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CURSO PREPARATÓRIO PARA PROVA – OAB RESUMÃO

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO PREPARATÓRIO PARA PROVA – OAB - XX 
 
RESUMO DE AULAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS DO SUL 
2016 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
ESTATUTO DA ADVOCACIA ................................................................................................ 2 
DIREITO CIVIL ...................................................................................................................... 20 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ............................................................................................ 37 
DIREITO PENAL .................................................................................................................... 68 
DIREITO PROCESSUAL PENAL .......................................................................................... 91 
DIREITO DO TRABALHO ................................................................................................... 116 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ........................................................................ 133 
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................ 155 
DIREITO TRIBUTÁRIO ....................................................................................................... 173 
DIREITO EMPRESARIAL ................................................................................................... 191 
DIREITOS HUMANOS ......................................................................................................... 206 
DIREITO DO CONSUMIDOR.............................................................................................. 213 
DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................ 218 
DIREITO INTERNACIONAL .............................................................................................. 236 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .......................................................... 240 
DIREITO AMBENTAL ......................................................................................................... 245 
FILOSOFIA DO DIREITO .................................................................................................... 252 
 
 
 
 
 
3 
 
ESTATUTO DA ADVOCACIA 
INSCRIÇÃO NA OAB 
Requisitos da inscrição (tanto para adv. quanto para estagiário): 
 - Capacidade civil 
 - Diploma ou certidão de graduação em curso de Direito 
 - Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro 
 - Aprovação no Exame de Ordem 
 - Não exercer atividade incompatível com a advocacia (artigo 28 do EAOAB) 
 - Idoneidade moral 
 A condenação em um crime infamante é presunção legal de inidoneidade. 
Se 2/3 do Conselho Seccional concordarem, mesmo sem ter sido condenado em 
crime a inscrição não será concedida por conta da inidoneidade. 
 - Prestar compromisso (ato personalíssimo) 
LOCAL DA INSCRIÇÃO 
 - Domicílio profissional (na falta deste ou na dúvida, domicílio pessoal, nesta ordem) 
 - No caso de ESTAGIÁRIO, é no local do curso 
CANCELAMENTO 
 - Ato definitivo (em relação ao número da inscrição) 
 - Requerimento simples 
- Quando passa a exercer atividade INCOMPATÍVEL com a advocacia em caráter 
definitivo. (exemplo: Juiz de Direito) 
- Hipóteses: falecimento, exclusão. 
- Perda requisito de inscrição 
→ Requisitos para o retorno após o cancelamento da inscrição 
 - Demonstrar capacidade civil 
 - Não exercer atividade incompatível com a advocacia 
 - Idoneidade moral 
4 
 
 - Prestar compromisso 
→ Requisitos para o caso de cancelamento por conta de exclusão 
- A punição será registrada no prontuário do advogado, portanto este deixará de ser 
primário. 
- É requisito que volte a ser primário, através de provas de reabilitação. Deve aguardar 
UMA ANO e após se apresentar na OAB com provas de bom comportamente (certidão 
de antecedentes criminais, do conselho de ética, etc. 
→ Requisitos para o caso de cancelamento por exclusão decorrente de crime 
 - Reabilitação criminal 
 
LICENCIAMENTO 
 - Ato provisório (preserva o número da inscrição) 
 - Requerimento justificado 
- Quando passa a exercer atividade INCOMPATÍVEL com a advocacia em caráter 
temporário. (exemplo: chefe do poder executivo) 
- Doença mental curável 
ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA 
 - Assessoria e consultoria juridica 
Atuação preventiva extrajudicial. Consultoria envolve elaboração de parecer. 
Diretoria e gerência jurídica também é privativa da advocacia. 
 - Visar atos e contratos constitutivocs de pessoa jurídica 
 Exceções: microempresas e empresas de pequeno porte. 
Advogado que presta serviços para junta comercial do estado ou para órgão que 
a junta comercial esteja vinculada NÃO pode visar atos e contratos constitutivos 
de pessoas jurídicas. (artigo 2º, §U, do RGEAOAB) 
 - Postular em juízo 
Exceções: habeas corpus, Justiça do Trabalho (exceto TST, S425), juizado 
especial estadual (9099/95) até 20SM e desde que não seja necessário interpor 
recurso. (lembrar que alçada é de 40SM) 
Se não é advogado e pratica ato privativo configura exercício ilegal da profissão, a 
OAB não tem competência para puní-lo, configura-se contravenção penal. 
EXERCÍCIO EFETIVO DA ADVOCACIA 
5 
 
 Se dá com a prática de pelo menos 5 atividades privativas. 
SIGILO PROFISSIONAL (artigo 25 e ss do CEOAB) 
Todos as informações e fatos que temos conhecimento em decorrência do exercício da 
atividade são sigilosos. 
Violação sem justa do sigilo profissional causa enseja um processo disciplinar, sendo 
que a sanção a ser aplicada é a censura. 
Se o advogado é REINCIDENTE, em vez de censura será aplicada a suspensão. 
→ Hipóteses que justificam a quebra do sigilo: 
 - Casos de ameaça à vida 
 - Quando o advogado for ameaçado pelo próprio cliente 
 - O sigilo profissional é de ordem pública, o cliente não precisa requerer 
- No caso de intimação para testemunho, não pode violar o sigilo, ainda que o 
cliente autorize. 
- O advogado pode revelar informação sigilosa do cliente desde que seja na 
defesa deste e o cliente autorize. 
INCOMPATIBILIDADE (a aposentadoria ou exoneração põe fim à incompatibilidade, o 
licenciamento não) 
 É a proibição TOTAL para o exercício da advocacia (artigo 28 do EA) 
 Não pode advogar. 
 I – Chefe do poder executivo e vices, membors da mesa do poder legislativo. Exceção: 
vereadores. 
II – Juiz (de Direito, do Trabalho, Federal, de Paz, antigo Classista), exceto o Juiz 
Eleitoral, membros do MP (E, F, T) e do TC. 
III – Funcionário Público com cargo ou função de direção. 
IV – Qualquer funcionário do poder judiciário e também dos cartórios de notas e de 
protestos. 
V- Atividade policial direta ou indireta (U, E, M), civil ou militar (inclusive Médico 
Legista, Dentista Legista). 
VI – Militares da ativa (Marinha, Exército ou Aeronáutica) 
VII – Tributo (LAF: lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos) 
VIII – Gerente ou diretor de banco público ou privado. 
6 
 
IMPEDIMENTO 
 É a proibição PARCIAL para o exercício da advocacia (artigo 30 do EA) 
 É limitação à advocacia. 
I – Funcionário público não pode contra a Fazenda Pública que o remunere ou a qual 
esteja vinculada (Fazendo Pública Municipal, Estadual ou Federal). 
II – Membros do Poder Legislativo nos seus diferentes níveis, contra ou a favor, o 
serviço público em geral. 
ATIVIDADE EXCLUSIVA (artigo 29 do EA) 
Cargo que originalmente é incompatível, mas que tem que exercer atividade de 
advocacia. (defensor, procurador, etc, são impedidos) 
Os Procuradores-GERAIS, Advogado-GERAL são direçãoou gestão, portanto são 
originariamente incompatíveis, mas exercem a adovcacia como atividade exclusiva. 
 
SOCIEDADE DE ADVOGADOS/ADVOGADO EMPREGADO 
Artigos 15 a 17 do EAOAB 
→ Tipos 
a) Sociedade simples de prestação de serviço (2 ou mais sócios) 
b) Sociedade unipessoal (1 advogado) 
→ Surgimento 
 Originário 
 Derivado 
→ Aquisição da personalidade jurídica 
 Com o registro dos estatutos no Conselho Seccional da OAB onde tenha sede. 
 NUNCA se registra sociedade de advogados em junta ou cartório 
→ Procuração 
Deverá ser outorgada aos sócios E incluir o nome da sociedade, jamais direto à 
sociedade. 
→ Nome 
 a) Parte de nome dos sócios + “sociedade de advogados”, ou; 
7 
 
 b) Nome de um dos sócios + “sociedade de advogados”; 
c) Sociedade unipessoal: nome sócio + “sociedade unipessoal de advocacia” ou 
“sociedade individual de advocacia”. 
 O caractere “&” antigamente era proibido, hoje, porém, é permitido. 
 Como NÃO PODE ser o nome: nome fantasia. 
Nome do sócio falecido poderá ser mantido na sociedade DESDE QUE prevista tal 
possibilidade no ato constitutivo. 
→ Filiais 
 O registro de sociedade não é por cidade, mas por estado. 
 Onde estiver inscrita a sociedade, todos os sócios devem ter inscrição. 
Para abertura de filial de Sociedade de Advogados, será necessária a averbação no 
contrato social da matriz e posteriormente o arquivamento de cópia do contrato social 
averbado no Conselho Seccional onde se pretende abrir a filial. 
→ O mesmo advogado não pode ser sócio de mais de uma sociedade se for de conselhos 
seccionais iguais, EXCETO SE forem de conselhos seccionais diferentes. 
→ Sócios de uma mesma sociedade não podem defender clientes com interesses opostos na 
mesma causa. Art. 15, §6°. Aplica-se somente para sócios, não para advogados unidos em 
caráter permanente. 
→ Responsabilidade dos Sócios 
A Responsabilidade dos sócios para com a sociedade é subsidiária e ilimitada. Primeiro 
busca os bens da sociedade, depois dos sócios. Posso pegar tudo dos sócios, não tem 
limite. Entre os sócios a responsabilidade é solidária, cabendo ação de regresso entre 
eles. 
 
MANDATO JUDICIAL E HONORÁRIOS 
1 PROCURAÇÃO 
Procuração: é o documento que a pessoa assina para que possa ser representado. 
Pode ser juntada em até 15 dias do início do processo, esse prazo é prorrogável por mais 
15 dias. 
Não juntado nesse prazo, os atos praticados são considerados nulos. 
1.1 Substabelecimento com reserva de poderes 
Advogado substabelece a procuração a outro advogado. 
8 
 
Honorários: o advogado substabelecido somente receberá os honorários com o aval do 
substabelecente, não pode receber diretamente do cliente. 
Não é necessário informar o cliente se houver substabelecimento para outro advogado. 
É um ato pessoal do advogado. 
1.2 Substabelecimento sem reserva de poderes 
Advogado substabelece a procuração a outro advogado, saindo assim o substabelecente 
do processo. 
Honorários: não depende de autorização do substabelecente para receber, sendo o valor 
proporcional ao tempo/ao trabalho dos dois advogados. 
Precisa informar o cliente, caso saia do processo. 
1.3 Renúncia e Revogação Da Procuração 
1.3.1 Renúncia 
É um direito/dever do advogado. 
Deixar o cliente ciente de forma inequívoca. Ex. Carta com AR. O advogado ainda 
permanece responsável pelo processo por no máximo 10 dias após a notificação. 
Foro íntimo: pode renunciar, mas não poderá revelar o motivo da renúncia. 
Deve juntar no processo. 
1.3.2 Revogação 
É um direito do cliente. 
A partir do momento da revogação, no dia seguinte o advogado não será mais 
responsável pelo processo. Os honorários serão recebidos até a data antes da revogação. 
Obs.: Podemos juntar procuração em processo que já tenha advogado constituído, desde 
que se trate de motivo urgente e inadiável. 
→ A procuração não tem prazo de validade, perdura enquanto houver a confiança recíproca. 
2 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
Para fixar os honorários devemos observar alguns itens: 
i) Moderação 
ii) Tabela de honorários 
Quem tem competência para criar a tabela de honorários é o Conselho Seccional 
OAB. (artigo 58) 
9 
 
Cada Conselho Seccional corresponde a um Estado, sendo assim, cada Estado 
tem a sua tabela. 
A tabela estabelece o piso, devemos fixar os honorários da tabela para cima. 
iii) Código de Ética e disciplina 
Aviltamento de honorários: Cobrar honorários abaixo da tabela 
2.1 Espécies de honorários: 
a) Convencionados 
Será contratado expressamente em um contrato. 
Ira receber os honorários da forma que você convencionar salvo, estipulação em sentido 
contrário, a OAB diz que devemos receber 1/3 no início do trabalho, 1/3 na sentença e 
1/3 ao término da sua atuação. 
b) Arbitrados 
Temos honorários arbitrados quando o advogado é contratado de forma verbal. 
No caso de beneficiários da assistência judiciária, diante da impossibilidade da 
Defensoria Pública. 
O juiz deve levar em conta, os elementos dos honorários para o mesmo ser fixado. 
c) Sucumbência 
São honorários fixados pelo Juiz, ao termino da ação, ao advogado vencedor e que deve 
ser pago pela parte vencida. 
Os honorários de sucumbência não excluem os convencionados, mas devem ser levados 
em consideração no momento da contratação. 
Os honorários de sucumbência não integram o salário ou a remuneração do advogado. 
Não sendo considerados para fins trabalhistas/ previdenciários. 
→ Honorário ad exitum ou clausula quota litis 
É uma forma de contratação de honorários onde o advogado estabelece a título de 
honorários uma fração do proveito obtido pelo cliente ao término da ação. 
Características: 
- Deve ter um contrato escrito 
- Deve receber em espécie (dinheiro) 
- É um contrato de risco. 
Pode se receber até 30% do proveito recebido pelo cliente. 
10 
 
→ Honorário em bens 
Podemos receber honorários em bens desde que o advogado contrate com o cliente dessa 
forma e o cliente não tenha dinheiro para lhe pagar. 
→ Prescrição para cobrança de honorários 
5 anos a partir do término da relação profissional; 
5 anos diante da renúncia ou da revogação; 
5 anos do término do contrato; 
5 anos do trânsito em julgado da decisão que o fixar; 
5 anos do término do serviço extrajudicial; 
5 anos da desistência ou da transação. 
Art. 25-A EAOAB: o cliente também tem 5 anos para ingressar com uma ação de 
prestação de contas contra o seu advogado. 
→ Não podemos receber honorários através de duplicata, letra de câmbio. 
→ Podemos receber honorários através de cheque e de nota promissória. 
→ Podemos receber honorários através de boleto bancário, desde que o advogado contrate com 
o cliente dessa forma e esteja previsto que diante do inadimplemento o cliente não será levado 
a protesto. 
→ Pode receber através de cartão de crédito. Só que não pode expor. 
 
INFRAÇÕES DISCIPLINARES 
1 INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES (art. 34 e seguintes do EAOAB) 
1.1 CENSURA 
É a mais leve 
Vai ser registrada nos assentamentos do inscrito (no prontuário), assim deixando de ser 
primário. 
A censura não será publicada, não será divulgada. 
A censura poderá ser substituída por ADVERTÊNCIA (art. 40 EAOAB) 
Aplica-se a censura para a violação do CED. 
1.1 ADVERTÊNCIA (atenuante) 
11 
 
É uma alternativa a sanção de censura diante de uma circunstância atenuante. 
A advertência não será publicada; não terá registro, mas consta em oficio reservado. 
Tanto a censura quanto a advertência, quando o advogado por primário, pode ser 
substituída por um curso de ética dentro de 120 dias. 
Infrações punidas com censura: Art. 34, I a XVI. EAOAB 
Ex.: violar sigiloprofissional sem justa causa. 
1.2 SUSPENSÃO 
Em regra geral a suspensão impede o exercício da advocacia em todo o território 
nacional por 30 dias a 12 meses. 
Tendo 3 exceções: 
1) Advogados suspenso por deixar de prestar contas a OAB; até que preste contas a 
OAB. 
2) Deixar de prestar contas ao cliente; até prestar contas ao cliente. 
3) Erros reiterados (inépcia profissional); permanece suspenso até que preste nova prova 
de habilitação. 
A suspensão será publicada e será registrada nos assentamentos dos inscritos. 
Mesmo suspenso deve continuar pagando a anuidade. 
Qualquer infração relacionada a dinheiro é suspensão. 
Reter autos de forma abusiva (mesmo que não haja prejuízo ao cliente, independe de 
dolo, e necessário que o advogado seja intimado a devolver os autos e não devolve) 
Reincidência em Infração: Prática de conduta incompatível com a advocacia de forma 
habitual (embriaguez habitual, toxicomania, jogos de azar não autorizados por lei, 
incontinência pública e escandalosa). 
1.3 EXCLUSÃO 
É a sanção mais grave que a OAB pode aplicar para um Advogado. 
Implica no cancelamento da inscrição do Advogado, para que seja aplicada necessita 
que 2/3 do Conselho concorde. 
Será publicada, será registrada nos assentamentos. 
 QUATRO hipóteses para ser excluído: 
i) Falsa prova para inscrição 
ii) Crime 
12 
 
iii) Terceira suspensão 
iv) Perda da idoneidade moral 
1.4 MULTA (agravante) 
Antes que a OAB aplique qualquer sanção é necessário que o advogado responda a um 
processo disciplinar, assegurados o contraditório e a ampla defesa. 
Vai de 1 a 10 anuidades. A multa somente pode ser aplicada de forma cumulativa 
(multa + censura; multa + suspensão) 
2 PRESCRIÇÃO (artigo 43) 
Prescrição em 5 ANOS a partir da data da constatação dos fatos. 
Prescrição intercorrente: é aquela que ocorre durante o processo. O processo ficou 
parado por 3 anos, pendente de julgamento/despacho. 
3 PUBLICIDADE (artigo 28 e seguintes) 
CED 
Provimento 94/00 – C. Federal/ OAB 
Qualquer publicidade do advogado deve observar a moderação, discrição. 
A publicidade não pode visar a captação de causas, capitação de clientela. 
DEVE TER: nome, no. OAB. 
PODE TER: endereço, fone, e-mail, horário, especialidade, títulos, mala direta 
 Pode-se enviar mala direta para clientes, amigos ou quando for solicitado. 
NÃO PODE TER: ex-desembargador, ex-juiz, etc./desenhos ou símbolos /valores de 
serviços. 
 
PROCESSO DISCIPLINAR 
Tem natureza de processo administrativo. Possui um formalismo moderado. 
Observamos o EAOAB e o CED. 
Infração: Processo Penal 
Na falta de normas, utiliza as regras do proc. Adm, e na falta normas do Proc. Civil. 
1 REPRESENTAÇÃO 
Pode ser feita por: 
13 
 
a) Juiz de Direito, conselho seccional; 
b) Subseção; 
c) TEC; 
d) Qualquer interessado, mas é vedado o anonimato (apócrifa = sem assinatura). 
2 PRAZO 
Prazo para manifestação de qualquer interessado em um processo na OAB é 15 dias. 
O advogado pode apresentar defesa (razões finais) no prazo de 15 dias. 
Sustentação oral no TED da OAB, 15 minutos após o voto do relator. 
3 TESTEMUNHAS 
Podemos arrolar testemunhas no processo na OAB: até 5 testemunhas. 
4 DEFENSOR DATIVO 
→ Quando o advogado representado não foi encontrado. 
→ Quando o advogado foi encontrado, mas permaneceu revel. 
Caracterizando a revelia, tenho um defensor dativo. 
5 REVISÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR 
Revisão de decisão transitada em julgado. 
i) Diante de uma condenação em falsa prova 
ii) Diante de um erro em julgamento 
6 COMPETÊNCIA 
Regra geral: Conselho Seccional do local da infração. 
Exceção: Conselho Federal, nas seguintes hipóteses: 
 i) Quando a infração for pratica perante o Conselho Federal; 
 ii) Quando o representado é um membro do Conselho Federal; 
 iii) Quando o representado é presidente de um Conselho Seccional. 
7 RECURSOS 
Prazo de 15 dias. 
Competência: 
14 
 
→ Conselho Seccional (TUDO) 
De uma decisão do Presidente do Conselho Seccional, cabe recurso ao 
próprio conselho seccional. 
→ Conselho Federal 
Só recorre ao Conselho Federal de decisões do Conselho Seccional, não 
unânime e unânime desde que afronte alguma norma da OAB. 
8 EFEITOS 
Só terá efeito devolutivo: 
i) Quando o advogado for condenado em falsa prova para inscrição. 
ii) Eleição 
iii) Suspensão Preventiva (artigo 70, parágrafo terceiro) 
 
ORGÃOS DA OAB 
A OAB é formada pelos Conselhos Federais, Conselhos Seccionais, as subseções e as 
Caixas de Assistência dos Advogados. 
Conselho Federal é o órgão máximo da OAB, com sede em Brasília. 
1 COMPOSIÇÃO DO CONSELHO FEDERAL 
Delegações e ex-presidentes 
Cada delegação é formada por 3 conselheiros federais, e tem direito a voto no Conselho 
Federal. 
Ex-presidente é considerado um membro honorário vitalício, tendo direito somente a 
voz. Ex-presidente que tomou posse antes de 1994 tem direito a voz e a voto. 
Presidente do Conselho Federal é o Presidente Nacional da OAB, tem direito ao voto de 
qualidade (minerva) 
2 COMPETÊNCIAS DO CONSELHO FEDERAL (artigo 54) 
O conselho Federal tem competência para editar/alterar o CED; provimentos; bem como 
o RGEAOAB (jamais o EAOAB, pois é lei federal de competência do poder legislativo). 
Tem competência para opinar na criação de um curso jurídico. 
O Conselho Federal tem competência para intervir em um Conselho Seccional, tem um 
requisito para que essa intervenção ocorra: contar com o apoio de 2/3 das delegações. 
Propor ADIN (artigo 103) 
15 
 
3 COMPETÊNCIAS CONSELHOS SECCIONAIS (artigo 58 do EAOAB e 105 do RGOAB) 
Cada seccional representa um estado. 
É formado por conselheiros em número proporcional ao número de inscritos. 
Competência Conselho Seccional: Tabela de honorários, valor das anuidades, trajes dos 
Advogados, determinar a composição e funcionamento do TED, criar uma subseção 
(deve ter pelo menos 15 advogados profissionalmente domiciliados na área territorial 
da subseção, sendo que a sua área territorial de uma subseção pode abranger um ou mais 
municípios, ou dentro de um município ter várias), criar uma Caixa de assistência (1500 
inscritos na seccional). Intervir em uma subseção ou na Caixa de Assistência dos 
advogados, com 2/3 dos conselheiros devem concordar. 
Caixa de Assistência de Advogados recebe 50% das anuidades que recebem os 
Conselhos Seccionais, descontadas as deduções obrigatórias. 
16 
 
REGULAMENTO GERAL DA OAB 
Título I – DA ADVOCACIA (artigos 1º a 43) 
Título II – DA OAB (artigos 44 a 150) 
Tìtulo III – DISPOSIÇÕES GERAIS (artigo 151 a 158) 
Resolução nº 2 alterou o artigo 371 do RG, permitindo a sociedade unipessoal. 
A sociedade unipessoal de advocacia deve ser registrada no conselho seccional do local de sua 
sede. 
TÍTULO II 
O patrimônio dos órgãos da OAB é formado por bens móveis e imóveis. Segundo o artigo 48 
do RGOAB, quem tem competência para alienar ou onerar um bem imóvel é Conselho 
Seccional ou Federal. Já a aquisição de qualquer bem é de competência da Diretoria, bem como 
dispor de bens móveis. 
Artigo 49. A Diretoria é formada por 5 membros: Presidente, Vice-Presidente, Secretário, 
Secretário Adjunto e Tesoureiro. (todos os órgãos possui Diretoria, inclusive da Caixa de 
Assistência dos Advogados) 
Artigo 56. Deduções obrigatórias. Receita bruta das anuidades, dedução de 60% dos quais: 
 45% são destinados para despesas administrativas 
 10% são destinados para o Conselho Federal 
 3% para o Fundo de Cultura 
2% para o FIDA (Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos adv.) 
Artigo 57. O Conselho Seccional repassa 50% do que recebe a título de anuidades para aCaixa 
de Assistência dos Advogados, descontadas as deduções obrigatórias (artigo 56) = 20% 
CONSELHO FEDERAL (artigos 62 e seguintes) 
 Formado por presidente, por delegações (27) e por ex-presidentes. 
 → Presidente 
 Líder dos advogados, representa nacional e internacionalmente 
 Artigo 100 
 
1 Art. 37 Os advogados podem constituir sociedade simples, unipessoal ou pluripessoal, de prestação de 
serviços de advocacia, a qual deve ser regularmente registrada no Conselho Seccional da OAB em cuja base 
territorial tiver sede. (NR)28 § 1º As atividades profissionais privativas dos advogados são exercidas 
individualmente, ainda que revertam à sociedade os honorários respectivos.29 § 2º As sociedades unipessoais e as 
pluripessoais de advocacia são reguladas em Provimento do Conselho Federal. 
17 
 
 → Delegações 
Cada delegação é formada por 3 conselheiros federais eleitos a cada 3 anos 
através de eleição direta. 
 → Ex-Presidente 
 É considerado membro honorário vitalífico. 
Regra geral: quem vota no Conselho Federal são as delegações (colegiado). Se um dos 
conselheiros falta e os votos são divergentes, o voto não é considerado. 
Regra geral: ex-presidente apenas tem direito a voz, com exceção daqueles que assumiram o 
cargo antes de 1994, que terão direito a voz e voto. 
OBSERVAÇÃO: na eleição da diretoria do Conselho Federal, cada conselheiro federal terá 
direito a um voto, portanto não será por delegação. 
Presidente do Conselho Federal tem direito a voto de minerva. 
Se o assunto é de interesse de um Estado X, a delegação deste Estado não vota. 
ÓRGÃOS DE ATUAÇÃO DO CONSELHO FEDERAL2 (artigo 64) 
→ Conselho Pleno 
→ Órgão Especial do Conselho Pleno 
→ Primeira, Segunda e Terceira Câmara 
→ Diretoria (formada por 5 membros) 
→ Presidente do Conselho Federal 
CONSELHO PLENO (artigo 74) 
Integrado por 3 conselheiros federais de cada delegação, pelo Presidente do Conselho 
Federal, pelo Secretário-Geral e pelos Ex-Presidentes. 
 - Competências do Conselho Pleno (artigo 75 e seguintes): 
 Deliberar sobre as finalidades institucionais da OAB. 
Artigo 78, competência para editar e alterar o Código de Ética e Disciplina, 
Provimentos e o RGEAOAB3 (quorum de 2/3 das delegações). CUIDADO: o 
ESTATUTO é lei e somente pode ser alterado pelo Legislativo, portanto o 
Conselho Pleno somente pode deliberar sobre o REGULAMENTO GERAL. 
 
2 Conselho pelo Presidente, Órgão Especial pelo Vice, 1ª pelo Secretário-Geral, 2º pelo Secretário-Geral Adjunto 
e 3º pelo Tesoureiro. 
3 Foi o Conselho Pleno que deliberou sobre alteração do artigo 37 do RGEAOAB. 
18 
 
Se determinado Conselho Seccional descumpre EAOAB e RGEAOAB, pode 
ocorrer a intervenção do Conselho Federal, desde que 2/3 das delegações 
concorde. 
Artigo 82. Possibilidade de indicação de ajuizamento de ADIN. 
Artigo 83. Trata da Comissão Nacional de Educação Jurídica, que tem 
competência para opinar na criação de um curso jurídico. 
DO ÓRGÃO ESPECIAL DO CONSELHO PLENO (artigos 84, 85 e 86) 
Formado por 1 conselheiro federal de cada delegação, pelo Vice-Presidente, Secretário-
Geral Adjunto, e Ex-Presidentes. 
 É o órgão recursal máximo da OAB. 
A decisão do Orgão Especial do Conselho Pleno constitui orientação dominante da 
OAB, após ser consolidade em súmula e publicada na imprensa oficial. 
CÂMARAS (artigos 87 e seguintes) 
 Primeira câmara: presidida pelo Secretário-Geral 
Competência: artigo 88, exemplos: decidir recursos sobre inscrição na OAB, 
sobre incompatibilidade e impedimento 
 Segunda câmara: presidida pelo Secretário-Geral Adjunto 
Competência: artigo 89, exemplos: decidir recursos sobre ética e deveres do 
advogado, sobre infrações e sanções disciplinares. 
Terceira câmara: presidida pelo Tesoureiro 
Competência: artigo 90, exemplos: decidir recursos sobre sociedade de 
advogados, sobre advogado empregado e sobre advogado associado. 
PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL (artigo 100, órgão unipessoal) 
 
CONSELHO SECCIONAL (artigo 105 e seguintes) 
 Ler, também, artigo 58 do EAOAB. 
 Artigo 106, formado por conselheiros em número proporcional ao número de inscritos: 
 Até 3 mil inscritos = até 30 membros 
A cada grupo de 3 mil inscritos mais um conselheiro até o limite de 80 
conselheiros. 
A chapa levada a votação pode conter até 160 conselheiro (soma-se os suplentes) 
19 
 
Artigo 108. Tem competência para interevir nas subseções e na Caixa de Assistência 
dos Advogados, desde que com quorum de 2/3 dos conselheiros. 
Artigo 119. Princípio da supremacia do órgão hierarquicamente superior. Conselho 
Federal, Conselhos Seccionais e Caixa de Assistência POSSUEM personalidade 
jurídica própria. Somente as Subseções não possuem personalidade jurídica própia. 
Exemplo: diante de conflito entre Conselho Seccionais e Caixa, a competência para 
decidir o conflito é do Conselho Federal. Todavia, quando o conflito for entre subseções, 
a competência é do Conselho Seccional. 
 
20 
 
DIREITO CIVIL 
PARTE GERAL 
LIVRO I – PESSOAS – Artigo 1º ao 78 
LIVRO II – BENS – Artigo 79 a 103 
LIVRO III – FATOS JURÍDICOS – Artigo 104 a 232 
LIVRO I - PESSOAS 
1 SUJEITOS DE DIREITO 
 São todos aqueles que participam de relações jurídicas. Sujeitos: 
 → Pessoas 
 → Entes despersonalizados 
O CC não sistematizou a categoria dos entes despersonalizados. O tema foi tratado de 
maneira pulverizada no Código. Exemplos: nascituro, espólio, massa falida, entre 
outros, que participam de relações jurídicas mas não são pessoas. 
A condição jurídica de pessoa resulta do atributo da personalidade. A personalidade traz 
como resultado a titularidade de direitos e deveres. 
2 AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE 
Pessoa natural, artigo 2º: a aquisição da personalidade se dá a partir do nascimento com 
vida (teoria NATALISTA). 
Nascituro: tem especial proteção jurídica, já ostenta a condição de sujeito de direito, 
mesmo não sendo PESSOA. O nascituro já é titular dos direitos da personalidade, 
direitos sucessórios, podendo ainda participar de determinados negócios jurídicos. (pode 
figurar como autor em ação de alimentos). 
Pessoa jurídica, artigo 45: nasce com o registro dos atos constitutivos (teoria da 
REALIDADE TÉCNICA). ATENÇÃO: apenas as pessoas jurídicas de direito privado 
dependem de registro para aquisição de personalidade (artigo 44). O registro, como 
regra, deve ser feito no cartório de registro de pessoas jurídicas. 
OBS. Condomínio tem CNPJ mas não é PJ. 
3 EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE 
 Pessoa natural, artigo 6º: morte (óbito é tratado na lei dos registros públicos). 
 Morte presumida (exceção) será reconhecida por sentença judicial. Hipóteses: 
 - Probabilidade extrema de falecimento (artigo 7º, I) 
21 
 
 - Desaparecidos ou prisioneiros em campanha de guerra (artigo 7º, II) 
MORTE PRESUMIDA ≠ AUSÊNCIA 
Ausência disciplina os efeitos jurídicos das pessoas desaparecidas (artigo 22 e 
seguintes). Fases: 
- Curadoria dos bens do ausente 
- Sucessão provisória 
 - Sucessão definitiva: declaração da morte presumida do ausente por 10 anos. 
Pessoa jurídica, artigo 51: dissolução dos atos constitutivos. Exige AVERBAÇÃO. 
4 CAPACIDADE 
 Capacidade para exercício de direitos: 
- De direito (artigo 1º): possibilidade de participar de relações jurídicas. Têm 
capacidade de direito todas as pessoas e entes despersonalizados possuem 
capacidade de direito. 
- De fato/exercício: possibilidade de participar de forma pessoal ou autônoma 
dos atos da vida civil. É um conceito restrito às pessoas naturais. Exemplo: 
criança tem capacidadede direito, mas não de fato/exercício, pois não pode se 
manifestar de forma autônoma. Estágio da capacidade de fato: 
a) Absolutamente incapazes (artigo 3º - modificado pelo Estatuto dos 
Deficientes, lei 13146/15): são os menores de 16 anos. 
b) Relativamente incapazes (artigo 4º - modificado pelo Estatuto dos 
Deficientes, lei 13146/): i) mais de 16 e menos de 18 anos; ii) viciados 
em tóxicos; iii) ébrios habituais; iv) aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua vontade; v) pródigos – 
consumidor compulsivo. 
OBSERVAÇÃO: todos os deficientes, independemente da causa, 
são tratados como pessoas capazes. 
 c) Capazes (artigo 5º): maiores de 18 anos e as pessoas emancipadas. 
Emancipação: i) voluntária (realizada pelos pais através de 
escritura pública); ii) legal (hipóteses descritas na lei que gera 
emancipação – casamento); iii) judicial. 
5 DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 Artigo 11 ao 21. 
ATENÇÃO: tanto as pessoas naturais, como as pessoas jurídicas, possuem direitos da 
personalidade. Estes direitos projetam efeitos antes do nascimento e depois da morte. 
22 
 
A violação dos direitos da personalidade autoriza a prevenção, como também a 
reparação dos danos sofridos, tanto de ordem material quanto moral. 
6 DOMICÍLIO 
 Artigo 70 a 78. 
 É a residência com ânimo definitivo, o lugar onde a pessoa exerce suas relações civis. 
 Características gerais: 
 a) Domicílio plurimo/plural (artigo 71 e 72): mais de um domicílio 
b) Domicílio aparente (artigo 73): utilizado para as pessoas que não possuem residência 
fixa 
c) Domicílio necessário (artigo 76): fixado por lei 
LIVRO III – FATOS JURÍDICOS 
 Artigos 104 a 232 
 
1 DEFINIÇÃO 
Fato jurídico é um acontecimento natural ou uma conduta humana prevista numa norma 
(inclusive precedentes jurídicos com status de norma) que outurga efeitos. 
 
2 CLASSIFICAÇÃO 
→ Fatos jurídicos em sentido estrito 
 Acontecimentos naturais, independentemente da vontade 
→ Atos jurídicos 
 Condutas humanas, onde o elemento central é a vontade. 
 Subdividem-se em atos lícitos e ilícitos. 
 a) Atos lícitos 
 a.1) Atos jurídicos em sentido estrito 
 Formação: atuação da vontade 
 Efeitos: atuação da lei (pré-derminados) 
 Exemplo: reconhecimento de filho. 
23 
 
 a.2) Negócios jurídicos 
Formação e efeitos → Autonomia da vontade 
A vontade vai modelar os efeitos. A autonomia da vontade, 
também chamada de autonomia privada, não é ilimitada. O 
Código Civil impõe determinados requisitos para que a vontade 
produza efeitos de maneira regular (requisitos de validade). 
 b) Atos ilícitos (artigos 186 e 187) 
 
3 REQUISITOS DE VALIDADE (regularidade) NEGOCIAL 
 Artigo 104: 
 → Exteriorização de vontade 
 Se dá pela manifestação ou pela declaração de vontade (livre e consciente) 
 Particularidades: 
a) reserva mental (artigo 110): é a parcela de vontade do sujeito que não 
foi exteriorizada e que, portanto, não produz efeitos civis. 
b) silêncio (artigo 111): o silêncio não é uma forma de exteriorização de 
vontade, isso porque a vontade só se exterioriza de maneira expressa ou 
tácita. ATENÇÃO: o silêncio poderá ter efeito de anuência negocial 
quando os usos e costumes o autorizarem e for necessária a manifestação 
expressa desse interesse. 
 → Capacidade do agente 
 Capacidade de fato/exercício 
 Capazes: pactuam atos de forma autônoma 
 Incapazes: a prática do ato depende de representação/assistência 
O Código Civil prevê determinadas hipóteses em que o negócio pode ser 
praticado pelo relativamente incapaz de forma autônoma: 
a) outorgado em mandato 
b) mútuo 
c) testamento 
Deficientes (é capaz pelo Estatuto dos Deficientes) podem requerer a tomada de 
decisão apoiada (artigo 1783-A). O deficiente elege dois apoidores (pessoas de 
sua confiança) para auxilia-lo nos atos da vida civil. 
 → Objeto 
24 
 
 Direito ou interesse que se discute. Requisitos (cumulativos): 
a) licitude 
Envolve legalidade e adesão aos bons costumes. Exemplo: prostituição 
→ possibilidade de cobrança judicial (varia conforme conservadorismo 
dos tribunais estaduais). 
b) possibilidade 
c) determinabilidade 
A falta de qualquer um dos requisitos torna o negócio nulo. 
 → Forma 
 Como regra, é livre. As formas especiais sempre têm previsão expressa na lei. 
 
4 INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 → Nulidade (interesse público) 
 → Anulabilidade (interesse particular) 
NULIDADE ANULABILIDADE 
Artigo 166 Artigo 171 
Requer declaração: pelas partes, de ofício ou 
pelo MP 
Requer declaração: somente partes 
(necessário sentença) 
Sem prazo de alegação 
4 anos → decadência (art. 178) 
2 anos → casos de omissão da lei 
 
Convalidação (tornar válido, pelo decurso 
do tempo) e confirmação 
 
→ Vícios/defeitos de vontade (artigo 138 e seguintes) 
Falha na exteriorização da vontade, que poderá provocar a anulação, se apontada no 
prazo de 4 anos. 
a) Vícios de consentimento 
 Prejuízo é para o próprio declarante. São vícios de consentimento: 
i) Erro (artigo 138 a 144): falsa percepção do declarante sobre um elemento estrutural 
do negócio jurídico. O elemento estrutural pode ser a pessoa, a coisa, a natureza do 
negócio, entre outros. Distorção da realidade. 
ATENÇÃO: apenas o erro substancial (artigo 139 do CC) autoriza a anulação 
do negócio jurídico. O artigo 142 e 143 esclarece que o erro de indicação e o 
erro de cálculo não autorizam a anulação do negócio, mas tão somente a 
retificação da vontade. 
25 
 
ii) Dolo (artigo 145 a 150): quando alguém, de maneira intencional, distorce a vontade 
do declarante para a realização de um negócio prejudicial. 
Assim como no erro, apenas o dolo substancial (essencial) permite a anulação 
do negócio jurídico (artigo 145). 
→ Dolo essencial: permite anulação 
 → Dolo acidental (artigo 146): atinge um aspecto secundário do ato. Somente 
gera perdas e danos. 
iii) Coação (artigo 151 a 155): pressão física ou psicológica exercida sobre a pessoa do 
declarante, sua família ou patrimônio que seja capaz de incutir temor de dano. 
 Cfe. artigo 152, o que é coação para uma pessoa, pode não ser para outra. 
O Código Civil, no artigo 153, não considera coação o exercício regular de um 
direito, nem mesmo o chamado temor reverencial (medo, relação de hierarquia, 
etc.). 
 iv) Estado de perigo (artigo 156): coação exercida por terceiro. 
Pressuposto → necessidade de salvar vida do próprio declarante ou de terceira 
da família. 
Consequência → obrigação excessivamente onerosa. 
O estado de perigo exige que a outra parte tenha conhecimento da situação 
vivenciada pelo declarante. Daí porque a doutrina reconhece nesta hipótese o 
chamado dolo de aproveitamento. 
 v) Lesão (artigo 157): basicamente para proteção patrimonial. 
 Pressupostos → premente necessidade (urgência) OU inexperiência. 
Consequência → obrigação manifestamente desproporcional da prestação 
oposta. 
O vício da lesão permite, ao lado da anulação, a possibilidade de revisão do 
negócio jurídico. 
 
b) Vícios sociais 
 Prejuízo de terceiros. É vício social: 
 i) Fraude contra credores (artigo 158 a 165) 
Trata-se de um negócio realizado para impedir ou dificultar a satisfação do crédito 
alheio. 
26 
 
O devedor realiza um negócio com um terceiro para prejudicar o credor. 
Pressuposto → insolvência do devedor. 
Cabe AÇÃO ANULATÓRIA/PAULIANA, mediante prova de: a) evento danoso ao 
crédito; b) conluio fraudulento (participação de má-fé do terceiro com quem o devedor 
pratica o negócio). 
ATENÇÃO: é importante destacar que a fraude contra credores se configura na hipótese 
denegócios gratuitos como também negócios onerosos (artigo 158 e 159). 
Não confundir com fraude à execução. 
Atualmente a SIMULAÇÃO é um hipótese especial de nulidade prevista no artigo 167 
do CC, não é vício, mas sim ato falso. 
O ato DISSIMULADO, ou seja, aquele que foi ocultado, é válido. 
 
EFICÁCIA – EFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Podem ser modificados pela vontade das partes. Essa modificação se dá pelos elementos 
acidentais do negócio jurídico. Principais elementos acidentais: 
a) Condição: evento futuro e incerto 
b) Termo: evento futuro e certo 
c) Encargo: simplesmento um ônus. Somente existe nos atos de mera liberalidade 
(doação e testamento). 
 
PARTE ESPECIAL 
OBRIGAÇÕES (artigo 233 a 420) 
1. MODALIDADES 
2. TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
3. PAGAMENTO/ADIMPLEMENTO 
4. INADIMPLEMENTO 
1. ESTRUTURA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL 
 Sujeitos: 
 - Sujeito ativo → credor → direito (crédito) 
 - Sujeito passivo → devedor → débito (dever) 
 Objeto: prestação - comportamento do devedor para atender um interesse do credor. 
27 
 
2. MODALIDADES OBRIGACIONAIS 
2.1 Classificação de acordo com a natureza da prestação 
a) Obrigação de dar: transferência ou transmissão da posse, da propriedade ou de um 
direito real sobre determinada coisa. Divide-se em: 
 - Obrigação de dar coisa certa: coisa certa, determinada. 
 - Obrigação de dar coisa incerta:determinação mínima, gênero + quantidade 
OBS: a obrigação de dar coisa incerta é uma situação transitória, pois 
necessariamente vai se transformar numa obrigação de dar coisa certa. 
Coisa incerta (formação) → ato de escolha (concentração obrigacional) → coisa 
certa (cumprimento). A escolhe cabe ao devedor. (artigo 244). 
b) Obrigação de fazer/não fazer: a prestação se traduz por um ato realizado, via de regra, 
pelo devedor, para atender um interesse do credor. 
- Obrigação de fazer infungível (obrigação personalíssima): o ato somente pode 
ser realizado pelo devedor. 
- Obrigação fugível: o ato pode ser realizado pelo devedor ou um terceiro (artigo 
304). 
Classificação: de acordo com o arrano ou a combinação obrigacional. As 
classificações podem se acumular numa só obrigação, 
Obrigações de acordo com o arranjo 
 Obrigações simples: uma única prestasção. 
Obrigações cumulativas: duas ou mais prestações, sendo que todas devem ser cumpridas 
simultaneamente. Não aparece de maneira expressa na teoria geral das obrigações. 
Obrigações alternativas/disjuntivas: duas ou mais prestações, porém cabe ao devedor, 
como regra geral, escolher uma delas. Nesse caso, a escolha recai sobre a própria 
prestação. Exemplo:seguro de automóvel, indeniza (obrigação de dar) ou conserta 
(obrigação de fazer). 
Obrigações divisíveis e indivisíveis 
 Possibilidade de fracionamento da prestação. 
 Regra geral, as obrigações são indivisíveis. 
Particularidades: 
- Pluralidade de sujeitos → presunção de divisibilidade. 
28 
 
- Conversão em perdas e danos: todas as obrigações, quando convertidas em 
perdas e danos, são tratadas como obrigações divisíveis (artigo 263). 
Obrigações solidárias (a partir do artigo 264 do Còdigo Civil) 
Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de 
um devedor, cada um com direito, ou obrigado , a dívida toda. (artigo 264) – pluralidade 
de sujeitos. 
Particularidades: 
- A solidariedade não se presume, resulta da lei ou de convenção entre as partes. 
- A solidariedade se mantém, mesmo quando a obrigação se converte em perdas 
e danos. 
- A solidariedade é mantida mesmo nas hipóteses relacionadas aos acessórios 
obrigacionais, quais sejam: juros, cláusula penal, atualização monetária, etc. 
 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
1. Cessão de crédito 
É uma transmissão do crédito que tem como exigência a cientificação do devedor, que 
se dá por meio de notificação. Exemplo: endosso. 
2. Assunção de dívida 
 Exige a anuência expressa do credor como regra geral. 
Exceção: artigo 303, pelo qual “o adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu 
cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta 
dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.” 
 
PAGAMENTO/ADIMPLEMENTO 
 É o momento técnico da extinção da relação obrigacional. 
Art. 313: o credor não é obrigado a receber prestação diversa, ainda que mais valiosa. 
→ Pagamento direto: pagamento regular, natural. 
→ Pagamento indireto: pagamento alternativo. 
1. Pagamento direto 
1.1 Requisitos: 
 Subjetivos: 
29 
 
 - quem deve pagar: qualquer interessado (artigo 304) 
- a quem o pagamento deve ser feito: o credor ou seu representante. Apenas o 
representate com poder de quitação pode receber o pagamento. 
Objetivos: 
 - Objeto do pagamento: prestação 
 - Lugar: regra geral, domicílio do devedor 
 - Prova: quitação 
 - Tempo: regra, à vista 
PAGAMENTO DIRETO 
→ Conceito 
 Pagar é realizar a prestação no tempo, lugar e forma devidos. 
I - Sujeitos: refere-se ao credor e ao devedor. Divide-se, portanto, em: 
 a) Quem deve pagar (solvens): é o devedor ou um terceiro. O terceiro divide-se em: 
- interessado: é aquele que poderia vir a ser prejudicado pelo inadimplemento, 
por exemplo: fiador, que ao pagar se subroga nos direitos do antigo credor. O 
terceiro não seria obrigado pela dívida, mas resolve pagar. Se pagar em nome 
próprio tem direito a reembolso. Se pagar em nome do devedor, considera-se que 
fez uma doação e nada poderá reclamar. 
 b) A quem se deve pagar (accipiens) 
A dívida deve ser paga ao credor ou seu representante legal, afinal, quem paga 
mal, paga duas vezes. 
O pagamento conscientemente ao incapaz de quitar não vale, salvo se o devedor 
provar que reverteu em proveito do incapaz. 
II - Objeto: três regras 
a) O credor não é obrigado a aceitar coisa diversa da combinada, ainda que mais valiosa. 
b) O credor não é obrigado a receber em parte o que combinou receber por inteiro, e o 
devedor não é obrigado a pagar em partes se combinaram pagamento integral. 
Exceção: o artigo 916 do CPC dispõe que se o devedor, no prazo para embargos, 
reconhece a dívida e deposita 30% do valor, poderá parcelar o restante em até 6 
vezes. 
c) Salvo disposição em contrário contratual, as dívidas em dinheiro não sofrem 
incidência de juros e correção monetária. 
30 
 
 → Princípio do nominalismo 
 
III - Lugar do pagamento 
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Salvo disposição em contrário a dívida deverá ser paga no domicílio do devedor, caso 
em que a dívida é chamada de quesível ou querable. Se a dívida tiver que ser paga em 
outro local, será chamada de portável ou portable. 
 
PAGAMENTO INDIRETO (334 a 388) 
→ Consignação em pagamento: é o depósito judicial ou extrajudicial (só dinheiro da coisa 
devida). O artigo 335 traz as hipóteses de cabimento: 
- Sempre que por motivo não imputável ao devedor for impossível ou inseguro o 
pagamento diretamente ao credor. 
 Obs.: todo tipo de bem pode ser consignado. 
→ Pagamento com subrogação: a subrogação consiste na substituição de um credor por outro, 
que pode ocorrer por acordo entre as partes (subrogação convencional) ou por efeito da lei 
(subrogação legal). A subrogação legal ocorre sempre que terceiro interessado paga dívida 
alheia. Neste caso, o terceiro que pagou assume todas as vantagens do primitivo credor. 
→ Imputação do pagamento: imputar é indicar. Será necessário quando o devedor tiver com o 
mesmo credor mais de uma dívida e todas forem líquidas, certas, vencidas e de coisas fungíveis. 
Cabe ao devedor indicar qual dívida está pagando. Se ele não indicar não poderá reclamar da 
indicação feita pelo credor. Se nenhum dos dois imputar a lei determinaque a imputação deve 
ser na dívida que primeiro venceu. Se todos vencem na mesma data, será a mais onerosa (por 
exemplo, a quem tem juros maior). O credor não é obrigado a aceitar que o pagamento seja 
feito primeiro no capital e só depois nos juros. 
→ Dação em pagamento: o credor aceita coisa diversa da combinada pondo fim à obrigação. 
→ Novação: credor e devedor criam nova obrigação com o objetivo de extinguir obrigação 
anterior. É fundamental a intenção de inovar. Animus Novandi. A novação pode ser alteração 
dos sujeitos, quaso em que é chamada de subjetiva. Caso tenha sido alterado o credor chamase-
se subje:tiva ativa. Se for alterada a prestação, recebe o nome de objetiva. 
→ Compensação: ocorre quando as partes são ao mesmo tempo credoras e devedoras uma da 
outra de dívidas líquidas, certas e vencidas e de coisas fungíveis. 
→ Confusão: ocorre quando as qualidades de credor e devedor se confundem na mesma pessoa. 
Empresa A deve para empresa B, a empresa A incorpora e empresa B. 
→ Remissão: é o perdão da dívida. Se for aceito pelo devedor extingue a obrigação. 
31 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
1 CONCEITO: impõe o dever de indenizar. É uma das fontes das obrigações. 
Ação Indenizatória. Prazo de PRESCRIÇÃO (pois ações condenatórias estão sujeitas a 
prazos prescricionais) de 3 (TRÊS) ANOS (artigo 206, §3º, V). 
2 REQUISITOS/PRESSUPOSTOS 
 a) ação ou omissão do agente (conduta) 
 b) dolo ou culpa 
 c) dano 
 d) nexo causal 
 → Responsabilidade subjetiva: exige prova de culpa (serão 4 pressupostos) 
 → Responsbailidade objetiva: independe de culpa (serão apenas 3 pressupostos) 
3 AÇÃO OU OMISSÃO DO AGENTE 
 Conduta ILÍCITA que vai gerar a responsabilidade civil. 
Artigo 188 define como ato lícito os: a) praticados em legítima defesa (inciso I); b) 
praticados no exercício regular de direito(inciso I); c) praticados em estado de 
necessidade (inciso II). 
Artigo 929 dispõe, excepcionalmente, sobre responsabildiade civil por ato lícito, in 
verbis: se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188 (ESTADO 
DE NECESSIDADE), não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à 
indenização do prejuízo que sofreram. 
Artigo 930: [...] se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do 
dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Portanto, excepcionalmente, existe responsabilidade por ato lícito. 
ILÍCITO PENAL ILÍCITO CIVIL 
Resp. por crime consumado e tentado Resp. civil somente para dano consumado 
Dolo agrava a pena Dolo não agrava a indenização 
Artigo 200: prazo prescricional de 3 anos para Ação Indenizatória em razão da prática de 
crime começa apenas com o trânsito em julgado da decisão penal. 
 
3.1 Conduta ilícita cível 
a) Extracontratual 
32 
 
 Gera responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana. 
 Artigo 927 e seguintes. 
b) Contratual 
 Decorre de ilícito contratual, que se dá pelo inadimplemento. 
 Gera a responsabilidade civil contratual. 
 Artigo 389 e seguintes. 
 
3.2 Conduta ilícita cível extracontratual 
 Pode se dar por um ato ilícito (artigo 186) ou por abuso de direito. 
 Abuso de direito (artigo 187): exercício irregular de um direito. 
 
4 DOLO OU CULPA 
 Culpa lato sensu se subdivide em: 
 - Dolo: conduta voluntária em que o agente deseja o resultado 
 - Culpa stricto sensuI: modalidades: 
 a) negligência (culpa por omissão) 
 b) imprudência (culpa por ação) 
 c) imperícia (falta de cuidade técnico de um dever profissional) 
Artigo 944, parágrafo único: REDUÇÃO EQUITATIVA DA INDENIZAÇÃO, pela 
qual existindo desproporção entre a gravidade da culpa e o dano o juiz pode reduzir 
equitativamente a indenização. 
→ exceção ao princípio da reparação integral, pelo qual a indenização mede-se 
pela extensão do dano. 
 
5 DANO 
5.1 Dano material 
 É aquele que gera prejuízo patrimonnial, financeiro, econômico. 
 - Dano emergente: é a perda efetiva. 
33 
 
- Lucro cessante: é o que se deixou de ganhar. (também afeta PJ e aparece nos casos de 
incapaciade laborativa – pago até o fim da convelescença – e homicídio – pago para a 
família levando-se em consideração a expectativa de vida) 
5.2 Dano moral 
 Violação a direito da personalidade (artigo 11 e seguintes) 
- Dano moral in re ipsa: é o dano moral presumido (exceção) nos casos consagrados 
pela jurisprudência. Exemplo: pais que demandam perda dos filhos. Súmulas 388 e 403. 
- Dano moral em ricochete/indireto 
- Dano moral da PJ: súmula 227 do STJ. 
5.3 Dano moral estético 
 É aquele que gera um afeamento permanente do corpo humano. 
 Súmulas 37 e 387 do STJ: é possível tripla cumulação de danos em ação indenizatória. 
 
6 NEXO CAUSAL 
 É a relação de causa e efeito entre o ato e o dano. 
Culpa concorrente é a culpa de ambos, não é excludente, apenas atenua a 
responsabilidade civil. 
 Excludentes de responsabilidade civil (rompe o nexo de causalidade): 
 → Culpa exclusiva da vítima. Exemplo: pedestre atropelado fora da faixa. 
 → Culpa de terceiro. Exemplo: engavetamento de veículos. 
 → Caso fortuito (evento imprevisível) e força maior (evento previsível mas inevitável) 
 
34 
 
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
1 PRINCÍPIOS CONTRATUAIS 
a) Princípio da autonomia privada 
 Estabelece uma liberdade de autoregulamentação. 
 Problema: proliferação dos contratos de adesão. 
b) Função social dos contratos: é o princípio da função do contrato, art. 421. 
É uma limitação à liberdade da autonomia privada. O contrato deve ser interpretado e 
visualizado dentro de um contexto social. 
Exemplo: direito de imagem, é um contrato e irrenunciável de um direito da 
personalidade. 
Aplicação prática: artigos: 422, 423,424,425 e 426. 
Art. 422, boa-fé objetiva, ela impõe normas de conduta e deveres anexos (não precisam 
estar previstos em contrato), alguns exemplos: lealdade, respeito a confiança da 
informação, a colaboração, o cuidado. 
Art. 423, existindo cláusulas ambíguas ou contraditórias, o contrato deve ser 
interpretado de maneira mais favorável ao aderente. 
Art. 424, é nula a cláusula que estipula renúncia do aderente a um direito resultante do 
negócio. (emboram existam algumas previsões de renúncia, ex. 393, 827 e 828. 
Art. 425, é o que permite contratos atípicos, que não estão regulamentados na lei. 
Art. 426, ele traz a proibição do “Pacto Corvina", não pode ser objeto de contrato de 
sucessão de pessoa viva. 
c) Boa-fé objetiva 
A inobservância de um dever anexo traz a violação positiva do contrato, gera 
inadimplemento: independente de culpa. 
Os deveres em anexo devem ser observados em todas as fases do contrato: 
a) Pré contratual b) Contratual c) Pós contratual 
Não confunda boa-fé subjetiva com boa-fé objetiva, pois a subjetiva não é princípio. 
d) Princípio da força obrigatória 
Pacta Sunt Servanda: pactos devem ser cumpridos/respeitados. 
Este princípio foi relativizado, pois se fere um princípio não precisa ser cumprido. 
e) Relatividade dos efeitos do contrato 
35 
 
Res Inter Alios Acta, o contrato não vincula e não prejudica terceiros, salvo se o terceiro 
quiser ou se a lei determina. 
1ª exceção. Estipulação em favor de terceiros, artigos 436 a 438. É o devedor que entrega 
a prestação para um terceiro que não é parte na relação contratual. Exemplo: seguro de 
vida. 
2ª exceção. Promessa de fato de terceiro, art. 439 e 440. 
3ª exceção. Contrato com pessoa a declarar: são duas ou mais pessoas que celebram o 
contrato e uma delas específica que os direitos e deveres assumidos, serão transferidos 
por um terceiro. Art. 467 a 471. Contém cláusula Pro Amico Eligendo = para o amigo 
eleito.4ª exceção. Consumidor por equiparação ou by stander: é a vítima do acidente de 
consumo, toda a vítima do acidente de consumo se equipara a consumidor. (artigo 17 
do CDC). 
5ª exceção. Teoria do terceiro cúmplice: art. 608 do Código Civil: o terceiro também 
não pode prejudicar o contrato: aliciamento. 
6ª exceção. Cláusula de vigência da locação, art. 8 da Lei 8245/91. Deve estar registrado 
na matrícula do imóvel. 
2 FORMAÇÃO DO CONTRATO 
→ Fases de elaboração: 
a) Negociações preliminares: não vincula ninguém, salvo se existir expectativa de contratação 
frustada, que gerará a responsabilidade civil pré-contratual. 
b) Proposta: também chamadas de proposta/polícitação/oblação. 
Proponente: faz a proposta, está vinculado (art. 428). 
Oblato: destinatário, não está vinculado. 
Proposta aceita com modificações é contraproposta. 
O contrato reputa-se celebrado no local em que for proposto. 
c) Fase de aceitação: é aquela que ocorre o choque de vontade, o contrato está celebrado. A fase 
de aceitação pode ser de contrato definitivo ou contrato preliminar (art. 462 e seguintes). 
O contrato preliminar é o contrato e é aquele em que a parte compromete a celebrar 
contrato definitivo. Exemplo: promessa do imóvel. 
3 EFEITOS DO CONTRATO (garantias contratuais) 
a) Garantia contra vício redibitório: é um defeito oculto que torna a coisa imprópria para o uso 
ou lhe diminui o valor. 
36 
 
As ações cabíveis são as ação edilícias, que são: 
Redibitória: serve para extinguir o contrato. 
Estimatória: serve para abatimento no preço. O prazo é de 30 dias se o bem e 
móvel e 1 ano se o bem é imóvel, contado da entrega efetiva (artigo 445). 
b) Evicção: é a perda da coisa por força de decisão judicial, ainda que aquisição seja feita em 
hasta pública. 
Os sujeitos da Evicção são: 
Evicto/evencido: é quem perdeu a coisa. 
Alienante: é quem transferiu. 
Evictor/Evencente: é quem ganhou. 
O Evicto tem ação de regresso contra o alienante. 
OBS: Art. 125, inciso I, do CPC = denunciação da lide facultativa, revogou o 456 do 
Código Civil, pois antes era obrigatória. 
 
37 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
TEORIA GERAL DO PROCESSO 
 Lide → Ação → Jurisdição → Processo → Provimento jurisdicional 
1. Lide 
É o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida, ou seja, duas ou mais 
pessoas disputando o mesmo bem jurídico. 
2. Jurisdição 
É a função estatal de solucionar as lides submetidas ao estado-juiz, através do processo, 
aplicando a solução mais adequada ao caso. 
Caracaterística: 
 a) Substitutividade: o estado-juiz substitui as partes na solução dos conflitos de 
interesses. 
b) Imparcialidade: ausência de interesse no conflito. 
c) Definitividade: a partir de determinado ponto a decisão judicial se torna imutável. 
d) Inércia: atividade jurisdicional somente é mobilizada mediante provocação (artigo 2º 
do NCPC) 
 Exceção: procedimento de restauração de autos (artigo 712). 
3. Ação 
É o meio utilizado para provocar a jurisdição com o objetivo de obter o provimento 
jurisdicional. 
3.1 Condiçoes da ação (artigo 17) 
Legitimidade ad causam: via deregra, legitimidade orginária, consiste em pleitear em 
nome próprio direito próprio. É o vínculo do sujeito com o direito material (artigo 18). 
Exceção: legitimidade extraordinária/substituição processual, consiste em 
pleitear em nome próprio direito alheio. 
 Interesse processual: 
 - Necessidade: a parte não consegue resolver sozinha. 
- Adequação: é a escolha correta da ação, que são duas – conhecimento e 
execução. 
CUIDADO: a existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de 
optar pela ação de conhecimento a fim de obter um título judicial (artigo 785). 
38 
 
Todavia, falta de interesse processual no ajuizamento de ação de 
execução àquele que não possuir um título executivo. 
OBSERVAÇÃO: se faltar alguma das condições da ação o processo será extinto sem 
resolução do mérito (artigo 485, VI). 
3.2 Elementos da ação 
 a) Partes 
 b) Causa de pedir 
 - Fatos: narrativa dos acontecimentos 
 - Fundamentos jurídicos: consequência jurídica pretendida 
 c) Pedido 
 - Condenar 
 - Declarar 
 - Constituir 
 - Criar 
 - Modificar 
 - Extinguir 
OBSERVAÇÃO: litispendência ocorre quando duas os mais ações possuirem os 
mesmos elementos. 
4. PROCESSO E PROVIMENTO JURISDICIONAL 
Processo é um instrumento da jurisdição, ou seja, é através do processo que o juiz 
emitirá o provimento jurisdicional. 
 
NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
 Ler artigos 1º ao 12 do NCPC. 
1. Princípio do acesso à justiça 
Artigo 3º: princípio do acesso à Justiça/inafastabilidade da atividade jurisdicional = 
artigo 5º, XXXV, da CF. 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1o É 
permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, 
a solução consensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de 
solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, 
39 
 
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo 
judicial. 
2. Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável / a solução integral do mérito, / 
incluída a atividade satisfativa. 
 1ª parte = artigo 5º, LXXVIII, da CF. 
2ª parte = princípio da primasia da decisão de mérito: sempre que possível, o 
mérito posto em causa deverá ser apreciado. 
3ª parte = princípio da efetividade. 
3. Princípio da boa-fé 
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de 
acordo com a boa-fé. 
→ Princípio da boa-fé. 
CUIDADO: reconhecida a litigância de má-fé, o juiz poderá fixar de multa de 1 a 10% 
do valor da causa. (artigo 90 e 81) 
4. Princípio da cooperação. 
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em 
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
5. Princípio da igualdade 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos 
e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de 
sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
6. Dever de consulta/proibição da decisão surpresa 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento 
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que 
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
 
LITISCONSÓRIO 
Leitura 113 a 118 
1. Conceito 
 É a pluralidade de autores, réus ou ambos dentro do mesmo processo. 
 É possível a formação em qualquer processo ou procedimento. 
2. Requisitos (artigo 113) 
40 
 
 a) comunhão de direitos ou obrigações 
 b) conexão de causas (mesmo pedido ou mesma causa de pedir) 
 c) afinidade de questões por um ponto em comum de fato ou direito. 
3. Classificação 
 a) quanto ao polo: 
 - ativo: vários autores 
 - passivo: vários réus 
 - misto: vários autores e réus 
 b) quanto ao momento de formação 
 - inicial: formado desde o ajuizamento da ação 
 - ulterior: formado após o ajuuizamento da ação 
 c) quanto a sentença 
- simples: a decisão do juiz poderá ser diferente para cada um dos litisconsortes 
- unitário: a decisão do juiz deverá ser igual para todos, pois o direito discutido 
é único e indivisível, não admitindo fracionamento (artigo 116). 
 d) quanto à obrigatoriedade 
 - facultativo: a formação decorre por vontade do autor 
- necessário: a formação é obrigatória por determinação da lei ou natureza da 
obrigação 
ATENÇÃO: 
-Litisconsório multitudinário (§§2º e 3º do artigo 113): quando o juiz de ofício 
ou a requerimento da parte que o número excessivo de litisconsortes possa 
dificultar a defesa ou a rápida solução do litígio, poderá desmembra-lo. Somente 
é possível no litisconsórcio facultativo. 
- Litisconsório com advogados de ESCRITÓRIO de advocacia distintos e 
PROCESSO FÍSICO geram prazo em dobro (artigo 229). Não se aplica para 
processo eletrônico. 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
Artigos 119 a 138 
41 
 
1. CONCEITO 
 É a figura processual que possibilita participação de um terceiro no processo. 
a) Intervenção voluntária: o terceiro manifesta sua intenção de participar do processo 
b) Intervenção provocada: uma das partes busca trazer o terceiro para o processo 
independentemente de sua vontade. 
Modalidades: no antigo CPC era AONDC (assistência, oposição, nomeação à autoria, 
denunciação da lide, chamamento ao processo). No NCPC, a OPOSIÇÃO deixa de ser 
modalidade de intervenção de terceiros e vira procedimento especial. Já a nomeação à 
autoria não existe mais no nosso ordenamento jurídico. 
 Todavia, acrescentou-se o Incidente de Desconsideração da PJ e Amicus Curiae. 
2. MODALIDADES (ADICA) 
Assistência (única modalidade voluntária) 
Denunciação da lide (modalidade provocada) 
Incidente de desconsideração da PJ (modalidade provocada) 
Chamamento ao processo (modalidade provocada) 
Amicus Curiae (voluntária, provocada e pode o juiz pedir, de ofício) 
2.1 Incidente de desconsideração da PJ 
Requisitos: artigo 50 do CC, continuam os mesmos, que são o abuso de personalidade 
caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 
É a intervenção que tem por objetivo responsabilizar os sócios pelos débitos da empresa 
ou de forma inversa, qual seja, a empresa sendo responsabilizada pelos débitos dos 
sócios. 
Modalidades: 
a) Inicial: o pedido é feito na própria petição inicial, não há incidente. 
b) Incidental: requerida ao longo do processo de conhecimento ou de execução. 
 Procedimento: através de uma petição simples comprovando os requisitos do artigo 50 
do CC → o MP ou parte requer a desconsideração → é CITADA a PJ ou sócio para 
manifestação no prazo de 15 dias úteis → suspensão do processo principal para decisão 
do juiz → decisão interlocutória atacável com Agravo de Instrumento (rol taxativo do 
1015). 
CUIDADO: não se admite intervenção de terceiros no JEC, exceto o incidente 
de desconsideração da PJ 
42 
 
Artigo 10 da lei 9099/95: não se admitirá, no processo, qualquer forma 
de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o 
litisconsórcio. 
Artigo 1062: o incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais. 
2.2 Amicus Curiae 
É conhecido como conselheiro. É uma forma de um terceiro especialista auxiliar o juízo 
nas causas de maior relevância, impacto e repercussão social, em razão da importância 
da matéria discutida. 
Podem ser PJ, pessoa natural ou ente despersonalizado. O juiz concederá o prazo de 15 
para sua manifestação, bem como delimitará a atuação do amicus curiae. 
A intervenção de um ente federal não altera a competência. 
Artigo 138. 
2.3 Assistência (auxiliador) 
Haverá assistência sempre que o terceiro tenha interesse jurídico de que uma das partes 
vença a demanda. 
Por meio de uma simples petição, o terceiro ingressa com o pedido concedendo o juiz 
prazo de 15 para as partes se manifestarem. Em havendo impugnação o juiz decidirá em 
apartado. 
É possível em qualquer processo ou procedimento – exceto JEC (artigo 119, parágrafo 
único). 
 Modalidades: 
a) Simples: terceiro possui relação jurídica só com uma das partes, sendo indiretamente 
atingido pela sentença. Não vira parte no processo, bem como suas manifestações estão 
subordinadas às do assistido, exceto quando este for revel ou omisso, hipótese em que 
o assistente atuará como substituto processual (artigo 121, parágrafo único). Exemplo: 
locação e sublocação. 
b) Litisconsorcial: o terceiro possui relação com ambas as partes, sendo diretamente 
atingido pela sentença. Vira parte no processo, bem como pode fazer manifestações 
independentes das do assistido. Exemplo: sócio A ajuiza ação contra sociedade XYZ, 
além do sócio A, temos os sócios B, C, D e E. Estes podem assistir a sociedade, sendo, 
portanto, assitência litisconsorcial. 
2.4 Denunciação da lide (garantidor) 
É a possibilidade de uma das partes trazer ao processo o responsável que assumiu 
determinada obrigação bom o objetivo do exercício do direito de regresso contra este 
terceiro. 
43 
 
Finalidade: economia processual. 
Procedimento: pode tanto o autor, na petição, quanto o réu, na contestação. Somente é 
permitida uma denunciação sucessiva. 
Cabimento (artigo 125): 
a) Evicção: é a perda de um bem por força de decisão judicial. Exemplo: “A” 
vende um carro para “B”, mas o carro teve os documentos alterados e pertence 
a “C”. “C” ajuiza ação contra “B” para reaver o carro. “B” denuncia a lide para 
“A”. 
 b) Determinação da lei ou contrato. Exemplo: seguradora. 
2.5 Chamamento ao processo (coobrigado) 
É a possibilidade do réu trazer ao processo o coobrigado em determinada relação 
jurídica. 
Cabimento: devedor só chama devedor – fiador pode chamar outros fiadores e também 
devedor principal. 
 
COMPETÊNCIA 
Artigos 42 ao 66. 
1. Competência é a medida, é parcela, é a parte da jurisdição. 
2. Critérios de fixação: 
 a) Material: diz respeito à matéria discutida no processo. 
b) Funcional: baseia-se na função do juiz no processo. Exemplo: é funcional a 
competência do juiz da ação principal para o processamento dos embargos de terceiro. 
 c) Valor da causa: JEC → até 40sm; JEF ou JEFP → até 60sm. 
d) Territorial: diz respeito ao foro que será praticado determinado ato processual (ler 
artigo 46 a 53). Regra geral: domicílio do real. 
 ATENÇÃO: ação de divórcio não é mais o da mulher, cfe. artigo 53: 
É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de 
casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de 
domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, 
caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes 
residir no antigo domicílio do casal; 
Competência ABSOLUTA para material e funcional, pois há interesse público. 
RELATIVA para valor da causa e territorial. 
44 
 
COMPET. ABSOLUTA COMP. RELATIVA 
Interesse público (matéria de ordem pub.) Interesse privado 
Prazo para alegar: a qualquer tempo, pelas 
partes, podendo o juiz do ofício (§1º, 64) 
Prazo para alegar: na contestação(§4º, 63), 
não podendo o juiz de ofício. S33STJ, 
salvo contrato com cláusula de foro de 
eleição abusiva, reconhecida antes da 
citação do réu (§3º, 63). No CPC anterior 
era só para contrato de adesão. 
Forma de alegar: preliminar de 
contestação ou simples petição. 
Forma de alegar: não existe mais exceção 
de incompetência, agora é em preliminar 
de contestação (64). 
Pode ser derrogada (alterada): não Pode ser derrogada. Ex: foro de eleição 
Reconhecida a incompetência: remete-se 
o processo para o juiz competente que 
decidirá se anula ou não os atos decisórios 
praticados (§4º, 64). No CPC anterior, 
anulava automaticamente. 
Reconhecida a incompetência, remete-se o 
processo para o juízo competente. 
 
 
ATOS PROCESSUAIS 
1 FORMAS DOS ATOS 
Em regra, o ato é praticado de forma livre, não existindo forma específica, salvo se a lei 
disser diferente. 
ATENÇÃO: se a forma prevista em lei não for obedecida mas atingir a sua finalidade, 
o ato será válido (artigo 188).Os atos também, em regra, serão públicos, salvo se houver segredo de justiça (artigo 
189). 
2 ATOS DAS PARTES 
2.1 Atos unilaterais 
 São aqueles que dependem somente de uma parte. 
2.2 Atos bilaterais 
 São aqueles que dependem de ambas as partes. Exemplo: acordo. 
OBSERVAÇÃO: o NCPC permite os negócios jurídicos processuais (artigo 190), isto 
é, as partes capazes podem convencionar no procedimento, desde que se trate de 
direito que admita autocomposição. 
3 TEMPO DO ATO (artigo 212) 
 O ato processual será realizado em dia útil, das 6h às 20h. 
45 
 
CUIDADO: a citação, a intimação e a penhora podem ser realizados em dias não úteis, 
SEM autorização judicial. 
4 LUGAR DO ATO (artigo 217) 
 Os atos serão praticados na sede do juízo, salvo se a lei exigir diferente. 
 
PRAZOS PROCESSUAIS 
Os prazos podem ser legais (previsto em lei) ou judiciais (determinados pelo juiz). Se nem a 
lei, nem o juiz determinarem, o prazo será de 48 horas para comparecer em juízo e de 5 dias 
para o resto. 
ATENÇÃO: os atos praticados antes do prazo são válidos (artigo 218, §4º) 
→ CONTAGEM DE PRAZO (artigo 219): no NCPC os prazos são contados somente em dias 
úteis. São dias úteis todos aqueles que não forem sábados, domingos, feriados e quando não 
houver expediente forense (artigo 216). 
→ ATENÇÃO, existem prazos diferenciados: a) litisconsortes com advogados diferentes, de 
escritórios diferentes e autos físicos, têm prazo em dobro; b) MP e Fazenda Pública têm prazo 
em dobro, sempre (artigo 180); c) Defensoria Pública também tem prazo em dobro (artigo 186); 
d) os núcleos de prática jurídica conveniados também tem prazo em dobro. 
→ CUIDADO: só serão em dias úteis os prazos previstos em DIAS, os previstos em horas e 
meses serão normais. 
 
PETIÇÃO INICIAL 
1 REQUISITOS (artigo 319, 320 e 77,V) 
 (elementos da ação: partes, pedido e causa de pedir) 
- Partes: as partes devem ser qualificadas, inclusive com estado civil ou união estável 
e e-mail. É possível requerer ao juiz diligências para descobrir os dados da parte 
contrária. 
 - Pedido 
 - Causa de pedir 
 - Endereçamento 
- Valor da causa: os artigo 291 e 292 prevêem as regras para determinação. O juiz 
poderá de ofício corrigir o valor da causa. 
 - Opção pela realização da audiência de conciliação e mediação. 
46 
 
 
2 PEDIDOS (artigo 322 e seguintes) 
Em regra o pedido deve ser certo e determinado (artigos 322 e 324). Exceção: o pedido 
genérico i) nas ações universais; ii) nas ações decorrentes de ato ou fato sem 
possibildade de determinar suas consequências: iii) quando devedor depender de ato do 
réu. 
 
3 CUMULAÇÃO DE PEDIDOS 
3.1 Cumulação simples: o autor formula dois ou mais pedidos , deseja todos eles. Exemplo: 
pedido de dano moral, material e pensão. 
3.2 Cumulação alternativa: o autor formula 2 ou mais pedido mas deseja só um deles, sem 
preferência. 
3.3 Cumulação sucessiva: o autor formula 2 ou mais pedidos e se o primeiro for concedido que 
o outro também seja. Exemplo: investigação de paternidade c/c alimentos. 
3.4 Cumulação subsidiária: o autor formula 2 ou mais pedidos, mas deseja só um deles, com 
preferência. 
OBSERVAÇÃO. São requisitos para a cumulação: a) pedidos compatíveis; b) juiz competente 
para todos; c) procedimentos compatíveis. 
 
TUTELAS PROVISÓRIAS 
Artigos 294 e seguintes 
Tutela Provisória é aquela que será substituída por outra, isto é, precisa ser confirmada. 
Tutela Definitiva é aquela que não será substituída, isto é, normalmente é concedida ao final do 
processo. 
No NCPC as tutelas provisórias foram unificadas. 
TUTELAS DE URGÊNCIA: são aquelas que exigem perigo. Podem ser CAUTELAR ou 
ANTECIPADA. Fumus boni juris e periculum in mora (artigo 300). 
TUTELA DE EVIDÊNCIA (artigo 311): a tutela de evidência não exige perigo, mas sim uma 
alta probabilidade do direito. 
 
1 TUTELA ANTECIPADA (artigo 303 e seguintes) 
 É satisfativa e pode ser requerida antes ou durante o processo. 
47 
 
Se for antecedente o autor formula um simples requerimento e o réu será citado e 
intimado para comparecer em audiência. 
Concedida a tutela, o autor tem 15 dias para aditar a inicial. 
Se o réu não recorrer, a tutela se estabiliza e o processo será extinto. 
ATENÇÃO: as partes terão 2 (DOIS) anos para propor ação e rever a tutela estabilizada. 
2 TUTELA CAUTELAR (artigo 305 e seguintes) 
A tutela cautelar não é satisfativa, e pode ser requerida antes ou durante o processo. 
Se for antecedente o autor formula o pedido e o réu citado para contestar em 5 dias. 
Concedida a cautelar o autor tem 30 dias para formular o pedido principal, nos mesmo 
autos. 
CUIDADO: cautelar não se estabiliza. 
OBSERVAÇÃO: i) se o processo for suspenso, a tutela de urgência não será suspensa; 
ii) se o processo estiver em grau de recurso, a tutela será requerida diretamente no 
tribunal. 
 
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE 
Artigos 330 a 332. 
1 CONCEITO 
É o primeiro ato do juiz no processo que consiste na análise dos requisitos de 
admissibilidade da petição inicial (319, 320 e 106, I). 
2 OPÇÕES DO JUIZ 
 i) designa audiência de conciliação ou mediação (339) e citação 
ii) julgar improcedente liminarmente (332): ocorre quando o processo dispensar a fase 
instrutória, bem como contrariar súmula do STJ ou STF, decisões do sistema de 
precedentes, enunciados de súmula de tribunal de justiça local, bem como houver o 
reconhecimento de prescrição ou decadência. 
iii) havendo vícios ou omissões, o juiz concederá o prazo de 15 dias para emenda (321). 
iv) havendo vícios insanáveis ou que não foram sanados, o juiz indeferirá a petição 
inicial (hipóteses do artigo 330), acarretando a extinção do processo sem resolução do 
mérito. 
OBSERVAÇÃO: procedimento do recurso de apelação contra as sentenças de 
improcedência liminar e indeferimento da petição inicial. Apelação (autor) dá direito ao 
48 
 
juiz de retratação, no prazo de 5 dias. Mantida a sentença, o réu será citado para 
responder o recurso. Na hipótese de não interposição de apelação pelo autor, o réu será 
intimado do trânsito em julgado. 
3 AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
→ MEDIAÇÃO: é o meio consensual de solução de controvérsia em que uma pessoa isenta e 
devidamente capacitada atua de forma técnica para facilitar a restauração do diálogo entre os 
litigantes, com o intuito de chegarem a autocomposição. Exemplos: famílias, vizinhança. 
→ CONCILIAÇÃO: é o meio consensual em que um terceiro imparcial, mediante atividade de 
escuta e fala, ajuda os litigantes a chegarem em um acordo. 
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: 
 - Audiências de conciliação e mediação são obrigatórias, exceto: 
 i) se o direito discutido for indisponível 
ii) se houver dupla negativa – autor informa na P.I. e o réu deve informar com o 
mínimo de 10 dias de antecedência. Se houver litisconsórcio todos devem não 
querer. 
- A audiência será realizada por conciliador ou mediador, público ou privado, inclusive 
as partes podem escolhe-lo. 
- É obrigatório que as partes estejam acompanhadas por advogado. 
 - As partes podem comparecer pessoalmente ou enviar representante munido de 
procuração com poderes para negociar. 
- Podem ser realizadas múltiplas sessões. 
- Podem ser realizadas por meios eletrônicos. 
- CUIDADO: o não comparecimento acarretará ato atentatório à dignidade da justiça e 
multa de 2% do valor da causa em benefício do estado ou União. 
 
CITAÇÃO 
Artigos 238 a 268. 
1 CONCEITO 
É a comunicação que se faz ao sujeito passivo da relação processual de que em face dele 
foi ajuizada uma demanda para que, querendo, possa se defender (238). 
Para a validade do processo é indispensável a

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