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Apostila Incêndios Florestais

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Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São 
Francisco e do Parnaíba
Governo do Estado do Piauí 
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural 
PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO 
INTEGRADO DO VALE DO PARNAÍBA – PLANAP 
CODEVASF / GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ
APOIO NO GERENCIAMENTO DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA 
DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL DO VALE DO PARNAÍBA 
(PDFLOR-PI) 
APOSTILA DO CURSO
TÉCNICAS DE PREVENÇÃO E COMBATE À INCÊNDIOS 
FLORESTAIS
CURITIBA, PR 
FEVEREIRO 2010 
PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO 
INTEGRADO DO VALE DO PARNAÍBA – PLANAP
CODEVASF/GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ/FUPEF
Produto 11
Apostila do Curso Técnicas de Prevenção e Combate à Incêndios 
Florestais
 APOIO NO GERENCIAMENTO DA EXECUÇÃO DO PLANO 
DE AÇÃO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO 
FLORESTAL DO VALE DO PARNAÍBA (PDFLOR-PI)
Coordenação do Projeto
SDR
Rubem Nunes Martins
CODEVASF
Guilherme Almeida Gonçalves de Oliveira
GOVERNO DO PIAUÍ
Jorge Antônio Pereira Lopes de Araújo
STCP
Joésio Siqueira
Ivan Tomaselli
Bernard Delespinasse
Rodrigo Rodrigues 
Dartagnan Gorniski
Curitiba, PR 
Fevereiro de 2010 
APOIO NO GERENCIAMENTO DA EXECUÇÃO DO 
PLANO DE AÇÃO DO PROGRAMA DE 
DESENVOLVIMENTO FLORESTAL DO VALE DO 
PARNAÍBA (PDFLOR-PI)
APOSTILA DO CURSO DE TÉCNICAS DE PREVENÇÃO E COMBATE À 
INCÊNDIOS FLORESTAIS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................1
2. IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS NA VEGETAÇÃO........1
3. CONCEITOS ........................................................................................................................................1
4. TEORIA BÁSICA DO FOGO ............................................................................................................2
4.1. TRIÂNGULO DO FOGO..................................................................................................................2
4.2. COMBUSTÍVEIS...............................................................................................................................2
4.2.1. Tipos de Combustíveis ......................................................................................................................3
4.2.2. Poder Calorífico do Combustível Florestal.........................................................................................3
4.3. FASES DA COMBUSTÃO................................................................................................................3
4.3.1. Fase 1 - Pré-aquecimento...................................................................................................................3
4.3.2. Fase 2 - Destilação ou Combustão Gasosa.........................................................................................4
4.3.3. Fase 3 – Incandescência ou Consumo de Carvão...............................................................................4
4.4. FORMAS DE TRANSMISSÃO DE CALOR..................................................................................4
4.4.1. Condução...........................................................................................................................................4
4.4.2. Convecção.........................................................................................................................................5
4.4.3. Radiação............................................................................................................................................5
4.4.4. Deslocamento de Corpos Inflamados.................................................................................................5
4.4.5. Corrente e/ou Descargas Elétricas......................................................................................................5
4.5. RELAÇÃO DAS VARIÁVEIS METEREOLÓGICAS COM OCORRÊNCIAS DE 
INCÊNDIOS..............................................................................................................................................5
4.5.1. Precipitação ......................................................................................................................................5
4.5.2. Umidade do Ar...................................................................................................................................5
4.5.3. Temperatura do Ar.............................................................................................................................5
4.5.4. Velocidade do Vento..........................................................................................................................5
4.5.5. Índices de Perigo de Incêndios ...........................................................................................................5
4.6 . COMPORTAMENTO DO FOGO NA VEGETAÇÃO..................................................................6
4.6.1. Taxa de Propagação...........................................................................................................................7
4.6.2. Intensidade do Fogo ..........................................................................................................................7
4.6.3. Altura de Crestamento Letal..............................................................................................................7
4.6.4. Tempo de Residência.........................................................................................................................8
4.6.5. Temperatura Letal.............................................................................................................................8
5. INCÊNDIOS FLORESTAIS................................................................................................................8
5.1. Biomas brasileiros...............................................................................................................................8
5.1.1. Bioma Amazônico .............................................................................................................................8
5.1.2. Bioma Cerrado ..................................................................................................................................9
5.1.3. Bioma Caatinga...............................................................................................................................10
5.1.4. Bioma Mata Atlântica......................................................................................................................10
5.1.5. Bioma Pantanal................................................................................................................................11
5.1.6. Bioma Pampa...................................................................................................................................11
5.2. FLORESTAS PLANTADAS...........................................................................................................12
5.2.1. Pinus spp.........................................................................................................................................12
i
5.2.2. Eucalyptus spp.................................................................................................................................12
5.3. CAUSAS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS....................................................................................13
5.3.1. Raios 13
5.3.2. Incendiários......................................................................................................................................13
5.3.3. Queimas para Limpeza....................................................................................................................13
5.3.4. Fumantes.........................................................................................................................................13
5.3.5.Fogos Campestres ou por Atividades Recreativas............................................................................14
5.3.6. Operações Florestais........................................................................................................................14
5.3.7. Estradas de Ferro.............................................................................................................................14
5.3.8. Diversos...........................................................................................................................................14
5.4. TIPOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS.......................................................................................14
5.4.1. Incêndios Subterrâneos....................................................................................................................14
5.4.2. Incêndios de Superfície....................................................................................................................15
5.4.3. Incêndios de Copa............................................................................................................................15
5.5. PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS .......................................................................16
6. MANEJO DO FOGO E SEUS BENEFÍCIOS PARA A FLORESTA............................................18
6.1. PREVENÇÃO E COMBATE À INCÊNDIOS..............................................................................18
6.2. CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS ....................................................................................18
6.3. GERMINAÇÃO DE SEMENTES E REGENERAÇÃO DE ESPÉCIES....................................19
6.4. LIMPEZA E PREPARO DE TERRENOS ...................................................................................19
6.5. MELHORIA DOS ATRIBUTOS DO SOLO.................................................................................19
7. EFEITOS NEGATIVOS DO FOGO NA FLORESTA ...................................................................19
7.1. DANOS AO SOLO ..........................................................................................................................19
7.2. CAPACIDADE PRODUTIVA DA FLORESTA...........................................................................20
7.2.1. Tipo Florestal...................................................................................................................................20
7.2.2. Densidade da Floresta......................................................................................................................20
7.2.3. Rendimento Sustentado da Floresta ou “Princípio da Persistência”..................................................20
7.3. ASPECTO RECREATIVO DA FLORESTA E DA PAISAGEM ...............................................20
7.4. FAUNA SILVESTRE.......................................................................................................................20
7.5. VEGETAÇÃO..................................................................................................................................21
7.6. CARÁTER PROTETOR DA FLORESTA ...................................................................................21
7.7. QUALIDADE DO AR .....................................................................................................................22
7.8. DANOS A VIDA HUMANA............................................................................................................22
7.9. DANOS ECONÔMICOS ................................................................................................................22
8. PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS..............................................................................23
8.1. EDUCAÇÃO PARA A PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS ..................................23
8.2. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO .................................................................................................24
8.3. PREVENÇÃO PARA PROPAGAÇÃO .........................................................................................25
8.3.1. Construção e Manutenção de Obras de Infra-estrutura....................................................................25
8.3.2. Construção e Manutenção de Fontes de Água..................................................................................26
8.3.3. Redução de Material Combustível...................................................................................................27
8.4. PLANOS DE PROTEÇÃO PARA INCÊNDIOS ..........................................................................29
8.4.1. Local 29
8.4.2. Causas ............................................................................................................................................30
8.4.3. Períodos de Ocorrência....................................................................................................................30
8.4.4. Classes de Materiais Combustíveis..................................................................................................30
8.4.5. Zonas Prioritárias............................................................................................................................30
9. COMBATE À INCÊNDIOS FLORESTAIS.....................................................................................30
9.1. FORMAÇÃO DE BRIGADAS DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS......................31
9.2. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS..............32
9.3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)..........................................................32
9.3.1. EPI Básicos....................................................................................................................................32
9.3.2. Equipamentos acessórios aos EPIs...................................................................................................33
9.4. FERRAMENTAS E APARELHOS................................................................................................33
9.4.1. Facão ..............................................................................................................................................33
ii
9.4.2. Motosserra.......................................................................................................................................33
9.4.3. Machado..........................................................................................................................................34
9.4.4. Foice …...................................................................................................................................... 34
9.4.5. Enxada.............................................................................................................................................34
9.4.6. Pá....................................................................................................................................................34
9.4.7. Rastelo ou Ancinho..........................................................................................................................34
9.4.8. McLeod............................................................................................................................................34
9.4.9. Abafadores.......................................................................................................................................34
9.4.10. Bomba Costal................................................................................................................................35
9.4.11. Mochila costal................................................................................................................................35
9.4.12. Aparelho controlador de Queimadas (Lança-chamas ou Pinga-fogo)............................................35
9.5. VEÍCULOS DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS.....................................................369.6. TÉCNICAS E TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS................................36
9.6.1. Método Direto..................................................................................................................................36
9.6.2. Método Indireto................................................................................................................................36
9.6.3. Método Paralelo...............................................................................................................................37
9.6.4. Método de Dois Pés.........................................................................................................................37
9.7. PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE CAMPO..................................................................37
9.7.1. Detecção e Comunicação.................................................................................................................37
9.7.2. Sistemas de Comunicação................................................................................................................38
9.7.3. Mobilização da Brigada...................................................................................................................38
9.7.4. Chegada ao Local e Planejamento do Combate................................................................................39
9.7.5. Ações ..............................................................................................................................................39
9.8. RESCALDO......................................................................................................................................40
10. PONTOS IMPORTANTES A CONSIDERAR NO COMBATE AOS INCÊNDIOS 
FLORESTAIS..........................................................................................................................................40
10.1. PREPARAÇÃO E AÇÃO INICIAL.............................................................................................40
10.2. ORGANIZAÇÃO E PLANO DE ATAQUE................................................................................40
10.3. HORA DE COMBATE..................................................................................................................40
10.4. PONTO E MÉTODO DE ATAQUE............................................................................................40
10.5. ERROS COMUNS NO COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS........................................41
10.6. PONTOS QUE NÃO DEVEM SER ESQUECIDOS...................................................................41
10.7. DEZ PRECEITOS DE SEGURANÇA.........................................................................................41
10.8. CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS.....................................................................................41
11. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO..........................................................................................................41
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................42
LISTA DE FIGURAS 
Figura 01. Triângulo do Fogo......................................................................................................................2
Figura 02. As Três Fases da Combustão......................................................................................................4
 Fase 1:......................................................................................................................................4
 Fase 2:......................................................................................................................................4
 Fase 3:......................................................................................................................................4
Figura 03. Índice de Incêndios pela Fórmula de Monte Alegre (SOARES & PAEZ)...................................6
Figura 04. Mapa de Risco de Incêndios da Vila Mortágua- Portugal...........................................................6
Figura 05. Localização e Distribuição dos Biomas do Brasil.......................................................................8
Figura 06. Paisagem do Bioma Amazônico..................................................................................................8
Figura 07. Paisagem do Bioma do Cerrado..................................................................................................9
Figura 08. Paisagem do Bioma Caatinga...................................................................................................10
Figura 09. Paisagem do Bioma Mata Atlântica..........................................................................................10
Figura 10. Paisagens do Bioma Pantanal...................................................................................................11
Figura 11. Paisagens do Bioma Pampa......................................................................................................11
iii
Figura 12. Pinus spp..................................................................................................................................12
Figura 13. Eucalyptus spp.........................................................................................................................13
Figura 14. Fumantes podem ser potenciais Fontes de Ignição para Incêndios.............................................14
Figura 15. Operação de Colheita Florestal.................................................................................................14
Figura 16. Incêndio Florestal de Superfície................................................................................................15
Figura 17. Incêndio Florestal de Copa........................................................................................................16
Figura 18. Esquema dos Três Tipos de Incêndios-Subterrâneo, Superficial e de Copa...............................16
Figura 19. Incêndio Florestal de Copa e o Esquema dos Três Tipos de Incêndios.....................................16
Figura 20. Sirex noctilio (Vespa da Madeira do Pinus spp.).....................................................................19
Figura 21. Queima de Resíduos para Limpeza e Preparo do Terreno.........................................................19
Figura 22. Animais fugindo de Incêndio, abrigando-se em um Curso D'Água............................................21
Figura 23. Danos ao Câmbio da Árvore, após sucessivos Incêndios..........................................................22
Figura 24. Danos a vida humana ...............................................................................................................23
Figura 25. Campanha da Defesa Civil para Prevenção de Incêndios Florestais..........................................24
Figura 26. Símbolo da Campanha PREVFOGO do IBAMA.....................................................................24
Figura 27. Símbolos para Restrição da Área para Fumantes, Fogueiras e Fogos.......................................24
Figura 28. Aceiros construídos a partir de Cercas ou Divisas da Propriedade............................................25
Figura 29. Aceiro e Acesso para a Propriedade.........................................................................................26
Figura 30. Divisórias e Contornos do Plantio Florestal..............................................................................26
Figura 31. Lago artificial...........................................................................................................................27
Figura 32. Redução de Material Combustível por Queima Controlada dentro do Plantio...........................28
Figura 33. Redução de material combustível por gradagem do solo...........................................................28Figura 34. Incêndio na Margem de uma Estrada........................................................................................28
Figura 35. Método de Queima Progressiva contra o Vento........................................................................29
Figura 36. Método de Queima em Faixas a favor do Vento.......................................................................29
Figura 37. Método de Queima em Cunho ou “V”, a favor do Vento..........................................................29
Figura 38. Método de Queima em Mancha................................................................................................29
Figura 39. Composição de um “Plano de Proteção Contra Incêndios Florestais”.......................................30
Tabela 07. Principais Causas de Incêndios no Brasil.................................................................................30
Figura 40. Exemplo de Zoneamento de Risco............................................................................................30
Tabela 08. Etapas do Combate à um Incêndio Florestal.............................................................................31
Figura 41. Luva de Couro para Proteção de altas Temperaturas................................................................32
Figura 42. Calçado adequado às Operações de Combate ao Fogo..............................................................33
Figura 43. Roupas usadas pelo Operador no Combate...............................................................................33
Figura 44. Capacete e Óculos de Proteção.................................................................................................33
Figura 45. Máscara Anti-gases.................................................................................................................33
Figura 46. Cantil .......................................................................................................................................34
Figura 47. Facão para Corte de Vegetação................................................................................................34
Figura 48. Motosserra................................................................................................................................34
Figura 49. Machado para Combate a Incêndios usado pelos Bombeiros....................................................35
Figura 50. Foice Roçadeira de Cabo longo................................................................................................35
Figura 51. Enxada......................................................................................................................................35
Figura 52. Pá Cortadeira............................................................................................................................35
Figura 53. Rastelo ou Ancinho...................................................................................................................35
Figura 54. McLeod....................................................................................................................................35
Figura 55. Abafador de Borracha de Cabo longo.......................................................................................36
Figura 56. Treinamento de Brigada com abafadores de borracha..............................................................36
Figura 57. Pulverizador Costal de alta Pressão..........................................................................................36
Figura 58. Saco Costal para Combate a Incêndios...................................................................................36
Figura 59. Queimador ou Pinga-fogo.........................................................................................................36
Figura 60. Veículo especial transportador de Água para Combate a Incêndio............................................37
Figura 61. Torres de Vigilância Estrutura em Madeira (à esquerda) e em Estrutura metálica (à direita)....38
Figura 62. Treinamento de Brigada para o Planejamento das Ações..........................................................40
Figura 63. Desenvolvimento das Atividades de Combate...........................................................................40
Figura 64. Equipe trabalhando na Construção de Aceiro...........................................................................40
Figura 65. Atividade de Combate Direto as Chamas..................................................................................41
Figura 66. Atividade de Rescaldo...............................................................................................................41
iv
LISTA DE TABELAS
Tabela 01. Poder calorífico da Madeira e da Casca de Espécies florestais a 12% de Umidade.....................3
Tabela 02. Condições para Alteração no Cálculo de FMA...........................................................................6
Tabela 03. Classificação da Velocidade de Propagação do Fogo de Botelho & Ventura (1990)..................7
Tabela 04. Limites das Intensidades para Danos em Povoamento de Eucalipto............................................7
Tabela 05. Áreas e Percentual de Ocupação dos Biomas no Brasil..............................................................8
Tabela 06. Principais Essências Florestais plantadas em Escala Comercial no Brasil................................12
Tabela 07. Principais Causas de Incêndios no Brasil.................................................................................30
Tabela 08. Etapas do Combate à um Incêndio Florestal.............................................................................31
v
1. INTRODUÇÃO 
Este manual foi elaborado com intuito de 
instruir os participantes do curso de Prevenção e 
Combate à Incêndios Florestais sobre a importância 
de dominar as técnicas contra incêndios e de se 
prevenir contra estes na silvicultura e manejo 
florestal, evitando, ou mesmo, amenizando 
prejuízos econômicos e ambientais ocasionados 
pelo fogo. A apostila aborda os assuntos: teoria 
básica do fogo; comportamento nos diferentes tipos 
de vegetação; manejo correto de queimas; técnicas 
métodos de prevenção e combate a incêndios 
florestais. 
2. IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO 
E COMBATE AOS INCÊNDIOS NA 
VEGETAÇÃO
O fogo tem fascinado a humanidade durante 
milhares de anos e a partir do seu domínio, 
presumivelmente foi o primeiro grande passo do 
homem para a conquista de ambientes inóspitos. Ao 
seu redor e graças ao seu calor, tem vivido centenas 
de gerações. 
Com esta conquista, o homem aprendeu a 
utilizar a força do fogo em seu proveito, extraindo a 
energia dos materiais da natureza ou moldando os 
recursos em seu benefício. Devido aquecido pelo calor 
das chamas, o homem pode suportar as noites frias e 
habitar zonas temperadas e até árticas, assim como a 
luz das chamas na noite permitiu a exploração 
noturna. Além disso, o fogo afasta os outros animais 
selvagens, cozinha alimentos que crus seriam 
impossíveis de digerir, permitiu a confecção de 
ferramentas, armas metálicas, entre outros.
Entre muitos fatores, o fogo foi um dos 
maiores responsáveis pelo grau de desenvolvimento 
que a humanidade atingiu. Por outro lado, é um 
elemento de difícil controle, portanto o homem não 
tem total domínio sobre seu poder destrutivo. 
Este elemento é comumente utilizado no 
manejo agrícola, florestal e de pastagens por ser 
viável economicamente e a prática já estar inserida 
culturalmente nas diversas civilizações. Entretanto é 
irrefutável, que, quando a queima for mal conduzida 
provoca desastres ambientais e danos materiais 
imensuráveis, sendo a melhor forma de atenuá-la a 
geração de conhecimento tecnológico.
A vegetação tem sido alvo de danossignificativos em termos de redução de biodiversidade, 
danos ambientais, climáticos e econômicos. Além da 
destruição da floresta (habitat e ecossistema) os 
incêndios podem ser responsáveis por: morte e 
ferimentos nas populações humanas e animais 
(queimaduras, inalação de partículas e gases); 
destruição de bens (casas, armazéns, postes de 
eletricidade e comunicações, destruição de culturas 
agropastoris, etc.); corte de vias de comunicação; 
alterações, por vezes de forma irreversível, do 
equilíbrio do meio natural; proliferação e 
disseminação de pragas e doenças, quando o material 
ardido não é tratado convenientemente e/ou quando o 
equilíbrio do ecossistema é afetado.
A prevenção e combate a incêndios florestais 
são ações dentro da silvicultura que visam proteger a 
floresta contra o agente destruidor que é o fogo, e 
assim como outras medidas de proteção florestal, 
como de prevenção e combate de certas pragas e 
doenças fazem parte do programa de manejo florestal. 
Para minimização dos prejuízos causados pelo 
fogo em florestas, é necessário que o silvicultor inclua 
nos programas de silvicultura e manejo, medidas de 
prevenção, assim como ter-se domínio das técnicas, 
possuir equipamentos adequados para combate e 
pessoal treinado a fim de suprimir o mais rápido 
possível o incêndio e diminuir os danos ocasionados 
pelo fogo.
3. CONCEITOS 
 Bioma: grande ecossistema uniforme e 
estável com fauna, flora e clima próprios, 
adaptados a diferentes regiões do planeta. Ex.: 
florestas temperadas, florestas tropicais, campos, 
desertos, cerrado. (Dicionário Ambiental Básico, 
2008)
Incêndio florestal: é todo fogo sem controle 
que incide sobre qualquer forma de vegetação, 
podendo ter sido provocado pelo homem 
(intencional ou negligência) ou por fonte natural 
(raio).
Queima controlada: é o fogo decorrente de 
prática agropastoril ou florestal, onde é utilizado de 
forma controlada, atuando como um fator de 
produção.
Silvicultura: é a ciência que trata do cultivo 
de árvores, referindo-se às práticas relativas à 
produção de mudas, plantio, manejo, exploração e 
regeneração dos povoamentos. (DANIEL, 2008)
Manejo florestal: é a administração da 
floresta para obtenção de benefícios econômicos e 
sociais, respeitando-se os mecanismos de 
sustentação do ecossistema. (IBAMA). 
Desenvolvimento e aplicação de técnicas de análise 
quantitativa nas decisões acerca da composição, 
estrutura e localização de uma floresta, de tal 
maneira que sejam produzidos os produtos, serviços 
e/ou benefícios, diretos ou indiretos, na quantidade 
e na qualidade requeridos por uma organização 
florestal, ou por toda uma sociedade ...” (ARCE, 
2002)
Combustível florestal: material vegetal 
suscetível a arder em chamas.
1
Serrapilheira: constitui-se da matéria 
orgânica vegetal ou animal que é depositada sobre o 
solo, sob diferentes estágios de decomposição, 
representando assim uma forma de entrada e 
posterior incremento da matéria orgânica no solo 
(BARBOSA, 2006).
Áreas periféricas ou ecótonos: são áreas de 
transição entre os biomas.
Edáfico: relacionados ao solo.
Piscicultura: é um dos ramos da aqüicultura, 
que se preocupa com o cultivo de peixes, bem como 
de outros organismos aquáticos que vem crescendo 
rapidamente nos últimos anos, transformando-se 
numa indústria que movimenta milhões de dólares 
em diversos países.
Caducifólia ou decídua: planta que perde as 
folhas em épocas desfavoráveis (frio, seca, etc).
Endêmica: espécie ou fator encontrado 
apenas numa certa região. Ex.: doença, animal, 
planta.
Encosta: declive de montanha por onde 
correm as águas das chuvas. Este local está mais 
sujeito à erosão.
Fauna: conjunto das animais de uma região.
Flora: conjunto das plantas de uma região.
Floresta: ecossistema no qual as árvores 
ocupam um lugar predominante. Especificamente é 
uma área com mais de 0,5 ha e cobertura arbórea 
(copas) superior a 10%. As árvores no estado 
adulto podem atingir uma altura mínima de cinco 
metros. Inclui povoamentos jovens naturais e todas 
as plantações estabelecidas com objetivos florestais 
que não tenham atingido a densidade de copas de 
10% ou altura de árvores de cinco metros. Inclui 
também zonas integradas na área florestal que 
estejam temporariamente desarborizadas como 
resultado da intervenção humana ou causas 
naturais, mas para as quais é expectável a 
reconstituição da cobertura (exemplo: áreas 
recentementes submetidas a corte final ou 
percorridas por incêndios). Inclui ainda clareiras e 
infra-estrutura florestais. Exclui-se terras de uso 
predominantemente agrícola. (APOSTILA CORPO 
DE BOMBEIROS – PARANÁ, 2005)
Plantio florestal: floresta implantada por 
meio antrópico (artificial).
Rede viária florestal: é a malha de acessos 
construídos para o trânsito de pessoal, materiais e 
equipamentos (plantio/manutenção/colheita) e 
transporte de madeira, podendo ser divisão de 
talhões e proteção, como aceiros e acesso à equipes 
de combate a incêndio. (FLORIANO, 2006).
4. TEORIA BÁSICA DO FOGO 
4.1. TRIÂNGULO DO FOGO
Para compreendermos o comportamento, 
efeitos e manejo do fogo, devemos a princípio ter 
conhecimento do que é o fogo. 
O fogo é uma reação química e é considerado 
um fenômeno que ocorre quando se aplica calor a 
uma substância combustível em presença do ar, 
elevando sua temperatura até que ocorra a 
libertação de gases, cuja combinação com o 
oxigênio do ar proporciona a energia necessária 
para que o processo continue. Para que a reação 
aconteça, são necessárias a combinação entre três 
elemento: o oxigênio, combustível e energia de 
ignição. Fogo ou processo de combustão é, portanto 
uma reação que é provocada por uma determinada 
energia de ativação. Esta reação é sempre do tipo 
exotérmico, ou seja, libera calor. Este fenômeno é 
uma reação de oxidação muito rápida, 
assemelhando-se à formação de ferrugem em um 
pedaço de ferro ou a decomposição de madeira, 
apenas muito rápida. O fogo pode ser considerado 
um veloz agente de decomposição. 
Figura 01. Triângulo do Fogo
 Fonte: Corpo de Bombeiros/PR (UOV, 2004).
A combustão não é mais do que uma reação 
inversa da fotossíntese:
Quando uma substância combustível é 
submetida pela ação do calor, as suas moléculas 
movem-se mais rapidamente. Com o aumento do 
calor, poderá haver libertação de gases, que ao se 
inflamarem, formarão chamas, dando início à 
combustão.
Uma vez iniciada a combustão os gases nela 
envolvidos reagem em cadeia, alimentando a 
combustão, dada a transmissão de calor de umas 
partículas para outras no combustível; mas, se a 
cadeia for interrompida, não poderá continuar o 
fogo.
2
CalorOHCOIgniçãodeEnergiaOOHCCombustão ++→++⇒ 2225106 )(
2510622 )( OOHCSolarEnergiaOHCOseFotossínte +→++⇒
4.2. COMBUSTÍVEIS 4.2.1. Tipos de Combustíveis 
O combustível é qualquer material orgânico, 
vivo ou morto, no solo sobre o solo ou acima deste, 
capaz de entrar em ignição e queimar. Tanto o 
material vegetal morto como o vivo pode ser 
considerado como combustível florestal. Em uma 
floresta existem infinitas combinações de 
quantidade, tipo, tamanho, forma, posição, e 
arranjo de material combustível (SOARES e 
BATISTA, 2007).
Os materiais combustíveis podem, de acordo 
com suas dimensões e grau de inflamabilidade, ser 
classificados em combustíveis perigosos, semi-
perigosos ou de combustão lenta e combustíveis 
verdes. 
Combustíveis perigosos
Sãorepresentados por materiais que, em 
condições naturais, apresentam fácil e rápida 
combustão. Nesta categoria incluem-se cascas, 
ramos, galhos finos, folhas, pastos, musgos, 
líquens, etc, quando secos. São materiais que 
propiciam o início do fogo, e dependendo da 
magnitude e abundância, com uma combustão 
rápida, produzindo grandes chamas e muito calor, 
podem fazer com que os combustíveis semi-
perigosos e verdes sequem, tornando-se perigosos.
Combustíveis semi-perigosos ou de combustão 
lenta 
Incluem o húmus, geralmente úmido, os 
ramos semi-secos, troncos caídos, etc. Referem-se 
aos materiais lenhosos que em razão de sua 
estrutura, disposição, teor de água, não são capazes 
de queimar rapidamente. Levando em conta que o 
início do fogo nestes materiais seja mais difícil que 
nos materiais perigosos, estes são importantes no 
avanço do fogo lento e para conservar latente a 
combustão, incidindo na propagação do fogo, uma 
vez que estes materiais, como, por exemplo, um 
tronco, poderá ficar por muitos dias queimando.
Combustíveis verdes
Referem-se à vegetação integrada por 
árvores, arbustos, ervas, etc., em estado vivo. 
Considerando que estes materiais verdes contém um 
grande teor de água, pode-se considerar que os 
mesmos são não inflamáveis, porém isso não 
impede que possam entrar em combustão, após um 
processo de perda de umidade, o qual poderá 
ocorrer enquanto o fogo queima o material perigoso 
e libera calor para aquecer e secar o mesmo.
4.2.2. Poder Calorífico do Combustível Florestal
Conforme SOARES e BATISTA (2007) a 
energia que mantém a reação da combustão é o 
poder calorífico ou calor de combustão do material 
combustível, que pode ser medido com bastante 
precisão através de calorímetros. A quantidade de 
energia calorífica liberada pela queima de 
combustíveis florestais é alta e não varia de 
maneira significativa entre os diferentes tipos de 
materiais existentes numa floresta. O poder 
calorífico varia ligeiramente entre espécies 
florestais, sendo um pouco maior nas coníferas do 
que nas folhosas, devido ao maior conteúdo de 
lignina e resina nas coníferas. Assim como a parte 
da árvore, tipo de combustível apresenta variação 
de poder calorífico. A tabela 01, mostra o poder 
calorífico da madeira e da casca de algumas 
essências florestais. 
Tabela 01. Poder calorífico da Madeira e da 
Casca de Espécies florestais a 12% 
de Umidade
Fonte: Departamento de Tecnologia da Madeira da UFPR. (SOARES e 
BATISTA, 2007)
Os dados acima, representam os valores 
médios máximos possíveis, pois foram obtidos da 
queima completa do material. Em condições 
naturais, não ocorre a queima completa do material 
combustível, portanto sendo menor do que os 
valores apresentados.
4.3. FASES DA COMBUSTÃO
O processo de combustão é dividido em três 
fases conforme a evolução da queima
4.3.1. Fase 1 - Pré-aquecimento
 Nesta primeira etapa o material é seco, 
aquecido e parcialmente destilado, porém ainda não 
existem chamas. O calor elimina a umidade 
existente no material e continua aquecendo o 
combustível até a temperatura de ignição, 
aproximadamente entre 260 e 400°C para a maioria 
do material florestal. A temperatura de ignição será 
alcançada rápida ou lentamente, dependendo do tipo 
de combustível, seu conteúdo de umidade e seu 
estágio de maturação (se está verde ou em 
dormência, no caso de vegetação viva). Os 
componentes voláteis se movem para a superfície 
do combustível e são expelidos para o ar 
circundante. Inicialmente esses voláteis contêm 
grandes quantidades de vapor d’água e alguns 
compostos orgânicos não combustíveis. Nos 
3
combustíveis florestais, quando a temperatura 
aumenta, a hemicelulose, seguida da celulose e da 
lignina, começam a se decompor e liberam um 
fluxo de produtos orgânicos combustíveis 
(pirolisados). Pelo fato de estarem aquecidos, esses 
elevam-se misturando-se com o oxigênio do ar e 
incendeiam-se produzindo a segunda fase.
4.3.2. Fase 2 - Destilação ou Combustão Gasosa
Os gases destilados da madeira incendeiam-
se e entram em combustão, produzindo chamas e 
altas temperaturas que podem atingir 1250°C ou 
um pouco mais. Nesse estágio do processo de 
combustão os gases estão queimando, mas o 
combustível propriamente dito, ainda não está 
incandescente. Olhando-se atentamente para um 
pedaço de madeira que está queimando, por 
exemplo, um fósforo aceso, observa-se que as 
chamas não estão ligadas diretamente à superfície 
da madeira, mas separadas dela por uma fina 
camada de vapor ou gás. Isto ocorre porque 
combustíveis sólidos não queimam diretamente, 
necessitando primeiro serem decompostos ou 
pirolisados, pela ação do calor, em vários gases, 
uns inflamáveis e outros não. Os gases inflamáveis 
não possuem suficiente quantidade de oxigênio para 
queimar quando liberados da madeira, precisando 
primeiro se misturar com o ar em redor para formar 
uma mistura inflamável. Se a pirólise é lenta, pouco 
gás é destilado, e as chamas são curtas e 
intermitentes. Mas quando grandes quantidades de 
combustível estão queimando rapidamente, como 
em um incêndio florestal, o volume de gases é 
grande e alguns deles necessitam se expandir, 
afastando-se a consideráveis distâncias do 
combustível antes que a mistura se torne 
inflamável. Nesse caso, longas e compactas chamas 
são formadas. 
4.3.3. Fase 3 – Incandescência ou Consumo de 
Carvão
O combustível é consumido, havendo 
formação de cinzas. O calor é intenso, porém 
praticamente não existe chama nem fumaça. Nessa 
fase o combustível (carvão) é consumido, restando 
apenas cinzas. A quantidade de calor liberada nessa 
fase depende do tipo de combustível, mas de um 
modo geral, pode-se dizer que 30 a 40% do calor de 
combustão da madeira está no seu conteúdo de 
carbono. A composição do carvão residual que é 
liberado após a fase de destilação varia de acordo 
com a temperatura em que ocorreu a destilação dos 
hidrocarbonos. Se ela ocorreu no limite inferior de 
temperatura, 260 a 300°C, o carvão retém 
considerável quantidade de alcatrão e o conteúdo de 
carbono pode ser apenas 60%. Mas a temperaturas 
normais de um incêndio florestal, 800°C ou mais, a 
porcentagem de carbono chega a 96%.
Figura 02. As Três Fases da Combustão
 Fase 1:
 Fase 2:
 Fase 3:
 
Fonte: Apostila de Proteção Florestal –UFMS/RS (2005)
4.4. FORMAS DE TRANSMISSÃO DE 
CALOR
Existem cinco possíveis formas de 
transmissão de calor:
4.4.1. Condução
É o mecanismo de troca de calor que produz 
de um ponto a outro por contato direto, através de 
um corpo bom condutor de calor. Ex.: Se 
aquecermos a extremidade de um galho de madeira 
que esteja em contato com outro, passado um 
determinado período o outro galho estará aquecido, 
ou seja o calor foi transmitido de molécula para 
molécula.
4.4.2. Convecção
É a transmissão de calor pelo ar em 
movimento. Estas correntes de circulação do ar 
produzem-se devido à diferença de temperatura que 
existe nos diversos níveis de um incêndio, significa 
que o ar quente possui menor densidade e por isso 
estará nos níveis mais altos e o ar frio sendo mais 
denso, encontrar-se-á a níveis mais baixos. A 
expansão de um fogo por convecção, 
provavelmente, tem mais influência do que os 
outros métodos quando tivermos de definir a 
4
posição de ataque a um incêndio. O calor produzido 
num edifíciode grande altura em que arde em um 
pavimento intermediário, se expandirá e se elevará 
aos níveis superiores. Deste modo, o calor 
transmitido pela convecção tenderá, na maioria dos 
casos, na direção vertical, embora o ar possa levar 
em qualquer direção.
4.4.3. Radiação
É o processo de transmissão de calor de um 
corpo a outro através do espaço, realizando-se a 
transmissão por via dos raios de calor. O calor 
irradiado não é absorvido pelo ar, portanto, viajará 
no espaço até encontrar um corpo que por sua vez 
poderá emitir raios de calor. O calor irradiado é 
uma das maiores fontes pela qual o fogo se estende 
e deverá ser prestada atenção na hora do ataque ao 
fogo nos elementos que podem transmitir calor por 
este método. Ex.: O calor do Sol.
4.4.4. Deslocamento de Corpos Inflamados
Forma de transmissão que se dá pela queda 
ou lançamento da matéria que está queimando, 
provocando novos focos de incêndio. Ex.: fagulhas 
levadas pelo vento, queda de árvores, animais que 
fogem com o pêlo em chamas.
4.4.5. Corrente e/ou Descargas Elétricas
É o caso dos incêndios provocados por curto 
circuito nas instalações elétricas ou descargas 
elétrico naturais (raios).
4.5. RELAÇÃO DAS VARIÁVEIS 
METEREOLÓGICAS COM OCORRÊNCIAS 
DE INCÊNDIOS
As medições e análises de variáveis 
meteorológicas são importantes ferramentas de 
previsão de incêndios em vegetação, permitindo ao 
manejador identificar períodos durante o ano de 
maior probabilidade de ocorrência de incêndios 
florestais, devido às condições meteorológicas. Com 
as informações, se ganha tempo para providenciar 
medidas técnicas e administrativas, em busca de 
minimizar danos.
As principais variáveis meteorológicas 
relacionadas com ocorrência de incêndios na 
vegetação são: Precipitação, Umidade do Ar, 
temperatura do ar e velocidade do vento.
4.5.1. Precipitação 
Durante o ano, podemos observar que alguns 
meses tem menores quantidades de chuvas, o que 
caracteriza, a época de seca na região No período 
de menor ocorrência de chuvas o ar torna-se mais 
seco, ou seja, com menor quantidade de vapor de 
água, consequentemente, é a fase mais propícia à 
ocorrência de incêndios. Portanto, as atenções 
devem ser redobradas nestas épocas. 
4.5.2. Umidade do Ar
A umidade dos combustíveis mortos (ramos 
secos, árvores e arbustos mortos) está diretamente 
relacionada à umidade atmosférica. Quanto menor 
a umidade do material vegetal, maior é a facilidade 
deste entrar em combustão.
A quantidade de vapor de água contida num 
certo volume de ar em relação ao mesmo volume de 
ar saturado é chamada de umidade relativa do ar. 
Quanto menor a umidade relativa do ar, mais seco é 
o ar e maior é grau de risco de incêndio na 
vegetação.
4.5.3. Temperatura do Ar
A temperatura do ar está também relacionada 
à sua umidade relativa. Temperaturas elevadas 
tornam os combustíveis mais secos e suscetíveis de 
entrar em combustão.
4.5.4. Velocidade do Vento
O vento é o responsável pela oxigenação da 
combustão e, consequentemente, intensifica a 
queima. É também o responsável pelo arrastamento 
de fagulhas que poderão provocar focos de incêndio 
a distâncias consideráveis e pela inclinação das 
chamas sobre outros combustíveis. Ou seja, o vento 
aumenta a velocidade de propagação porque 
fornece oxigênio para a combustão, transporta o ar 
aquecido, resseca os combustíveis e dispersa 
partículas em ignição.
4.5.5. Índices de Perigo de Incêndios 
As variáveis meteorológicas estão 
estreitamente relacionadas com o risco de incêndios, 
tanto que foram desenvolvidos métodos para 
determinar o grau de índice de risco ou de perigo 
em função das condições meteorológicas de um 
determinado dia e local. No Brasil, em 1972 o 
professor Ronaldo Viana Soares, desenvolveu a 
fórmula de Monte Alegre ajustadas às condições 
locais.
Fórmula de Monte Alegre
 
Onde: 
FMA = Fórmula de Monte Alegre
Hi = umidade relativa do ar (%), medida às 13 
horas
n = número de dias sem chuva
Dependo da quantidade de chuva do dia, 
devem ser feitas algumas alteração no valor de 
FMA.
5
)/100(
1
iHFMA
n
i
∑
=
=
Tabela 02. Condições para Alteração no 
Cálculo de FMA.
Fonte: Soares &¨Batista (2007).
Fórmula de Monte Alegre Alterada 
Desenvolvido através de dados da região 
central do Estado do Paraná, pelo pesquisador José 
Renato Soares Nunes em 2005, este índice, também 
acumulativo, tem como variáveis a umidade relativa 
do ar, e o vento medidos às 13 horas. A sua 
equação básica é a seguinte:
Onde:
FMA + = Fórmula de Monte Alegre
Hi = umidade relativa do ar (%), medida às 13 
horas
n = número de dias sem chuva maior ou igual a 13 
mm
v = velocidade do vento em m/s, medida às 13 
horas
e = 2,718282 - base dos logarítmos naturais
Geralmente os gráficos de riscos de incêndios 
ficam expostos em locais de grande tráfego, para 
alertar trabalhadores florestais e pessoas da 
comunidade, sobre o risco atual de incêndio nas 
imediações. 
Figura 03. Índice de Incêndios pela Fórmula de 
Monte Alegre (SOARES & PAEZ)
 Fonte :Ciências @ Tic (2010).
Ou ainda, pode ser construído um mapa com 
os grau riscos de incêndios de vários pontos dentro 
de uma área (Figura 04).
Figura 04. Mapa de Risco de Incêndios da Vila 
Mortágua- Portugal
 Fonte: Fileira Florestal (1997).
4.6 . COMPORTAMENTO DO FOGO NA 
VEGETAÇÃO
O comportamento do fogo num incêndio é 
determinado conforme a combinação de 
quantidades e qualidade de elementos (condições de 
clima, relevo, vegetação e forma de ignição). 
Portanto, os incêndios são processos muito 
variáveis e distintos entre si, ou seja, nenhum 
incêndio é igual ao outro.
As variáveis que são usadas para determinar 
o comportamento do fogo são: taxa de propagação 
ou velocidade do fogo; intensidade do fogo; energia 
liberada, tempo de residência; temperaturas 
atingidas nas zonas de combustão e altura de 
crestamento letal.
4.6.1. Taxa de Propagação
É a medida linear ou da área em que o fogo 
atinge ou consome uma área de vegetação em 
função do tempo, o que determina a velocidade de 
propagação de um incêndio florestal. 
Com medidas pré-estabelecidas no terreno e 
a contagem do tempo em que o fogo ultrapassa 
cada marco no terreno, podemos determinar a 
velocidade em m/s ou km/h, pelo método direto.
Alguns pesquisadores desenvolveram 
métodos indiretos, por meio de equações que 
estimam a taxa de propagação para um 
determinado tipo específico de vegetação em função 
de outras variáveis como velocidade do vento, 
altura da vegetação, umidade inicial do 
combustível, umidade relativa do ar, etc.
A velocidade e direção do vento são fatores 
com elevada influencia na velocidade de 
propagação do fogo sobre uma área.
6
∑
=
+
=
n
i
v
i eHFMA
1
04,0)/100(
Tabela 03. Classificação da Velocidade de 
Propagação do Fogo de Botelho & 
Ventura (1990)
Fonte: Soares e Batista (2007).
4.6.2. Intensidade do Fogo 
É a quantidade de calor energia ou calor liberado 
durante um período de tempo em uma área. É 
considerado um importante parâmetro para avaliar 
o comportamento do fogo. A intensidade é 
numericamente, segundo BYRAM (1959), igual ao 
produto da quantidade de combustível disponível 
pelo seu calor de combustão e pela velocidade de 
propagação do fogo, como mostra a equação.
Fórmula de Byram:
Onde: 
I = Intensidade de do fogo em kcal/m/s.
H = Poder calorífico em kcal/kg (± 4000 Kcal/ kg)
w = Peso do material combustível (kg/m²)
r = taxa de propagação do incêndio (m/s)
A estimativada intensidade do fogo pode 
também ser estimada em função da comprimento 
médio das chamas por meio da seguinte equação:
Onde: 
I = intensidade do fogo em kcal/m.s.
hc = comprimento das chamas em m
Em queimas controladas é essencial 
sabermos a intensidade limite para evitar danos aos 
plantios. A intensidade máxima do fogo para um 
povoamento de Eucalyptus spp., fica em torno de 
83 kcal/m/s. Em Pinus spp, o limite é 
aproximadamente de 132 kcal/m/s, sendo mais 
resistentes comparados ao eucalipto. devido à 
espessura da casca. Tabela 05 - Limites das 
intensidades para danos em povoamento de 
eucalipto.
 
Tabela 04. Limites das Intensidades para Danos 
em Povoamento de Eucalipto
Fonte: Soares e Batista (2007)
4.6.3. Altura de Crestamento Letal
Apesar de partes da vegetação não serem 
atingidas totalmente e diretamente pelo fogo, a 
temperatura do ar, forma de condução de calor 
(convecção), a intensidade do fogo e a velocidade 
do vento podem causar aquecimento do ar superior 
e provocar a ocorrência de morte de algumas partes 
dos vegetais (folhas e galhos).
A variável é importante para determinar os 
danos à vegetação e para a queima controlada.
A medida do crestamento é feita por método 
indireto, por estimativa. Foram desenvolvidas 
equações baseadas em valores de intensidade do 
fogo , temperatura do ar e velocidade do vento.
Ou, pela fórmula adaptada a temperatura do ar e 
velocidade do vento
Onde:
hs = altura de crestamento letal em metros;
I = intensidade do fogo em kcal/m.s;
V = velocidade do vento em m/s;
T = temperatura do ar em °C;
4.6.4. Tempo de Residência
O tempo de residência, ou o intervalo de 
tempo em que a frente de fogo permanece num 
determinado ponto, é também um importante 
componente do comportamento do fogo. Essa 
importância se deve ao fato de que os danos 
causados à vegetação dependem não apenas da 
7
rwHI **=
17,2.08,62 chI =
3/2*385,0 Ihc =
)60()*107,0(
*94,3
2/13
6/7
TVI
Ihs
−+
=
temperatura do fogo, mas também do tempo de 
exposição da vegetação a essa temperatura.
O tempo de residência pode ser calculado 
através da velocidade de propagação do fogo e a 
profundidade (ou largura) da chama. Profundidade 
da chama é a distância horizontal entre as duas 
extremidades da chama. A relação é a seguinte:
Onde: 
tr = tempo de residência em segundos;
P = profundidade da chama em metros;
r = velocidade de propagação do fogo em m/s.
4.6.5. Temperatura Letal
Chama-se de temperatura letal para os 
tecidos das árvores aquela que provoca a sua morte. 
Ela é inversamente proporcional ao tempo de 
exposição àquela temperatura. Por outro lado, a 
quantidade de calor que chega ao câmbio é 
inversamente proporcional à espessura da casca e 
diretamente proporcional ao conteúdo de umidade 
da casca. De um modo geral, sabe-se que 
temperaturas de 60ºC provocam a morte do câmbio 
em dois a quatro minutos; a 65°C, a morte se dá em 
menos de dois minutos.
Nelson, observando pinus, nos Estados 
Unidos, constatou a morte das acículas em seis 
minutos, com temperatura de 54°C; em 30 
segundos a 60ºC; e instantaneamente, a 64ºC.
A temperatura letal pode ser estimada pela 
seguinte expressão:
Onde: 
T = temperatura letal (ºC)
a e b = constantes
ln = logarítimo natural
t = tempo de exposição (min)
5. INCÊNDIOS FLORESTAIS
5.1. BIOMAS BRASILEIROS
Figura 05. Localização e Distribuição dos 
Biomas do Brasil
Fonte: IBGE
Tabela 05. Áreas e Percentual de Ocupação dos 
Biomas no Brasil.
Fonte: IBGE
Segundo o IBGE, o Brasil é formado por 
cinco biomas principais, sendo eles: Amazônia, 
Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, 
Pampa e Áreas Costeiras. A distinção entre um 
bioma e outro é estabelecido conforme 
particularidades de sua formação, tais como tipo de 
vegetação, topografia e clima característico que 
permite a delimitação de áreas para cada bioma.
5.1.1. Bioma Amazônico 
Figura 06. Paisagem do Bioma Amazônico
 Fontes: SIPAM (2008).
O bioma Amazônia caracteriza-se pela 
alternância entre áreas florestais com vegetação 
arbórea contínua de grande porte, com dossel 
florestal alto e fechado e áreas de floresta 
inundadas pelo pelos rios da bacia Amazônica - 
floresta de várzeas (alagada por um certo período 
do ano) e floresta de igapó (alagadas 
permanentemente). Devido a sua magnitude e 
biodiversidade, é possível encontrar parte de outros 
biomas dentro da área amazônica, tais como 
cerrado, campos e floresta semi-decidual, além das 
regiões de transição com outros biomas.
O clima da região é peculiar por apresentar o 
período da estação chuvosa e a estação seca, sendo 
constantemente quente e úmido.
A Amazônia compreende em área os Estados 
do Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, Amapá, 
Tocantins, e parte do Maranhão e Mato Grosso, 
além de estender-se a outros oito países da América 
Latina.
8
r
ptr =
)ln(* tbaT −=
 
Os incêndios florestais tropicais representam 
um dos principais elementos de degradação do 
bioma Amazônia, e têm sido cada vez mais 
frequentes e abrangentes na região devido a 
fragmentação da paisagem pela agricultura e 
pecuária e a intensidade da extração madeireira. 
Na Amazônia, de acordo com o Instituto de 
Pesquisas Ambientais da Amazônia – IPAM 
(2003), a pecuária e a agricultura de corte e queima 
são dependentes do fogo como instrumento de 
manejo. No entanto, este mesmo fogo 
frequentemente foge do controle e atinge áreas não 
destinadas à queima.
Segundo Hansing (2007), uma floresta como 
a amazônica, fechada aos raios do sol, em princípio 
não é afetada por fogo. Primeiro, porque abaixo do 
teto de sua vegetação a temperatura ambiente é 3 a 
4ºC menor que a temperatura ambiente a céu 
aberto; segundo, porque devido a alta umidade 
existente na vegetação, o fogo não tem como 
progredir. A remoção da densa centenária e alta 
camada vegetal com auxílio do fogo, uma operação 
rotineira, ateado na borda da floresta durante a 
época seca, como é costume, causará migração de 
nutrientes da vegetação preexistente para a terra. 
Mas eles não permanecerão lá, sendo levados pelo 
vento e água da chuva que fatalmente se seguirão 
ao incêndio, até porque o incêndio propiciará a 
formação de compostos orgânicos hidrófobos que, 
entrando no terreno, causarão uma repelência do 
terreno à água. Mesmo assim, alguma quantidade 
de nutrientes permanecerá no lugar, mas não tanta 
quanto o cálculo de conversão direta determinaria 
se todos os nutrientes permanecessem no local. 
Também, a remoção de alta vegetação para 
abertura de estradas de comunicação para 
transporte das grandes árvores removidas, permitirá 
a penetração de raios solares, causando a 
desumidificação do solo aumentando, 
progressivamente, as áreas devastadas. 
O fogo na floresta explorada causa a perda 
de madeiras de valor que poderiam ser aproveitadas 
em colheitas futuras. Pesquisas realizadas pelo 
IMAZON (Instituto do Homem e Meio Ambiente 
da Amazônia) constataram que incêndios na 
floresta explorada, geralmente, provocam a morte 
de 45% das árvores remanescentes com DAP 
(Diâmetro a Altura do Peito) maior que 10 cm 
durante um período de um ano e meio após o fogo.
Além disso, incêndios na mata podem 
destruir as mudas de espécies comerciais 
(regeneradas naturalmente ou plantadas) e, assim, 
afetar a capacidade produtiva da floresta. Após o 
fogo, a regeneração predominante é formada por 
árvores pioneirassem valor econômico, por 
exemplo, a embaúba (Cecropia sp.) e o lacre 
(Vismia sp.) (OMF, 2010).
5.1.2. Bioma Cerrado 
Figura 07. Paisagem do Bioma do Cerrado
 Fonte: Ministério Público do estado de Goiás (2009).
A área do Cerrado está presente 
principalmente na região central brasileira, nos 
Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato 
Grosso do Sul, parte de Minas Gerais, Bahia e 
Distrito Federal, abrangendo 196.776.853 ha. Há 
outras áreas de Cerrado, chamadas periféricas ou 
ecótonos, que são transições com os biomas 
Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga.
Sob o ponto de vista fisionômico temos: o 
cerradão, o cerrado típico, o campo cerrado, o 
campo sujo de cerrado, e o campo limpo que 
apresentam altura e biomassa vegetal em ordem 
decrescente. O cerradão é a única formação 
florestal.
O Cerrado típico é constituído por árvores 
relativamente baixas (até vinte metros), esparsas, 
disseminadas em meio a arbustos, subarbustos e 
uma vegetação baixa constituída, em geral, por 
gramíneas. Assim, o Cerrado contém basicamente 
dois estratos: um superior, formado por árvores e 
arbustos dotados de raízes profundas, situado entre 
15 a 20 metros; e um inferior, composto por um 
tapete de gramíneas de aspecto rasteiro, com raízes 
pouco profundas, Na época seca, este tapete 
rasteiro parece palha, favorecendo, sobremaneira, a 
propagação de incêndios.
A morfologia da vegetação típica de Cerrado 
é de árvores com troncos tortuosos, de baixo porte, 
ramos retorcidos, cascas espessas e folhas grossas. 
Os estudos efetuados consideram que a vegetação 
nativa do Cerrado apresenta, devido a fatores 
edáficos (de solo), como o desequilíbrio no teor de 
micronutrientes e a não-ocorrência de falta de água, 
em média 1500 mm anual de precipitação e ainda 
ali se encontra uma grande e densa rede hídrica 
(IBAMA, 2010)
O bioma Cerrado é muito susceptível ao 
fogo, devido está geralmente distribuído em regiões 
de clima seco e quente, de estações bem definidas 
entre seca e chuvosa. O acúmulo anual de biomassa 
seca, de palha, acaba criando condições tão 
favoráveis à queima que qualquer descuido com o 
9
uso do fogo, ou a queda de raios no início da 
estação chuvosa, acabam por produzir incêndios 
(COUTINHO, 2010).
Do ponto de vista ecológico, o fogo sempre 
fez parte da natureza do cerrado e portanto é um 
ambiente adaptado a esta condição, devido as 
características de sua vegetação como maior 
espessura das cascas das árvores, tortuosidade do 
tronco e profundidade das raízes, e ainda a 
capacidade de sementes e brotos germinarem logo 
após o queima.
5.1.3. Bioma Caatinga
Figura 08. Paisagem do Bioma Caatinga
 
Fonte: Caatinga do Piauí (2006).
Segundo Castro e Costa (2006) o bioma 
da Caatinga cobre aproximadamente 10% do 
território nacional e é um ecossistema 
exclusivamente brasileiro. Formada por diversas 
composições florísticas adaptadas ao clima semi-
árido. 
Está presente na região do semi-árido 
nordestino e nas regiões extremo norte de Minas 
Gerais e Sul dos Estados do Maranhão e Piauí. 
Logo, é típica de regiões com baixo índice de 
chuvas (presença de solo seco).
A Caatinga é um tipo de formação vegetal 
com características bem definidas: árvores baixas e 
arbustos que, em geral, perdem as folhas na estação 
das secas (espécies caducifólias), além de muitas 
cactáceas. Apresenta três estratos: arbóreo (oito a 
12 metros), arbustivo (dois a cinco metros) e o 
herbáceo (abaixo de dois metros). 
Contraditoriamente, a flora dos sertões é 
constituída por espécies com longa história de 
adaptação ao calor e à seca. O aspecto geral da 
vegetação, na seca, é de uma mata espinhosa e 
agreste. Algumas poucas espécies da Caatinga não 
perdem as folhas na época da seca. Entre essas 
destaca-se o juazeiro, uma das plantas mais típicas 
desse ecossistema.
Ao caírem as primeiras chuvas no fim do 
ano, a Caatinga perde seu aspecto rude e torna-se 
rapidamente verde e florida. Além de cactáceas, 
como Cereus (mandacaru e facheiro) e Pilocereu 
(xiquexique), a Caatinga também apresenta muitas 
leguminosas (mimosa, acácia, emburana, etc.).
Algumas das espécies mais comuns da região 
são a emburana, a aroeira, o umbu, a baraúna, a 
maniçoba, a macambira, o mandacaru e o juazeiro.
No meio de tanta aridez, a Caatinga 
surpreende com suas "ilhas de umidade" e solos 
férteis. São os chamados brejos, que quebram a 
monotonia das condições físicas e geológicas dos 
sertões. Nessas ilhas, é possível produzir quase 
todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos 
(AMBIENTE BRASIL, 2010).
Quanto aos incêndios em áreas de caatinga, 
no período seco, a perda das folhas reduz o material 
combustível e a inflamabilidade da parte lenhosa é 
pequena. No período das chuvas, as plantas 
tornam-se verdes e com grandes quantidades de 
água em seus tecidos, o que diminui a 
susceptibilidade ao fogo. (PORTAL SÃO 
FRANCISCO, 2010)
As maiores dificuldades estão atreladas à 
exploração dos recursos naturais na região ser 
bastante extensa, com a retirada de madeira, 
inclusive em Áreas de Proteção Permanente 
(APPs), e uso indiscriminado do fogo para preparo 
do solo, prática secular a qual existe uma 
dificuldade na erradicação (CASTRO e COSTA, 
2006). 
5.1.4. Bioma Mata Atlântica
A Mata Atlântica (Fig. 09) é o bioma mais 
rico em biodiversidade do planeta. Ao todo, são 
1.300.000 km², ou cerca de 15% do território 
nacional, englobando 17 Estados brasileiros, 
atingindo até o Paraguai e a Argentina. , sendo que 
93% de sua formação original já foi devastado. As 
formações do bioma são as florestas Ombrófila 
Densa, Ombrófila Mista (Floresta com araucária), 
Estacional Semidecidual e Estacional Decidual e os 
ecossistemas associados como manguezais, 
restingas, brejos interioranos, campos de altitude e 
ilhas costeiras e oceânicas. (SOS Mata Atlântica).
Figura 09. Paisagem do Bioma Mata Atlântica
 Fonte: Instituto Onça-Pintada (2010)
10
 
Conforme a descrição de Carvalhal et al., 
(2010), a floresta pode ser dividida em três estratos. 
O estrato superior é chamado de dossel (20-30 m), 
que é composto pelas árvores mais altas, adultas, 
que recebem toda a intensidade da luz solar que 
chega na superfície. As copas destas árvores 
formam uma espécie de mosaico, devido à 
diversidade de espécies. As árvores do interior da 
floresta fazem parte do estrato arbustivo, formado 
por espécies arbóreas que vivem toda a sua vida 
sombreadas pelas árvores do dossel. O estrato 
herbáceo é formado por plantas de pequeno porte 
que vivem próximas ao solo, como é o caso de 
arbustos, ervas, gramíneas, musgos, selaginelas e 
plantas jovens que irão compor os outros extratos 
quando atingirem a fase adulta.
A luminosidade é reduzida no interior da 
mata, por ser filtrada pelo dossel. As plantas dos 
extratos inferiores normalmente possuem folhas 
maiores, para aumentar a superfície de captação de 
luz. A perda de folhas, dirigindo um maior gasto de 
energia para o crescimento do caule e este, sendo 
fino e longo, também parece ser uma estratégia 
para a planta alcançar o dossel e consequentemente, 
mais luz. 
Em regiões de floresta atlântica onde o índice 
pluviométrico é maior, tornando o ambiente muito 
úmido, é favorecida a existência de briófitas 
(musgos) e pteridófitas (samambaias, por exemplo). 
Entretanto, para outras plantas, o excesso de 
umidade pode ser prejudicial e suas folhas, muitas 
vezes,apresentam adaptação para não reterem 
água, sendo inclinadas, pontiagudas, cerificadas e 
sulcadas, facilitando o escoamento da água, 
evitando o acúmulo, que poderia causar 
apodrecimento dos tecidos. 
Assim como o bioma amazônico, a mata 
atlântica não é um ambiente naturalmente adaptado 
ao fogo, devido a sua umidade e clima. Porém, 
devido ao maior contingente populacional e obras 
de infra-estrutura, tais como, redes elétricas e 
rodovias em grande quantidade localizadas nesta 
área, são comuns incêndios florestais de causas 
antrópicas, tanto acidentais como intencionais.
5.1.5. Bioma Pantanal
Figura 10. Paisagens do Bioma Pantanal
 
Fonte: Instituto Onça-Pintada (2010).
5.1.6. Bioma Pampa
O Bioma Pampa ou Campo Sulino 
(IBAMA), são campos naturais que ocorrem no Rio 
Grande do Sul, atingindo o Uruguai e a Argentina.
A vegetação campestre, compostas 
predominantemente por plantas herbáceas, mostra 
uma aparente uniformidade, apresentando nos topos 
mais planos um tapete herbáceo baixo – de 60 cm a 
um metro, ralo e pobre em espécies, que se torna 
mais denso e rico nas encostas. Também ocorrem 
formações campestres e florestais de clima 
temperado, como florestas com araucárias ou 
pinhais (IBAMA, 2009).
É muito comum na região, a utilização desta 
vegetação como suporte alimentar para a produção 
pecuária, devido à diversidade de plantas com alto 
valor forrageiro existentes neste bioma ou pastos de 
gramíneas (TERRA e SALDANHA, 2007)
O fogo não faz parte da ecologia dos 
pampas, porém é tradicionalmente usado como 
ferramenta de manejo de pastos naturais para a 
renovação ou limpeza de área para replantio. 
Segundo estudos, esta prática prejudica as 
características nutricionais de solos de pampas, 
porém favorece a germinação de algumas 
forrageiras e é economicamente viável.
Em campos de gramíneas observa-se que 
quando as queimas são de pequena intensidade, as 
perdas do solo são mínimas (exceto em solos 
arenosos), pois este tipo de formação vegetal tem 
como principal característica um sistema radicular 
bem desenvolvido, que em pequenas queimas é 
pouco afetado (LPF,2010).
Figura 11. Paisagens do Bioma Pampa
 Fonte: Funpar (2008).
5.2. FLORESTAS PLANTADAS
A crescente demanda por madeira de plantios 
homogêneos de rápido crescimento, bem como a 
necessidade de proteção às florestas nativas, 
alavancou o desenvolvimento da base florestal no 
Brasil fundamentada principalmente em florestas 
plantadas. O eucalipto e o pinus, espécies exóticas, 
ou seja, àquelas que não são nativas do Brasil, 
11
 
demonstraram grande versatilidade, adaptando-se 
muito bem às condições brasileiras. Conforme os 
dados da Associação Brasileira de Produtores de 
Florestas Plantadas (ABRAF), o pinus e eucalipto 
correspondem às principais espécies plantadas no 
país (Tab. 07).
Tabela 06. Principais Essências Florestais 
plantadas em Escala Comercial no 
Brasil
Fonte: ABRAF (2009). 
5.2.1. Pinus spp.
As árvores do gênero Pinus são coníferas 
originárias do Hemisfério Norte (Fig. 12). Os 
primeiros plantios foram estabelecidos no Brasil 
durante a época dos incentivos fiscais, a partir dos 
anos 60 nas regiões Sul e Sudeste.
Atualmente, com a introdução de diversas 
espécies, principalmente das regiões tropicais, a 
produção de madeira de pinus tornou-se viável em 
todo o Brasil, constituindo uma importante fonte de 
madeira para usos gerais, englobando a fabricação 
de celulose e papel, lâminas e chapas de diversos 
tipos, madeira serrada para fins estruturais, 
confecção de embalagens, móveis e marcenaria em 
geral (EMBRAPA FLORESTAS, 2003)
Figura 12. Pinus spp.
 
Fonte:Botany Photo of the day (2005).
As coníferas são mais suscetíveis a incêndios 
do que espécies folhosas. A rápida e intensa 
propagação do fogo é devido a presença de 
substâncias (resinas e óleos) de elevada 
inflamabilidade nas acículas e casca, além da 
deposição de material combustível no piso da 
floresta.
O incêndio de copa desenvolve-se 
especialmente em povoamentos de coníferas, 
embora existam também algumas espécies de 
folhosas com folhagem inflamável e por esta razão, 
também sujeitas a incêndios de copas.
Devido à suscetibilidade de povoamentos de 
pinus ao fogo, o manejo dos mesmos é muito 
importante. O material combustível do piso 
florestal deve ser mantido sempre reduzido por 
intermédio de limpezas e queimas controladas, além 
da poda, construção de aceiros e outras obras de 
infra-estrutura para apoiar ações de controle de 
incêndios.
Apesar de serem mais suscetíveis ao 
incêndio, as coníferas são mais resistentes à ação 
do fogo, por apresentarem cascas mais espessas que 
as folhosas (FIRELAB-UFPR, ANO?)
5.2.2. Eucalyptus spp.
O eucalipto é uma folhosa de ocorrência 
natural na Austrália, Indonésia, Nova Guiné e 
Timor (Fig. 13) (VIANA, 2005).
Ele foi introduzido no Brasil com o objetivo 
de suprir as necessidades de lenha, postes e 
dormentes das estradas de ferro na região Sudeste. 
Na década de 50 passou a ser produzido, como 
matéria prima, para o abastecimento das fábricas 
de papel e celulose (EMBRAPA FLORESTAS, 
2003).
Figura 13. Eucalyptus spp.
Fonte: STCP (2006).
O eucalipto tem certa resistência ao fogo 
devido às características do material combustível 
existente no sub-bosque e da própria árvore, onde é 
12
difícil o fogo subir até as copas. Isto não significa 
que as copas não possam queimar, pois um fogo 
intenso poderá secá-las através do calor irradiado e 
num segundo estágio destruí-las por completo.
Segundo Soares (2007), o eucalipto, 
apresenta características de resistência ao fogo, 
uma delas é a folhagem pouco inflamável e o fato 
de grande parte dos incêndios serem superficiais. 
Estes são mais facilmente combatidos em virtude da 
menor velocidade de propagação.
5.3. CAUSAS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
Para efeito de estudos, é muito importante 
saber quem ou o quê causou o incêndio florestal. 
Estas causas são de caráter muito variável, sendo o 
seu conhecimento básico para a elaboração de 
planos de prevenção. Ainda hoje o Brasil não 
possui uma estatística confiável que permita o 
conhecimento das principais causas dos incêndios 
nas diversas regiões do país. É de extrema 
importância, portanto, que os órgãos competentes e 
mesmo as empresas florestais que possuam 
reflorestamentos, mantenham um banco de dados 
das ocorrências e causas dos incêndios florestais, 
para que sejam tomadas medidas concretas de 
proteção através da elaboração de planos de 
prevenção.
Torna-se necessário, para efeitos estatísticos, 
então estabelecer um padrão destas causas, para ser 
usado em todo o país. Schumacher et al. (2005) 
sugerem uma classificação a ser adotada em todo o 
Brasil, por ser completa é a descrita abaixo. 
5.3.1. Raios
São incêndios causados direta ou 
indiretamente, por descargas elétricas. São os 
únicos que não constituem responsabilidade 
humana, sendo, portanto, sua prevenção 
praticamente impossível. Em certas regiões 
(Noroeste dos EUA) esta causa pode atingir grande 
ação destrutiva. No Brasil não são muito comuns 
em virtude das tempestades serem acompanhadas 
de precipitação. Porém já ocorreram, focos iniciais 
de incêndios por raios, focos estes, que foram 
prontamente debelados, pois foram descobertos no 
dia seguinte à tempestade e não haviam se 
propagado ainda, em virtude da umidade do 
material florestal.

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