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PROTEÍNAS COMPOSIÇÃO QUÍMICA NORMAL DE UM HOMEM (65 Kg) Kg % Proteína 11 17,0 Gordura 9 13,8 Carboidrato 1 1,5 Água 40 61,6 Minerais 4 6,1 HARPER, 1990 São substâncias compostas por C, H, O e N (16%), podendo conter também, fósforo, enxofre e metais. São formadas por aminoácidos. Os aminoácidos são unidos por ligações peptídicas. Estas ocorrem entre o grupo carboxílico de um aa e o grupo amino do outro. Aminoácido: estrutura básica LIGAÇÃO PEPTÍDICA • São encontrados mais de 300aa na natureza – somente 20 nas proteínas dos mamíferos • A quantidade, tipo e disposição em que são encontrados na cadeia determinam as várias proteínas existentes; • Há no nosso organismo de 1010 a 1012 combinações de proteínas; • Uma ptn com PM de 13.000Da teria um comprimento 400x a sua espessura, caso ela não enrolasse; AMINOÁCIDOS O que diferencia uma proteína da outra é a ordem dos aminoácidos primários e a frequência com que aparecem na estrutura. OS AMINOÁCIDOS PODEM SER DIVIDIDOS EM: Aminoácidos essenciais: precisam ser ingerido pela dieta. Treonina, triptofano, histidina, lisina, leucina, isoleucina, metionina, valina e fenilalanina. OS AMINOÁCIDOS PODEM SER DIVIDIDOS EM: Aminoácidos não essenciais: sintetizados pelo organismo glicina, prolina, tirosina, serina, cisteína, cistina, arginina, glutamina, alanina, ácido aspartico, ácido glutâmico e asparagina. NECESSIDADE DE AMINOÁCIDOS NO HOMEM ESSENCIAIS NÃO-ESSENCIAIS HISTIDINA # ISOLEUCINA LEUCINA LISINA METIONINA FENILALANINA TREONINA TRIPTOFANO VALINA ALANINA ASPARAGINA ASPARTATO CISTEÍNA GLUTAMATO GLUTAMINA GLICINA PROLINA SERINA TIROSINA ARGININA # Essencial para crianças, mas não-essencial para adultos Classificação dos aa (Rogero e Tirapegui, 2007) A estrutura de uma proteína pode ser dividida em primária, secundária, terciária e quaternária. Estrutura primária: é a seqüência de aminoácidos. Estrutura secundária: é formada por pontes de hidrogênio. Estrutura terciária: a proteína assume a forma globular (interações hidrofóbicas, eletrostáticas, de Van Der Walls e pontes de hidrogênio). Estrutura quaternária: associação entre diversas estruturas terciárias (subunidades) (pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas e eletrostáticas). Estrutura das proteínas Classificação: quanto à composição em aa.: Completas: apresentam todos os aa. essenciais ao homem em quantidades adequadas ao seu crescimento e manutenção. •Ptns de origem animal Parcialmente incompletas: as ptns que fornecem aa. em quantidade suficiente apenas para manutenção orgânica. * Leguminosas, oleaginosas e cereais Totalmente incompletas: ptns que não fornecem aa. essenciais em quantidade suficiente nem mesmo para a manutenção do organismo. * Gelatina Classificação: quanto à constituição: Simples: quando degradadas fornecem apenas aa. Conjugada: quando degradada fornecem aa + uma molécula não protéica (grupo prostético). Albumina e globulina Lipoproteínas e ferritina Classificação: quanto à conformação: Fibrosas: apresentam o formato alongado (fibra) e tem normalmente funções estruturais. Globulares: possuem forma arredondada e são encontradas principalmente nos fluidos sanguíneos queratina (cabelo e unhas), miosina e actina (músculo), colágeno (tecido conjuntivo – 30% das proteínas corporais). caseína (leite), albumina, globulinas e hemoglobina (sangue) Funções das proteínas Funções Exemplo Enzimática α-Amilase que degrada o amido. Movimento corporal A actina e miosina são responsáveis pela contração muscular Transporte A albumina sérica é a principal proteína transportadora. Defesa Os anticorpos são sintetizados para combater corpos estranhos. Hormonal O GH é uma proteína que estimula o crescimento. Estrutural A queratina constitui unhas e cabelos. Fonte de aa (nutritivas) Caseína do leite fornece aa essenciais ao organismo A qualidade nutricional de uma proteína é determinada pela QUANTIDADE, QUALIDADE e BIODISPONIBILIDADE dos seus aminoácidos constituintes. QUALIDADE PROTÉICA Uma proteína de alto valor biológico tem todos os aa essenciais em quantidades adequadas. Fontes: produtos de origem animal (carnes, peixes, aves, ovos, leite e derivados). Proteínas vegetais: podem ser de alto valor biológico quando combinadas. Ex: arroz com feijão Proteínas de Alto Valor biológico Escore ou Cômputo Químico: composição aminoacídica – AA (mg) da prot. teste/AA (mg) da prot. Padrão – Proteína padrão: Requerimento de aminoácidos essenciais para crianças em idade pré-escolar (2 a 6 anos), segundo FAO/OMS, 1985. Aminoácidos FAO/OMS Arroz polido Feijão cozido AA EQ AA EQ Histidina 19 23 1,21 28 1,47 Isoleucina 28 42 1,5 42 1,5 Leucina 66 82 1,24 76 1,15 Lisina 58 36 0,62 72 1,24 Metionina 25 37 1,48 19 0,76 Fenilalanina 63 80 1,26 77 1,22 Treonina 34 33 0,97 40 1,17 Triptofano 11 - - - - Valina 35 58 1,66 46 1,31 (Pires et al., 2006) Digestão e Absorção As proteínas são digeridas a dipeptideos, tripeptideos e aa livres. O processo de digestão e absorção das proteínas é altamente eficiente. Menos de 10% da proteína total que passa através do trato digestório aparecem nas fezes. Cerca de 1 a 2 g de N são excretados diariamente nas fezes. Digestibilidade: é a relação entre proteína ou nitrogênio ingerido e absorvido. Fatores que afetam a digestibilidade das proteínas e biodisponibilidade dos aa: Conformação estrutural, fatores antinutricionais, complexação com outros nutrientes e competição . Digestão e Absorção DESNATURAÇÃO PROTÉICA: consiste na alteração da estrutura tridimensional da proteína, podendo ser causada por calor e agentes químicos. Este processo causa a inativação da proteína. Facilita o contato das enzimas Conformação estrutural: Quanto menor a complexidade estrutural, mais fácil torna-se a ação das proteases intestinais. Ptns nativas são hidrolisadas em menor proporção que as ptns parcialmente desnaturadas. Fatores antinutricionais São compostos naturalmente presentes nos alimentos. Prejudicam a digestão e absorção das proteínas Inibidores de tripsina e quimotripsina Reduzem a hidrólise de ptn de leguminosas Lectinas Reduzem a absorção de aa Reação de Maillard: complexa Lys com açúcar redutor escurecimento do produto (melanoidinas) e < qualidade protéica. Na panificação a perda é de cerca de 15%. Importante quando a fonte de proteínas da dieta é à base de cereais, que são deficientes em Lys. Na boca não existe nenhuma enzima capaz de degradar as proteínas, porém, a mastigação é importante para aumentar a superfície de contato dos alimentos com as proteases. Digestão e Absorção Células parietais No estômago começa a digestão das proteínas . pepsinogênio proteínaspepsina HCl A pepsina é responsável por cerca de 10 a 20% da digestão das proteínas. desnaturação Aa polipeptídeos oligopeptídeos 45,2 KDa 35 KDa Digestão e Absorção Células principais A secreção pancreática das enzimas hidrolíticas que degradam as ptns da dieta é controlada hormonalmente TRIPSINOGÊNIO 229 AA ENTEROPEPTIDASE TRIPSINA QUIMIOTRIPSINOGÊNIO QUIMIOTRIPSINA CARBOXIPEPTIDASE A CARBOXIPEPTIDASE B ELASTASE PROCARBOXIPEPTIDASE A PROCARBOXIPEPTIDASE B PRÓ-ELASTASE HEXAPEPTÍDEO + AMINOPEPTIDASES: presentes na borda em escova DI E TRIPEPTIDASES: citosol do enterócito ABSORÇÃO:A absorção dos aminoácidos ocorre por transporte ativo, tendo o sódio como carreador. Existem sítios específicos para a absorção de aminoácidos básicos, ácidos e neutros. Parte das proteínas são absorvidas como peptídeos, especialmente dipeptídeos. Uso de aa. pelas células intestinais • produção de energia • ptns estruturais para novas células intestinais • nucleotídeos • apoproteínas para síntese de lipoproteínas • novas enzimas digestivas • hormônios • compostos contendo nitrogênio O intestino faz uso de 30 a 40% dos aa. essenciais absorvidos pela dieta. Proteínas aa, di e tripeptídeos Digestão Absorção aa no sistema porta Fígado Principal local de captação da maioria dos aa. (50 a 60%) após uma refeição 20 a 25 % liberados no plasma (principalmente BCAA) músculos e rins. 50% uréia 6% proteínas plasmáticas (ex: albumina) Aminoácidos Metabolismo das proteínas O fígado exerce importante papel como modulador da concentração de aa. plasmáticos O destino do aa. em cada tecido varia de acordo com as necessidades do momento, havendo um equilíbrio dinâmico das proteínas tissulares com os aa. ingeridos pela dieta e os aa. circulantes. Há um processo dinâmico contínuo de síntese e catabolismo protéico, específico em cada tecido turnover proteico Turnover protéico: modificação ou renovação protéica que ocorre diariamente em decorrência do catabolismo e anabolismo das proteínas. Principais tecidos responsáveis pelo turnover: plasma mucosa intestinal fígado pâncreas rim Metabolismo das proteínas RENOVAÇÃO PROTÉICA Proteínas estão constantemente sendo sintetizadas e então degradadas; Permite a remoção de proteínas anormais ou desnecessárias TAXA DE RENOVAÇÃO: •Quantidade de proteína total permanece constante •Hidrólise e nova síntese de 300- 400g de proteína corporal/dia •Taxa depende da proteína de curta, média e de longa duração A vida média de uma proteína é o tempo que o organismo leva pra renovar metade da quantidade dessa proteína. Enzimas : horas Hemoglobina: 120 dias Colágeno: 365 dias Metabolismo das proteínas A taxa média diária de renovação é de 3% Pele: 5 g/d Sangue: 25 g/d Intestino: 70 g/d Músculo: 75 g/d Metabolismo das proteínas RENOVAÇÃO PROTÉICA Metabolismo das proteínas Síntese de proteínas: Diariamente proteínas são sintetizadas no corpo humano a partir da informações armazenadas no DNA. A sequência de bases no DNA e unica para cada proteina que e sintetizada no organismo. Metabolismo das proteínas Síntese protéica: Núcleo (DNA) mRNA proteína aa essenciais e não essenciais (citoplasma) “Pool de aa” refere-se aos aa disponíveis para o metabolismo. Não existe reserva considerável de aa. livres no organismo; qualquer quantidade acima das necessidades para a síntese protéica e dos compostos não-protéicos que contêm nitrogênio será metabolizada. Os aa. serão degradados e utilizados como energia ou armazenados como glicogênio e gordura. O catabolismo dos aa. indispensáveis ocorre principalmente no fígado e os aa. de cadeia ramificada são degradados principalmente nos músculos e rins. Metabolismo das Proteínas CATABOLISMO PROTÉICO Estudos demonstram aumento da taxa de catabolismo de aminoácidos quando a ingestão proteica excede a necessidade do organismo. Diariamente proteínas são degradas no corpo humano no processo de renovação protéica. O corpo humano não armazena o excesso de proteínas e aminoácidos ingeridos pela dieta. Dieta hiperprotéica Aumenta a oxidação dos aa e excreção de N. DEGRADAÇÃO PROTÉICA MECANISMO UBIQUITINA-PROTEOSSOMO (dependente de energia) • degradam principalmente proteínas endógenas ENZIMAS DEGRADATIVAS DOS LISOSSOMOS (não dependentes de energia) • degradam principalmente proteínas extracelulares (plasmáticas, de superfície de membrana) por endocitose Via proteolítica ubiquitina- proteassomo • ligadas covalentemente à ubiquitina (ptn globular) • ligação da -carboxila da glicina C-terminal da ubiquitina a um grupo amino de uma lisina da proteína DEGRADAÇÃO PROTÉICA •proteínas degradadas a partir de sinais químicos • oxidação, marcação com outras proteínas ou terem sequência específica de aminoácidos – menor tempo de meia-vida Metabolismo das Proteínas Ao contrário das gorduras e carboidratos os aa não são armazenados pelo organismo. O excesso de aa será rapidamente degradado Remoção do grupo amino ( transaminação e desaminação). Degradação oxidativa dos cetoácidos (esqueletos carbonados). Metabolismo das Proteínas Transaminação: É o primeiro passo no catabolismo dos aa. Transferência de grupo amino de um aminoácido para um cetoácido. O grupo aceptor predominante é o α-cetoglutarato, produzindo glutamato e o novo cetoácido. Metabolismo das Proteínas Transaminação: O grupo amino do glutamato pode ser transferido ao oxaloacetato em uma segunda reação de transaminação, produzindo aspartato, formando novamente α-cetoglutarato. As enzimas que catalisam a transaminação são designadas aminotransferases ou transaminases, que necessitam da coenzima piridoxal-fosfato (PLP –derivado da vitamina B6). A remoção do grupo amino resulta no seu ceto ácido correspondente. Alanina CH3CHCOOH NH2 CH3CCOOH O Piruvato ALT AST ALT Desaminação O glutamato produzido por transaminação pode ser oxidativamente desaminado, que resulta no α-cetoglutarato e na liberação do grupo amino como amônia livre. São reações que ocorrem predominantemente no fígado e rins, e fornecem amônia, que é uma fonte de nitrogênio na síntese de uréia. O glutamato é o único aminoácido que sofre desaminação rápida. Desaminação A ação sequencial de transaminação e subsequente desaminação do glutamato provê uma rota através da qual os grupos amino da maioria dos aminoácidos podem ser liberados como amônia. Produção de intermediários do ciclo de Krebs para produção de energia. Baixos níveis de energia estimulam a glutamato desidrogenase (altas concentrações de ADP e GDP). •TRANSAMINAÇÃO e DESAMINAÇÃO → ESQUELETOS CARBONADOS DOS AA SÍNTESE E DEGRADAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS •Entram diretamente nas vias do metabolismo intermediário → síntese de glicose ou lipídeos ou oxidação a CO2 + H2O + energia (ciclo do ácido cítrico) •Síntese de aminoácidos não-essenciais em qtds suficientes a partir de intermediários do seu metabolismo Substâncias produzidas: -oxalacetato, -piruvato, -fumarato, -succinil-CoA, -acetil-CoA -acetoacetil-CoA, -α-cetoglutarato. AMINOÁCIDOS GLICOGÊNICOS E CETOGÊNICOS Aminoácidos glicogênicos •AA → piruvato ou intermediários do CAC •Substratos da gliconeogênese Aminoácidos cetogênicos •AA → acetoacetato ou um de seus precursores (acetil-CoA ou acetoacetil- CoA) •Corpos cetônicos = acetoacetato, 3- hidroxibutirato e acetona Catabolismo dos aminoácidos A amônia é tóxica em altas concentrações Deve ser incorporada em compostos biologicamente utilizáveis Os aminoácidos glutamato e glutamina tem uma importância central nesse processo. Transporte de amônia via glutamina Mecanismo utilizado pela maioria dos tecidos corporais. Transporte de amônia para o fígado CICLO DA URÉIA Converter amônia, produto tóxico formado na degradação dos aminoácidos, em uréia, com intuito de ser excretado pelos rins. FUNÇÃO: Ocorre nofígado. É estimulada pelo aumento da concentração de amônia. CICLO DA URÉIA CICLO DA URÉIA Metabolismo Protéico Catabolismo das proteínas e aa : Transaminação Desaminação Fígado Amônia (NH3) (tóxica) Uréia (ciclo da uréia) Urina Síntese protéica cetoácido Energia, CHO, Lipídios SÍNTESE PROTÉICA: REGULAÇÃO HORMONAL: GH síntese proteica: transporte de aa. pelas membranas celulares processo de transcrição e tradução para síntese proteica lipólise oxidação de aa. síntese proteica SÍNTESE PROTÉICA: REGULAÇÃO HORMONAL: GH: IGF 1 Síntese protéica hipertrofia SÍNTESE PROTÉICA: REGULAÇÃO HORMONAL: Testosterona: deposição de ptns em todos os tecidos, incluindo as ptns contráteis do músculo SÍNTESE PROTÉICA: REGULAÇÃO HORMONAL: Insulina: Quebra de proteínas Hipertrofia celular Captação de aaAtiva receptores IGF 1 SÍNTESE PROTÉICA: REGULAÇÃO HORMONAL: T3 e T4 Aumenta síntese de proteínas mitocondriais Em doses fisiológicas e com adequada ingestão energética e de aa., a tiroxina aumenta a síntese proteica CATABOLISMO PROTÉICO: REGULAÇÃO HORMONAL: CORTISOL aa.glicose glicemia ESTADO DE JEJUM INSULINA GLUCAGON AUMENTO DA DEGRADAÇÃO PROTÉICA AUMENTO DA [ ] DE AMINOÁCIDOS PRODUÇAO DE GLICOSE CORTISOL Processo de Gliconeogênese Alanina Piruvato OAA FOSFOENOLPIRUVATO GLICOSE C.S. NH3 URÉIA URINA Recomendações: 10 a 15% FAO (1985) 10 a 35% DRIs (2002) 0,8 g/kg de peso/dia (adultos) Sadios e Sedentários: Percentual de energia proveniente das proteínas:
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