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1 Medic¸a˜o A Medic¸a˜o na F´ısica A f´ısica se baseia na medic¸a˜o de grandezas f´ısicas. Algumas grandezas f´ısicas, como comprimento, tempo e massa, foram escolhidas como grandezas fundamentais; cada uma foi definida por meio de um padra˜o e recebeu uma unidade de medida (como metro, segundo e quilograma). Outras grandezas f´ısicas sa˜o definidas em termos das grandezas fundamentais e de seus padro˜es e unidades. Tabela 1-1 Unidades de Treˆs Grandezas Ba´sicas do SI Grandeza Nome da Unidade S´ımbolo da Unidade Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Tabela 1-2: Prefixos1 das Unidades do SI Fator Prefixo Simbolo 1024 iota- Y 1021 zeta- Z 1018 exa- E 1015 peta- P 1012 tetra- T 109 peta- P 106 mega- M 103 quilo- k 102 hecto- h 101 deca- da 10−1 deci- d 10−2 centi- c 10−3 mili- m 10−6 micro- µ 10−9 nano- n 10−12 pico- p 10−15 femto- f 10−18 ato- a 10−21 zepto- z 10−24 iocto- y Unidades do SI O sistema de unidades adotado neste livro e´ o Sistema Internacional de Unidades (SI). As treˆs grandezas f´ısicas mostradas na Tabela 1-1 sa˜o usadas nos primeiros cap´ıtulos. Os padro˜es, que teˆm que ser acess´ıveis e invaria´veis, foram estabelecidos para essas grandezas fundamentais por um acordo internacional. Esses padro˜es sa˜o usados em todas as medic¸o˜es f´ısicas, tanto das grandezas fundamentais quanto das grandezas secunda´rias. A notac¸a˜o cient´ıfica e os prefixos da Tabela 1-2 sa˜o usados para simplificar a notac¸a˜o das medic¸o˜es. Mudanc¸a de Unidades A conversa˜o de unidades pode ser feita usando o me´todo de conversa˜o em cadeia, no qual os dados originais sa˜o multiplicados sucessivamente por 1Os prefixos mais usados aparecem em negrito. 1 fatores de conversa˜o unita´rios, e as unidades sa˜o manipuladas como quantidades alge´bricas ate´ que apenas as unidades desejadas permanec¸am. Comprimento O metro e´ definido como a distaˆncia percorrida pela luz durante um intervalo de tempo especificado. Tempo O segundo e´ definido em termos das oscilac¸o˜es da luz emitida por um iso´topo de um elemento qu´ımico (ce´sio 133). Sinais de tempo precisos sa˜o enviados a todo o mundo atrave´s de sinais de ra´dio sincronizados por relo´gios atoˆmicos em laborato´rios de padronizac¸a˜o. Massa O quilograma e´ definido a partir de um padra˜o de massa de platina ir´ıdio man- tido em um laborato´rio nas vizinhanc¸as de Paris. Para medic¸o˜es em escala atoˆmica, e´ comumente usada a unidade de massa atoˆmica, definida a partir do a´tomo de carbono 12. Massa Espec´ıfica A massa espec´ıfica ρ de um objeto e´ a massa por unidade de volume: ρ = m v . (1-8) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Movimento Retil´ıneo Posic¸a˜o A posic¸a˜o x de uma part´ıcula em um eixo x mostra a que distaˆncia a part´ıcula se encontra da origem, ou ponto zero, do eixo. A posic¸a˜o pode ser positiva ou negativa, dependendo do lado em que se encontra a part´ıcula em relac¸a˜o a` origem (ou zero, se a part´ıcula estiver exatamente na origem). O sentido positivo de um eixo e´ o sentido em que os nu´meros que indicam a posic¸a˜o da part´ıcula aumentam de valor; o sentido oposto e´ o sentido negativo. Deslocamento O deslocamento ∆x uma part´ıcula e´ a variac¸a˜o da posic¸a˜o da part´ıcula: ∆x = x2 − x1. (2-1) O deslocamento e´ uma grandeza vetorial. E´ positivo, se a part´ıcula se desloca no sentido positivo do eixo x, e negativo, se a part´ıcula se desloca no sentido oposto. Velocidade Me´dia Quando uma part´ıcula se desloca de uma posic¸a˜o x1 para uma posic¸a˜o x2 durante um intervalo de tempo ∆t = t2 − t1, a velocidade me´dia da part´ıcula durante esse intervalo e´ dada por vme´d = ∆x ∆t = x2 − x1 t2 − t1 . (2-2) O sinal alge´brico de vme´d indica o sentido do movimento (vme´d e´ uma grandeza vetorial). A velocidade me´dia na˜o depende da distaˆncia que uma part´ıcula percorre, mas apenas das posic¸o˜es inicial e final. Em um gra´fico de x em func¸a˜o de t, a velocidade me´dia em um intervalo de tempo ∆t e´ igual a` inclinac¸a˜o da linha reta que une os pontos da curva que representam as duas extremidades do intervalo. 2 Velocidade Escalar Me´dia A velocidade escalar me´dia sme´d de uma part´ıcula durante um intervalo de tempo ∆t depende da distaˆncia total percorrida pela part´ıcula nesse intervalo. sme´d = distaˆncia total ∆t . (2-3) Velocidade Instantaˆnea A velocidade instantaˆnea (ou, simplesmente, velocidade), v, de uma part´ıcula e´ dada por v = lim t→0 ∆x ∆t = dx dt , (2-4) em que ∆x e ∆t sa˜o definidos pela eq. (2-2). A velocidade instantaˆnea (em um determi- nado instante de tempo) e´ igual a` inclinac¸a˜o (nesse mesmo instante) do gra´fico de x em func¸a˜o de t. A velocidade escalar e´ o mo´dulo da velocidade instantaˆnea. Acelerac¸a˜o Me´dia A acelerac¸a˜o me´dia e´ a raza˜o entre a variac¸a˜o de velocidade ∆v e o intervalo de tempo ∆t no qual essa variac¸a˜o ocorre. ame´d = ∆v ∆t . (2-7) O sinal alge´brico indica o sentido de ame´d. Acelerac¸a˜o Instantaˆnea A acelerac¸a˜o instantaˆnea (ou, simplesmente, acelerac¸a˜o), a, e´ igual a` derivada primeira da velocidade v(t) em relac¸a˜o ao tempo ou a` derivada segunda da posic¸a˜o x(t) em relac¸a˜o ao tempo: a = dv dt = d2x dt2 . (2-8,2-9) Em um gra´fico de v em func¸a˜o de t, a acelerac¸a˜o a em qualquer instante t e´ igual a` inclinac¸a˜o da curva no ponto que representa t. Acelerac¸a˜o Constante As cinco equac¸o˜es da Tabela 2-1 descrevem o movimento de uma part´ıcula com acelerac¸a˜o constante: Tabela 2-1: Equac¸o˜es do Movimento com Acelerac¸a˜o Constante Nu´mero da Equac¸a˜o Equac¸a˜o Grandeza que falta 2-11 v = v0 + at x− x0 2-15 x− x0 = v0t+ 1 2 at2 v 2-16 v2 = v20 + 2a(x− x0) t 2-17 x− x0 = 1 2 (v0 + v)t a 2-18 x− x0 = vt− 1 2 at2 v0 3 v = v0 + at, (2-11) x− x0 = v0t+ 1 2 at2, (2-15) v2 = v20 + 2a(x− x0), (2-16) x− x0 = 1 2 (v0 + v)t, (2-17) x− x0 = vt− 1 2 at2. (2-18) Essas equac¸o˜es na˜o sa˜o va´lidas quando a acelerac¸a˜o na˜o e´ constante. Acelerac¸a˜o em Queda Livre Um exemplo importante de movimento retil´ıneo com acelerac¸a˜o constante e´ um objeto subindo ou caindo livremente nas proximidades da su- perf´ıcie da Terra. As equac¸o˜es para acelerac¸a˜o constante podem ser usadas para descrever o movimento, mas e´ preciso fazer duas mudanc¸as na notac¸a˜o: (1) o movimento deve ser descrito em relac¸a˜o a um eixo vertical y, com o sentido positivo do eixo y para cima; (2) a acelerac¸a˜o a deve ser substitu´ıda por −g, em que g e´ o mo´dulo da acelerac¸a˜o em queda livre. Perto da superf´ıcie da Terra, g = 9, 8 m/s2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Vetores Escalares e Vetores Grandezas escalares, como temperatura, possuem apenas um valor nume´rico. Sa˜o especificadas por um nu´mero com uma unidade (10◦C, por exemplo) e obedecem a`s regras da aritme´tica e da a´lgebra elementar. As grandezas vetoriais, como o deslocamento, possuem um valor nume´rico (mo´dulo) e uma orientac¸a˜o (5 m para cima, por exemplo) e obedecem a`s regras da a´lgebra vetorial. Soma Geome´trica de Vetores Dois vetores ~a e~b podem ser somados geometricamente desenhando-os na mesma escala e posicionando-os com a origem de um na extremidade do outro. O vetor que liga as extremidades livres dos dois vetores e´ o vetor soma,~s. Para subtrair ~b de ~a invertemos o sentido de ~b para obter −~b e somamos −~b a ~a. A soma vetorial e´ comutativa ~a+~b = ~b+ ~a, (3-2) obedece a` lei associativa (~a+~b) + ~c = ~a+ (~b+ ~c). (3-3) Componentes de um Vetor As componentes (escalares) ax e ay de um vetorbidimen- sional em relac¸a˜o ao eixos de um sistema de coordenadas xy sa˜o obtidas trac¸ando retas perpendiculares aos eixos a partir da origem e da extremidade de ~a. As componentes sa˜o dadas por ax = a cos θ e ay = a sen θ, (3-5) em que θ e´ o aˆngulo entre ~a e o semieixo x positivo. O sinal alge´brico de uma componente indica o sentido da componente em relac¸a˜o ao eixo correspondente. Dadas as componen- tes, podemos determinar o mo´dulo e a orientac¸a˜o de um vetor atrave´s das equac¸o˜es a = √ a2x + a 2 y e tan θ = ay ax . (3-6) 4 Notac¸a˜o dos Vetores Unita´rios Os vetores unita´rios iˆ, jˆ e kˆ, e teˆm mo´dulo unita´rio e sentido igual ao sentido positivo dos eixos x, y e z, respectivamente, se o sistema de coordenadas for dextrogiro (o que pode ser verificado calculando os produtos vetoriais dos vetores unita´rios). Em termos dos vetores unita´rios, um vetor ~a pode ser expresso na forma a = axiˆ+ ay jˆ + azkˆ, (3-7) em que axiˆ, ay jˆ e azkˆ sa˜o as componentes vetoriais de ~a e ax, ay e az sa˜o as componentes escalares. Soma de Vetores na Forma de Componentes Para somar vetores na forma de componentes, usamos as regras rx = ax + bx ry = ay + by rz = az + bz. (3-10 a 3-12) Aqui, ~a e ~b sa˜o os vetores a serem somados e ~r e´ o vetor soma. Note que as componentes sa˜o somadas separadamente para cada eixo. No final, a soma pode ser expressa na notac¸a˜o dos vetores unita´rios ou na notac¸a˜o mo´dulo-aˆngulo. Produto de um Escalar por um Vetor O produto de um escalar e por um vetor ~v e´ um vetor de mo´dulo ev com a mesma orientac¸a˜o de ~v se e for positivo, e com a orientac¸a˜o oposta se e for negativo. (O sinal negativo inverte o sentido do vetor.) Para dividir por e, multiplicamos por 1/e. O Produto Escalar O produto escalar de dois vetores ~a e ~b e´ representado por ~a ·~b e e´ igual a` grandeza escalar dada por ~a ·~b = ab cosφ, (3-20) em que φ e´ o menor dos aˆngulos entre as direc¸o˜es de ~a e ~b. O produto escalar e´ o produto do mo´dulo de um dos vetores pela componente escalar do outro em relac¸a˜o ao primeiro. Note que ~a ·~b = ~b · ~a o que significa que o produto escalar obedece a` lei comutativa. Na notac¸a˜o dos vetores unita´rios, ~a ·~b = (axiˆ+ ay jˆ + azkˆ) · (bxiˆ+ by jˆ + bzkˆ), (3-22) que pode ser expandido de acordo com a lei distributiva. O Produto Vetorial O produto vetorial de dois vetores ~a e ~b, representado por ~a×~b, e´ um vetor ~c cujo mo´dulo c e´ dado por c = ab senφ, (3-24) em que φ e´ o menor dos aˆngulos entre as direc¸o˜es de ~a e~b. A orientac¸a˜o de ~c e´ perpendicular ao plano definido por ~a e ~b e e´ dada pela regra da ma˜o direita. Note que ~a×~b = −(~b×~a), o que significa que o produto vetorial na˜o obedece a` lei comutativa. Na notac¸a˜o dos vetores unita´rios, ~a×~b = (axiˆ+ ay jˆ + azkˆ) × (bxiˆ+ by jˆ + bzkˆ), (3-26) que pode ser expandido de acordo com a lei distributiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 4 Movimento em Duas e Treˆs Dimenso˜es Vetor Posic¸a˜o A localizac¸a˜o de uma part´ıcula em relac¸a˜o a` origem de um sistema de coordenadas e´ dada por um vetor posic¸a˜o ~r, que, na notac¸a˜o dos vetores unita´rios, e´ dado por ~r = xiˆ+ yjˆ + zkˆ. (4-1) Aqui, xiˆ, yjˆ e zkˆ sa˜o as componentes vetoriais do vetor posic¸a˜o ~r, e x, y e z sa˜o as componentes escalares do vetor posic¸a˜o (e, tambe´m, as coordenadas da part´ıcula). Um vetor posic¸a˜o pode ser descrito por um mo´dulo e um ou dois aˆngulos, pelas componentes vetoriais ou pelas componentes escalares. Deslocamento Se uma part´ıcula se move de tal forma que o vetor posic¸a˜o muda de ~r1 para ~r2, o deslocamento ∆~r da part´ıcula e´ dado por ∆~r = ~r2 − ~r1. (4-2) O deslocamento tambe´m pode ser escrito na forma ∆~r = (x2 − x1)ˆi+ (y2 − y1)jˆ + (z2 − z1)kˆ (4-3) = ∆xiˆ+ ∆yjˆ + ∆zkˆ (4-4) Velocidade Me´dia e Velocidade Instantaˆnea Se uma part´ıcula sofre um desloca- mento ∆~r em um intervalo de tempo ∆t, a velocidade me´dia ~vme´d nesse intervalo de tempo e´ dada por ~vme´d = ∆~r ∆t . (4-8) Quando ∆t na Eq. (4-8) tende a 0, ~vme´d tende para um limite ~v que e´ chamado de velocidade instantaˆneaou, ou, simplesmente, velocidade: ~v = d~r dt . (4-10) Na notac¸a˜o dos vetores unita´rios, a velocidade instantaˆnea assume a forma ~v = vxiˆ+ vy jˆ + vzkˆ, (4-11) em que vx = dx/dt, vy = dy/dt e vz = dz/dt. A velocidade instantaˆnea ~v de uma part´ıcula e´ sempre tangente a` trajeto´ria da part´ıcula na posic¸a˜o da part´ıcula. Acelerac¸a˜o Me´dia e Acelerac¸a˜o Instantaˆnea Se a velocidade de uma part´ıcula varia de v1 para v2 no intervalo de tempo ∆t, a acelerac¸a˜o me´dia durante o intervalo ∆t e´ ~ame´d = ~v2 − ~v1 ∆t = ∆v ∆t . (4-15) Quando ∆t na Eq. (4-15) tende a zero, ~ame´d tende para um limite ~a que e´ chamado de acelerac¸a˜o instantaˆnea ou, simplesmente, acelerac¸a˜o: ~a = d~v dt . (4-16) Na notac¸a˜o dos vetores unita´rios, ~a = axiˆ+ ay jˆ + azkˆ, (4-17) em que ax = dvx/dt, ay = dvy/dt e az = dvz/dt. 6 Movimento Bal´ıstico Movimento bal´ıstico e´ o movimento de uma part´ıcula que e´ lanc¸ada com uma velocidade inicial ~v0. Durante o percurso, a acelerac¸a˜o horizontal da part´ıcula e´ zero, e a acelerac¸a˜o vertical e´ a acelerac¸a˜o de queda livre, −g. (O sentido do movimento para cima e´ escolhido como positivo.) Se ~v0 se expressa por meio de um mo´dulo (a velocidade escalar v0) e um aˆngulo θ0 (medido em relac¸a˜o a` horizontal), as equac¸o˜es de movimento da part´ıcula ao longo do eixo horizontal x e do eixo vertical y sa˜o x− x0 = (v0 cos θ0)t, (4-21) y − y0 = (v0 sen θ0)t− 1 2 gt2, (4-22) vy = v0 sen θ0 − gt, (4-23) v2y = (v0 sen θ0) 2 − 2g(y − y0). (4-24) A trajeto´ria de uma part´ıcula em movimento bal´ıstico tem a forma de uma para´bola e e´ dada por y = (tan θ0)x− gx 2 2(v0 cos θ0)2 , (4-25) se x0 e y0 das Eqs. (4-21) a (4-24) forem nulos. O alcance horizontal R da part´ıcula, que e´ a distaˆncia horizontal do ponto de lanc¸amento ao ponto em que a part´ıcula retorna a` altura do ponto de lanc¸amento, e´ dado por R = v20 g sen 2θ0. (4-26) Movimento Circular Uniforme Se uma part´ıcula se move ao longo de uma circun- fereˆncia ou arco de circunfereˆncia de raio r com velocidade constante v, dizemos que se trata de um movimento circular uniforme. Nesse caso, a part´ıcula possui uma acelerac¸a˜o ~a cujo mo´dulo e´ dado por a = v2 r . (4-34) O vetor ~a aponta para o centro da circunfereˆncia ou arco de circunfereˆncia e e´ chamado de acelerac¸a˜o centr´ıpeta. O tempo que a part´ıcula leva para descrever uma circunfereˆncia completa e´ dado por T = 2pir v . (4-35) O paraˆmetro T e´ chamado de per´ıodo de revoluc¸a˜o ou, simplesmente, per´ıodo. Movimento Relativo Quando dois referenciais A e B esta˜o se movendo um em relac¸a˜o ao outro com velocidade constante, a velocidade de uma part´ıcula P , medida por um observador do referencial A, e´, em geral, diferente da velocidade medida por um observador do referencial B. As duas velocidades esta˜o relacionadas pela equac¸a˜o ~vPA = ~vPB + ~vBA, (4-44) em que ~vBA e´ a velocidade de B em relac¸a˜o a A. Os dois observadores medem a mesma acelerac¸a˜o: ~aPA = ~aPB. (4-25) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 5 Forc¸a e Movimento - I Mecaˆnica Newtoniana Para que a velocidade de um objeto varie (ou seja, para que o objeto sofra acelerac¸a˜o), e´ preciso que ele seja submetido a uma forc¸a empurra˜o ou puxa˜o) exercida por outro objeto. A mecaˆnica newtoniana descreve a relac¸a˜o entre acelerac¸o˜es e forc¸as. Forc¸aA forc¸a e´ uma grandeza vetorial cujo mo´dulo e´ definido em termos da acelerac¸a˜o que imprimiria a uma massa de um quilograma. Por definic¸a˜o, uma forc¸a que produz uma acelerac¸a˜o de 1 m/s2 em uma massa de 1 kg tem um mo´dulo de 1 newton (1 N). Uma forc¸a tem a mesma orientac¸a˜o que a acelerac¸a˜o produzida pela forc¸a. Duas ou mais forc¸as podem ser combinadas segundo as regras da a´lgebra vetorial. A forc¸a resultante e´ a soma de todas as forc¸as que agem sobre um corpo. Primeira Lei de Newton Quando a forc¸a resultante que age sobre um corpo e´ nula, o corpo permanece em repouso ou se move em linha reta com velocidade escalar constante. Referenciais Inerciais Os referenciais para os quais as leis de Newton sa˜o va´lidas sa˜o chamados de referenciais inerciais. Os referenciais para os quais as leis de Newton na˜o sa˜o va´lidas sa˜o chamados de referenciais na˜o inerciais. Massa A massa de um corpo e´ a propriedade que relaciona a acelerac¸a˜o do corpo a` forc¸a responsa´vel pela acelerac¸a˜o. A massa e´ uma grandeza escalar. Segunda Lei de Newton A forc¸a resultante ~Fres que age sobre um corpo de massa m esta´ relacionada com a acelerac¸a˜o do corpo por meio da equac¸a˜o ~Fres = m~a, (5-1) que pode ser escrita em termos das componentes: ~Fres,x = m~ax, ~Fres,y = m~ay, e ~Fres,z = m~az. (5-2) De acordo com a segunda lei, em unidades do SI, 1 N = 1 kg · m/s2. (5-3) O diagrama de corpo livre e´ um diagrama simplificado no qual apenas um corpo e´ consi- derado. Esse corpo e´ representado por um ponto ou por um desenho. As forc¸as externas que agem sobre o corpo sa˜o representadas por vetores, e um sistema de coordenadas e´ superposto ao desenho, orientado de modo a simplificar a soluc¸a˜o. Algumas Forc¸as Especiais A forc¸a gravitacional ~Fg exercida sobre um corpo e´ um tipo especial de atrac¸a˜o que um segundo corpo exerce sobre o primeiro. Na maioria das situac¸o˜es apresentadas neste livro, o segundo corpo e´ a Terra ou outro astro. No caso da Terra, a forc¸a e´ orientada para baixo, em direc¸a˜o ao solo, que e´ considerado um referencial inercial. Nessas condic¸o˜es, o mo´dulo de ~Fg e´ ~Fg = mg, (5-8) 8 em que m e´ a massa do corpo e g e´ o mo´dulo da acelerac¸a˜o em queda livre. O peso P de um corpo e´ o mo´dulo da forc¸a para cima necessa´ria para equilibrar a forc¸a gravitacional a que o corpo esta´ sujeito. O peso de um corpo esta´ relacionado a` massa atrave´s da equac¸a˜o P = mg. (5-12) A forc¸a normal ~FN e´ a forc¸a exercida sobre um corpo pela superf´ıcie na qual o corpo esta´ apoiado. A forc¸a normal e´ sempre perpendicular a` superf´ıcie. A forc¸a de atrito ~f e´ a forc¸a exercida sobre um corpo quando o corpo desliza ou tenta deslizar em uma superf´ıcie. A forc¸a e´ sempre paralela a` superf´ıcie e tem o sentido oposto ao do deslizamento. Em uma superf´ıcie ideal, a forc¸a de atrito e´ desprez´ıvel. Quando uma corda esta´ sob trac¸a˜o, cada extremidade da corda exerce uma forc¸a sobre um corpo. A forc¸a e´ orientada na direc¸a˜o da corda, para fora do corpo. No caso de uma corda sem massa (uma corda de massa desprez´ıvel), as trac¸o˜es nas duas extremidades da corda teˆm o mesmo mo´dulo T , mesmo que a corda passe por uma polia sem massa e sem atrito (uma polia de massa desprez´ıvel cujo eixo tem um atrito desprez´ıvel). Terceira Lei de Newton Se um corpo C aplica a um corpo B uma forc¸a ~FBC o corpo B aplica ao corpo C uma forc¸a ~FCB tal que ~FBC = −~FCB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Forc¸a e Movimento - II Atrito Quando uma forc¸a ~F tende a fazer um corpo deslizar em uma superf´ıcie, a superf´ıcie exerce uma forc¸a de atrito sobre o corpo. A forc¸a de atrito e´ paralela a` superf´ıcie e esta´ orientada de modo a se opor ao movimento. Essa forc¸a se deve a`s ligac¸o˜es entre os a´tomos do corpo e os a´tomos da superf´ıcie. Se o corpo permanece em repouso, a forc¸a de atrito e´ a forc¸a de atrito esta´tico ~fs. Se o corpo se move, a forc¸a de atrito e´ a forc¸a de atrito cine´tico ~fk. 1. Se um corpo permanece em repouso, a forc¸a de atrito esta´tico ~fs e a componente de ~F paralela a` superf´ıcie teˆm mo´dulos iguais e sentidos opostos. Se a componente de ~F aumenta, fs tambe´m aumenta. 2. O mo´dulo de ~fs tem um valor ma´ximo fs,ma´x dado por fs,ma´x = µsFN , (6-1) em que µs e´ o coeficiente de atrito esta´tico e FN e´ o mo´dulo da forc¸a normal. Se a componente de ~F paralela a` superf´ıcie excede o valor de fs,ma´x, o corpo comec¸a a se mover. 3. Se o corpo comec¸a a se mover, o mo´dulo da forc¸a de atrito diminui rapidamente para um valor constante fk dado por fk = µkFN , (6-2) em que µk e´ o coeficiente de atrito cine´tico. 9 Forc¸a de Arrasto Quando ha´ movimento relativo entre o ar (ou outro fluido qualquer) e um corpo, o corpo sofre a ac¸a˜o de uma forc¸a de arrasto ~D que se opo˜e ao movimento relativo e aponta na direc¸a˜o em que o fluido se move em relac¸a˜o ao corpo. O mo´dulo de ~D esta´ relacionado a` velocidade relativa v atrave´s de um coeficiente de arrasto C (determinado experimentalmente) por meio da equac¸a˜o D = 1 2 CρAv2, (6-14) em que ρ e´ a massa espec´ıfica do fluido (massa por unidade de volume) e A e´ a a´rea da sec¸a˜o reta efetiva do corpo (a´rea de uma sec¸a˜o reta perpendicular a` velocidade relativa ~v). Velocidade Terminal Quando um objeto rombudo cai por uma distaˆncia suficiente no ar, os mo´dulos da forc¸a de arrasto ~D e da forc¸a gravitacional ~Fg tornam-se iguais. Nesse caso, o corpo passa a cair com uma velocidade terminal vt dada por vt = √ 2Fg CρA . (6-16) Movimento Circular Uniforme Se uma part´ıcula se move em uma circunfereˆncia ou em um arco de circunfereˆncia de raio R com uma velocidade escalar constante v, dizemos que a part´ıcula esta´ em movimento circular uniforme. Nesse caso, a part´ıcula possui uma acelerac¸a˜o centr´ıpeta ~a cujo mo´dulo e´ dado por a = v2 R . (6-17) Essa acelerac¸a˜o se deve a uma forc¸a centr´ıpeta cujo mo´dulo e´ dado por F = mv2 R , (6-18) em que m e´ a massa da part´ıcula. As grandezas vetoriais ~a e ~F apontam para o centro de curvatura da trajeto´ria da part´ıcula. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Energia Cine´tica e Trabalho Energia Cine´tica A energia cine´tica K associada ao movimento de uma part´ıcula de massa m e velocidade escalar v, em que v e´ muito menor que a velocidade da luz, e´ dada por K = 1 2 mv2 (energia cine´tica). (7-1) Trabalho Trabalho W e´ a energia transferida para um objeto ou de um objeto por uma forc¸a que age sobre o objeto. Quando o objeto recebe energia, o trabalho e´ positivo; quando o objeto cede energia, o trabalho e´ negativo. 10 Trabalho Realizado por uma Forc¸a Constante O trabalho realizado sobre uma part´ıcula por uma forc¸a constante ~F durante um deslocamento ~d e´ dado por W = Fd cosφ = ~F · ~d (trabalho realizado por uma forc¸a constante), (7-7, 7-8) em que φ e´ o aˆngulo constante entre ~F e ~d. Apenas a componente de ~F na direc¸a˜o do deslocamento ~d realiza trabalho sobre o objeto. Quando duas ou mais forc¸as agem sobre um objeto, o trabalho total e´ a soma dos trabalhos realizados pelas forc¸as, que tambe´m e´ igual ao trabalho que seria realizado pela forc¸a resultante ~Fres. Trabalho e Energia Cine´tica No caso de uma part´ıcula, uma variac¸a˜o ∆K da energia cine´tica e´ igual ao trabalho total W realizado sobre a part´ıcula: ∆K = Kf −Ki = W (teorema do trabalho e energia cine´tica), (7-10) em que Ki e´ a energia cine´tica inicial da part´ıcula e Kf e´ a energia cine´tica da part´ıcula apo´s o trabalhoter sido realizado. De acordo com a Eq. (7-10), temos: Kf = Ki +W. (7-11) Trabalho Realizado pela Forc¸a Gravitacional O trabalho Wg realizado pela forc¸a gravitacional ~Fg sobre uma part´ıcula (ou sobre um objeto que se comporta como uma part´ıcula) de massa m durante um deslocamento ~d e´ dado por Wg = mgd cosφ, (7-12) em que φ e´ o aˆngulo entre ~Fg e ~d. Trabalho Realizado para Levantar e Abaixar um Objeto O trabalhoWa realizado por uma forc¸a aplicada quando um objeto que se comporta como uma part´ıcula e´ levantado ou abaixado esta´ relacionado com o trabalho Wg realizado pela forc¸a gravitacional e a` variac¸a˜o ∆K da energia cine´tica do objeto por meio da equac¸a˜o ∆K = Kf −Ki = Wa +Wg. (7-15) Se Kf = Ki, a Eq. (7-15) se reduz a Wa = −Wg, (7-16) segundo a qual a energia cedida ao objeto pela forc¸a aplicada e´ igual a` energia extra´ıda do objeto pela forc¸a gravitacional. Forc¸a Ela´stica A forc¸a ~Fs de uma mola e´ ~Fs = −k~d (Lei de Hooke), (7-20) em que ~d e´ o deslocamento da extremidade livre da mola em relac¸a˜o a` posic¸a˜o que ocupa quando a mola esta´ no estado relaxado (nem comprimida nem alongada) e k e´ a constante ela´stica (uma medida da rigidez da mola). Se um eixo x e´ trac¸ado ao longo do comprimento da mola, com a origem na posic¸a˜o da extremidade livre da mola no estado relaxado, a Eq. (7-20) pode ser escrita na forma Fx = −kx (Lei de Hooke). (7-21) A forc¸a ela´stica e´, portanto, uma forc¸a varia´vel: ela varia com o deslocamento da extre- midade livre da mola. 11 Trabalho Realizado por uma Forc¸a Ela´stica Se um objeto esta´ preso a` extremidade livre de uma mola, o trabalho Ws realizado sobre o objeto pela forc¸a ela´stica quando o objeto e´ deslocado de uma posic¸a˜o inicial xi para uma posic¸a˜o final xf e´ dado por Ws = 1 2 kx2i − 1 2 kx2f . (7-25) Se xi = 0 e xf = x, a Eq. (7-25) se torna Ws = −1 2 kx2. (7-26) Trabalho Realizado por uma Forc¸a Varia´vel Quando a forc¸a ~F aplicada a um objeto que se comporta como uma part´ıcula depende da posic¸a˜o do objeto, o trabalho realizado por ~F sobre o objeto enquanto o objeto se move de uma posic¸a˜o inicial ri de coordenadas (xi, yi, zi) para uma posic¸a˜o final rf de coordenadas (xf , yf , zf ) pode ser calculado integrando a forc¸a. Supondo que a componente Fx pode depender de x, mas na˜o de y ou z, que a componente Fy pode depender de y, mas na˜o de x ou z, e que a componente Fz pode depender de z mas na˜o de x ou y, o trabalho e´ dado por W = ∫ xf xi Fx dx+ ∫ yf yi Fy dy + ∫ zf zi Fz dz. (7-36) Se ~F possui apenas a componente x, a Eq. (7-36) se reduz a W = ∫ xf xi F (x)dx. (7-32) Poteˆncia A poteˆncia desenvolvida por uma forc¸a e´ a taxa com a qual a forc¸a realiza trabalho sobre um objeto. Se a forc¸a realiza um trabalho W em um intervalo de tempo ∆t, a poteˆncia me´dia desenvolvida pela forc¸a nesse intervalo de tempo e´ dada por Pme´d = W ∆t . (7-42) Poteˆncia instantaˆnea e´ a taxa instantaˆnea com a qual o trabalho esta´ sendo realizado: P = dW dt . (7-43) No caso de uma forc¸a ~F que faz um aˆngulo φ com a velocidade instantaˆnea ~v de um objeto, a poteˆncia instantaˆnea e´ dada por P = Fv cosφ = ~F · ~v. (7-47, 7-48) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Energia Potencial e Conservac¸a˜o da Energia Forc¸as Conservativas Uma forc¸a e´ uma forc¸a conservativa se o trabalho que ela realiza sobre uma part´ıcula se anula ao longo de um percurso fechado. Podemos dizer tambe´m que uma forc¸a e´ conservativa se o trabalho que ela realiza sobre uma part´ıcula que se move entre dois pontos na˜o depende da trajeto´ria seguida pela part´ıcula. A forc¸a gravitacional e a forc¸a ela´stica sa˜o forc¸as conservativas; a forc¸a de atrito cine´tico e´ uma forc¸a dissipativa (na˜o conservativa). 12 Energia Potencial Energia potencial e´ a energia associada a` configurac¸a˜o de um sis- tema submetido a` ac¸a˜o de uma forc¸a conservativa. Quando a forc¸a conservativa realiza um trabalho W sobre uma part´ıcula do sistema, a variac¸a˜o ∆U da energia potencial do sistema e´ dada por ∆U = −W. (8-1) Se a part´ıcula se desloca do ponto xi para o ponto xf , a variac¸a˜o da energia potencial do sistema e´ ∆U = − ∫ xf xi f(x)dx. (8-6) Energia Potencial Gravitacional A energia potencial associada a um sistema cons- titu´ıdo pela Terra e uma part´ıcula pro´xima e´ chamada de energia potencial gravitacional. Se uma part´ıcula se desloca de uma altura yi para uma altura yf , a variac¸a˜o da energia potencial gravitacional do sistema part´ıcula-Terra e´ dada por ∆U = mg(yf − yi) = mg∆y. (8-7) Se o ponto de refereˆncia de uma part´ıcula e´ tomado como yi = 0 e a energia potencial gravitacional correspondente do sistema e´ tomada como Ui = 0, a energia potencial gravitacional U de uma part´ıcula a uma altura y e´ dada por U(y) = mgy. (8-9) Energia Potencial Ela´stica Energia potencial ela´stica e´ a energia associada ao estado de compressa˜o ou distensa˜o de um objeto ela´stico. No caso de uma mola que exerce uma forc¸a ela´stica F = −kx quando a extremidade livre sofre um deslocamento x, a energia potencial ela´stica e´ dada por U(x) = 1 2 kx2. (8-11) Na configurac¸a˜o de refereˆncia, quando a mola esta´ no estado relaxado, x = 0 e U = 0. Energia Mecaˆnica A energia mecaˆnica Emec de um sistema e´ a soma da energia cine´tica K com a energia potencial U do sistema: Emec = K + U. (8-12) Sistema isolado e´ um sistema no qual nenhuma forc¸a externa produz variac¸o˜es de ener- gia. Se apenas forc¸as conservativas realizam trabalho em um sistema isolado, a energia mecaˆnica Emec do sistema na˜o pode variar. Esse princ´ıpio de conservac¸a˜o da energia mecaˆnica pode ser escrito na forma K2 + U2 = K1 + U1, (8-17) em que os ı´ndices se referem a diferentes instantes de um processo de transfereˆncia de energia. Esse princ´ıpio de conservac¸a˜o pode tambe´m ser escrito na forma ∆Emec = ∆K + ∆U = 0. (8-18) 13 Curvas de Energia Potencial Se conhecemos a func¸a˜o energia potencial U(x) de um sistema no qual uma forc¸a unidimensional F (x) age sobre uma part´ıcula, podemos determinar a forc¸a usando a equac¸a˜o F (x) = −dU(x) dx . (8-22) Se U(x) e´ dada na forma de um gra´fico, para qualquer valor de x, a forc¸a F (x) e´ o negativo da inclinac¸a˜o da curva no ponto considerado e a energia cine´tica da part´ıcula e´ dada por K(x) = Emec − U(x), (8-24) em que Emec e´ a energia mecaˆnica do sistema. Um ponto de retorno e´ um ponto x no qual o movimento de uma part´ıcula muda de sentido (nesse ponto, K = 0). A part´ıcula esta´ em equil´ıbrio nos pontos em que a inclinac¸a˜o da curva de U(x) e´ nula (nesses pontos, F (x) = 0). Trabalho Realizado sobre um Sistema por uma Forc¸a Externa O trabalho W e´ a energia transferida para um sistema, ou de um sistema, por uma forc¸a externa que age sobre o sistema. Quando mais de uma forc¸a externa age sobre o sistema, o trabalho total das forc¸as e´ igual a` energia transferida. Quando na˜o existe atrito, o trabalho realizado sobre o sistema e a variac¸a˜o ∆Emec da energia mecaˆnica do sistema sa˜o iguais: W = ∆Emec = ∆K + ∆U. (8-26, 8-25) Quando uma forc¸a de atrito cine´tico age dentro do sistema, a energia te´rmica Et do sistema varia. (Essa energia esta´ associada ao movimento aleato´rio dos a´tomos e mole´culas do sistema.) Nesse caso, o trabalho realizado sobre o sistema e´ dado por W = ∆Emec + ∆Et. (8-33) A variac¸a˜o ∆Et esta´ relacionada ao mo´dulo fk da forc¸a de atrito e ao mo´dulo d do deslocamento causado pela forc¸a externa por meio da equac¸a˜o ∆Et = fkd. (8-31) Conservac¸a˜o da Energia A energia totalE de um sistema (a soma da energia mecaˆnica e das energiasinternas, incluindo a energia te´rmica) so´ pode variar se certa quantidade de energia for transferida para o sistema, ou retirada do sistema. Esse fato experimental e´ conhecido como lei de conservac¸a˜o da energia. Se um trabalho W for realizado sobre o sistema, W = ∆E = ∆Emec + ∆Et + ∆Eint. (8-35) Se o sistema for isolado (W = 0), isso nos da´ ∆Emec + ∆Et + ∆Eint = 0 (3-36) e Emec,2 = Emec,1 − ∆Et − ∆Eint, (8-37) em que os ı´ndices 1 e 2 indicam dois instantes diferentes. 14 Poteˆncia A poteˆncia desenvolvida por uma forc¸a e´ a taxa com a qual essa forc¸a transfere energia. Se uma dada quantidade de energia ∆E e´ transferida por uma forc¸a em um intervalo de tempo ∆t, a poteˆncia me´dia desenvolvida pela forc¸a e´ dada por Pme´d = ∆E ∆t . (8-40) A poteˆncia instantaˆnea desenvolvida por uma forc¸a e´ dada por P = dE dt . (8-41) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Centro de Massa e Momento Linear Centro de Massa O centro de massa de um sistema de n part´ıculas e´ definido como o ponto cujas coordenadas sa˜o dadas por xCM = 1 M n∑ i=1 mixi, yCM = 1 M n∑ i=1 miyi, zCM = 1 M n∑ i=1 mizi, (9-5) ou ~rCM = 1 M n∑ i=1 mi~ri, (9-8) em que M e´ a massa total do sistema. Segunda Lei de Newton para um Sistema de Part´ıculas O movimento do centro de massa de qualquer sistema de part´ıculas e´ governado pela segunda lei de Newton para um sistema de part´ıculas, expressa pela equac¸a˜o ~Fres = M~aCM. (9-14) Aqui, ~Fres e´ a resultante de todas as forc¸as externas que agem sobre o sistema, M e´ a massa total do sistema, e ~aCM e´ a acelerac¸a˜o do centro de massa do sistema. Momento Linear e a Segunda Lei de Newton No caso de uma part´ıcula isolada, definimos ~p, o momento linear, por meio da equac¸a˜o ~p = m~v, (9-22) em func¸a˜o do qual podemos escrever a segunda lei de Newton na forma ~Fres = d~p dt . (9-23) Para um sistema de part´ıculas, essas relac¸o˜es se tornam ~P = M~vCM e ~Fres = dP dt . (9-25, 9-27) 15 Colisa˜o e Impulso A aplicac¸a˜o da segunda lei de Newton a um corpo que se comporta como uma part´ıcula e envolvido em uma colisa˜o leva ao teorema do impulso e momento linear: ~pf − ~pi = ∆~p = ~J, (9-31, 9-32) em que ~pf − ~pi = ∆~p e´ a variac¸a˜o do momento linear do corpo e ~J e´ o impulso produzido pela forc¸a F (t) exercida sobre o corpo pelo outro corpo envolvido na colisa˜o: ~J = ∫ tf ti F (t) dt. (9-30) Se Fme´d e´ o mo´dulo me´dio de ~F (t) durante a colisa˜o e ∆t e´ a durac¸a˜o da colisa˜o, para um movimento unidimensional, temos: J = Fme´d∆t. (9-35) Quando uma se´rie de proje´teis de massa m e velocidade v colide com um corpo fixo, a forc¸a me´dia que age sobre o corpo fixo e´ dada por Fme´d = − n ∆t ∆p = − n ∆t ∆v, (9-37) em que n/∆t e´ a taxa com a qual os corpos colidem com o corpo fixo, e ∆v e´ a variac¸a˜o da velocidade de cada corpo que colide. A forc¸a me´dia tambe´m pode ser escrita na forma Fme´d = −∆m ∆t ∆v, (9-40) em que ∆m/∆t e´ a taxa com a qual a massa colide com o corpo fixo. Nas Eqs. (9-37) e (9-40), ∆v = −v se os corpos param no momento do impacto e ∆v = −2v se ricocheteiam sem mudanc¸a da velocidade escalar. Conservac¸a˜o do Momento Linear Se um sistema esta´ isolado de tal forma que ne- nhuma forc¸a resultante externa atua sobre o sistema, o momento linear do sistema per- manece constante: ~P = constante (sistema isolado e fechado). (9-42) A Eq. (9-42) tambe´m pode ser escrita na forma ~Pi = ~Pf (sistema isolado e fechado), (9-43) em que os ı´ndices se referem aos valores de em um instante inicial e em um instante posterior. As Eqs. (9-42) e (9-43) sa˜o expresso˜es equivalentes da lei de conservac¸a˜o do momento linear. Coliso˜es Inela´sticas em Uma Dimensa˜o Em uma colisa˜o inela´stica de dois corpos, a energia cine´tica do sistema de dois corpos na˜o e´ conservada. Se o sistema e´ fechado e isolado, o momento linear total do sistema e´ conservado, o que podemos expressar em forma vetorial como ~p1i + ~p2i = ~p1f + ~p2f , (9-50) em que os ı´ndices i e f se referem a valores imediatamente antes e imediatamente depois da colisa˜o, respectivamente. 16 Se o movimento dos corpos ocorre ao longo de um u´nico eixo, a colisa˜o e´ unidimensional e podemos escrever a Eq. (9-50) em termos das componentes das velocidades em relac¸a˜o a esse eixo: m1v1i +m2v2i = m1v1f +m2v2f . (9-51) Se os dois corpos se movem juntos apo´s a colisa˜o, a colisa˜o e´ perfeitamente inela´stica e os corpos teˆm a mesma velocidade final V (ja´ que se movem juntos). Movimento do Centro de Massa O centro de massa de um sistema fechado e isolado de dois corpos que colidem na˜o e´ afetado pela colisa˜o. Em particular, a velocidade ~vCM do centro de massa e´ a mesma antes e depois da colisa˜o. Coliso˜es Ela´sticas em Uma Dimensa˜o Uma colisa˜o ela´stica e´ um tipo especial de colisa˜o em que a energia cine´tica de um sistema de corpos que colidem e´ conservada. Se o sistema e´ fechado e isolado, o momento linear tambe´m e´ conservado. Para uma colisa˜o unidimensional na qual o corpo 2 e´ um alvo e o corpo 1 e´ um proje´til, a conservac¸a˜o da energia cine´tica e a conservac¸a˜o do momento linear levam a`s seguintes expresso˜es para as velocidades imediatamente apo´s a colisa˜o: v1f = m1 −m2 m1 +m2 v1i, (9-67) ou v2f = 2m1 m1 +m2 v1i. (9-68) Coliso˜es em Duas Dimenso˜es Se dois corpos colidem e na˜o esta˜o se movendo ao longo de um u´nico eixo (a colisa˜o na˜o e´ frontal), a colisa˜o e´ bidimensional. Se o sistema de dois corpos e´ fechado e isolado, a lei de conservac¸a˜o do momento se aplica a` colisa˜o e pode ser escrita como ~p1i + ~p2i = ~p1f + ~p2f . (9-77) Na forma de componentes, a lei fornece duas equac¸o˜es que descrevem a colisa˜o (uma equac¸a˜o para cada uma das duas dimenso˜es). Se a colisa˜o e´ ela´stica (um caso especial), a conservac¸a˜o da energia cine´tica na colisa˜o fornece uma terceira equac¸a˜o: K1i +K2i = K1f +K2f . (9-78) Sistemas de Massa Varia´vel Na auseˆncia de forc¸as externas, a acelerac¸a˜o instantaˆnea de um foguete obedece a` equac¸a˜o Rvrel = Ma (primeira equac¸a˜o do foguete), (9-87) em que M e´ a massa instantaˆnea do foguete (que inclui o combust´ıvel ainda na˜o con- sumido), R e´ a taxa de consumo de combust´ıvel e vrel e´ a velocidade dos produtos de exausta˜o em relac¸a˜o ao foguete. O termo Rvrel e´ o empuxo do motor do foguete. Para um foguete com R e vrel constantes, cuja velocidade varia de vi para vf quando a massa varia de Mi para Mf , vf − vi = vrel ln Mi Mf (segunda equac¸a˜o do foguete). (9-88) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 10 Rotac¸a˜o Posic¸a˜o Angular Para descrever a rotac¸a˜o de um corpo r´ıgido em torno de um eixo fixo, chamado eixo de rotac¸a˜o, supomos que uma reta de refereˆncia esta´ fixa no corpo, perpendicular ao eixo e girando com o corpo. edimos a posic¸a˜o angular θ da reta em relac¸a˜o a uma direc¸a˜o fixa. Se θ for medido em radianos, θ = s r (aˆngulo em radianos), (10-1) em que s e´ o comprimento de um arco de circunfereˆncia de raio r e aˆngulo θ. A relac¸a˜o entre um aˆngulo em revoluc¸o˜es, um aˆngulo em graus e um aˆngulo em radianos e´ a seguinte: 1 rev = 360◦ = 2pi rad. (10-2) Deslocamento Angular Um corpo que gira em torno de um eixo de rotac¸a˜o, mudando de posic¸a˜o angular de θ1 para θ2, sofre um deslocamento angular ∆θ = θ2 − θ1, (10-4) em que ∆θ e´ positivo para rotac¸o˜es no sentido anti-hora´rio e negativo para rotac¸o˜es no sentido hora´rio. Velocidade Angular Seum corpo sofre um deslocamento angular ∆θ em um intervalo de tempo ∆t, a velocidade angular me´dia do corpo, ωme´d, e´ ωme´d = ∆θ ∆t . (10-5) A velocidade angular (instantaˆnea) ω do corpo e´ ω = dθ dt . (10-6) Tanto ωme´d como ω sa˜o vetores, cuja orientac¸a˜o e´ dada pela regra da ma˜o direita. O mo´dulo da velocidade angular do corpo e´ a velocidade angular escalar. Acelerac¸a˜o Angular Se a velocidade angular de um corpo varia de ω1 para ω2 em um intervalo de tempo ∆t = t2 − t1, a acelerac¸a˜o angular me´dia αme´d do corpo e´ αme´d = ω2 − ω1 t2 − t1 = ∆ω ∆t . (10-7) A acelerac¸a˜o angular (instantaˆnea) α do corpo e´ α = dω dt . (10-8) Tanto αme´d como α sa˜o vetores. 18 Equac¸o˜es Cinema´ticas para Acelerac¸a˜o Angular Constante O movimento com acelerac¸a˜o angular constante (α = constante) e´ um caso especial importante de movimento de rotac¸a˜o. As equac¸o˜es cinema´ticas apropriadas, que aparecem na Tabela 10-1, sa˜o Tabela 10-1: Equac¸o˜es de Movimento para Acelerac¸a˜o Linear Constante e Acelerac¸a˜o Angular Constante Nu´mero da Equac¸a˜o Variavel Equc¸a˜o Nu´mero da Equac¸a˜o Linear Ausente Angular Equac¸a˜o 2-11 v = v0 + at (x− x0) (θ − θ0) ω = ω0 + αt 10-12 2-15 x− x0 = v0t+ 1 2 at2 v ω θ − θ0 = ω0t+ 1 2 αt2 10-13 2-16 v2 = v20 + 2a(x− x0) t t ω2 = ω20 + 2α(θ − θ0) 10-14 2-17 x− x0 = 1 2 (v0 + v)t a α θ − θ0 = 12(ω0 + ω)t 10-15 2-18 x− x0 = vt− 1 2 at2 v0 ω0 θ − θ0 = ωt− 1 2 αt2 10-16 ω = ω0 + αt, (10-12) θ − θ0 = ω0t+ 1 2 αt2, (10-13) ω2 = ω20 + 2α(θ − θ0), (10-14) θ − θ0 = 1 2 (ω0 + ω)t, (10-15) θ − θ0 = ωt− 1 2 αt2. (10-16) Relac¸o˜es entre as Varia´veis Lineares e Angulares Um ponto de um corpo r´ıgido em rotac¸a˜o, a uma distaˆncia perpendicular r do eixo de rotac¸a˜o, descreve uma circunfereˆncia de raio r. Se o corpo gira de um aˆngulo θ, o ponto descreve um arco de circunfereˆncia de comprimento s dado por s = θr (aˆngulo em radianos), (10-17) em que θ esta´ em radianos. A velocidade linear do ponto e´ tangente a` circunfereˆncia; a velocidade linear escalar ~v do ponto e´ dada por v = ωr (aˆngulo em radianos), (10-18) em que ω e´ a velocidade angular escalar do corpo em radianos por segundo. A acelerac¸a˜o linear ~a do ponto tem uma componente tangencial e uma componente radial. A componente tangencial e´ at = αr (aˆngulo em radianos), (10-22) em que α e´ o mo´dulo da acelerac¸a˜o angular do corpo em radianos por segundo ao quadrado. A componente radial de ~a e´ ar = v2 r = ω2r (aˆngulo em radianos). (10-23) No caso do movimento circular uniforme, o per´ıodo T do movimento do ponto e do corpo e´ T = 2pir v = 2pi ω (aˆngulo em radianos). (10-19, 10-20) 19 Energia Cine´tica de Rotac¸a˜o e Momento de Ine´rcia A energia cine´tica K de um corpo r´ıgido em rotac¸a˜o em torno de um eixo fixo e´ dada por K = 1 2 Iω2 (aˆngulo em radianos), (10-34) em que I e´ o momento de ine´rcia do corpo, definido por I = ∑ mir 2 i (10-33) para um sistema de part´ıculas discretas I = ∫ r2dm, (10-35) para um corpo com uma distribuic¸a˜o cont´ınua de massa. Nessas expresso˜es, ri e r repre- sentam a distaˆncia perpendicular do eixo de rotac¸a˜o a cada part´ıcula e a cada elemento de massa, respectivamente, e o somato´rio e a integrac¸a˜o se estendem a todo o corpo, de modo a incluir todas as part´ıculas e todos os elementos de massa. Teorema dos Eixos Paralelos O teorema dos eixos paralelos relaciona o momento de ine´rcia I de um corpo em relac¸a˜o a qualquer eixo ao momento de ine´rcia do mesmo corpo em relac¸a˜o a um eixo paralelo ao primeiro passando pelo centro de massa: I = ICM +Mh 2. (10-36) Aqui, h e´ a distaˆncia perpendicular entre os dois eixos, e ICM e´ o momento de ine´rcia do corpo em relac¸a˜o ao eixo que passa pelo centro de massa. Podemos definir h como o deslocamento do eixo de rotac¸a˜o em relac¸a˜o ao eixo de rotac¸a˜o que passa pelo centro de massa. Torque Torque e´ uma ac¸a˜o de girar ou de torcer um corpo em torno de um eixo de rotac¸a˜o, produzida por uma forc¸a . Se e´ exercida em um ponto dado pelo vetor posic¸a˜o em relac¸a˜o ao eixo, o mo´dulo do torque e´ τ = rFt = r⊥F = rF senφ, (10-40, 10-41, 10-39) em que Ft e´ a componente de ~F perpendicular a ~r, e φ e´ o aˆngulo entre ~r e ~F . A grandeza r⊥ e´ a distaˆncia perpendicular entre o eixo de rotac¸a˜o e a reta que coincide com o vetor ~F . Essa reta e´ chamada de linha de ac¸a˜o de ~F , e r⊥ e´ chamada de brac¸o de alavanca de ~F . Da mesma forma, r e´ o brac¸o de alavanca de Ft. A unidade de torque do SI e´ o newton-metro (N ·m). O torque τ e´ positivo, se tende a fazer um corpo inicialmente em repouso girar no sentido anti-hora´rio, e negativo, se tende a fazer o corpo girar no sentido hora´rio. Segunda Lei de Newton para Rotac¸o˜es A segunda lei de Newton para rotac¸o˜es e´ τres = Iα, (10-45) em que τres e´ o torque resultante que age sobre a part´ıcula ou corpo r´ıgido, I e´ o momento de ine´rcia da part´ıcula ou do corpo em relac¸a˜o ao eixo de rotac¸a˜o, e α e´ a acelerac¸a˜o angular do movimento de rotac¸a˜o em torno do eixo. 20 Trabalho e Energia Cine´tica de Rotac¸a˜o As equac¸o˜es usadas para calcular traba- lho e poteˆncia para movimentos de rotac¸a˜o sa˜o ana´logas a`s usadas para movimentos de translac¸a˜o: W = ∫ θf θ0 τdθ, (10-53) e P = dW dt = τω. (10-55) Se τ for constante, a Eq. (10-53) se reduz a W = τ(θf − θi). (10-54) A forma do teorema do trabalho e energia usada para corpos em rotac¸a˜o e´ a seguinte: ∆K = Kf −Ki = 1 2 Iω2f − 1 2 Iω2i = W. (10-52) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Rolagem, Torque e Momento Angular Corpos em Rolagem No caso de uma roda de raio R rolando suavemente, vCM = ωR, (11-2) em que vCM e´ a velocidade linear do centro de massa da roda e ω e´ a velocidade angular da roda em torno do centro. A roda pode tambe´m ser vista como se estivesse girando instantaneamente em torno do ponto P do “piso” que esta´ em contato com a roda. A velocidade angular da roda em torno desse ponto e´ igual a` velocidade angular da roda em torno do centro. Uma roda que rola tem uma energia cine´tica dada por K = 1 2 ICMω 2 + 1 2 Mv2CM, (11-5) em que ICM e´ o momento de ine´rcia da roda em relac¸a˜o ao centro de massa e M e´ a massa da roda. Se a roda esta´ sendo acelerada, mas rola suavemente, a acelerac¸a˜o do centro de massa ~aCM esta´ relacionada a` acelerac¸a˜o angular α em relac¸a˜o ao centro de rotac¸a˜o por meio da equac¸a˜o aCM = αR. (11-6) Se a roda desce uma rampa de aˆngulo θ rolando suavemente, a acelerac¸a˜o ao longo de um eixo x paralelo a` rampa e´ dada por aCM,x = − g sen θ 1 + ICM/MR2 . (11-10) O Torque como um Vetor Em treˆs dimenso˜es, o torque ~τ e´ uma grandeza vetorial definida em relac¸a˜o a um ponto fixo (em geral, a origem) por meio da equac¸a˜o ~τ = ~r × ~F , (11-14) em que ~F e´ a forc¸a aplicada a` part´ıcula e ~r e´ o vetor posic¸a˜o da part´ıcula em relac¸a˜o ao ponto fixo. O mo´dulo de ~τ e´ dado por τ = rF senφ = rF⊥ = r⊥F, (11-15, 11-16, 11-17) em que φ e´ o aˆngulo entre ~F e ~r, F⊥ e´ a componente de ~F perpendicular a ~r, e r⊥ e´ o brac¸o de alavanca de ~F . A orientac¸a˜o de ~τ e´ dada pela regra da ma˜o direita. 21 Momento Angular de uma Part´ıcula O momento angular ~` de uma part´ıcula com momento linear ~p, massa m e velocidade linear ~v e´ uma grandeza vetorial definida em relac¸a˜o a um ponto fixo (em geral, a origem) por meio da equac¸a˜o ~`= ~r × ~p = m(~r × ~v). (11-18) O mo´dulo de ~` e´ dado por ` = rmv senφ, (11-19) = rp⊥ = rmv⊥, (11-20) = r⊥p = r⊥mv, (11-21) em que φ e´ o aˆngulo entre ~r e ~p,p⊥ e v⊥ sa˜o as componentes de ~p e ~v perpendiculares a ~r, e r⊥ e´ a distaˆncia perpendicular entre o ponto fixo e a extensa˜o de ~p. A orientac¸a˜o de e´ dada pela regra da ma˜o direita para produtos vetoriais. Segunda Lei de Newton para Rotac¸o˜es A segunda lei de Newton para a rotac¸a˜o de uma part´ıcula pode ser escrita na forma ~τres = d~` dt , (11-23) em que ~τres e´ o torque resultante que age sobre a part´ıcula e ~` e´ o momento angular da part´ıcula. Momento Angular de um Sistema de Part´ıculas O momento angular ~L de um sistema de part´ıculas e´ a soma vetorial dos momentos angulares das part´ıculas: ~L = ~`1 + ~`2 + . . .+ ~`n = n∑ i=1 ~` i. (11-26) A taxa de variac¸a˜o com o tempo do momento angular e´ igual ao torque externo resultante que age sobre o sistema (a soma vetorial dos torques produzidos pelas interac¸o˜es das part´ıculas do sistema com part´ıculas externas ao sistema): ~τres = d~L dt (sistema de particulas). (11-29) Momento Angular de um Corpo Rı´gido No caso de um corpo r´ıgido que gira em torno de um eixo fixo, a componente do momento angular paralela ao eixo de rotac¸a˜o e´ L = Iω (corpo r´ıgido, eixo fixo). (11-31) Conservac¸a˜o do Momento Angular O momento angular ~L de um sistema permanece constante se o torque externo resultante que age sobre o sistema e´ nulo: ~L = constante (sistema isolado) (11-32) ou ~Li = ~Lf (sistema isolado). (11-33) Essa e´ a lei de conservac¸a˜o do momento angular. 22 Precessa˜o de um Girosco´pio Um girosco´pio pode realizar, em torno de um eixo vertical que passa pelo suporte, um movimento de precessa˜o a uma taxa dada por Ω = Mgr Iω , (11-46) em que M e´ a massa do girosco´pio, r e´ o brac¸o de alavanca, I e´ o momento de ine´rcia e ω e´ a velocidade angular do girosco´pio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Medição Movimento Retilíneo Vetores Movimento em Duas e Três Dimensões Força e Movimento - I Força e Movimento - II Energia Cinética e Trabalho Energia Potencial e Conservação da Energia Centro de Massa e Momento Linear Rotação Rolagem, Torque e Momento Angular
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