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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO PREPARATÓRIO PARA PROVA – OAB - XX 
 
RESUMO DE AULAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS DO SUL 
2016 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
ESTATUTO DA ADVOCACIA ................................................................................................ 2 
DIREITO CIVIL ...................................................................................................................... 20 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ............................................................................................ 37 
DIREITO PENAL .................................................................................................................... 68 
DIREITO PROCESSUAL PENAL .......................................................................................... 91 
DIREITO DO TRABALHO ................................................................................................... 116 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ........................................................................ 133 
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................ 155 
DIREITO TRIBUTÁRIO ....................................................................................................... 173 
DIREITO EMPRESARIAL ................................................................................................... 191 
DIREITOS HUMANOS ......................................................................................................... 206 
DIREITO DO CONSUMIDOR.............................................................................................. 213 
DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................ 218 
DIREITO INTERNACIONAL .............................................................................................. 236 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .......................................................... 240 
DIREITO AMBENTAL ......................................................................................................... 245 
FILOSOFIA DO DIREITO .................................................................................................... 252 
 
 
 
 
 
3 
 
ESTATUTO DA ADVOCACIA 
INSCRIÇÃO NA OAB 
Requisitos da inscrição (tanto para adv. quanto para estagiário): 
 - Capacidade civil 
 - Diploma ou certidão de graduação em curso de Direito 
 - Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro 
 - Aprovação no Exame de Ordem 
 - Não exercer atividade incompatível com a advocacia (artigo 28 do EAOAB) 
 - Idoneidade moral 
 A condenação em um crime infamante é presunção legal de inidoneidade. 
Se 2/3 do Conselho Seccional concordarem, mesmo sem ter sido condenado em 
crime a inscrição não será concedida por conta da inidoneidade. 
 - Prestar compromisso (ato personalíssimo) 
LOCAL DA INSCRIÇÃO 
 - Domicílio profissional (na falta deste ou na dúvida, domicílio pessoal, nesta ordem) 
 - No caso de ESTAGIÁRIO, é no local do curso 
CANCELAMENTO 
 - Ato definitivo (em relação ao número da inscrição) 
 - Requerimento simples 
- Quando passa a exercer atividade INCOMPATÍVEL com a advocacia em caráter 
definitivo. (exemplo: Juiz de Direito) 
- Hipóteses: falecimento, exclusão. 
- Perda requisito de inscrição 
→ Requisitos para o retorno após o cancelamento da inscrição 
 - Demonstrar capacidade civil 
 - Não exercer atividade incompatível com a advocacia 
 - Idoneidade moral 
4 
 
 - Prestar compromisso 
→ Requisitos para o caso de cancelamento por conta de exclusão 
- A punição será registrada no prontuário do advogado, portanto este deixará de ser 
primário. 
- É requisito que volte a ser primário, através de provas de reabilitação. Deve aguardar 
UMA ANO e após se apresentar na OAB com provas de bom comportamente (certidão 
de antecedentes criminais, do conselho de ética, etc. 
→ Requisitos para o caso de cancelamento por exclusão decorrente de crime 
 - Reabilitação criminal 
 
LICENCIAMENTO 
 - Ato provisório (preserva o número da inscrição) 
 - Requerimento justificado 
- Quando passa a exercer atividade INCOMPATÍVEL com a advocacia em caráter 
temporário. (exemplo: chefe do poder executivo) 
- Doença mental curável 
ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA 
 - Assessoria e consultoria juridica 
Atuação preventiva extrajudicial. Consultoria envolve elaboração de parecer. 
Diretoria e gerência jurídica também é privativa da advocacia. 
 - Visar atos e contratos constitutivocs de pessoa jurídica 
 Exceções: microempresas e empresas de pequeno porte. 
Advogado que presta serviços para junta comercial do estado ou para órgão que 
a junta comercial esteja vinculada NÃO pode visar atos e contratos constitutivos 
de pessoas jurídicas. (artigo 2º, §U, do RGEAOAB) 
 - Postular em juízo 
Exceções: habeas corpus, Justiça do Trabalho (exceto TST, S425), juizado 
especial estadual (9099/95) até 20SM e desde que não seja necessário interpor 
recurso. (lembrar que alçada é de 40SM) 
Se não é advogado e pratica ato privativo configura exercício ilegal da profissão, a 
OAB não tem competência para puní-lo, configura-se contravenção penal. 
EXERCÍCIO EFETIVO DA ADVOCACIA 
5 
 
 Se dá com a prática de pelo menos 5 atividades privativas. 
SIGILO PROFISSIONAL (artigo 25 e ss do CEOAB) 
Todos as informações e fatos que temos conhecimento em decorrência do exercício da 
atividade são sigilosos. 
Violação sem justa do sigilo profissional causa enseja um processo disciplinar, sendo 
que a sanção a ser aplicada é a censura. 
Se o advogado é REINCIDENTE, em vez de censura será aplicada a suspensão. 
→ Hipóteses que justificam a quebra do sigilo: 
 - Casos de ameaça à vida 
 - Quando o advogado for ameaçado pelo próprio cliente 
 - O sigilo profissional é de ordem pública, o cliente não precisa requerer 
- No caso de intimação para testemunho, não pode violar o sigilo, ainda que o 
cliente autorize. 
- O advogado pode revelar informação sigilosa do cliente desde que seja na 
defesa deste e o cliente autorize. 
INCOMPATIBILIDADE (a aposentadoria ou exoneração põe fim à incompatibilidade, o 
licenciamento não) 
 É a proibição TOTAL para o exercício da advocacia (artigo 28 do EA) 
 Não pode advogar. 
 I – Chefe do poder executivo e vices, membors da mesa do poder legislativo. Exceção: 
vereadores. 
II – Juiz (de Direito, do Trabalho, Federal, de Paz, antigo Classista), exceto o Juiz 
Eleitoral, membros do MP (E, F, T) e do TC. 
III – Funcionário Público com cargo ou função de direção. 
IV – Qualquer funcionário do poder judiciário e também dos cartórios de notas e de 
protestos. 
V- Atividade policial direta ou indireta (U, E, M), civil ou militar (inclusive Médico 
Legista, Dentista Legista). 
VI – Militares da ativa (Marinha, Exército ou Aeronáutica) 
VII – Tributo (LAF: lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos) 
VIII – Gerente ou diretor de banco público ou privado. 
6 
 
IMPEDIMENTO 
 É a proibição PARCIAL para o exercício da advocacia (artigo 30 do EA) 
 É limitação à advocacia. 
I – Funcionário público não pode contra a Fazenda Pública que o remunere ou a qual 
esteja vinculada (Fazendo Pública Municipal, Estadual ou Federal). 
II – Membros do Poder Legislativo nos seus diferentes níveis, contra ou a favor, o 
serviço público em geral. 
ATIVIDADE EXCLUSIVA (artigo 29 do EA) 
Cargo que originalmente é incompatível, mas que tem que exercer atividade de 
advocacia. (defensor, procurador, etc, são impedidos) 
Os Procuradores-GERAIS, Advogado-GERAL são direçãoou gestão, portanto são 
originariamente incompatíveis, mas exercem a adovcacia como atividade exclusiva. 
 
SOCIEDADE DE ADVOGADOS/ADVOGADO EMPREGADO 
Artigos 15 a 17 do EAOAB 
→ Tipos 
a) Sociedade simples de prestação de serviço (2 ou mais sócios) 
b) Sociedade unipessoal (1 advogado) 
→ Surgimento 
 Originário 
 Derivado 
→ Aquisição da personalidade jurídica 
 Com o registro dos estatutos no Conselho Seccional da OAB onde tenha sede. 
 NUNCA se registra sociedade de advogados em junta ou cartório 
→ Procuração 
Deverá ser outorgada aos sócios E incluir o nome da sociedade, jamais direto à 
sociedade. 
→ Nome 
 a) Parte de nome dos sócios + “sociedade de advogados”, ou; 
7 
 
 b) Nome de um dos sócios + “sociedade de advogados”; 
c) Sociedade unipessoal: nome sócio + “sociedade unipessoal de advocacia” ou 
“sociedade individual de advocacia”. 
 O caractere “&” antigamente era proibido, hoje, porém, é permitido. 
 Como NÃO PODE ser o nome: nome fantasia. 
Nome do sócio falecido poderá ser mantido na sociedade DESDE QUE prevista tal 
possibilidade no ato constitutivo. 
→ Filiais 
 O registro de sociedade não é por cidade, mas por estado. 
 Onde estiver inscrita a sociedade, todos os sócios devem ter inscrição. 
Para abertura de filial de Sociedade de Advogados, será necessária a averbação no 
contrato social da matriz e posteriormente o arquivamento de cópia do contrato social 
averbado no Conselho Seccional onde se pretende abrir a filial. 
→ O mesmo advogado não pode ser sócio de mais de uma sociedade se for de conselhos 
seccionais iguais, EXCETO SE forem de conselhos seccionais diferentes. 
→ Sócios de uma mesma sociedade não podem defender clientes com interesses opostos na 
mesma causa. Art. 15, §6°. Aplica-se somente para sócios, não para advogados unidos em 
caráter permanente. 
→ Responsabilidade dos Sócios 
A Responsabilidade dos sócios para com a sociedade é subsidiária e ilimitada. Primeiro 
busca os bens da sociedade, depois dos sócios. Posso pegar tudo dos sócios, não tem 
limite. Entre os sócios a responsabilidade é solidária, cabendo ação de regresso entre 
eles. 
 
MANDATO JUDICIAL E HONORÁRIOS 
1 PROCURAÇÃO 
Procuração: é o documento que a pessoa assina para que possa ser representado. 
Pode ser juntada em até 15 dias do início do processo, esse prazo é prorrogável por mais 
15 dias. 
Não juntado nesse prazo, os atos praticados são considerados nulos. 
1.1 Substabelecimento com reserva de poderes 
Advogado substabelece a procuração a outro advogado. 
8 
 
Honorários: o advogado substabelecido somente receberá os honorários com o aval do 
substabelecente, não pode receber diretamente do cliente. 
Não é necessário informar o cliente se houver substabelecimento para outro advogado. 
É um ato pessoal do advogado. 
1.2 Substabelecimento sem reserva de poderes 
Advogado substabelece a procuração a outro advogado, saindo assim o substabelecente 
do processo. 
Honorários: não depende de autorização do substabelecente para receber, sendo o valor 
proporcional ao tempo/ao trabalho dos dois advogados. 
Precisa informar o cliente, caso saia do processo. 
1.3 Renúncia e Revogação Da Procuração 
1.3.1 Renúncia 
É um direito/dever do advogado. 
Deixar o cliente ciente de forma inequívoca. Ex. Carta com AR. O advogado ainda 
permanece responsável pelo processo por no máximo 10 dias após a notificação. 
Foro íntimo: pode renunciar, mas não poderá revelar o motivo da renúncia. 
Deve juntar no processo. 
1.3.2 Revogação 
É um direito do cliente. 
A partir do momento da revogação, no dia seguinte o advogado não será mais 
responsável pelo processo. Os honorários serão recebidos até a data antes da revogação. 
Obs.: Podemos juntar procuração em processo que já tenha advogado constituído, desde 
que se trate de motivo urgente e inadiável. 
→ A procuração não tem prazo de validade, perdura enquanto houver a confiança recíproca. 
2 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
Para fixar os honorários devemos observar alguns itens: 
i) Moderação 
ii) Tabela de honorários 
Quem tem competência para criar a tabela de honorários é o Conselho Seccional 
OAB. (artigo 58) 
9 
 
Cada Conselho Seccional corresponde a um Estado, sendo assim, cada Estado 
tem a sua tabela. 
A tabela estabelece o piso, devemos fixar os honorários da tabela para cima. 
iii) Código de Ética e disciplina 
Aviltamento de honorários: Cobrar honorários abaixo da tabela 
2.1 Espécies de honorários: 
a) Convencionados 
Será contratado expressamente em um contrato. 
Ira receber os honorários da forma que você convencionar salvo, estipulação em sentido 
contrário, a OAB diz que devemos receber 1/3 no início do trabalho, 1/3 na sentença e 
1/3 ao término da sua atuação. 
b) Arbitrados 
Temos honorários arbitrados quando o advogado é contratado de forma verbal. 
No caso de beneficiários da assistência judiciária, diante da impossibilidade da 
Defensoria Pública. 
O juiz deve levar em conta, os elementos dos honorários para o mesmo ser fixado. 
c) Sucumbência 
São honorários fixados pelo Juiz, ao termino da ação, ao advogado vencedor e que deve 
ser pago pela parte vencida. 
Os honorários de sucumbência não excluem os convencionados, mas devem ser levados 
em consideração no momento da contratação. 
Os honorários de sucumbência não integram o salário ou a remuneração do advogado. 
Não sendo considerados para fins trabalhistas/ previdenciários. 
→ Honorário ad exitum ou clausula quota litis 
É uma forma de contratação de honorários onde o advogado estabelece a título de 
honorários uma fração do proveito obtido pelo cliente ao término da ação. 
Características: 
- Deve ter um contrato escrito 
- Deve receber em espécie (dinheiro) 
- É um contrato de risco. 
Pode se receber até 30% do proveito recebido pelo cliente. 
10 
 
→ Honorário em bens 
Podemos receber honorários em bens desde que o advogado contrate com o cliente dessa 
forma e o cliente não tenha dinheiro para lhe pagar. 
→ Prescrição para cobrança de honorários 
5 anos a partir do término da relação profissional; 
5 anos diante da renúncia ou da revogação; 
5 anos do término do contrato; 
5 anos do trânsito em julgado da decisão que o fixar; 
5 anos do término do serviço extrajudicial; 
5 anos da desistência ou da transação. 
Art. 25-A EAOAB: o cliente também tem 5 anos para ingressar com uma ação de 
prestação de contas contra o seu advogado. 
→ Não podemos receber honorários através de duplicata, letra de câmbio. 
→ Podemos receber honorários através de cheque e de nota promissória. 
→ Podemos receber honorários através de boleto bancário, desde que o advogado contrate com 
o cliente dessa forma e esteja previsto que diante do inadimplemento o cliente não será levado 
a protesto. 
→ Pode receber através de cartão de crédito. Só que não pode expor. 
 
INFRAÇÕES DISCIPLINARES 
1 INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES (art. 34 e seguintes do EAOAB) 
1.1 CENSURA 
É a mais leve 
Vai ser registrada nos assentamentos do inscrito (no prontuário), assim deixando de ser 
primário. 
A censura não será publicada, não será divulgada. 
A censura poderá ser substituída por ADVERTÊNCIA (art. 40 EAOAB) 
Aplica-se a censura para a violação do CED. 
1.1 ADVERTÊNCIA (atenuante) 
11 
 
É uma alternativa a sanção de censura diante de uma circunstância atenuante. 
A advertência não será publicada; não terá registro, mas consta em oficio reservado. 
Tanto a censura quanto a advertência, quando o advogado por primário, pode ser 
substituída por um curso de ética dentro de 120 dias. 
Infrações punidas com censura: Art. 34, I a XVI. EAOAB 
Ex.: violar sigiloprofissional sem justa causa. 
1.2 SUSPENSÃO 
Em regra geral a suspensão impede o exercício da advocacia em todo o território 
nacional por 30 dias a 12 meses. 
Tendo 3 exceções: 
1) Advogados suspenso por deixar de prestar contas a OAB; até que preste contas a 
OAB. 
2) Deixar de prestar contas ao cliente; até prestar contas ao cliente. 
3) Erros reiterados (inépcia profissional); permanece suspenso até que preste nova prova 
de habilitação. 
A suspensão será publicada e será registrada nos assentamentos dos inscritos. 
Mesmo suspenso deve continuar pagando a anuidade. 
Qualquer infração relacionada a dinheiro é suspensão. 
Reter autos de forma abusiva (mesmo que não haja prejuízo ao cliente, independe de 
dolo, e necessário que o advogado seja intimado a devolver os autos e não devolve) 
Reincidência em Infração: Prática de conduta incompatível com a advocacia de forma 
habitual (embriaguez habitual, toxicomania, jogos de azar não autorizados por lei, 
incontinência pública e escandalosa). 
1.3 EXCLUSÃO 
É a sanção mais grave que a OAB pode aplicar para um Advogado. 
Implica no cancelamento da inscrição do Advogado, para que seja aplicada necessita 
que 2/3 do Conselho concorde. 
Será publicada, será registrada nos assentamentos. 
 QUATRO hipóteses para ser excluído: 
i) Falsa prova para inscrição 
ii) Crime 
12 
 
iii) Terceira suspensão 
iv) Perda da idoneidade moral 
1.4 MULTA (agravante) 
Antes que a OAB aplique qualquer sanção é necessário que o advogado responda a um 
processo disciplinar, assegurados o contraditório e a ampla defesa. 
Vai de 1 a 10 anuidades. A multa somente pode ser aplicada de forma cumulativa 
(multa + censura; multa + suspensão) 
2 PRESCRIÇÃO (artigo 43) 
Prescrição em 5 ANOS a partir da data da constatação dos fatos. 
Prescrição intercorrente: é aquela que ocorre durante o processo. O processo ficou 
parado por 3 anos, pendente de julgamento/despacho. 
3 PUBLICIDADE (artigo 28 e seguintes) 
CED 
Provimento 94/00 – C. Federal/ OAB 
Qualquer publicidade do advogado deve observar a moderação, discrição. 
A publicidade não pode visar a captação de causas, capitação de clientela. 
DEVE TER: nome, no. OAB. 
PODE TER: endereço, fone, e-mail, horário, especialidade, títulos, mala direta 
 Pode-se enviar mala direta para clientes, amigos ou quando for solicitado. 
NÃO PODE TER: ex-desembargador, ex-juiz, etc./desenhos ou símbolos /valores de 
serviços. 
 
PROCESSO DISCIPLINAR 
Tem natureza de processo administrativo. Possui um formalismo moderado. 
Observamos o EAOAB e o CED. 
Infração: Processo Penal 
Na falta de normas, utiliza as regras do proc. Adm, e na falta normas do Proc. Civil. 
1 REPRESENTAÇÃO 
Pode ser feita por: 
13 
 
a) Juiz de Direito, conselho seccional; 
b) Subseção; 
c) TEC; 
d) Qualquer interessado, mas é vedado o anonimato (apócrifa = sem assinatura). 
2 PRAZO 
Prazo para manifestação de qualquer interessado em um processo na OAB é 15 dias. 
O advogado pode apresentar defesa (razões finais) no prazo de 15 dias. 
Sustentação oral no TED da OAB, 15 minutos após o voto do relator. 
3 TESTEMUNHAS 
Podemos arrolar testemunhas no processo na OAB: até 5 testemunhas. 
4 DEFENSOR DATIVO 
→ Quando o advogado representado não foi encontrado. 
→ Quando o advogado foi encontrado, mas permaneceu revel. 
Caracterizando a revelia, tenho um defensor dativo. 
5 REVISÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR 
Revisão de decisão transitada em julgado. 
i) Diante de uma condenação em falsa prova 
ii) Diante de um erro em julgamento 
6 COMPETÊNCIA 
Regra geral: Conselho Seccional do local da infração. 
Exceção: Conselho Federal, nas seguintes hipóteses: 
 i) Quando a infração for pratica perante o Conselho Federal; 
 ii) Quando o representado é um membro do Conselho Federal; 
 iii) Quando o representado é presidente de um Conselho Seccional. 
7 RECURSOS 
Prazo de 15 dias. 
Competência: 
14 
 
→ Conselho Seccional (TUDO) 
De uma decisão do Presidente do Conselho Seccional, cabe recurso ao 
próprio conselho seccional. 
→ Conselho Federal 
Só recorre ao Conselho Federal de decisões do Conselho Seccional, não 
unânime e unânime desde que afronte alguma norma da OAB. 
8 EFEITOS 
Só terá efeito devolutivo: 
i) Quando o advogado for condenado em falsa prova para inscrição. 
ii) Eleição 
iii) Suspensão Preventiva (artigo 70, parágrafo terceiro) 
 
ORGÃOS DA OAB 
A OAB é formada pelos Conselhos Federais, Conselhos Seccionais, as subseções e as 
Caixas de Assistência dos Advogados. 
Conselho Federal é o órgão máximo da OAB, com sede em Brasília. 
1 COMPOSIÇÃO DO CONSELHO FEDERAL 
Delegações e ex-presidentes 
Cada delegação é formada por 3 conselheiros federais, e tem direito a voto no Conselho 
Federal. 
Ex-presidente é considerado um membro honorário vitalício, tendo direito somente a 
voz. Ex-presidente que tomou posse antes de 1994 tem direito a voz e a voto. 
Presidente do Conselho Federal é o Presidente Nacional da OAB, tem direito ao voto de 
qualidade (minerva) 
2 COMPETÊNCIAS DO CONSELHO FEDERAL (artigo 54) 
O conselho Federal tem competência para editar/alterar o CED; provimentos; bem como 
o RGEAOAB (jamais o EAOAB, pois é lei federal de competência do poder legislativo). 
Tem competência para opinar na criação de um curso jurídico. 
O Conselho Federal tem competência para intervir em um Conselho Seccional, tem um 
requisito para que essa intervenção ocorra: contar com o apoio de 2/3 das delegações. 
Propor ADIN (artigo 103) 
15 
 
3 COMPETÊNCIAS CONSELHOS SECCIONAIS (artigo 58 do EAOAB e 105 do RGOAB) 
Cada seccional representa um estado. 
É formado por conselheiros em número proporcional ao número de inscritos. 
Competência Conselho Seccional: Tabela de honorários, valor das anuidades, trajes dos 
Advogados, determinar a composição e funcionamento do TED, criar uma subseção 
(deve ter pelo menos 15 advogados profissionalmente domiciliados na área territorial 
da subseção, sendo que a sua área territorial de uma subseção pode abranger um ou mais 
municípios, ou dentro de um município ter várias), criar uma Caixa de assistência (1500 
inscritos na seccional). Intervir em uma subseção ou na Caixa de Assistência dos 
advogados, com 2/3 dos conselheiros devem concordar. 
Caixa de Assistência de Advogados recebe 50% das anuidades que recebem os 
Conselhos Seccionais, descontadas as deduções obrigatórias. 
16 
 
REGULAMENTO GERAL DA OAB 
Título I – DA ADVOCACIA (artigos 1º a 43) 
Título II – DA OAB (artigos 44 a 150) 
Tìtulo III – DISPOSIÇÕES GERAIS (artigo 151 a 158) 
Resolução nº 2 alterou o artigo 371 do RG, permitindo a sociedade unipessoal. 
A sociedade unipessoal de advocacia deve ser registrada no conselho seccional do local de sua 
sede. 
TÍTULO II 
O patrimônio dos órgãos da OAB é formado por bens móveis e imóveis. Segundo o artigo 48 
do RGOAB, quem tem competência para alienar ou onerar um bem imóvel é Conselho 
Seccional ou Federal. Já a aquisição de qualquer bem é de competência da Diretoria, bem como 
dispor de bens móveis. 
Artigo 49. A Diretoria é formada por 5 membros: Presidente, Vice-Presidente, Secretário, 
Secretário Adjunto e Tesoureiro. (todos os órgãos possui Diretoria, inclusive da Caixa de 
Assistência dos Advogados) 
Artigo 56. Deduções obrigatórias. Receita bruta das anuidades, dedução de 60% dos quais: 
 45% são destinados para despesas administrativas 
 10% são destinados para o Conselho Federal 
 3% para o Fundo de Cultura 
2% para o FIDA (Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos adv.) 
Artigo 57. O Conselho Seccional repassa 50% do que recebe a título de anuidades para aCaixa 
de Assistência dos Advogados, descontadas as deduções obrigatórias (artigo 56) = 20% 
CONSELHO FEDERAL (artigos 62 e seguintes) 
 Formado por presidente, por delegações (27) e por ex-presidentes. 
 → Presidente 
 Líder dos advogados, representa nacional e internacionalmente 
 Artigo 100 
 
1 Art. 37 Os advogados podem constituir sociedade simples, unipessoal ou pluripessoal, de prestação de 
serviços de advocacia, a qual deve ser regularmente registrada no Conselho Seccional da OAB em cuja base 
territorial tiver sede. (NR)28 § 1º As atividades profissionais privativas dos advogados são exercidas 
individualmente, ainda que revertam à sociedade os honorários respectivos.29 § 2º As sociedades unipessoais e as 
pluripessoais de advocacia são reguladas em Provimento do Conselho Federal. 
17 
 
 → Delegações 
Cada delegação é formada por 3 conselheiros federais eleitos a cada 3 anos 
através de eleição direta. 
 → Ex-Presidente 
 É considerado membro honorário vitalífico. 
Regra geral: quem vota no Conselho Federal são as delegações (colegiado). Se um dos 
conselheiros falta e os votos são divergentes, o voto não é considerado. 
Regra geral: ex-presidente apenas tem direito a voz, com exceção daqueles que assumiram o 
cargo antes de 1994, que terão direito a voz e voto. 
OBSERVAÇÃO: na eleição da diretoria do Conselho Federal, cada conselheiro federal terá 
direito a um voto, portanto não será por delegação. 
Presidente do Conselho Federal tem direito a voto de minerva. 
Se o assunto é de interesse de um Estado X, a delegação deste Estado não vota. 
ÓRGÃOS DE ATUAÇÃO DO CONSELHO FEDERAL2 (artigo 64) 
→ Conselho Pleno 
→ Órgão Especial do Conselho Pleno 
→ Primeira, Segunda e Terceira Câmara 
→ Diretoria (formada por 5 membros) 
→ Presidente do Conselho Federal 
CONSELHO PLENO (artigo 74) 
Integrado por 3 conselheiros federais de cada delegação, pelo Presidente do Conselho 
Federal, pelo Secretário-Geral e pelos Ex-Presidentes. 
 - Competências do Conselho Pleno (artigo 75 e seguintes): 
 Deliberar sobre as finalidades institucionais da OAB. 
Artigo 78, competência para editar e alterar o Código de Ética e Disciplina, 
Provimentos e o RGEAOAB3 (quorum de 2/3 das delegações). CUIDADO: o 
ESTATUTO é lei e somente pode ser alterado pelo Legislativo, portanto o 
Conselho Pleno somente pode deliberar sobre o REGULAMENTO GERAL. 
 
2 Conselho pelo Presidente, Órgão Especial pelo Vice, 1ª pelo Secretário-Geral, 2º pelo Secretário-Geral Adjunto 
e 3º pelo Tesoureiro. 
3 Foi o Conselho Pleno que deliberou sobre alteração do artigo 37 do RGEAOAB. 
18 
 
Se determinado Conselho Seccional descumpre EAOAB e RGEAOAB, pode 
ocorrer a intervenção do Conselho Federal, desde que 2/3 das delegações 
concorde. 
Artigo 82. Possibilidade de indicação de ajuizamento de ADIN. 
Artigo 83. Trata da Comissão Nacional de Educação Jurídica, que tem 
competência para opinar na criação de um curso jurídico. 
DO ÓRGÃO ESPECIAL DO CONSELHO PLENO (artigos 84, 85 e 86) 
Formado por 1 conselheiro federal de cada delegação, pelo Vice-Presidente, Secretário-
Geral Adjunto, e Ex-Presidentes. 
 É o órgão recursal máximo da OAB. 
A decisão do Orgão Especial do Conselho Pleno constitui orientação dominante da 
OAB, após ser consolidade em súmula e publicada na imprensa oficial. 
CÂMARAS (artigos 87 e seguintes) 
 Primeira câmara: presidida pelo Secretário-Geral 
Competência: artigo 88, exemplos: decidir recursos sobre inscrição na OAB, 
sobre incompatibilidade e impedimento 
 Segunda câmara: presidida pelo Secretário-Geral Adjunto 
Competência: artigo 89, exemplos: decidir recursos sobre ética e deveres do 
advogado, sobre infrações e sanções disciplinares. 
Terceira câmara: presidida pelo Tesoureiro 
Competência: artigo 90, exemplos: decidir recursos sobre sociedade de 
advogados, sobre advogado empregado e sobre advogado associado. 
PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL (artigo 100, órgão unipessoal) 
 
CONSELHO SECCIONAL (artigo 105 e seguintes) 
 Ler, também, artigo 58 do EAOAB. 
 Artigo 106, formado por conselheiros em número proporcional ao número de inscritos: 
 Até 3 mil inscritos = até 30 membros 
A cada grupo de 3 mil inscritos mais um conselheiro até o limite de 80 
conselheiros. 
A chapa levada a votação pode conter até 160 conselheiro (soma-se os suplentes) 
19 
 
Artigo 108. Tem competência para interevir nas subseções e na Caixa de Assistência 
dos Advogados, desde que com quorum de 2/3 dos conselheiros. 
Artigo 119. Princípio da supremacia do órgão hierarquicamente superior. Conselho 
Federal, Conselhos Seccionais e Caixa de Assistência POSSUEM personalidade 
jurídica própria. Somente as Subseções não possuem personalidade jurídica própia. 
Exemplo: diante de conflito entre Conselho Seccionais e Caixa, a competência para 
decidir o conflito é do Conselho Federal. Todavia, quando o conflito for entre subseções, 
a competência é do Conselho Seccional. 
 
20 
 
DIREITO CIVIL 
PARTE GERAL 
LIVRO I – PESSOAS – Artigo 1º ao 78 
LIVRO II – BENS – Artigo 79 a 103 
LIVRO III – FATOS JURÍDICOS – Artigo 104 a 232 
LIVRO I - PESSOAS 
1 SUJEITOS DE DIREITO 
 São todos aqueles que participam de relações jurídicas. Sujeitos: 
 → Pessoas 
 → Entes despersonalizados 
O CC não sistematizou a categoria dos entes despersonalizados. O tema foi tratado de 
maneira pulverizada no Código. Exemplos: nascituro, espólio, massa falida, entre 
outros, que participam de relações jurídicas mas não são pessoas. 
A condição jurídica de pessoa resulta do atributo da personalidade. A personalidade traz 
como resultado a titularidade de direitos e deveres. 
2 AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE 
Pessoa natural, artigo 2º: a aquisição da personalidade se dá a partir do nascimento com 
vida (teoria NATALISTA). 
Nascituro: tem especial proteção jurídica, já ostenta a condição de sujeito de direito, 
mesmo não sendo PESSOA. O nascituro já é titular dos direitos da personalidade, 
direitos sucessórios, podendo ainda participar de determinados negócios jurídicos. (pode 
figurar como autor em ação de alimentos). 
Pessoa jurídica, artigo 45: nasce com o registro dos atos constitutivos (teoria da 
REALIDADE TÉCNICA). ATENÇÃO: apenas as pessoas jurídicas de direito privado 
dependem de registro para aquisição de personalidade (artigo 44). O registro, como 
regra, deve ser feito no cartório de registro de pessoas jurídicas. 
OBS. Condomínio tem CNPJ mas não é PJ. 
3 EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE 
 Pessoa natural, artigo 6º: morte (óbito é tratado na lei dos registros públicos). 
 Morte presumida (exceção) será reconhecida por sentença judicial. Hipóteses: 
 - Probabilidade extrema de falecimento (artigo 7º, I) 
21 
 
 - Desaparecidos ou prisioneiros em campanha de guerra (artigo 7º, II) 
MORTE PRESUMIDA ≠ AUSÊNCIA 
Ausência disciplina os efeitos jurídicos das pessoas desaparecidas (artigo 22 e 
seguintes). Fases: 
- Curadoria dos bens do ausente 
- Sucessão provisória 
 - Sucessão definitiva: declaração da morte presumida do ausente por 10 anos. 
Pessoa jurídica, artigo 51: dissolução dos atos constitutivos. Exige AVERBAÇÃO. 
4 CAPACIDADE 
 Capacidade para exercício de direitos: 
- De direito (artigo 1º): possibilidade de participar de relações jurídicas. Têm 
capacidade de direito todas as pessoas e entes despersonalizados possuem 
capacidade de direito. 
- De fato/exercício: possibilidade de participar de forma pessoal ou autônoma 
dos atos da vida civil. É um conceito restrito às pessoas naturais. Exemplo: 
criança tem capacidadede direito, mas não de fato/exercício, pois não pode se 
manifestar de forma autônoma. Estágio da capacidade de fato: 
a) Absolutamente incapazes (artigo 3º - modificado pelo Estatuto dos 
Deficientes, lei 13146/15): são os menores de 16 anos. 
b) Relativamente incapazes (artigo 4º - modificado pelo Estatuto dos 
Deficientes, lei 13146/): i) mais de 16 e menos de 18 anos; ii) viciados 
em tóxicos; iii) ébrios habituais; iv) aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua vontade; v) pródigos – 
consumidor compulsivo. 
OBSERVAÇÃO: todos os deficientes, independemente da causa, 
são tratados como pessoas capazes. 
 c) Capazes (artigo 5º): maiores de 18 anos e as pessoas emancipadas. 
Emancipação: i) voluntária (realizada pelos pais através de 
escritura pública); ii) legal (hipóteses descritas na lei que gera 
emancipação – casamento); iii) judicial. 
5 DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 Artigo 11 ao 21. 
ATENÇÃO: tanto as pessoas naturais, como as pessoas jurídicas, possuem direitos da 
personalidade. Estes direitos projetam efeitos antes do nascimento e depois da morte. 
22 
 
A violação dos direitos da personalidade autoriza a prevenção, como também a 
reparação dos danos sofridos, tanto de ordem material quanto moral. 
6 DOMICÍLIO 
 Artigo 70 a 78. 
 É a residência com ânimo definitivo, o lugar onde a pessoa exerce suas relações civis. 
 Características gerais: 
 a) Domicílio plurimo/plural (artigo 71 e 72): mais de um domicílio 
b) Domicílio aparente (artigo 73): utilizado para as pessoas que não possuem residência 
fixa 
c) Domicílio necessário (artigo 76): fixado por lei 
LIVRO III – FATOS JURÍDICOS 
 Artigos 104 a 232 
 
1 DEFINIÇÃO 
Fato jurídico é um acontecimento natural ou uma conduta humana prevista numa norma 
(inclusive precedentes jurídicos com status de norma) que outurga efeitos. 
 
2 CLASSIFICAÇÃO 
→ Fatos jurídicos em sentido estrito 
 Acontecimentos naturais, independentemente da vontade 
→ Atos jurídicos 
 Condutas humanas, onde o elemento central é a vontade. 
 Subdividem-se em atos lícitos e ilícitos. 
 a) Atos lícitos 
 a.1) Atos jurídicos em sentido estrito 
 Formação: atuação da vontade 
 Efeitos: atuação da lei (pré-derminados) 
 Exemplo: reconhecimento de filho. 
23 
 
 a.2) Negócios jurídicos 
Formação e efeitos → Autonomia da vontade 
A vontade vai modelar os efeitos. A autonomia da vontade, 
também chamada de autonomia privada, não é ilimitada. O 
Código Civil impõe determinados requisitos para que a vontade 
produza efeitos de maneira regular (requisitos de validade). 
 b) Atos ilícitos (artigos 186 e 187) 
 
3 REQUISITOS DE VALIDADE (regularidade) NEGOCIAL 
 Artigo 104: 
 → Exteriorização de vontade 
 Se dá pela manifestação ou pela declaração de vontade (livre e consciente) 
 Particularidades: 
a) reserva mental (artigo 110): é a parcela de vontade do sujeito que não 
foi exteriorizada e que, portanto, não produz efeitos civis. 
b) silêncio (artigo 111): o silêncio não é uma forma de exteriorização de 
vontade, isso porque a vontade só se exterioriza de maneira expressa ou 
tácita. ATENÇÃO: o silêncio poderá ter efeito de anuência negocial 
quando os usos e costumes o autorizarem e for necessária a manifestação 
expressa desse interesse. 
 → Capacidade do agente 
 Capacidade de fato/exercício 
 Capazes: pactuam atos de forma autônoma 
 Incapazes: a prática do ato depende de representação/assistência 
O Código Civil prevê determinadas hipóteses em que o negócio pode ser 
praticado pelo relativamente incapaz de forma autônoma: 
a) outorgado em mandato 
b) mútuo 
c) testamento 
Deficientes (é capaz pelo Estatuto dos Deficientes) podem requerer a tomada de 
decisão apoiada (artigo 1783-A). O deficiente elege dois apoidores (pessoas de 
sua confiança) para auxilia-lo nos atos da vida civil. 
 → Objeto 
24 
 
 Direito ou interesse que se discute. Requisitos (cumulativos): 
a) licitude 
Envolve legalidade e adesão aos bons costumes. Exemplo: prostituição 
→ possibilidade de cobrança judicial (varia conforme conservadorismo 
dos tribunais estaduais). 
b) possibilidade 
c) determinabilidade 
A falta de qualquer um dos requisitos torna o negócio nulo. 
 → Forma 
 Como regra, é livre. As formas especiais sempre têm previsão expressa na lei. 
 
4 INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 → Nulidade (interesse público) 
 → Anulabilidade (interesse particular) 
NULIDADE ANULABILIDADE 
Artigo 166 Artigo 171 
Requer declaração: pelas partes, de ofício ou 
pelo MP 
Requer declaração: somente partes 
(necessário sentença) 
Sem prazo de alegação 
4 anos → decadência (art. 178) 
2 anos → casos de omissão da lei 
 
Convalidação (tornar válido, pelo decurso 
do tempo) e confirmação 
 
→ Vícios/defeitos de vontade (artigo 138 e seguintes) 
Falha na exteriorização da vontade, que poderá provocar a anulação, se apontada no 
prazo de 4 anos. 
a) Vícios de consentimento 
 Prejuízo é para o próprio declarante. São vícios de consentimento: 
i) Erro (artigo 138 a 144): falsa percepção do declarante sobre um elemento estrutural 
do negócio jurídico. O elemento estrutural pode ser a pessoa, a coisa, a natureza do 
negócio, entre outros. Distorção da realidade. 
ATENÇÃO: apenas o erro substancial (artigo 139 do CC) autoriza a anulação 
do negócio jurídico. O artigo 142 e 143 esclarece que o erro de indicação e o 
erro de cálculo não autorizam a anulação do negócio, mas tão somente a 
retificação da vontade. 
25 
 
ii) Dolo (artigo 145 a 150): quando alguém, de maneira intencional, distorce a vontade 
do declarante para a realização de um negócio prejudicial. 
Assim como no erro, apenas o dolo substancial (essencial) permite a anulação 
do negócio jurídico (artigo 145). 
→ Dolo essencial: permite anulação 
 → Dolo acidental (artigo 146): atinge um aspecto secundário do ato. Somente 
gera perdas e danos. 
iii) Coação (artigo 151 a 155): pressão física ou psicológica exercida sobre a pessoa do 
declarante, sua família ou patrimônio que seja capaz de incutir temor de dano. 
 Cfe. artigo 152, o que é coação para uma pessoa, pode não ser para outra. 
O Código Civil, no artigo 153, não considera coação o exercício regular de um 
direito, nem mesmo o chamado temor reverencial (medo, relação de hierarquia, 
etc.). 
 iv) Estado de perigo (artigo 156): coação exercida por terceiro. 
Pressuposto → necessidade de salvar vida do próprio declarante ou de terceira 
da família. 
Consequência → obrigação excessivamente onerosa. 
O estado de perigo exige que a outra parte tenha conhecimento da situação 
vivenciada pelo declarante. Daí porque a doutrina reconhece nesta hipótese o 
chamado dolo de aproveitamento. 
 v) Lesão (artigo 157): basicamente para proteção patrimonial. 
 Pressupostos → premente necessidade (urgência) OU inexperiência. 
Consequência → obrigação manifestamente desproporcional da prestação 
oposta. 
O vício da lesão permite, ao lado da anulação, a possibilidade de revisão do 
negócio jurídico. 
 
b) Vícios sociais 
 Prejuízo de terceiros. É vício social: 
 i) Fraude contra credores (artigo 158 a 165) 
Trata-se de um negócio realizado para impedir ou dificultar a satisfação do crédito 
alheio. 
26 
 
O devedor realiza um negócio com um terceiro para prejudicar o credor. 
Pressuposto → insolvência do devedor. 
Cabe AÇÃO ANULATÓRIA/PAULIANA, mediante prova de: a) evento danoso ao 
crédito; b) conluio fraudulento (participação de má-fé do terceiro com quem o devedor 
pratica o negócio). 
ATENÇÃO: é importante destacar que a fraude contra credores se configura na hipótese 
denegócios gratuitos como também negócios onerosos (artigo 158 e 159). 
Não confundir com fraude à execução. 
Atualmente a SIMULAÇÃO é um hipótese especial de nulidade prevista no artigo 167 
do CC, não é vício, mas sim ato falso. 
O ato DISSIMULADO, ou seja, aquele que foi ocultado, é válido. 
 
EFICÁCIA – EFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Podem ser modificados pela vontade das partes. Essa modificação se dá pelos elementos 
acidentais do negócio jurídico. Principais elementos acidentais: 
a) Condição: evento futuro e incerto 
b) Termo: evento futuro e certo 
c) Encargo: simplesmento um ônus. Somente existe nos atos de mera liberalidade 
(doação e testamento). 
 
PARTE ESPECIAL 
OBRIGAÇÕES (artigo 233 a 420) 
1. MODALIDADES 
2. TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
3. PAGAMENTO/ADIMPLEMENTO 
4. INADIMPLEMENTO 
1. ESTRUTURA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL 
 Sujeitos: 
 - Sujeito ativo → credor → direito (crédito) 
 - Sujeito passivo → devedor → débito (dever) 
 Objeto: prestação - comportamento do devedor para atender um interesse do credor. 
27 
 
2. MODALIDADES OBRIGACIONAIS 
2.1 Classificação de acordo com a natureza da prestação 
a) Obrigação de dar: transferência ou transmissão da posse, da propriedade ou de um 
direito real sobre determinada coisa. Divide-se em: 
 - Obrigação de dar coisa certa: coisa certa, determinada. 
 - Obrigação de dar coisa incerta:determinação mínima, gênero + quantidade 
OBS: a obrigação de dar coisa incerta é uma situação transitória, pois 
necessariamente vai se transformar numa obrigação de dar coisa certa. 
Coisa incerta (formação) → ato de escolha (concentração obrigacional) → coisa 
certa (cumprimento). A escolhe cabe ao devedor. (artigo 244). 
b) Obrigação de fazer/não fazer: a prestação se traduz por um ato realizado, via de regra, 
pelo devedor, para atender um interesse do credor. 
- Obrigação de fazer infungível (obrigação personalíssima): o ato somente pode 
ser realizado pelo devedor. 
- Obrigação fugível: o ato pode ser realizado pelo devedor ou um terceiro (artigo 
304). 
Classificação: de acordo com o arrano ou a combinação obrigacional. As 
classificações podem se acumular numa só obrigação, 
Obrigações de acordo com o arranjo 
 Obrigações simples: uma única prestasção. 
Obrigações cumulativas: duas ou mais prestações, sendo que todas devem ser cumpridas 
simultaneamente. Não aparece de maneira expressa na teoria geral das obrigações. 
Obrigações alternativas/disjuntivas: duas ou mais prestações, porém cabe ao devedor, 
como regra geral, escolher uma delas. Nesse caso, a escolha recai sobre a própria 
prestação. Exemplo:seguro de automóvel, indeniza (obrigação de dar) ou conserta 
(obrigação de fazer). 
Obrigações divisíveis e indivisíveis 
 Possibilidade de fracionamento da prestação. 
 Regra geral, as obrigações são indivisíveis. 
Particularidades: 
- Pluralidade de sujeitos → presunção de divisibilidade. 
28 
 
- Conversão em perdas e danos: todas as obrigações, quando convertidas em 
perdas e danos, são tratadas como obrigações divisíveis (artigo 263). 
Obrigações solidárias (a partir do artigo 264 do Còdigo Civil) 
Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de 
um devedor, cada um com direito, ou obrigado , a dívida toda. (artigo 264) – pluralidade 
de sujeitos. 
Particularidades: 
- A solidariedade não se presume, resulta da lei ou de convenção entre as partes. 
- A solidariedade se mantém, mesmo quando a obrigação se converte em perdas 
e danos. 
- A solidariedade é mantida mesmo nas hipóteses relacionadas aos acessórios 
obrigacionais, quais sejam: juros, cláusula penal, atualização monetária, etc. 
 
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
1. Cessão de crédito 
É uma transmissão do crédito que tem como exigência a cientificação do devedor, que 
se dá por meio de notificação. Exemplo: endosso. 
2. Assunção de dívida 
 Exige a anuência expressa do credor como regra geral. 
Exceção: artigo 303, pelo qual “o adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu 
cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta 
dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.” 
 
PAGAMENTO/ADIMPLEMENTO 
 É o momento técnico da extinção da relação obrigacional. 
Art. 313: o credor não é obrigado a receber prestação diversa, ainda que mais valiosa. 
→ Pagamento direto: pagamento regular, natural. 
→ Pagamento indireto: pagamento alternativo. 
1. Pagamento direto 
1.1 Requisitos: 
 Subjetivos: 
29 
 
 - quem deve pagar: qualquer interessado (artigo 304) 
- a quem o pagamento deve ser feito: o credor ou seu representante. Apenas o 
representate com poder de quitação pode receber o pagamento. 
Objetivos: 
 - Objeto do pagamento: prestação 
 - Lugar: regra geral, domicílio do devedor 
 - Prova: quitação 
 - Tempo: regra, à vista 
PAGAMENTO DIRETO 
→ Conceito 
 Pagar é realizar a prestação no tempo, lugar e forma devidos. 
I - Sujeitos: refere-se ao credor e ao devedor. Divide-se, portanto, em: 
 a) Quem deve pagar (solvens): é o devedor ou um terceiro. O terceiro divide-se em: 
- interessado: é aquele que poderia vir a ser prejudicado pelo inadimplemento, 
por exemplo: fiador, que ao pagar se subroga nos direitos do antigo credor. O 
terceiro não seria obrigado pela dívida, mas resolve pagar. Se pagar em nome 
próprio tem direito a reembolso. Se pagar em nome do devedor, considera-se que 
fez uma doação e nada poderá reclamar. 
 b) A quem se deve pagar (accipiens) 
A dívida deve ser paga ao credor ou seu representante legal, afinal, quem paga 
mal, paga duas vezes. 
O pagamento conscientemente ao incapaz de quitar não vale, salvo se o devedor 
provar que reverteu em proveito do incapaz. 
II - Objeto: três regras 
a) O credor não é obrigado a aceitar coisa diversa da combinada, ainda que mais valiosa. 
b) O credor não é obrigado a receber em parte o que combinou receber por inteiro, e o 
devedor não é obrigado a pagar em partes se combinaram pagamento integral. 
Exceção: o artigo 916 do CPC dispõe que se o devedor, no prazo para embargos, 
reconhece a dívida e deposita 30% do valor, poderá parcelar o restante em até 6 
vezes. 
c) Salvo disposição em contrário contratual, as dívidas em dinheiro não sofrem 
incidência de juros e correção monetária. 
30 
 
 → Princípio do nominalismo 
 
III - Lugar do pagamento 
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Salvo disposição em contrário a dívida deverá ser paga no domicílio do devedor, caso 
em que a dívida é chamada de quesível ou querable. Se a dívida tiver que ser paga em 
outro local, será chamada de portável ou portable. 
 
PAGAMENTO INDIRETO (334 a 388) 
→ Consignação em pagamento: é o depósito judicial ou extrajudicial (só dinheiro da coisa 
devida). O artigo 335 traz as hipóteses de cabimento: 
- Sempre que por motivo não imputável ao devedor for impossível ou inseguro o 
pagamento diretamente ao credor. 
 Obs.: todo tipo de bem pode ser consignado. 
→ Pagamento com subrogação: a subrogação consiste na substituição de um credor por outro, 
que pode ocorrer por acordo entre as partes (subrogação convencional) ou por efeito da lei 
(subrogação legal). A subrogação legal ocorre sempre que terceiro interessado paga dívida 
alheia. Neste caso, o terceiro que pagou assume todas as vantagens do primitivo credor. 
→ Imputação do pagamento: imputar é indicar. Será necessário quando o devedor tiver com o 
mesmo credor mais de uma dívida e todas forem líquidas, certas, vencidas e de coisas fungíveis. 
Cabe ao devedor indicar qual dívida está pagando. Se ele não indicar não poderá reclamar da 
indicação feita pelo credor. Se nenhum dos dois imputar a lei determinaque a imputação deve 
ser na dívida que primeiro venceu. Se todos vencem na mesma data, será a mais onerosa (por 
exemplo, a quem tem juros maior). O credor não é obrigado a aceitar que o pagamento seja 
feito primeiro no capital e só depois nos juros. 
→ Dação em pagamento: o credor aceita coisa diversa da combinada pondo fim à obrigação. 
→ Novação: credor e devedor criam nova obrigação com o objetivo de extinguir obrigação 
anterior. É fundamental a intenção de inovar. Animus Novandi. A novação pode ser alteração 
dos sujeitos, quaso em que é chamada de subjetiva. Caso tenha sido alterado o credor chamase-
se subje:tiva ativa. Se for alterada a prestação, recebe o nome de objetiva. 
→ Compensação: ocorre quando as partes são ao mesmo tempo credoras e devedoras uma da 
outra de dívidas líquidas, certas e vencidas e de coisas fungíveis. 
→ Confusão: ocorre quando as qualidades de credor e devedor se confundem na mesma pessoa. 
Empresa A deve para empresa B, a empresa A incorpora e empresa B. 
→ Remissão: é o perdão da dívida. Se for aceito pelo devedor extingue a obrigação. 
31 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
1 CONCEITO: impõe o dever de indenizar. É uma das fontes das obrigações. 
Ação Indenizatória. Prazo de PRESCRIÇÃO (pois ações condenatórias estão sujeitas a 
prazos prescricionais) de 3 (TRÊS) ANOS (artigo 206, §3º, V). 
2 REQUISITOS/PRESSUPOSTOS 
 a) ação ou omissão do agente (conduta) 
 b) dolo ou culpa 
 c) dano 
 d) nexo causal 
 → Responsabilidade subjetiva: exige prova de culpa (serão 4 pressupostos) 
 → Responsbailidade objetiva: independe de culpa (serão apenas 3 pressupostos) 
3 AÇÃO OU OMISSÃO DO AGENTE 
 Conduta ILÍCITA que vai gerar a responsabilidade civil. 
Artigo 188 define como ato lícito os: a) praticados em legítima defesa (inciso I); b) 
praticados no exercício regular de direito(inciso I); c) praticados em estado de 
necessidade (inciso II). 
Artigo 929 dispõe, excepcionalmente, sobre responsabildiade civil por ato lícito, in 
verbis: se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188 (ESTADO 
DE NECESSIDADE), não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à 
indenização do prejuízo que sofreram. 
Artigo 930: [...] se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do 
dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Portanto, excepcionalmente, existe responsabilidade por ato lícito. 
ILÍCITO PENAL ILÍCITO CIVIL 
Resp. por crime consumado e tentado Resp. civil somente para dano consumado 
Dolo agrava a pena Dolo não agrava a indenização 
Artigo 200: prazo prescricional de 3 anos para Ação Indenizatória em razão da prática de 
crime começa apenas com o trânsito em julgado da decisão penal. 
 
3.1 Conduta ilícita cível 
a) Extracontratual 
32 
 
 Gera responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana. 
 Artigo 927 e seguintes. 
b) Contratual 
 Decorre de ilícito contratual, que se dá pelo inadimplemento. 
 Gera a responsabilidade civil contratual. 
 Artigo 389 e seguintes. 
 
3.2 Conduta ilícita cível extracontratual 
 Pode se dar por um ato ilícito (artigo 186) ou por abuso de direito. 
 Abuso de direito (artigo 187): exercício irregular de um direito. 
 
4 DOLO OU CULPA 
 Culpa lato sensu se subdivide em: 
 - Dolo: conduta voluntária em que o agente deseja o resultado 
 - Culpa stricto sensuI: modalidades: 
 a) negligência (culpa por omissão) 
 b) imprudência (culpa por ação) 
 c) imperícia (falta de cuidade técnico de um dever profissional) 
Artigo 944, parágrafo único: REDUÇÃO EQUITATIVA DA INDENIZAÇÃO, pela 
qual existindo desproporção entre a gravidade da culpa e o dano o juiz pode reduzir 
equitativamente a indenização. 
→ exceção ao princípio da reparação integral, pelo qual a indenização mede-se 
pela extensão do dano. 
 
5 DANO 
5.1 Dano material 
 É aquele que gera prejuízo patrimonnial, financeiro, econômico. 
 - Dano emergente: é a perda efetiva. 
33 
 
- Lucro cessante: é o que se deixou de ganhar. (também afeta PJ e aparece nos casos de 
incapaciade laborativa – pago até o fim da convelescença – e homicídio – pago para a 
família levando-se em consideração a expectativa de vida) 
5.2 Dano moral 
 Violação a direito da personalidade (artigo 11 e seguintes) 
- Dano moral in re ipsa: é o dano moral presumido (exceção) nos casos consagrados 
pela jurisprudência. Exemplo: pais que demandam perda dos filhos. Súmulas 388 e 403. 
- Dano moral em ricochete/indireto 
- Dano moral da PJ: súmula 227 do STJ. 
5.3 Dano moral estético 
 É aquele que gera um afeamento permanente do corpo humano. 
 Súmulas 37 e 387 do STJ: é possível tripla cumulação de danos em ação indenizatória. 
 
6 NEXO CAUSAL 
 É a relação de causa e efeito entre o ato e o dano. 
Culpa concorrente é a culpa de ambos, não é excludente, apenas atenua a 
responsabilidade civil. 
 Excludentes de responsabilidade civil (rompe o nexo de causalidade): 
 → Culpa exclusiva da vítima. Exemplo: pedestre atropelado fora da faixa. 
 → Culpa de terceiro. Exemplo: engavetamento de veículos. 
 → Caso fortuito (evento imprevisível) e força maior (evento previsível mas inevitável) 
 
34 
 
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
1 PRINCÍPIOS CONTRATUAIS 
a) Princípio da autonomia privada 
 Estabelece uma liberdade de autoregulamentação. 
 Problema: proliferação dos contratos de adesão. 
b) Função social dos contratos: é o princípio da função do contrato, art. 421. 
É uma limitação à liberdade da autonomia privada. O contrato deve ser interpretado e 
visualizado dentro de um contexto social. 
Exemplo: direito de imagem, é um contrato e irrenunciável de um direito da 
personalidade. 
Aplicação prática: artigos: 422, 423,424,425 e 426. 
Art. 422, boa-fé objetiva, ela impõe normas de conduta e deveres anexos (não precisam 
estar previstos em contrato), alguns exemplos: lealdade, respeito a confiança da 
informação, a colaboração, o cuidado. 
Art. 423, existindo cláusulas ambíguas ou contraditórias, o contrato deve ser 
interpretado de maneira mais favorável ao aderente. 
Art. 424, é nula a cláusula que estipula renúncia do aderente a um direito resultante do 
negócio. (emboram existam algumas previsões de renúncia, ex. 393, 827 e 828. 
Art. 425, é o que permite contratos atípicos, que não estão regulamentados na lei. 
Art. 426, ele traz a proibição do “Pacto Corvina", não pode ser objeto de contrato de 
sucessão de pessoa viva. 
c) Boa-fé objetiva 
A inobservância de um dever anexo traz a violação positiva do contrato, gera 
inadimplemento: independente de culpa. 
Os deveres em anexo devem ser observados em todas as fases do contrato: 
a) Pré contratual b) Contratual c) Pós contratual 
Não confunda boa-fé subjetiva com boa-fé objetiva, pois a subjetiva não é princípio. 
d) Princípio da força obrigatória 
Pacta Sunt Servanda: pactos devem ser cumpridos/respeitados. 
Este princípio foi relativizado, pois se fere um princípio não precisa ser cumprido. 
e) Relatividade dos efeitos do contrato 
35 
 
Res Inter Alios Acta, o contrato não vincula e não prejudica terceiros, salvo se o terceiro 
quiser ou se a lei determina. 
1ª exceção. Estipulação em favor de terceiros, artigos 436 a 438. É o devedor que entrega 
a prestação para um terceiro que não é parte na relação contratual. Exemplo: seguro de 
vida. 
2ª exceção. Promessa de fato de terceiro, art. 439 e 440. 
3ª exceção. Contrato com pessoa a declarar: são duas ou mais pessoas que celebram o 
contrato e uma delas específica que os direitos e deveres assumidos, serão transferidos 
por um terceiro. Art. 467 a 471. Contém cláusula Pro Amico Eligendo = para o amigo 
eleito.4ª exceção. Consumidor por equiparação ou by stander: é a vítima do acidente de 
consumo, toda a vítima do acidente de consumo se equipara a consumidor. (artigo 17 
do CDC). 
5ª exceção. Teoria do terceiro cúmplice: art. 608 do Código Civil: o terceiro também 
não pode prejudicar o contrato: aliciamento. 
6ª exceção. Cláusula de vigência da locação, art. 8 da Lei 8245/91. Deve estar registrado 
na matrícula do imóvel. 
2 FORMAÇÃO DO CONTRATO 
→ Fases de elaboração: 
a) Negociações preliminares: não vincula ninguém, salvo se existir expectativa de contratação 
frustada, que gerará a responsabilidade civil pré-contratual. 
b) Proposta: também chamadas de proposta/polícitação/oblação. 
Proponente: faz a proposta, está vinculado (art. 428). 
Oblato: destinatário, não está vinculado. 
Proposta aceita com modificações é contraproposta. 
O contrato reputa-se celebrado no local em que for proposto. 
c) Fase de aceitação: é aquela que ocorre o choque de vontade, o contrato está celebrado. A fase 
de aceitação pode ser de contrato definitivo ou contrato preliminar (art. 462 e seguintes). 
O contrato preliminar é o contrato e é aquele em que a parte compromete a celebrar 
contrato definitivo. Exemplo: promessa do imóvel. 
3 EFEITOS DO CONTRATO (garantias contratuais) 
a) Garantia contra vício redibitório: é um defeito oculto que torna a coisa imprópria para o uso 
ou lhe diminui o valor. 
36 
 
As ações cabíveis são as ação edilícias, que são: 
Redibitória: serve para extinguir o contrato. 
Estimatória: serve para abatimento no preço. O prazo é de 30 dias se o bem e 
móvel e 1 ano se o bem é imóvel, contado da entrega efetiva (artigo 445). 
b) Evicção: é a perda da coisa por força de decisão judicial, ainda que aquisição seja feita em 
hasta pública. 
Os sujeitos da Evicção são: 
Evicto/evencido: é quem perdeu a coisa. 
Alienante: é quem transferiu. 
Evictor/Evencente: é quem ganhou. 
O Evicto tem ação de regresso contra o alienante. 
OBS: Art. 125, inciso I, do CPC = denunciação da lide facultativa, revogou o 456 do 
Código Civil, pois antes era obrigatória. 
 
37 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
TEORIA GERAL DO PROCESSO 
 Lide → Ação → Jurisdição → Processo → Provimento jurisdicional 
1. Lide 
É o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida, ou seja, duas ou mais 
pessoas disputando o mesmo bem jurídico. 
2. Jurisdição 
É a função estatal de solucionar as lides submetidas ao estado-juiz, através do processo, 
aplicando a solução mais adequada ao caso. 
Caracaterística: 
 a) Substitutividade: o estado-juiz substitui as partes na solução dos conflitos de 
interesses. 
b) Imparcialidade: ausência de interesse no conflito. 
c) Definitividade: a partir de determinado ponto a decisão judicial se torna imutável. 
d) Inércia: atividade jurisdicional somente é mobilizada mediante provocação (artigo 2º 
do NCPC) 
 Exceção: procedimento de restauração de autos (artigo 712). 
3. Ação 
É o meio utilizado para provocar a jurisdição com o objetivo de obter o provimento 
jurisdicional. 
3.1 Condiçoes da ação (artigo 17) 
Legitimidade ad causam: via deregra, legitimidade orginária, consiste em pleitear em 
nome próprio direito próprio. É o vínculo do sujeito com o direito material (artigo 18). 
Exceção: legitimidade extraordinária/substituição processual, consiste em 
pleitear em nome próprio direito alheio. 
 Interesse processual: 
 - Necessidade: a parte não consegue resolver sozinha. 
- Adequação: é a escolha correta da ação, que são duas – conhecimento e 
execução. 
CUIDADO: a existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de 
optar pela ação de conhecimento a fim de obter um título judicial (artigo 785). 
38 
 
Todavia, falta de interesse processual no ajuizamento de ação de 
execução àquele que não possuir um título executivo. 
OBSERVAÇÃO: se faltar alguma das condições da ação o processo será extinto sem 
resolução do mérito (artigo 485, VI). 
3.2 Elementos da ação 
 a) Partes 
 b) Causa de pedir 
 - Fatos: narrativa dos acontecimentos 
 - Fundamentos jurídicos: consequência jurídica pretendida 
 c) Pedido 
 - Condenar 
 - Declarar 
 - Constituir 
 - Criar 
 - Modificar 
 - Extinguir 
OBSERVAÇÃO: litispendência ocorre quando duas os mais ações possuirem os 
mesmos elementos. 
4. PROCESSO E PROVIMENTO JURISDICIONAL 
Processo é um instrumento da jurisdição, ou seja, é através do processo que o juiz 
emitirá o provimento jurisdicional. 
 
NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
 Ler artigos 1º ao 12 do NCPC. 
1. Princípio do acesso à justiça 
Artigo 3º: princípio do acesso à Justiça/inafastabilidade da atividade jurisdicional = 
artigo 5º, XXXV, da CF. 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1o É 
permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, 
a solução consensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de 
solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, 
39 
 
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo 
judicial. 
2. Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável / a solução integral do mérito, / 
incluída a atividade satisfativa. 
 1ª parte = artigo 5º, LXXVIII, da CF. 
2ª parte = princípio da primasia da decisão de mérito: sempre que possível, o 
mérito posto em causa deverá ser apreciado. 
3ª parte = princípio da efetividade. 
3. Princípio da boa-fé 
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de 
acordo com a boa-fé. 
→ Princípio da boa-fé. 
CUIDADO: reconhecida a litigância de má-fé, o juiz poderá fixar de multa de 1 a 10% 
do valor da causa. (artigo 90 e 81) 
4. Princípio da cooperação. 
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em 
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
5. Princípio da igualdade 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos 
e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de 
sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
6. Dever de consulta/proibição da decisão surpresa 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento 
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que 
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
 
LITISCONSÓRIO 
Leitura 113 a 118 
1. Conceito 
 É a pluralidade de autores, réus ou ambos dentro do mesmo processo. 
 É possível a formação em qualquer processo ou procedimento. 
2. Requisitos (artigo 113) 
40 
 
 a) comunhão de direitos ou obrigações 
 b) conexão de causas (mesmo pedido ou mesma causa de pedir) 
 c) afinidade de questões por um ponto em comum de fato ou direito. 
3. Classificação 
 a) quanto ao polo: 
 - ativo: vários autores 
 - passivo: vários réus 
 - misto: vários autores e réus 
 b) quanto ao momento de formação 
 - inicial: formado desde o ajuizamento da ação 
 - ulterior: formado após o ajuuizamento da ação 
 c) quanto a sentença 
- simples: a decisão do juiz poderá ser diferente para cada um dos litisconsortes 
- unitário: a decisão do juiz deverá ser igual para todos, pois o direito discutido 
é único e indivisível, não admitindo fracionamento (artigo 116). 
 d) quanto à obrigatoriedade 
 - facultativo: a formação decorre por vontade do autor 
- necessário: a formação é obrigatória por determinação da lei ou natureza da 
obrigação 
ATENÇÃO: 
-Litisconsório multitudinário (§§2º e 3º do artigo 113): quando o juiz de ofício 
ou a requerimento da parte que o número excessivo de litisconsortes possa 
dificultar a defesa ou a rápida solução do litígio, poderá desmembra-lo. Somente 
é possível no litisconsórcio facultativo. 
- Litisconsório com advogados de ESCRITÓRIO de advocacia distintos e 
PROCESSO FÍSICO geram prazo em dobro (artigo 229). Não se aplica para 
processo eletrônico. 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
Artigos 119 a 138 
41 
 
1. CONCEITO 
 É a figura processual que possibilita participação de um terceiro no processo. 
a) Intervenção voluntária: o terceiro manifesta sua intenção de participar do processo 
b) Intervenção provocada: uma das partes busca trazer o terceiro para o processo 
independentemente de sua vontade. 
Modalidades: no antigo CPC era AONDC (assistência, oposição, nomeação à autoria, 
denunciação da lide, chamamento ao processo). No NCPC, a OPOSIÇÃO deixa de ser 
modalidade de intervenção de terceiros e vira procedimento especial. Já a nomeação à 
autoria não existe mais no nosso ordenamento jurídico. 
 Todavia, acrescentou-se o Incidente de Desconsideração da PJ e Amicus Curiae. 
2. MODALIDADES (ADICA) 
Assistência (única modalidade voluntária) 
Denunciação da lide (modalidade provocada) 
Incidente de desconsideração da PJ (modalidade provocada) 
Chamamento ao processo (modalidade provocada) 
Amicus Curiae (voluntária, provocada e pode o juiz pedir, de ofício) 
2.1 Incidente de desconsideração da PJ 
Requisitos: artigo 50 do CC, continuam os mesmos, que são o abuso de personalidade 
caracterizado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial. 
É a intervenção que tem por objetivo responsabilizar os sócios pelos débitos da empresa 
ou de forma inversa, qual seja, a empresa sendo responsabilizada pelos débitos dos 
sócios. 
Modalidades: 
a) Inicial: o pedido é feito na própria petição inicial, não há incidente. 
b) Incidental: requerida ao longo do processo de conhecimento ou de execução. 
 Procedimento: através de uma petição simples comprovando os requisitos do artigo 50 
do CC → o MP ou parte requer a desconsideração → é CITADA a PJ ou sócio para 
manifestação no prazo de 15 dias úteis → suspensão do processo principal para decisão 
do juiz → decisão interlocutória atacável com Agravo de Instrumento (rol taxativo do 
1015). 
CUIDADO: não se admite intervenção de terceiros no JEC, exceto o incidente 
de desconsideração da PJ 
42 
 
Artigo 10 da lei 9099/95: não se admitirá, no processo, qualquer forma 
de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o 
litisconsórcio. 
Artigo 1062: o incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais. 
2.2 Amicus Curiae 
É conhecido como conselheiro. É uma forma de um terceiro especialista auxiliar o juízo 
nas causas de maior relevância, impacto e repercussão social, em razão da importância 
da matéria discutida. 
Podem ser PJ, pessoa natural ou ente despersonalizado. O juiz concederá o prazo de 15 
para sua manifestação, bem como delimitará a atuação do amicus curiae. 
A intervenção de um ente federal não altera a competência. 
Artigo 138. 
2.3 Assistência (auxiliador) 
Haverá assistência sempre que o terceiro tenha interesse jurídico de que uma das partes 
vença a demanda. 
Por meio de uma simples petição, o terceiro ingressa com o pedido concedendo o juiz 
prazo de 15 para as partes se manifestarem. Em havendo impugnação o juiz decidirá em 
apartado. 
É possível em qualquer processo ou procedimento – exceto JEC (artigo 119, parágrafo 
único). 
 Modalidades: 
a) Simples: terceiro possui relação jurídica só com uma das partes, sendo indiretamente 
atingido pela sentença. Não vira parte no processo, bem como suas manifestações estão 
subordinadas às do assistido, exceto quando este for revel ou omisso, hipótese em que 
o assistente atuará como substituto processual (artigo 121, parágrafo único). Exemplo: 
locação e sublocação. 
b) Litisconsorcial: o terceiro possui relação com ambas as partes, sendo diretamente 
atingido pela sentença. Vira parte no processo, bem como pode fazer manifestações 
independentes das do assistido. Exemplo: sócio A ajuiza ação contra sociedade XYZ, 
além do sócio A, temos os sócios B, C, D e E. Estes podem assistir a sociedade, sendo, 
portanto, assitência litisconsorcial. 
2.4 Denunciação da lide (garantidor) 
É a possibilidade de uma das partes trazer ao processo o responsável que assumiu 
determinada obrigação bom o objetivo do exercício do direito de regresso contra este 
terceiro. 
43 
 
Finalidade: economia processual. 
Procedimento: pode tanto o autor, na petição, quanto o réu, na contestação. Somente é 
permitida uma denunciação sucessiva. 
Cabimento (artigo 125): 
a) Evicção: é a perda de um bem por força de decisão judicial. Exemplo: “A” 
vende um carro para “B”, mas o carro teve os documentos alterados e pertence 
a “C”. “C” ajuiza ação contra “B” para reaver o carro. “B” denuncia a lide para 
“A”. 
 b) Determinação da lei ou contrato. Exemplo: seguradora. 
2.5 Chamamento ao processo (coobrigado) 
É a possibilidade do réu trazer ao processo o coobrigado em determinada relação 
jurídica. 
Cabimento: devedor só chama devedor – fiador pode chamar outros fiadores e também 
devedor principal. 
 
COMPETÊNCIA 
Artigos 42 ao 66. 
1. Competência é a medida, é parcela, é a parte da jurisdição. 
2. Critérios de fixação: 
 a) Material: diz respeito à matéria discutida no processo. 
b) Funcional: baseia-se na função do juiz no processo. Exemplo: é funcional a 
competência do juiz da ação principal para o processamento dos embargos de terceiro. 
 c) Valor da causa: JEC → até 40sm; JEF ou JEFP → até 60sm. 
d) Territorial: diz respeito ao foro que será praticado determinado ato processual (ler 
artigo 46 a 53). Regra geral: domicílio do real. 
 ATENÇÃO: ação de divórcio não é mais o da mulher, cfe. artigo 53: 
É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de 
casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de 
domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, 
caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes 
residir no antigo domicílio do casal; 
Competência ABSOLUTA para material e funcional, pois há interesse público. 
RELATIVA para valor da causa e territorial. 
44 
 
COMPET. ABSOLUTA COMP. RELATIVA 
Interesse público (matéria de ordem pub.) Interesse privado 
Prazo para alegar: a qualquer tempo, pelas 
partes, podendo o juiz do ofício (§1º, 64) 
Prazo para alegar: na contestação(§4º, 63), 
não podendo o juiz de ofício. S33STJ, 
salvo contrato com cláusula de foro de 
eleição abusiva, reconhecida antes da 
citação do réu (§3º, 63). No CPC anterior 
era só para contrato de adesão. 
Forma de alegar: preliminar de 
contestação ou simples petição. 
Forma de alegar: não existe mais exceção 
de incompetência, agora é em preliminar 
de contestação (64). 
Pode ser derrogada (alterada): não Pode ser derrogada. Ex: foro de eleição 
Reconhecida a incompetência: remete-se 
o processo para o juiz competente que 
decidirá se anula ou não os atos decisórios 
praticados (§4º, 64). No CPC anterior, 
anulava automaticamente. 
Reconhecida a incompetência, remete-se o 
processo para o juízo competente. 
 
 
ATOS PROCESSUAIS 
1 FORMAS DOS ATOS 
Em regra, o ato é praticado de forma livre, não existindo forma específica, salvo se a lei 
disser diferente. 
ATENÇÃO: se a forma prevista em lei não for obedecida mas atingir a sua finalidade, 
o ato será válido (artigo 188).Os atos também, em regra, serão públicos, salvo se houver segredo de justiça (artigo 
189). 
2 ATOS DAS PARTES 
2.1 Atos unilaterais 
 São aqueles que dependem somente de uma parte. 
2.2 Atos bilaterais 
 São aqueles que dependem de ambas as partes. Exemplo: acordo. 
OBSERVAÇÃO: o NCPC permite os negócios jurídicos processuais (artigo 190), isto 
é, as partes capazes podem convencionar no procedimento, desde que se trate de 
direito que admita autocomposição. 
3 TEMPO DO ATO (artigo 212) 
 O ato processual será realizado em dia útil, das 6h às 20h. 
45 
 
CUIDADO: a citação, a intimação e a penhora podem ser realizados em dias não úteis, 
SEM autorização judicial. 
4 LUGAR DO ATO (artigo 217) 
 Os atos serão praticados na sede do juízo, salvo se a lei exigir diferente. 
 
PRAZOS PROCESSUAIS 
Os prazos podem ser legais (previsto em lei) ou judiciais (determinados pelo juiz). Se nem a 
lei, nem o juiz determinarem, o prazo será de 48 horas para comparecer em juízo e de 5 dias 
para o resto. 
ATENÇÃO: os atos praticados antes do prazo são válidos (artigo 218, §4º) 
→ CONTAGEM DE PRAZO (artigo 219): no NCPC os prazos são contados somente em dias 
úteis. São dias úteis todos aqueles que não forem sábados, domingos, feriados e quando não 
houver expediente forense (artigo 216). 
→ ATENÇÃO, existem prazos diferenciados: a) litisconsortes com advogados diferentes, de 
escritórios diferentes e autos físicos, têm prazo em dobro; b) MP e Fazenda Pública têm prazo 
em dobro, sempre (artigo 180); c) Defensoria Pública também tem prazo em dobro (artigo 186); 
d) os núcleos de prática jurídica conveniados também tem prazo em dobro. 
→ CUIDADO: só serão em dias úteis os prazos previstos em DIAS, os previstos em horas e 
meses serão normais. 
 
PETIÇÃO INICIAL 
1 REQUISITOS (artigo 319, 320 e 77,V) 
 (elementos da ação: partes, pedido e causa de pedir) 
- Partes: as partes devem ser qualificadas, inclusive com estado civil ou união estável 
e e-mail. É possível requerer ao juiz diligências para descobrir os dados da parte 
contrária. 
 - Pedido 
 - Causa de pedir 
 - Endereçamento 
- Valor da causa: os artigo 291 e 292 prevêem as regras para determinação. O juiz 
poderá de ofício corrigir o valor da causa. 
 - Opção pela realização da audiência de conciliação e mediação. 
46 
 
 
2 PEDIDOS (artigo 322 e seguintes) 
Em regra o pedido deve ser certo e determinado (artigos 322 e 324). Exceção: o pedido 
genérico i) nas ações universais; ii) nas ações decorrentes de ato ou fato sem 
possibildade de determinar suas consequências: iii) quando devedor depender de ato do 
réu. 
 
3 CUMULAÇÃO DE PEDIDOS 
3.1 Cumulação simples: o autor formula dois ou mais pedidos , deseja todos eles. Exemplo: 
pedido de dano moral, material e pensão. 
3.2 Cumulação alternativa: o autor formula 2 ou mais pedido mas deseja só um deles, sem 
preferência. 
3.3 Cumulação sucessiva: o autor formula 2 ou mais pedidos e se o primeiro for concedido que 
o outro também seja. Exemplo: investigação de paternidade c/c alimentos. 
3.4 Cumulação subsidiária: o autor formula 2 ou mais pedidos, mas deseja só um deles, com 
preferência. 
OBSERVAÇÃO. São requisitos para a cumulação: a) pedidos compatíveis; b) juiz competente 
para todos; c) procedimentos compatíveis. 
 
TUTELAS PROVISÓRIAS 
Artigos 294 e seguintes 
Tutela Provisória é aquela que será substituída por outra, isto é, precisa ser confirmada. 
Tutela Definitiva é aquela que não será substituída, isto é, normalmente é concedida ao final do 
processo. 
No NCPC as tutelas provisórias foram unificadas. 
TUTELAS DE URGÊNCIA: são aquelas que exigem perigo. Podem ser CAUTELAR ou 
ANTECIPADA. Fumus boni juris e periculum in mora (artigo 300). 
TUTELA DE EVIDÊNCIA (artigo 311): a tutela de evidência não exige perigo, mas sim uma 
alta probabilidade do direito. 
 
1 TUTELA ANTECIPADA (artigo 303 e seguintes) 
 É satisfativa e pode ser requerida antes ou durante o processo. 
47 
 
Se for antecedente o autor formula um simples requerimento e o réu será citado e 
intimado para comparecer em audiência. 
Concedida a tutela, o autor tem 15 dias para aditar a inicial. 
Se o réu não recorrer, a tutela se estabiliza e o processo será extinto. 
ATENÇÃO: as partes terão 2 (DOIS) anos para propor ação e rever a tutela estabilizada. 
2 TUTELA CAUTELAR (artigo 305 e seguintes) 
A tutela cautelar não é satisfativa, e pode ser requerida antes ou durante o processo. 
Se for antecedente o autor formula o pedido e o réu citado para contestar em 5 dias. 
Concedida a cautelar o autor tem 30 dias para formular o pedido principal, nos mesmo 
autos. 
CUIDADO: cautelar não se estabiliza. 
OBSERVAÇÃO: i) se o processo for suspenso, a tutela de urgência não será suspensa; 
ii) se o processo estiver em grau de recurso, a tutela será requerida diretamente no 
tribunal. 
 
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE 
Artigos 330 a 332. 
1 CONCEITO 
É o primeiro ato do juiz no processo que consiste na análise dos requisitos de 
admissibilidade da petição inicial (319, 320 e 106, I). 
2 OPÇÕES DO JUIZ 
 i) designa audiência de conciliação ou mediação (339) e citação 
ii) julgar improcedente liminarmente (332): ocorre quando o processo dispensar a fase 
instrutória, bem como contrariar súmula do STJ ou STF, decisões do sistema de 
precedentes, enunciados de súmula de tribunal de justiça local, bem como houver o 
reconhecimento de prescrição ou decadência. 
iii) havendo vícios ou omissões, o juiz concederá o prazo de 15 dias para emenda (321). 
iv) havendo vícios insanáveis ou que não foram sanados, o juiz indeferirá a petição 
inicial (hipóteses do artigo 330), acarretando a extinção do processo sem resolução do 
mérito. 
OBSERVAÇÃO: procedimento do recurso de apelação contra as sentenças de 
improcedência liminar e indeferimento da petição inicial. Apelação (autor) dá direito ao 
48 
 
juiz de retratação, no prazo de 5 dias. Mantida a sentença, o réu será citado para 
responder o recurso. Na hipótese de não interposição de apelação pelo autor, o réu será 
intimado do trânsito em julgado. 
3 AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
→ MEDIAÇÃO: é o meio consensual de solução de controvérsia em que uma pessoa isenta e 
devidamente capacitada atua de forma técnica para facilitar a restauração do diálogo entre os 
litigantes, com o intuito de chegarem a autocomposição. Exemplos: famílias, vizinhança. 
→ CONCILIAÇÃO: é o meio consensual em que um terceiro imparcial, mediante atividade de 
escuta e fala, ajuda os litigantes a chegarem em um acordo. 
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: 
 - Audiências de conciliação e mediação são obrigatórias, exceto: 
 i) se o direito discutido for indisponível 
ii) se houver dupla negativa – autor informa na P.I. e o réu deve informar com o 
mínimo de 10 dias de antecedência. Se houver litisconsórcio todos devem não 
querer. 
- A audiência será realizada por conciliador ou mediador, público ou privado, inclusive 
as partes podem escolhe-lo. 
- É obrigatório que as partes estejam acompanhadas por advogado. 
 - As partes podem comparecer pessoalmente ou enviar representante munido de 
procuração com poderes para negociar. 
- Podem ser realizadas múltiplas sessões. 
- Podem ser realizadas por meios eletrônicos. 
- CUIDADO: o não comparecimento acarretará ato atentatório à dignidade da justiça e 
multa de 2% do valor da causa em benefício do estado ou União. 
 
CITAÇÃO 
Artigos 238 a 268. 
1 CONCEITO 
É a comunicação que se faz ao sujeito passivo da relação processual de que em face dele 
foi ajuizada uma demanda para que, querendo, possa se defender (238). 
Para a validade do processo é indispensável acitação do réu (239). 
2 FORMAS (246) 
49 
 
2.1 Real 
→ Correios (regra): qualquer comarca do país (não precisa Carta Precatória). É 
obrigatório o acompanhamento de AR. 
 → Oficial de Justiça (mandado): 
 - Nas situações do artigo 247, é obrigatório ser por Oficial de Justiça. 
 - Não é mais obrigatória a citação por OJ nas execuções. 
- Se o citando localizar-se em condomínio ou loteamento com controle de acesso, 
o mandado ou a carta de citação poderá ser entregue ao porteiro que somente 
recusará na hipótese de fazer uma declaração por escrito que o réu se encontra 
ausente. 
 → Citação por meios eletrônicos 
Com exceção de ME e EPP, pessoas jurídicas de direito privado ou empresas 
públicas preferencialmente serão citadas por esse meio. 
 → Citação real pelo escrivão 
2.2 Ficta 
 → Citação por hora certa 
- OJ comparecerá no domicílio do réu por 2 (DUAS) vezes, e deve haver suspeita 
de ocultação. 
 → Citação por edital 
 - Através da plataforma de editais do CNJ, nas seguintes hipóteses: 
 - Réu desconhecido 
 - Réu em local incerto e não sabido 
 - Quando a lei mandar citar por edital 
ATENÇÃO: se o réu citado de forma real ficar inerte e não apresentar defesa, o juiz 
decreta a revelia. Todavia, se a citação ocorrer de forma ficta, o juiz nomeará curador 
especial. 
 
RESPOSTAS DO RÉU 
Artigos 335 a 343 
1 MODALIDADES 
1.1 Contestação 
50 
 
 i) Preliminares (337) 
ii) Mérito: réu alega fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. 
Antigo CPC: exceção de incompetência, impugnação ao valor da causa, 
impugnação à justiça gratuita, reconvenção. 
Novo CPC: tudo acima virou preliminar, exceto a reconvenção, que entrou no 
corpo da contestação. 
 Prazo (335): 15 dias úteis, contados: 
 - da data da audiência de conciliação e mediação (ou da última sessão); 
- do protocolo da petição informando a falta de interesse na realização de 
audiência de conciliação ou mediação (com 10 dias de antecedência); 
- da data da juntada do mandado ou AR aos autos, quando não for designada a 
audiência de conciliação ou mediação. 
1.2 Reconvenção 
É modalidade de resposta, mas vai dentro da constetação. É a possibilidade do réu 
formular pedidos i) contra o autor dentro do mesmo processo. 
A natureza jurídica da reconvenção é de AÇÃO. 
Mesmo sendo extinta a principal, permanece a reconvenção, pois é autônoma. 
1.2.1 Forma de apresentação da Reconvenção 
 i) na contestação 
 ii) de forma autônoma caso não apresente contestação 
1.2.2 Legitimidade 
 Réu contra Autor e Terceiro 
 Réu e Terceiro contra o ato. 
Nas ações de natureza dúplice, não cabe reconvenção, mas sim pedido contraposto. Exemplo: 
JEC, Ações Possessórias. 
 
SENTENÇA E COISA JULGADA 
→ Petição Inicial –será distribuída e vai para o juiz fazer o juízo de admissibilidade 
→ Juízo de admissibilidade positivo –determina a citação 
→ A citação como regra é para audiência de conciliação 
51 
 
→ Se tiver acordo o juiz vai promover a sentença homologatória do acordo 
→ Sem acordo é apresenta a contestação 
→ Providências preliminares 
a) Julgamento antecipado – pode ser total ou parcial 
TOTAL: extingue o processo. PARCIAL: processo continua sem extinção. 
b) Ou dilação das provas Fase instrutória, designa audiência de instrução e julgamento 
→ Sentença 
 
1 SENTENÇA 
I. CONCEITO 
Para ser sentença deve ver o conteúdo dela e o efeito. 
(Art. 485/487, Art. 203 p.1° e 316) 
A sentença tem que gerar extinção do processo, ou gera extinção da fase cognitiva ou 
da execução. Não basta apenas julgar o mérito. 
II. ESPÉCIES 
a) Sem resolução de mérito (485) → Sentença terminativa 
b) Com resolução de mérito (487) → Sentença definitiva 
Perempção é a perda do direito de ação, porque a parte deu causa a três extinções por 
abandono. Na quarta vez o juiz vai extinguir. 
Litispendência: existência de uma ou mais ações idênticas em curso. Teoria da tríplice 
identidade: tudo igual (partes, causa de pedir, pedido) 
Desistência da ação: só pode desistir até a sentença. 
 Sempre que a extinção for por defeito processual, é sem mérito. 
 Se a extinção se a extinção tratar de direito material, é com resolução. 
Sentença sem resolução por ser a qualquer tempo. Já com resolução, ao final ou no caso 
de improcedência liminar, quando presente os requisitos do artigo 332, quais sejam: 
- total improcedência 
- dispensa de dilação probatória (matéria só de direito) 
- existência de precedente. 
52 
 
Primazia da resolução de mérito (art. 488): “desde que possível, o juiz resolverá o mérito 
sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento 
nos termos do art. 485.” 
III. LIMITES 
O juiz ao dar sentença está vinculado ao pedido do autor, não podendo dar mais do que se está 
pedindo (art. 492). A sentença pode ser: 
a) Infra/Citra petita – Julgou menos do que deveria, corrigir isso com Embargos de 
Declaração. 
b) Ultra petita – Julgou além do que foi pedido. 
c) Extra petita - Julgou fora do que foi pedido. 
IV. ELEMENTOS ESTRUTURAIS 
a) Relatório (narrativa dos fatos do processo) 
b) Fundamentação (aplicação do direito ao caso) 
Quando o juiz vai fundamentar a sua sentença ele aprecia as provas com o 
princípio do livre convencimento motivado. 
c) Dispositivo (fundamento legal) 
 Procedente, improcedente ou parcialmente procedente. 
V. MODIFICAÇÃO DA SENTENÇA 
Proferida a sentença o juiz não poderá modificá-la. (art. 494) Exceções: I - para corrigir-
lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - 
por meio de embargos de declaração. 
2 COISA JULGADA 
I. Conceito 
Imutabilidade/definitividade (art. 502). 
Elementos: i) julgamento de mérito e; ii) trânsito em julgado. 
II. Espécies 
a) Material (art. 487 sentença definitiva) 
Pode ser desconstituída por ação rescisória. 
b) Formal (art. 485 sentença terminativas) 
Não impede nova ação. 
53 
 
3 LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
Apreciação do quantum debeatur 
a) Arbitramento: há necessidade de pareceres ou pericia 
b) Procedimento Comum (antiga “por artigos”): necessidade de provar fatos novos 
Artigo 509, §2º. 
 
 
RECURSOS 
É o meio voluntário previsto em lei que tem por objetivo impugnar um pronunciamento judicial 
(decisão). 
1 JULGAMENTO 
1ª fase → Juízo de admissibilidade: é a fase dentro da qual se analisa a presença dos 
pressupostos recursais (recurso conhecido/não conhecido). Todo recurso é analisado no 
juízo de admissibilidade. 
2ª fase → Juízo de mérito recursal: é a fase dentro da qual se analisa se o recorrente tem 
ou não razão em seu recurso (recurso provido/não provido). Nem todo o recurso chega 
ao juízo de mérito, mas tão somente aquele que for aprovado no juízo de 
admissibilidade. 
2 PRESSUPOSTOS 
→ Cabimento 
O recurso será cabível todas as vezes em que a decisão for recorrível e o recurso 
adequado para aquela decisão. 
 Pronunciamentos (203 e 204): Recursos (994) 
 - Despacho (art. 1001) - Agravos 
 - Decisão interlocutória - Apelação 
 - Sentença - Embargos de Declaração (todos) 
 - Acórdão - Embargos de Divergência 
 - Ordinários Constitucional 
 - Especial 
 - Extraordinário 
54 
 
Muito embora o NCPC não mais preveja os embargos infringentes, do acórdão não 
unânime que julgar apelação haverá uma técnica de julgamento colegiado, isto é, se 
convocarão mais 2 (DOIS) para proferir um novo julgamento (artigo 943). 
ATENÇÃO: não são recursos: a) a remessa necessária (496); b) ação rescisória (966), 
no prazo de 2 (DOIS) anos, da última decisão. 
→ LegitimidadeRecursal (996) 
 i) Partes 
 ii) MP (ainda que como fiscal da lei) 
 iii) Terceiro juridicamente prejudicado 
→ Interesse Recursal 
Tem interesse em recorrer o sucumbente, isto é, aquele deixa de receber algo que 
desejava. 
→ Tempestividade 
 O recurso deve ser interposto no prazo legal, sob pena de preclusão. 
 05 dias para Embargos de Declaração. 
 15 dias para todos os outros. 
MP, Fazenda, Defensoria e NPJ têm prazo em dobro (180, 183 e 186). Também terá 
prazo em dobro o litisconsorte, com adv. de escritórios diferentes e autos físicos (artigo 
229). 
Se a parte ou advogado falecerem durante o prazo recursal o prazo será interrompido 
(art. 1004). 
→ Preparo (art. 1007) 
É o recolhimento de custas para o Estado, incluído porte de remessa e retorno, e deve 
ser demonstrado logo na interposição do recurso, sob pena de deserção. 
ATENÇÃO: se o preparo não for recolhido no prazo, o recorrente será intimado para 
recolher em dobro (1007). Se o preparo for recolhido de forma incompleta, o recorrente 
terá 5 dias para complementação, o mesmo se aplica para o caso de erro na guia. 
→ Inexistência de causa impeditiva ou extintiva do recurso 
Impeditiva: é aquela que ocorre antes da interposição do recurso, com a renúncia do 
direito de recorrer ou aceita a decisão. 
Extintiva: é aquela que ocorre após a interposição do recurso, com a desistência dele. 
55 
 
Recurso adesivo (997): não é uma espécie de recurso, mas uma forma de interposição para 
aquele que perdeu o prazo do recurso principal. Só cabe recurso adesivo na apelação, no recurso 
especial e no recurso extraordinário. Prazo: mesmo prazo das contrarrazões do recurso 
principal. 
Requisitos: i) sucumbência recíproca; ii) perda do prazo para o recurso principal; iii) 
recurso da parte contrária. 
ATENÇÃO: o recurso adesivo é acessório do recurso principal e o segue. 
 
RECURSOS EM ESPÉCIE 
1 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (1022 a 1026) 
 Servem para integrar ou aclarar uma decisão que seja: 
 - omissa 
 - contraditória 
 - obscura 
Prazo: 5 DIAS. 
Quando aposto com qualquer das litigantes o prazo para outro recurso será interrompido, 
artigo 1026, ou seja, volta a contar tudo de novo inclusive no JEC., (art. 106 e seguintes). 
Art. 1024, parágrafo 3º (fungibilidade recursal legal): é a possibilidade do recebimento 
dos embargos de declaração como agravo interno, devendo ser concedido o prazo de 05 
dias para complemento das razões. 
2 APELAÇÃO (1009 a 1014) 
É o recurso cabível contra sentença.Prazo: 15 DIAS. 
Obs.: o Agravo Retido (servia contra decisão interlocutória de primeira instância) e 
Embargos Infringentes FORAM EXTINTOS. 
ATENÇÃO: as decisões interlocutoras não agraváveis por instrumento não são 
irrecorríveis, elas são irrecorríveis em separados, ou seja, não se admite um recurso de 
interposição imediata, mas poderão ser impugnadas em preliminar de apelação ou nas 
contra razões (art. 1009, parágrafo primeiro). 
Processamento: é dividido em duas partes, quais seja (a) petição de interposição e (b) 
petição de razões. 
a) Petição de interposição: endereçada para o juiz a quo – 1ª instância. 
b) Petição de razões. endereçada para o juízo ad quem – Tribunal. 
56 
 
O juiz a quo receberá a apelação e intimará a parte contrária para apresentar 
contrarrazões → remessa para o tribunal → no tribunal o recurso será julgado por 3 
desembargadores sendo um nomeado relator, que poderá (art. 1.011): 
a) Decidir monocromaticamente: caberá agravo interno. 
b) Fará o voto e encaminha para o julgamento colegiado. 
Juízo de retratação: como regra não há retratação pelo juiz. 
Exceção: poderão ser exercidos no prazo de 05 dias, artigos 322, §3º, nas 
seguintes hipóteses: 
a) Apelação contra sentença de improcedência liminar. 
b) Apelação contra sentença de indeferimento da petição inicial, (art. 
330), ou qualquer sentença terminativa, art. 485, §7ª. 
c) Apelação contra sentença envolvendo ECA: art.198, VII, ECA. 
3 AGRAVOS (1015 a 142). 
É o recurso cabível contra decisão interlocutória ou monocrática de desembargador. 
Espécies de agravo: 
a) Primeira instância: 
→ Agravo retido: não existe mais, foi extinto. 
→ Agravo de instrumento. 
b) Segunda instância -Tribunal Superior: 
→ Agravo interno (art. 1021) é o recurso cabível contra decisão monocrática de relator 
que de plano não admite o recurso ou admite, mas nega ou dá provimento. 
→ Agravo em REsp e o RE: serve para atacar a decisão de presidente ou vice-presidente 
de tribunal que não admite o REsp ou RE. O juízo de admissibilidade será feito pelo 
juízo a quo. 
3.1 AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Cabimento do agravo de instrumento: rol taxativo do art. 1015. 
Processamento do agravo de instrumento: será interposto diretamente no tribunal. 
Deverá ser instruído com as seguintes cópias obrigatórias: petição inicial/contestação, 
contestação, petição que ensejou a decisão agravada. Decisão agravada, certidão de 
intimação, procurações. (Se faltar algum, relator concede prazo de 5 dias), intimação do 
agravo para responder no prazo de 15 dias e por fim o julgamento. 
OBSERVAÇÃO: O juízo a quo deverá ser informado no prazo de 3 dias sob a 
interposição do agravo de instrumento, sob pena de inadmissibilidade. (1018, §2º) 
57 
 
ATENÇÃO: no processo eletrônico não há necessidade de juntar as cópias tampouco 
informar o juízo a quo, artigo 1017, parágrafo 5ª. 
3.4 RECURSO EXTRAORDINÁRIO (RE) E RECURSO ESPECIAL (RESP) 
(1029 a 1035; 102, III e 105, III da CF) 
→ Conceito: são os recursos destinados aos tribunais superiores com objetivo de 
unificar a aplicação do direito no país. 
Quem julga o recurso extraordinário é o STF, 11 ministros. 
Quem julga o recurso especial é o STJ, 33 ministros. 
→ Cabimento dos recursos: 
Esgotamento de todas as vias recursais. Somente contra o acordão. 
a) RE: cabimento contra qualquer acórdão que, negar vigência a CF. 
b) REsp: cabível contra acórdão de 2ª, grau que negar vigência à lei federal. 
ATENÇÃO: contra acórdão de colégio recursal de juízo especial, caberá somente 
recurso extraordinário (súmula 640 do STF). 
 
COMUNS (RE E RESP) ESPECÍFICO DO RE 
Prequestionamento Prequestionamento 
Inexistência de reexame de prova Inexistência de reexame de prova 
 Repercussão geral 
 
→ Comuns (RE e RESP): 
- Pré-questionamento: a matéria deve ter sido decidida perante o Tribunal 
recorrido, sendo proibida a inovação recursal. 
- Inexistência de reexame de prova: o simples pedido para que uma prova seja 
realizada não permite a interposição de RESP ou RE que somente admite 
discussão da matéria de direito. 
→ Específico do (RE). 
- Repercussão geral, (art. 1035): só será cabível nas hipóteses que envolver 
questão relevante do ponto de vista econômico, social político ou jurídico, que 
transcendem os limites subjetivos da lide. 
 
EXECUÇÃO 
58 
 
É a fase ou o processo que visa a satisfazer o credor, possuidor de um título judicial ou 
extrajudicial. 
1 Modalidades de execução 
a) Cumprimento de sentença 
Tem por finalidade a execução do título judicial (Art. 515) 
O inciso I, que antes previa sentença, agora prevê decisão, podendo ser executadas as 
sentenças parciais de mérito. 
Ex.: o crédito do auxiliar de justiça (Art. 515, V) 
Em regra, será uma fase dentro do processo, mas depende do título. 
Exceção: processo novo (PAE). 
→ Penal condenatória transitada em julgado 
→ Arbitral 
→ Estrangeira homologada pelo STJ 
b) Execução autônoma 
Tem por finalidade a execução do título extrajudicial (Art. 784, CPC) 
Ex.: a conta condominial (Art. 784, X, CPC) 
Ex.2: o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas 
Sempre haveráum processo novo. 
2 Princípios da Execução 
a) Patrimonialidade (Art. 789) 
Todo patrimônio do devedor responde na execução. 
Exceção: 
i) bens absolutamente impenhoráveis (Art. 833). Ex.: vestuário, seguro de vida, 
instrumento do profissional, caderneta de poupança de até 40 salários mínimos, 
o salário, o vencimento, pensão, aposentadoria, honorários (remuneração em 
geral). 
OBSERVAÇÃO.: a remuneração e a poupança podem ser penhoradas na pensão 
alimentícia. 
CUIDADO: Em qualquer caso, a remuneração acima de 50 salários mínimos 
podem ser penhorados. 
59 
 
ii) Bem de família (Lei 8009/90) 
Súmula 364, STJ – Existe bem de família ainda que a pessoa seja solteira, 
divorciada, viúva, etc. 
EXCEÇÃO: fiador. 
Súmula 486 STJ – Se a família aluga o seu próprio imóvel e do fruto desse 
aluguel sobrevive, permanece bem de família. 
b) Menor onerosidade (Art. 805 CPC) 
Se houver mais de uma forma de executar o devedor, será escolhida a menos 
onerosa a ele. 
3 Requisitos 
1º requisito: TÍTULO 
a) Judicial (Art. 515 CPC) 
b) Extrajudicial (Art. 784) 
Para ser título deve ser líquido (valor), certo (obrigação) e exigível (não 
prescrito). 
2º requisito: INADIMPLEMENTO DO DEVEDOR 
Se a obrigação contida no título estiver sujeita a evento futuro e incerto 
(condição), ou a evento futuro e certo (termo), só poderá ser exigida quando 
esses eventos ocorrerem. 
4 Espécies De Execução 
OBRIGAÇÃO TÍTULO JUD. TÍTULO EXTRAJUD. 
Fazer/não fazer 536 e ss 814 e ss 
Entregar 538 e ss 806 e ss 
Pagar quantia certa contra devedor solvente 523 e ss 824 e ss 
Alimentos 528 e ss 911 
Contra a Fazenda Pública 534 e ss 910 
 
→ Execução de pagar quantia com relação a título extrajudicial (Art. 824 e ss). 
Petição inicial, títulos e cálculos. 
O juiz de cara, arbitra honorários de 10 % ao advogado. 
Pode ser citado por qualquer meio. 
Devedor não encontrado → Faz o arresto (art. 830). 
60 
 
Devedor encontrado → Tem prazo de 3 dias (para pagar e após extinção, arcando 
somente com metade dos honorários) e 15 dias (embargos a execução – art. 915 
– ou parcelar – art. 916). 
Os Embargos a execução são a defesa do devedor com natureza de ação e não exigem 
prévias garantia. Os embargos não suspendem o processo, salvo se o devedor prestar 
garantia e houver urgência. Da sentença nos embargos caberá Apelação. 
Para apresentar embargos não precisa garantir o juízo, mas para ter efeito suspensivo 
deve haver. 
→ Pagar quantia de Título Judicial (Art. 523, ss) 
Começa com uma sentença, intima o credor, o credor tem que peticionar para 
prosseguimento da ação, o devedor será intimado para pagar em 15 dias, sob pena de 
multa de 10 % + honorários de 10%. 
Se pagar – acabou o processo. 
Não pagou – corre automaticamente o prazo de 15 dias para impugnação do 
devedor. 
A impugnação é a defesa do devedor e não exige prévia garantia. A impugnação não 
suspende o processo, salvo se houver prévia garantia e urgência. 
Da decisão na impugnação que extingue o processo, cabe apelação. Porém, se o processo 
prosseguir caberá, agravo de instrumento. 
 
MÓDULO ESPECÍFICO 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Exposição de motivos 
 Harmonização com CF (artigo 1º) 
 Simplificar o sistema 
 Dar rendimento ao processo (menos atos, mais resultados) 
Procedimento comum (não há mais sumário e ordinário) 
Petição inicial → juízo de admissibilidade → citação para comparecer em audiência de 
mediação/conciliação → contestação → providências preliminares → julgamento conforme o 
estado do processo → despacho saneador → instrução processual (acaba na audiência de 
instrução e julgamento) → sentença 
 Petição inicial → contestação = fase postulatória 
 Contestação → despacho saneador = fase ordinatória 
61 
 
 Saneador → Audiência de instrução e julgamento = fase instrutória 
 Audiência de instrução e julgamento → sentença = fase decisória 
1 INSTRUÇÃO PROCESSUAL 
Prova é meio pelo qual se convence o juiz de um fato controvertido e relevante ao 
processo. 
1.1 Classificação das provas 
a) Sujeito 
i) pessoal, é aquela realizada por uma pessoa. Exemplo: testemunhal, depoimento 
pessoal; 
ii) real, é aquela realizada por meio de uma coisa. Exemplo: perícia em automóvel. 
b) Objeto 
i) direta, é aquela que está ligada diretamente ao fato. Exemplo: contrato quando se 
discute sobre a (in)existência de negócio jurídico. 
ii) indireta, é aquela que não está ligada diretamente ao fato, mas mesmo assim 
comprova sua (in)existência. Exemplo: testemunha confirma que o réu estava viajando 
com ela, portanto não causou suposto acidente. 
c) Forma 
 i) oral; ii) escrita. 
1.2 Objeto da prova 
 Em regra, os fatos relavantes ao processo. 
EXCEÇÃO: direito (art. 376) municipal, estadual, estrangeiro e consuetudinário. Não 
precisam ser comprovados os fatos notórios, afirmados pela parte e confessado pela 
outra e aquele sobre os quais existe presunção de veracidade (revelia). 
IV – PROVA EMPRESATADA (NOVO) 
É a utilização de prova produzida em outro processo para solucionar um caso concreto. 
O juiz atribuirá o valor que considerar mais adequado. 
V – ÔNUS DA PROVA (NOVO) 
Regra: autor prova fatos constitutivos, réu para fatos impeditivos, modificaticos ou 
extintivos do direito do autor (prov quem alega). 
ATT.: o juiz pode alterar o ônuas da prova em casos previsto em lei ou diante das 
peculiaridades do caso ou maior dificuldade ou facilidade da parte contrária em provar 
o fato. É a chamada distribuição dinâmica do ônus da prova. 
62 
 
OBS.: as partes também podem convencionar o ônuas da prova de forma diferente. 
VI – MEIOS DE PROVA (384) 
a) ata notarial: atesta existência de ato, fato ou documento por tabelião. Exemplo: 
conversa de whatsapp registrada (meio de prova já era usada, mas não prevista). 
b) depoimento pessoal 
 c) confissão 
 d) documental 
 e) testemunhal 
f) pericial 
 g) inspeção judicial 
VII – DEPOIMENTO PESSOAL (385 e seguintes) 
Oitiva das partes para obter a confissão delas. Essa prova será requrida pela parte 
contrária ou pelo juiz (de ofício) sendo o depoente intimado pessoalmente. Se a parte 
não comparecer ou não responder as perguntas, os fatos serão presumidos verdadeiros. 
CUIDADO: a parte ré só não é obrigada a depor sobre fatos criminosos ou torpes 
relacionados a si ou parente suscecível, ou se deve guardar sigilo profissional. 
VIII – CONFISSÃO (389 e seguintes) 
 É a declaração como verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária. 
 → Confissão é indivisível e irrevogável 
→ Não se admite confissão para fatos relacionados a direitos indisponíveis. Exemplo: 
paternidade. 
 → Confissão de um litisconsorte não prejudica os outros 
IX – DOCUMENTAL (405 e seguintes) 
É toda a prova física. Exemplos: contrato, fotografia, filme, e-mail (422). É possível 
juntar prova da internet, mas se for impugnada será necessário confirmar a sua 
autenticação eletrônica. 
→ Documento público: funcionário público que comprova os fatos presenciados por 
ele. 
→ Documento privado: produzido por particular, nesse caso o documento é indivisível. 
Em regra, o documento tem que ser juntado na primeira oportunidade que a parte se 
manifestar. 
63 
 
ATT.: as aprtes podem juntar documento posteriormente, desde que de forma justificada 
(435). 
É possível a alegação de falsidade de documento, sendo a parte contrária intimada para 
se manifestar em 15 dias, após haverá perícia, que só não ocorrerá se a parte retirar o 
seu documento. 
X – TESTEMUNHAL (442 e seguintes) 
É a oitiva de terceiros que não fazem parte do processo. Qualquer pessoa pode ser 
testemunha, salvo o incapaz, o impedido e o suspeito.Cada parte pode arrolar até 10 testemunhas, mas somente 3 para cada fato (357) 
NOVIDADE: as perguntas serão feitas diretamente para as testemunhas (459) 
XI – PERICIAL (464 e seguintes) 
 É aquela realizada toas as vezes em que for necessário conhecimento específico. 
Em regra, o juiz nomeará o perito, mas as partes, em comm acordo, podem nomear um 
perito (471) 
XII – INSPEÇÃO JUDICIAL (481 e seguintes) 
 É o exame realizado diretamente pelo juiz. 
 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
CPC/73 tinhamos 3 tipos de processo: 
 - Conhecimento 
 - Execução 
 - Cautelar 
CPC/15 temos apenas 2 tipos de processo: 
 - Conhecimento 
 - Execução 
O processo de conhecimento tem por finalidade obter uma sentença. 
O processo de execução tem por finalidade satisfazer um título executivo. 
CPC/73 procedimentos: 
64 
 
- Especial (previsto tanto no CPC quanto em leis especiais, exemplos: ação possessória, 
ação monitória, consignação em pagamento, etc.) 
- Comum 
- Sumário (artigo 275 do CPC/73): a) valor da causa (até 60 salários mínimos); 
b) matéria (parceria rural, cobrança de condomínio, 
ressarcimento/indenização por dano em prédio urbano ou rústico, 
indenização por acidente de veículo terrestre, cobrança de seguro por 
acidente de veículo, cobrança de honorários, revogação de doação). 
PI > Citação > Audiência inicial/contestação > Audiência de instrução e 
julgamento se necessária dilação probatória > Sentença. 
 - Ordinário (residual) 
ATENÇÃO: o NCPC determina que os processos iniciados pelo rito sumário 
permanecem no rito sumário, muito embora não haja mais previsão do rito sumário. 
CPC/15 procedimentos: 
- Especial 
- Comum 
OBSERVAÇÃO: os procedimentos especiais têm por finalidade tutelar interesses para 
finalidades específicas e por isso merecem atenção do código. 
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL 
 Artigo 98 da CF, que determina a criação de Juizados Especiais Cíveis 
 Lei 9.099/95, Juizado Eespecial Cível 
 Lei 10.259/01, Juizado Especial Federal 
 Lei 12. 153/09, Juizado Especial da Fazenda Pública 
1.1 PRINCÍPIOS (artigo 2º da lei 9.099/95 – CESIO) 
1.1.1 Princípio da celeridade 
Para buscar a solução mais rápida do processo a lei literalmente eliminou alguns atos 
processuais. Exemplos: não cabe reconvenção, não cabe intervenção de terceiro4, não 
cabe prova pericial, há concentração de atos em audiência. 
1.1.2 Princípio da economia processual 
 Vide 1.1.1 (princípio da celeridade). 
 
4 Vide item 1.3 (INTERVENÇÃO DE TERCEIROS E LITISCONSÓRCIO) 
65 
 
1.1.3 Princípio da simplicidade 
Nos juizados os atos nulos praticados podem ser considerados válidos se atingirem sua 
finalidade. 
1.1.4 Princípio da informalidade 
 No JEC, não será necessário advogado para causas de até 20 salários mínimos. 
1.1.5 Princípio da oralidade 
 Os atos praticados no JEC podem ser orais (petição inicial, mandato, contestação e até 
mesmo embargos de declaração, v.g.) 
 
1.2 COMPETÊNCIA5 
1.2.1 Valor da causa 
É possível propor ação no JEC com valor da causa de até 40 salários mínimos, porém 
até 20 salários mínimos para ajuizar sem advogado. 
O autor pode renunciar o valor excedente de 40 salários mínimos, e a sentença que 
ultrapassar esse valor será considerada ineficaz. 
 O acordo no JEC pode superar o valor máximo de 40 salários mínimos. 
1.2.2 Matéria (artigo 3º, inciso II, lei 9.099/95) 
a) Despejo para uso próprio (não importa o valor) 
b) Possessória de imóvel de até 40 salários mínimos 
c) Causas de rito sumário previstas no artigo 275, II, do CPC/73 
ATENÇÃO: o artigo 1.063 do NCPC determina que até a edição de lei específica o JEC 
continua competente para as causas de rito sumário do artigo 275, II, do CPC/73. 
OBSERVAÇÃO: nunca correrão no JEC as causas de alimentos, falência, acidente de 
trabalho, relacionada a estado e capacidade das pessoas, e de interesse da Fazenda 
Pública. 
1.2.3 Pessoa (artigo 8º da lei 9.099/95) 
Em regra, qualquer pessoa física pode propor ação no JEC, salvo as incapazes, as presas, 
a massa falida e o insolvente. 
Exceção: as ME e as EPP podem propor ação no JEC. Réu pode ser qualque PJ. 
 
5 O JEC é opcional. 
66 
 
1.2.4 Territorial 
Em regra será proposta no domicílio do réu ou onde ele exercer a atividade profissional. 
1.3 INTERVENÇÃO DE TERCEIROS6 E LITISCONSÓRCIO 
 O JEC proibe qualquer intervenção de terceiros e permite o litisconsórcio. 
ATENÇÃO: o artigo 1.062 do NCPC permite o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica. 
1.4 PROCEDIMENTO 
Petição incicial > citação para audiência de conciliação > acordo resulta em extinção > 
sem acordo, audiência de instrução e julgamento > sentença > execução 
Diferenças no JEC: 
→ Petição incial pode ser oral ou escrita, sendo importantíssimo o valor da causa. No 
JEC, para propor ação não é necessário recolhimento de custas, salvo se o autor não 
comparecer na audiência inicial injustificadamente. CUIDADO: para recorrer será 
necessário o preparo, inclusive haverá condenação em honorários. 
→ Citação: só pode ser realizada por carta ou por mandado, nunca por edital. 
OBSERVAÇÃO: existe revelia se o réu não contesta, e também se ele não comparece 
em qualquer audiência. 
→ Audiência de conciliação: é a primeira audiência dentro do procedimento, podendo 
ser conduzida por um juiz togado ou leigo, e se o réu não comparecer pessoalmente será 
considerado revel. 
→ Audiência de instrução e julgamento: ocorrerá todas as vezes que não houver acordo 
anterior, momento em que o réu apresenta a sua contestação e/ou pedido contraposto. 
OBSERVAÇÃO: o JEC admite todos os meios de prova, salvo a prova pericial. 
→ Sentença: acabada a instrução o juiz profere uma sentença, que dispensa relatório. A 
sentença do JEC sempre liquida e com valor de até 40 salários mínimos. 
OBSERVAÇÃO: em face da sentença será cabível o Recurso Inominado, no prazo de 
10 dias, e o preparo pode ser recolhido 48h depois da interposição. 
Embargos de Declaração: são cabíveis da sentença omissa, obscura ou contraditória, 
interrompendo o prazo para outros recursos (artigos 1.062 e 1.065 do NCPC). 
→ Execução: o JEC é competente para executar sua sentença e a defesa do executado 
só pode ser apresentado se houver garantia (embargos à execução), não há impugnação. 
 
6 São intervenções de terceiros: i) assistência; ii) denunciação da lide; iii) chamamento ao processo; iv) 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica; v) amicus cariae. 
67 
 
O JEC também é competente para executar título extrajudicial de até 40 salários 
mínimos. 
 
 
68 
 
DIREITO PENAL 
TEORIA DO CRIME 
 Prevalece no Brasil que crime é FATO TÍPICO, ANTIJURÍDICO e CULPÁVEL 
1.1 Teoria do fato típico 
Fato típico compreende a conduta e a tipicidade. São chamadas essenciais pois presentes 
em todos os fatos típicos. 
Nexo de causalidade e resultado. São tratadas como eventuais pois presentes 
apenas nos crimes materiais. 
1.2 Teoria da conduta 
Conduta é o movimento corpóreo humano, positivo ou negativo, consciente e 
voluntário, dirigido a uma finalidade (conceito finalista). 
→ Causas que excluem a conduta: 
a) Força física irresistível: é aquela que se impõe diretamente sobre o corpo do 
sujeito determinando-o ao movimento positivo ou negativo. 
b) Ato reflexo, movimento inconsiente, como o espasmo e o movimento durante 
o sono. 
 → Classificação dos crimes quanto a conduta: 
a) Comissivos: são os praticados mediante ação positiva, ou seja, o sujeito viola 
uma norma proibitiva.b) Omissivos: a ação é negativa, ou seja, o sujeito não faz o que deveria fazer, 
viola uma norma mandamental. 
 b.1) Omissivos próprios 
 - Dever jurídico de agir 
 - Não há resultado naturalístico no tipo 
 - Previsão típica direta 
 - Dever geral de agir 
 b.2) Omissivos impróprios (comissivo por omissão) 
 - Dever jurídico de agir para impedir o resultado 
 - Resultado relevante para o tipo 
 - GARANTE (artigo 13, §2º, do CP) 
69 
 
→ Garante por dever legal: é aquele a quem a lei impõe o 
dever de guarda, proteção ou vigilância. 
→ Garante por dever contratual: se o sujeito por qualquer 
meio assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. 
→ Dever de ingerência: se o sujeito com sua conduta 
anterior gerou o risco da produção do resultado. 
OBSERVAÇÃO 1: para que a omissão tenha relevância penal, a ação deve ser 
possível no caso concreto. 
OBSERVAÇÃO 2: o crime omissivo impróprio é, em regra, previsto como um 
crime comissivo, expecionalmente punido por omissão quando previsto o dever 
de GARANTE. 
1.3 Teoria do resultado 
 É a alteração do mundo exterior diversa da conduta e gerada por esta. 
 Classificação dos crimes quanto ao resultado naturalístico: 
a) Material 
- É aquele em que o tipo faz a previsão do resultado e o exige para a consumação.
 
b) Formal 
- É aquele em que o tipo faz a previsão do resultado mas não o existe para 
comsumação. Exemplo: extorsão mediante sequestro, que se consuma com o 
sequestro, independentemente do pedido de resgate; crime contra a honra. 
 c) De mera conduta 
- É aquele em que o tipo não faz previsão de resultado. Exemplos: todos os 
crimes omissivos próprios, a invasão de domicílio, etc. 
1.4 Nexo de causalidade 
 É a relação física, lógica, de causa e efeito, entre a conduta e o resultado. 
No Brasil, nos termos do artigo 13, causa é toda a condição sem a qual (conditio sine 
qua non) teria ocorrido o resultado nas mesmas circunstâncias. 
Há, no entanto, uma hipótese excepcional que por força da lei (artigo 13, §1º) “rompe” 
o nexo causal e, assim, o autor não responderá pelo resultado, mas apenas pela própria 
conduta. 
É a causa superveninente, relativamente independente. São dois requisitos: a) é causa 
que surge depois da conduta; b) não constuma acontecer, é imprevisível. Não responde 
pelo resultado, mas somente pela conduta. 
70 
 
 TIPICIDADE 
1. Tipicidade Objetiva 
 Cada crime é diferente do outro. 
2. Tipicidade Subjetiva 
→ Dolo: é a consciência e vontade de realizar os elementos objetivos do tipo. (artigo 18) 
 a) Dolo direto 
 - 1º grau: o agente prevê e deseja o resultado. 
- 2º grau: também chamado de dolo das consequências necessárias, é a situação 
e que o agente prevê o resultado e sabe que ele com certeza ocorrerá, mas não o 
deseja. Exemplo: sujeito quer matar a pessoa que está num carro e mata, 
juntamente, o carona, por explosão. 
 b) Dolo indireto 
- Eventual: o agente prevê o resultado e assume o risco de produzi-lo, ou seja, 
concorda antecipadamente com o possível resultado lesivo. 
 - Alternativo: o agente prevê e deseja um ou outro resultado. 
OBSERVAÇÃO 1: só haverá dolo eventual se o problema disser claramente que o 
agente concordou com o resultado. 
→ Culpa: é a inobservância de um dever de cuidado objetivo. Tem como modalidades a 
negligência (falta de ação cuidadosa), a imprudência (realização da ação perigosa) e a imperícia 
(falta de habilidade técnica para o exercício profissional), salvo quando houver previsão 
expressa a conduta só é típica se praticada dolosamente. Dos crimes contra a vida apenas o 
homicídio admite forma culposa. Dos crime contra o patrimônio, apenas a receptação admite a 
forma culposa. Dos crimes contra administração, somente o peculato admite a forma culposa. 
Dos crimes contra a honra e contra a dignidade sexual, nenhum admite a foma culposa. (artigo 
18) 
 a) Culpa consciente 
 O agente prevê o resultado mas espera que ele não ocorra. 
 b) Culpa inconsciente 
 O agente não prevê um resultado que, no entanto, era previsível. 
OBSERVAÇÃO 2: se o problema informar que o resultado era imprevisível, tal 
resultado será atipico. 
2. Crime preterdoloso 
71 
 
Artigo 19. Trata-se de um único crime composto simultâneamente de dolo e culpa, ou 
seja, dolo na conduta e culpa no resultado. Exemplo: artigo 129, §3º, lesão corporal 
seguida de morte. 
 
ERRO DE TIPO 
1. Erro de tipo essencial (artigo 20, caput) 
 O agente não consciência sobre um dos elementos do tipo. 
Exemplos: mata alguém pensando que é animal; sexo com menor de 14 anos pensando 
que era maior; porta droga pensando que outro produto. 
Consequência: 
 → Erro inevitável/escusável: exclui dolo e culpa. 
→ Erro evitável/inescusável: exlcui o dolo mas permite a punição por culpa, se 
houver previsão. 
2. Erro de tipo acidental (artigo 20, §3º, e artigos 73 e 74) 
ERRO SOBRE A PESSOA 
ERROR IN PERSONAE 
ERRO NA EXECUÇÃO 
ABERRATIO ICTUS 
RESULTADO DIVERSO 
ABERRATIO CRIMINIS 
Confusão pessoa 
Acidente, erro na execução, 
atinge pessoa diversa da 
pretendida 
Acidente ou erro, quer-se 
atingir coisa e atinge pessoa 
Responde como se tivesse 
atingido a pessoa pretendida 
Responde como se tivesse 
atingido a pessoa pretendida 
Responde pelo que 
efetivamente atingiu, mas de 
forma culposa 
 
Com mais de um resultado, 
concurso formal 
Se não houver forma 
culposa, responde pela 
tentativa do pretendido 
 
Se atingir coisa mais pessoa, 
concurso formal 
 
 
72 
 
ETAPAS DA REALIZAÇÃO DO DELITO E CONCURSO DE PESSOAS 
1 CRIME TENTADO (artigo 14, II) 
a) Requisitos: 
1º. Início de execução (é aquela fase do iter criminis em que se inicia a agressão ao bem 
jurídico, por meio da realização do núcleo do tipo penal); 
 2º. Não consumação; 
 3º. Circunstância alheias à vontade do agente. 
b) Punição da tentativa (artigo 14, parágrafo único): 
“Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.” 
O juiz leva em conta o iter criminis percorrido, ou seja, quanto mais próximo da 
consumação, menor a diminuição. 
Excepcional a pena do crime tentado é idêntica à do consumador, como, por exemplo: 
“art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de 
segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa” (é classificado pela doutrina 
como crime de atentado ou de empreendimento). 
c) Infrações penais que não admitem tentativa (C H U P A O) 
C ulposa, salvo a culpa imprópria 
H abituais 
U nisubsistentes 
P reterdolosos 
A Tentado/ empreendimento 
O missivos próprios/puros 
+ a contravenção penal e os artigos 122* e 164 do CP. 
Art. 122 – “Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o 
faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um 
a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave”. 
Consuma-se ou com a morte da vítima ou quando esta vem a sofrer lesões graves. (Caso 
a vítima sofra lesão leve ou não sofra qualquer lesão, o fato é atípico) 
d) Desistência Voluntária 
Art. 15, 1ª parte: “o agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução 
ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.” 
73 
 
Aqui há início da execução do crime que não se consuma pela própria vontade do agente. 
Na desistência voluntária, o agente não esgotou os meios executórios do crime. Ex.: 
Tício, com intenção de matar Mévio, dispara apenas um de seus três projeteis de sua 
arma, e percebendo quea vítima não morreu, resolve ir embora. 
Na desistência voluntária, afasta-se a tentativa e o agente só responde pelos atos já 
praticados, desde que típicos. (No caso dado acima, Tício irá responder pelo crime de 
lesão corporal.) 
e) Arrependimento Eficaz 
Art. 15, 2ª parte: “o agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução 
ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.” 
Aqui o crime não se consuma pela própria vontade do agente (há também o início da 
execução do crime). No arrependimento eficaz o agente esgota os meios executórios do 
crime e depois pratica nova conduta para impedir que o resultado aconteça. 
Ex.: Tício, com intenção de matar Mévio, dispara todos os projeteis de sua arma e depois 
o socorre levando-o ao hospital, ocasião em que sobrevive. 
No arrependimento eficaz afasta-se a tentativa e o agente só responde pelos atos já 
praticados, desde que típicos. (No caso dado acima, Tício pelo crime de lesão corporal.) 
f) Arrependimento posterior 
Art. 16: “nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o 
dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato 
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.” 
Trata-se de causa obrigatória de redução da pena de 1 a 2/3. 
Requisitos: 
1º. Crime cometido sem violência ou grave ameaça a pessoa 
2º. Reparação do dano ou restituição da coisa 
3º. Ato voluntário do agente (não se exige espontaneidade até antes do recebimento da 
denúncia ou queixa, caso seja posterior será mera atenuante) 
g) Crime impossível 
Art. 17: “não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.” 
O Agente pratica atos executórios, mas estes são incapazes de levar a consumação do 
crime. 
Consequência: O agente não responde por crime tentado. 
Hipóteses: 
74 
 
a) Absoluta impropriedade do objeto (matar um morto) 
b) Absoluta ineficácia do meio (tentar matar alguém usando bala de festim) 
c) Flagrante preparado ou provocado (criação da doutrina e da jurisprudência) 
Constata-se quando alguém insidiosamente (traiçoeiramente), induz 
outra pessoa a cometer uma conduta criminosa e, simultaneamente, adota 
medidas para impedir a consumação. (vide súmula 145 do STF) 
2 CONCURSO DE PESSOAS (art. 29 ao 31) 
Autor: é aquele que realiza a conduta descrita no verbo nuclear. 
Co-autor: é aquele que pratica os atos executórios do crime. (Ex.: aquele que segura a 
vítima para viabilizar a conjunção carnal) 
Participe: é aquele que presta auxilio moral (ocorre por induzimento – dar a idéia inicial 
ou pela instigação, reforçar a idéia já existente) ou material (fornecer instrumentos do 
crime, atrair a vítima até o local do crime). 
a) Requisitos: PRIL 
P luralidade de agentes e condutas 
R elevância causal das condutas 
I dentidade de infração para os agentes 
L iame subjetivo 
i) Relevância causal das condutas 
A conduta das pessoas tem que ter nexo causal com resultado. Para que alguém 
seja partícipe de um crime, tem que praticar a conduta até a consumação. 
Exemplo contrário: delituoso que liga para amigo solicitando a garagem para 
esconder carro objeto de furto, neste caso, o furto já havia se consumado, o 
amigo responderia por FAVORECIMENTO REAL, e não por receptação. 
ii) Identidade de infração para os agentes 
Em regra geral, todos aqueles que se encontram no evento delituoso respondem 
pelo mesmo crime (foi adotada a teoria monista). Excepcionalmente, o código 
penal adotou a teoria pluralista, pois cada agente irá responder por tipos penais 
diferentes, mesmo estando naquele evento delituoso. Ex.: corrupção ativa e 
corrupção passiva. 
iii) Liame subjetivo: é o vínculo psicológico que une as condutas dos agentes. 
CUIDADO: não há concurso de agentes, por falta de liame subjetivo, nos 
seguintes institutos: 
75 
 
→ Autoria colateral: ocorre quando duas ou mais pessoas sem qualquer 
combinação, querem cometer o mesmo crime e agem ao mesmo tempo. Somente 
se fala em autoria colateral propriamente dita quando se consegue apurar quem 
deu causa ao resultado morte. Assim, enquanto este responde por homicídio 
consumado, o outro será enquadrado na tentativa de homicídio. 
→ Autoria incerta: Ocorre quando na autoria colateral, não se consegue apurar 
quem deu causa ao resultado morte. Nesse caso, mesmo com a morte da vítima 
os dois agentes serão enquadradas na tentativa de homicídio. 
b) Circunstâncias incomunicáveis (art. 30) 
Não se comunicam as circunstancias e as condições de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime (é necessário que o agente saiba dessas elementares). Assim 
sendo, um particular pode responder por peculato desde que saiba que está agindo com 
um funcionário público. 
 
ANTIJURIDICIDADE/ILICITUDE 
É a contrariedade do fato com a totalidade do ordenamento jurídico. 
Todo fato típico será antijurídico, salvo se presente uma excludente de antijuridicidade, 
é a tipicidade indiciária da antijuricidade. 
1 Excludentes da Antijuridicidade (art. 23 CP) 
a) Legítima Defesa 
b) Estado de necessidade 
c) Estrito cumprimento do dever legal 
d) Exercício regular de Direito 
Doutrina e jurisprudência aceitam a existência de causas extralegais excludentes da 
antijuridicidade, dentre as quais se destaca o consentimento do ofendido. Lembrar que 
o consentimento do ofendido deve ser válido, livre e o bem jurídico disponível. 
Requisito subjetivo das excludentes de antijuridicidade: para ser beneficiado por 
excludente de antijuridicidade, o sujeito deve conhecer a situação de fato que justifica a 
sua conduta. 
a) Legítima defesa (art. 25 CP) 
i) Agressão injusta: é a conduta lesiva humana. 
Forças da natureza e ataques espontâneos dos animais não configuram agressões. 
Movimentos humanos que não configuram condutas, também não são agressões. 
76 
 
Toda agressão é injusta, salvo se presente uma excludente de antijuridicidade. 
Possível concluir pela inviabilidade da legitima defesa real recíproca, ou seja, 
que duas pessoas estejam ao mesmo tempo em legítima defesa real, uma contra 
a outra. 
ii) Atual ou Iminente 
Atual é a que está acontecendo e iminente é a que vai acontecer no próximo 
instante. Possível concluir pela inviabilidade de legitima defesa contra agressão 
passada ou futura. 
iii) Bem jurídico próprio ou de terceiro 
Deve haver proporcionalidade entre o bem defendido e o bem objeto da reação. 
iv) Meio necessário 
É o meio menos lesivo ao alcance do autor suficiente para afastar a agressão. 
Meio menos lesivo: não se exige a precisão na aferição do meio necessário. Meio 
único é sempre meio necessário. 
v) Uso moderado 
É o emprego do meio necessário, da forma menos lesiva suficiente para afastar 
a agressão. 
b) Estado de necessidade (art. 24) 
Requisitos: 
i) Situação de perigo atual não criada voluntariamente pelo autor. 
Obs.: A lei trata apenas do perigo atual, mas prevalece na doutrina que o perigo 
iminente também pode dar ensejo ao estado de necessidade. 
ii) Sacrifício inevitável e razoável. Inevitável é aquele que não se pode evitar sem risco 
pessoal. No Brasil prevalece que é razoável o sacrifício de um bem para salvar outro de 
maior ou igual valor. 
Obs.1: No sacrifício de um bem para salvar outro de menor valor, não há estado 
de necessidade excludente da antijuridicidade, mas o Juiz poderá diminuir a 
pena, com base no art. 24, §2°. 
Obs.2: Não pode arguir Estado de necessidade, quem tem o dever legal de 
enfrentar o perigo. 
c) Estrito cumprimento do dever legal. 
Dever legal é aquele que emana de norma genérica e abstrata. O merocumprimento de 
uma ordem concreta de um superior hierárquico não exclui a antijuridicidade, mas pode 
configurar obediência hierárquica que exclui a culpabilidade. 
77 
 
d) Exercício regular de direito 
“Direito” também é aquele que emana de norma genérica e abstrata. 
Casos consagrados: 
 - Violência desportiva 
 - Intervenção cirúrgica estética 
Obs.: se for curativa, prevalece que é estado de necessidade 
- Ofendículos: são aparatos matérias predispostos para defesa de interesses. Ex.: 
cerca elétrica, cerca com ponta de lança. 
Para Damásio e para FGV, os ofendículos configuram legítima defesa preordenada. 
Obs.: É possível legitima defesa real, em face de legitima defesa putativa. 
 
CULPABILIDADE 
1 CULPABILIDADE 
Significa reprovabilidade: é o juízo de censura sobre aquele que pode e deve agir de 
acordo com o Direito. 
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE EXCLUDENTES DA CULPABILIDADE 
Imputabilidade Inimputabilidade 
Potencial consciência da ilicitude Erro de proibição inevitável 
Exigibilidade de conduta diversa Inexigibilidade de conduta diversa 
 
2 INIMPUTABILIDADE 
a) Menor de 18 anos (recebe sanções do ECA) 
b) Silvícola não adaptado. Responde de acordo com o Estatuto do índio. 
c) Embriaguezes acidentais e completas 
d) Art. 26: é isento de pena aquele que em razão de doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado (causa biológica), não tem condições de compreender 
o caráter ilícito do fato ou portar-se de acordo com o tal entendimento (consequência 
psicológica). Possível concluir que o CP adota uma teoria biopsicológica no art. 26. 
Consequência: O inimputável do art. 26 que pratica fato típico e antijurídico receberá 
medida de segurança em uma sentença de absolvição imprópria. Se o fato é amparado 
por excludente de antijuridicidade, não haverá medida. 
3 SEMI-IMPUTABILIDADE 
78 
 
O semi-imputável tem a princípio as mesmas características do inimputável do art. 26. 
No entanto perder apenas parcial capacidade de ato de determinação. 
Consequência: o semi-imputável que pratica fato típico e antijurídico será condenado e 
receberá pena reduzida ou (sistema vicariante = ou um, ou outro) medida de segurança. 
→ Embriaguez 
É uma intoxicação aguda gerada pela ingestão de álcool ou substancia de efeitos 
análogos capaz de gerar desde ligeira euforia até o estado comatoso (coma alcoólico). 
Sobre a intensidade a embriaguez pode ser: 
a) Incompleta: é a euforia, a perda de freios inibitórios. 
b) Completa: é a perda da autodeterminação (perda de memória). 
c) Comatosa: é o sono profundo, descontrole das funções fisiológicas. 
Classificação da Embriaguez: 
a) Preordenada: se o sujeito se embriagar para tomar coragem (circunstância 
agravante). 
b) Voluntária/culposa: intencional, ou seja, o sujeito se embriaga porque quer, 
culposa é a embriaguez por descuido. 
Não afasta a culpabilidade, o sujeito responde normalmente. 
Crise: se a plicada a teoria da culpabilidade em sua pureza, todos 
os completamente embriagados eram absolvidos, pois a 
embriaguez completa afasta a livre autodeterminação. No entanto 
tal conclusão é inadmissível do ponto de vista político-criminal. 
Solução: teoria da aetio libera in causa: A ação não era livre no 
momento da lesão, mas era livre na origem, na causa 
(embriaguez). 
c) Acidental: caso fortuito ou força maior. É aquela inesperada, imprevisível. 
Força maior é a imposição irresistível, exemplo: trote de faculdade. 
Consequência (artigo 28): na acidental, se for completa, afasta a 
culpabilidade, se incompleta, diminui a pena. 
d) Patológica: é o alcoolismo, doença mental (art. 26). 
4 ERRO DE PROIBIÇÃO 
Por inequívocada compreensão sobre o conteúdo do ordenamento, o sujeito pena que o 
proibido é permitido ou vice-versa. 
79 
 
O erro de proibição pode ser classificado como inevitável (invencível), e evitável 
(vencível). 
Inevitável: o sujeito não sabe da proibição e, nas suas condições devida, não 
poderia saber da proibição. Consequência: Afasta a culpabilidade. 
Evitável: o sujeito não sabe, mas nas suas condições devida poderia saber da 
proibição. Consequência: diminui a pena. (Não potencial consciente da ilicitude) 
Obs.1: Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando desconhecê-la. O erro ora 
estudado não incide sobre a existência da lei, mas sim sobre o conteúdo 
proibitivo que ela veicula. 
Obs.2: Afirmar que o sujeito não poderia saber da proibição é o mesmo que dizer 
que o autor não tinha potencial consciência da ilicitude. 
5 INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
Nos termos do art. 22 são duas as causas: 
Coação moral irresistível e obediência hierárquica (no serviço público). 
 
DOSIMETRIA DA PENA 
É um sistema trifásico (3 fases) 
→ 1ª FASE: Pena base. Circunstâncias judiciais, art. 59. 
Exemplo: antecedentes e comportamento da vítima. 
Não tem valor determinado. 
Nesta fase a pena deve permanecer dentro dos limites legais. 
→ 2ª FASE: Intermediária. Atenuantes e agravantes, art. 61 a 67. 
Exemplo 1, atenuantes: menoridade relativa e confissão. 
Exemplo 2, agravantes: reincidência; embriaguez pré-ordenada. 
Não tem valor determinado. 
Nesta fase a pena deve permanecer dentro dos limites legais. 
→ 3ª FASE: Pena definitiva. Causas de diminuição e aumento de pena, parte geral e especial. 
Causas de diminuição: arrependimento posterior (art. 16), reduz de 1/3 a 2/3. 
Causas de aumento: homicídio praticado contra menor de 14 anos (121, §4º) + 1/3. 
Tem valor expresso em fração. Pode ficar além dos limites legais. 
80 
 
 
1 PRIMEIRA FASE 
São 8 as circunstâncias judiciais (art. 54). A mais importante é os antecedentes 
criminais. 
Súmula 444 do STJ (É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em 
curso para agravar a pena base) Só sentença transitado em julgado e processo findo. 
Segundo o STJ, crime posterior ao crime que se julga, não pode ser considerado como 
maus antecedentes. 
A mesma condenação transitada em julgada, não pode ser considerada como 
antecedentes e reincidência, pois haveria bis in idem. 
A reincidência prevalece sobre os antecedentes. Só haverá antecedentes se não 
estiverem preenchidos os requisitos da reincidência. 
Para maus antecedentes: 
→ Sentença transitada em julgado. 
→ Crime que se julga seja posterior ao crime antecedente. 
Para reincidência: 
→ Sentença transitada em julgado. 
→ Crime que se julga seja posterior ao trânsito em julg pelo crime antecedente. 
2 SEGUNDA FASE 
Súmula 231 do STJ, incidência dessa constância atenuante não pode conduzir a pena 
abaixo do mínimo legal. 
Súmula 545 do STJ: Se a confissão houver sido utilizada para formar o convencimento 
do julgador o agente faz jus a atenuante do art. 65 do Código Penal. 
Havendo concurso entre agravantes e atenuantes a pena devem aproximar-se das 
circunstâncias preponderantes. São circunstâncias preponderantes: RPM (Reincidência, 
Personalidades, Motivo do crime) 
Segundo o entendimento do STJ, é possível a compensação entre reincidência e 
confissão por ser ambas preponderantes. 
3 TERCEIRA FASE 
É o caso de aumento e diminuição. Exemplo crime praticado contra menor de 14 anos 
art. 68 do Código Penal 
81 
 
Art. 68: Quando houver mais de uma causa de aumento e diminuição de pena prevista 
na parte especial, o juiz pode optar somente por uma. 
Súmula 443 STJ – O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo 
circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua 
exasperação a mera indicação do número de majorantes. 
 
HOMICÍDIO 
Art. 121 do Código Penal. 
1 ELEMENTOS DO TIPO 
Tipo objetivo: matar alguém 
Tipo subjetivo: dolo(pena de 6 a 20 anos) 
OBS: homicídio é o único crime contra vida que prevê forma culposa (pena de 1 a 3) 
→ H omicídio 
→ I nfanticídio 
→ S uicídio 
→ A borto 
2 Homicídio "privilegiado " 
Art. 121, §1º. Redução de 1/3 a 1/6 
Privilegiado: é o crime que tem a pena própria. 
Causas de diminuição de pena: são sempre subjetivas, são relacionadas ao motivo. 
→ Sobre o domínio de violenta emoção* logo após injusta provocação da vítima. 
→ Por relevante valor moral. Exemplo: eutanásia (não é nome de crime, é homicídio) 
→ Relevante valor social: é o bem para coletividade (bem coletivo). Exemplo: matar o 
traidor da Pátria. 
*VIOLENTA EMOÇÃO 
Legítima defesa (excludente de ilicitude) 
Para repelir injusta agressão atual ou iminente. 
Domínio de violenta emoção (causa de diminuição de pena). 
Logo após injusta provocação sob domínio de violenta emoção 
82 
 
Influência de violenta emoção (atenuante) 
Sob influência de violenta emoção, provocada por ato injusto 
3 HOMICÍDIO QUALIFICADO 
Artigo 121, §2º. Pena de 12 a 30 anos. 
a) Qualificadoras subjetivas (MOTIVO) 
i. Mediante paga ou promessa de recompensa, (ex. matador de aluguel), ou qualquer 
outro motivo (imoral exemplo: herança). 
ii. Motivo fútil (banal). Exemplo: uma pequena discussão ou briga (trânsito). 
iii. Para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime 
(exemplo: matar a vítima ou a testemunha de outro delito). 
OBS: prevalece que o ciúme e a vingança não são necessariamente motivos torpes ou 
fúteis. 
b) Qualificadoras objetivas (FORMA) 
i. Meio – fogo, explosão tortura, veneno, asfixia ou qualquer outro meio insidioso, cruel, 
ou que cause perigo comum. 
ii. Modo: traição, emboscada, dissimulação ou qualquer outro modo que dificulte a 
defesa. 
OBS: no crime de homicídio qualificado pela tortura, a intenção é matar (crime doloso), 
no crime de tortura qualificado pela morte, a intenção é apenas torturar, mas ocorre o 
homicídio é crime qualificado por morte (preterdoloso). 
c) Qualificadoras do FEMINICÍDIO (art. 121, §2º, VI) 
Crime praticado contra mulheres em razão do sexo feminino. 
§2º-A: considera-se que a razão do sexo feminino. 
a) Quando o crime envolve violência doméstica ou familiar. 
b) Quando crime envolve menosprezo à condição feminina. 
§7º: cuida de causas de aumento de pena para o feminicídio (de 1/3 a 1/2). 
a) Contra menores de 14 anos, maior de 60 ou deficiente. 
b) Na presença de ascendente ou descendente. 
c) Contra mulher grávida ou até três meses até o parto. 
d) Qualificadoras de crime contra policial (art. 121, §2º, VII). 
83 
 
i) Agentes das forças armadas, (art. 52 da CF). 
ii) Agentes policiais (art. 144 da CF). 
iii) Agentes de sistemas penitenciário. 
iv) Agentes forças de segurança nacional ou contra cônjuge, companheiro ou parente 
até terceiro grau. 
e) INFANTICÍDIO, (artigo. 123). 
Elementos do tipo: tipo objetivo e tipo subjetivo. 
Tipo objetivo: matar alguém durante o parto ou logo após, sob influência do estado 
puerperal, o próprio filho. 
Tipo subjetivo: dolo 
OBS1. Quanto ao sujeito ativo: trata-se de crime próprio que só pode ser praticado se o 
agente for a mãe e estiverem estado puerperal. No entanto, admite concurso de pessoas, 
ou seja, o terceiro que concorre também responde por infanticídio. 
OBS2: Quanto ao sujeito passivo: é o próprio filho recém-nascido ou nascente. 
Se for mulher por erro matar o filho alheio, haverá erro quanto a pessoa e responde como 
se tivesse matado o próprio filho. 
 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
1 IMUNIDADES PENAIS NOS CRIMES DO PATRIMÔNIO (art. 181 ao 183) 
Há duas espécies dessas imunidades. 
a) Imunidades penais absolutas ou escusas absolutórias (art. 181 CP) 
Natureza jurídica: São consideradas excludentes de punibilidade (o agente fica isento 
de pena), ficando a autoridade policial impedida de instaurar inquérito policial. 
Hipóteses: 
i) Quando o crime é praticado pelo cônjuge em prejuízo do outro na constância 
da sociedade conjugal. 
ii) Quando o crime é praticado entre parênteses em linha reta (pai e filho, avó e 
neto). Não alcança o parentesco por afinidade. 
b) Imunidades penais relativas ou processuais. (art. 182 CP) 
Natureza jurídica: é a transformação do crime que de ação penal pública incondicionada, 
passa ser apurado por meio da ação penal pública condicionada a representação. 
84 
 
Hipóteses: 
i) Quando o crime é praticado em prejuízo do cônjuge do qual a gente se encontra 
separado judicialmente. 
ii) Quando o crime é comedtido em prejuízo de irmão, sejam germanos ou 
unilaterais. 
iii) Quando o crime é praticado em prejuízo de tio ou sobrinho com quem o 
agente coabita. 
CUIDADO: Não se aplicam as duas espécies de imunidades, nas seguintes hipóteses: 
- Se o crime for de roubo ou extorsão, ou, em geral quando haja emprego de 
grave ameaça ou violência à pessoa; 
- Ao estranho que participa do crime; 
- Se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. 
» Diferenças entre o crime de roubo e extorsão, tendo em vista que ambos ao emprego da 
violência ou grave ameaça. 
Se o próprio agente subtrair o bem, o crime é o de roubo. Se a vítima for obrigada a 
entregar o bem, o crime pode ser de roubo ou extorsão. Será roubo se a vítima entregou, 
mas o agente poderia naquele exato instante ter efetuado a subtração (o comportamento 
da vítima foi irrelevante). Ex.: apontar a arma para a vítima e exigir que ela entregue o 
relógio. O crime será de extorsão quando a vítima efetuar a entrega e ficar provado que 
sua colaboração para o fato criminoso era imprescindível para o agente obter o que 
queria, pois se a vítima se recusa ele não teria naquele momento como efetuar a extorsão. 
Ex.: A vítima é forçada a assinar um cheque; golpe do sequestro relâmpago. 
» Diferenças entre roubo próprio (art. 157 “caput”) e roubo impróprio (Art. 157, §1°) 
No roubo próprio, a violência ou grave ameaça são praticadas antes ou durante a 
subtração, ao passo que no roubo impróprio, a violência ou grave ameaça são utilizadas 
após a subtração a fim de garantir a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si 
ou para terceiro. O roubo próprio admite a chamada violência imprópria (golpe do boa 
noite cinderela), diferentemente do roubo impróprio. 
2 LATROCÍNIO - Roubo seguido de morte (art. 157, §3º) 
Consuma-se com a morte da vítima, independentemente ou não do sucesso da subtração 
da coisa alheia móvel. Por sua vez, o latrocida, ainda que a morte seja dolosa, será 
julgado pelo juiz singular. (Súmulas 603 e 610 do STF) 
3 EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (art. 159, CP) 
Cuida-se de crime formal que se consuma no momento da captura da vítima e não no 
momento do pedido de resgate. O pagamento do resgate é mero exaurimento do crime. 
85 
 
CUIDADO: Caso o agente prive a liberdade da vítima com fins libidinosos, comete o 
crime de sequestro e cárcere privado do art. 148, §1°, V. 
4 FURTO (art. 155 CP) 
O ato de subtração compreende duas hipóteses: 
a) Apossar-se sorrateiramente de um bem alheio e o levar embora (o próprio ladrão pega 
o bem e o leva embora sem autorização) 
b) Quando a própria vítima ou alguém em seu nome entrega uma posse vigiada a outrem, 
e o agente sem autorização leva o bem embora. Posse vigiada é aquela em que o agente 
não está autorizado a deixar o local em que recebeu o bem com este. Ex.: receber o livro 
para ler dentro de a biblioteca escondê-lo na mochila e levar embora. 
Por exclusão só existe apropriação indébita quando a vítima entrega ao agente em uma 
posse desvigiada (quando ele saiu do local com a posse do bem, com autorização para 
tanto). 
5 FURTO DE BAGATELA 
É oinstituto aceito pela doutrina e jurisprudência segundo qual o fato é atípico, em razão 
do princípio da insignificância (exclui a tipicidade material quando o valor subtraído 
não ultrapassa 20% do salário mínimo). Tal princípio não é aceito no roubo porque neste 
há violência e grave ameaça. 
6 FURTO QUALIFICADO PELO EMPREGO DE FRAUDE 
Fraude é qualquer artimanha utilizada pelo agente para viabilizar a subtração. Ex.: 
Fraude para o agente poder ingressar no local do furto, usando o uniforme da empresa 
de telefonia. 
Diferença entre furto qualificado pela fraude e estelionato: enquanto no furto a fraude 
serve para distrair a atenção da vítima e permitir maior facilidade na subtração, no 
estelionato o bem é entregue pela vítima enganada ao agente (golpe do bilhete 
premiado). 
 
MÓDULO ESPECÍFICO 
DIREITO PENAL 
CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO GERAL (arts. 312 a 327) 
1. CONCUSSÃO (artigo 316) 
Exigir vantagem indevida em razão do cargo, mesmo que fora dele ou antes de assumí-
lo. 
86 
 
Observação 1: se o funcionário SOLICITAR OU RECEBER a vantagem, o crime será 
de CORRUPÇÃO. 
Observação 2: se o funcionário público exigir tributo ou contribuição social que sabe ou 
deveria saber ser indevido, ou, embora devido, emprega na cobrança meio que a lei não 
autoriza o crime será de EXCESSO DE EXAÇÃO. 
2. EXCESSO DE EXAÇÃO (artigo 316, §§ 1º e 2º) 
Exigir tributo ou contribuição social que sabe ou deve saber ser indevido, ou, embora 
devido, emprega na cobrança meio não autorizado em lei. (R3a8) 
→ Se o funcionário público se apropriar do que recebeu indevidamente, trata-se de 
EXCESSO DE EXAÇÃO QUALIFICADA. (R2a12) 
Observação: se o funcionário público exige, solicita, recebe ou aceita promessa de 
vantagem para deixar de lançar ou cobrar tributo haverá crime contra a ordem tributária 
previsto no artigo 3º, II, da lei 8137/90. 
3. CORRUPÇÃO PASSIVA (artigo 317) 
Solicitar ou receber promessa de vantagem indevida em razão do cargo, mesmo que fora 
dele ou antes de assumí-lo. 
Se em virtude da vantagem o funcionário público retarda, deixa de praticar ou pratica 
contra a lei ato de ofício haverá CORRUPÇÃO PASSIVA MAJORADA (mais um 
terço, não haverá corrupção passiva + prevaricação). 
Se o funcionário público pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração 
de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem, trata-se de 
CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA. (artgio 317, § 2º) 
Observação 1: se o funcionário público retarda, deixa de praticar ou pratica contra a lei 
ato de ofício em atendimento a interesse ou sentimento pessoal o crime será de 
PREVARICAÇÃO. (mesma pena que corrupção passiva privilegiada, na prática 
geralmente se usa PREVARICAÇÃO) 
Observação 2: corrupção passiva X corrupção ativa 
 
CORRUPÇÃO ATIVA (333) CORRUPÇÃO PASSIVA (317) 
Oferecer Receber 
Prometer Aceitar promessa 
Paga?Dá? Entrega?7 
Condta atípica por falta de previsão 
Solicitar 
 
 
7 Em 2000 foi introduzido no CP o crime de CORRUPÇÃO ATIVA nas transações comerciais internacionais 
(337-B), onde o tipo é oferecer, prometer ou dar, reflete no sentido de que não se trata da redundância, portanto 
dar é conduta atipica por falta de previsão legal. 
87 
 
4. PREVARICAÇÃO (319) 
Retardar, deixar de praticar, praticar contra lei ato de ofício, em atendimento a interesse 
ou sentimento pessoal. 
Observação 1: se o funcionário público por compaixão deixa de punir o subordinado 
faltoso ou deixar de informar a falta a quem tenha competência para impor a punição o 
crime será de CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA (não abrange colega). 
Observação 2: se o funcionário público, nesta qualidade, descumpre injustificadamente 
ordem legal de superior hierárquico o crime será de PREVARICAÇÃO e não de 
desobediência (330), que somente se aplica a particular (quando houver resistência, com 
violência ou grave ameaça, o crime é de RESISTÊNCIA e não de desobediência). 
5. PECULATO (312 e 313) 
a) PECULATO PRÓPRIO (312, caput): apropriar-se o funcionário público de dinheiro, 
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem posse em razão 
do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alhieo. 
 a.1) Peculato “apropriação” 
 a.2) Peculato “desvio” 
b) PECULATO IMPRÓPRIO (312, § 1º) 
a.1) Peculato “furto”: subtrair ou facilitar a subtração de bem móvel público ou 
particular valendo-se da facilidade proporcionada pelo cargo. Caso um terceiro 
ajude, há concorrência e as elementares se comunicam, portanto responde o 
particular também por peculato. 
c) PECULATO CULPOSO (312, § 2º) 
 Concorre culposamente para o crime de outrem. 
Observação: no peculato culposo a reparação do dano antes do trânsito em 
julgado extingue a punibilidade. Se posterior reduz a pena pela metade. 
 
88 
 
2 TEORIA DA LEI PENAL 
2.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 Não há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal. 
 Princípios decorrentes da legalidade: 
2.1.1 Princípio da estrita reserva legal 
Apenas a lei em sentido estrito, ou seja, a lei ordinária pode tratar de crimes e penas. 
Medida provisória e lei delegada, ainda que tenham força de lei ordinária não podem tratar de 
crimes e penas. 
2.1.2 Taxativade 
 A lei deve esclarecer o que é e o que não é crime. Classificamos como tipo fechado 
aquele que cumpre. Os tipo dolosos devem ser fechados. Tipo aberto é aquele que não cumpre 
a taxatividade. Os tipos culposos podem ser abertos. 
2.1.3 Exigibilidade de lei escrita 
 É vedada a punição por semelhança, por analogia. LEMBRAR que é possível analogia 
se favorável ao réu. 
2.1.4 Legalidade das penas 
 As penas também devem estar claramente previstas. Para a doutrina, limites muito 
amplos na fixação da pena violam o princípio. 
2.1.5 Anterioridade 
 A lei deve ser anterior ao fato. 
2.2 LEI PENAL EM BRANCO 
 É aquela que precisa do complemento de um outro ato normativo para que tenha sentido. 
Exemplo: contrair casamento com ciência de impedimento absoluto (se faz necessário ato 
normativo para definir quais são os impedimentos absolutos). A lei penal em branco pode ser 
classificada como: 
2.2.1 Homogênea (lato sensu) 
 Se o complemento está em outra lei. LEI + LEI (homogênea) 
2.2.2 Heterogênea (stricto sensu) 
 Se a lei é complementada por ato normativo diferente da lei, como um decreto, portaria, 
resolução, etc. A lei de drogas é uma lei penal em branco heterongênea. 
OBSERVAÇÃO: lei penal em branco invertida ou ao revés, é aquela em que a descrição da 
conduta incriminada está completa, mas o preceito sancionador, ou seja, a pena, precisa do 
89 
 
complemento de outra lei (logo será sempre homogênea). Exemplo: genocídio, traz o crime 
mas não a pena. 
2.3 LEI PENAL NO TEMPO 
 Como premissa deve ser respeitado o princípio da anterioridade. O princípio reitor no 
Direito Penal é a retroatividade da lei penal benigna. A nova lei penal que de qualquer forma 
favorecer o réu será aplicada em seu benefício, mesmo que já transitada em julgado a 
condenação ou extinta a pena, ou seja, não há limite. 
2.3.1 Competência para aplicar a nova lei benigna 
 Até o trânsito em julgado da condenação a competência será do juízo perante o qual 
tramita o processo. Porém, após o trânsito em julgado da condenação a competência para aplicar 
a nova lei benéfica será do juízo das execuções criminais, conforme artigo 66 da LEP e Súmula 
611 do STF (não cabe revisão criminal para aplicar nova lei benéfica). 
2.3.2 Princípios decorrentes da retroatividade da lei benigna 
 → Não ultra-atividade da lei gravosa 
 → Ultra-atividadeda lei benéfica. Se na data do fato a lei era benéfica, e na data do 
julgamento a lei em vigor era gravosa, em razão do princípio da anterioridade será aplicada a 
mais benéfica, ainda que não mais em vigor (mas sim na data do fato). 
 → Irretroatividade da lei gravosa. 
2.3.3 Abolitio criminis 
 É a lei penal revogadora de tipo incriminador. Abolitio criminis é causa extintiva da 
punibilidade que afasta todos os efeitos penais (efeitos extrapenais persistem) de eventual 
sentença condenatória. Reicidente, maus antecedentes, são efeitos penais. Indenização é efeito 
extrapenal, portanto persiste. 
 É permitida combinação de leis para favorecer o réu? A Súmula 501 do STJ pacificou a 
inviabilidade de combinação de leis para favorecer o réu pois o resultado da combinação seria 
equivalente a uma terceira lei, não aprovada pelo Legislativo. 
2.3.4 Lei intermediária 
 É aquela que entra em vigor após a data do fato mas é revogada antes do julgamento. Se 
favorável ao réu, será aplicada? Sim, pois ao entrar em vigor seus termos favoráveis passam a 
integrar o patrimônio jurídico do réu que não pode ser prejudicado pela demora do Estado em 
providenciar julgamento. 
2.3.5 Lei de vigência temporária (artigo 3º do CP) 
 São leis autorevogáveis, ou seja, trazem em seu bojo a autorrevogação. As leis de 
vigência temporária podem ser classificadas como: a) leis temporárias ou b) lei excepcional. 
 a) Lei temporária é aquela que traz expressamente a data termo de sua autorrevogação. 
Exemplo: lei geral da copa; 
90 
 
 b) Lei excepcional é aquela que vincula a sua vigência a um evento excepcional, 
passageiro. Exemplo: é crime enquanto durar a guerra; é crime enquanto durar a seca. 
 Consequências das lei excepcionais ou temporárias. Serão sempre aplicadas aos fatos 
praticados durante a sua vigência mesmo que o julgamento ocorra após a autorrevogação. 
Prevalece na doutrina que são exceções à retroatividade da lei benigna. 
2.3.1 Tempo do crime e lugar do crime 
 Quanto ao tempo do crime, o artigo 4º do CP adota o princípio da atividade, ou seja, 
considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado. 
 No que se refere ao lugar do crime, o artigo 6º do CP adota a teoria da uniquidade, ou 
seja, considera-se praticado o crime tanto no local da ação ou omissão, como no local em que 
ocorreu ou deveria ocorrer o resultado. 
 
91 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO 
 Artigo 2º. A lei nova não retroage, os atos anteriores são válidos (tempu regit actum) 
Exceção: norma mista, que é a norma que possui ao mesmo tempo elementos de direitos 
material e de direito processual. Neste caso, segue o direito material, ou seja, se for mais 
benéfico retroage, 
INTERPRETAÇÃO NO PROCESSO PENAL 
Artigo 3º. Admite interpretação extensiva, aplicação analógica e suplemento dos 
princípios gerais do direito. 
INQUÉRITO POLICIAL 
 Artigos 4º até 23 e 28. 
1 Características do inquérito policial 
 a) Obrigatório: para a autoridade policial. 
 b) Dispensável: para a ação penal. 
c) Inquisitivo: não há contraditório no inquérito policial. Não há exceção de suspeição 
contra o delegado. 
d) Sigiloso: não abrange o advogado (SV14). O advogado não tem acesso à 
interceptação em andamento. 
 e) Escrito 
 f) Indisponível: o delegado não arquiva o inquérito policial (artigo 17). 
2 Início do inquérito policial (artigo 5º) 
a) Ação Penal Publica Incondicionada: pode iniciar de ofício, requisição do juiz ou MP, 
requerimento do ofendido e pelo auto de prisão em flagrante. ATENÇÃO: o delegado é 
obrigado a atender à requisição, em regra. Exceção: quando a ordem for manifestamente 
ilegal. O delegado pode indeferir o pedido do ofendido, desta decisão cabe recurso para 
o chefe de polícia. 
b) Ação Penal Privada ou Pública Condicionada: depende da manifestação do ofendido 
ou do seu representante legal. 
ATENÇÃO: não há inquérito policial no JECRIM, o que existe é o Termo 
Circunstaciado. 
→ Denúncia anônima não pode instaurar inquérito policial. O que o delegado pode fazer 
é realizar diligências e, a partir delas, instaurar o inquérito policial. 
92 
 
3 Desenvolvimento do inquérito policial 
 a) Prazos 
MODALIDADE PRESO SOLTO 
Regra Geral 10 30 
Justiça Federal 15 30 
Tráfico de drogas 30 90 
 
Se a pessoa estiver solta o inquérito sempre pode ser prorrogado. Se estiver 
presa, em regra não pode prorrogar. 
EXCEÇÃO: a) na Justiça Federal, pode ser prorrogado por igual prazo (+15); b) 
casos envolvendo tráfico, o prazo total pode ser duplicado (180 
Nos casos envolvendo crimes hediondos ou assemelhados em que haja decisão 
interlocutória XXXXXX 
b) Indiciamento 
 É ato privativo da autoridade policial e deve ser fundamentado. 
 Só existe no inquérito policial. 
c) Reprodução simulada dos fatos (reconstituição) 
 Artigo 6º. 
 É possível, salvo se violar a moralidade ou a ordem pública 
d) Identificação criminal 
O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas 
hipóteses previstas em lei. 
- Identificação datiloscópica: pode ser determinada pelo juiz ou delegado 
 - Identificação fotográfica: pode ser determinada pelo juiz ou delegado 
- Identificação genética: somente o juiz pode determinar e quando for 
imprescindível para as investigações. 
e) Incomunicabilidade 
 Artigo 21 
 Não abrange o advogado 
 Determinada pelo juiz 
 O prazo é de no máximo 3 dias 
93 
 
 Quando for de interesse da sociedade ou conveniência da investigação exigir 
4 Final do inquérito policial 
 Relatório da autoridade policial será encaminhado para o fórum que enviará para o MP 
 MP pode: 
 → Oferer a denúncia 
 → Propor o arquivamento 
→ Requerer diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia: o juiz não 
pode indeferir o requerimento de diligências, se o fizer, caberá MS do promotor. 
ATENÇÃO: pode haver denúncia sem que haja relatório da autoridade policial, bem 
como sem que haja INQUÉRITO (é dispensável). 
ATENÇÃO: no relatório podem ser indicadas testemunhas que não foram ouvidas 
5 Arquivamento do inquérito policial 
 O MP propõe o arquivamento e submete à apreciação do juiz. 
Se o juiz concorda, arquiva-se. Da decisão do juiz que determina o arquivamento do 
inquérito a pedido do promotor NÃO CABE RECURSO. 
Se o juiz discorda, aplica-se o artigo 28 do CPP, quando os autos serão remetidos ao 
procurador geral. Este pode insistir no arquivamento, denunciar ou designar outro 
promotor para denunciar. 
Não existe artigo 28 em sede de competência originária. 
ATENÇÃO: o arquivamento é diferente do trancamento. No trancamento o tribunal 
determina pela via do habeas corpus. 
6 Desarquivamento do inquérito policial 
Como regra, é possível se houver novas provas e não estiver extinta a punibilidade. O 
arquivamento do inquérito policial não faz coisa julgada. 
Nova prova é a que traz um dado novo. 
Exceção: se o fundamento do arquivamento for a atipicidade da conduta, haverá coisa 
julgada material. O STF decidiu que os casos de arquivamento por excludente de 
ilicitude, não há coisa julgada material, podendo ser desarquivado com prova nova. 
 
94 
 
AÇÃO PENAL 
1 AÇÃO PENAL PÚBLICA 
 O titular da ação é MP 
 A petição inicial é chamada de DENÚNCIA 
 Princípios: 
 → Obrigatoriedade: o MP é obrigado a iniciar a ação penal (não é faculdade). 
Exeção: artigo 76 da lei 9099/95 (transação penal), é o acordo entre o MP 
e o suspeito para que não haja o processo penal. Este acordo consiste na 
aplicação imediata de pena de multa ou restritiva de direitos. Transação 
penal só é possível nas infrações de menorpotencial ofensivo (aquelas 
cuja pena máxima não excede 2 anos). NÃO GERA reincidência e maus 
antecedentes. O “réu” não pode ser beneficiado por outra transação por 5 
anos. 
→ Indisponibilidade: o MP não pode desistir da ação penal já iniciada. Iniciado 
o processo, deve ir até o fim, ainda que seja pedir a absolvição. 
Exceção: artigo da lei 9099/95 (suspensão condicional do processo), 
aplicável ao crimes cuja pena mínima não excede um ano (furto 
simple, por exemplo), oferecida a denúncia o MP proporá a suspensão 
condicional do processo. 
→ Oficialidade: o titular da ação penal pública é um órgão oficial: o Ministério 
Público (artigo 129, I, da CF). 
→ Intranscendência: somente pode ser processado criminalmente o autor da 
infração penal. 
Representação do ofendido (exemplos: ameaça, lesão corporal leve, estupro) 
Prazo de 6 meses a contar do conhecimento da autoria. Não é prazo processual, 
mas sim prazo penal (conta o dia do começo e exclui o dia do final, sendo 
improrrogável se cair em feriado), interferindo na punibilidade e acarretando sua 
extinção. 
Se a vítima morre, a representação para o CADI (conjuge, ascendente, descente 
e irmão). 
É possível a retratação até o oferecimento da denúncia. 
Exceção: nos crimes com violência doméstica ou familiar contra a 
mulher, a vítima só pode se retratar perante o juiz, antes do recebimento 
da denúncia (lei 11340/06, Lei Maria da Penha). 
Requisição do Ministro da Justiça. Exemplos: crime contra a honra do Presidente 
ou chefe de governo estrangeiro; crime praticado por estrangeiro contra 
95 
 
brasileiro fora do Brasil (artigo 7º do CP). PRAZO: enquanto o crime não estiver 
prescrito. 
1.1 Ação Penal Pública Incondicionada 
 O MP não precisa de nenhuma autorização 
1.2 Ação Penal Pública Condicionada 
 O MP precisa de uma autorização 
a) Representação do ofendido 
b) Requisição do Ministro da Justiça 
 
2 AÇÃO PENAL PRIVADA 
 O titular da ação é o ofendido ou seu representante legal 
 A petição inicial é chamada de QUEIXA-CRIME 
 Em regra, os crimes contra a honra são exemplos de APPriv. 
 Princípios: 
 → Oportunidade: a vítima oferece a queixa se quiser. 
 → Disponibilidade: a vítima pode desistir da ação penal já iniciada. 
→ Indivisibilidade: havendo dois ou mais criminosos, a vítima deve oferecer a 
queixa contra todos. 
→ Instranscendência: somente pode ser processado criminalmente o autor da 
infração penal. 
CAUSAS (04) DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE: 
a) Decadência: é a extinção da punibilidade decorrente da perda do direito de queixa ou 
representação (6 meses) pelo decurso do prazo. 
b) Perempção (artigo 60): é a extinção da punibilidade decorrente da inércia do 
querelante. Exemplos: o querelante não dá andamento ao processo por 30 dias seguidos; 
querelante não comparece em audiência que deveria estar presente. 
c) Renúncia (APPriv) d) Perdão do ofendio (APPriv) 
Acontece antes da queixa Acontece depois da queixa 
Renúncia é unilateral (não precisa de 
aceitação do criminoso) 
O perdão é bilateral (precisa de 
aceitação do criminoso) 
Se comunica a todos os criminosos 
Se comunica a todos os criminosos, 
mas só beneficia quem aceitar 
96 
 
 
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA 
a) Ação Penal Privada Propriamente Dita (regra geral). Exemplo: crimes contra a 
honra. Prazo para queixa é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria. Vítima 
morre passa para o CADI. 
b) Ação Penal Privada Personalíssima: somente a vítima pode oferecer a queixa. Se a 
vítima morre, ocorre a extinção da punibilidade. Só há um crime (artigo 236 do CP), 
que é o induzimento em erro essencial ou ocultação de impedimento matrimonial. 
c) Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: se o MP perde o prazo para oferecer a 
denúncia, a vítima pode oferecer a queixa subsidiária. Prazo de 6 meses a contar da 
inércia do MP. Artigo 5º, LIX, da CF. 
3 AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
 Exemplo: assédio sexual (somente existe em âmbito trabalhista). 
 Regra: Ação Penal Pública condionada à representação. 
Exceções: a) vítima menor de 18 anos; b) vítima vulnerável. Nestes casos a ação 
é PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. 
4 AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA 
 Em regra a ação penal é privada. 
Exceção 1: crime de injúria racial (artigo 140, §3º, do CP). A Ação Penal é pública 
condicionada à representação. 
Exceção 2: crime contra a honra de funcionário público no exercício da função. A vítima 
tem duas opções: a) pode ser ação penal privada; b) pode ser ação penal pública 
condicionada à representação. 
 
COMPETÊNCIA 
Competência de justiça ou de jurisdição: qual é a justiça competente. 
Competência hierarquica ou por prerrogativa de função: qual é a instância competente. 
Competência terrritorial: qual é o foro competente. 
Competência de juízo: qual é a vara competente. 
1 COMPETÊNCIA DE JUSTIÇA OU DE JURISDIÇÃO 
→ Justiças especiais 
97 
 
Justiça do Trabalho: segundo decisão com efeito vinculante do STF, nunca julga matéria 
penal (ADIN 3395). Exemplos: falso testemunho na JT, desacato de Juiz do Trabalho, 
redução à condição análoga à de escravo. 
Justiça Eleitoral: julga os crimes eleitorais + crimes conexos. Exemplo: boca de urna 
mais lesão corporal. 
Justiça Militar: julga os crimes militares (não os conexos). Observação: a Justiça Militar 
não é competente para julgar crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra 
civil. 
→ Justiça comum 
Justiça Federal: 
- Crime praticado contra a União. Engloba Administração Direta e Indireta 
(autarquia federal – exemplo: INSS, apropriação indébita previdenciária, 
empresa pública federal – exemplo: CEF, contra a CEF e não na CEF, 
CORREIOS). CUIDADO: não se aplica às Sociedades de Economia Mista. 
- Crime praticado por ou contra funcionário público federal. 
- Crime político (previstos na Lei de Segurança Nacional). NESTE caso, o 
recurso cabível é o Recurso Ordinário Constitucional para o STF. (artigo 102, II, 
b, da CF) 
- Crime à distância: conduta e resultado ocorrem em países diferentes. 
Exemplos: tráfico internacional de drogas, contrabando e descaminho. 
- Crime praticado a bordo de navio ou avião 
- Crime contra o sistema financeiro (Lei do Colarinho Branco) 
- Crime de permanência ou reingresso de estrangeiro expulso 
- Crime contra a organização do trabalho 
- Crime contra direitos indígenas. Exemplo: expulsar os índios de uma reserva 
indígena (matar um índio não é crime contra direitos indígenas). 
- Justiça Federal não julga contravenção penal (sempre será JE). Exemplo: 
contravenção a bordo de avião será da JE – vias de fato, contato sem lesão. 
 Justiça Estadual 
 Tem competência RESIDUAL 
1.1 COMPETÊNCIA HIERARQUICA OU POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 
Não se trata de foro privilegiado. É uma prerrogativa (prerrogativa é algo que diz 
respeito à função, já o privilégio é algo da pessoa). 
98 
 
Crime praticado por: 
PREFEITO → TJ (exceção: se for crime federal, quem julga é o TRF) – 125, CF 
 GOVERNADOR → STJ (independente do crime) – 105, CF 
 PRESIDENTE → STF – 102, CF 
 MINISTRO → STF – 102, CF 
 DEPUTADO FEDERAL E SENADOR → STF – 53, CF 
 JUIZ ESTADUAL E MEMBRO DO MPE → TJ 
 DEPUTADO ESTADUAL E VEREADOR → DEPENDE DA CE 
Segundo o STF, terminado o mandato da autoridade o processo descerá para a comarca 
onde o crime aconteceu. 
Segundo o STF, a competência por prerrogativa de função, quando prevista na CF 
prevalece sobre o júri. 
1.2 COMPETÊNCIA TERRITORIAL (foro competente) 
 Regra (artigo 70 do CPP): é o lugar do resultado, onde o crime se consumou. 
 Se o crime não tem resultado (tentativa), é o lugar do último ato de execução. 
Quandonão é possível precisar o local do crime, a competência se dá pelo domicílio do 
acusado (artigo 72 do CPP). 
Na APPriv, o ofendido tem duas opções: a) processo no lugar do resultado (regra); b) 
processo no lugar do domicílio com acusado. 
Quando o crime for permanente/continuado (que passa por várias cidades), competente 
é o lugar da prevenção (artigo 71 do CPP). 
→ Competência do Juízo (vara competente) 
Regra, distribuição entre as varas. Exceção: varas especializadas (crimes 
previdenciários, vara do júri, etc.). 
Júri = crimes dolosos contra a vida, consumados e tentados, bem como os crimes 
conexos. 
 
PROVAS 
Artigos 155 a 250 do CPP 
1. SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA 
99 
 
a) Livre convencimento motivado/persuasão racional 
 O juiz é livre para decidir, desde que motive. 
b) Íntima convicção 
 O juiz decide sem motivar. Aplica-se ao jurado no Júri. 
c) Prova legal/tarifada 
As provas possuem valor pré-determinado, ou ainda, cada fato se prova por específico 
meio de prova. 
Exemplo: artigo 155, parágrafo único: somente quanto ao estado civil das pessoas 
serão observadas as restrições da lei civil (morte por certidão de óbito, casamento por 
certidão de casamento, etc.) 
Exemplo 2: artigo 158 (exame de corpo de delito): 
2. ÔNUS DA PROVA (artigo 156) 
 Incumbe a quem alega. 
ACUSAÇÃO DEFESA 
Autoria Álibi 
Materialidade 
Elemento subjetivo alegado Elemento subjetivo alegado 
 
 Nos crimes contra a dignadidade sexual, tem prevalência a palavra da vítima. 
3. PROVA ILÍTICA 
ARTIGO 5º, LVI, CF ARTIGO 157, CPP 
inadmissível inadmissível 
---------- desentranhada 
---------- inutilizada 
---------- 
obtida com violação a normas 
constitucionais/legais 
 
 O juiz que toma contato com a prova ilícita não é afastado do processo. 
4. PROVAS EM ESPÉCIE 
4.1 Exame de corpo de delito 
Obrigatório nas infrações que deixam vestígio, não podendo suprí-lo a confissão do 
acusado (artigo 158). 
A prova testemunhal poderá suprir a falta se os vestígios desaparecerem. 
100 
 
→ Peritos: 
 1 peritos oficial ou 2 peritos não oficiais (artigo 159). 
→ Assistente técnico: 
Somente atua após a elaboração do laudo pelos peritos oficiais e sua admissão 
em juízo (artigo 159). Elabora parecer em prazo fixado pelo juiz ou depõe em 
juízo. 
4.2 Interrogatório (artigo 400 do CPP) 
 O fendido 
 T estemunha de acusação 
 T estemunha defesa 
 A ntes do assist. técnico é ouvido o perito 
 A acareação 
 R econhecimento 
 I nterrogatório 
 O juiz decide sobre diligências 
 Debates 
 Sentença 
a) procedimento do interrogatório (artigo 186 e seguintes) 
 - entrevista reservada com o advogado 
- qualificação (direito ao silêncio só incide a partir da qualificaçao – não pode 
mentir na qualificação, nem mesmo invocando a ampla defesa) 
 - interrogatório sobre a pessoa do réu 
 - interrogatório sobre os fatos 
- esclarecimentos das partes (em regra, as partes não perguntam diretamente ao 
acusado, salvo no plenário do júri). 
O advogado de um dos co-réus pode fazer reperguntas para o outro. 
4.3 Confissão 
É retratável e divisível. A pessoa pode se retratar de parte dos crimes confessados 
anteriormente. 
101 
 
Para o STJ, se o juiz usou a confissão deve incidir a atenuante, ainda que ele reconsidere 
a confissão. 
4.4 Ofendido 
 O ofendido será ouvido sempre que possível. 
 Para o STF, pode o juiz indeferir a oitiva da vítima de maneira motivada. 
4.5 Testemunhas 
 Como regra, qualquer pessoa pode ser testemunha. 
EXCEÇÃO: a) testemunha dispensada (artigo 206): são testemunhas que em razão de 
parentesco estão dispensadas de depor, MAS se forem a única fonte de prova, estão 
obrigadas a depor mas sem compromisso; b) testemunha proibda (artigo 207): são 
testemunhas que em razão de função, ministério, ofício ou profissão tem o dever de 
sigilo, MAS se o beneficiário do sigilo requerer e o destinatário aceitar, haverá 
depoimento – exceto advogado. 
CUIDADO: o advogado só pode depor em autodefesa. 
 → Procedimento (artigo 212) 
 Testemunha de acusação: 
 1º acusação, diretamente para testemunha (cross examination) 
 2º defesa, diretamente para a testemunha 
 3º juiz 
 ATENÇÃO: no plenário do júri o juiz é o primeiro a perguntar. 
4.6 Documento 
 Em regra, poderá ser juntado a qualquer tempo no processo. 
EXCEÇÃO: no plenário do júri, só pode ser lido documento que tenha sido juntado com 
3 dias úteis de antecedência (artigo 479). É O ÚNICO PRAZO EM DIA ÚTIL DO CPP. 
Acareação: poderá haver quando houver divergência sobre fato ou circunstância 
relevante (artigo 229) 
Todos podem ser acareados. (A-A, A-O, A-T, T-T, T-O, O-O) As pessoas são 
colocadas lado a lado, é apontada a divergência e tenta-se sanar. 
4.7 Reconhecimento (artigo 226) 
 O reconhecimento pode ser de pessoas ou coisas. 
Reconhecimento fotográfico: o CPP não prevê mas a jurisprudência admite. Pode 
condenar com base nele, desde que não seja a única fonte de prova. 
102 
 
4.8 Busca e apreensão 
→ Pessoal (240, §2º, do CPP): não precisa de mandado, basta que haja fundada suspeita 
(exemplo: revista de policiais) 
Busca e apreensão pessoal em mulher: preferencialmente será feita por outro mulher, 
salvo se importar em prejuízo ou retardamento da diligência. 
→ Domiciliar (artigo 5º, XI, da CF): a casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém 
nela pondendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo: 
 - flagrante - para prestar socorro 
 - desastre - durante o dia por ordem judicial 
 O consentimento pode ser retirado a qualquer tempo. 
Flagrante: a polícia pode entrar à noite sem mandado, desde que haja fundadas 
razões a posteriori que justifiquem a ocorrência de crime permanente. 
Interceptação telefônica está prevista na lei 9296/96, só cabendo para crimes punidos com 
RECLUSÃO, devendo haver indícios razoáveis de autoria e participação, e a prova não puder 
ser obtida por outra forma. 
Para o STF, é válida a gravação de conversa por um dos interlocutores sem o conhecimento do 
outro e sem autorização judicial (chamada gravação clandestina, diferente da interceptação 
telefônica, pois nesta terceiro grava a ligação). 
 
PRISÕES PROCESSUAIS 
São as prisões decretadas antes ou durante o processo penal. 
a) Prisão em flagrante (artigo 301 e seguintes) 
b) Prisão preventiva (artigo 311 e seguintes) 
c) Prisão temporária (lei 7960/89) 
Outras prisões que existem no Brasil: 
- Prisão pena, que é a prisão decorrente de sentença penal condenatória irrecorrível. 
OBSERVAÇÃO: segundo o STF, a pena já pode ser exexutada a partir da 
condenação em 2ª instância. 
 - Prisão civil, que cabe contra devedor voluntário e inescusável de alimentos. 
 - Prisão disciplinar, recai sobre o militar e é decretada por seu superior. 
 Segundo o artigo 142 da CF, contra a prisão disciplinar não cabe HC. 
103 
 
- Prisão administrativa, é a prisão que possui fins administrativos. 
Exemplo: prisão do estrangeiro em vias de ser expulso ou extraditado. 
1. PRISÃO EM FLAGRANTE 
1.1 Hipóteses de flagrante (artigo 302) 
 - Flagrante próprio: o agente está cometendo a infração ou acaba de cometê-la. 
- Flagrante impróprio (quase flagrante): logo após a infração, o agente é perseguido e 
preso. Não há prazo para duração da perseguição. 
- Flagrante presumido ou ficto: logo depois da infração, o agente é encontrado com 
algum objeto comprometedor. 
Se o fato não se enquadrar no artigo 302, não haverá flagrante. Exemplo: apresentação 
espontânea. Apresentação espontânea NÃO GERA flagrante. 
1.2 Classificação do flagrante (artigo 301) 
- Flagrante obrigatório ou compulsório: éo flagrante feito pela autoridade policial e seus 
agentes. 
- Flagrante facultativo: por qualquer pessoa do povo. Exemplo: artigo 150 do CP. 
1.3 Classificação doutrinátria 
- Flagrante esperado: é o flagrante em que a autoridade aguarda a prática da infração. 
Nessa classificação cabe o caso de câmera escondida. 
 - Flagrante forjado: a autoridade simula um situação de flagrante. (IRREGULAR) 
- Flagrante preparado: o agente é induzido a praticar a infração. (IRREGULAR, por se 
tratar de crime impossível) 
→ Flagrante provocado, retardado ou diferido: em alguns casos a lei permite que a autoridade 
retarde o momento do flarante, a espera de novos criminosos ou novas provas. Somente a lei de 
drogas e a lei das organizações criminosas. 
1.4 Auto de prisão em flagrante 
 Prazo de 24 horas a contar da prisão para lavratura do auto. 
Neste mesmo prazo a autoridade deve dar ao preso a “nota de culpa”, que é a informação 
sobre quem o prendeu e porque o prendeu, e comunicar o juiz. 
Portanto o juiz, em 24 horas, deve: lavrar auto, dar nota de culpa, comunicar juiz. 
→ Opções do juiz ao receber Auto de Prisão em Flagrante: 
a) relaxar o flagrante, quando este for irregular (exemplo: forjado, preparado, 
apresentação espontânea, etc.) 
104 
 
b) converter em prisão preventiva, quando presentes os requisitos legais (311 e 312) 
c) conceder liberdade provisória, aplicando ou não medidas cautelares diversas da 
prisão. 
→ Medidas cautelares diversas da prisão (artigos 319 e 282) 
 a) comparecimento periódico em juízo 
 b) proibição de se ausentar da comarca 
 c) proibição de frequentar determinados lugares 
 d) proibição de importunar certas pessoas 
 e) recolhimento domiciliar noturno 
 f) monitoramento eletrônico 
 g) suspensão do exercício de função pública ou atividade profissional 
→ Regras de aplicação das Medidas Cautelares: 
- quem aplica é juiz, de ofício ou a requerimento das partes, isoladamente ou 
cumulativamente. 
 - pode ser aplicadas durante o IP ou processo 
→ Se o réu não cumprir, pode: a) substituir a medida; b) cumular com outra; c) converter em 
prisão preventiva. 
 
2. PRISÃO PREVENTIVA (artigo 311 e seguintes) 
 Pode ser decreta durante o IP ou drurante o processo. 
Decreta por juiz, de ofício, durante o processo, mediante requerimento do MP ou 
querelante, do assistente, ou por representação do delegado. A decisão, como todas, 
deve ser fundamentada. 
A prisão preventiva recai, em regra, apenas aos crimes dolosos com pena máxima 
superior a 4 anos (artigo 313). 
2.1 Requisitos legais (cumulativos): 
a) prova da materialidade e indícios de autoria 
b) garantia da ordem pública (clamor público não justifica prisão preventiva) 
ou conveniência da instrução criminal (hipótese em que o réu tenta destruir provas, 
ameaçar testemunhas) 
105 
 
ou para assegurar a aplicação da lei penal (quando o réu dá mostras de que vai fugir) 
→ Não tem prazo previsto em lei, durará enquanto presentes os seus requisitos. 
 
3. PRISÃO TEMPORÁRIA (lei 7960/89) 
 Decretada para se investigar melhor. 
 Somente durante o inquérito policial. 
Decretada por juiz, mediante requerimento do MP ou representação do delegado. Não 
pode decretar de ofício. 
PRAZO: 5 dias, prorrogáveis por mais 5 dias. Exceção: se crime hediondo ou 
equiparado, o prazo é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias. 
 
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO/SUMÁRIO 
MODALIDADES DE PROCEDIMENTO (artigo 354) 
→ Procedimento Comum 
 Ordinário: para os crimes com pena máxima cominada maior ou igual a 4 anos 
 Sumário: para os crimes com pena máxima cominada menor de 4 anos 
Sumaríssimo: para as infrações de menor potencial ofensivo (contravenções penais e os 
crimes com pena máxima menor ou igual a 2 dois anos, cumulado ou não com multa) 
CUIDADO: para decretar a prisão preventiva, a pena máxima deve ser maior do 
que 4 anos (artigo 313, I). 
Pena máxima cominada é a pena do código (abstrata), não a da sentença. 
→ Procedimentos especiais (júri, crime contra a honra, etc.) 
 
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 
Denúncia → Rejeição/desclassificação/recebimento → Citação → Resposta → Absolvição 
sumária/rejeição/desclassificação → AIDJ (audiência de instrução, debates e julgamento) 
 O que está destacado é “novo”, criação da jurisprudência. 
1. Rejeiçao da denúncia (artigo 395) 
 I – quando a denúncia ou queixa for manifestamente inepta 
106 
 
 II – quanto faltar condição da ação ou pressuposto processual 
 III – quando faltar justa causa 
 ATT.: não confundir com absolvição sumário do artigo 397. 
ATT.2: pode o juiz rejeitar a denúncia ou queixa após a resposta à acusação (criação da 
jurisprudência) 
2. Desclassificação (artigo 383) – emendatio libelli 
O momento normal para a desclassificação é na sentença. Fora dela, é criação da 
jurisprudência. 
Para o STJ e para o STF, a desclassificação pode ser feita antes da sentença quando 
gerar desclassificação ou quando gerar direito subjetivo antes inexistente (transação 
penal, por exemplo). Exemplo: desclassificação de tráfico para uso dá o direito a 
transação penal. 
3. Citação (artigo 350 e seguintes) 
3.1 Modalidades de citação 
 a) real → mandado 
 b) ficta 
 → hora certa 
 → edital 
ATT.: a falta de citação é causa de nulidade absoluta e o defeito de citação é causa de 
nulidade relativa. 
3.2 Citação Real 
 a) é a regra no processo penal 
 b) o militar é citado pelo chefe do serviço 
 c) o preso é sempre citado pessoalmente 
 d) o sujeito que está no estrangeiro é citado por carta rogatória 
 No caso de rogatória, enquanto não for cumprida a prescrição ficará suspensa. 
3.3 Citação por hora certa 
 Cabe quando o réu se oculta para não ser citado. 
 Não tem rito próprio, segue o CPC. 
 ATT.: se for revel, com citação real ou hora certa, o juiz nomeia dativo. 
107 
 
3.4 Citação por edital 
 É exceção. 
 Tem prazo de 15 o edital. 
 Citado por edital, não comparece e não constitui advogado → artigo 366. 
 O juiz deve suspender o processo e a prescrição (súmula 415 STJ) 
Vencido o prazo de suspensão da prescrição, ela voltará a correr, 
mas não o processo. O processo só voltará a correr se o réu 
comparecer ou constituir advogado. 
O juiz pode decretar a prisão preventida e/ou produzir prova urgente 
(súmula 455 STJ) 
As condutas facultativas do artigo 366 exigem motivação idônea. 
Não podem ser automáticas. 
Para o STJ, não pode antecipar a prova baseado na possibilidade 
de esquecimento da testemunha. 
4. Resposta à acusação 
Obrigatória. Prazo de 10 dias, contados a partir da efetiva citação (e não da juntada, 
como no processo civil) 
5. Absolvição sumária (artigo 397) 
 Premissa: não confundir com a absolvição sumária do Júri (artigo 415). 
 I – qunado houver a presença manifesta da excludente de ilicitude; 
II – quando houver a presença manifesta de excludente de culpabilidade, salvo 
inimputabilidade; 
III – se o fato narrado evidentemente não é crime; 
 IV – se estiver extinta a punibilidade. 
ATT.: não se aplica medida de segurança na fase da resposta à acusação. Nem mesmo 
se for a única tese defensiva. CUIDADO: pode aplicar medidade de segurança na 
absolvição sumária do Júri (415) 
6. Audiência de instrução, debates e julgamento (artigo 400) 
 Sequência de atos: 
 Ofendido 
Test. Acusação 
108 
 
Test. Defesa. 
Antes do assitente técnico, o perito 
Acariação 
Reconhecimento 
Interrogatório 
O juiz decide sobre provas 
Debates → Sentença 
Após o interrogatório, podem ser requeridas diligências cuja necessidade surja na 
audiência. 
6.1 Debates 
 Acusação: 20 minutos, prorrogáveis por mais 10. 
 Defesa:20 minutos, prorrogáveis por mais 10. 
 Juiz julga, não fixa prazo. 
 O assitente de acusação fala por 10 minutos, improrrogáveis. 
Conversão dos debates orais em memoriais escritos: a) causas complexas; b) vários 
acusados; c) quando deferida diligência. Prazo de 5 dias para acusação, 5 dias para 
defesa, com 10 dias para o juiz proferir sentença. Não pode o juiz julgar sem memoriais 
da defesa 
Segundo o STF, se a defesa apresentar preliminar, o juiz mandará os autos ao MP e 
depois julgará. 
ATT.: identidade física do juiz → o juiz que presidiu a instrução deverá julgar o feito 
(artigo 399, §2º). 
PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO 
PCO PCS 
8 testemunhas 5 testemunhas 
60 dias para fazer AIDJ 30 dias para fazer AIDJ 
Pode deferir diligêncai e pode converter em 
memoriais. 
Não há previsão expressa. Pode deferir 
diligência aplicando subsidiriamente. 
 
PROCEDIMENTO ESPECIAL DO JÚRI 
COMPETÊNCIA 
109 
 
Crimes dolosos contra a vida, mais os conexos. Exemplo: sujeito que estava estuprando 
uma vítima (competência originária do juiz singular), e desfere tiros contra policial que 
tenta impedir. Como o fez para assegurar a execução do primeiro, ambos vão para o júri. 
Portanto, o júri não julga exclusivamente crime dolosos contra a vida, trata-se de 
competência mínima, pois pode ser ampliada pela lei (o artigo 78, I, do CPP já a ampliou 
para nele inserir os crimes que sejam conexos). 
→ Crime doloso: seja consumado, seja tentado. 
 + 
 → Contra a vida: HIPA → homicídio, infanticídio, participação em suicídio, aborto 
 Pegadinhas: homicídio culposo, latrocínio, a tentativa não retira do júri. 
PROCEDIMENTO 
 Bifásico, também chamado escalonado. 
 1ª fase: juízo da acusação (igual ao rito ordinário comum) 
 Apreciação da admissibilidade da acusação 
 Não se analisa o mérito 
 Para pronúncia, deve existir indícios de autoria e prova de materialidade 
 1. oferecimento da denúncia/queixa subsidiária 
 Denúncia com arrolamento de max. de 8 testemunhas (O). 
 2. juiz recebe ou rejeita a denúncia/queixa 
 3. citação do acusado 
4. Resp. à acusação em 10 dias, c/ arrolamento de testemunhas (8) 
5. AIJ, para oitiva das testemunhas → OTTPARI: ofendido, testemunhas da 
acusação, testemunhas de defesa, perito, acareações, reconhecimento de pessoas 
ou objetos, interrogatório do acusado. Passa-se para as alegações finais orais, 
tendo a acusação 20 + 10 minutos, e na sequência a defesa, no mesmo tempo. 
6. Sentença: pronúncia, impronúncia, absolvição sumária ou desclassificação 
O juiz nunca pode condenar no fim da primeira fase do júri. Ele pode, no 
máximo, proferir decisão de pronúncia para submeter o acusado a 
julgamento pelos jurados (estes sim poderão condenar o acusado na 
votação dos quesitos). 
→ Pronúncia (413) 
 Pressupõe a existência de indícios de autoria e prova de materialidade. 
110 
 
→ Impronúncia (414) 
 Pressupõe a falta de indícios de autoria ou prova de materialidade. 
A decisão de impronúncia só gera coisa julgada formal, pois nela não houve 
resolução de mérito (o juiz não reconhece a inocência, mas apenas que falta 
prova para a pronúncia). Por isso, o artigo 414, parágrafo único, do CPP, permite 
ao MP oferecer nova denúncia caso surjam prova nova e ainda não esteja extinta 
a punibilidade (pela prescrição ou pela morte do agente). 
→ Absolvição sumária (415) 
 I - Prova da inexistência do fato 
 II - Prova de que o réu não é autor/partícipe 
 III - Atipicidade da conduta 
IV - demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime 
O artigo 415, parágrafo único, do CPP, estabelece a regra geral de que o juiz não 
pode reconhecer, dentro da absolvição sumária, a inimputabilidade por doença 
mental. Exceção: o juiz pode reconhecer a doença mental apenas quando esta for 
a única tese defensiva. 
→ Desclassificação (419) 
Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de 
crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente 
para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. 
- RECURSOS CABÍVEIS 
Pronúncia (RESE), Impronúncia (APEL, cfe. art. 416), Absolvição (APEL) 
Desclassificação (RESE). Consoantes com consoantes, vogais com vogais. 
 2ª fase: juízo da causa 
 Presença dos jurados 
 Julga-se o mérito da causa 
1. Juiz intima as partes, em 5 dias, para arrolar testemunhas para serem inquiridas 
em plenário (máximo de 5) 
2. Juiz vai sortear os jurados os 25 jurados 
O tribunal do júri é composto por 25 jurados mais o juiz presidente. Já o 
conselho de sentença é formado por apenas 7 jurados. O quórum mínimo 
para instalar a sessão de julgamento é de 15 jurados. Dos presentes 
sorteia-se o conselho de sentença. 
111 
 
 3. Formado o conselho de sentença 
 4. Instrução em plenário 
 Oitiva do ofendido, test. acusação, test. Defesa, interrogatório 
 5. Debates orais 
 6. Votação dos quesitos 
 Ordem dos quesitos (483) 
 a) materialidade do fato 
 b) autoria ou participação 
 c) se o acusado deve ser absolvido 
 d) se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa 
e) se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena 
reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram 
admissível a acusação 
→ Da decisão do júri cabe decisão, cfe. artigo 593, III. 
RECURSOS/RECURSOS EM ESPÉCIE 
PRINCÍPIOS 
→ Proibição da reformatio in pejus (artigo 617) 
Condição: recurso exclusivo de defesa (quando só o réu recorre, sem recurso do MP 
para aumentar pena, ainda que haja reincidência não considerada em primeira instância). 
→ Proibição da reformatio in pejus indireta 
Ao julgar apelação o TJ reconhce anulação do processo, devolvendo os autos ao juiz de 
primeiro grau. Haveria, portanto, nova sentença. É VEDADA à segunda sentença o 
agravamento da pena. 
Portanto, quando se tratar de recurso exclusivo de defesa, passam a ser proibidas tanto 
“a reformatio in pejus” direta (diretamente no julgamento do recurso), como a indireta, 
assim considerada aquela que surgiria em nova decisão possibilitada pela anulação do 
processo quando do julgamento do recurso. 
→ Reformatio in mellius 
Melhorar para o réu em recurso exclusivo de acusação. Para o STJ é possível a chamada 
“reformatio in mellius”, porque tal melhora não é vedada pela lei. 
 
112 
 
RECURSOS EM ESPÉCIE 
1. APELAÇÃO (artigo 593) 
 Cabimento: 
 - sentença condenatória ou absolutória 
 - no júri, em 1ª fase, contra decisão de impronúncia ou absolvição sumária (416) 
 - no fim da 2ª fase do júri, somente caberá apelação (592, III) 
 Rito/procedimento: 
 Interposição → 5 dias (art. 543). Razões → 8 dias (600). Contrarrazões → 8 dias. 
 Não existe Agravo de Instrumento. O não recebimento permite RESE (581). 
Obs.: apelação no JEC (artigo 82 da lei 9099). Interposição junto com razões, no prazo 
de 10 dias. O juiz remete para a turma recursal (órgão recusal do JEC). 
2. RESE - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (artigo 581) 
Cabimento taxativo. Por ter cabimento taxativo, tal recurso só pode ser cogitado para 
decisões especificamente previstas em lei. 
- contra a decisão de rejeição da denúncia ou queixa. 
- contra a decisão de recebimento, pois não previsto em lei, é irrecorrível. Caberá, 
todavia, HC, visando o trancamento da ação. 
- no JECRIM, se rejeitar denúncia ou queixa caberá APELAÇÃO em vez de RESE 
(artigo 82 da lei 9099). 
- também se usa RESE contra decisão de PRONÚNCIA ou DESCLASSIFICAÇÃO. 
→ Procedimento: 
- Interposição em 5 dias. Juiz pode receber ou não. Recebendo, intima para razões em 2 
dias e contrarrazões no mesmo prazo. (artigo 588) 
- Juiz exerce o juízo de retratação,no prazo de 2 dias, podendo manter a decisão ou 
reformá-la. (artigo 589) Por isso, aquiriu o chamado o efeito regressivo, também 
chamado iterativo ou diferido. 
- Após, remete ao tribunal. 
- Não recebendo, cabe CARTA TESTEMUNHÁVEL para destrancar (639) 
Bloqueio de apelação → RESE 
Bloqueio de RESE → Carta Testemunhável 
113 
 
3. AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL 
O Agravo em Execução Penal é cabível contra toda e qualquer decisão do juiz da 
Execução Penal. 
 Previsão: artigo 197 da LEP (7210/84). 
Exemplos: aquelas que resolvem livramento condicional, progressão ou regressão de 
regime e remição de pena. 
Não há previsão de procedimento próprio. Usa-se o rito RESE por extensão. 
Interposição 5 dias, razões e contrarrazões em 2. Também tem efeito regressivo. 
Súmula 700 do STF. 
4. EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE (artigo 609, parágrafo único) 
 Infrinfentes para mérito e de nulidade para nulidade. 
 → Cabimento (4 requisitos): 
 - recurso julgado por decisão não unânime (2x1) 
 - decisão proferida por Tribunal de segundo grau 
 - decisão desfavorável à defesa (privativo de defesa/unilateral) 
- se a decisão surgiu dentro do julgamento dos seguintes recursos: APELAÇÃO, 
RESE, AEXECP, AFRAVO. 
Obs.: se a decisão não unânime surgir fora deste 3 recursos, não caberá 
Embargos Infringente, por falta de previsão legal. 
 
114 
 
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AUTÔNOMA 
1 HABEAS CORPUS 
Habeas corpus só poderá ser usado para tutelar o direito de liberdade de locomoção. 
(Direito de ir, de vir e de permanecer) 
» Não cabe HC: 
a) Súmula 693 STF- Só pena de multa. A multa não paga se converte em dívida 
ativa (Art. 51 CP) 
b) Súmula 695 STF- Quando a pena for extinta. (Não cabe HC, mas cabe revisão 
criminal) 
» Partes do HC 
Impetrante: Qualquer pessoa + MP (custos legis, art. 654 “caput” CPP) 
Obs.: O HC, por poder ser impetrado por qualquer pessoa, é uma ação que 
dispensa o requisito da capacidade postulatória. 
O HC é uma ação que pode ser concedida ex oficio pelo juiz ou pelos Tribunais, 
independentemente de qualquer provocação ou impetração. (Art. 654, §2° CPP) 
Paciente: beneficiário (cliente) 
Impetrado: autoridade coatora (defina a competência do HC) 
Coatora: o HC é uma ação que pode ser concedida ex oficio pelo juiz ou pelos tribunais, 
independentemente de qualquer provocação ou impetração (art. 654) 
Autoridade policial (juiz de 1° grau) 
Juiz de 1° grau (TJ/TRF) 
TJ/TRF (STJ) 
STJ (STF) 
No JECRIM: 
 Autoridade policial (juiz de 1º grau) 
 Juiz de 1º grau (Turma Recursal) 
 Turma Recursal (TJ/TRF) 
1.1 SISTEMA RECURSAL DO HC 
HC julgado em 1° grau: concede ou nega o HC, contra essa sentença caberia RESE. 
 Artigo 581, X, do CPP. 
115 
 
HC julgado em Tribunal: se for denegado em Tribunal passa a ser ROC. 
 Recurso Ordinário Constitucional. 
 STF julga ROC se denegado HC em Tribunal Superior. (art. 102, II, a, da CF). 
 STJ julga ROC se denegado HC em TJ ou TRF. (art. 105, II, a, da CF). 
Não cabe Embargos Infringentes em HC. 
1.2 ESPÉCIES DE HC 
a) Repressivo (liberatório). Quando já instalado o constrangimento ilegal. 
b) Preventivo (salvo conduto). Visa evitar que se consume o constrangimento ilegal que 
é iminente. 
2 REVISÃO CRIMINAL 
Pressupõe que já ouve transito em julgado de uma sentença penal condenatória. 
A revisão só tem no penal “pro reo”, sendo considerada uma ação privativa de defesa, 
não tem “pro societate” 
A revisão criminal não tem prazo, pode ser proposta a qualquer tempo. Até mesmo 
depois da morte podem os CADI propor a revisão (artigo 623). 
Cabe revisão depois de cumprida e extinta a pena. (art. 622). 
A revisão criminal só tem cabimento contra decisões condenatórias transitadas em 
julgado. A única exceção seria aquela de absolvição imprópria do doente mental, pois 
tal absolvição tem “conteúdo condenatório”, na medida em que ela contém uma sanção 
consistente em medida de segurança. 
Competência para julgar revisão: Tribunais. 
A exceção é no JECRIM: Turma Recursal. 
 
116 
 
DIREITO DO TRABALHO 
1 RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO 
→ Relação de trabalho: gênero/termo mais amplo/várias espécies. 
Toda relação de emprego é relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é 
relação de emprego. 
→ Relação de emprego 
É igual à relação de trabalho, acrescida dos requisitos caracterizadores do vínculo 
empregatício, também chamados de elementos fáticos-jurídicos ou pressupostos. 
(artigos 2º e 3º da CLT). Tais requisitos são legais e cumulativos. 
Prevalece o entendimento de que são 5 os requisitos do vínculo, quais sejam: 
<SHOPP> 
Artigo 2º traz o conceito de empregador: considera-se empregador a empresa, individual 
ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige 
a prestação pessoal de serviço. 
Artigo 3º, caput: considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de 
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 
→ PESSOA FÍSICA (NATURAL) 
Obs.: atualmente, muitas empresas exigem dos trabalhadores a criação de pessoa 
jurídica como condição indispensável à prestação dos serviços. Chamado de 
“pejotização” ou “pejotismo”. Prevalece o entendimento de que este fenômeno 
constitui fraude à legislação trabalhista. Aplica-se o artigo 9º, pelo qual será nulo 
de pleno direito. 
Princípio da primazia da realidade: no confronto entre a verdade real e a 
contratual, prevalece a primeira. 
 → PESSOALIDADE (INFUNGIBILIDADE OU INTUITU PERSONAE) 
O empregado é contrato para prestar serviços pessoalmente e somente poderá 
ser substituído por outro com a anuência do empregador e em situações 
excepcionais. 
→ HABITUALIDADE (NÃO EVENTUALIDADE) 
O empregado é contratado para desenvolver habitualmente as atividades normais 
da empresa. Em tese, são atividades-fim (teoria dos fins normais da empresa ou 
do estabelecimento). Não há padronização de dias. 
→ ONEROSIDADE (SALÁRIO) 
117 
 
 Ver artigo 457 da CLT c/c S354TST 
Remuneração (gênero) = Salário (contraprestação do empregador) + Gorgetas 
(paga por terceiro) 
 A natureza jurídica das gorgetas é remuneratória, não salarial. 
→ SUBORDINAÇÃO 
 Requisito mais importante. Subordinação jurídica. 
É a vinculação do empregado ao poder empregatício (diretivo, disciplinar, 
fiscalizatório e regulamentar) 
Observação 1: ALTERIDADE → é o empregador que assume os riscos de sua 
atividade econômica. (Art. 2° “caput”, CLT) Ex.: art. 7°, VI CF – Princípio da 
irredutibilidade salarial. No Brasil a redução do salário depende de negociação 
coletiva. 
Observação 2: TELETRABALHO → também é chamado de subordinação 
jurídica virtual. Ex.: analistas de sistema, jornalistas. Art. 6° da CLT (Lei 
12.551/2011). 
Para fins de subordinação jurídica houve equiparação dos meios telemáticos e 
informatizados de comando, controle e supervisão os meios pessoais e diretos. 
2 EMPREGADOS DOMÉSTICOS 
Houve duas atualizações nos últimos anos: 
a) EC 72, de 2 de abril de 2013 – trouxe uma nova redação ao parágrafo único do art. 7° CF. 
O objetivo dessa emenda foi trazer a igualdade dos direitos trabalhistas em relação aos 
empregados urbanos e rurais. 
b) Lei complementar 150, de 1° de junho de 2015 
Principais regras: conceito e caracterização 
É aquele que presta serviços de forma contínua subordinada, onerosa e pessoal e de 
finalidade não lucrativa à pessoa ou família no âmbito residencial destas. 
Obs.1: Exemplos de domésticos: babá, caseiro, cozinheira particular, cuidador 
de idoso, motorista particular (terra, água e ar), etc. 
Obs.2: Pessoa Jurídica não poderá ser empregadora doméstica. 
Regras dos empregadosdomésticos. 
1° regra: Os serviços domésticos não poderão ter finalidade lucrativa, ainda que de 
forma indireta. 
118 
 
2° regra: Serviços de forma contínua. O vínculo empregatício doméstico exige mais de 
dois dias por semana. Diarista: 1x ou 2x por semana. Empregada doméstica: 3x ou mais 
por semana. 
3° regra: Idade mínima de 18 anos. 
Convenção 182 OIT: Piores formas de trabalho infantil. 
Ratificada pelo Brasil através do Decreto 6481/2008: Lista TIP (Trabalho 
Infantil Proibido) 
Questão desafio: pela súmula 257, vigilante de banco não é bancário. 
 
CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO 
1 INTRODUÇÃO 
a) Conceito 
Pelo art. 442, é o acordo tácito ou expresso correspondente a relação de emprego, 
(contrato individual de emprego). 
Só possui contrato de trabalho quem tem relação de emprego. 
b) Classificação (art. 443) 
Contrato de trabalho pode ser: 
→ tácito ou expresso; 
→ verbal ou escrito; 
→ por prazo indeterminado ou determinado (também chamado de “a termo”). 
Observação 1: em regra a informalidade é uma das grandes características do contrato. 
Todavia alguns contratos deverão ser obrigatoriamente escritos. 
Ex.: Contrato de aprendizagem; contrato de trabalho temporário; contrato do 
atleta profissional de futebol. 
Obs.2: Tendo em vista o princípio da continuidade da relação de emprego, em regra, o 
contrato deverá ser celebrado por prazo indeterminado. 
Súmula 212 TST8: tem a presunção relativa, com base no princípio da continuidade da 
relação de emprego. 
 
8 DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O ônus de provar o 
término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois 
o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. 
119 
 
Portanto o contrato por prazo determinado somente será admitido nas hipóteses 
expressamente previstas em lei. 
Ex.: Contrato de experiência. Art. 443, p.2°, “c”, CLT 
c) Objeto lícito 
É um elemento de validade do contrato. 
O trabalho proibido é diferente de trabalho ilícito na área trabalhista. 
i) Trabalhos proibidos ou irregulares 
O objeto é licito. O ordenamento justrabalhista vigente proíbe o trabalho para proteger 
o trabalhador ou o interesse público. 
Ex.1: Auxiliar de escritório menor de 16 anos, não aprendiz. 
Admissão (15 anos) → é despedido (15 anos e 10 meses) = contrato é nulo com 
efeitos “ex nunc”. (nulo quando é matéria de interesse-ordem pública e, diferente 
da regra civil, gerará efeitos ex nunc). 
Reconhecida a nulidade produzirá efeitos dali para frente, ficando 
preservados todos os direitos trabalhistas do período laborado. 
Ex.2: Administração Pública direta ou indireta contrata trabalhador sem concurso 
público. Art. 37, II, §2° CF. É um trabalho proibido. Súmula 363 TST9. Contratação é 
nula. Impossibilidade de configuração do Vínculo Empregatício. 
A Adm. vai ser condenada a pagar apenas dois direitos: a contraprestação salarial 
(dias trabalhados) + depósitos do FGTS (Art. 19-A, lei 8036/1990). 
ii) Trabalhos Ilícitos 
O objeto é ilícito, não produzindo nenhuma repercussão justrabalhistas. 
Ex.1: Tráfico de drogas 
Ex.2: Jogo do bicho. OJ 199 SDI- 1 /TST 
d) Agentes ou partes capazes 
Art. 7°, XXXIII, CF e art. 402 a 404 CLT. 
Menor para fins trabalhistas: 14 aos 18 anos 
 
9 CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A contratação de 
servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 
37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de 
horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS. 
120 
 
É proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de 18 anos e qualquer 
trabalho aos menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir dos 14 anos. 
Obs. 1: Contrato de aprendizagem (art. 428 a 433 da CLT): 
i) Idade do aprendiz: 14 anos aos 24 anos (salvo pessoas com deficiência). 
ii) Prazo máximo de vigência: 2 anos (salvo pessoa com deficiência). 
iii) Objetivo do contrato de aprendizagem: formação técnica profissional 
metódica do aprendiz. Essa formação em tese é feita no sistema “S” 
Obs.2: Contra menor de 18 anos não corre nenhum prazo de prescrição. Art. 440 CLT 
e art. 10, parágrafo único, da lei 5889/73. Começa a contar a partir dos 18 anos. 
Admissão (16 anos) - Despedida (17 anos) – Reclamação (19 anos e 6 meses). É válida, 
pois poderia ser até os 20 anos. 
2 TERCEIRIZAÇÃO 
a) INTRODUÇÃO 
Súmula 331 TST. 
Relação Jurídica triangular (trilateral): 3 atores sociais. 
 
 
 
 
 
 
b) TERCEIRIZAÇÃO NA INICIATIVA PRIVADA 
Em regra, a terceirização será licita se envolver atividade meio, desde que inexistentes 
a pessoalidade e a subordinação direta. (ex: limpeza, vigilância, conservação, etc.) 
Exceção: pode terceirizar atividade fim, no caso de trabalho temporário (Lei 
6019/1974). 
Responsabilidade Trabalhista: 
a) Empresa Terceirizante: é a principal pela existência do vínculo empregatício. 
b) Empresa tomadora de serviços: Secundária (subsidiária) 
121 
 
A responsabilidade subsidiária depende da participação na fase de conhecimento 
e constar no título executivo judicial. 
c) TERCEIRIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
É lícita, mas deve respeitar as regras de licitação (lei 8666/93). 
A responsabilidade subsidiária da Administração Pública depende da comprovação de 
sua culpa na fiscalização das atividades da empresa terceirizante. Deve comprovar a 
culpa in vigilando. 
Férias: artigo 7º, XVII, CF e artigos 129 e seguintes da CLT. 
 
ALTERAÇÃO DO CONTRATO 
O art. 468 da CLT prevê que para alteração ser válida/ licita são necessários dois requisitos: 
a) Anuência (o empregado deve concordar). 
b) Ausência de prejuízo. 
1 JUS VARIANDI 
Trata-se da prerrogativa do empregador em alterar o contrato, ainda que prejudicial ao 
empregado, como por exemplo: 
a) reversão: nos termos do art. 468, paragrafo único, CLT, consiste na retirada do cargo 
de confiança pelo empregador e com a consequente retirada da gratificação de 40%. A 
súmula 372 do TST afirma que se o empregado exercer o cargo de confiança por mais 
de 10 anos é possível a reversão, entretanto não cabe a retirada da gratificação. 
b) alteração do turno: nos termos da súmula 265 TST10, é válida a alteração do turno da 
noite para o turno do dia, ainda que ocorra a retirada do adicional noturno. 
c) alteração da data de pagamento do salário: nos termos da OJ 159 SDI-1 é válida a 
alteração da data de pagamento de salário desde que respeitado o prazo do art. 459, p.ú. 
da CLT. De até o 5° dia útil do mês seguinte ao da prestação de serviço, salvo previsão 
contratual ou em norma coletiva em sentido contrário. 
Obs.: nos termos da Súmula 51 do TST11, alteração do regulamento da empresa não 
afeta os empregados que já prestavam serviços na vigência do regulamento anterior. O 
 
10 ADICIONAL NOTURNO. ALTERAÇÃO DE TURNO DE TRABALHO. POSSIBILIDADE DE 
SUPRESSÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A transferência para o período diurno de trabalho 
implica a perda do direito ao adicional noturno. 
11 NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA 
CLT (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - As 
cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagensdeferidas anteriormente, só atingirão os 
trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. (ex-Súmula nº 51 - RA 41/1973, DJ 
14.06.1973) II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles 
tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. (ex-OJ nº 163 da SBDI-1 - inserida em 26.03.1999) 
122 
 
novo regulamento somente afeta os novos empregados. Neste sentido princípio da 
condição mais benéfica. O empregado que já trabalhava na empresa pode optar pela 
aplicação do regulamento novo. 
 
2 TRANSFERÊNCIA DO EMPREGADO 
O Art. 469 da CLT trata da matéria e deixa certo que se considera transferência quando ocorrer 
mudança de domicílio. Caso não tenha mudança de domicilio, o empregado só tem direito as 
diferenças de vale transporte. 
Para a transferência ser válida deve-se observar dois requisitos: aceite do empregado, salvo 
cargo de confiança ou previsão contratual autorizando a transferência; segundo requisito: real 
necessidade de serviço para justificar a transferência. 
As despesas com a transferência serão custeadas pelo empregador. 
Na hipótese de extinção do estabelecimento, é licita a transferência 
Se tratando de transferência provisória é devido um adicional de 25% sobre o salário, ainda 
que seja cargo de confiança ou com previsão contratual (OJ 113 SDI-1). Não é devido o 
adicional nas hipóteses de transferência definitiva. 
3 INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO 
Na interrupção não há prestação de serviço, mas tem recebimento de salário, contagem de 
tempo de serviço e recolhimento do FGTS. Ex.: férias. 
Já na suspensão não há prestação de serviço, também não há pagamento de salário, contagem 
de tempo de serviço e não há recolhimento do FGTS. Ex.: falta injustificada. 
Hipóteses de interrupção do contrato: 
a) Feriados 
b) DSR (Descanso semanal remunerado) 
c) Licença remunerada 
d) Falta justificada 
e) Ausências previstas no art. 473 CLT. 
Cabe ressaltar que a lei 13257/16 ampliou o prazo da licença paternidade de 5 dias para 
20 dias, desde que a empresa esteja inscrita no programa empresa cidadã. Ademais, 
passou a prever a hipótese de ausência do empregado de até dois dias para acompanhar 
a esposa gestante em consulta médica durante o período da gravidez, bem como ausência 
de um dia por ano para acompanhar o filho no médico até que ele complete 6 anos de 
idade. 
Hipóteses de suspensão do contrato: 
123 
 
a) Licença não remunerada 
b) Suspensão disciplinar, ou seja, medida punitiva aplicada ao empregado que não pode 
ser superior a 30 dias, conforme art. 474 CLT. 
c) Período em que o empregado está preso 
d) Aposentadoria por invalidez 
e) Período de greve (Art. 7 da lei 7783/89) 
Obs.: O art. 4°, p.ú. da CLT prevê que na hipótese de afastamento por mais de 15 dias 
por acidente ou doença do trabalho ou afastamento militar será considerado suspensão 
especial, pois não há trabalho e não há salário, mas, tem recolhimento do FGTS e 
contagem de tempo de serviço. Não sendo acidente ou doença do trabalho a partir do 
15° dia, será considerado como suspensão, por fim independente da natureza do acidente 
ou da doença, o afastamento por até 15 dias será considerado interrupção do contrato. 
 
DURAÇÃO DE TRABALHO 
1 INTRODUÇÃO 
Art. 7°, XIII, CF – Trata da duração normal do trabalho no Brasil, é de 8h por dia e 44h 
por semana. Como regra geral o empregado pode fazer 2 horas extras/ dia. 
Súmula 376 do TST12 – Ultrapassado o limite de 2 horas extras diárias, a empresa deverá 
pagar todas as horas ao empregado e será multada (que é aplicada pelo Ministério do 
Trabalho). 
2 PERÍODOS COMPUTADOS NA JORNADA 
a) Art. 4° CLT, é computado todo o tempo à disposição do empregador. 
b) Deslocamento (Casa para trabalho, trabalho para casa): Não é computado. 
Se configurada as horas in itinere (Art. 58, §2° CLT) as horas serão computadas. Para 
isto são necessários dois requisitos: (i) o local de trabalho de difícil acesso ou não 
serviço por transporte público + (ii) a empresa deve fornecer a condução (pagar 
combustível não configura). 
Súmula 320 TST - O fato de o empregador cobrar, total ou parcialmente, pelo 
transporte fornecido, não afasta o direito as horas in itinere. 
 
12 HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS (conversão das Orientações Jurisprudenciais 
nºs 89 e 117 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. I - A limitação legal da jornada suplementar a 
duas horas diárias não exime o empregador de pagar todas as horas trabalhadas. (ex-OJ nº 117 da SBDI-1 - inserida 
em 20.11.1997). II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas, 
independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT. (ex-OJ nº 89 da SBDI-1 - inserida em 
28.04.1997) 
124 
 
Súmula 90 – TST – Insuficiência de transporte público não gera direito as horas 
itinere; Incompatibilidade de horários gera direitos as horas in itinere (ex.: 
ônibus circula das 5h às 22h e a pessoa entra as 0h e sai as 4h); Parte do trajeto 
é servida por transporte público (Se apenas parte do trajeto for servida por 
transporte público e o empregador fornecer a condução pelo período total, o 
empregado terá direito as horas in itinere pela parte não servida pelo transporte 
público. 
HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas as Súmulas nºs 
324 e 325 e as Orientações Jurisprudenciais nºs 50 e 236 da SBDI-1) - Res. 
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo 
empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por 
transporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada de 
trabalho. (ex-Súmula nº 90 - RA 80/1978, DJ 10.11.1978) 
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do 
empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera 
o direito às horas "in itinere". (ex-OJ nº 50 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995) 
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas 
"in itinere". (ex-Súmula nº 324 – Res. 16/1993, DJ 21.12.1993) 
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em 
condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho 
não alcançado pelo transporte público. (ex-Súmula nº 325 – Res. 17/1993, DJ 
21.12.1993) 
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de 
trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como 
extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo. (ex-OJ nº 236 da 
SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) 
c) Deslocamento da portaria até o local de trabalho 
Súmula nº 429 do TST. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA 
CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE 
TRABALHO - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 Considera-se à 
disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao 
deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde 
que supere o limite de 10 (dez) minutos diários. 
d) Troca de uniformes 
Súmula 366, TST – o tempo para troca de uniformes, higiene pessoal ou lanches é computado 
na jornada se exceder 10 minutos diários. 
Súmula nº 366 do TST. CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. 
MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO (nova 
redação) - Res. 197/2015 - DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015. Não serão 
125 
 
descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do 
registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observadoo limite máximo de dez 
minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade 
do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do 
empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do 
tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc). 
 
3 TRABALHO EXTRAORDINÁRIO 
a) Prorrogação de jornada: Adicional mínimo de hora extra é de 50 % (art. 7, XVI, CF). 
Como regra geral para prorrogar a jornada, precisa de acordo escrito que pode ser 
individual ou coletivo. (advogado é 100%) 
Exceção: Situações de necessidade imperiosa (art. 61) 
b) Compensação de jornada: Banco de horas, compensação de sábado, emenda de feriado. 
Como regra também precisa de acordo escrito, exceto banco de horas que só pode ser 
feito por acordo coletivo. 
4 INTERVALOS TRABALHISTAS 
a) Intervalos intrajornada/dentro: 
→ depende da duração da jornada do empregado. (art. 71) 
→ não integram a jornada de trabalho. 
Jornadas superiores a 6h: intervalo de 1 a 2 horas, salvo acordo (a CLT não prevê acordo 
coletivo, portanto pode ser individual) escrito para aumentar. 
Jornadas superiores a 4h e até 6h: intervalo de 15 minutos. 
Jornadas de até 4 horas ou menos: não tem intervalo. 
Redução do intervalo intrajornada: precisa de autorização do ministério do Trabalho 
Emprego (art. 71, §3°), que só dará a autorização se a empresa ter refeitório e não pode 
haver prorrogação de jornada. Não tendo autorização = multa + hora extra cheia. 
b) Intervalos interjornada/entre: 
→ deve ser de no mínimo 11 horas (art. 66) 
Os intervalos não integram a jornada de trabalho. Impossível redução deste intervalo. 
c) Art. 384: intervalo para mulher. Antes de fazer hora extra a mulher terá um intervalo de 15 
minutos (não computado na jornada). Segundo o STF o artigo é constitucional. 
5 SALÁRIO E REMUNERAÇÃO 
126 
 
Remuneração é igual a salário mais a gorjeta (art. 457). As gorjetas podem ser 
voluntárias (caixinha) ou inseridas na nota (10% do restaurante). 
Súmula nº 354 do TST. GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES 
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. As gorjetas, cobradas pelo 
empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram 
a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-
prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. 
As gorjetas integram o cálculo de todas as verbas trabalhistas, menos 4 verbas: 
R A A H 
Repouso semanal remunerado / Aviso prévio / Adicional Noturno / HE 
6 EQUIPARAÇÃO SALARIAL (art. 461 e súmula 6 do TST) 
Para haver equiparação devem estar presentes 5 identidades entre o reclamante e o paradigma. 
a) Função: as funções devem ser idênticas, independente do nome do cargo. 
b) Identidade de empregador: o empregador deve ser o mesmo. 
c) Local: deve trabalhar no mesmo lugar (mesmo município/a mesma região 
metropolitana) 
d) Tempo na função: entre reclamante e paradigma não pode haver diferença superior a 
2 anos na função. 
e) Mesma produtividade e mesma perfeição técnica. 
Quando as 5 identidades estiverem presentes tem a equiparação, mas pode acontecer que tenha 
as identidades, mas não tenha equiparação por ter uma causa de seguintes excludentes: 
a) Quadro de carreira homologado MTE. 
b) Readaptação (sofreu acidente e não pode mais trabalhar na mesma função, mas o 
salário irá continuar o mesmo). 
Súmula nº 159 do TST. SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA 
DO CARGO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 112 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 
20, 22 e 25.04.2005 I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente 
eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do 
substituído. (ex-Súmula nº 159 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II - Vago o cargo 
em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do 
antecessor. (ex-OJ nº 112 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997) 
Art. 60 da CLT. Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros 
mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a 
ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só 
poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de 
higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à 
verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de 
127 
 
autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento 
para tal fim. 
Súmula nº 85 do TST. COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI) - Res. 
209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016 I. A compensação de jornada de trabalho 
deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. (ex-
Súmula nº 85 - primeira parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II. O acordo 
individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido 
contrário. (ex-OJ nº 182 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III. O mero não atendimento das 
exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo 
tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se 
não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (ex-
Súmula nº 85 - segunda parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) IV. A prestação de 
horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as 
horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas 
extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o 
adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) V. 
As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modalidade 
“banco de horas”, que somente pode ser instituído por negociação coletiva. VI - Não é válido 
acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado em norma 
coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do 
art. 60 da CLT. 
 
MÓDULO ESPECÍFICO 
ESTABILIDADE 
1. GESTANTE 
 Artigo 7º, I, da CF + artigo 10, II, b, ADCT 
 Artigo 25, parágrafo único, LC150/2015 (doméstica) 
 Licença 4 meses → Estabilidade 5 meses 
Da confirmação da gravidez até 5 meses após o parto não cabe despedida sem justa 
causa. 
Súmula 244 do TST 
- o desconhecimento do estado gravídico por parte do empregador não agasta o 
direito ao pagamento de indenização decorrente da estabilidade (teoria objetiva). 
- a confirmação de gravidez no curso do contrato de trabalho por prazo 
determinado (a termo) resulta em estabilidade. Exemplo: experiência, 
temporária. Exceção: estágio. Reintegração só cabe no período da estabilidade. 
Atualização 1: artigo 391-A da CLT (fruto da lei 12812/13). Confirmação da gravidez 
no curso do aviso-prévio indenizado ou trabalhado gera estabilidade. 
128 
 
Atualização 2: LC146/2014. Extensão da estabilidade provisória da gestante → no caso 
de falecimento da genitora → a quem detiver a guarda do filho (qualquer um, tio, avó, 
etc). 
2 PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
 Artigo 93 da lei 8213/91, reflexos da lei 13146/15 EPCD. 
 → Empresa com 100 ou mais empregados, cota obrigatória de 2% a 5%. 
→ No contrato a termo de mais de 90 dias ou no contrato por prazo indeterminado, a 
empresa somente poderá despedir PCD se contratar outro empregado com deficiência.FGV adotou como estabilidade, em questão coube reintegração. 
3 ACIDENTADO 
 Artigo 118 da lei 8213/91. 
 → Prazo mínimo de 12 meses contados da cessação do auxílio-doença acidentária. 
 → Súmula 378 do TST 
 Até o 15º dia = interrupção do contrato 
A partir do 15º dia = suspensão do contrato (auxílio + cômputo do período + 
depósitos de FGTS) 
 Acidente de trabalho no curso de contrato a termo resulta em estabilidade. 
4 DIRIGENTE SINDICAL 
 Artigo 8º, VIII, CF + 543, §3º da CLT 
 → Do registro da candidatura até 1 anos após o final do mandato (3 anos) 
 → Titulares + suplentes 
 → Súmula 369 do TST: abrange apenas 7 titulares + 7 suplentes. 
Artigo 543, §5ª, da CLT: prazo de comunicação do registro de 
candidatura/eleição/posse: 24 horas → TST flexibilizou o prazo entendendo que a 
comunicação poderá ocorrer durante o período da contratualidade. 
O registro da candidatura no curso do Aviso-Prévio não resulta em estabilidade. 
5 DIRETOR DE SOCIEDADE COOPERATIVA 
 Artigo 55 da lei 5764/74 
 → mesmos direitos do dirigente sindical 
 OJ 253, SDI-1, TST: suplente não é estável 
129 
 
 
AVISO-PRÉVIO 
→ Prazo e contagem 
Art. 7º, inciso XXI, CF: aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 
30 dias, nos termos da lei13. 
Lei 12.506, DOU 13/10/2011: regulamentação da proporcionalidade. 
1ª regra: prazo mínimo de 30 dias ao empregado que presta serviços na mesma empresa 
por até 1 ano. 
 2ª regra: acréscimo de 3 dias por ano, respeitado o limite de até 60 dias. 
 3ª regra: perfazendo um total de até 90 dias. 
1ª questão polêmica: o acréscimo de 3 dias ocorre a partir de quando? 
 FGV entendende que começa a contar a partir do primeiro ano completo14. 
 Exemplo: 30 dias, 30 AP; 1 ano, 33 AP; 4 anos, 42 AP; 21 anos, 90 AP; 
 Corrente majoritária entende que começa a partir do segundo ano. 
2ª questão polêmica: quando começa a contar o aviso-prévio? 
 Súmula 380 do TST: aplica-se a regra de contagem do artigo 132, caput, do CC. 
Exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. Exemplo: se o 
trabalhador recebe o aviso-prévio na segunda-feira, o termo incial se dá na terça-
feira, e se o aviso-prévio termina no domingo, vence na segunda-feira. 
3ª questão polêmica: direito intertemporal/eficácia da nova lei no tempo. 
Súmula 441 do TST: a nova lei é aplicável nas rescisões contratuais ocorridas a partir 
da data de publicação. 
Obs.: caiu questão no exame onde pessoa foi dispensada em julho de 2011, 
portanto não fazia jus ao aviso-prévio. 
 
EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO 
→ Despedida discriminatória 
Exemplo: sexo, idade, cor, raça, religião, orientação sexual, obesidade, v.g. 
 
13 Norma constitucional de eficácia limitada, logo necessita de lei regulamentando. 
14 Levando em consideração o princípio in dubio pro operario/misero. 
130 
 
Artigo 7º, XXX, XXXI e XXXII, CF 
Artigo 4º, lei 9.029/95, cabe: 
 a) dano moral 
 b) faculdade/opçãoo ao empregado 
 - reitengração + pagamento integral dos direitos; ou, 
- pagamento em dobro dos direitos. (remuneração do período de 
afastamento) 
Súmula 443 do TST: portador do vírus HIV ou de outra doença grave (câncer, hepatite, 
v.g.) que suscite estigma ou preconceito. 
 Presume-se15 discriminatória a dispensa, é inválido o ato e cabe reitegração. 
→ HIPÓTESES DE JUSTA CAUSA (FALTA GRAVE) DO EMPREGADO 
Artigo 482, CLT. 
 1ª hipótese: ato de indisciplina ou insubordinação 
 Indisciplina: descumprimento de ordens gerais 
 Exemplos: portarias, circulares, ordens de serviço, etc. 
 Insubordinação: descumprimento de ordens pessoais 
 Exemplos: ato do superior hierárquico 
 2ª hipótese: ato de improbidade 
 Fraude, desonestidade, má-fé no ambiente de trabalho 
Exemplos: furto ou roubo de bens da empresa, falsificação de 
documentos da empresa, atestado médico falso 
3ª hipótese: ato de incontinência de conduta ou de mau procedimento 
Incontinência de conduta: desregramento de comportamento relacionado à vida 
sexual. 
 Exemplo: veiculação de e-mail pornográficos 
Mau procedimento: desregramento e comportamento relacionado à moral 
Exemplos: destruição de equipamento da empresa, empregado que é 
pego portando drogas no ambiente de trabalho. 
 
15 Presunção relativa – iuris tantum –, logo comporta prova em contrário. 
131 
 
 
FÉRIAS (artigo 7º, XVII, da CF, artigos 129 a 153 da CLT) 
PERÍODO AQUISITIVO 
Artigo 130 da CLT: 
DIAS DE FÉRIAS (6) FALTAS JUSTIFICADAS (9) 
30 ATÉ 5 
24 6 A 14 
18 15 A 23 
12 24 A 32 
 
Observação 1: o período de férias é considerado com hipótese de interrupção do contrato de 
trabalho. 
Observação 2: a CLT proibe a utilização do número de faltas injustificadas como mera 
subtração matemática dos dias de férias. 
Observação 3: hipóteses de perda do direito das férias (artigo 133 da CLT): 
a) se o empregado deixar o emprego e não for readmitido nos 60 dias subsequentes 
contados de sua saída. 
b) licença remunerada por mais de 30 dias. 
c) percepção de benefício previdenciário decorrente de doença ou acidente por mais de 
6 meses, embora descontínuos. 
PERÍODO CONCESSIVO 
→ Período que melhor consulte os interesses do empregador, exceto: 
- Empregados membros de uma mesma família, que trabalham para o mesmo 
empregador, se assim desejarem e não ocasionar prejuízos aos serviços. 
- Empregado estudate menor de 18 anos tem direito de coincidência com as férias 
escolares. 
→ REGRA: As férias deverão ser concedidas em único período. Exceção: 
- Poderão ser fracionadas em até dois períodos sendo que um deles não poderá ser 
inferior a 10 dias corridos. Observação: hipóteses de proibição do fracionamento das 
férias: a) empregado menor de 18 anos; b) empregado maior de 50 anos (nestes casos a 
concessão é em único período). 
→ Participação por escrito do empregado (recibo de férias + anotação na CTPS) 
→ Aviso com antecedência mínima de 30 dias 
132 
 
HIPÓTESES DE DOBRA DO PAGAMENTO DO PERÍODO DE FÉRIAS 
→ Dobra do valor integral, inclusive dobrando o terço 
1ª Hipótese: se vencido o período concessivo 
2ª Hipótese: pagamento intempestivo (súmula 450 TST) 
→ As férias deverão ser pagas até dois dias antes do gozo. 
ABONO PECUNIÁRIO OU CELETISTA DE FÉRIAS (artigos 143 3 144 da CLT) 
Conversão de 1/3 das férias em pecúnia (não é correto falar 10 dias, pois não é todo empregado 
que tem 30 dias de férias – ver tabela de férias/sempre múltiplo de 3). 
Requerimento em até 15 dias antes do término do período aquisitivo. 
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
→ Artigo 7º, XXII e XXIII, da CF 
→ Artigos 189 e seguintes da CLT 
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE 
É devido quando houver contato com agentes nocivos à saúde (físicos, químicos ou biológicos) 
Alíquotas: 10%, 20% ou 40% (mínimo, médio ou máximo). 
Base de cálculo é o salário mínimo 
Súmulas 47, 80, 248, 289, 293 e 448 do TST 
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 
É devido quando houver contato permanente com inflamáveis, explosivos, energia elétrica, 
segurança pessoal ou patrimonial e atividades de trabalhador com motocicleta. 
Alíquota fixa de 30% 
Base de cálculo é o salário básico, sem comissões, gratificações ou prêmios 
OBSERVAÇÃO 1: a CLT estabelece que o empregado deverá optar por um dos dois adicionais 
OBSERVAÇÃO 2: não há direito adquirido ao adicional de insalubridade ou periculosidade, 
tanto é que também é denominado “salário condição”. 
OBSERVAÇÃO 3: se a perícia comprovar agente nocivo diverso do apontado na inicial isso 
não prejudicará o direito ao adicional de insalubridade. 
DIREITOCOLETIVO DO TRABALHO 
PRINCIPAIS REGRAS CONSTITUCIONAIS 
133 
 
→ Artigos 8º a 11 da CF 
a) Princípio da liberdade e da autonomia sindical 
 É livre a associação profissional ou sindical 
A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação do sindicato 
É vedada a interferência estatal no funcionamento do sindicato, salvo registro em órgão 
competente (MTPS) Súmula 677 do STF. 
b) Princípio da unicidade sindical 
É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, 
representativa da categora profissional e/ou econômica na mesma base territorial, que 
não poderá ser inferior a área de um município. 
Estrutura sindical brasileira (sistema confederativo): 
 1º grau (municipal): SINDICATOS 
 2º grau (estadual): FEDERAÇÕES (a partir de 5 sindicatos) 
 3º grau (nacional): CONFEDERAÇÕES (a partir de 3 federações) 
INSTRUMENTOS DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA 
→ Artigos 611 a 617 da CLT 
a) Convenção Coletiva de Trabalho 
Sindicato representativo da categoria profissional X Sindicato repr. da categoria econômica 
 Mais abrangente e menos específico 
b) Acordo Coletivo de Trabalho 
Sindicato representativo da categoria profissional X Empresas(s) 
 Menos abrangente e mais específico 
No Brasil o prazo máximo de vigência de uma convenção coletiva ou de um acordo coletivo é 
de 2 anos. (artigo 614, § 3º, da CLT) É nula a prorrogação, sendo necessária nova negociação. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
1 ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
134 
 
→ São órgãos da Justiça do Trabalho, nos termos do artigo 111 da CF, o TST, os 
Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do Trabalho. 
TST: 27 membros, brasileiros, com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeado pelo 
Presidente da República após aprovação por maioria absoluta do Senado. É formado por 
juízes de carreira e pelo quinto constitucional (OAB e MPT, com 10 anos de experiência 
jurídica). Artigo 111-A da CF. 
TRT: composto por no mínimo 7 juízes, brasileiros, com mais de 30 e menos de 65 
anos, nomeados pelo Presidente da República (sem aprovação do Senado). É formado 
por juízes de carreira e pelo quinto constitucional. São 24 TRTs, sendo que os estados 
de Tocantins, Acre, Roraima e Amapá (TARA) não possuem TRTs. Artigo 115 da CF. 
Juizes do Trabalho: o ingresso na carreira é através de concurso público sendo 
necessário 3 anos de experiência jurídica. O juiz torna-se vitalício após 2 anos (não 
confundir com a estabilidade do servidor público que ocorre após 3 anos). O cargo 
inicial é de Juiz do Trabalho Substituto. 
→ Órgão auxiliares da JT: 
 a) Secretaria: local onde são armazenados os processos; 
b) Oficial de Justiça: também é responsável pela avaliação do bem penhorado; 
c) Distribuidor: nos termos do artigo 841 da CLT, distribuído o processo a Secretaria 
vai citar o réu no prazo de 48 horas para ele comparecer em audiência e apresentar 
defesa, que deve ser designada respeitando o prazo mínimo de 5 dias do recebimento da 
citação. 
2 COMPETÊNCIA 
 A doutrina classifica a competência em absoluta e relativa. 
2.1 Competência absoluta 
a) funcional: tem como objetivo definir qual órgão vai julgar a ação. Regra geral: a 
competência pertence às varas, entretanto existindo previsão em lei ou em regimento 
interno, a competência será dos Tribunais, como por exemplo Ação Rescisória, Dissídio 
Coletivo e Mandado de Segurança. 
b) material (artigo 114): trata-se da regra para definir qual matéria a JT tem competência 
para julgar. Não é da JT a competência para o servidor público estatutário, temporário e 
comissionado. Também não é da JT a Ação de Cobrança do profissional liberal contra 
o cliente, pois, conforme Súmula 363 doSTJ, é da competência da Justiça Estadual. 
i) relação de emprego e relação de trabalho (estagiário, voluntário, avulso, etc.). 
Ação de advogado contra cliente para cobrança de honorários é na JC. 
ii) as ações que envolvam exercício do direito de greve, inclusive Ação 
Possessória de Interdito Proibitório ajuizada pelo empregador, conforme SV23; 
135 
 
iii) as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
iv) os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; O STF já decidiu que a JT 
não tem competência penal. 
v) os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
Conflito entre: 
VTs do mesmo TRT = respectivo TRT 
VTs de TRTs diferentes = TST 
VT e JE, VF ou TRF = STJ 
JT e JE/JF = STJ 
STJ e TST = STF 
OBSERVAÇÃO: nos termos da Súmula 420 do TST, não há 
conflito entre a VT e o TRT que ela faz parte (conflito vertical) 
vi) as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da 
relação de trabalho; 
Inclusive as ações ajuizadas contra o empregador e proposta pelos 
herdeiros da vítima, conforme SV22 e Súmula 392 do TST. 
vii) as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores 
pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. 
viii) a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e 
II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
 SV 53 e Súmula 368 do TST. 
2.2 Competência relativa 
a) territorial: tem como objetivo definir o local do ajuizamento da ação. O artigo 651 da 
CLT trata do tema e deixa certo como regral geral que o local do ajuizamento é o local 
da prestação do serviço. Tal artigo apresenta como exceções o empregado viajante, o 
empregado brasileiro transferido para o exterior e a empresa transitória. Por fim, nos 
termos do artigo 799 e 800 da CLT, a reclamada poderá questionar o local de 
ajuizamento através da exceção de incompetência territorial. Apresentada tal peça o juiz 
deve dar prazo de manifestação, ao reclamante, de 24 horas e proferir a decisão na 
sequência. 
Embora no NCPC a exceção de incompetência territorial tenha virado preliminar, no 
DPT continua sendo exceção 
136 
 
b) em razão do valor da causa (não se aplica à JT, uma vez que o valor da causa serve 
apenas para definir procedimento e não competência) 
 
PARTES E PROCURADORES NA JUSTIÇA DO TRABALHO 
1 JUS POSTULANDI NA JT (artigos 791 e 839, a, da CLT) 
É o direito conferido aos empregados e aos empregadores de postularem pessoalmente 
perante a JT sem a necessidade de advogado. 
Poderá ser exercido até o final. SÚMULA 425 do TST: o jus postulandi limita-se às 
varas do trabalho e aos TRTs, não alcançando a Ação Rescisória, a Ação Cautelar, o 
Mandado de Segurança e os recursos de competência do TST. 
Prevalece o entendimento de que o jus postulandi não é cabível em nenhuma Ação 
Recisória, Cautelar ou MS, ainda que a AC ou MS se dê na vara. 
2 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NA JT 
Os honorários serão devidos pela mera sucumbência, nos termos do artigo 20 do antigo 
CPC (85 do NCPC)? 
 Súmula 21916 e 329 do TST 
Regra: os honorários advocatícios na JT não decorrem pura e simplesmente da 
sucumbência. 
 Os honorários advocatícios sucumbenciais dependem de 2 requisitos: 
→ a) a parte deverá estar assistida por sindicato (artigo 14 e 
seguintes da lei 5584/1970) 
 → b) a parte deverá ser beneficiária da justiça gratuita. 
 
16 Súmula nº 219 do TST HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO (alterada a redação do item I e 
acrescidos os itens IV a VI em decorrência do CPC de 2015) - Res. 204/2016, DEJT divulgado em 17, 18 e 
21.03.2016 I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre pura 
e simplesmente da sucumbência,devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria 
profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação 
econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (art.14,§1º, 
da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-I). II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários 
advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista. III – São devidos os honorários advocatícios nas causas 
em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego. IV – 
Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a responsabilidade pelo pagamento dos 
honorários advocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 
90). V – Em caso de assistência judiciária sindical, revogado o art. 11 da Lei nº 1060/50 (CPC de 2015, art. 1072, 
inc. III), os honorários advocatícios assistenciais são devidos entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento 
sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor 
atualizado da causa (CPC de 2015, art. 85, § 2º). VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-
ão os percentuais específicos de honorários advocatícios contemplados no Código de Processo Civil. 
137 
 
OBSERVAÇÃO: preenchidos os requisitos (antes os honorários eram 
limitados a 15%) os honorários variarão de 10 a 20% e reverterão em 
favor do sindicato assistente. 
OBSERVAÇÃO 2: excepcionalmente os honorários advocatícios serão 
devidos pela mera sucumbência na JT. Tais exceções são (súmula 219 do 
TST c/c OJ 421 da SDI-1 do TST): 
 a) no caso de Ação Rescisória na JT; 
b) quando o sindicato atua como substituto processual – 
legitimidade extraordinária (o sindicato sempre tem 
direito a honorários sucumbenciais); 
c) no caso de mera relação de trabalho que não seja relação 
de emprego (exemplos: trabalho autônomo, avulso, 
eventual, voluntário, estágio, etc.); 
d) ação de indenização por dano material e/ou moral 
decorrente de acidente de trabalho ajuizada na Justiça 
Comum, antes da EC45/2004 e remetida à JT após a 
Reforma do Judiciário (EC45). 
 
ATOS, TERMOS, PRAZOS E NULIDADES PROCESSUAIS TRABALHISTAS 
1. NOTIFICAÇÃO INICIAL POSTAL AUTOMÁTICA DO RECLAMADO 
 Artigo 891 da CLT. 
 Citação 
 Postal: em regra vai pelo Correio 
 Ato automático de servidor da secretaria da vara 
A CLT estabelece que recebida e protocolada a reclamação trabalhista, será aberto um 
prazo de 48h para que o servidor da secretaria da vara remeta ao reclamado a notificação 
e a contrafé para que ele, querendo, compareça em audiência e apresente sua defesa. 
 O juiz tem contato com a inicial apenas em audiência. 
2. RECEBIMENTO DA NOTIFICAÇÃO POSTAL PELO RECLAMADO 
Súmula 16 do TST: presume-se (relativamente) recebida a notificação no prazo de 48h 
de sua postagem. 
É ÔNUS da prova do destinatário o não recebimento OU a entrega após o decurso do 
prazo. 
138 
 
OBSERVAÇÃO 1: a notificação postal NÃO PRECISA ser pessoal. Prevalece o 
entendimento de que basta a entrega no endereço da reclamada, não se exigindo a 
pessoalidade. 
OBSERVAÇÃO 2: entre o recebimento da notificação postal e a data de audiência 
deverá decorrer um prazo mínimo de 5 dias. (artigo 841, caput, da CLT) 
3. NOTIFICAÇÃO POR EDITAL (EDITALÍCIA) 
 Artigo 841, §1º, da CLT. 
 Trata-se de exceção no sistema processual. Cabível em 2 hipóteses: 
 a) quando o reclamado não for encontrado 
 b) quando o reclamado criar embaraços ao recebimento da notificação postal 
Na praxe forense muitos juízes determinam a notificação por oficial de 
justiça antes da realização do edital. 
Artigo 765 da CLT: o juiz do trabalho é o diretor do processo. 
4. REGRAS DE CONTAGEM DOS PRAZOS PROCESSUAIS TRABALHISTAS 
 Artigo 219 do NCPC: contagem dos prazos em dias úteis. 
 IN 39/2016: artigo 219 do NCPC é inaplicável ao processo trabalhista. 
 Artigo 774 e 775 do da CLT, e sumulas 1 e 262 do TST 
 Exclui o do começa e inclui o do vencimento. 
 Os prazos são contínuos e irreleváveis. 
 
MÓDULO ESPECÍFICO 
1. DISSÍDIO COLETIVO 
Trata-se de um litígio coletivo que se classifica da seguinte forma: 
a) Dissídio coletivo de natureza econômica 
 Consiste no dissídio coletivo para criação de novos direitos da categoria. 
b) Dissídio coletivo de natureza jurídica 
 Consiste no dissídio para a interpretação de uma norma coletiva. 
c) Dissídio coletivo de greve 
 Consiste no dissídio para solução da greve. 
139 
 
 
1.1 Dissídio coletivo de natureza econômica 
A doutrina classifica este dissídio da seguinte forma: 
→ Dissídio Coletivo Originário 
Consiste no primeiro dissídio, ou seja, o primeiro instrumento normativo a criar o direito 
consquistado pela categoria. 
→ Dissídio Coletivo de Revisão 
Possui previsão no artigo 873 da CLT e ocorre após 1 ano da existência do dissídio 
originário. 
→ Dissídio Coletivo de Extensão 
Possui previsão no artigo 868 da CLT e tem como objetivo extender o dissídio coletivo 
originário para outros membros da categoria. 
Competência 
Na hipótese de dissídio coletivo de âmbito regional a competência será do respectivo 
TRT, já na hipótese de dissídio coletivo que envolva uma categoria que atua em mais 
de uma região a competência é do TST. 
Sentença normativa 
É a decisão do dissídio coletivo de natureza econômica que cria novos direitos. Trata-
se da ferramenta do poder normativo que consiste na função do poder judiciário 
trabalhista de criar novos direitos. Possui prazo de vigência de 4 anos e sua coisa julgada 
é formal (atípica). 
Requisito específico 
O artigo 114, §2º, da CF, determina como requisito específico para o dissídio coletivo 
de natureza econômica o comum acordo entre as partes. 
Ação de cumprimento 
 Consiste na execução da sentença normativa. Possui previsão no artigo 872 da CLT, 
sendo ajuizada na vara do trabalho. 
 
2. AÇÃO RESCISÓRIA 
Trata-se da ação que tem como objetivo rescindir uma decisão. Possui os seguintes requisitos: 
 a) Taxatividade: somente é cabível nas hipóteses previstas em lei (artigo 966, NCPC); 
140 
 
b) Coisa julgada material: a ação rescisória somente é cabível contra a coisa julgada 
material, ou seja, a decisão com resolução do mérito; 
c) Prazo: a ação rescisória deve ser ajuizada no prazo decadencial de 2 anos (Súmula 
100 do TST); 
d) Depósito: nos termos do artigo 836 da CLT, para o ajuizamento da ação rescisória é 
necessário um depósito no valor de 20% do valor da causa (não confundir com a Justiça 
Comum, onde o valor do depósito é de 5%). Tal depósito tem natureza punitiva, ou seja, 
na hipótese de ação rescisória ser julgada improcedente ou não conhecida por 
unânimidade, o autor perde o depósito realizado (punir o aventureiro). 
→ Honorários advocatícios: nos termos da Súmula 219, II, do TST, é cabível a condenação em 
honorários advocatícios sucumbenciais na ação rescisória. 
→ Ius postulandi: nos termos da Súmula 425 do TST, não cabe na ação rescisória. 
→ Causa de pedir: nos termos da Súmula 408 do TST, não há inépcia da petição inicial quando 
o autor não aponta qual hipótese do artigo 966 do NCPC fundamenta-se a ação rescisória ou, 
ainda, quando aponta erroneamente o inciso. Entretanto, na hipótese de se alegar violação a 
artigo de lei, o autor ao menos deve indicar o artigo de lei violado. 
→ Defesa: distribuída a ação rescisória no tribunal, o relator vai citar o réu para que apresente 
defesa. Nos termos da Súmula 398 do TST, a falta de defesa não gera o efeito de confissão 
tendo em vista que oque se ataca na ação rescisória é a decisão de juiz, ato oficial do Estado 
não sujeito aos efeitos da confissão. 
→ Suspensão da decisão atacada: o mero ajuizamento da ação rescisória por si só não suspende 
a decisão atacada na ação rescisória. Será necessário o uso de medida cautelar perante o 
Tribunal. 
→ Legitimidade da ação rescisória: as súmulas 406 e 407 do TST tratam da legitimidade, em 
especial quanto a atuação do MPT e do sindicato. 
 
EXECUÇÃO TRABALHISTA 
1. INTRODUÇÃO 
1.1 Conceito: é a realização prática de atos concretos e satisfativos do direito do credor/ é a 
realização da vontade concreta da lei. 
1.2 Requisitos cumulativos: 
 - Inadimplemento do devedor 
 - Título executivo judicial ou extrajudicial (obrigação líquida, certa e exigível) 
2. AMPARO LEGAL 
 1º lugar: 20 artigos da CLT (artigos 876 a 892) 
141 
 
 2º lugar, artigo 889: aplicação subsidiária da lei 6.830/80 (LEF) 
 3º lugar, artigo 769: aplicação subsidiária do CPC 
OBSERVAÇÃO: a mencionada aplicação subsidiária depende do preenchimento dois 
requisitos cumulativos: 
 a) Lacuna 
 b) Compatibilidade de princípios e regras (ver artigo 15 NCPC) 
3. TÍTULOS EXECUTIVOS TRABALHISTAS 
3.1 Judiciais 
 Segundo o artigo 876, caput, da CLT, são 3 títulos: 
 a) Sentença transitada em julgado, que dá ensejo à execução definitiva 
b) Sentença impugnada por recurso dotado apenas de efeito devolutivo, que 
possibilita a execução provisória (até a penhora, cfe. artigo 899, caput, da CLT) 
 c) Acordo judicial não cumprido, enseja execução definitiva 
3.2 Extrajudiciais 
 Segundo o artigo 876, caput, da CLT, são 2 títulos extrajudiciais: 
a) Termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do 
Trabalho (artigo 5º, §6º, da lei 7.347/85) 
b) Termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia 
(artigo 625-E, parágrafo único, da CLT). Eficácia liberatória geral, exceto quanto 
às parcelas expressamente ressalvadas 
OBSERVAÇÃO 1: atualmente o TST admite outros títulos executivos na Justiça 
do Trabalho.. Intrução Normativa 39/2016 (exemplo: cheque ou nota 
promissória oriunda da relação de trabalho – artigo 114, I e IX, da CF) 
OBSERVAÇÃO 2: a emenda constitucional 45/04 (Reforma do Judiciáiro) 
trouxe um outro título executivo extrajudicial trabalhistas. (artigo 114, XII, da 
CF) Oriundo das multas aplicadas pelo MTPS inscritas na Certidão da Dívida 
Ativa da União. 
4. PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL NA EXECUÇÃO TRABALHISTA (artigo 878) 
 A execução trabalhista poderá ser promovida ex officio pelo magistrado trabalhista 
 Ferramentas: 
 → Penhora “on line” 
 → Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (IN 39/2016 TST) 
142 
 
 → Outras penhoras 
5. EXECUÇÃO POR QUANTIA 
 Sequência de atos processuais: 
1º. MCPA: mandado de citação, penhora e avaliação (artigo 880), cumprido por Oficial 
de Justiça. 
Se o executado for procurado por duas vezes no espaço de 48 horas e não for 
encontrado, será feita a citação por edital. 
 2º. Prazo de 48 horas onde o executado poderá adotar 4 comportamentos: 
 a) Pagar a dívida 
→ Termo de quitação (2 vias) 
 → Extinção da execução 
 b) Garantir a execução através de depósito da integralidade (artigo 882) 
 c) Garantir a execução através da nomeação de bens à penhora 
→ Na nomeação de bens à penhora deverá ser observada a ordem do 
CPC e não da LEF. 
 d) Inércia do devedor (artigo 883) 
 → Penhora coativa ou forçada do oficial de justiça 
→ Serão penhorados tantos bens quantos bastem para garatir a execução 
(princípio da limitação expropriatória) 
3º. Garantida a execução ou penhorados os bens, o executado poderá opor embargos à 
execução/devedor/executado (artigo 884) PRAZO DE 5 DIAS 
4º. O exequente será intimado e poderá apresentar impugnação/contestação aos 
embargos à execução (artigo 884) PRAZO DE 5 DIAS 
5º. Decisão do juiz do trabalho (artigos 884, 885 e 886) 
 → Cabe AP no PRAZO DE 8 DIAS (artigo 897, a) 
6º. Fase de expropriação dos bens (artigos 888 + 13 da lei 5584/70) 
a) Adjudicação: é a transferência do bem ao patrimônio do exequente, tem 
preferência sobre a arrematação 
 b) Arrematação: é a venda do bem em hasta pública 
 → Praça: bem imóvel 
143 
 
 → Leilão: bem móvel 
c) Remição: é o pagamento da dívida pelo próprio devedor. A remição exige o 
oferecimento de preço igual ao valor da condenação. 
OBSERVAÇÃO: regras procedimentais da arrematação 
→ A arrematação será anunciada com 20 dias de antecedência 
→ O bem será vendido pelo maior lance 
→ O arrematante dará um sinal de 20% do valor e pagará o restante no prazo de 24 
horas, sob pena de perda do sinal e retorno do bem à hasta pública. 
 
AUDIÊNCIAS TRABALHISTAS 
1 REGRAS GERAIS (art. 813) 
A audiência trabalhista é una e contínua (art. 849). É realizada em dias úteis das 8:00h 
as 18:00h, será realizada na sede do juízo, sendo pública (exceto quando em segredo de 
justiça). Tem uma duração máxima de 5 horas, salvo matéria urgente. 
Sábado é dia útil para pratica de atos processuais, só não é dia útil para contagem de 
prazos. Os atos processuais são realizados das 06:00h as 20:00h 
As audiências podem ser realizadas em outro local, mas as partes devem ser avisadas 
com 24 horas de antecedência. 
Artigos 334 e 335 do NCPC não se aplicam ao Direito do Trabalho. 
A audiência pode ocorrer em outro local, desde que avisado às partes com o prazo de 
24 dias. 
IN39/16 do TST 
2 RITO DA AUDIÊNCIA 
Antes da petição inicial pode haver uma passagem pela CCP (Comissão de conciliação prévia, 
art. 625 A a H, da CLT) 
a) Petição Inicial 
Pode ser escrita ou verbal (art. 840) 
b) Notificação da parte contrária 
Art. 841, feita pelo correio com A.R. 
Quando a petição inicial chega à secretaria, em 48 horas deve citar o réu. 
Sendo frustrada a citação via postal, vai direto para o edital. (não existe OFJ). 
144 
 
c) Audiência 
Da data da notificação até a data da audiência deve respeitar o prazo mínimo de cinco 
dias. 
Atos na Audiência: 
c.1) 1º Tentativa de conciliação (art. 846 CLT) 
Acordo trabalhista. O juiz não é obrigado a homologar acordo. (S418, TST) 
Acordo não cumprido poderá ser executado, pois é um título executivo judicial (art. 
876). Art. 891 diz que não adimplida uma parcela do acordo, todas as parcelas vincendas 
poderiam ser executadas. 
O acordo é um termo irrecorrível, salvo para a previdência social que pode recorrer de 
acordo (art. 831, parágrafo único). 
Súmula 259 do TST: Cabe ação rescisória no caso de casadinha (indicação de advogado 
para chegar em acordo na JT). 
c.2) Apresentação de defesa (art. 847) 
A defesa deverá ser apresentada na audiência ou verbalmente no prazo de 20 minutos. 
c.3) Provas (art. 848) 
Provas Trabalhistas 
Ônus da prova (art. 818). Quem alega deve provar. 
Art. 373 CPC, §1º e §2º – Ônus dinâmico da prova (o juiz pode inverter o ônus da prova). 
A súmula 338 do TST trata de jornada de trabalho. O ônus da prova é do empregado se 
a empregadora tem menos de 10 empregados. Ônus da prova é do empregador se a 
empresa tiver mais de 10 empregados, pois deve controlar o horário do empregado. 
Obs.: Cartões de ponto que indiquem jornada britânica (sempre os mesmos horários) 
não são aptos a desincumbir a empresa de seu ônus probatório. 
Súmula 460 TST: Ônus da prova em relação ao Vale-Transporte. É ônus da empresa, a 
comprovação de que o empregado não precisa de vale transporte. 
Súmula 461 TST: FGTS. É ônus da prova do empregador a comprovação dos depósitos 
do FGTS. 
Súmula 443 TST: Dispensa discriminatória (Lei 9029/95). Quem prova é o empregado, 
mas existe exceção: portador de HIV ou outradoença que causa estigma social (câncer) 
o ônus é do empregador. 
Art. 373, §3°e §4° CPC: convenção das partes sobre a distribuição do ônus da prova não 
se aplica ao Processo do Trabalho. 
145 
 
c.4) Meios de prova. 
→ Prova testemunhal: é a prova mais importante. 
No rito ordinário até 3 testemunhas, no rito sumaríssimo são 2 testemunhas, no Inquérito 
para Apuração de Falta Grave até 6 testemunhas (3x2=6). 
No processo do trabalho não existe rol de testemunhas, as testemunhas comparecem 
independentemente de intimação. Se não comparecerem serão intimadas. O juiz pode 
não querer intimar. 
No rito sumaríssimo a testemunha somente será intimada se provado o convite. 
→ Prova pericial. 
Art. 195, §2°: a perícia será obrigatória em ações envolvendo insalubridade ou 
periculosidade. Súmula 453 do TST: nas ações envolvendo periculosidade não será 
necessária a perícia se houver pagamento espontâneo do adicional, ainda que inferior a 
30 %. 
Os honorários periciais quem paga é a parte vencida na perícia, (art. 790-B), salvo 
justiça gratuita, quando a União pagará. (Súmula 457 do TST). 
d) Razões Finais 
São verbais e feitas em 10 minutos (art. 850) 
e) 2º tentativa de conciliação (art. 850) 
f) Sentença 
g) Recursos 
h) Execução 
3 COMPARECIMETO À AUDIÊNCIA (art. 843) 
As partes devem comparecer pessoalmente à audiência. 
O empregado pode se fazer representar nas seguintes situações: 
a) Nas reclamações plúrimas (vários empregados de uma mesma empresa) e nas ações 
pelo sindicato. 
b) Doença ou outro motivo ponderoso, pode o empregado mandar o sindicato no lugar 
dele ou um colega de profissão. 
Empregador/preposto: 
a) As declarações do preposto obrigam o empregador; 
b) O preposto deve ter conhecimento dos fatos (não precisa ter trabalhado com o rte); 
146 
 
c) Preposto deve ser empregado da empresa (Súmula 377 do TST). Exceção: 
Empregador doméstico, ME e EPP não precisam ser empregados da empresa. 
Não comparecimento (art. 844) 
Reclamante = arquivamento. 
Caso o reclamante ajuíze uma vez e não compareça à audiência, o processo é arquivado, 
se faz isso de novo ocorre a perempção. (6 meses sem reclamar – qualquer ação – na 
justiça do trabalho). 
Reclamada = revelia e confissão quanto a matéria de fato. 
O juiz pode atrasar e as partes devem esperar 15 minutos, diferente do processo cível onde o 
tempo de espera deve ser de 30 minutos. 
4 PROCEDIMENTOS TRABALHISTAS 
Ordinário: acima de 40 salários mínimos. 
Sumário: (de alçada) até 2 salários mínimos; idêntico ao rito ordinário; três testemunhas; 
não cabe recurso salvo matéria constitucional. (lei 5584/70) 
Sumaríssimo: até 40 salários mínimos (art. 852, A–I), exceto aquela que envolver Adm. 
Pública direta, autárquica e fundacional; o pedido deve ser líquido sob pena de 
arquivamento; não há citação por edital e tem perícia. As partes terão o prazo comum 
de 5 dias para se manifestar sobre o laudo. 
Especiais: dissídio coletivo e I.A.F.G. 
 
RECURSOS TRABALHISTAS 
1 RECURSOS TRABALHISTAS 
1ª CARACTERÍSTICA 
Uniformidade dos prazos processuais trabalhistas. 
Regra: 8 dias (R/CR). 
→ Art. 6 da Lei 5584 de 1970. 
→ Art. 900 da CLT 
→ Art. 1 IN39 de 2016 do TST. (15 de março de 2016). 
a) Recurso ordinário (RO) equivale a apelação trabalhista, art. 895 da CLT. 
b) Agravo de instrumento (AI), art. 897, "b", CLT. 
c) Recurso de revista (RR), art. 896, 896-a, 896-b e 896-c da CLT. 
147 
 
Reflexos da lei 13.015 de 2014 (novas leis dos recursos trabalhistas). 
d) Embargos no TST: art. 894 da CLT. 
e) Agravo de petição (AP): art. 897, “a“, da CLT. 
f) Agravo regimental ou interno: (AgReg.). 
→ Súmula 435 TST. 
→ OJ 412, SDI- 1, TST. 
O agravo regimental é o recurso cabível contra decisões monocromáticas 
proferidas pelos tribunais trabalhistas. 
Exceção ao prazo de 8 dias: 
a) Embargos de declaração, (ED), O prazo é de 5dias. 
Art. 897-A da CLT. O art. 535 do CPC foi modificado pelos artigos 1.022 a 
1.026 NCPC. 
b) Recurso extraordinário (RE): 15 dias. 
Art. 102, III, da CF. + art. 1003, §5º, do NCPC. 
c) Recurso ordinário constitucional (ROC): prazo de 15 dias. 
Art. 102, II, CF. + art. 1003, §5º, do NCPC. 
d) Recurso (ou pedido) de revisão: 48 hs. 
Art. 2 da lei 5584/70 
e) Fazenda pública ou (MPT), Ministério Público do Trabalho: o prazo é dobro. 
Art. 1º, III, DL 779/1969. 
Art. 188 do ACPC foi desmembrado em 180 e 183 do NCPC. 
OBS: OJ 310 SDI-1 TST, atualizada Res. 208/2016, TST. 
Art. 191 do CPC de 1973 é inaplicável ao processo do trabalho. O artigo 191 é o artigo 
229 do novo CPC, considerado incompatível com a celeridade trabalhista. O prazo em 
dobro/litisconsortes com diferentes. Desde que seja em escritórios de advocacia 
distintas. 
2ª CARACTERÍSTICA 
Em regra, os recursos trabalhistas são dotados apenas de efeito devolutivo. Art. 899, caput. 
É cabível a execução provisória (até a penhora). 
148 
 
Obs.: súmula 414, I, TST: a ação cautelar é o meio próprio para a obtenção de efeito 
suspensivo. 
Obs.: O TST entende que o sistema da tutela provisória do novo CPC e cabível na Justiça 
do Trabalho. Art. 3 IN 39/2016 TST. 
Tutela provisória. Art. 294 e seguintes do NCPC. 
Tutela de urgência: ela pode ser antecipada ou cautelar. 
Tutela de evidência. 
3ª CARACTERÍSTICA 
Depósito recursal na justiça do trabalho. 
Art. 89, §§1º ao 8º. 
Súmula 128, 161, 245 e 406 do TST. 
Objetivo: serve para garantia do juízo em favor do empregado para futura execução por 
quantia. 
O depósito recursal somente será exigido do empregador na hipótese de condenação em 
pecúnia (empregado nunca faz "depósito recursal“). 
Obs.1: A diferença ínfima referente a centavos importará na deserção dos recursos. (no 
processo civil a parte é intimada para suprir em 5 dias) 
OJ 140 da SDI /TST: 140. DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS. DIFERENÇA 
ÍNFIMA. DESERÇÃO. OCORRÊNCIA (nova redação) - DJ 20.04.2005. 
Ocorre deserção do recurso pelo recolhimento insuficiente das custas e do 
depósito recursal, ainda que a diferença em relação ao "quantum" devido seja 
ínfima, referente a centavos. 
Obs.2: súmula 86 do TST: A massa falida é isenta de preparo, a empresa em 
recuperação judicial ou extrajudicial não tem isenção. 
4ª CARACTERÍSTICA 
Regra ou princípio da irrecorribilidade imediata, direta, em separado ou autônoma das decisões 
interlocutórias. 
Art. 799 parágrafos segundo e 893 parágrafos primeiro da CLT. 
Súmulas 214 e 414 do TST. 
Art. 1º, §1º, IN 39/2016 do TST. 
OBS: art. 203 do CPC: pronunciamentos judiciais, sendo que agora decisão 
interlocutória é toda a decisão com conteúdo decisório que não seja sentença. 
149 
 
No processo do trabalho, em regra, somente será admitida a apreciação do merecimento 
de uma decisão interlocutória em recurso da decisão definitiva. 
A assertiva “não cabe recurso de decisão interlocutória está errada”, uma vez que apenas 
não cabe recurso imediato. 
Obs.1: na JT, o agravo de instrumento tem outra função, a de destrancar o recurso no 
juízo a quo. 
Obs.2: na praxe forense surgiu a figura dos protestos nos autos para evitar confusão. 
2 RECURSOS TRABALHISTAS EM ESPÉCIE 
2.1 RECURSO ORDINÁRIO (RO) 
O art. 895 elenca duas hipóteses de cabimento: 
a) Contra decisões definitivas ou terminativas proferidas pelas varas ou juízo. (é 
como se fosse uma apelação trabalhista). 
b) Contra decisões definitivas ou terminativas proferidas pelas TRTs, em 
processo de sua competência originária. Hipóteses de competência originária 
do TRT: dissídio coletivo, ação rescisória, ação cautelar e mandado de segurança 
(em caso de erro, o TST entende que é erro grosseiro, portanto não cabe a 
aplicaçãodo princípio da fungibilidade recursal). 
2.2 RECURSO DE REVISTA (RR) 
Art. 896: contra acórdãos proferidos pelo TRTs, nos dissídios individuais em grau de 
RO. 
2.3 AGRAVO DE PETIÇÃO (AP) 
Art. 897, a: contra decisão proferida em execução trabalhista. RO na execução. 
Exemplos: execução embargos à execução, embargos de terceiro, exceção de 
pré-executividade. 
 
Súmula nº 435 do TST. DECISÃO MONOCRÁTICA. RELATOR. ART. 932 DO CPC DE 
2015. ART. 557 DO CPC DE 1973. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA AO PROCESSO DO 
TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado 
em 22, 25 e 26.04.2016. Aplica-se subsidiariamente ao processo do trabalho o art. 932 do CPC 
de 2015 (art. 557 do CPC de 1973). 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem 
como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência 
originária do tribunal; 
150 
 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado 
especificamente os fundamentos da decisão recorrida; 
IV - negar provimento a recurso que for contrário a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio 
tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão 
recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio 
tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for 
instaurado originariamente perante o tribunal; 
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; 
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo 
de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a 
documentação exigível. 
 
EXECUÇÃO TRABALHISTA. 
 
1) Introdução. 
Conceito: é a realização prática de atos concretos e satisfatórios do direito do credor. É a 
realização da vontade concreta da lei. 
A execução depende de dois requisitos cumulativos: 
1. Primeiro inadimplemento do devedor segundo 
2. Título executivo judicial e extrajudicial (obrigação líquida, certa e exigível). 
 
2) Amparo legal, existe uma ordem. 
1. Lugar: (CLT, 20 artigos). Artigos 876 a 892 CLT. 
 Lacunas (art.889 da CLT). 
2. Lugar: aplicação subsidiária da Lei 6830/1980. 
Lei de execução fiscal, (A LEF.). 
A LEF também apresentar lacunas, art. 769 da CLT. 
151 
 
3. Lugar: aplicação subsidiária do CPC de 2015. 
OBS: mencionada aplicação subsidiária depende do preenchimento de 2 requisitos 
cumulativos: a) Lacuna +. 
b) Compatibilidade de princípios e regras. 
• Artigos 889 e 769 da CLT. 
• Art. 15 do NCP 
 
3) Títulos executivos trabalhistas. 
3.1 Judiciais: criação do poder judiciário. 
• Art. 876, do CLT. 
 
Três títulos: 
a) Sentença transitada em julgado. 
 Execução definitiva. 
b) E a sentença impugnada por recursos dotada por efeito devolutivo Cabe o início da 
execução provisória (até a penhora). 
c) É acordo judicial não cumprido. Também enseja em execução definitiva. 
 
3.2 Extrajudiciários: “criação das partes” 
Art. 876 caput, CLT (temos 2 títulos) 
a) TAC. Termo de ajuste de conduta firmado perante o MPT: art. 5o, 
parágrafo 6o, da Lei 7347/1985 (LACP) 
b) Termo de conciliação firmado perante a comissão de Conciliação 
prévia (CCP) Art. 625, E, parágrafo único, CLT. 
• Eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. 
Exemplo: 
• Aviso prévio: termo de conciliação 
• 13º salário proporcional Férias proporcionais. 
Reclamação trabalhista. 
Ressalva expressa 
OBS. Atualmente o TST admite outros títulos executivos na justiça do trabalho. 
152 
 
Obs1: instrução normativa 39/2016 do TST. 
• Exemplo: cheque ou nota promissória oriunda da relação de trabalho (art. 114, Iei, IX, 
CF). 
• Obs2: A emenda constitucional 45/2004 (Reforma do Judiciário): 
• Outro título executivo extrajudicial trabalhista. 
• Art. 114, VII, CF. 
• Oriunda das multas aplicadas ministério (MTPS) escritos na certidão da Dívida ativa da 
União. 
 
4) Princípio do impulso oficial na execução trabalhista. 
• Art. 878 da CLT. 
• A execução poderá ser promovida, de “ex-ofício”, pelo magistrado do trabalho. 
Exemplo: o juiz pode fazer a penhora “on-line”. 
• Penhora on-line. 
• Incidente de desconsideração da personalidade jurídica, (IN, 39/2016 do TST). 
• Outras penhoras etc. 
 
5) Execução por quantia. 
 Sequência de atos processuais. 
1. MCPA: quem é o (mandado de estação, penhora e avaliação). 
• Art. 180 da CLT. 
• Esse mandado é comprido por oficiais de justiça. Se o executado for procurado por 2 
vezes no espaço de 48 horas e não for encontrado, será feita a citação por edital. 
2. Prazo de 48 horas: e o executado poderá adotar 4 comportamentos: 
a) Pagar a dívida: art. 881, CLT. 
 Termo de quitação, (2 vias) 
 Extinção da execução. 
 
b) Garantir a execução através do depósito da importância. Art. 882 da CLT. Garantir a 
execução através de bens à penhora. 
 Art. 882, CLT. 
153 
 
 
c) Garantir a execução através de bens à penhora. 
• Art. 882, CLT. 
Na nomeação de bens a penhora, deverá ser observada a ordem do CPC e 
não dá LEF. d) Inércia do devedor: art. 883 CLT. 
• Penhora coativa e forçada do oficial de Justiça 
• Serão penhorados tantos os bens quantos bastem para garantir a execução (principio da 
limitação expropriatória). 
 
3. Garantida a execução ou penhorado os bens, o executado poderá opor embargos à 
execução (do devedor/do executado). 
• Art. 884, CLT; 
• Meio de defesa do executado; 
• O prazo desses embargos é de 5 dias; 
 
4. O exequente será intimado e podem apresentar impugnação a os embargos execução. 
• Art. 884, CLT. 
• O prazo dos embargos é de 5 dias 
 
5. Decisão do juiz do trabalho. 
• Art. 884, 885 e 886 da CLT. 
• O prazo das decisões é de 5 dias. 
• Dessas decisões, cabe agravo de petição (AP) 8 dias, art.897,” A “ CLT. Petição de oito 
dias. 
 
6. Fase de expropriação dos bens: 
 Art. 888, CLT + art. 13 da lei 
5.584/1970 
a) Adjudicação: É a transferência dos bens ao patrimônio do exequente. (tem preferência 
sobre a arrematação). 
b) Arrematação: é a venda do bem em hasta pública, ela pode ser Praça o leilão. 
c) Remissão é o pagamento da dívida pelo próprio devedor, à remissão exige o 
oferecimento de preço igual ao valor da condenação. 
Praça: bem imóvel. 
154 
 
Leilão: bem móvel “Leitão”. 
Diferenças de: 
 Remição: com (Ç) = Pagamento 
Remissão: com (SS) = Perdão de Missa 
OBS. Regras procedimentais da arrematação. 
1o - Arrematação será anunciada com 20 dias de antecedência (princípio da publicidade). 
2o – O bem será vendido pelomaior lance. 
 
155 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
DICAS DE LEITURA 
Artigo 5º, direito de reunião, pena de morte, direito de religião, remédios constitucionais 
Artigo 12, 14/17, 21/24, 32, 34/36, 50/58, 60/69, 80/88, 93/97, 102/105, 109, 136/139 
Título VIII – Da Ordem Social, meio ambiente, saúde, educação, idoso, criança e adolescente 
(maioridade penal, artigo 228) 
Lei 9868/99: ADI, ADI PO, ADC 
Lei 9882/99: ADPF 
Lei 12562/11: ADI Interventiva Federal 
Lei 12016/2009: MS Individua e Coletiva e MI 
Lei 8038/90, artigo 24, parágrafo único 
OBSERVAÇÃO: o STF admite MI Individual e MI Coletivo 
DICA: o STF não admite limitar em MI 
1 PODER CONSTITUINTE 
a) Originário (1º grau, genuíno, primário) 
Criar a primeira ou nova Constituição para um Estado. Em democracia “o povo elege a 
assembleia nacional constituinte para fazer a constituição”. 
Características tradicionais do poder constituinte originário: incial, soberano, absoluto, 
ilimitado, incondicionado, independente, etc. 
CUIDADO: hoje existe um limite ao poder constituinte originário, chamado “vedação 
do retrocesso”, pela qual um país, ao fazer uma nova Constituição ou legislação, não 
pode violar direitos previstos em tratados de direitos humanos que ele fez parte. Se 
desrespeitar, pode sofrer sanções no plano internacional (exemplos: advertência, 
embargo político, embargo econômico, intervenção militar). 
Exemplos de vedação ao retrocesso: no Brasil não pode ser reestabelecida a prisão civil 
por dívida do depositário infiel (artigo, 7º, item 7, do Decreto 678/92 – Convenção 
Americana de Direitos Humanos/Pacto de São José da Costa Rica). 
STF.RE 466343-1/SP, prisão civil por dívida só para devedor de alimentos. Várias 
decisões no mesmo sentido fizeram nascer a SV25. 
156 
 
Se for retirada a pena de morte do sistema jurídico brasileiro, não poderá restabelecer 
(artigo 4º, item 3, do Decreto 678/92). 
b) Derivado de Reforma (Reformador/de Emendabilidade/de Revisão/Secundário/ de 
Mudança) 
Artigo 3º dos ADTC, fundamento para 
Emendas Constitucionais de Revisão: foi um 
meio de mudança da CF. STF ADI 981. 
São apenas 6 Emendas de Revisão. 
Artigo 60 da CF, fundamento para Emendas 
Constitucionais. Hoje é o único meio de 
alteração da CF. 
 
EMENDAS CONSTITUCIONAIS (artigo 60 da CF) 
PROCEDIMENTO OUTROS LIMITES 
1º passo: Iniciativa da PEC (quem pode 
propor, artigo 60, I a III, da CF); 
2º passo: Votação da PEC (artigo 60, § 2º, 
da CF) 3/5 2T 2C CN – maioria qualificada 
3º passo: Promulgação da emenda (artigo 
460, § 3º, da CF), mesa da câmara e mesa do 
senado. DICA: emenda não tem sanção 
nem veto presidencial. 
1º. Limites circurntanciais (artigo 60, § 1º), 
na vigência de certas situações, não pode 
modificada a CF. (intervenção federal, 
estado de defesa e de sítio) 
2º. Limite temporal para reapresentação da 
PEC (artigo 60, § 5º). O texto de uma PEC 
rejeitada não pode ser reapresentado numa 
mesma seção legislativa (artigo 57) 
REGRA: começa 02/02 e vai até 22/12. 
3º. Limites materiais expressos, cláusulas 
pétreas (artigo 60, § 4º), são partes da CF 
que não podem ser modificadas visando a 
redução de direitos. OBSERVAÇÃO: para 
ampliar pode (EC45/04). Exemplo: a PEC 
da maioridade viola o artigo 60, § 4º, IV. 
 
c) Derivado Decorrente 
É a autorização para que os entes federativos elaborem suas normas fundamentais. Artigo 25 
da CF, Constituições Estaduais. Artigo 32, o DF tem lei orgânica. 
OBSERVAÇÃO: municípios (artigo 29 c/c artigo 1º e 18) 
 
FENÔMENOS/TEORIAS QUE SUGIRAM COM UMA NOVA CONSTITUIÇÃO 
REGRA: a nova Constituição revoga a anterior. 
1) Recepção: a nova Constituição recebe as normas infraconstituinais que foram feitas de 
acordo com as Constituições anteriores, desde que não contrariem materialmente a nova 
Constituição. STF ADPF 378 
2) Desconstitucionalização: a nova regra Constituição recebe a anterior como norma 
infraconstitucional. Rebaixamento. **ESTE FENÔMENO NÃO EXISTE** 
157 
 
3) Repristinação: a nova Constituição revigora normas infraconstitucionais que a Constituição 
anterior havia revogado. **NÃO EXISTE** 
DICA: existe repristinação no plano infraconstitucional. Exemplo: O STF julgando uma 
ADI declara a lei revogadora inconstitucional, revigorando a lei revogada. Exemplo 2: 
lei revogadora expressamente revoga lei revogadora e revigora a primeira lei revogada. 
Ler § 3º do artigo 2º do Decreto-lei 4657/42 (LICC) 
4) Prorrogação: um instituto ou órgão continua em vigor até a nova regulamentação. Exemplo: 
artigo 27, § 1º, do ADCT. 
 
APLICABILIDADE (EFICÁCIA) DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
→ Todas as normas constitucionais tem eficácia no plano abstrato, independente de terem sido 
regulamentadas. 
a) Eficácia plena: não dependem de regulamentação (de normas infraconstitucionais), tem 
aplicabilidade direta, imediata. 
b) Eficácia contida: não dependem de regulamentação (de normas infraconstitucionais), tem 
aplicabilidade direta, imediata, MAS admitem redução do direito. 
c) Eficácia limitada: dependem de regulamentação. 
DICA DA EFICÁCIA PLENA: i) o verbo da norma é o verbo ser no presente do indicativo (é 
ou são); ii) não aparecem expressões do tipo: “nos termos da lei” no meio ou no final da norma. 
Exemplo: artigo 13 da CF. 
DICA DA EFICÁCIA CONTIDA: i) o verbo da norma é o verbo ser no presente do indicativo 
(é ou são); ii) irão aparecer expressões com a palavra “lei”, visando reduzir um direito. Exemplo 
de prova: artigo 5º, XIII17 (taxistas, cabeleireiro, turismólogo, etc). 
DICA DA EFICÁCIA LIMITADA: i) o verbo da norma está no tempo futuro (será, deverá, 
estabelecerá, etc); ii) irão aparecer expressões do tipo “nos termos da lei”, “de acordo com a 
lei”, “segundo a lei”. Exemplo: artigo 37, VII, artigo 153, VII. (normas de caráter programática 
ou institutivo) 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
É a verificação da compatibilidade vertical que deve existir entre a Constituição e as normas 
infraconstitucionais. OBSERVAÇÃO: não há controle de consitucionalidade sobre o texto 
original da Constituição, pois ele é o parâmetro. 
 
17 Artigo 5º, XIII, da CF: é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. 
158 
 
O Decreto 6949/09 tem dois tratados de Direitos Humanos, que foram referendados nos termos 
do parágrafo terceiro do artigo 5º. Quem pede o referendo é o Presidente, após será votado 
como uma PEC (3/5 2T 2C) 
Só há controle de normas posteriores, as anteriores são objeto de não recepção. 
 
 
INCONSITUCIONALIDADE 
Contrariedade com a CF ou CE. 
OBSERVAÇÃO: não há inconsitucionalidade em face de lei orgânica de município. Neste caso 
existe controle de legalidade. 
Exemplos: 
 CF x Lei Federal ou Lei Estadual = ADI no STF 
 CE x Lei Estadual ou Municipal = ADI no TJ 
MODALIDADES DE INCONSTITUCIONALIDADE 
a) Por ação: foi feita uma norma que contraria a CF (ou CE) 
→ Por ação formal: por violação de um procedimento da CF ou CE para criar a norma. 
Exemplos: iniciativa reservada (artigo 61, § 1º), sistema de votação (artigo 69), violação 
da espécie normativa (se a CF mandar por lei complementar, só lei complementar). 
Inconstitucionalidade formal acarreta nulidade total. 
→ Por ação material: violação de um direito previsto em qualquer parte da 
Constituição. Exemplo: artigo 5º. Acarreta nulidade total ou parcial a depender do 
caso. 
b) Por omissão: norma constitucional de eficácia limitada não regulamentada. Exemplo: 
Imposto sobre Grandes Fortunas, artigo 153, VII (não cobrado pois não é regulamentado). 
CONTROLE DECONSTITUCIONALIDADE 
→ Quanto ao momento em que ocorre 
 a) Preventivo 
CF + D6949
Legislação infraconst.
159 
 
 É feito sobre um projeto de lei pelos poderes: 
 i) Legislativo: através das Comissões Permanentes – CCJ 
ii) Executivo: realiza o veto por inconstitucionalidade (chamado veto jurídico), 
feito pelo Presidente da República (artigos 65 e 66) 
DICA: o Judiciário somente pode se for acionado. Exemplo: projeto de lei 
federal que contraria o processo legislativo (vício) cabe MS no STF (só 
Deputado Federal ou Senador) → arquivamento do processo. 
 b) Repressivo (sucessivo, a posteriori) 
 É feito pelo Judiciário: 
i) de modo difuso: controle no caso concreto, chamado de incidental (dentro do 
processo). Pode ser dar por petição inicial (tutela provisória, MS, HC, etc.) ou 
através de recurso (Agravo, Apelação, R.E., etc.) 
→ Qualquer pessoa pode ser autora que teve um direito violado 
→ Foro: qualquer magistrado competente para a causa (incluse STF) 
→ Efeitos: eficácia entre as partes. Estes efeitos podem ser ampliados. 
(artigo 52, X). Resolução do Senado suspende os efeitos da lei julgada 
inconstitucional pelo STF em controle difuso (exemplo julgamento REx) 
 DICA: pode ser qualquer tipo de lei (federal, estadual, municipal) 
ii) de modo concentrado: lei em tese (abstrato). Chamado de controle principal, 
por ação: ADI, ADC, ADPF. 
→ Quem pode propor: artigo 103. 
→ Foro: se a contrarierade, o foro é o STF. 
→ Efeitos: erga omnes e vinculante. 
DICA: nenhuma das ações admite desistência, intervenção de terceiros, 
em todas elas é possível tutela de urgência (cautelar ou liminar) 
Lei 9868/99 (ADI, ADI PO, ADC) 
Lei 9882/99 (ADPF) 
Lei 12562/11 (ADI Interventiva Federal) 
 Artigos 97, 102 e 103 da CF. 
RESUMO DAS AÇÕES DO CONTROLE CONCENTRADO 
1ª. ADIN/ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 
160 
 
 Artigo 102, I, a, da CF e lei 9868/99 
Caso que autorização ação: lei, ato normativo federal ou estadual inconstitucional 
(posteriores à CF) 
OBSERVAÇÃO: o ato normativo deve ser equivalente a uma lei (exemplo: decreto 
autônomo, medida provisória) 
Autor: artigo 103 
CUIDADO: algumas pessoas devem demonstra a pertinência temática, incisos IV, V e 
IX (justificar a ação) – chamados de autores especiais ou reservados. Quem não precisa 
realizar pertinência temática é autor neutro ou universal (exemplo: Conselho Federal 
da OAB). 
Foro: STF 
Efeito: erga omnes, vinculante, e via de regra ex tunc. 
CUIDADO: pode haver a modulação temporal (que é mudar os efeitos do ex tunc para 
ex nunc). Requisitos: interesse público e manifestação de 2/3 do STF. 
2ª. ADIN/ADI Interventiva Federal 
 Artigo 36, I, da CF e lei 12562/11 
Deseja-se que a União faça a intervenção em estado membro ou DF que violou princípio 
constitucional sensível (expresso). 
VER artigo 34, VII, da CF 
Exemplo: violação de direito da pessoa humana. 
Quem pode propor: só o Procurados Geral da República (chefe do MPU) 
Foro: STF 
Efeito: mandamental (Presidente da República decreta a intervenção – se não decretar, 
comete crime de responsabilidade) 
3ª. ADIN/ADI POR OMISSÃO 
 Artigos 12-A a 12-H, lei 9868/99 (principalmente 12-F e 12-H) 
Casos: quando existir inconstitucionalidade por omissão – existe uma norma 
constitucional de eficácia limitada não regulamentada (exemplo, 153, VII – IGF) 
Autor: artigo 103 da CF 
OBSERVAÇÃO: realizar a pertinência temática (IV, V e IX) 
Foro: STF 
161 
 
Efeitos: a depender da situação: §2º, 103, CF (dar ciência ou fazer em 30 dias); 12-H da 
lei 9868 (são os mesmos efeitos da CF, mas o prazo de 30 dias pode ser alterado para 
um prazo razoável) 
4ª. ADECO/ADECON/ADC (Ação Declaratória de Constitucionalidade) 
 Artigo 102, I, a, da CF e artigo 13 e seguintes da lei 9868/99 
Caso: existe lei ou ato normativo federal inconstitucional e fruto de relevante 
controvérsia judicial – existem várias ações judiciais nas quais a União está perdendo. 
Autor: pessoas do artigo 103 
Fazer a pertinência temática (IV, V e IX) 
Foro: STF 
Efeitos: erga omnes, vinculante, via de regra ex tunc. 
5ª. ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 
 Artigo 102, § 1º, da CF e lei 9882/99 
Caso: um órgão público violou preceito fundamental (CF, tratado de humanos). Lei ou 
ato normativo federal, estadual ou municipal, inclusive anterior à CF/88 = caso de não 
recepção. 
CUIDADO: ato normativo para autorização ADPF não precisa ser equivalente a lei (ato 
do presidente da camara dos deputados ou do senado) Exemplo: ADPF 378 
 Autor: artigo 103 + pertinência temática (IV, V e IX) 
 Foro: STF 
 Efeitos: erga omnes, vinculante, via de regra ex tunc. 
OBSERVAÇÃO: princípio da subsidiariedade (artigo 4º da lei 9882/99), a ADPF é 
usada em último caso. 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS 
a) Administrativa (gerencial/material) 
a.1) Exclusiva (artigo 21 da CF): somente da União. Exemplos: emitir moeda, organizar os 
Correios. 
a.2) Comum (artigo 23 da CF): de todos os entes federativos. Exemplos: criação de secretaria 
de proteção do meio ambiente; das pessoas com deficiência, etc. 
b) Legislativa 
162 
 
b.1) Exclusiva (artigo 21 da CF): somente da União. INDELEGÁVEL. Anistia de crimes 
políticos: são os delitos que visam desestabilizar o Estado. Lei de Segurança Nacional 
b.2) Privativa (artigo 22 da CF): da União, mas cabe delegação aos Estados mediante lei 
complementar sobre questões específicas. (copiar I, II e XI) Decreto de prefeito que 
regulamenta uber é inconstitucional, deve haver lei complementar da União delegando. 
b.3) Concorrente (artigo 24 da CF): (copiar incisos I e VI) tributário, por exmplo. 
 Regras de aplicação: estão nos parágrafos do artigo 24. 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á 
a estabelecer normas gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia 
da lei estadual, no que lhe for contrário. 
b.4) Local (artigo 30, I, da CF): via de regra é a competência dos municípios. Exemplos: legislar 
sobre o funcionamento de estabelecimentos comerciais, tempo de fila em Banco, etc. 
Súmula Vinculante nº 38: É competente o Município para fixar o horário 
de funcionamento de estabelecimento comercial. 
CUIDADO: o município pode legislar sobre competência legislativa 
concorrente, desde que seja no interesse local e suplementando a legislação 
federal e estadual no que couber (artigo 30, I e II c/c artigo 24, §2º, da CF) 
b.5) Cumulativa (artigo 32, §1º, da CF): é a competência do DF. Lei distrital pode ter conteúdo 
estadual e municipal. 
 OBSERVAÇÃO: ler artigos 147 e 155. 
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se 
o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos 
municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. 
Art. 155. Dos Impostos Dos Estados E Do Distrito Federal. 
b.6) Residual (artigo 25, §1º, da CF): é a competência dos Estados. 
 
PODER LEGISLATIVO 
Artigos 44 a 75 da Consituição Federal. 
→ CPI FEDERAL (artigo 58, §3º, da CF) 
163 
 
 - Câmara dos Deputados (1/3 dos Deputados, 171) 
 - Senado (1/3 dos Senadores, 27) 
 - Mista – só existe na esfera federal (1/3 da Câmara + 1/3 do Senado) 
DICA: cada CPI investiga aquilo que o respectivo legislativo pode legislar ou fiscalizar. 
CUIDADO:só a CPI distrital (criada no DF pela Câmara Legislativa) pode investigar 
matéria estadual e municipal (artigo 32, §1º). 
DICA: de acordo com o STF, nenhuma CPI pode: 
 a) determinar a interceptação telefônica; 
 b) expedir mandado de busca e apreensão; 
 c) expedir mandado de prisão (não confundir com prender em flagrante). 
 Tais poderes são de autoridades judiciais. 
As CPIs federais, estaduais e distritais (exceto as municipais) podem determinar 
diretamente aos órgãos, desde que o façam fundamentadamente, as seguintes quebras: 
i) de sigilo bancário; ii) de sigilo telefônico; iii) de sigilo fiscal. 
CPI municipal, se quiser, pode requerer ao juiz criminal da comarca. 
→ IMUNIDADE PARLAMENTAR (artigo 53 da CF) 
a) Material (absoluta/inviolabilidade): os parlamentares são imunes civil e penalmente por suas 
opiniões, palavras e votos no exercício da atividade parlamentar. 
DICAS: proteção onde quer que estejam, inclusive nas férias. Todos possuem 
imunidade material (vereadores, deputados e senadores). 
b) Formal (relativa/propriamente dita): é a possibilidade de suspensão da prisão e do processo 
por maioria absoluta dos membros da respectiva casa. 
DICAS: vereador não tem essa proteção. A votação é aberta. Só podem ser presos em 
flagrante de crime inafiançável. 
→ TRIBUNAL DE CONTAS (artigo 70 a 75 da CF) 
 Auxiliam o poder legislativo na fiscalização das contas públicas respectivas. 
CUIDADO: quem julga as contas do Presidente da República é o Congresso Nacional 
com parecer prévio do TCU. 
 OBSERVAÇÃO: verificar artigo 31, §4º, da CF. 
→ MESA (direções das casas) 
 Ler artigo 55 e 60, §3º, da CF. 
164 
 
→ FUNCIONAMENTO DO CN (artigo 57 da CF): sessão legislativa, de 02/02 até 17/07 e de 
01/08 até 22/12. 
DICA: PEC e MP rejeitadas em uma sessão legislativa só podem ser reapresentadas na 
próssima sessão legislativa. 
→ PROCESSO LEGISLATIVO (espécies normativas) 
 Ler artigo 59 a 69 da CF. 
 a) Emenda constitucional: artigo 60 da CF. 
b) Lei ordinária: aprovada por maioria simples/relativa (maioria dos presentes), ver 
artigo 47 da CF. 
c) Lei complementar: aprovada por maioria absoluta (o primeiro número inteiro depois 
da metade do total). 
DICA: lei complementar tem campo material próprio (v.g. artigo 153, VII, da CF) 
→ MEDIDA PROVISÓRIA (artigo 62 da CF e EC de 32/2001) 
 Requisitos: relevância e urgência. 
 Vedações: artigo 62, §1º, da CF 
 Prazos: §§5º, 6º e 7º, 11 do artigo 62 da CF. Regra: vigência 60+60. 
DICA: verificar artigo 62, §9º, da CF (Comissão Parlamentar Mista) 
→ LEI DELEGADA (artigo 68 da CF) 
 Quem edita é o Presidente da República. 
→ DECRETO LEGISLATIVO (artigo 49 da CF) 
Editado pelo CN nas matérias de competência dele. Exemplo: referendar tratado 
internacional. 
→ RESOLUÇÃO 
Pode ser criada pela Câmara dos Deputados (artigo 51 da CF), pelo Senado (artigo 52 
da, X, da CF) ou pelo CN, quando a CF mandar. 
 
165 
 
PODER EXECUTIVO 
Função típica: administrar o Estado. Ler artigos 76 a 91 da CF. 
Estrutura: 
a) Federal: chefe é o Presidente da República e Vice. São cargos eletivos privativos de 
brasileiro NATO.(artigo 12, §3º, da CF) 
b) Estadual: chefe é o Governador e Vice. 
c) Distrital: chefe é o Governador e Vice (não tem prefeito no DF). 
d) Municipal: chefe é o Prefeito e Vice. 
CUIDADO: aumento de remuneração de servidor público somente o chefe do executivo 
respectivo pode apresentar o projeto. As casas podem mexer para manter igual ou 
diminuir, não podem aumentar. 
Iniciativa reservada (artigo 61, §1º, da CF). 
CUIDADO: princípio da simetria federativa, aquilo que é determinado na esfera federal 
deve ser repetido nas demais esferas. Exemplo: aumento de servidor público estadual 
cabe ao Governador. 
Mandato de 4 anos: o mandato do Poder Executivo atualmente é de 4 anos, sendo 
possível uma reeleição para um período subsequente. 
Reeleição não é cláusula pétrea, podendo ser retirada. 
Ordem de sucessão/substituição do Presidente da República (artigo 80 da CF) 
 Sucessão = caráter definitivo 
 Substituição = caráter temporário 
Presidente da República → Vice Presidente (defitivamente ou interinamente) → 
Presidente da Câmara dos Deputados (não interino) → Presidente do Senado → 
Presidente do STF (exceto o Vice, todos assumirão interinamente) 
Artigo 81 da CF: só é usado se não houver definitivamente nem Presidente tampouco 
Vice da República. 
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á 
eleição (direta) noventa dias depois de aberta a última vaga. § 1º - Ocorrendo a vacância 
nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição (indireta) para ambos os cargos 
será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. § 
2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores. 
OBSERVAÇÃO: é possível eleição direta e indireta nas demais esferas. 
Crime de responsabilidade 
166 
 
Artigo 85, artigo 52, I e II, da CF, e lei 1079/50 (foi recepcionada pela CF e usada no 
“impeachment” do Collor) 
Trata-se de um ilícito político-administrativo. É ato inconsitucional, pois contraria o 
artigo 85 da CF. 
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que 
atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: 
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério 
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V - a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá 
as normas de processo e julgamento. 
 Também podem cometer crime de responsabilidade: 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes 
de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da 
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos 
com aqueles; 
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do 
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o 
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de 
responsabilidade; 
PROCESSO DE IMPEACHMENT (impedimento - artigo 86 da CF e lei 1079/50) 
O processo de impeachment é bifásico: 
1ª fase: juízo de admissibilidade (acusação), pelo qual se quer é estabelecer a autoriza e 
a materialidade. 
Câmara dos Deputados admite e leva para comissão, com vistas à verifacação 
de aspectos formais. 
Passa para o plenário, devendo ter 2/3 dos membros (342 Deputados Federais) 
167 
 
2ª fase: Senado. ADPF 378 – admissibilidade por maioria absoluta (41) 
 Para julgamento, 2/3 dos Senados (54 Senadores) 
Punição: perda do cargo e fica inabilitado por 8 anos para as funções públicas (artigo 52, 
parágrafo único) 
 A ADPF 378 do STF determina os arquigos que foram recepcionados. 
 
PODER JUDICIÁRIO 
Artigos 92 a 126 da Constituição Federal 
Atenção especial aos artigos 93 a 97, 102 a 105 e 109 
Artigo 94 da CF: quinto constitucional. Um quinto dos Tribunais de Justiça e dos TRFs é 
composto por membros da advocacia (10%) e do Ministério Público (10%). 
OAB faz lista sextupla para o Tribunal, que reduzirá para tríplice e o chefe do poder 
executivo nomeará um. 
OBSERVAÇÃO: a EC 45/04 ampliou para os TRTs e para o TST. 
Garantias constitucionais dos magistrado (artigo 95 da CF): vitaliciedade,inamovibilidadem 
irredutibilidade dos subsídios. 
OBSERVAÇÃO: tais garantias também são asseguradas aos membros do MP e 
conselheiros e ministros dos Tribunais de Contas. 
Reserva de Plenário (artigo 97 da CF, SV10): um tribunal, para declarar uma lei inconstitucional 
deve se manifestar pela maioria absoluta do tribunal ou do órgão especial. 
CUIDADO: órgãos fracionários podem declarar a lei inconstitucional se já houver 
decisão do Tribunal (Pleno ou Órgão Especial) → VER CPC, 948 e seguintes 
Competência da Justiça Federal (artigo 109 da CF) 
 DICA: especial atenção parágrafos 3º e 4º do artigo 109. 
Conselho Nacional de Justiça (CNJ): artigo 103-B da CF, tem caráter técnico-administrativo. 
 DICA: especial atenção parágrafos 3º e 4º do artigo 103-B. 
O CNJ tem composição mista: membros da magistratura, ministério público, advocacia 
e sociedade civil. O CNJ é presidido pelo Presidente do STF. 
Súmula Vinculante: artigo 103-A da CF e lei 11417/06, (especialmente artigo 3º) 
É editada pelo STF. Reiteradas decisões em matéria constitucional e manifestação de 
2/3 do STF (8 ministros). 
 DICA: descumprida a SV, cabe reclamação no STF. 
168 
 
COMPETÊNCIA DO STF E DO STJ 
STF (artigo 102) STJ (artigo 105) 
I – Originária: 
Extradição 
I – Originária 
Governador crime comum 
II – ROC II – ROC 
III - RE III - RESP 
 
NACIONALIDADE 
Artigos 12 e 13 da CF 
É o vínculo jurídico-político que une um indiíduo a um Estado. 
1 BRASILEIRO NATO. (artigo 12, inciso I) 
a) Territorialidade (jus solis): os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que 
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
b) Consanguinidade (jus sanguinis): os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe 
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
c) Consanguinidade: os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, 
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na 
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a 
maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
→ Artigo 95 da ADCT. 
Cargos privativos de brasileiro nato (artigo 12, §3º, da CF) 
 Art. 12. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII - de Ministro de Estado da Defesa. 
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou 
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício 
da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o 
do Supremo Tribunal Federal. 
OBSERVAÇÃO: brasileiro nato não pode ser extraditado (artigo 5º, “LI - nenhum 
brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado 
169 
 
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;”), mas deve ser entregue ao TPI (Tribunal 
Penal Internacional). (artigo 5º, §4º) § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal 
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (O Brasil aderiu) 
Artigo 102 do decreto 4388/02 (Estatuto de Roma que criou o TPI) 
2 BRASILEIO NATURALIZADOS (artigo 12, II, da CF) 
a) NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA: os que, na forma da lei, adquiram a 
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas 
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
b) NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA: os estrangeiros de qualquer 
nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos 
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
→ PERDA E REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA (artigo 12, §4º) 
Tanto o brasileiro nato quanto o naturalizado podem perder e, se for o caso, recuperar a 
nacionalidade. Hoje, é por ato do Ministro da Justiça. 
→ DIREITOS POLÍTICOS (artigo 14 a 17 da CF) 
Conscrito: é o homem na época do serviço militar obrigatório, NÃO vota e NEM é 
votado. Se seguir a carreira militar deve se alistar (tirar o título de eleitor). 
→ VOTO FACULTATIVO (artigo 14) 
 - Os maiores de 16 e menores de 18 anos; 
 - Os maiores de 70 anos; 
 - Os analfabetos. 
→ PARTIDOS POLÍTICOS (artigo 17) 
 - Não pode ter caráter paramilitar (armamento, fardamento, hierarquia e disciplina) 
 - Registro do partido é no TSE 
 - Não pode receber dinheiro entrangeiro 
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO (artigo 14, §6º, da CF): Presidente da República, 
Governadores e Prefeitos querendo concorrer a um cargo diferente do que ocupam 
devem renunciar 6 meses antes do pleito. Se for para reeleição, por ficar no cargo, 
respeitando a legislação eleitoral. 
DICA: eleições são sempre no primeiro domingo de outubro. 
→ INELEGIBILIDADE REFLEXA/INDIRETA (artigo 14, §7º) 
170 
 
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes 
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da 
República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou 
de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular 
de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
→ PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS (artigo 15 c/c 55) 
Se um Senador tiver suspensos seus direito políticos, cabe à mesa do Senado declara a 
perda do mandato. 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
Também chamadas de Garantias Constitucionais, são meios jurídicos previstos na 
Constituição Federal para garantir direitos nela assegurados. 
1º DIREITO DE PETIÇÃO (artigo 5º, XXXIV, alínea a, da CF) 
Levar a conhecimento do Estado uma ilegalidade ou abuso. Não tem formalismos e não 
precisa de advogado. 
2º HABEAS CORPUS (artigo 5º,LXVIII, da CF e artigos 647 a 667 do CPP) 
 Protege o direito de ir e vir/locomoção; 
 Não precisa de advogado; 
 Cabe liminar mesmo não havendo previsão legal; 
 Pode ser impetrado por estrangeiro, desde que na língua vernácula; 
Pode ser impetrado contra particular (jurisprudência do STF) Exemplo: hospital que não 
libera paciente por não ter pagos despesas – exercício arbitrário das próprias razões; 
Não cabe HC contra punição disciplinar militar, salvo se for imposta por autoridade 
incompetente. 
OS REMÉDIOS ABAIXO LISTADOS PRECISAM DE ADVOGADO 
3º HABEAS DATA (artigo 5º, LXXII, da CF e lei 9507/97) 
Ter acesso e retificar dados ou informações do impetrante que estão em órgão público 
ou de caráter público. 
 DICA: precisa-se demontrar ter esgotado vias admnistrativas. 
Quem pode? CADI = conjuge, ascendente, descente e irmão, não ausência do 
diretamente interessado. 
PESQUISAR: Habeas Data 147 do STJ. 
4º MANDADO DE SEGURANÇA (artigo 5º, LXIX, da CF e lei 1216/09) 
171 
 
 Requisitos cumulativos: 
 - Direito líquido e certo (documentos) 
 - Residual, não ser caso de HC ou HD 
 - Existência de ilegilidade ou abuso por parte de autoridade pública 
 Prazo DECADENCIAL de 120 dias a partir do CONHECIMENTO da lesão 
5º MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (artigo 5º, LXX, e lei 1216/09 – ver art. 21) 
Requisitos IGUAIS ao MS individual. 
É corporativo (protege certo grupo de pessoas) 
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída 
e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seusmembros ou associados; 
6º MANDADO DE INJUNÇÃO (artigo 5º, LXXI, da CF) 
 Falta de norma regulamentadora de um direito ou liberdade constitucional 
 É a mesma coisa de inconstitucionalidade por ação 
 Diferença entre Mandado de Injunção X ADI PO (por omissão) 
 Se advogar para qualquer pessoa é MI, já se para pessoa do artig 103 é ADI 
 Para exercer o direito é MI, para regulamentar a norma é ADI 
 DICA: o STF não admite liminar em MI 
7º AÇÃO POPULAR (artigo 5º, LXXIII, da CF e lei 4717/65) 
 Objetivo: proteger o patrimônio público (erário) 
 Só cidadão pode propor 
 O MP não pode propor mas pode assumir o andamento e dar execução à decisão 
 CUIDADO: de boa-fé não paga nada (nem custas, nem sucumbência), de má-fé paga. 
DICA: a Ação Popular não tem foro de prerrogativa de função, será sempre na primeira 
instância. Verba federal = JF, verba estadual ou municipal = JE 
8º AÇÃO CIVIL PÚBLICA (artigo 129, III, da CF e lei 7347/85) 
172 
 
ACP e controle de constitucionalidade só incidentalmente, dentro de um caso concreto, 
gerando eficácia entre as partes. Pode declarar inconstitucionalidade de norma somente 
para aquele caso contrato. 
 
 
 
173 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
I – SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
 → Direito tributário é a disciplina jurídica de tributos. 
 → Artigos 145 a 162 da CF. 
 → CF não cria tributos, mas estabelece um rol de tributos que podem ser criados. 
 → STF, RE 138.284/CE, as espécies tributárias podem ser pentapartite (cinco): 
1 IMPOSTOS 
1.1 IMPOSTOS ORDINÁRIOS 
 Federais (artigo 153 da CF) 
 II (importação de produtos estrangeiros) 
IE (exportação de produtos nacionais ou nacionalizados) 
IR (renda e proventos de qualquer natureza) 
IPI (produtos industrializados) 
IOF (operações de crédito, câmbio, seguro, títulos e valores mobiliários) 
ITR (territorial rural) 
IGF (grandes fortunas) 
 Estaduais (artigo 155 da CF) 
 ITCD (transmissão causa mortis e doações) 
ICMS (circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte 
interestadual, intermunicipal e de comunicação) 
Se serviço de transporte intra/inframunicipal haverá incidência de ISSQN. 
 IPVA (propriedade de veículos automotores) 
 Municipais (artigo 156 da CF) 
 IPTU (propriedade predial e territorial urbana) 
 ITBI (transmissão onerosa de bens imóveis inter vivos) 
 ISSQN (serviços de qualquer natureza) 
1.2 IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS 
174 
 
 Impostos residuais 
 Imposto extraordinário de guerra (IEG, artigo 154, II, da CF) 
2 TAXAS 
Diferente de tarifa (preço público), que tem natureza contratual e se aplica o direito civil 
e administrativo, jamais o direito tributário. STF, ADI 800, pedágio é tarifa. 
2.1 Taxa de polícia 
2.2 Taxa de serviço 
 
3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 
4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 
4.1 Empréstimo compulsório emergencial 
Calamidade pública, guerra externa ou sua iminência. 
4.2 Empréstimo compulsório de investimento 
Só pode ser criado em razão de investimento público de caráter urgente e relevante 
interesse nacional. 
5 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS (gênero) 
5.1 Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) 
5.2 Contribuição de interesse das categorias profissionais e econômico (Cont. Corporativas) 
5.2.1 Contribuição dos conselhos profissionais 
 Entidades de classe de profissão regulamentada 
 Anuidades: natureza tributária 
 CRM, CRC, etc. podem inscrever em Dívida Ativa 
 EXCEÇÃO: anuidade paga à OAB 
5.2.2 Contribuição do sistema “S” (serviços sociais autônomos) 
 SESI, SENAC, SESC, SENAI, etc; 
 EXCEÇÃO: SEBRAE 
STF RE 396266, decidiu que a contribuição de SEBRAE é de natureza interventiva, sou seja, 
é uma CIDE. 
175 
 
5.3 Contribuição de seguridade social (Contribuições Sociais) 
5.4 Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP) 
 
II - COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 Tratada na CF. Visa a instituição, a modificação e a extinção de tributos. 
 A competência tributária sempre será exercida por entes políticos/federativos (U E M) 
1 CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
1.1 Indelegabiliade 
 Impede que os entes deleguem para terceiros. 
1.2 Intransferibilidade 
 Impede que os entes transmitam entre si. 
1.3 Incaducabilidade (imprescritibilidade) 
 Não se perde competência por decurso de tempo. 
2 ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
2.1 Privativa 
Para instituição de impostos ordinários¸ federais (artigo 153), estaduais (artigo 155) e 
municipais (artigo 156) 
2.2 Comum 
Todos os entes federativos podem instituir os mesmos tributos (taxas e contribuição de 
melhoria) 
2.3 Residual 
Pertence apenas à União, é a competência para criar outros impostos não previstos na CF (novos 
impostos federais), bem como outras contribuições sociais não previstas na CF (novas 
contribuições sociais). 
Requisitos: artigo 154, I, da CF. 
 - Criação por meio de lei complementar 
 - Não podem ser cumulativos 
- Devem ter o fato gerador e a base de cálculo diferentes dos impostos já previstos na CF. 
2.4 Extraordinária 
176 
 
 Pertence apenas à União. 
 Autoriza que a União crie: 
 - Empréstimo compulsório (artigo 148 da CF) 
 - Imposto Extraordinário de Guerra (artigo 154, II, da CF) 
2.5 Exclusiva 
 Em regra, pertence à União a competência exclusiva para instituir: 
 - Contribuições Especiais 
EXCEÇÕES: contribuições especiais que não são de competência federal: a) contribuição para 
custeio do serviço de iluminação pública, conforme artigo 149, a, da CF (COSIP), quem pode 
criar é o município e o distrito federal; b) contribuição para custeio do regime previdenciário 
de servidor público, conforme artigo 149, §1º, da CF, e quem pode criar são os estados, o distrito 
federal e os municípios. 
 
III – CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA 
A capacidade analisa a arrecadação e a fiscalização de tributos, diferente da competência 
que trata da criação, modificação e extinção de tributos. 
De acordo com o STF, quem tem a capacidade é toda a pessoa jurídica de direito público 
(tanto os entes federativos, quanto as autarquias e as fundações públicas). 
Todo aquele que tem competência tem capacidade, mas nem todo aquele que tem 
capacidade tem competência. 
1 CARACTERÍSTICAS DA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA 
1.1 Delegabilidade (antônimo da competência) 
Os entes federativos podem delegar a capacidade tributária ativa para suas autarquias e 
fundações públicas. 
1.2 Transferibilidade (antônimo da competência) 
Os entes federativos podem transferir capacidade tributária ativa entre si mediante 
autorização constitucional. Exemplo: artigo 153, §4º, III, da CF (o município que desejar 
pode arrecadar e fiscalizar o ITR, sendo que o município permanecerá com 100% da 
arrecadação) 
1.3 Precariedade 
A delegação da capacidade contributiva pode ser revogada a qualquer tempo, por ato 
unilateral, ou seja, a delegação de capacidade não gera direito adquirido. 
177 
 
IV – LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR (artigo 150 da CF) 
 STF enquadra como direitos fundamentais do contribuinte. São direitos individuais. 
Portanto, tendo em vista o artigo 60, §4º, da CF, tratam-se de cláusulas pétreas (não pode haver 
supressão da limitação, somente ampliação). 
1 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS 
 Alicerces onde se estruturam as normas jurídicas (Bandeira de Mello, Celso Antônio) 
1.1 LEGALIDADE (artigo 150 da CF) 
 Todo tributo só pode ser instituído, aumentado, reduzido ou extinto através de lei. 
A legalidade também alcança a concessão de incentivos fiscais (artigo 150, §6º, CF18), 
que só pode se dar mediante lei específica, podendo ser ordinária. A lei complementar 
é de uso obrigatório quando houver expressadeterminação constitucional. 
 Funções de Lei Complementar (artigo 146 da CF – rol exemplificativo). 
 → Dispor sobre conflitos de competência 
→ Regular as limitaçãoes ao poder de tributar. Quem limita é a CF, o papel da LC é 
regular a limitação 
 → Tratar sobre normas gerais em matéria de legislação tributária 
 LC pode ser usada para instituição de tributo? Sim, desde que a CF mande. 
 → Tributos obrigatoriamente instituídos por LEI COMPLEMENTAR 
 a) IGF (artigo 153, VII, da CF) 
 b) Empréstimo compulsório (artigo 148 da CF) 
 c) Impostos residuais (artigo 154, I, da CF) 
 d) Contribuições sociais residuais (artigo 195, §4º, da CF) 
 → Benefícios fiscais que dependem de LEI COMPLEMENTAR 
 a) Tratamento favorecido para ME e EPP (artigo 146, III, d e §u, da CF) 
É o Simples Nacional, criado pela LC123/06 (sociedade de advogados e 
sociedade unipessoal de advogados podem optar pelo simples nacional) 
 
18 § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou 
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, 
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou 
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
 
178 
 
 b) Incentivos fiscais de ISS (artigo 156, §3º, III, da CF) 
 → Medida Provisória 
Na origem, MP é ato administrativo, e não lei, mas que pode ser convertida em 
lei. A EC 32/01 inseriu, no artigo 62, 12 parágragos. 
Conforme artigo 62, §2º, MP pode instituir ou aumentar impostos federais. 
Artigo 62, §1º, III: é vedada a edição de medida provisória sobre matéria 
reservada a lei complementar. 
PORTANTO, o único imposto que pode ser instituído por MP e o IEG, pois não 
depende de lei complementar, mas posteriormente deve ser convertido em lei 
para não perder a eficácia. 
 → Exceções ao princípio da legalidade 
Não há em relação à instituição e extinção de tributos, mas há em relação ao 
aumentos e redução. 
Há tributos extrafiscais, com finalidade não arrecadatória, mas sim regulatória. 
Decreto Executivo (artigo 153, §1º, da CF), pode ser usado para alterar as 
alíquotas de 4 impostos federais (II, IE, IPI e IOF). Artigo 177, §4º, I, b, da CF: 
o Decreto para reduzir ou restabelecer as alíquotas da CIDE de combustíveis. 
1.2 ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA 
 Substituição ao princípio da anualidade tributária 
 Finalidade: aumento na segurança jurídica da tributação 
 → Anterioridade comum (de exercício) 
 Artigo 150, III, b, da CF 
Tributo instituído ou aumentado só poderá ser exigido no exercício financeiro 
seguinte. No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil. 
 → Anterioridade nonagesimal 
 Artigo 150, III, c, da CF 
Após a publicação da lei que instituiu ou aumentou tributos deve se observar um 
prazo mínimo de 90 dias 
Anterioridade comum + nonagesimal: entre os exercícios financeiros deve se observar 
um prazo mínimo de 90 dias. 
EXCEÇÕES: artigo 150, §1º, da CF. 
179 
 
1. Tributos exigidos imediatamente: II, IE, IOF, IEG e Empréstimo Compulsório 
Emergencial 
2. Tributos que só respeitam 90 dias: IPI, ICMS combustíveis, CIDE 
combustíveis e as Contribuições Sociais 
3. Tributos cobrados no ano seguinte: IR, fixação da base de cálculo do IPVA e 
do ITPU 
1.3 IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
 Imunidade é uma vedação constitucional que impede a incidência de tributos. 
 Constituição Federal imuniza, lei isenta, o contrátio não pode ocorrer. 
 Expressões correlatas na CF: 
 - Vedação 
 - Não incidência 
 - Isenção 
 - Gratuidade 
 Quando estas quatro expressões referirem-se a tributos, será imunidade. 
1.3.1 Imunidades genéricas (artigo 150, VI, da CF) 
 Veda a instituição de impostos (não alcança todo e qualquer outro tributo). 
a) Imunidade recíproca (artigo 150, VI, a, da CF) 
Veda a instituição de impostos entre entes federativos. Extensiva às autarquias e às 
fundações públicas, desde que atendam suas finalidades essenciais. 
Pela REGRA GERAL, a imunidade recíproca se aplica a toda PJ de direito público. 
STF, RE 407099/RS: empresa pública e sociedade de economia mista prestadoras de 
serviços públicos essenciais ao funcionamento do estado, estas entidades gozam de 
imunidade. Exemplos: ECT-Correios, Infraero, Casa da Moeda, etc. 
Se a empresa pública ou sociedade de economia mista que exploram atividade 
econômica, deve-se observar o artigo 150, §3º e artigo 173, §2º, ambos da CF, pelos 
quais, tais entidades não têm imunidade. Exemplos: CEF, BB, Petrobras, etc. 
b) Imunidade religiosa (artigo 150, VI, b, da CF) 
Imunidade dos templos de qualquer culto, sendo que o STF entende que incluem-se os 
imóveis, residências, casas, dos bispos, ministros, anciãos, pastores, padres, centros de 
umbanda e candomblé, os terreiros ou casas destinadas aos cultos. Independe se a fé é 
ou não predominante no país, porém somente as religiões que profeçam Deus, as 
180 
 
satanistas não são consideradas para fim de imunidade. Por decisão do STF, a 
massonaria está de fora, não se intitula e não se reconhece como religião. 
Todos os objetos são imunes: artigos religiosos, cds, dvds, livros. 
Também são imunes os cemitérios públicos de propriedade das instituições religiosas, 
bingos religiosos, almoços, etc. 
Objetivo: preservar a liberdade religiosa, de culto. 
ATENÇÃO: ainda que alugado a terceiros, permanece imune de IPTU o imóvel, desde 
que toda renda se destine às finalidades essenciais da instituição. (Súmula 724 do STF, 
mesmo que a súmula se destine a outro, o STF decidiu que estende-se à imunidade 
religiosa). 
ATENÇÃO: não há impedimento de envio de dinheiro para fora do país, desde que seja 
declarado. 
ATENÇÃO: pode também ser chamada de imunidade subjetiva. 
c) Imunidade subjetiva ou condicionada (artigo 150, VI, c, da CF) 
Aplica-se às pessoas designadas na alínea c, e é condicionada ao atendimento dos 
requisitos contidos no artigo 14 do CTN. 
Pessoas: partidos polícitos, sindicato dos trabalhadores (e não empregadores), entidades 
de educação e de assistência social (assistenciais/filantrópicas). 
Exigências (taxativas e cumulativas): 
- manutenção (em dia) da escrituração fiscal e contábil – preenchimento, guarda 
e conservação de livros para exibição ou apresentação em procedimento 
fiscalizatório; 
- não distribuição de lucros entre fundadores, sócios, gerentes e diretores (não 
há impedimento de lucro, mas apenas de distribuição); 
- manutenção, dentro do território nacional, de todo o lucro, ao contrário da 
igreja (os investimentos só podem ser realizados no país). 
d) Imunidade cultural (artigo 150, VI, d, da CF) 
É a vedação da exigência de impostos sobre livros, jornais, revistas e papeis destinados 
à impressão. 
STF entende que cabe imunidade para álbum de figurinhas, apostilas, fascículos 
semanais, livros estrangeiros, inclusive livros e revistas pornográficas (traduzidos ou 
não). O legislador optou por não avaliar o conteúdo. 
ATENÇÃO: imunidade objetiva, pois alcança a coisa e não a pessoa, ou seja, autores, 
editores, e empresas de publicidade e propaganda ficam de fora. Também ficam de fora 
os materiais ou instrumentos (INSUMOS) que se prestam à impressão das obras. 
181 
 
e) Imunidade dos cds e dvds (artigo 150, VI, e, da CF) 
 Imunidade de fonograma e videofonograma 
Objetivo é inibir a pirataria ou a reprodução ilegal e baratear o acesso ao consumidor 
final. 
O que está imune é o processo de elaboração da obra e de prensagem das obras nacionais 
produzidas por artistas brasileiros na interpretaçãode obras próprias ou de outros 
artistas, ressalvada a replicação. 
ATENÇÃO: artistas que produzem em território nacional, ainda que em parceria com 
artista estrangeiros. Artista nacionais que produzem no exteriro não têm direito. 
NÃO INCLUI a reprodução dos cds e dvds realizada na zona franca de Manaus. O ICMS 
incide, o IPI incide (sobre a transformação da matéria prima em mídia). 
V – ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 Para o STF, existe 5 espécies (escola pentapartida), DIFERENTE do CTN (03). 
1 IMPOSTOS (artigo 16 do CTN) 
A cobrança ou a exigência de impostos independe da atuação do Estado, ou seja, não 
há contrapartida. O contribuinte recolhe imposto porque pratica fato gerador definido 
em lei e não aguarda uma realização de serviço por parte do Estado, por isso imposto é 
espécie de tributo desvinculado de contraprestação estatal. 
O contribuinte recolhe imposto porque dá ao Estado um sinal de riqueza – “signo 
presuntivo de riqueza”. 
Capacidade contributiva (artigo 145, §1º, da CF): o contribuinte dá ao Estado o sinal de 
que é capaz de contribuir e os impostos, por sua vez, constituem a possibilidade de, 
alcançando a isonomia substancial, por meio de alíquotas diferenciadas (progressivas) 
cobre mais dos economicamente mais fortes. Os impostos pessoais (por exemplo IRPF) 
dão ao Estado o alerta de quem deve recolher mais impostos. 
ATENÇÃO: pela ordem constitucional expressa, somente os tributos de caráter pessoal 
podem ter alíquotas progressivas, mas o STF entendeu que os impostos de caráter real 
(incidem sobre a coisa) também podem ter alíquotas progressivas (por exemplo 
ITCMD). 
2 TAXAS (artigo 145, II, da CF e 77 a 79 do CTN) 
Tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia (regular, fiscalizar, poder 
de império, polícia adminsitrativa) ou a prestação efetiva ou potencial de um serviço 
público específico e divisível. (exemplo: recolhimento de custas processuais, emissão 
de passaporte, etc.) 
As taxas são serviço uti singuli realizados de forma personalíssima, pelo Estado. 
Exemplos de poder de polícia/poder fiscalizatório: emissão de alvará, licenaça de 
funcionamento para manutenção de higiene, saúde e segurança. 
182 
 
Prestação de serviço específico e divisível: o Estado, de forma personalizada, emite 
certidões, documentos, recolhe custas judiciais. A expressão uti universi está incorreta, 
pois é e deve ser possível a identificação dos beneficiados. 
Taxa é tributo vinculado à contraprestação estatal. 
3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 
 Competência tributário comum (U, E, DF e M) 
 Fato gerador: 
 - Existência de uma obra pública 
 - Valorização imobiliária efetiva 
 Não se pode instituir Contribuição de Melhoria pela expectativa de valorização. 
 Contribuição limitada ao custo total da obra e a valorização individual. 
STJ: a base de cálculo da Contribuição de Melhoria é a diferença do valor venal antes e 
após a realização da obra pública. 
4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO (artigo 148 da CF) 
 Somente a União tem competência, e somente através de LEI COMPLEMENTAR 
 Espécies: 
 - Empréstimo compulsório emergencial (artigo 148, I, da CF) 
Calamidade pública, guerra externa ou sua iminência. No caso do 
acidente em Mariana não se aplica, pois deve ser de âmbito nacional. 
 Não se sujeita ao princípio da anterioridade. Exigência imediata. 
 - Empréstimo compulsório de investimento (artigo 148, II, da CF) 
Em razão de investimento público de caráter urgente e relevante interesse 
nacional. Exemplo: pandemia de dengue. 
Se sujeita tanto ao princípio da anterioridade comum quanto a 
anterioridade nonagesimal. 
É um tributo restituível. 
STF: o empréstimo compulsório que for instituído após a CF/88 só poderá ser restituído 
em dinheiro. 
Arrecadação vinculada, ou seja, todo valor obtido pela sua arrecadação deverá ser 
destinado às despesas que fundamentaram sua instituição. 
5 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
183 
 
 STF: gênero de contribuições (nome criado pela doutrina) 
5.1 Contribuição sobre intervenção no domínio econômico (CIDE) 
CIDE combustível possui uma exceção ao princípio da legalidade, pois o artigo 
177, §4º, I, b, da CF, diz que poderá ter alíquotas reduzidas e restabelecidas 
mediante decreto. Possui, também, exceção parcial ao princípio da anterioridade, 
pois se sujeita à anterioridade nonagesimal mas não observa a anterioridade 
comum/de exercício. 
5.2 Contribuições de interesse das categorias profissionais e econômicas (corporativas) 
 Segundo o STF, temos duas principais contribuições corporativas: 
 - Contribuições dos conselhos profissionais 
Anuidades pagas às entidades de classe (CRM, CRC, CRAU), 
tendo natureza tributária. Os débitos podem ser cobrados até da 
inscrição em dívida ativa e execução fiscal. 
EXCEÇÃO: OAB. 
 - Contribuições do sistema “S” (artigo 240 da CF) 
 Serviços sociais autônomos (SESI, SENAC, SENAI, SESC, etc) 
EXCEÇÃO: SEBRAE, para o STF este tributo tem natureza 
interventiva, portanto tem natureza de CIDE. 
5.3 Contribuições sociais (seguridade social) 
Artigo 195 e 239 da CF. 
Segundo o artigo 195, §6º, da CF, todas as contribuições sociais se sujeitam ao 
princípio da anterioridade nonagesimal. 
 5.4 Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP) 
 Competência tributária pertence aos municípios e ao distrito federal. 
 Artigo 149-A da CF. 
 Facultada a sua cobrança na fatura mensal de energia elétrica. 
VI – NORMAS GERAIS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA 
CTN 
 Livro I (artigo 1º até 96) – Sistema Tributário Nacional 
 Livro II (artigo 96 a 218) – Normas Gerais 
1 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (a partir do artigo 113 do CTN) 
184 
 
 É uma relação jurídica estabelecida entre o Estado e particular. 
1.1 Obrigação principal (artigo 113, §1º, do CTN) 
Decorre de pagamento. Dever de pegar. Surge com a ocorrência do fato gerador. 
 Toda obrigação principal decorre de lei (ex lege). 
São obrigações principais: 
 - TRIBUTO 
 - MULTA (pois não há faculdade) 
1.2 Obrigação acessória (artigo 113, §2º, do CTN) 
Surge pelo cumprimento de deveres administrativos vinculados à arrecadação e 
fiscalização tributária. 
Exemplos: emissão de nota fiscal, escrituração de livros, prestação de informações, etc. 
→ Independe de lei, pois decorre da legislação tributária (artigo 96 do CTN19), portanto, 
se a emissão de uma nota for alterada por portaria da RFB, não há violação ao princípio 
da legalidade. 
1.3 Autonomia das obrigações 
Obrigação tributária principal e acessória são independentes. Pode ocorrer de estar 
dispensado da obrigação principal, mas obrigado à acessória. Exemplo: empresa isenta 
de ICMS, dispensada da obrigação principal que é pagar, mas continua tendo que 
escriturar livros, emitir notas, prestar informações. 
Multa sempre será obrigação principal. 
1.4 Sujeitos da Obrigação Tributária 
 → Sujeito ativo: tem o dever legal de exigir o cumprimento da OT. 
Segundo o artigo 119 do CTN, sujeito ativo é aquele que exerce competência 
tributária (U, E, DF, M). 
Para o STF, sujeito ativo da OT é aquele que exerce capacidade tributária ativa. 
Portanto, além dos entes federativos, podemos incluir as autarquias e as 
fundações públicas. (cuidar com o enunciado da questão, somente se 
mencionar o CTN devemos optar por competência, pois capacidade já é questão 
pacífica) 
 → Sujeito passivo: tem o dever legal de cumprir com a OT. 
 
19 Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os 
decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes. 
185→ Contribuite: É aquele que realiza o FG fazendo nascer a OT. 
→ Responsável tributário: sempre será terceiro, pessoa física ou jurídica, indicada por 
lei para assumir encargos tributários. 
Não realiza o FG, mas possui um nexo de causalidade com a ocorrência do fato. 
Exemplo: IRPF, quem aufere renda e pratica o fato é o empregado, mas quem é 
responsável tributário pela retenção na fonte é o empregador. 
2 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA (artigos 128 a 137 do CTN) 
2.1 Responsablidade tributária por sucessão (artigos 129 a 133 do CTN) 
 Terceira pessoa apta a sucesseder débitos tributários. 
 → Sucessão imobiliária (artigo 130 do CTN) 
Compra e venda de imóvel. O adquirente se subroga no pagamento de TODOS 
os débitos tributários relativos ao imóvel, mesmo que anteriores à compra e 
venda. Débito tributários = propter rem. 
Mesmo que pactuado em contrato que a responsabilidade de débitos anteriores 
serão de responsabilidade do alienante, o artigo 123 do CTN dispõe que as 
convenções particulares não podem ser opostas à Fazenda para modificação da 
responsabilidade tributária, pois esta decorre de lei, valendo o contrato somente 
entre as partes. Há uma única saída para o adquirente: 
Elisão da responsabilidade direta do adquirenete somente fazendo constar no 
título da propriedade a prova de quitação dos tributos. 
ATENÇÃO: a CND não serve como prova de quitação, mas realiza a indicação 
de inexistência de débitos lançados e de débitos inscritos em dívida ativa. O 
sujeito ativo tem 5 anos para lançar. 
1ª EXCEÇÃO: Para evitar insegurança jurídica, o STJ posicionou-se no sentido 
de que a CND serve como prova de boa-fé objetiva do adquirente, havendo 
exclusão da responsabilidade. 
2ª EXCEÇÃO: Artigo 130, parágrafo único, do CTN, no caso em que a aquisição 
se dê em hasta pública (leilão), subroga-se ao preço o crédito tributário. O 
contribuinte paga pelo preço negociado e caso haja crédito tributário como 
excedente, o Fisco suportará o prejuízo. 
ATENÇÃO: recaem sobre o bem imóvel o IPTU, ITR, taxas e contribuições de 
melhora. Taxa: 
Exercício regular do poder de polícia: esta taxa não é do responsável 
adquirente. 
Prestação efetiva/potencial de serviço público específico e divisível: esta 
taxa é de responsabiliadde do adquirente. 
186 
 
→ Responsabilidade por aquisiçao de bem móvel (artigo 131 do CTN) 
O adquirente é responsável pela aquisição dos tributos que recaiam sobre o bem, 
as exceções da responsabilidade se aplicam igualmente aos bens móveis. 
 Quitação/título: tradição – Adjudicação/praça: sbrogação ao preço 
 
VII – CRÉDITO TRIBUTÁRIO (artigo 139 e seguintes do CTN) 
Crédito tributário é um valor devido ao fisco em decorrência de uma obrigação tributária 
principal válida. 
1 EXIGIBILIDADE 
Se dá pelo LANÇAMENTO. Artigo 142. Compete privativamente à autoridade 
administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o 
procedimento administrativo (vinculado) tendente a verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o 
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a 
aplicação da penalidade cabível. 
→ Ato vinculado dotado de vício SOMENTE pode ser ANULADO, não 
havendo que se falar em REVOGAÇÃO. Anulação gera efeitos ex tunc, 
enquanto a revogação gera efeitos ex nunc. 
→ Constituição do crédito o torna exigível. 
1.1 Modalidades de lançamento 
1.1.1 Lançamento de ofício (direto) 
Previsão no artigo 149. 
Nesta modalidade o fisco efetua o lançamento sem depender de qualquer informação do 
contribuinte, uma vez que todas as informações necessárias o fisco possui em sua base 
de dados. 
Exemplos: IPTU, IPVA. 
1.1.2 Declaração (misto) 
 Previsto no artigo 147. 
Modalidade de lançamento em desuso. O fisco lança com base nas informações 
prestadas pelo contribuinte. Caso o contribuinte omita informações ou as preste de 
forma inverídica, autorizará o fisco a efetuar o lançamento de ofício, dentro do prazo de 
5 anos contados da declaração. 
CUIDADO: imposto de renda não é por declaração. 
187 
 
Exemplos: em alguns estados, ainda se usa esta modalidade no ITCMD e em alguns 
municípios se usa no ITBI. 
1.1.3 Homologação (autolançamento) 
 Previsto no artigo 150. 
O contribuinte realiza todo o procedimento administrativo e antecipa o pagamento do 
tributo. Após o pagamento, o contribuinte informa o valor pago, cabendo ao fisco 
concordar ou não com o pagamento efetuado. 
O ato de concordância denomina-se homologação, que pode se dar de forma 
EXPRESSA (concordância por escrito dentro do prazo de 5 anos) ou TÁCITA (silêncio 
administrativo nos 5 anos). 
Ocorrendo a homologação ocorrerá a extinção do crédito tributário. 
Exemplos: II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, ICMS, ISS, CONT. SOCIAIS, etc. 
2 SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 Prevista no artigo 151. 
Finalidade: suspender a cobrança do crédito (para avitar o ajuizamento da execução 
fiscal ou suspender o curso do processo executivo) 
2.1 Moratória (artigo 152 a 155) 
É a dilação, no prazo de pagamento, de crédito tributário VINCENDO, portanto NÃO 
incide juros e multa. 
Por ser um benefício fiscal (artigo 150, §6º, da CF), depende de LEI ESPECÍFICA, não 
podendo ser por decreto, instrução normativa ou qualquer outra espécie ou ato 
adminstrativo. 
Não pode ser confundida com PARCELAMENTO. 
2.2 Parcelamento (artigo 155-A) 
Dilação, no prazo de pagamento, de crédito tributário VENCIDO, fazendo incidir tanto 
jurs quanto multa. 
Também é um benefício fiscal, dependendo de lei específica. 
Pode ser utilizado para evitar a execução fiscal ou suspender o processo executivo. 
É possível o parcelamento mesmo com a execução fiscal em andamento, ficando o 
processo executivo suspenso (é a única modalidade que pode ser usada para suspender 
o processo executivo). 
2.3 Depósito do montante integral 
188 
 
Somente por via judicial. Exigência de depósito em defesa adminstrativa é 
INCONSTITUCIONAL (Súmula Vinculante 21). 
 → Medidas judicias que admitem depósito: 
 - Ação de consignação em pagamento 
 - Mandado de Segurança (eventual) 
 - Ação Anulatória de Débito Fiscal (artigo 38 da lei 6830/8020) 
Pelo artigo 38, o depósito passa a ser condição de admissibilidade da 
ação. A Súmula Vinculante 28 tornou inconstitucional a exigência do 
depósito como condição de admissibilidade da ação, todavia não 
suspenderá ou evitará a execução. 
Súmula 112 do STJ: o depósito que suspende a exigibilidade do crédito tributário só 
poderá ser INTEGRAL e EM DINHEIRO. Integral equivale ao principal + juros + 
multa + correção. 
2.4 Reclamações e recursos administrativos 
Notificação: 30 dias → Defesa Administrativa → início do Processo Administrativo 
Fiscal (Decreto 70.235/72) → INDEFERIMENTO → (prazo de 30 dias) Recurso 
Administrativo (para 2ª instância administrativa) 
Enquanto perdurar o Processo Administrativo, o fisco estará impedido de 
inscrever em Dívida Ativa. 
2.5 Concessão de liminar em Mandado de Segurança 
 Diferença entre requisitos do MS e requisitos da liminar 
 MS (artigo 5º, LXIX, da CF e artigo 1º da lei 12016/09) 
 Liminar (artigo 7º, III, da lei 12016/09), fumus boni juris e periculum in mora 
 Vedações ao uso de liminar (artigo 7º, §2º, da lei 12016/09): 
 - para compensação de tributos 
- para liberação de mercadorias apreendidas vindas do exterior (antes do 
desembaraço aduaneiro) 
2.6 Concessão de liminar ou tutela antecipada nas demais ações 
 
20 Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na formadesta 
Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato 
declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e 
acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. 
189 
 
Artigo 7º, §5º, da lei 12016/09 dispõe que as mesmas vedações aplicáveis a liminar se 
estendem a tutela antecipada. 
→ Mnemônico: MODERECOPA 
3 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (artigo 175) 
3.1 Isenção (artigos 176 a 179) 
 É a dispensa legal do pagamento de tributo. 
 Benefício fiscal: LEI 
Há isenções que dependem de LEI COMPLEMENTAR, como isenções acerca de ISS 
(artigo 156, §3º, III, da CF) 
A isenção só alcança a obrigação principal, não se estendendo às acessórias. Exemplo: 
empresa isenta de ICMS está dispensada do pagamento, mas é obrigada a cumprir com 
as obrigações acessórias, que é emitir nota, manter livros, etc. 
Prazos de duração: 
→ Isenção por prazo determinado, não pode ser revogada a qualquer tempo, pois 
gera direito adquirido. 
→ Isenção por prazo indeterminado (precária), pode ser revogada a qualquer 
tempo. 
3.2 Anistia (artigos 180 a 182) 
 É a dispensa legal do pagamento de multa. 
 Benefício fiscal: depende de lei. 
 Multas não abrangidas pela anistia: 
 → Multas aplicadas após a vigência da lei; 
 → Multas decorrentes de dolo, fraude ou simulação; 
 → Multas decorrentes de crime tributário. 
→ Mnemônico: ANIS 
 
4 EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (artigo 156) 
4.1 Pagamento (artigos 157 a 169) 
4.2 Compensação (artigos 170 e 170-A) 
 Somente de créditos com débitos da mesma natureza e espécie. 
190 
 
4.3 Transação (artigo 171) 
4.4 Remissão (artigo 172): perdão da dívida tributária 
4.5 Decadência e Prescrição 
 → Decadência (artigo 173) é a perda do direito do fisco constituir o CT. 
→ Prescrição (artigo 174) é a perda do direito do fisco cobrar judicialmente o CT (perda 
do direito de execução) 
4.6 Consignação em pagamento (artigo 164) 
4.7 Antecipação do pagamento e sua homologação (artigo 150, §4º) 
4.8 Conversão do depósito em renda 
4.9 Decisão administrativa irreformável 
4.10 Decisão judicial transitada em julgado 
4.11 Dação em pagamento de bens imóveis 
 
191 
 
DIREITO EMPRESARIAL 
1 SOCIEDADES ANÔNIMAS (lei 6.404/76) 
1.1 CARACTERÍSTICAS 
 → Sempre será sociedade empresária (artigo 982, parágrafo único, do CC) 
 → Toda atividade empresária deve ser registrada na Junta Comercial 
→ Mínimo 2 pessoas. Poderá uma pessoa, por no máximo 1 ano no caso do artigo 207, 
e Sociedade Subsidiária Integral (artigo 251), por qualquer tempo, mas neste último 
caso, o acionista deve ser pessoa jurídica brasileira (consituição por meio de escritura 
pública). 
→ Capital social, que não tem valor mínimo, mostra a contribuição dos acionistas para 
a S/A. Dinheiro e bens (artigos 7º e 8º) 
→ Se as ações forem negociadas no Mercado de Valores Mobiliários (Bolsa de Valores 
e Mercado de Balcão) denominamos de S/A de capital aberto. Fiscalizada pelo governo, 
através da CVM. 
→ Se as ações forem negociadas na própria S/A, será S/A de capital fechado. A CVM 
não interfere. 
→ Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é responsável por autorizar, regulamentar, 
fiscalizar e até mesmo punir todos os que interferem no Mercado de Valores Mobiliários 
(bolsa de valores, sociedades corretores, administratores e diretores das empresas). 
→ Responsabilidade do acionista (artigo 1º): pode perder, no máximo, o preço de 
emissão das ações subscritas. 
→ Acionista remisso é aquele que não pagou o valor de emissão das ações. No caso de 
não pagamento a S/A pode: a) ajuizar ação de execução; b) vender as ações no mercado. 
(artigo 107) 
1.2 AÇÕES 
1.2.1 Direitos Comuns (artigo 109) 
Estes direitos só podem ser suspensos a partir de decisão de Assembleia Geral, não 
podem ser revogados ou diminuídos. (artigo 120) 
→ Direito de fiscalização 
→ Direito de participação nos lucros (participação nos dividendos) 
→ Direito de participação na liquidação 
192 
 
→ Direito de retirada, que cabe quando o acionista dissidente não concorda com decisão 
que altere o Estatuto Social. Prazo de 30 dias contados da publicação da decisão. 
Reembolso do valor patrimonial apurado em balanço. (artigo 137 e 45) 
→ O DIREITO DE VOTO não é de regra direito comum, dependendo do tipo de ação. 
1.2.2 Direitos Específicos (artigo 15) 
 a) Ações ordinárias 
 → Todos os direitos do artigo 109 
 → Confere direito de voto21 
 b) Ações preferenciais 
 → Todos os direitos do artigo 109 
 → Pode ter ou não direito de voto22 
→ Confere vantagem patrimonial, onde a S/A se compromete com uma forma de 
distribuição dos lucros. (artigos 17 e 18) 
 c) Ações de gozo ou fruição (não existe no mercado) 
1.3 ÓRGÃOS DA S/A 
1.3.1 Assembleia Geral 
→ Participam da Assembleia os acionistas (com ou sem direito de voto, pois todos 
podem fiscalizar) 
→ Convocação 
Edital: dia, hora, local, assunto, deve ser publicada 3 vezes em cada veículo 
(DOE e jornal de grande circulação)23. Artigos 124 e 125. 
Existe competência privativa da Assembleia Geral nas seguintes decisões: 
- aprovação de balanço; 
 - eleição de administradores e membros do Conselho Fiscal; 
 - aprovação das contas dos administradores; 
 - alteração de Estatuto Social. (artigos 132 2 135) 
 
21 Na S/A aberta as ações ordinárias não podem ter espécies diferentes (artigo 16). 
22 Do total das ações, no máximo 50% podem ser preferenciais sem direito de voto. 
23 A primeira publicação, na S/A aberta, deve respeitar a anterioridade mínima de 15 dias. Já na S/A 
fechada, a antecedência mínima é de 8 dias. 
193 
 
1.3.2 Conselho de Administração 
→ Composto pelos administradores (eleitos pela AG). Para ser administrador é 
necessário ser pessoa física e idônea. (artigo 143) 
→ Tomam decisões que não sejam privativas da assembleia geral. Exemplo: compra de 
outras empresas, emissão de debêntures, e tudo que não for de competência da AG. 
→ Situações em que cabe responsabilização dos administratores por perdas e danos: 
 - Se o administrador agiu contra o Estatuto Social; 
 - Se o adminsitrador agiu com culpa ou dolo; 
 - Decisão por interesse próprio ou de terceiro. (artigos 153 a 158) 
→ O Conselho de Administração só é obrigatório (artigo 138): 
 - Na S/A de capital aberto; 
 - Na Sociedade de Economia Mista; 
- Na Sociedade de Capital Autorizado (é a sociedade cujo Estatuto Social contém 
previsão de aumento de capital). 
1.3.3 Diretoria (artigo 143) 
 → O diretor é eleito pelo Conselho de Administração. 
 → Requisitos: ser pessoa física, idônea e domicílio no Brasil. 
 → Funções da diretoria: 
 - Execução das decisões 
 - Representação da S/A 
Exemplo: quem decide sobre emissao de debênture é o Conselho de 
Administração (pois não é competência da AG) e quem viabiliza a emissão é a 
Diretoria. Quem decide sobre a compra de outra empresa é o Conselho de 
Administração e quem assina os contratos é a Diretoria. 
1.3.4 Conselho de Fiscalização (artigo 161) 
 → Quem elege é a AG. 
→ Requisitos: pessoa física, idônea, domicílio no Brasil e formação em curso superior. 
→ Órgão responsável pela fiscalização: 
 - Dos contratos 
 - Dos livros 
194 
 
→ Órgão obrigatório, mas o funcionamento depende de convocação da AG, salvo para 
Sociedade de Economia Mista, onde atuará sempre. 
2 REGISTRO DE EMPRESAS (lei 8.934/94) 
2.1 ÓRGÃOS 
→ Departamento de Registro de Empresas e Integração (DREI), antes denominado 
DNRC. 
- Órgão federal responsável por normatizar e fiscalizar as atividades das juntas 
comerciais.→ Junta Comercial, com atribuição estadual. 
- Nome empresarial, que confere exclusividade apenas em âmbito estadual. 
(artigo 1.166 do CC e artigos 33 e 34 da lei 8.934). 
- Filial (ou agência, sucursal), se no mesmo estado, deve ser feita averbação 
(alteração ou inclusão) na JC. Se filial em estado diferente, faz-se averbação no 
registro de origem e registro na JC do outro estado (artigo 969 do CC). 
2.2 ATRIBUIÇÕES DA JUNTA COMERCIAL (artigo 32) 
 → Arquivamento (registro e averbação) 
Se documentos estiverem ok, determina-se o arquivamento (registro), se for 
eivado de vício sanável, abre-se o prazo de 30 dias para juntar documentos e 
corrigir o vício. Se o vício for insanável (exemplo mudar contrato) o pedido de 
registro será indeferido. 
 Os arquivos da JC são públicos. 
 Artigos 36, 41, 42 e 29. 
 → Autenticação 
 Livro diário, v.g. 
Confere presunção relativa de veracidade. Livro diário. 
Livros são sigilosos, salvo se pedir ao juiz a “exibição judicial”. Motivos para 
exibição: questão societária, sucessória, falência ou administração. (artigos 
1.181, 1.191 e 1.192 do CC) 
 → Matrícula 
 Leiloiro, administrador de armazém geal., intérprete e tradutor. 
 
 
195 
 
 
 
3 CONTRATOS 
3.1 ARRENTAMENTO MERCANTIL(leasing) 
A PJ deve prever no objeto social o arrendamento (arrendadora). 
PF arrendatária. 
A arrendadora compra o bem, portanto tem a propriedade, já a arrendatária tem a posse 
direta. Valor + juros dividido em parcelas. No fim das parcelas haverá o VRG (valor 
residual garantido), que poderá ser pago para adquirir a propriedade, ou o bem pode ser 
devolvido. Ou seja, locação com opção de compra. 
O VRG antecipado, pela súmula 293 do STJ, não descaracteriza o contrato de leasing. 
Se o arrendatário não pagar as parcelas sofrerá uma ação de reintegração de posse. 
Súmula 369 do STJ: deve haver notificação prévia antes de ajuizar ação. 
Súmula 564 do STJ: é necessário que o bem seja vendido e que ocorra a devolução do 
VRG quando este for antecipado. 
3.2 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA (artigos 1361 e seguintes do CC) 
 
PJ PF/PJ 
Mutuante Mutuário 
Fiduciário Fiduciante 
Propriedade Posse direta 
Se o fiduciante não pagar, o fiduciário ingressa com ação de busca e apreensão. Se 
houver saldo devedor, pode virar ação monitória. (Súmula 384 do STJ) 
3.3 LOCAÇÃO EMPRESARIAL 
 Ação renovatória, serve para o locatário renovar, compulsoriamente, a locação. 
 Artigos 45, 51 e 52 da lei 8.245/91 
 Requisitos para locatário ingressar com ação renovatória: 
 a) Contrato de locação escrito e por prazo determinado 
 b) Pelo menos 5 anos no mesmo imóvel 
 c) Pelo menos 3 anos explorando o mesmo ramo de atividade 
196 
 
 Prazo para ação renovatória: 
- Interregno de um ano a seis meses antes do final do contrato (não são os últimos seis 
meses do contrato, mas sim o primeiro semestre do último ano do contrato). Após o 
prazo, ocorrerá a decadência. 
Retomada do imóvel pelo locador somente: 
- Para realização de reforma determinadas pelo poder público ou reforma para a 
valorização do imóvel 
- Quando houver melhor proposta de terceiro, devendo oferecer nas mesmas condições 
para o inquilino 
- Para uso próprio 
- Para uso de ascendente, descendente ou cônjuge que tenha estabelecimento comercial 
há mais de um ano 
3.4 FRANQUIA (lei 8955/94) 
Franqueador cede: 
- Uso da marca 
- Uso da patente (máquinas) 
- Organização empresarial 
Franqueado dá: 
- Taxas 
O franqueado deve receber a CIRCULAR DE OFERTA DE FRANQUIA 10 dias antes 
da assinatura do contrato e de qualquer pagamento, sob pena de anulação do contrato 
e de reparação de danos. (artigo 4º da lei 8955/94) 
3.5 CONTRATO DE AGÊNCIA (artigo 710 e 711 do CC) 
 Para muitos doutrinadores é sinônimo de representação mercantil 
 De um lado agenciante/representado X representante/agenciador 
 Comissão depende do negócio, aprovação e pagamento do terceiro 
 
 
 
 
197 
 
SOCIEDADES 
1 SOCIEDADES PERSONIFICADAS 
Têm personalidade jurídica, que nasce com o registro no órgão competente (artigo 45 
do CC): a) junta comercial (RPEM); b) Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas; 
c) OAB. 
 Para cobrança, existe benefício de ordem (responsabilidade subsidiária dos sócios) 
Artigo 1024 do CC. 
2 SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS 
Não têm personalidade jurídica (não têm registro). Para cobrança, credor atinge primeiro 
o “patrimônio especial” (bens de uso da empresa). 
Também há o benefício de ordem. 
3 CLASSIFICAÇÃO 
 a) Sociedade simples 
 - Cooperativa 
- Sociedades que o objeto social é atividade não empresarial. Exemplo: 
sociedade composta por profissionais intelectuais. 
 b) Sociedade empresária 
 - Sociedade por ações (artigo 982, parágrafo único) 
 - Objeto social é atividade empresarial. 
4 SOCIEDADES EM ESPÉCIE 
4.1 SOCIEDADE EM COMUM (artigo 986/990) 
 Sociedade não personificada. 
Há benefício de ordem (patrimônio especial), todavia não há proteção patrimonial, por 
não ter registro (o sócio tem responsabilidade ilimitada). 
 Sociedade sem registro, sociedade informal. 
 OBSERVAÇÃO: Sócio que contratou é excluído do benefício de ordem 
4.2 SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO (artigo 991/996) 
 Sociedade não personificada. 
 Composta pelo SÓCIO OSTENSIVO e o SÓCIO PARTICIPANTE/OCULTO. 
198 
 
Sócio ostensivo é aquele que realiza o objeto social/exerce a atividade; responde 
ilimitadamente perante terceiros (existe o benefício de ordem – patrimônio especial) 
Sócio participante não executa o objeto social e não responde perante os terceiros. 
4.3 SOCIEDADE LIMITADA 
a) é, via de regra, sociedade personificada. Sociedade limitada que ainda não foi registrada 
(independente do motivo ou de quem a culpa) é sociedade em comum. 
b) capital social: não há valor mínimo e pode ser composto por dinheiro, por bens, prestação 
de serviços NÃO pode. (artigo 1055 do CC) 
OBSERVAÇÃO: é possível que um sócio apenas preste serviços na Sociedade Simples e na 
Cooperativa (artigo 997, V e 1094) 
c) fonte: artigos específicos da limitada e, na omissão, as regras de sociedade simples. A lei da 
S/A de forma supletiva e se o contrato social expressamente indicar (artigo 1053 do CC). 
d) responsabilidade dos sócios: cada sócio responde pela integralização da cota que subscreveu. 
TODOS os sócios são solidariamente responsáveis até o limite do que falta a integralizar. 
Responsabilidade ilimitada, nos casos de desconsideração da PJ (artigo 50, desde que 
não haja o pagamento e mediante prova de abuso – desvio de finalidade ou confusão 
patrimonial – da PJ), ou nos casos de sócio que agiu contra a lei ou contrato social (artigo 
1080) 
e) dissolução parcial: i) por morte, se os herdeiros forem ressarcidos, artigo 1028 (através de 
ação de apuração de haveres, conforme consignado no artigo 599 e ss do NCPC); ii) retirada, 
que é direito que há quando não se concorda com alteração do contrato social (ação de 
dissolução parcial com retirada do sócio, conforme artigo 1077 do CC e 599 e ss do NCPC); 
iii) exclusão, podendo se dar de forma extrajudicial (desde que verificada a prática de falta 
grave, com previsão da exclusão no contrato social e com concordância de sócios com mais da 
metade do capital social, conforme dispõe o artigo 1085) ou de forma judicial (antes regulada 
no 1030 do CC e agora prevista no NCPC, desde que haja falta grave, incapacidade 
superveniente ou falência do sócio, devendo haver a apuração dos haveres). 
4.4 SOCIEDADES “MENORES” 
NOME PJ NOME EMP. RESP. SÓCIOS 
Nome Coletivo S S 
Sócios (PF) de forma ilimitada e 
solidária 
Comandita Simples S S 
Sócio comanditado (PF) deforma 
ilimitada, comanditário (PF/PJ) limitada 
Comandita por Ações S S 
Acionista diretor de forma ilimitada, 
demais acionistas de forma limitada 
 
199 
 
TÍTULOS DE CRÉDITO 
1 FONTE 
 PRIMEIRAMENTE a legislação especial 
 SUBSIDIARAMENTE, nos casos de omissão, o CC 
2 PRINCÍPIOS 
 a) Cartularidade: documento original 
Exceções: i) triplicata (segunda via de duplicata) – o credor mandou a duplicata 
para o devedor e ele não devolveu. Deve juntar a NF, comprovante de entrega e 
propesto por indicações (artigo 13 da lei 5474/68); ii) duplicata virtual, segundo 
entendimento do STJ, deve-se juntar o boleto, NF, comprovante de entrega de 
mercadoria ou de prestação de serivço e protesto por indicações. 
Artigo 889, §3º, do CC. 
b) Literalidade: conteúdo 
Exceção: i) se um título de crédito estiver incompleto, pode ser completado por 
terceiro de boa-fé (S387STF); ii) em caso de omissão da data de vencimento, 
considera-se vencimento à vista; iii) omissão do local de emissão, considera-se 
o domicílio do devedor (artigo 889) 
c) Autonomia: relações jurídicas independentes entre si 
 Em caso de assinatura falsa, permanece obrigado o avalista. 
Exceção: somente se houver vício de forma – ausência de assinatura, rasura, etc. 
(qualquer pessoa percebe o vício, por outro lado a falsidade da assinatura precisa 
ser provada) 
Artigo 17 e 32 do decreto 57663/66 e artigo 888 do CC. 
3 TRANSMISSÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
Título ao portador apenas no cheque e limitado a R$100,00. Neste caso, transmite-se 
mediante tradição. 
Título nominativo (não nominal), todo cheque acida de R$100,00 e todos os demais 
títulos. Transmite-se por tradição + ato solene. 
3.1 Atos solenes de transmissão 
ENDOSSO CESSÃO CIVIL DE CRÉDITO 
Assinatura no verso ou “à ordem” no 
anverso 
No verso “não à ordem” 
Endossante Cedente 
200 
 
Efeitos: transmite e garante (solidária), salvo 
se consignado ao lado ass. “sem garantia” 
Efeitos: transmissão sem garantia 
 
Endosso: artigo 11, 12, 15 e 20 do decreto 57663/63 
Cessão: artigo 290, 294 e 296 do Código Civil. 
Devedor → C → endosso → E → não à ordem → F → endosso sem gar. → G 
“C” é transmitente e garantidor. “E” só transmite (CCC), sem garantia. “F” é só trasmitente. 
“G” somente pode cobrar de “C”. 
Trata-se de regra geral, aplicável a todos os créditos. 
4 AVAL 
Garantia pessoal dada por terceiro, de forma solidária, logo sem benefício de ordem. 
No caso de avalista casado, precisa de vênia conjugal, salvo se casado pelo regime de 
separação total de bens. 
A ausência de anuência conjugal é motivo de ANULAÇÃO (artigos 1647 e 1649) 
Artigo 30 a 32 do decreto 5763/66. 
Na letra de câmbio, nota promissória, e no cheque pode haver o AVAL TOTAL OU 
PARCIAL. 
Na duplicata e conforme o CC o aval só pode ser total. 
5 PROTESTO 
 a) procedimento: 
 → Apresentação do título (cartório não verifica a prescrição); 
→ Intimação do devedor para pagar em 3 dias e pedir sustação, sob pena de 
protesto, cfe. artigo 17 da lei 9492/97 (obs: o que não existe no NCPC é a cautelar 
inominada de sustação); 
→ Protesto; 
→ Baixa somente por cancelamento, levando o original ao cartório e pagando as 
despesas, ou apresentando “carta de anuência” fornecida pelo credor, ou decisão 
judicial que mandou cancelar. (artigo 26 da lei 9493/97) 
 b) protesto obrigatório (quando precisa juntar na inicial): 
 → quando precisar suprir o aceite (letra de câmbio e duplicata) 
201 
 
→ quando o credor quiser acionar endossantes, salvo no cheque (artigo 43 da lei 
7357/85) 
→ quando para pedir a falência 
c) efeito: 
 → Interrompe o prazo prescricional (artigo 202, III, do CC) 
Execução do cheque: 6 meses do prazo de apresentação (30 ou 60 dias 
da emissão, cfe. artigo 33 da lei 7357/85). 
 Execução dos demais títulos: 3 anos contados do vencimento. 
OBSERVAÇÃO: cheque prescrito pode ser cobrado por ação monitória (5 anos 
contados do dia seguinte à data de emissão, no caso do cheque) 
OBSERVAÇÃO 2: nota promissória prescrita, também cabe ação monitória (prazo de 
5 anos contados do dia seguinte à data do vencimento). Súmulas 503 e 504 do STJ. 
6 TÍTULOS EM ESPÉCIE 
6.1 NOTA PROMISSÓRIA 
→ Nota promissória não tem aceite 
 → Devedor = savador, credor = sacado (contrário do boleto) 
6.2 DUPLICATA 
 → Título causal, devendo demonstrar a origem/causa, através de NF. 
 → Se a duplicata não tiver aceite, deve haver protesto. 
 → Se tem aceite não precisa protesto. 
6.3 CHEQUE 
 → Ler lei 7357/85 
 → É ordem de pagamento à vista 
 → Prazo de apresentação: 30 dias (para praças iguais) ou 60 dias (praças diferentes) 
 → Não tem aceite 
202 
 
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS 
A RJ se aplica à empresa que passa por crise mas ainda é viável. A falência se aplica à empresa 
que tem seu passivo ultrapssando seu ativo. 
1 FALÊNCIA 
É uma insolvência presumida, não se tem acesso aos livros da empresa. Portanto a lei 
traz um rol de situações nas quais se presumirá a insolvência (artigo 94 da LFRE). 
Artigo 94, I: impontualidade, que ocorrerá quando a empresa não pagar dívida líquida 
exteriorizada em título executivo e que supere 40 salários mínimos, podendo haver 
litisconsórcio ativo para atingir o limite mínimo. 
Artigo 94, II: execução frustrada, que ocorre quando a empresa cobrada num processo singular 
não paga e não nomeia bens à penhora. Não tem valor mínimo. 
Artigo 94, III: atos de falência, que é qualquer alienação fraudulenta de patrimônio da empresa. 
1.1 Sujeito passivo (artigo 1º e 2º) 
Empresa (empresários individuais, EIRELI ou sociedades empresárias). PORTANTO, 
para associações, fundações, et al., não se aplica falência, mas sim insolvência civil. 
Artigo 2º, I: exclusão total da Empresa Pública (CEF, EBCT, etc.) e Sociedades de 
Economia Mista (Petrobras, BB, etc.). 
1.2 Foro competente para julgar (artigo 3º) 
A falência será ajuziada no foro do principal estabelecimento econômico da empresa, 
não importando onde é a sede. 
1.3 Processo falimentar 
Pedido de falência (artigo 94) → contestação (artigo 98) no prazo de 10 dias, podendo 
haver o depósito elisivo → decretação da falência ou → denegar/indeferir a falência 
(artigo 10024), sendo que continuando o processo (decretação) cabe recurso de agravo 
(decisão que não tem natureza terminativa), por outro lado, da improcedência cabe 
apelação. → decretada a falência → fase de pagamento dos credores 
→ Depósito elisivo (artigo 98, parágrafo único) é o pagamento da dívida que 
pode somente pode ser realizado dentro do prazo de contestação, que é cabível 
nos casos de impontualidade e execução frustrada (exceto nos casos de atos de 
falência, quando não há dívida líquida decorrente do ato). 
→ Administrador Judicial (artigos 21 a 24) é auxiliar do juiz e por ele nomeado. 
Poderá ser nomeado como administrador judicial qualquer profissional idôneo, 
preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou 
 
24 Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe 
apelação. 
203 
 
contador, ou PJ especializada. O crédito do administrador judicial é 
EXTRACONCURSAL (até 5% do ativo). 
No caso de ME ou EPP, a limitação é de 2% do ativo – introduzido pela 
LC147/2014. 
→ Pagamento dos credores (artigo 151, 83 e 84) 
Artigo 151: os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos 
nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) 
salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em 
caixa. (adiantamento) 
1º. EXTRACONCURSAIS (84):são todas as despesas feitas após a decretação 
da falência. Poderá o trabalhador receber como crédito extraconcursal, desde que 
a prestação de servidos se dê após a decretação da falência. 
2º CONCURSAIS (83): 
i) créditos trabalhistas limitados a 150 salário mínimos por trabalhador e 
os créditos decorrentes de acidente de trabalho; 
 ii) créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
iii) créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de 
constituição, excetuadas as multas tributárias; 
viii) créditos subordinados. 
(1º, 2º, 3º, 4º e último = ETRF Subordinados) 
 Sobrando dinheiro, procede-se no rateio entre os sócios. 
 
2 RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 É uma proposta (plano) elaborada pela empresa e entregue aos seus credores. 
Se sozinha elaborar e apresentar o plano, a empresa estará praticando a Recuperação 
Extrajudicial (artigos 161 a 164). Se através do Judiciário, dar-se-á a RJ (artigos 48 e 
seguintes) 
→ Requisitos (artigo 48) 
 a) empresa (EI, EIRELI ou Soc. Emp.) registrada a pelo menos 2 anos; 
b) não pode ter sido beneficiada por outro plano de recuperação nos últimos 5 anos 
→ Cumpridos os requisitos, abre-se o prazo para apresentação da proposta/plano de 60 dias 
(improrrogável). 
204 
 
→ Na Recupeação Extrajudicial a empresa não poderá negociar com trabalhadores, tampouco 
com o fisco (artigo 161). 
 
MÓDULO ESPECÍFICO 
1 ATIVIDADE EMPRESARIAL (artigo 966 do CC) 
 → Atividade econômica 
 → Profissionalismo/habitualidade/continuação 
 → Organizada para circulação de bens, produção ou prestação de serviços 
1.1 Atividade não é empresária (artigo 966, parágrafo único, do CC) 
→ Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, 
salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
2 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
Pessoa física que exerce atividade empresarial. Registro é obrigação, não requisito, no 
Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial). (artigo 967 do CC) 
Para o empresário individual não existe a criação de personalidade jurídica. 
Patrimônio único (bens pessoais + empresariais) responde pelas dívidas empresariais. 
Assume o risco integral da atividade. Responsabilidade ilimitada. 
Pode adotar a forma de: 
- MEI: receita bruta anual de até R$60.000,00 e UM funcionário recebendo até 
um salário mínimo (artigo 18-A da LC123/06) 
Requisitos para ser Empresário Individual (artigo 972 do CC): 
→ Capaz, sendo que o incapaz pode continuar a atividade empresarial, hipótese 
esta na qual precisará de autorização judicial. Caso autorize, o juiz nomeia 
representante ou assistente. O incapaz também terá responsabilidade ilimitada 
mas alguns bens serão protegidos: os bens do incapaz que não têm relação com 
a atividade empresarial no momento da autorização do juiz serão protegidos das 
dívidas empresariais. (artigos 974 a 976 do CC) 
→ Livre de impedimentos: falido e servidor público federal (inclusive militar na 
ativa). (artigos 102 e 158 da lei 11.101/05 e artigo 117, X, da lei 8.112/90) Cfe. 
artigo 973 do CC, “a pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria 
de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.” 
Observação: o servidor não pode ser empresário individual, mas pode ser sócio. 
205 
 
Atividade Rural: tem a faculdade de ser registrar na Junta Comercial, só a partir do 
registro é que será considerado empresário individual (artigo 971 do CC). Ao contrário 
dos demais casos, na atividade rural o registro na Junta é ato constitutivo. 
3 EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI) 
 Artigo 980-A do CC. 
Pessoa física que exerce atividade empresarial, se fizer o registro no Registro Público 
de Empresas Mercantis (Junta). É possível EIRELI para atividade não empresarial, 
todavia o registro será no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
Adquire a personalidade jurídica com o registro (artigo 44 do CC). 
O máximo que o titular pode perder é o patrimônio da empresa (capital social). 
É necessário capital social mínimo de 100 salários mínimos, integralizado. 
Nome empresarial: pode usar a firma ou a denominação, desde que seguidas da 
terminação “EIRELI”. 
4 ESTABELECIMENTO (artigos 1142 a 1149 do CC) 
 Conjunto de bens: 
 Materiais 
 Imateriais: nome empresarial, patente, marca 
 Pode ser objeto unitário de negócio jurídico: 
 Alienação (trespasse), por exemplo. 
No caso de trespasse, quem assume a responsabilidade pelas dívidas contabilizadas é o 
adquirente. O alienante é SOLIDARIAMENTE responsável com o adquirente por UM 
ANO. 
A não concorrência pode ser objeto de estipulação entre as partes, já se o contrato não 
versar sobre, é vedada a concorrência pelo prazo de 5 anos. 
 
 
 
206 
 
DIREITOS HUMANOS 
1- CONCEITOS BÁSICOS/MINIMOS 
GUIA DE ESTUDO 
Dicas de leitura: 
Art. 1° e 5° ( direito de reunião, religião, pena de morte) ; 12, 14/17, 49, 84, 102, 109 (p.3°, 4°, 
5°)da CF. 
Dignidade da pessoa humana – Garantir o mínimo para a existência de uma pessoa, podendo 
ser o nome, roupa, tratamento, etc. 
Título VIII – Da ordem social. (Meio ambienta saúde, educação, idosos e criança e adolescente). 
Documentos internacionais. 
1- Declaração Universal de Direitos Humanos – é uma resolução da ONU, n° 217 A III, 1948. 
2- Pacto Internacional de Direitos Civis e políticos – Tratados do sistema Global ONU, decreto 
n° 592/1992 
3- Convenção Americana de Direitos Humanos. (Pacto de San José da Costa Rica). Tratado do 
sistema da O.E.A., Decreto n° 678/1992. 
1- CONCEITOS BÁSICOS / MINIMOS: 
a) Direitos do Homem: São direitos que nascem conosco (inatos). Não precisam ser 
normatizados para serem respeitados. Ex.: Direito à vida, à liberdade. 
b) Direitos fundamentais: São os direitos do homem previstos nas constituições dos estados. 
(Países). Ex. : Art. 5 ° CF (Direito à vida, direito à liberdade, Direito de reunião). 
c) Direitos humanos: São os direitos do homem e/ou fundamentais previstos em documentos 
internacionais. (via de regra, normalmente previstos em tratados). 
Requisitos de um tratado de direitos Humanos: 
1- Documento escrito; 
2- Entre países e ou organismos internacionais 
3- Regido pelo Direito Internacional Público 
4- Não depende do nome 
5- Pode estar em um ou mais documentos ( um tratado pode ter um ou mais documentos Ex.: 
documento principal; podem existir documentos adicionais ou facultativos. Ex.: protocolo) 
6- Visa proteger o homem.( Tirando esse requisito, os demais servem para todos os tipos de 
tratados). 
207 
 
Decreto 7030/2009 – Convenção de Viena. 
Denuncia = sair do tratado. 
Reserva = Não respeitar certas partes do tratado. 
CUIDADO: Não pode fazer reserva a essência do tratado. 
I. Incorporação de um tratado de Direitos Humanos 
1- Negociação e assinaturas ( poder executivo por meio da Presidência da Republica. Art.84, 
VIII CF). 
2- Referendo Congressual (votação pelo congresso). Poder legislativo (Congresso Nacional, 
que terá que votar em um decreto legislativo Art. 49, I CF). 
3- Ratificação do tratado - Presidência da republica. 
II. Natureza ou “Status” de um tratado de Direitos Humanos no Brasil 
1- Emenda Constitucional: O tratado de direitos humanos precisa ser referendado (votado) pelo 
Congresso Nacional (câmara e depois Senado) nos termos do p.3° do art. 5 da CF. ( mesmo 
sistema de votação de uma PEC – 3/5 em 2 turnos nas 2 casas do congresso Nacional. 3/5 é 
maioria qualificada e é igual a 60 % dos votos). 
Só o decreto 6949/2009 – Convenção Internacional para a proteção de pessoas com deficiência 
e o seuprotocolo facultativo. 
2- Norma supralegal : São normas acima das leis, mas abaixo da Constituição. São os tratados 
de Direitos Humanos referendados pelo Congresso Nacional como se fossem leis ordinárias. 
(aprovadas por maioria simples ou relativa dos presentes. Art.47 CF, 1 votação no senado e 1 
na câmara dos deputados por maioria simples) 
CF/1988 + Decreto n° 6949/2009 - 
Normas supralegais - Normas infraconstitucionais : Abaixo da CF. 
Todos os demais tratados do D.H. 
Gerações / Dimensões de direitos 
É uma criação doutrinária ( Variar de autor) 
Karel Vasak que originou as gerações de Direito. 
Gerações: valorizar certos direitos em determinados momentos da história. 
Liberdade, Igualdade e Fraternidade, será atrelado com o lema da resolução Francesa. 
Liberdade 1° Geração 
Igualdade 2 ° Geração 
208 
 
Fraternidade 3° Geração 
1° Geração – Protege o indivíduo “non facere” (não faça Estado; limite ao Estado) 
Prevê os Direito Civil e Políticos – Direito a vida, a liberdade, reunião, poder votar e ser votado. 
Ex. de tratados – Decreto n° 592/1992 (P.I.D.C.P. ) 
2° Geração – Protege grupos de Pessoas (estudantes, trabalhadores) 
“Facere” – Faça o Estado 
“Direitos Econômicos Sociais e Culturais” (Educação, trabalho, cultura) 
Ex.: Decreto n°591/1992 – PIDESC ; Decreto n°3321/1999 ( protocolo de San Salvador) 
Os tratados vinculados a esta geração tem aplicação programática (diferida) ao longo do tempo. 
CUIDADO: Tais direitos podem ser obtidos de modo mais rápido, por meio de ações judiciais. 
(ativismo judicial ou neoconstitucionalismo). 
3° Geração – Proteger todo mundo 
Busca da fraternidade entre os povos. 
Proteção do meio ambiente, busca da paz universal. 
Ex.: Estatuto de Roma (decreto 4388/2002), pertence ao sistema Global, sendo gerenciado pela 
ONU. 
Criou o T.P.I 
1- CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS 
1°) Universais: 
Todos devem ser protegidos. 
2°) Indivisíveis: 
Não admitem divisão “Fazem parte de um bloco”. Todos devem ser protegidos. 
3°) Interdependentes: 
Estão ligados uns aos outros. 
Ex.: quanto mais educação maior a sua longevidade. 
4°) Inter-relacionados: 
Não há hierarquia entre os direitos humanos 
209 
 
DICA: Essas 4 características estão expressas no parágrafo 5° da declaração e programa de ação 
de Viena, 1993. 
Universalismo X Relativismo. 
Universalismo: todos devem ser protegidos (este prevalece). 
Relativismo: Alguns atos podem ser relativizados (restringidos) em virtude da cultura, da 
história, costume dos povos. Ex.: Obrigar a mulher usar burca. 
5°) Historicidade: Os direitos humanos refletem a história. 
Ex.: Crimes cibernéticos: é tema atual. 
Obs.: Na esfera Federal são investigados racismo e pornografia infantil, se houver 
transnacionalidade. 
DICA: Tais direitos são protegidos em Tratados de Direitos Humanos. 
6°) Vedação do retrocesso = vedação do regresso. 
“Efeito cliquet” é o efeito ampliativo dos Direitos Humanos. 
Não posso reduzir o direito. 
Ex.: Não pode ser restabelecida a prisão civil por dívida do depositário infiel. (Art. 7°, item 7 
do decreto 678/1992) 
Se for retirada a pena de morte, não poderá ser restabelecida. (Art. 4°, p.3 Do decreto 678/1992) 
7°) Prevalece a norma mais benéfica 
Na solução de um caso concreto prevalece a norma que mais protege a vítima da violência. Não 
se aplicam os critérios tradicionais para a solução de aparente conflito entre normas. 
(Hierarquia, especialidade e anterioridade). 
RE 466.343-1/SP 
Sistemas de proteção dos Direitos Humanos, que o Brasil faz parte: 
Global O.N.U. 
Carta da ONU 1995 Declaração universal de Direitos Humanos, 1948 Resolução n° 217 – A, 
III (LER) 
Pacto Internacional de Direitos Civis e políticos (P.I.D.C.P.). Tratado (decreto n°592/1992). 1° 
geração - aplicação imediata, sob pena de sanções no plano internacional. (Advertência, 
embargo político, embargo econômico e intervenção militar). 
Direito e mecanismos de monitoramento. (Mesma coisa que mecanismos de fiscalização). Ex.: 
Comitê de Direito Humanos, Relatórios, denúncias interestatais e petições individuais) 
REGIONAL AMERICANO O.E.A. 
210 
 
Carta da OEA 
Declaração americana de direitos e deveres do homem, 1948. Resolução XXX, 1948. 
Convenção americana de Direitos humanos. ” Pacto de San José da Costa Rica” Tratado, 
decreto n° 678/1992. 
Pertence a 1° geração, aplicação imediata. 
Direitos e mecanismos de monitoramento. 
1° mecanismo: Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Art. 34, 41, 44, 16/48) 
Qualquer pessoa sem advogado pode acionar a comissão; a comissão pode 1- receber petições, 
2- pedir informações, 3- fazer visitas, 4 – fazer recomendações, 5- fazer informes e se for o caso 
denunciar a demanda para a corte interamericana de Direitos Humanos. 
2° mecanismo: Corte interamericana de Direitos Humanos 
Art. 52, 61, 66, 69. 
A corte interamericana é órgão jurisdicional do sistema da OEA 
Funções: a) Não contenciosa: opinião consultiva. 
b) Contenciosa: Lide – Sentença, que pode ser moral (não é dinheiro) ou pecuniária (é dinheiro) 
Cuidado: Se não houver cumprimento voluntário a sentença deve ser executada na Justiça 
Federal, competente territorialmente. 
DICA: Sistemas criados após a Segunda Guerra Mundial (Carta da ONU, carta da OEA). 
Convenção Americana de Direitos Humanos (decreto 678/1992) 
Decretos – art., 3° ao 26 (ler: 4°, 7°, 8°, 13, 15, 18 e 25) 
DICA: Audiência de custodia – Preso em flagrante é encaminhado de modo rápido para o Juiz. 
Art. 8° e art. 15 têm o Princípio da Celeridade. 
Não pode ter censura em tempo de paz. 
Art. 15 é o Direito de reunião. Reunião pacífica e sem armas – proteção dos Direitos e liberdade 
das demais pessoas. 
DICAS DE LEITURA: 
Ações afirmativas – Cotas raciais (discriminação política) 
- ADPF 186 (STF) 
- Decreto 65810/1969 
211 
 
Lei 12288/2010 
Lei 12990/2014 – 20% negros. 
Federação de Inquéritos ou processo que envolve grave violação de direitos humanos. 
Mudar o feito da justiça local para a justiça federal (Art. 109, C-A e p.5° CF) 
 
MÓDULO ESPECÍFICO 
DICAS GERAIS 
Artigos 1º a 5º da CF 
Dignidade da pessoa humana é garantir o mínimo para a existência da pessoa (nome social, 
acesso a religião 
Artigos 12, 14 a 17, 49, 84, 97, 102, 103, 109, da CF 
TÍTULO VIII – Da Ordem Social (MA, Saúde, Educação) 
Maioridade penal (artigo 228 da CF), a OAB e o MP são contra a redução da maioridade penal. 
OBSERVAÇÃO: viola o artigo 60, § 4º, IV, da CF. 
→ Documentos internacionais 
Declaração Universal de Direitos Humanos. Resolução da ONU nº 217 A III, 1948. Não é um 
tratado, é uma resolução, tornando a adesão mais fácil. 
Pacto internacional de direito civis e políticos. É um tratado, previsto no Decreto nº 592/92. 
(PIDCP – ONU) 
Convenção Americana de Direitos Humanos. PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA. 
Decreto 678/92. Artigos 3º a 26. (4º, 7º, 8º, 13, 15 18 e 25 mais caem). Pertence à OEA 
(Organização dos Estados Americanos) 
→ Mecanismos de monitoramento 
 - Comissão Interamericana de Direitos Humanos (artigos 34, 41, 44, 46 a 48 do D678) 
 - Corte Interamericana de Direitos Humnos (artigos 52, 61, 66 a 69 do D678) 
→ Sistemas de proteção dos direitos humanos que o Brasil faz parte 
 a) Sistema global, gerido pela ONU 
 b) Sistema regional Americano/Interamericamo: países localizados nas Américas 
 Gerido pela OEA 
GLOBAL ONU REGIONAL OEA 
212 
 
PIDCP (D592/92) Pacto San Jose (D678/92) 
PIDESC25 (D591/92) Protocolo de San Salvador (D3321/99)26 
Convenção Contra a Tortura e Outros 
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas 
ou Degradantes (D40/91) 
Convenção Interamericana para Prevenir e 
Punir a Tortura(D98386/89) 
Convenção sobre a eliminação de todas as 
formas de discriminação contra a mulher 
(D4377/02) 
Convenção Interamericana para Prevenir, 
Punir e Erradicar a Violência contra a 
Mulher – Belém PA (D1973/86) 
 
“Carta Internacional de Direitos Humanos”: é uma criação doutrinária, sendo a somatória da 
Declaração Universal de Direitos Humanos + PIDCP + PIDESC. 
OBSERVAÇÃO: alguns autores incluem a Carta da ONU 
CUIDADO: a tortura não pode ser admitida de modo algum. As gravações que constatam a 
tortura podem ser usadas para condenar o torturador. Produzem prova ilícita. 
O tratado com maior número de reservas é a Convenção da ONU de proteção à mulher. 
 
 
25 Pacto Internacioanl de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (TRATADO) 
26 Protocolo adicional à Convenção Americana Sobre Direitos Humanos sobre os temas direitos 
econômicos, sociais e culturais. 
213 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
1. FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS 
Artigo 5º, XXXII 
Artigo 170, V 
Artigo 48, ADCT 
2. LEI 8.078/90 (CDC) 
2.1 CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS DO CDC 
- Normas de ordem pública (cogentes/imperativas) 
- Normas de interesse social 
Consequências das características: 
 - Os direitos previstos no CDC são indisponíveis, irrenunciáveis pelo consumidor 
 - O juiz deve aplica-las de ofício 
 - Súmula 381 do STJ: 
2.2 INCIDÊNCIA/APLICABILIDADE DO CDC 
- Quando caracterizada a relação jurídica de consumo 
 a) Consumidor: 
 - Consumidor padrão/direto/contratual (artigo 2º, caput) 
É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos ou 
serviços como destinatário final. Ficam excluídas as aquisições para 
revenda (supermercado, lojas). 
 - Consumidor por equiparação 
Artigo 2º, parágrafo único. É toda a coletividade de pessoas que haja 
intervindo nas relações de consumo. 
 Artigo 17. São todas as vítimas do acidente de consumo. 
Artigo 29. São todas as pessoas que forem expostas às práticas 
comercias: a) oferta (artigos 30 a 35); b) publicidade (artigos 36 a 38); d) 
práticas abusivas, exemplo venda casada, venda sem orçamento, envio 
de cartão/produto sem prévia solicitação, etc. (artigos 39 e 40); e) 
cobrança de dívidas (artigos 40 a 42-A); f) banco de dados e cadastro de 
consumidor (SPC, SERASA, etc.). 
214 
 
b) Fornecedor (artigo 3º, caput) 
- É toda a pessoa física ou jurídia, nacional ou estrangeira, pública ou privada, 
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de criação, 
produção, transformação, construção, montagem, importação, exportação, 
distribuição ou comercialização de produtos, ou prestação de serviços. 
c) Produto (artigo 3º, § 1º) 
 - É todo bem móvel ou imóvel, material ou imaterial. Os produtos podem ser: 
a) duráveis, que não se extinguem pelo simples uso (cadeira, mesa, 
óculos, veículos, etc). Nesse caso o prazo de decadência da garantia legal 
por vícios é de 90 dias. 
b) não duráveis, são os que se extinguem ou vão se extinguindo com o 
uso (alimentos, bebidas, material de limpeza, cosméticos, etc.). Neste 
caso, o prazo é de 30 dias. 
d) Serviço (artigo 3º, § 2º) 
- É toda atividade oferecida no mercado de consumo mediante remuneração 
(direta ou indireta), inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito ou 
securitária, exceto as atividades exercidas sob a legislação trabalhista. 
Aplica-se o CDC: 
a) às instituições financeiras, 
b) às entidades de previdência privada abertas (geralmente são bancos) 
c) aos planos de saúde, etc. 
Não se aplica o CDC: 
a) nas locações de imóveis (quem aluga não é a imobiliária, mas sim o proprietário, 
portanto entre o proprietário e o inquilino, aplica-se a lei do inquilinato, já entre o 
locatário e a imobiliária, aplica-se o CDC); 
 b) nas relações entre clientes e advogados; 
c) nas relações entre condomínios e condôminos (os condôminos são parte integrante 
do condomínio, mas se contratarem empresa terceirizada, caberá o CDC); 
 d) ao FIES; 
 e) nas relações entre associação civil e seus associados. 
2.3 PRINCÍPIO DO RECONHECIMENTO DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR 
 Artigo 4º, inciso I, do CDC. 
215 
 
→ Aspectos da vulnerabilidade: 
a) Vulnerabilidade de fato/fática: é a que decorre da dependência que o consumidor tem 
do fornecedor. 
b) Vulnerabilidade técnica: é o desconhecimento, pelo consumidor, dos métodos 
produtivos. 
c) Vulnerabilidade jurídica/científica: é o desconhecimento, pelo consumidor, de seus 
direitos, de matemática e de finanças. 
→ Vulnerabilidade não pode ser confundida com hipossuficiência 
VULNERABILIDADE HIPOSSUFICIÊNCIA 
Tema de direito material Tema de direito processual 
É presumida Deve ser demonstrada no processo 
Gera proteção contratual ao 
consumidor27 
Autoriza a inversão do ônus da prova28 
 
→ Inversão do ônus da prova trata-se de hipossuficiência probatória, ou seja, quando para o 
consumidor fazer prova de suas alegações for impossível ou muito difícil. A inversão do ônus 
da prova, no direito do consumidor, não é obrigatória. 
2.4 RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO 
Fundamento genérico (artigo 6º, VI): é direito básico do consumidor a efetiva prevenção e 
integral reparação de danos patrimoniais, estéticos, morais, individuais, coletivos ou difusos. 
Fundamentos específicos 
2.4.1 Responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço (artigos 12 a 17) 
→ Quando se aplica? 
Quando o produto ou serviço apresentar defeito, ou seja, uma falha de segurança que gera um 
acidente de consumo com danos ao consumidor. 
→ Quem responde? 
a) pelo fato do serviço, todos os prestadores (exemplo: erro médido, o médido responde, a 
equipe médica responde, o hospital, o plano de saúde); 
b) pelo fato do produto só respodem os seguintes fornecedores: o produtor, o fabricante, o 
construtor e o importador (exemplo: óculos, a ótica não responde, pois é comerciante). 
OBSERVAÇÃO: o comerciante só responde em duas hipóteses: i) quando o produto for 
de origem desconhecida (venda a granel, v.g.); ii) quando não conservar adequadamente 
os produtos perecíveis. 
 
27 Ver artigos 46 a 54, do CDC. 
28 Ver artigo 6º, VIII, do CDC. 
216 
 
→ Instrumentos do CDC que favorecem o consumidor vítima. 
a) Responsabilidade objetiva: em regra o fornecedor responde independentemente de culpa, 
basta a prova do dano e do nexo causal. EXCEÇÃO: mesmo pelo CDC é subjetiva a 
responsabilidade dos profissionais liberais. 
b) Responsabilidade solidária: quando houver mais de um prestador, fabricante ou mais de um 
causador do dano qualquer um deles pode ser obrigado a pagar a indenização integral. 
OBSERVAÇÃO: o fornecedor que paga a indenização fica com direito de regresso contra o 
efetivo causador do dano, que deverá ser exercido em ação própria, proibida a denunciação da 
lide. 
c) Prazo prescricional (artigo 27): 5 anos a contar da ciência do dano e de sua autoria. 
d) Desconsideração da personalidade jurídica (artigo 28) para que os bens dos sócios sejam 
atingidos para o pagamento da indenização (diferentemente do Código Civil, aqui adota-se a 
teoria menor, ou seja, basta um requisito: a insolvência da PJ). 
e) Proibição da cláusula de não indenizar 
→ Causas excludentes da responsabilidade do fornecedor: 
a) quando provar que não colocou o produto no mercado (exemplo: medicamentos falsificados) 
b) provar que o defeito não existe (exemplo airbag projetado para batidas frontais não acionado 
em colisão traseira) 
c) culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (no caso do Legacy que colidiu com o avião 
da Gol, embora esta não tivesse responsabilidade em razãode culpa exclusiva de terceiro, 
conforme legislação consumerista, o código civil prevê responsabilidade nos contratos de 
transporte, independentemente de culpa de terceira, contra o qual cabe ação de regresso29). 
d) caso fortuito ou força maior, ou seja, provar que o acidente aconteceu em razão de um evento: 
i) imprevisto ou imprevisível; ii) inevitável; iii) externo, ou seja, que não esteja relacionado 
com os riscos típicos daquele atividade explorada pelo fornecedor. OBSERVAÇÃO 1: o 
fortuito interno não afasta a obrigação de indenizar. OBSERVAÇÃO 2: súmula 479 do STJ, os 
bancos respondem pelo fortuito interno consistente um fraudes ou delitos praticados por 
terceiros no âmbitos das operações bancárias. (exemplo, joalheria que é assaltada e cliente 
acaba tendo seus pertences roubados, a joalheria é responsável considerando o fortuito interno) 
2.4.2 Responsabilidade pelo vício do produto ou do serviço (artigos 18 a 25) 
→ Quando se aplica? 
Quando houver falha de adequação, ou seja, de quantidade ou qualidade que afeta a 
funcionalidade do bem. 
→ Quem responde? 
 
29 Código Civil Brasileiro. Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro 
não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
217 
 
Todos os fornecedores, inclusive o comerciante, de forma objetiva e solidária. 
→ Mecanismo específico de tutela 
Direito de reclamação, ou seja, exigir que o vício seja sanado ou exigir uma prestação 
equivalente. Fases: 
1ª fase: iniciativa do consumidor antes de consumada a decadência da garantia legal que 
é de 30 (não duráveis) ou 90 dias (duráveis). OBSERVAÇÃO 1: se houver garantia 
contratual, o prazo da lei corre a partir do término dela. OBSERVAÇÃO 2: quando se 
tratar de vício de fácil de constatação o prazo corre da entrega do produto ou do serviço; 
quando o vício for oculto, o prazo de sua constatação pelo consumidor, desde que dentro 
da vida útil média do produto ou serviço. 
2º fase: em regra o fornecedor terá direito ao prazo de 30 dias para sanar o vício, exceto 
em dois casos: a) quando em razão da gravidade do vício o conserto for inviável; b) 
quando o produto for essencial. 
3ª fase: quando o vício não for ou não puder ser sanado o consumidor poderá escolher 
entre: a) substituição por outro produto idêntico em perfeito estado; b) abatimento 
proporcional do preço; c) restituição das quantias pagas atualizadas sem prejuízo das 
perdas e danos. 
 
218 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PRINCÍPIOS 
1. Expressos/explícitos (artigo 37, caput) 
 Legalidade: só faz o que a lei expressamente determina 
Impessoalidade: proibição de discriminações gratuitas, salvo por interesse público. 
Impessoalidade na propaganda dos atos de governo (artigo 37, § 1º) 
Moralidade: atos imorais são inconstitucionais, portanto ilegais e podem ser submetidos 
ao controle de legalidade do Judiciário. Cargos em comissão proibida a nomeação de 
parentes até terceiro grau (súmula vinculante 13). Existe em nosso ordenamento jurídico 
uma espécie qualificada de imoralidade a que se dá o nome de improbidade 
administrativa (sinônimo de desonestidade administrativa). O elemento comum a todas 
as hipóteses de improbidade é o dolo. 
Publicidade: manter a transparência em relação a todos os seus atos e a todas as 
informações armazenadas nos seus bancos de dados. (artigo 5º, XXXIII e lei 12.527/11, 
Lei de Acesso a Informações Públicas) Cfe. artigo 10 da lei 12527, qualquer interessado 
pode pedir. Prazo: imediato ou 20 dias se for de difícil acesso (artigo 11). 
→ Se a natureza da informação negada é de caráter personalizado, caberá habeas 
data. 
→ Se for de natureza pública, caberá o Mandado de Segurança. 
Eficiência: manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta e das obras que 
executa sob pena de responsabilidade. 
2. Implícitos 
→ Supremacia do interesse público sobre o do particular: sempre que ela precisa 
sacrificar direito de terceiros em benefício da coletividade. 
→ Razoabilidade: a administração é proibidade de fazer qualquer exigência ou aplicar 
qualquer sanção em medida superior àquela necessária para alcançar o interesse 
interesse público. 
→ Autotutela: possibilidade da administração rever seus atos anulando quando forem 
ilegais ou revogando quando por razões de conveniência ou oportunidade. 
BENS PÚBLICOS 
São todos aqueles que integram o patrimônio das pessoas jurídicas de direitos público interno, 
considerando-se particulares todos os demais (artigo 98 do CC) 
Classificação 
219 
 
→ Bens de uso comum, são aqueles destinados ao uso de toda a população, que pode ser gratuito 
ou oneroso. Exemplos: ruas da cidade. 
→ Bens de uso especial, apresentam uma destinação específica, que pode ser gratuito ou 
oneroso. Exemplos: repartições públicas, fórum, escolas públicas, estádio de futebol. 
→ Bens dominicais, são os que não tem nenhuma destinação incidindo sobre eles, como as 
terras vazias ou devolutas. 
Afetação é atruir uma destinação. 
Regime jurídico 
Inalienabilidade: via de regra não pode ser alienado o bem público, salvo se: 
 a) Situação de interesse público 
 b) Elaboração de pesquisa prévia de preços 
 c) Abertura de licitação 
 d) Se imóvel, deve haver autorização legislativa 
 e) Deve desafetar o bem, quando recair sobre bem de uso comum ou especial 
Imprescritibilidade: bens públicos não podem ser adquiridos através de usucapião 
 Artigos 183, § 3º, artigo 191, parágrafo único, artigo 102 de CC e súmula 340 STF 
Impenhorabilidade: não podem ser objeto de penhora 
Intrumento para transferência do uso para terceiros 
→ Autorização: é um ato administrativo unilateral e precário através do qual transfere-se o uso 
de bens públicos para particulares no interesse predominante deles. Não tem prazo determinado, 
logo este ato pode ser desfeito a qualquer momento sem pagamento de indenização. Exemplo: 
fechamento de rua para evento. 
→ Permissão: é um ato adminsitrativo unilateral e precários através do qual transfere-se o uso 
de bens públicos para particulares no interesse predominante da coletividade. Exemplo: 
fechamendo de avenida para lazer da comunidade. 
→ Concessão: é um contrato administrativo através do qual transfere-se por prazo determinado 
o uso de bens públicos para particulares. O contrato adminsitrativo deve ter prazo determinado 
e não pode ser desfeito a qualquer momento sem pagamento de indenização Exemplos: 
construção de comércio em aeroporto. 
 
220 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
Conceito: é uma declaração unilateral de vontade da administração pública. 
Elementos/requisitos de validade (FICO O MOFO): 
- Competência (sujeito ou agente competente): é a atribuição para o exercício de 
determinada atividade. Decorre da lei. Não pode ser modificada pela vontade das partes. 
É irrenunciável. Admite delegação e avocação. Delegação é para mesmo nível 
hierárquico ou subordinado, através de ato formal, parcial e temporária. (artigos 11 a 15 
da lei 9784/99). Segundo o artigo 12, a delegação ocorre por circunstâncias de índole 
técnica, social, econômica, territorial ou jurídica. 
 Segundo o artigo 13, não podem ser delegados: 
 → a edição de atos de caráter normativo; 
 → a decisão de recursos administrativos; 
 → as matérias de competência exclusiva do órgão ou entidade. 
OBSERVAÇÃO: pode delegar competência privativa. 
Competência exclusiva é a mesma coisa que competência em 
razão da matéria. 
 - Finalidade: é o interesse público, coletivo. 
- Forma: em regra, é a forma escrita. Exemplos exceção: placas de trânsito, gesticulação 
do agente de trânsito. 
- Motivo: é elemento do ato que édiferente da motivação (que é princípio). VER Teoria 
dos Motivos Determinantes, capaz de anular ato administrativo com motivação falsa. 
- Objeto: é a mesma coisa que conteúdo, o que se quer com o ato adminsitrativo. Deve 
ser possível, determinado e legal. 
Atributos do ato administrativo (se faltar algum o ato é nulo) – PATI: 
- Presunção relativa de legitimidade (de acordo com a lei) e de veracidade (de acordo 
com os fatos narrados) 
 - Autoexecutoriedade 
Executoriedade, meio direto de cumprimento do ato: é a administração pública 
executando seus próprios atos independentemente de autorização do poder 
judiciário. MULTA não tem executoriedade, deve ser executada no judiciário. 
MULTA CONTRATUAL tem executoriedade . 
Exigibilidade, meio indireto. Exemplo: não envio de documento enquanto não 
pago determinado tributo. 
 - Tipicidade 
221 
 
- Imperatividade, poder de império do Estado. Fechar uma loja. Atos de mero expediente 
não tem imperatividade. 
4 EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 
4.1 Anulação 
 Quando? Quando for invalido. 
 Quem? A administração pública (autotutela, súmula 473 do STF) ou o judiciário. 
 Efeitos? Ex tunc, retroagem. 
Prazo? Decadencial de 5 anos a contar da data em que o ato foi praticado. Artigo 54 da 
lei 9784/99. 
4.2 Revogação 
 Quando: Por questões de oportunidade e conveniência. 
 Quem: Somente a administração pública (autotutela, súmula 473 do STF). 
 Efeitos: Ex nunc, não retroage. 
 Prazo: não há. 
5 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
5.1 Vinculado 
 Sem análise de oportunidade e conveniência. Exemplo: licença-maternidade. 
5.2 Discricionário 
 Quando há análise de oportunidade e conveniência. 
5.3 Hierárquico 
 A pessoas com relação direta com a adminsitração, servidores públicos. 
5.4 Disciplinar 
Poder para aplicar penalidades às pessoas com relação direta e indireta com a 
administração pública (concessionárias e permissionários). 
5.5 Polícia 
Polícia adminsitrativa, que incide sobre bens, atividades ou serviços. Artigo 78 do CTN, 
ao definir o conceito de taxa dá o conceito do poder de polícia. Exemplo: fechar 
comércio, apreensão de produtos vendidos sem nota fiscal. 
Atributos do poder de polícia (CAD): Coercibilidade (uso da força); 
Autoexecutoriedade; Discricionariedade. 
222 
 
5.6 Regulamentar 
 Artigo 84, IV e VI, da CF. 
IV: Decreto regulamentar, para suprir lacuna ou dúvida para fiel execução da lei. 
VI: Decreto autônomo, que pode tratar da organização da administração pública 
e extinção de cargos vagos (desde que vagos, se ocupado, somente por lei). Pode 
ser delegado para AGU, PGR e Ministros de Estado. 
ABUSO DE PODER 
 → Desvio de poder, há vício no elemento finalidade 
 → Excesso de poder, vício no elemento competência 
6 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO 
6.1 Administração Pública Direta (centralizada) 
Formada pela União, Estados, Municípios e DF, são pessoas políticas que por lei criam 
entes da adminsitração pública indireta. 
6.2 Administração Pública Indireta (descentralizada) 
Formada por Autarquias, Fundações, Sociedades de Economias Mistas e Empresas 
Públicas, são pessoas meramente administrativas, não têm competência para legislar. 
Artigo 37, XIX, da CF, lei ordinária 
 Criadas, pessoas de direito público. 
 Autorizadas, pessoas de direito privado. 
→ Descentralização: criação de entes/pessoas, que tem personalidade jurídica própria e 
respondem pelos seus atos. 
Descentralização por outorga (por serviços): feita mediante lei, transfere-se 
titularidade mais execução do serviço por prazo indeterminado, as por lei foram 
criadas, por lei podem ser extintas. Exemplo: autarquias. 
Descentraização por delegação (por colaboração): feita por contrato, transfere-
se a mera execução do serviço, por prazo determinado. Todo contrato 
administrativo tem prazo, do contrário é ilegal. Exemplo: concessionários e 
permissionários de serviços públicos. Ônibus, metrô. 
→ Desconcentração: criação de órgãos, entes despersonalizado (ministérios, delegacias, 
escolas, secretarias, etc). Administração Pública Indireta pode ter órgãos, por exemplo 
biblioteca de universidade federal, almoxarifado do INSS. 
6.3 Autarquia 
223 
 
 Pessoa Jurídica de Direito Público, criada mediante lei específica, lei ordinária. 
Atua na prestação de serviços públicos, não pode explorar atividade econômica. 
Seus bens são públicos. 
Obrigada a licitar e a fazer concurso. 
Celebra contratos administrativos. 
 Imunidade tributária apenas para impostos (artigo 150 da CF) 
Espécies: 
 - Autarquia ordinária/comum: INSS, IBAMA 
- Autarquia especial: agências reguladoras e agências executivas. A primeira é autarquia 
em regime especial, exemplo ANP (Agência Nacional de Petróleo), ANATEL, 
ANCINE, ANTT, fiscalizam serviço público e exercem poder de polícia. A segunda é 
a autarquia ou fundação pública que assina contrato de gestão e recebe qualificação de 
agência executiva, exemplo INMETRO 
 - Autarquia profissional: conselhos profissionais, CREA, CRM, CRC, exceto OAB30 
- Autarquia fundacional: é a fundação pública de direito público. 
 - Associação pública: consórcios de direito público de entes políticos (lei 11107/05) 
6.4 Fundação 
Fundação pública/governamental, pois é instituída e mantida pelo poder público. Pode 
ser de direito público (será criada mediante lei ordinária) ou de direito privado (será autorizada 
mediante lei ordinária). A fundação de direito público é criação doutrinária, a CF se refere à 
fundação de direito privado. É a única que além da LO para existir precisa de Lei Complementar 
para definir a área de atuação (artigo 37 da CF). 
As fundações criadas por lei ordinária não precisam de registro. 
6.5 Empresa Pública 
 Pessoa Jurídica de Direito Privado, autorizada por lei. 
 Atua na prestação de serviços públicos. Os bens serão públicos. 
 Podem explorar atividade econômica, porém os bens serão privados. 
 Fazem concurso, licitação e celebram contratos administrativos. 
 O capital é 100% público. 
 
30 Segundo STF, é entidade sui generis. 
224 
 
 São constituídas sob qualquer forma permitida em direito (S/A, Ltda., etc.) 
 Foro: Empresa Pública Federal vai para JF, Estadual e Municiapl vai para TJ. 
 Exemplo: CEF, Correios. 
6.6 Sociedade de Economia Mista 
 Pessoa Jurídica de Direito Privado, autorizada por lei. 
 Atua na prestação de serviços públicos. Os bens serão públicos. 
 Podem explorar atividade econômica, porém os bens serão privados. 
 Fazem concurso, licitação e celebram contratos administrativos. 
 O capital é misto, mas a maioria com direito a voto pertence ao poder público. 
 Somente pode ser S/A 
Foro: sempre ficará na Justiça Estadual (artigo 109, I, da CF, competência do Juiz 
Federal não contempla SEM) exceto quando a União tiver interesse na causa, quando 
a competência irá para a Justiça Federal. 
Exemplo: Banco do Brasil S/A, Petrobras S/A. 
7 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
Extracontratual (não é a mesma dos contratos administrativos). Artigo 37, § 6º, da CF: As 
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado 
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Teoria do risco administrativo 
 Direito Público: União, Estados, Municípios e DF. Autarquias e fundações públicas. 
Direito Privado prestadoras de serviços públicos: Empresas Públicas e Sociedade de 
Economia Mista (concessionárias e permissionárias). 
 Agentes nessa qualidade. 
 Assegurado direito regresso nos casos de dolo ou culpa.

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