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Tratamento Nutricional da Desnutrição Infantil Nutrição Materno-infantil 2013 Desnutrição Infantil – causas e consequências • Doença de natureza clínico-social, multifatorial, cujas raízes se encontram na pobreza. • Acomete todos os órgãos da criança, tornando-se crônica e levando a óbito, caso não seja tratada adequadamente. • Pode começar precocemente na vida intra-uterina (baixo peso ao nascer) e freqüentemente cedo na infância, em decorrência do desmame precoce e da alimentação complementar inadequada nos primeiros 2 anos de vida. • Associa-se, muitas vezes, à privação alimentar ao longo da vida e à ocorrência de repetidos episódios de doenças infecciosas (diarreias e doenças respiratórias). • A situação sócio-econômica familiar, o precário conhecimento das mães sobre os cuidados com a criança (alimentação, higiene e saúde de modo geral) e o fraco vínculo mãe e filho também são determinantes desse agravo nutricional. • As políticas públicas de prevenção e controle da DN infantil devem promover o combate à fome e à pobreza, e garantir a inclusão social da população. • No Brasil, a prevalência de crianças menores de 5 anos abaixo do peso (desnutrição aguda) caiu de 7,1% para 1,7% de 1989 a 2006, enquanto a prevalência de desnutrição crônica (déficit de estatura) diminuiu de 19,6% para 6,7% nesse período. Esses resultados foram associados às políticas econômicas e sociais, que levaram à/ao: - expansão da cobertura aos serviços de atenção básica de saúde e saneamento - aumento da escolaridade materna - incremento na renda familiar • Embora esteja em declínio, a prevalência de déficit de estatura em <5 anos no Brasil ainda é elevada nos grupos mais vulneráveis: famílias mais empobrecidas, beneficiárias dos programas de transferência de renda, residentes no Norte do país, e entre crianças indígenas e quilombolas. Diagnóstico • Peso para a idade < escore-z -2 (curvas OMS) • Estatura para a idade < escore-z -2 • Exame Físico: distensão abdominal, edema, palidez, icterícia, temperatura (hipotermia ou febre), evidência de infecção, frequência respiratória, depleção de massa muscular (nádegas e face interna das coxas), fezes (parasitológico). • É também importante avaliar: vínculo mãe-filho, renda per capita familiar, ocupação do chefe da família, condições de moradia, comportamento de risco da família (alcoolismo, tabagismo, uso de drogas), antecedente de internação/óbito em outra criança < 5 anos da família. Marasmo • Déficit global de energia, ingestão deficiente por tempo prolongado. • Emagrecimento acentuado, perda de massa magra e adiposa. • Pele frouxa, costelas proeminentes, gordura subcutânea ausente, atrofia muscular / hipotonia, irritabilidade. • Proteínas viscerais normais ou discretamente reduzidas • Alteração nos parâmetros antropométricos • Observada em infecções crônicas e neoplasias Kwashiorkor • Deficiência de Proteínas • Peso e medidas antropométricas preservadas. • Alterações nos cabelos: finos, secos e quebradiços. • Unhas finas, quebradiças, sem brilho , “língua careca”, retração das gengivas, lábios rachados • Lesões de pele, apatia, inapetência. • Esteatose hepática, edema, imunidade comprometida • Redução dos níveis de proteínas viscerais (Hipoalbuminemia) Kwashiorkor – Marasmo (MISTA) • Perda de tecido adiposo e muscular • Deficiência de energia e proteínas • Redução das proteínas viscerais e edema de extremidades Tratamento • Objetivo: tratar hipoglicemia, desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos e possíveis infecções; correção de deficiências de micronutrientes; estimular vínculo mãe-filho • Fase 1 – estabilização – tratar problemas que podem ocasionar risco de morte, iniciar a alimentação, corrigir as deficiências nutricionais específicas (exceto ferro, pois a suplementação piora a infecção ), reverter as anormalidades metabólicas; • Fase 2 – reabilitação – ofertar alimentação que possibilite assegurar o crescimento rápido e a recuperação do peso perdido pela criança, orientação do cuidador para dar continuidade aos cuidados em casa, corrigir as deficiências nutricionais específicas (ferro). • Fase 3 – acompanhamento - encaminhamento para acompanhamento ambulatorial. Fonte: Ministério da Saúde (2005) Avaliar - História Nutricional pregressa e atual • Duração do aleitamento materno exclusivo e idade de suspensão total do AM. • Início da introdução da alimentação complementar • Dieta habitual; perda de apetite recente • Modificações na alimentação em função de doença • Cuidador da criança e de sua alimentação • Método de higienização de utensílios • Prática de estocagem dos alimentos • Prática de administração de sobras e restos à criança • Alimentos habitualmente disponíveis no domicílio • Alimentos habitualmente consumidos pela família, mas que não são ofertados à criança • Alimentos preferidos pela crianças Cuidados Dietéticos • Fracionamento das refeições (> freqüência), dieta hipercalórica, com variedade de alimentos, priorizar alimentos de origem animal. • Adicionar óleos vegetais para valor calórico. • Manter/estimular aleitamento materno. • Doses profiláticas de vitaminas A e D + Ferro. Referências Bibliográficas • Ministério da Saúde. Manual de atendimento da criança com desnutrição grave em nível hospitalar. MS: Brasília; 2005. Disponível em: http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/manual_desnutric ao_criancas.pdf • Prado RCG, Santos PFB, Assis EM, Zaban ALRS. Desnutrição e avaliação nutricional subjetiva em pediatria. Com Ciências Saúde. 2010; 21(1):61-70. Disponível em: http://www.fepecs.edu.br/revista/Vol21_1_08desnutricao.pd f
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