Prévia do material em texto
CHOQUE DEFINIÇÃO Define-se por - Perfusão arterial e aporte oxigênio insuficiente para necessidades metabólicas dos tecidos. CLASSIFICAÇÃO CHOQUE HIPOVOLÊMICO; CHOQUE CARDIOGÊNICO; CHOQUE DISTRIBUTIVO; CHOQUE ANAFILÁTICO; CHOQUE NEUROGÊNICO; CHOQUE SÉPTICO; CHOQUE OBSTRUTIVO CHOQUE HIPOVOLÊMICO Ocorre quando o volume intravascular é reduzido em razão de hemorragia, vômitos, diarreia, desidratação e perdas líquidas para o terceiro espaço. Mecanismos compensatórios são ativados, são eles: Liberação de adrenalina e noradrenalina; Aumento no DC e RVS; Redução de O² para periféria; O objetivo terapêutico é a restauração do volume intravascular e da perfusão/oxigenação tecidual. SINTOMATOLOGIA História de vômitos, diarréia ou trauma Hipotensão Taquicardia Palidez cutânea TEC > 3s Sudorese fria Taquipnéia → insuficiência respiratória Oligúria/Anúria Alterações do estado de consciência – agitação, confusão, sonolência ou coma. TRATAMENTO Visa a reposição volêmica o mais rápido possível. Solução cristalóide (Ringer Lactato); Colóides (Albumina – alto custo) Hemotransfusão Emergências - “O” negativo. Não se usa drogas vasoativas, somente se não houver resposta com o tratamento acima; Localizar o centro da perda de volume e corrigí-lo; CHOQUE CARDIOGÊNICO Falência do coração como bomba devido disfunção do músculo cardíaco; Principal causa é o IAM; Mortalidade chega até 80%; Outras causas são miocardites, cardiomiopatias, doença de Chagas, doenças valvares, arritmias, etc. O tratamento da causa base é primordial e a correção do distúrbio deve ser feita tão logo haja condições clínicas. SINTOMATOLOGIA Hipotensão Taquicardia Palidez cutânea TEC > 3s Sudorese fria Taquipnéia e insuficiência respiratória Sinais de Congestão Pulmonar – ausculta com creptos Distensão de jugulares Alterações do estado de consciência – agitação, confusão, sonolência ou coma. TRATAMENTO Sedação; Oxigenoterapia; Reposição volêmica; Correção das alterações hemodinâmicas: Drogas vasodilatadoras (dopamina e dobutamina); MONAB; CHOQUE DISTRIBUTIVO Os quadros distributivos são aqueles em que existe uma inadequação entre demanda tecidual e oferta local de oxigênio devido a alterações do tônus e/ou da permeabilidade vascular. DIVIDE-SE: NEUROGÊNICO; SÉPTICO; ANAFILÁTICO CHOQUE NEUROGÊNICO É o resultado da cessação abrupta dos impulsos simpáticos com origem no SNC, levando a perda do tônus vascular; Causas: Lesão da medula espinhal - TRM; Efeito depressor de medicamentos; Uso de drogas e ainda estados hipoglicemiantes; Sintomas: Hipotensão; Bradicardia; Hipotonia; Paralisia musculares; Tratamento: Estabilização da medúla espinhal; Uso de cristalóides; Uso de antagonistas de medicamentos depressores; Correção da hipoglicemia; CHOQUE SÉPTICO Sintomas: Hipotensão; Anasarca; Distúrbios de coagulação; Febre (inicio); Taquicardia; Taquipnéia; Oligúria/anúria; Insuficiência respiratória; Obnubilação progressiva até o coma; Falência múltipla dos orgãos; Óbito. Tratamento: Oxigenoterapia; Avaliar hemograma; ATB no foco da sepse; Reposição volêmica; CHOQUE ANAFILÁTICO Ocorre devido a reação sistêmica de hipersensibilidade imediata a antígenos pré-sensibilizados. Mais comuns: medicamentos, ácaro, poeira, pelos de animais e camarão; SINTOMAS: Vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular levando a hipotensão severa; Insuficiência respiratória por broncoespasmo severo ou edema de glote; Lesões cutâneas urticariformes e angioedema; Aumento de motilidade intestinal (diarréia e vômitos); TRATAMENTO: Anti histamínicos; Corticosteróides; Adrenalina; Reposição volêmica; CHOQUE OBSTRUTIVO Ocorre em situações em que existe obstrução mecânica ao enchimento ou esvaziamento do coração. Tamponamento cardíaco; Pneumotórax hipertensivo; Embolia pulmonar; QUEIMADURAS DEFINIÇÃO As queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano, determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos. (SBQ – 2014) ANATOMIA Maior órgão do nosso corpo; Tem como funções: Proteção; Termorregulação; Sensibilidade; Homens tem a pele mais espessa; Crianças e idosos tem a pele mais delgada; EPIDEMIOLOGIA Estima-se que, no Brasil, ocorram em torno de 1.000.000 de acidentes com queimaduras por ano; 100.000 pacientes procuraram atendimento hospitalar e cerca de 2.500 faleceram direta ou indiretamente de suas lesões; A maioria das queimaduras que acontecem em ambientes domésticos é provocada por líquidos superaquecidos - crianças; PRINCIPAIS CAUSADORES Líquidos superaquecidos Combustível Chama direta Superfície superaquecida Eletricidade Agentes químicos Agentes radioativos Radiação solar Frio Fogos de artifícios SCQ REGRA DOS 9 MMSS – 9% cada; MMII – 18% cada; Tórax e abdome – 36% (Antero – posterior); Cabeça – 9% Genitália – 1% REGRA DA PALMA Cada palma corresponde a 1%; CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS PROFUNDIDADE: 1º GRAU - São lesões secas, caracterizadas por intenso eritema e dor. Não necessitam de reposição volêmica endovenosa. Exemplo: queimadura solar. 2º GRAU - São queimaduras de acometem parcialmente a espessura da pele. Caracterizam -se por bolhas (flictenas) que recobrem uma superfície de cor vermelha. Quanto maior a intensidade desta vermelhidão, mais superficial é a queimadura. Exemplo: óleo fervendo. 3º GRAU - Tem coloração acinzentada e a pele fica semelhante a couro. A área queimada tem pouca ou nenhuma dor. Exemplo: Queimaduras por contato direto com chamas. 4º GRAU – Lesão que acomete toda extensão da pele, músculos, ossos e órgãos internos. Exemplo: Queimadura por raios. 1º GRAU 2º GRAU 3º GRAU 4º GRAU GRAVIDADE DAS QUEIMADURAS Extensão/Profundidade > 20% de SCQ em adultos ou > 10% em crianças; Idade (<3a ou >65a); Lesão Inalatória; Politrauma e doenças associadas; Queimadura química e Trauma elétrico; Áreas nobres/especiais; Violência, maus tratos e outras. QUEIMADURAS ELÉTRICAS Caracterizam-se por apresentar lesão no ponto de entrada da corrente elétrica, no ponto de saída e em todo o trajeto; Atentar para rabdomiólise; Causada principalmente por choque elétrico doméstico e raios; QUEIMADURAS QUÍMICAS As queimaduras químicas podem ter maior ou menor gravidade, dependendo do tipo de agente causador (ácido ou base), da concentração deste agente e da duração do contato; NUNCA FAZER!!!!! Não use nunca: pasta da dentes, pomadas, clara de ovo, manteiga, óleo de cozinha ou qualquer outro ingrediente sobre a área queimada; Não remova tecidos grudados: corte cuidadosamente e retire o que estiver solto; Não estoure bolhas (Flictenas). AVALIAÇÃO INICIAL NA EMERGÊNCIA VIAS AÉREAS Avaliar presença de corpos estranhos, verificar e retirar qualquer tipo de obstrução. Sinais importantes: Queimadura na face; Chamuscamento de cílios e dos pelos nasais; Escarro com restos carbonados; História de queimadura em local confinado; Queimadura por explosão. RESPIRAÇÃO A avaliação da respiração e das condições de trocas gasosas devem se realizadas de forma rápida e objetiva. Principais cuidados: Aspirar vias aéreas superiores, se necessário; Administrar oxigenoterapia;. Cabeceira elevada (30°); Intubação orotraqueal = ECG<8, CIRCULAÇÃO Qualquer queimado com comprometimento de mais de 20% de sua superfície corpórea necessita de reposição volêmica. Atentar para: Obter preferencialmente acessovenoso periférico e calibroso mesmo em área queimada. Usar preferencialmente SRL; Sonda vesical de demora para controle de diurese para queimaduras acima de 20% em adultos e 10% em crianças. OUTROS CUIDADOS Pesar o paciente; Sondagem nasogástrica: Ela vai diminuir a distensão gástrica e evitar náuseas, vômitos e distensão abdominal. Sedação: deve ser administrada por via endovenosa. Antibióticos: não há indicação para uso profilático de ATB. REGULAÇÃO PARA UTQ Queimaduras de 2º grau em áreas maiores que 20% SCQ em adultos; Queimaduras de 2º grau maiores de 10% SCQ, em crianças ou maiores de 50 anos; Queimaduras 3º grau em qualquer extensão em face, olho, períneo, mão, pé e grande articulação; Queimadura elétrica; Queimadura química; Lesão inalatória, doenças associadas, auto-extermínio, politrauma, maus tratos ou situações sociais adversas; SAMU HISTÓRICO 2002 – Política Nacional de Atenção as Urgências; Segundo o Ministério da Saúde (Portaria nº 2048, 2002), atendimento pré-hospitalar é “o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde, que possa levar ao sofrimento ou mesmo à morte”; O Ministério da Saúde, através da Portaria nº 1864/GM , em setembro de 2003, iniciou a implantação do componente móvel de urgência através da criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, SAMU-192 PORTARIA 2048/2002 Atendimento Pré-Hospitalar Fixo é aquela assistência prestada, num primeiro nível de atenção, aos pacientes portadores de quadros agudos,(...), que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, provendo um atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde hierarquizado (...); ESF; UBS; POLICLÍNICA; UPA; Nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (...), que possa levar ao sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde; SAMU; ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR MÓVEL COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO Supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel; Executar prescrições médicas por telemedicina; Prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica a pacientes graves e com risco de vida, que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; Realizar partos sem distócia; Obedecer a Lei do Exercício Profissional e o Código de Ética de Enfermagem; Conhecer equipamentos e realizar manobras de extração manual de vítimas. TIPOS DE TRANSPORTE TIPO A (Ambulância de Transporte): Veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo. 2 profissionais (condutor e um técnico ou auxiliar em enfermagem) TIPO B (Ambulância de Suporte Básico): Veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino. 2 profissionais (condutor e um técnico em enfermagem) Técnico em enfermagem (Motolância) TIPO C (Ambulância de Resgate): Veículo de atendimento de urgências pré-hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas). 3 profissionais militares, policiais rodoviários, bombeiros militares, e/ou outros profissionais reconhecidos pelo gestor público, sendo um condutor e os outros dois profissionais com capacitação e certificação em salvamento e suporte básico de vida. TIPO D (Ambulância de Suporte Avançado): Veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos médicos necessários para esta função. 3 profissionais (condutor, enfermeiro e um médico) TIPO E (Aeronave de Transporte Médico): Aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate, dotada de equipamentos médicos homologados pelo Departamento de Aviação Civil - DAC. O atendimento feito por aeronaves deve ser sempre considerado como de suporte avançado de vida e: 3 profissionais (piloto, médico e um enfermeiro) FLUXOGRAMA DE URGÊNCIAS RESGATE AVALIAR A CENA; Suporte de outros serviços; REALIZAR EXAME FÍSICO RÁPIDO E PRECISO; MANTER MÉDICO REGULADOR INFORMADO E SEGUIR ORIENTAÇÕES; INSTITUIR ABCDE; REALIZAR TRANSPORTE INTER HOSPITALAR ADEQUADO; EM CASOS DE MÚLTIPLAS VÍTIMAS – USAR O START (SIMPLES TRIAGEM E RÁPIDO TRATAMENTO) RESPIRAÇÃO; PERFUSSÃO TISSULAR; NÍVEL DE CONSCIÊNCIA;