – Normas e Procedimentos”. Refira-se que, apesar de oficialmente o
estágio só ter começado em 27/03/2015 e acabado em 27/09/2015 (duração de seis meses), na
realidade este iniciou-se em Fevereiro de 2015.
O domínio de trabalhos desenvolvidos no estágio compreendeu diversas tarefas relacionadas com
a área de construção (foco principal) e projecto, designadamente: a) preparação de condições
técnicas gerais e específicas para caderno de encargos (compilação de textos); b) mapa de
medições, orçamentos e autos de medição (elaboração própria de folhas de cálculo); c)
documentação, organização, planeamento, controle e acompanhamento de obra; d)
dimensionamento e desenhos/pormenores de elementos estruturais (elaboração própria de folhas
de cálculo).
1.3 Identificação da Empresa
A Setezete – Projectos e Construções, Lda. é uma sociedade comercial por quotas, registada na
Conservatória do Registo Comercial de Sesimbra sob o Número de Identificação Fiscal
nº504338390 (sede em Sampaio, concelho de Sesimbra), e com início de actividade em Janeiro de
1999, encontrando-se registada no Instituto da Construção e do Imobiliário com o Alvará de
Empreiteiro de Obras Públicas nº 71667 (Instituto da Construção e do Imobiliário, I.P., 2015).
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
Colégio de Engenharia Civil Relatório nº73106
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É uma empresa que possui um profundo conhecimento da actividade da construção civil
(desenvolve os seus trabalhos um pouco por todo o País) e experiência reconhecida no ramo da
Arquitectura e Engenharia Civil, contendo em seu acervo técnico, mais de 1000 projectos
executados pelas diversas áreas da Arquitectura e Engenharia.
Presentemente, o quadro de pessoal técnico conta com mais de 20 profissionais (estando a grande
maioria inscritos numa Associação Profissional) preparados para responder com rapidez e
eficiência a qualquer desafio que seja proposto, disponibilizando assistência desde a fase
embrionária do projecto até á sua conclusão, passando pelo apoio jurídico, consultadoria, direcção
de obra ou fiscalização.
A área de actuação da empresa passa por diferentes tipos de sectores, pelo que, de entre os
inúmeros trabalhos executados, seleccionaram-se os mais relevantes (Portfólio Empresarial):
 Construção de Moradia Unifamiliar (400 m2) Sesimbra;
 Legalização de Hospedaria (300 m2) – Lisboa;
 Legalização de Moradia Unifamiliar – Aldeia do Meco;
 Construção de Moradia Unifamiliar (300 m2) – Quinta do Peru;
 Estabelecimento de Restauração – Aldeia do Meco;
 Hotel Capela e Anfiteatro (4050 m2) – Sesimbra;
 Operação de Loteamento (8000 m2) – Ericeira, relacionada com a Figura 1.1;
 Operação de Loteamento (26000 m2) – Almograve, relacionada com a Figura 1.2;
 Operação de Loteamento Industrial (87500 m2) – Montijo.
A estratégia de marca está ligada directamente à qualidade do produto e dos serviços prestados, e
nesse sentido a empresa adopta as palavras-chave seguintes: Arquitectura; Conceito; Desenho;
Imagem; Criatividade; Rigor; Construção; Transparência.
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Figura 1.1 - Operação de Loteamento na Ericeira (Setezete - Projectos & Construções, Lda, 2007)
Em relação à elaboração de projectos de especialidades de engenharia e de arquitectura, a empresa
está habilitada à prestação dos serviços seguintes:
1ª Operações Urbanísticas – Projectos de Urbanização
1.1 – Operações de Loteamento;
1.2 – Especialidades que integram a Obra de Urbanização (Operação de Loteamento):
1.3 – Operações de Destaque;
Figura 1.2 – Operação de Loteamento em Almograve (Setezete - Projectos & Construções, Lda, 2007)
2ª Operações Urbanísticas – Projectos de Edificação
3ª Outros Serviços Técnicos
*Plano de Demolição de Edifícios;
*Plano de Segurança e Saúde;
*Análise Patológica de Edifícios e Tecnologias de Intervenção;
*Plano de Prevenção e Gestão de Resíduos de Construção e Demolição (RCP);
*Fiscalização e Direcção Técnica de Obras.
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Construção de uma Moradia Unifamiliar
2.1 Localização da obra e enquadramento urbano/paisagístico
A construção da Moradia Unifamiliar localiza-se na Rua da Mansinha com localidade em Caixas
pertencente à freguesia do Castelo do Concelho de Sesimbra.
Figura 2.1 - Planta de Ordenamento do Plano Director Municipal de Sesimbra (Cartografia Consórcio
C.M.S./P.T./E.D.P., 2003)
O espaço (lote com 665 m2) está inserido na Urbanização das Caixas e encontra-se na Unidade
Operativa de Planeamento e Gestão designada Alfarim em que se prevê, conforme o Plano Director
Municipal – Figura 2.1, um crescimento turístico, articulado com espaços urbanos/urbanizáveis,
espaços agrícolas e espaços agrícolas/florestais. Ainda conforme o PDM, o espaço é classificado
como urbano/urbanizável (U54 – Caixas), portanto, destinado predominantemente à habitação
podendo conter uma unidade comercial de serviços (hoteleiros ou similares) ou outro equipamento
complementar, desde que seja compatível com a habitação.
ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO SUL
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O edifício formaliza-se através de uma arquitectura contemporânea que se adequa ao zonamento
do território, identificado como zona habitacional e evidenciado na Figura 2.2. No que diz respeito
à funcionalidade, a construção é adequada à utilização de habitação permanente de acordo com os
padrões actuais de utilização: devido à configuração em planta (forma em “L”, não compacta) a
zona privada está dividida da zona social; arranjos exteriores compostos pelo coberto vegetal
existente ou canteiros com plantasautóctones; entrada pedonal/automóvel através da via pública
confinante; maximização da iluminação natural pela utilização de grandes vãos (Covacich, 2015).
Figura 2.2 – Localização aproximada da Moradia Unifamiliar – Adaptado de (Google, 2015)
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Datas importantes, prévias ao Auto de Recepção
3.1 Procedimentos e Elementos Instrutórios nas Câmaras Municipais
O Engenheiro-Estagiário acompanhou o processo necessário para a obtenção do Alvará de
Construção da obra, e mais tarde, ocupou-se com este tipo de assuntos entre outros. De facto, é
relevante a consciencialização acerca dos trâmites legais de todo o processo de edificação, apesar
desta informação frequentemente estar disponível ao público em geral.
Numa fase preliminar, o arquitecto seleccionado pelo dono-de-obra poderá fazer um projecto de
loteamento (facultativo) para efectuar um pedido de informação prévia para obra de edificação; os
elementos instrutórios a elaborar pelo técnico são os seguintes (Município de Sesimbra, 2015): a)
memória descritiva; b) planta de localização; c) planta de implantação; d) planta de infra-estruturas
locais e ligação às infra-estruturas gerais; e) planta com a definição das áreas de cedência
destinadas à implantação de espaços verdes, equipamentos de utilização colectiva e infra-
estruturas viárias; f) plano de acessibilidades.
O despacho favorável da informação prévia tem os seguintes efeitos: a) vincula as entidades
competentes na decisão sobre o pedido de licenciamento e no controlo sucessivo da operação
urbanística (obra de edificação sujeita a comunicação prévia); b) dispensa a realização da consulta
das entidades externas que se tenham pronunciado (desde que o pedido de licenciamento e a
comunicação prévia sejam apresentados nos mesmos termos); c) não interrompe os procedimentos
de licenciamento ou comunicação prévia apresentados com suporte em informação prévia,
nomeadamente, no período de discussão pública dos planos municipais, intermunicipais ou
especiais de ordenamento do território ou sua revisão (Município de Sesimbra, 2015).
Para a fase de licenciamento (no caso de obra de edificação), o arquitecto deverá elaborar o
projecto de arquitectura (plantas; alçados; cortes longitudinais e transversais; pormenores de
construção; discriminação das partes do edifício correspondentes às várias fracções e partes
comuns; plano de acessibilidades) atendendo às pretensões do dono-de-obra e às instruções legais,
posteriormente efectuará um pedido de apreciação/aprovação à Câmara Municipal (controlo
prévio aplicável à realização de obras de construção).
Após aprovação do projecto de arquitectura, a Câmara Municipal emitirá um documento dando
conhecimento desse facto e informará que os projectos de especialidades têm um prazo de seis
meses, para serem entregues, podendo-se prorrogar o prazo, uma única vez, pelo período máximo
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de três meses. Após entrega dos projectos de especialidades procede-se à respectiva apreciação,
não só pela Autarquia mas também por outras entidades, após sua validação verifica-se o
deferimento do pedido de licenciamento. A partir desse momento, o dono-de-obra deverá
seleccionar uma empresa de construção (adjudicação da obra), dispondo de um ano (prorrogável
uma única vez pelo período máximo de um ano) para solicitar a emissão do alvará de licença para
realização das obras (pagamento das taxas devidas).
Uma vez levantado o alvará, a obra pode ser iniciada (consignação de trabalhos) após a
comunicação à Câmara Municipal (precedência mínima de cinco dias), e deverá estar concluída
até ao prazo previsto (passível de prorrogações). Somente com o projecto da moradia aprovado e
a licença de construção se torna possível requerer os contadores de obras, conforme o Decreto-Lei
nº 555/99 alterado pelo Decreto-Lei nº136/2014 – Regime Jurídico Urbanização e Edificação.
3.2 Assessoria Técnica ao Dono-de-Obra
No que se refere à selecção pelo dono-de-obra de um empreiteiro ou uma equipa de projecto, não
envolvendo obras públicas, frequentemente acontece a contratação de um técnico (usualmente o
arquitecto projectista) para prestação de serviços de assistência técnica especial (Maria, 2014):
 Participação na escolha de especialistas a serem considerados para a elaboração do projecto
de especialidades – compatibilidade entres os diversos projectos (articulação da equipa de
projecto), soluções técnicas tomadas e respectivos custos (funcionalidade, estética,
inovação), simplicidade de execução (métodos correntes, repetição de diferentes
componentes da obra), prazo de execução, qualidade das peças desenhadas, plano de
segurança e saúde, precisão das medições das quantidades de trabalho.
 Apreciação técnica-económica das propostas de orçamento dos empreiteiros (contém o
Imposto sobre Valor Acrescentado – I.V.A.) baseadas nas quantidades de trabalhos
constantes das medições – qualidade dos materiais, métodos de trabalho (solução técnica,
equipamentos e mão-de-obra), prazo de execução, projecto do estaleiro, programa de
segurança e saúde, condições previstas no contrato (condições de pagamento, garantias).
3.3 Exigências Legais para o Empreiteiro
A empresa de construção civil necessita apresentar os documentos seguintes para realização da
obra: a) titularidade de alvará emitido pelo Instituto da Construção e do Imobiliário – I.N.C.I., I.P.
(habilitações adequadas à natureza e valor da obra, com subcategorias adequadas aos trabalhos a
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executar, conforme o Decreto-Lei nº 69/2011 – Regime Jurídico Aplicável ao Exercício da
Actividade da Construção); b) apólice de seguros de todos os trabalhadores, conforme a Lei
nº100/97 (responsabilidade pela reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho); c)
calendarização da execução da obra; d) Livro de Obra, com menção do termo de abertura; e) Plano
de segurança e saúde; f) Estimativa do custo total da obra, conforme o Regulamento Municipal da
Edificação e da Urbanização – R.M.E.U. e o Decreto-Lei n.º 287/2003 (Código do Imposto
Municipal sobre os Imóveis) (Cruz, 2015).
3.4 Contrato de Empreitada – Aspectos Gerais e Específicos
O empreiteiro (entidade adjudicante) pode estabelecer que as empreitadas sejam por quaisquer
modalidades da tricotomia tradicional (contínua a ser permitido, mas não obrigatório por diploma
legal – Modo de Retribuição do Empreiteiro) (Silva, 2001):
 Preço global – A remuneração do empreiteiro é previamente fixada tendo por base a
realização de todos os trabalhos necessários à execução da obra ou parte dela – objecto de
contrato – (inclui-se a qualidade e as características dos materiais a aplicar), quer em termos
de espécie de trabalhos, quer em termos de quantidades.
 A adopção da modalidade de preço global (mais frequente) implica um perfeito
conhecimento das características da obra a executar.
 O projecto deve determinar com clareza a espécie e a quantidade dos trabalhos a
executar (materiais e mão-de-obra).
 Série de Preços – A remuneração do empreiteiro é a que resulta da aplicação dos preços
unitários previstos no contrato, para cada espécie de trabalho, às quantidades efectivamente
executadas.
 Percentagem – A remuneração do empreiteiro resulta da execução dos trabalhos pelo seu
preço de custo (directo – materiais e equipamentos), acrescido de uma percentagem
destinada a cobrir os encargos de administração (custos indirectos) e de remuneração da
empresa (lucros).
 A empreitada por série de preços ou por medição é utilizada na realização onde é
difícil prever, com exactidão,as quantidades de trabalhos a executar.
 Daí que se definam com rigor os preços unitários a aplicar às diversas espécies de
trabalhos, sendo as quantidades previstas no contrato meramente indicativas.
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Relativamente ao conceito de Contrato de Empreitada, este consta no Código Civil (artigo 1207º)
da seguinte forma: “É o contrato pelo qual uma das partes se obriga em relação à outra, a realizar
certa obra, mediante um preço”; constituindo uma das modalidades do contrato de prestação de
serviços.
Com efeito, o Regime Jurídico do Contrato de Empreitada encontra-se em matéria fundamental
no Código Civil (legisla e regula os contratos entre entidades privadas), contudo também existe
legislação avulsa, como é o caso da Lei nº41/2015, que regula certos aspectos do regime do
contrato de empreitada. O diploma referido estabelece o Regime Jurídico Aplicável ao Exercício
da Actividade de Construção, contendo uma série de normas de natureza administrativa que
regulam os requisitos necessários ao acesso e permanência na actividade de construção, mas
também normas de natureza privada que impõem a obrigatoriedade de redução a escrita de
contratos de empreitada.
Não obstante, existe legislação dispersa que também legisla e regula os contratos entre entidades
privadas, ou seja, o regime jurídico do contrato de empreitada não coincide unicamente com o
constante no Código Civil e o seu desconhecimento pode trazer consequências nefastas para ambas
as partes intervenientes no contrato (Abreu Advogados, 2009).
Dada a relevância do assunto, um exemplo de um contrato de empreitada de obras particulares
pode ser encontrado em (AICCOPN, 2004); em função das negociações que tiverem lugar serão
necessários ajustes para atender a certas particularidades.
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Implantação do estaleiro
4.1 Reconhecimento do local da obra
Os projectos de implantação do estaleiro são, muitas vezes, documentos genéricos carecendo de
serem corrigidos ou adaptados (devido às realidades existentes no local não previstas na fase de
projecto) em questões de pormenor de acordo com as condições objectivas do local de
implantação. Por tal motivo, se justifica plenamente que, imediatamente antes de iniciar os
trabalhos de implantação, se efectue uma verificação sistematizada dos condicionalismos
existentes, confirmando o que já se sabia e, eventualmente, se identifique outros (Machado, 1996).
Na empresa Setezete - Projectos e Construções, Lda. existe uma lista de verificação genérica para
facilitar a sistematização da recolha de informação (construções habitualmente realizadas), e
outras ajustadas para determinadas situações específicas (construções não habituais na empresa).
A caracterização do local da obra – ver Figura 4.1 – e sua envolvente consiste no seguinte (Cruz,
2015): a) identificação dos traçados das redes públicas de electricidade, águas e esgotos, para
solicitação de autorizações (troca de informação e coordenação com outras entidades); b)
levantamento de condicionalismos (inferências na implantação do empreendimento e do estaleiro
de apoio) – equipamentos de alta ou baixa tensão, construções ou outros obstáculos existentes,
infra-estruturas técnicas enterradas, condições de acesso aos locais de trabalho, etc.; c)
reconhecimento preliminar geotécnico (natureza do solo, nível freático); d) levantamento
topográfico (planimetria e altimetria); Levantamento fotográfico se necessário.
Figura 4.1 – Lote de terreno (com sistema de vedação para estaleiro) para construção da Moradia
Unifamiliar.
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4.2 Projecto do Estaleiro
Na elaboração de um projecto de estaleiro deve-se identificar os elementos e espaços físicos
necessários ao estaleiro da obra, organizá-los e arrumá-los por forma a optimizar a sua
operacionalidade, reduzindo ao mínimo os percursos internos, quer dos operários quer dos
materiais e equipamentos de apoio, ver Figura 4.2.
Com efeito, deve-se encarar a organização do espaço disponível de forma dinâmica tendo em conta
o espaço para estaleiro de apoio, durante a execução da obra; devido à natureza evolutiva do
estaleiro, o respectivo projecto não deverá respeitar apenas uma das fases dos trabalhos.
Figura 4.2 – Plano de Estaleiro: Implantação do Estaleiro; Sinalização e Segurança; Caminho de circulação
– Fase de Toscos.
Para além destas considerações gerais, é necessário também ter em conta as correlações (relações
de proximidade) entre os elementos do estaleiro, por exemplo, é importante que as áreas de
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preparação de armaduras e preparação de cofragens estejam próximas dos acessos, dos meios de
elevação e parque/armazém de materiais, ver Figura 4.3.
Figura 4.3 – Máquina de corte (à esquerda) e máquina de moldar varões de aço (à direita).
Na obra em estudo, o estaleiro foi implantado no local da obra e na via pública, mais concretamente
no passeio e espaços de estacionamento adjacentes ao lote onde foi feita a obra. Antes da
implantação do estaleiro no local, verificou-se a necessidade de uma licença camarária para
ocupação da via pública, conforme o Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação.
A área total disponível no lote para estaleiro foi de aproximadamente 440 m2 (área suficiente para
implantar o estaleiro pretendido) e resultou da soma de todas as áreas parciais de cada um dos
elementos fundamentais (Decreto-Lei nº273/2003 – Regulamento das condições de segurança e
de saúde no trabalho em estaleiros temporários ou móveis), naturalmente atendendo à implantação
possível e às condições físicas do meio: topografia do terreno, obstáculos existentes, configuração
do lote. A ocupação da via pública teve como propósito a criação de um parque de materiais
provisório e complementar, devido ao fácil acesso, e a fim de se conseguir áreas distintas para
todos os tipos de materiais; devido à sua natureza rural do local da obra não se providenciou
qualquer tipo de vedação contra roubos.
Em concordância com a Portaria nº101/96, a delimitação do estaleiro efectuou-se por elementos
já existentes: a) muros de alvenaria separando os lotes dos diferentes proprietários; b) vedação
constituída por rede elástica de malha solta de arame plastificado verde e aplicada sobre postes
metálicos de secção circular, para separação dos espaços público e privado.
Para o controlo de entradas e saídas na obra, quer do pessoal quer de materiais e equipamentos, o
acesso ao estaleiro restringiu-se ao portão existente em estrutura metálica zincada preenchida com
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rede em sistema de torção ondulada. As funções de apontador são responsabilidade do Director de
Obra, ou Encarregado Geral se este não estiver presente.
No respeita a instalações para o pessoal, excluíram-se os dormitórios, vestiários e refeitórios
devido ao baixo número de trabalhadores, por existir um subsídio de alimentação aos trabalhadores
e um veículo próprio para recolha dos mesmos na sede da empresa e levá-los até à obra (Decreto-
Lei nº46427/65, Regulamento de Segurança no Trabalho da Construção Civil).
A colocação de instalações sanitárias móveis em obra, obrigatórias pelo Decreto-Lei nº46427/1965
– Regulamento de Instalações Sociais Provisórias destinadas a pessoal empregado nas obras, não
foi necessária devido à proximidade de um espaço de restauração com o qualfoi estabelecido um
acordo sem formalidades para venda de almoços.
Também não foi prevista a colocação de escritório em obra devido à proximidade com a Sede da
Empresa (distância inferior a 10 km).
Para as instalações de produção/armazenamento (estaleiro de armaduras, cofragens, fabrico de
argamassas e fornecimento de materiais) existiram áreas destinadas em condições de espaço
suficiente, de modo a não condicionar a circulação interna de máquinas ou pessoas (conforme a
Portaria nº101/96 – Regras gerais relativas a prescrições mínimas de segurança e saúde no
trabalho, a aplicar nos estaleiros temporários ou móveis).
Os entulhos e outros excedentes (desperdícios de aço, etc.) provenientes de trabalhos foram
colocados em contentores ou locais específicos para acumulação, para posterior remoção para um
operador de gestão de resíduos (todas as fases construtivas incluíram esta actividade).
As escadas auxiliares foram um equipamento frequentíssimo no estaleiro, quer como acesso para
um trabalho pontual quer como acesso entre alturas diferentes. As condições mínimas essenciais
(Portaria nº101/96) para uma utilização segura são as seguintes [ou normas de utilização conforme
indicado em (Amaral & Delgado, 2009)]: a) Manter um ângulo com a horizontal próximo de 75⁰,
de forma a evitar a queda da escada para trás; b) Providenciar um ponto de ligação com o
nível/ponto superior a que acede, de forma a prevenir que a escada se vire ou escorregue
lateralmente; c) Colocar travamento na base, de forma a não poder escorregar, ver Figura 4.4.
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Figura 4.4 – Pormenor de travamento na base de escada auxiliar.
Para garantir condições de segurança em obra, a utilização de andaimes considerou-se obrigatória
sempre que os operários necessitavam trabalhar em locais com risco de queda em altura superior
a 2,00 metros, contados a partir da base de apoio do andaime; em obra previram-se andaimes de
classe 3, destinados a trabalhos de alvenaria de tijolo conforme a EN 12811-1.
A montagem/desmontagem dos andaimes foi realizada por trabalhadores com formação adequada
e supervisionados antes da sua utilização, no plano de montagem atendeu-se ao uso adequado dos
diversos constituintes (pranchas de pé, elementos metálicos, rodapé lateral e frontal, etc.),
respeitando o projecto norma UNE 76502:1990 e o documento normativo HD 1000:1998 –
Andaimes de Serviço e de Trabalho, com Elementos Pré-fabricados. Materiais, Medidas, Cargas
de Projecto e Requisitos de Segurança (actualmente substituídos pelas normas europeias EN 12810
– Andaimes de fachada de componentes pré-fabricados, EN 12811 – Equipamentos para trabalhos
temporários de obra):
 Amarração do andaime às fachadas da construção (sistema de ancoragem, sistema de
estampagem ou por travamento em elementos construtivos), por meio de ligações estáveis
(elementos que garantam a resistência necessária) e em número suficiente, de forma a
garantir condições de estabilidade (verticalidade) e de segurança, durante o tempo de
utilização, de montagem e desmontagem;
 Existência de guarda-corpos compostas por dois elementos horizontais (elemento superior
situado a 1 metro de altura e outro intermédio à altura mínima de 0,45 m de altura), em
todos os lados que estejam a uma distância superior a 25 cm da fachada do edifício, para
impedir a queda em altura;
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 Os acessos verticais entre as diferentes plataformas de um andaime fazem-se por escada
incorporada na própria estrutura do andaime. Criação de acesso em rampa quando
necessário vencer um desnível superior a 0,50 m;
 Para além do disposto no Decreto-Lei nº41821/1958 – Regulamento de Segurança no
Trabalho da Construção Civil, as superfícies onde assentam as escoras/prumos do andaime
devem: estar limpas e desimpedidas de forma a possibilitar a visualização permanente das
condições de apoio; deter resistência para suportar as cargas que lhes são transmitidas,
recorrendo se necessário, a bases de apoio assentes sobre bases sólidas e estáveis, que
contribuam para a distribuição de cargas e para a estabilidade do andaime (ver Figura 4.5);
 Os rodapés bem fixados às plataformas de trabalho para impedir a queda de objectos
(materiais ou ferramentas) a partir do plano de trabalho (podem utilizar-se tábuas de
madeira de 0.15m de altura, aplicadas na bordadura das plataformas).
Figura 4.5 – Apoios de andaimes instáveis e base de apoio oculta/obstruída, exemplificando o não respeito
das regras de segurança.
A arrumação e limpeza dos caminhos de circulação e das áreas do estaleiro onde se desenvolveram
trabalhos foram tarefas regulares atribuídas ao Encarregado da Construção (por exemplo, recolha
regular de entulhos e lixos), para manter a organização espacial (criação de bom ambiente de
trabalho) e contribuir para as condições de segurança no estaleiro (limitação do risco de queda de
objectos), em conformidade com o Decretos-Lei nOS41820 e 41821 de 1958. Como conceptualiza
(Cruz, 2015), uma consequência provável desta tarefa não estar atribuída a ninguém em particular,
mas a todos, implica que ninguém a faça na prática.
Como medida mínima de segurança às situações de incêndio no estaleiro colocou-se um extintor
à base de pó químico seco ABC, em perfeito estado de funcionamento, em local acessível e
convenientemente sinalizado – Cabine de electricidade, como determina a Portaria nº101/96 –
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Prescrições Mínimas de Segurança e Saúde para os Estaleiros da Construção e o Decreto-Lei
nº220/2008 - Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndios em edifícios.
4.3 Programa de Segurança e Saúde
Numa empresa de construção é importantíssima uma política de segurança e saúde no trabalho,
uma vez que os recursos humanos são a principal fonte de produção de riqueza. Além disso, se
uma empresa quiser ser estável, terá que produzir, tanto quanto o possível, com eficiência (não
desperdiçando recursos e evitando custos desnecessários) e qualidade nos produtos/serviços
prestados para tornar a empresa competitiva (por exemplo, melhorar a imagem da empresa:
valorização da empresa; diferenciação dos restantes concorrentes).
Para se atingirem os objectivos atrás descritos (criação de confiança organizacional, redução da
probabilidade penalizações legais, etc.), é necessário actuar conforme certos princípios e regras
(regulamentação, bom-senso, etc.) e regular no sentido de dar cumprimento à sua aplicação. Daí,
a empresa Setezete – Projectos e Construções, Lda. procede a uma política de segurança, saúde e
higiene com os traços seguintes:
 Preparação de um Programa de Segurança e Saúde (PSS), para estaleiros temporários ou
móveis, adequado às tecnologias e à organização de trabalhos a aplicar na execução da
obra, e tendo como base os predispostos legislativos decorrentes do Decreto-Lei
nº273/2003 e outra legislação complementar sobre higiene, segurança e saúde no trabalho
(fazer cumprir a regulamentação em vigor);
 Os responsáveis do estaleiro (Coordenador de Segurança, Director de Obra, Encarregado
Geral) deverão cumprir e fazer cumprir o Programa de Segurança e Saúde (prescreve
condições mínimas de segurança e saúde no trabalho para todos os intervenientes), e
sempre que necessário efectuar correcções durante a evolução dos trabalhos;
 Consciencialização de que a responsabilidade relativa às questões de saúde e segurança
depende de todos os intervenientes em obra (formação e informação como forma de
prevenir acidentes, avaliar e evitar riscos);
 Requerer a cooperação e a participação empenhada e responsável de todosos
colaboradores (não negligenciar efeitos negativos a nível social, moral e jurídico dos
acidentes e doenças profissionais);
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 Adaptação do trabalho ao Homem, especialmente no que se refere aos processos de
trabalho, bem como à escolha dos equipamentos de trabalho e dos métodos de trabalho e
de produção (atender às abordagens preventivas e ao estado de evolução da técnica).
Com efeito, tendo como ponto de partida o registo de observações e o levantamento de dados da
empresa Setezete – Projectos e Construções Lda (acidentes de trabalho nos estaleiros das obras de
construção – Decreto-Lei nº362/93, Regula a informação estatística sobre acidentes de trabalho e
doenças profissionais), cerca de 75% da sinistralidade, resulta essencialmente de acções perigosas,
enquanto que cerca de 25% resulta de condições perigosas (Cruz, 2015).
Dentro dos trâmites legais, a planificação do Programa de Segurança e Saúde é sempre obrigatória
em obras em que se prevê um prazo superior a 30 dias sem exceder a presença de 20 trabalhadores
em simultâneo ou um número de dias de trabalhos é superior a 500 dias. Nas obras de pequena
complexidade é habitual a prática de Fichas de Procedimentos de Segurança.
Em consonância com o supramencionado, ao abrigo do Decreto-Lei nº 273/2003 é obrigatória a
entrega da comunicação prévia da abertura do estaleiro e respectivas alterações (actualização de
subempreiteiros, entre outras ocorrências) à Autoridade para as Condições do Trabalho – em
(APPST, 2007) pode ser encontrado um modelo tipo; essa responsabilidade e a nomeação de um
coordenador de segurança em obra compete ao dono de obra.
Nas “instalações” de primeiros socorros da obra acompanhada previu-se a permanência de uma
caixa de primeiros socorros destinada a pequenos curativos, um extintor de Pó Químico ABC
como medida de combate a incêndios e um quadro com os números de telefone de emergência
(acidente grave ou incêndio), conforme determina a Portaria nº101/96 e o Decreto-Lei nº220/2008.
Também se previu a fixação de elementos de sinalização de segurança no estaleiro, ver Figura 4.6,
a fim de: a) alertar os trabalhadores da necessidade de uso de Equipamentos de Protecção; b)
manter os locais de trabalho mais seguros e saudáveis para prevenir Acidentes e Doenças
Profissionais. Estas medidas encontram-se no Decreto-Lei nº141/95 alterado pela Lei nº113/99 e
Portaria nº1456-A/95 – Regulamenta as prescrições mínimas de colocação e utilização da
sinalização de segurança e de saúde no trabalho.
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Figura 4.6 – Sinalética exterior para indicar o licenciamento da obra em curso (Aviso de Obras).
Sinalização de Segurança na entrada do estaleiro.
Em obra exigiu-se a utilização de protecção colectiva, como determina o Decreto-Lei n⁰50/2005
– Regula as prescrições mínimas de segurança e saúde dos trabalhadores na utilização de
equipamentos de trabalho e a Lei nº102/2009 com a redacção conferida pela Lei nº146/2015 –
Regime Jurídica da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho, para que não ocorressem perigos
para a saúde dos trabalhadores e se garantisse condições de salubridade e segurança nos locais de
trabalho, com foco especial nas seguintes operações: a) Queda em altura na execução da estrutura;
b) Fenómenos acidentais relacionados com a movimentação de terras para fundações.
Os equipamentos de protecção individual foram utilizados quando os riscos existentes não
puderam ser evitados ou suficientemente limitados por meios técnicos de protecção colectiva, ou
por medidas, métodos ou processos de organização de trabalho, tal como se estabelece no Decreto-
Lei n⁰348/93 alterado por Lei n⁰113/99, e a Portaria n⁰988/93 - Prescrições Mínimas de Segurança
e Saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamento de protecção individual no trabalho.
Todos os equipamentos de protecção necessários em obra foram fornecidos pelo Empreiteiro
Geral/ Subempreiteiros aos seus trabalhadores, em conformidade com a Lei nº7/2009 alterado pela
Lei nº120/2015 – Código do Trabalho, cabendo a estes a responsabilidade pela sua utilização
segundo o Decreto-Lei nº41820/1958 – Disposições de Segurança e Protecção do Trabalho nas
Obras de Construção Civil.
Todos os trabalhadores da obra encontravam-se cobertos por um seguro de acidentes de trabalho,
quer fossem independentes, quer pertencessem à empresa – Empreiteiro Geral como estabelece o
Decreto-Lei nº159/99 alterado pelo Decreto-Lei nº382-A/99 – Regulamenta o seguro obrigatório
de acidentes de trabalho para os trabalhadores independentes, e Portaria nº256/2011 – Aprova
condições gerais da apólice de seguro obrigatório de acidentes de trabalho para trabalhadores por
conta de outrem. Aos subempreiteiros só se permitiu o início dos trabalhos após entrega em obra
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de comprovativo do seguro de acidentes de trabalhos, satisfazendo a Lei nº98/2009 – Regulamenta
o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais.
Todos os trabalhadores foram inspeccionados em clínica médica, incluindo aqueles com ausência
do local de trabalho superior a 30 dias por motivo de acidente ou doença, responsabilidade do
Empreiteiro Geral em conformidade com o Decreto-Lei nº102/2009.
Se tivessem ocorrido acidentes de trabalho, os trabalhadores envolvidos seriam enviados à clínica
médica mais próxima onde seria prestada toda a assistência necessária, mas se o acidente fosse de
grande gravidade os sinistrados seriam transportados e assistidos no hospital distrital. Os
procedimentos em caso de acidentes de trabalho fizeram parte da documentação em obra (plano
de emergência interno de acordo com Decreto-Lei nº102/2009 alterado pela Lei nº 146/2015 –
Regulamenta o Regime jurídico da promoção e prevenção da segurança e saúde no trabalho, e
Decreto-Lei nº273/2003 – Estabelece regras gerais de planeamento, organização e coordenação
para promover a segurança, higiene e saúde no trabalho em estaleiros da construção.
Na ocorrência de situações de sinistro, acidente de gravidade ou incêndio, a associação de
bombeiros da área deveria ter sido alertada o mais rapidamente possível, através do número de
telefone internacional de emergência “112”. No que refere ao plano específico de combate a
incêndios, seria necessário adoptar uma postura correcta perante a sua ocorrência e os
procedimentos gerais de actuação estabelecidos pela empresa (Decreto-Lei nº102/2009 e Decreto-
Lei nº273/2003).
4.4 Documentação obrigatória em obra
Para reforçar a importância da promoção e prevenção da segurança e da saúde do trabalho,
regulamentada pela Lei nº102/2009 – Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no
Trabalho (alterada pela Lei nº146/2015), alertaram-se os trabalhadores que no caso de penalização
ou coima por infracção (estabelecidas no Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde),
decorre dessa obrigação, uma parte da responsabilidade na entidade executante e uma
solidariedade extensível ao trabalhador em incumprimento (penaliza não só o incumpridor mas
também quem é responsável por assegurar o cumprimento da lei no estaleiro pelo qual é
responsável).
No estaleiro existiram locais pré-determinados (painéis, vitrinas, etc.), acessíveis e visíveis a todos
os trabalhadores da obra, onde foram afixados pelo menos os seguintes documentos informativos:
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a) cópia da comunicação prévia da abertura do estaleiro e suas actualizações; b) mapa do horáriode trabalho (conforme a Lei n.º 7/2009, e a redacção conferida pela Lei nº28/2015); c) plano de
combate a emergência com registo de contactos urgentes; d) política de segurança e saúde no
Trabalho; e) cópias das apólices de seguros dos acidentes de trabalho e respectivos comprovativos
de pagamento; f) fichas de aptidão médica emitida por um médico de medicina no trabalho,
fundamentada pelo Decreto-Lei nº102/2009 e de acordo com o modelo da Portaria nº71/2015.
Na constituição do dossier de Segurança e Higiene no trabalho foram incluídos todos os
documentos seguintes (eventualmente também os planos de formação em segurança):
a) Plano de segurança, higiene e saúde, seguindo a estrutura definida no Anexo II do
Decreto-Lei nº273/2003 (deverá ter um carácter evolutivo e ser objecto de uma
profunda revisão antes da abertura do estaleiro);
b) Plano de registo de acidentes, sempre que ocorra um acidente grave e que deverá ser
enviada cópia da participação da ocorrência à companhia de seguros do empregador e
à Inspecção Geral do Trabalho (o quadro de registo dos índices de sinistralidade laboral
deverá ser actualizado e afixado no estaleiro);
c) Exigências documentais para controlo de equipamentos de estaleiro (Decreto-Lei
nº50/2005 – Prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelos
trabalhadores de equipamentos de trabalho), nomeadamente: i) Certificado de
conformidade; ii) Manual de instruções em língua portuguesa; iii) Livro de registo de
manutenção – revisão;
d) Compromisso Individual de Segurança (CIS), a assinar por cada trabalhador, e que
inclui: i) Normas de Segurança a observar no estaleiro; ii) Ficha de distribuição de
equipamento de protecção individual; iii) Registo de notificações de segurança.
Em obra esteve sempre presente o Livro de Obra - Figura 4.7, onde se fez o
registo mensal da execução dos trabalhos, e se indicou os nomes dos
técnicos responsáveis pela direcção de obra, dos autores de projecto e do
empreiteiro geral. Este documento manteve-se sempre em local seco/limpo
e dentro de um invólucro de plástico (envelope, pasta, mica ou bolsa de
plástico), para garantir o seu bom estado de conservação.
Figura 4.7 – Livro de Obra.
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Na empreitada que o engenheiro-estagiário acompanhou não existiram quaisquer instalações
provisórias (prática da empresa em obras de pouca importância) pelo que todos os documentos
obrigatórios foram colocados dentro de um arquivador protegido por um invólucro de plástico,
localizado dentro da cabine do quadro eléctrico.
4.5 Drenagem de esgotos e abastecimento de água ao estaleiro
Uma frequente drenagem de esgotos e um regular abastecimento de água ao estaleiro, cumprindo
a Portaria nº101/96 – Prescrições mínimas de segurança e saúde para os estaleiros da construção,
importa não só para a segurança e bem-estar dos trabalhadores mas também para a produção, pois
desincentiva o consumo de outras bebidas e reduz do risco de doenças, etc,.
No local da obra tomou-se conhecimento da existência de rede pública de água pelo que foi feita
uma ligação através de instalações provisórias. Relativamente à requisição do ramal de
abastecimento de água esta foi feita nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento
do Município levando o Alvará de Construção da Obra (documentação obrigatória).
A Divisão de Águas e de Saneamento do Município efectuou um cálculo das receitas tarifárias
para se efectuar a ligação e posteriormente celebrou um contracto com a empresa de construção.
O mesmo sucedeu com a requisição da ligação dos esgotos à fossa pública (colector da rede de
esgotos dos serviços municipais) que se solicitou quando a fase de toscos da obra foi concluída.
Com efeito, de acordo com o Decreto-Lei nº46427/65 ao Empreiteiro incorre a obrigação de
construir e manter em funcionamento uma rede provisória de abastecimento de água e de esgotos
provisórios para a execução da obra, incluindo os trabalhos acessórios para esse fim de modo a
satisfazer as exigências da obra, ver Figura 4.8 e Figura 4.9.
Figura 4.8 – Instalação das Caixas para os Contadores em Muro Técnico.
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Figura 4.9 – Abertura de valas para a rede provisória de águas, respeitando o Decreto-Regulamentar
n⁰33/88 – Regulamento de sinalização de carácter temporário de obras e obstáculos na via pública.
Como alternativa temporária à fonte de abastecimento público recorreu-se a um poço, cuja água
foi limitada a pequenas actividades: Molhagem da superfície do betão (minimizar a fissuração
superficial do betão devida à retracção térmica); Molhagem prévia de tijolos a assentar e também
das cofragens antes da betonagem (para evitar a absorção de água de amassadura).
Apesar do empreiteiro conhecer a necessidade de realizar análises em laboratório credenciado para
exploração da água do poço/furo, conforme exigível pelas normas NP EN 206-1 e NP EN 1008,
este tomou a decisão de incumprimento.
4.6 Abastecimento de Energia
Para a execução de certas actividades (por exemplo, corte e dobragem de varões de aço) é
necessário que o estaleiro esteja abastecido de rede eléctrica provisória com potência adequada
aos equipamentos (Machado, 1996); colocação de uma cabine para o quadro eléctrico (ramal de
obras) – Figura 4.10 – devidamente equipado conforme legislação (Decreto-Lei nº740/74 alterado
pelo Decreto-Lei nº77/90 - Aprova os Regulamentos de Segurança de Instalações de Utilização de
Energia Eléctrica e de Instalações Colectivas de Edifícios e Entradas).
Nesse sentido, e como no local existe rede de distribuição eléctrica efectuou-se uma requisição de
abastecimento de electricidade (baixada/contador de obras) à EDP – canais de atendimento – com
os seguintes documentos: Cartão de Identificação de pessoa colectiva; Licença Municipal de
Construção; Planta topográfica com as coordenadas geográficas (morada da instalação); Termo de
responsabilidade pela execução e exploração da instalação eléctrica, entre outros documentos
eventualmente necessários – fichas electrónicas (necessário profissional qualificado, respeitando
o Decreto-Regular nº31/84 com a redacção conferida pelo Decreto-Lei nº229/2006 – Estatuto de
Técnico Responsável para Instalações Eléctricas de Serviço Particular).
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Figura 4.10 – Cabine do quadro geral eléctrico em local acessível e com sinalização de perigo de
electrocussão.
O contrato de fornecimento de energia eléctrica, válido até à data da licença de construção, com a
EDP em BTN (Baixa tensão normal até ≤20,7kVA – potência previsível a instalar) foi estabelecido
ao abrigo do regime do mercado liberalizado e destina-se a obras/estaleiros alimentados ao nível
de tensão 230/400 V (tensão nominal), tal como na maioria dos casos em Portugal (Cruz, 2015).
Para prestação de apoio em todo o processo do pedido de ligação à rede (PLR) à EDP, desde a
execução do ramal de electricidade até à entrega de toda a documentação necessária, contratou-se
uma empresa reconhecida pela EDP Valor (registada no serviço de registo – SRS; certificada de
acordo as Normas NP EN ISO 9001 – Sistema de Garantia de Qualidade, e ISO 18001 – Sistema
de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho) para execução de trabalhos de construção de
infraestruturas eléctricas (fornecimento e colocação do poste; fornecimento e colocação do cabo;
execução de ligações) e encerramento do processo na EDP (Electricidade de Portugal).
Inicialmente foi ponderada a utilização de gerador próprio (fonte de energia alternativa) mas após
um cálculo aproximado da potência eléctrica necessária concluiu-se quepoderiam existir
problemas de insuficiência de corrente eléctrica (uma gestão apertada de consumos resulta
normalmente em perdas de produção).
4.7 Gestão de Resíduos
Na actualidade, a consciência ecológica e a legislação sobre ambiente exigem uma especial
atenção sobre os resíduos em empreitadas – proíbe-se, por exemplo, injecção de resíduos no solo
ou a sua descarga/abandono em locais não licenciados para realização de operações de gestão de
resíduos –, quer sejam inerentes ao acto de construir, quer provocados pela concentração de
trabalhadores.
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Deste modo, o empreiteiro/produtor de resíduos (resíduos de madeira ou de metal, assim como
outros resíduos de construção e demolição) é responsável pelo destino destes e está obrigado, por
lei, a recolhê-los, armazena-los, transportá-los e entregá-los a operadores licenciados (acto que
extingue a responsabilidade do empreiteiro) de forma a não contaminarem o meio ambiente, nem
constituírem perigo para a saúde humana; exceptuam-se os resíduos de construção/demolição
produzidos em obras particulares isentas de licença e não submetidas a comunicação prévia como
estabelece o Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação, em que a responsabilidade recai
sobre as entidades com competência pela gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Câmaras
Municipais).
Com referência ao transporte dos resíduos, o empreiteiro deve acompanhar-se de Guia de
Acompanhamento de Resíduos (GAR), conforme as regras estabelecidas na Portaria nº335/97 e
Portaria nº417/2008.
Incidindo nesta problemática, e de acordo com o Decreto-Lei nº46/2008, nas empreitadas e
concessões de obras públicas o projecto de execução deverá estar acompanhado de um Plano de
Prevenção e Gestão (PPG) de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), disponível no local de
obra (para efeitos de fiscalização pelas entidades competentes), e que contenha (incumbe ao
empreiteiro a elaboração de um PPG; a Agência Portuguesa do Ambiente disponibiliza um modelo
de PPG):
i) Metodologia de prevenção de resíduos, com identificação e estimativa dos materiais a
reutilizar na própria obra ou noutros destinos;
ii) Referência aos métodos de acondicionamento (gestão selectiva dos resíduos) e triagem
de resíduos na obra ou em local afecto à mesma (encaminhamento para operador de
gestão, se tal não for possível);
iii) Estimativa dos resíduos a produzir, da fracção a reciclar ou a sujeitas a outras formas
de valorização.
Na obra acompanhada, os resíduos de construção (incluindo solos escavados) realizados na
empreitada transportaram-se para o Ecoparque de Palmela pertencente à empresa AMARSUL –
Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos SA, e os resíduos de metais transportaram-se para
a empresa Jadilene – Gestão de Resíduos Lda; ambas as empresas com alvará de licença ambiental
para realização de operações de gestão de resíduos.
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Tarefas preliminares para a construção da Moradia
Unifamiliar
5.1 Introdução
A construção da Moradia Unifamiliar é constituída por vários tipos de trabalhos – listagem de itens
incluídos nas medições –, designadamente (de acordo com o projecto licenciado): 1) Limpeza do
terreno; 2) Estaleiro; 3) Escavação geral; 4) Movimento de terras – escavação para fundações; 5)
Estrutura de betão armado; 6) Impermeabilização e drenagens exteriores; 7) Alvenarias; 8)
Execução de lareira e churrasqueira exterior; 9) Instalação da rede de distribuição de água; 10)
Instalação da rede de águas residuais domésticas e pluviais; 11) Instalação da rede de distribuição
eléctrica; 12) Instalação da rede de distribuição de telecomunicações; 13) Instalação da rede de
distribuição de gás; 14) Fornecimento e instalação de sistema de AQS; 15) Cantarias e
capeamentos; 16) Cobertura; 17) Revestimento interior moradia – paredes e tectos; 18) Pavimentos
interiores; 19) Revestimentos anexos e garagem; 20) Caixilharias; 21) Serralharias; 22) Estores;
23) Pinturas; 24) Carpintarias; 25) Equipamento sanitário; 26) Torneiras; 27) Equipamentos
diversos e arranjos exteriores; 28) Aplicação de vidros laminados em guardas.
No entanto, neste relatório de estágio, devido à lenta velocidade de evolução, mobilidade das
equipas de trabalho entre as obras da empresa e, ao desfasamento entre o início do período de
estágio e o início de trabalhos, atrasos não previstos, apenas compreende a fase de toscos.
Figura 5.1 – Calendarização da execução da empreitada – Plano de trabalhos de “Construção de Moradia
Unifamiliar” sita no Concelho de Sesimbra
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Saliente-se que os critérios de individualização das operações de construção dependem do detalhe
com que se pretende a calendarização, por exemplo, na comunicação prévia decidiu-se
individualizar as operações em grandes grupos conforme os projectos de especialidades, tal como
mostrado na Figura 5.1.
5.2 Actividades Prévias
Precedentemente à consignação de trabalhos, ocorreu uma reunião entre as equipas de
orçamentação e de produção com o propósito de troca de informação relacionada com as peças de
projecto e a proposta de empreitada, nomeadamente (ver Anexo 2): características gerais da obra,
volume de trabalho por artigos de orçamento, prazo para execução da obra, qualidade dos materiais
(qualquer alteração está sujeita à aprovação do dono de obra e fiscalização), recursos e processos
construtivos previstos (mão-de-obra e equipamentos) na elaboração do orçamento (função das
Fichas de Rendimentos das tarefas e dos recursos disponíveis na empresa).
Na fase de orçamentação escolheram-se as técnicas e os processos construtivos, com base numa
análise crítica, em que se considerou a qualidade dos materiais e trabalhos, a previsão da
disponibilidade de equipamentos e mão-de-obra, e os custos associados (por exemplo,
implementação de regras de segurança).
Na elaboração de orçamentos para pequenas obras (por exemplo, uma moradia unifamiliar), todos
os trabalhos relacionados com instalações e equipamentos provisórios, sinalização temporária,
acesso aos locais de trabalhos, elaboração e implementação de PSS do estaleiro, etc. são
frequentemente estimados, com base na experiência adquirida em obras anteriormente realizadas
e nos custos de estaleiro de trabalhos semelhantes já executados (em geral, conduzem a valores
aproximados) (Cruz, 2015).
Os preços unitários propostos à realização de uma determinada tarefa ou operação de construção
foram obtidos pelo somatório dos custos unitários dos recursos (incluindo os preços simples dos
materiais, e equipamentos e mão-de-obra) multiplicados pelas respectivas quantidades necessárias
à execução de uma unidade elementar de medição do trabalho (método da composição de custos),
e afectados dos custos de estaleiro, dos encargos indirectos e da margem para lucros e riscos.
O estagiário adquiriu noção que nem sempre há necessidade de decompor todas as actividades da
construção em tarefas, por exemplo, para a execução de determinado elemento estrutural em betão
pode-se aplicar um preço unitário composto incluindo todas as operações relativas à execução de
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trabalhos de cofragens, armaduras e betão atendendo apenas à quantidade de betão (Preço Unitário
319,08€ para m3 de laje maciça de 25cm), ao invés de uma decomposição completa dessa
actividade em tarefas e respectivos preços unitários para trabalhos de cofragens (P.U. 23,41€ para
m2 de laje maciça de 25 cm), armaduras (P.U. 1,17€ para kg

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