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Relatório técnico Folha 19 de 25 Prática TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM REGIME TRANSIENTE Disciplina Laboratório de Engenharia Química II Professor Felipe Alves Grupo C TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM REGIME TRANSIENTE Relatório técnico Folha 1 de 25 Prática TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM REGIME TRANSIENTE realização 05/04/2016 Unidade Instituto de Química Depart. Operações e Processos Industriais Disciplina Laboratório de Engenharia Química II Professor Felipe Alves Grupo C entrega 12/04/2016 NOTA Relatores : Gustavo Anciens Hanny Juliani Vanessa de Oliveira Sumário 1. RESUMO 3 2. NOMENCLATURA 3 2.1. Variáveis 3 2.2. Índices 4 3. INTRODUÇÃO 4 4. OBJETIVO 7 5. METODOLOGIA 7 5.1. Descrição do Equipamento 7 5.2. Procedimento Operacional 7 5.3. Procedimento de Tratamento dos Dados 8 6. RESULTADOS 9 6.1. Propriedades e medições........................................................................................................9 6.2. Coeficientes de convecção por regressão linear.................................................................12 6.3. Coeficientes de convecção por minimização......................................................................17 7. DISCUSSÃO 23 8. CONCLUSÃO 24 9. REFERÊNCIAS 24 RESUMO Muitos problemas de transferência de calor ocorrem em regime transiente, ou seja, a transferência de calor depende do tempo. Esse tipo de problema aparece tipicamente quando as fronteiras do sistema mudam. Por exemplo, se a temperatura de superfície de um sistema é alterada, a temperatura de cada ponto no sistema também começará a se alterar. Essas mudanças continuarão a ocorrer até que um estado de distribuição estacionário de temperatura é atingido. O presente relatório aborda o fenômeno da transferência de calor em regime transiente, e nos experimentos realizados fez-se uso de sólidos metálicos, nos formatos cilíndrico (constituídos por alumínio, aço e cobre), esférico (constituídos por alumínio e cobre) e placa plana (constituídos por alumínio e cobre). Os ensaios foram realizados sob regime de aquecimento, em um tanque de água quente à temperatura constante, e sob regime de resfriamento, com convecção natural (sem ventilador) e com convecção forçada (com ventilador). A partir da equação de balanço de energia do corpo linearizada e a estratégia de regressão linear foram calculados os valores de coeficiente de convecção (h) para as situações ensaiadas e esses valores foram comparados com os obtidos utilizando-se a estratégia de minimização da soma dos quadrados dos erros, resultando em dados satisfatórios para os valores de coeficiente de convecção experimentais, validando as teorias e modelos matemáticos aplicados. NOMENCLATURA Variáveis A - Área de troca térmica (m²) Cp - Capacidade calorífica (J/Kg.m) h - Coeficiente de convecção (W/(m².K)) - Massa específica do sólido (Kg/m³) V - Volume do sólido (m³) T - Temperatura (°C) t - Tempo (s) k - Condutividade térmica do sólido (W/m.K) Lc - Comprimento característico (m) Bi - Número de Biot Q - Taxa de calor W - Trabalho Índices ∞ - Ambiente s – sólido f – fluido INTRODUÇÃO Entende-se por transferência de calor a energia térmica em trânsito devido a uma transferência de temperaturas no espaço, ou seja, a transferência ocorre a partir de uma região de maior temperatura para uma região de menor temperatura e atua para equalizar as diferenças de temperaturas. Existem três mecanismos conhecidos para transferência de calor: condução, radiação e convecção. Problemas de transferência de calor conhecidos como não-estacionários ou transientes são aqueles que possuem dependência com o tempo e surgem a partir do momento em que as condições de contorno de um sistema são alteradas. Nestes casos tanto a taxa de transferência de calor através do corpo, como a energia interna do corpo mudam com o tempo, com isso, o corpo acumula ou desacumula energia interna. Nas situações em que há a transferência de calor em regime transiente, a temperatura na superfície do sólido é alterada e a temperatura no interior do mesmo começa a variar até que seja atingida a distribuição de temperatura estacionária, além disso, a energia é transferida por convecção e radiação na superfície do sólido e condução no interior do sistema. Em processos industriais de aquecimento ou resfriamento em equipamentos com operação em batelada, assim como na colocação em marcha ou na parada de equipamentos com operação contínua, a transferência de calor ocorre em regime transiente. Para se analisar esses tipos de situações são recomendados dois tipos de abordagens: a abordagem via parâmetros agrupados, ou capacitância global, e a via parâmetros distribuídos. A abordagem via parâmetros agrupados considera que a distribuição de temperaturas no interior de um sólido é uniforme no espaço em qualquer instante durante o processo transiente, o que implica que o gradiente de temperatura dentro do sólido é desprezível. Enquanto isso, na abordagem via parâmetros distribuídos a temperatura é uma função não apenas do tempo como também da posição no interior do corpo. Para a resolução de problemas transientes de aquecimento e resfriamento a abordagem via parâmetros agrupados é a preferida, devido sua simplicidade inerente, portanto ao se deparar com problemas desse tipo deve-se calcular o número de Biot. O número de Biot (Bi) é um número adimensional que desempenha um papel fundamental nos problemas de condução envolvendo efeitos convectivos nas superfícies. Ele fornece uma medida do decréscimo de temperatura no sólido relativo à diferença de temperatura entre a superfície e o fluido e também pode ser definido como a razão entre as resistências interna e externa. ou sendo: Se Bi assumir valores muito pequenos (geralmente, adota-se como critério de validade da abordagem via parâmetros agrupados com Bi<0,1) o erro associado à capacitância global é pequeno e revela que a resistência à condução de calor e os gradientes de temperatura no interior do corpo são pequenos e desprezíveis ao se comparar com a resistência convectiva, o que acontece em sólidos metálicos. Se Bi<<1 é razoável assumir uma distribuição de temperatura uniforme no sólido em qualquer tempo durante o processo transiente, já no caso de Bi>>1 o gradiente de temperatura no sólido é muito maior que entre a superfície e o fluido. Ao se fazer um balanço de energia em um corpo de prova, considera-se que este corpo está inicialmente a uma temperatura uniforme e que é inserido em um ambiente com uma temperatura diferente do mesmo ou sobre o qual há incidência de calor, chegando-se a: Qentra – Qsai + Qgerada = Qacumulada Após adotar-se as hipóteses abaixo tem-se que: – Qsai = Qacumulada - Qgerada = 0, porque não há geração de energia no volume de controle. - T∞˂ Tsólido, com isso, o fluxo de calor é do sólido para o seio do fluido, deixando o volume de controle e não existindo o termo de entrada de energia. Considerando que na superfície o sólido e o fluido estão à mesma temperatura (T) e tomando-se como temperatura de referência a temperatura do fluido no infinito (T∞) obtém-se: Segundo a 1ª lei da termodinâmica, tem-se que: onde w = trabalho realizado Então: Sendo: Logo: então Com o intuito de facilitar o cálculo, aplica-se a seguinte mudança de variável: Sabendo-se que T∞ é uma constante, tem-se que: Após integrar vem: então: logo: sendo: Substituindo Linearizando-se a equação acima tem-se: No caso do gráfico ser uma reta, sabe-se que a equação da reta é igual a y = ax + b e tem-se que: ; ; ; Por regressão linear determina-se o coeficiente angular (a) da equaçãoacima, através dos dados experimentais de temperatura do corpo de prova em diversos tempos e conhecendo-se as propriedades físicas dos materiais, consegue-se calcular o valor de h pela equação abaixo. Entende-se por convecção o processo de transporte de energia pela ação combinada da condução de calor, armazenamento de energia e movimento de mistura. A convecção é classificada de acordo com o modo de motivação do fluido, ou seja, existem duas classificações para a convecção: a natural (espontânea) e a forçada (ação mecânica ou elétrica). A transmissão de calor por convecção natural acontece sempre que um corpo é colocado num fluido a uma temperatura maior ou menor do que a do corpo, devido a diferença de temperatura, o calor flui entre o fluido e o corpo e causa uma variação de densidade nas camadas fluidas situadas nas vizinhanças da superfície. Essa diferença de densidade induz um escoamento descendente do fluido mais pesado e ascendente do fluido mais leve. Já quando o movimento é causado por um agente externo, como uma bomba ou um ventilador, tem-se a convecção forçada. OBJETIVO O presente trabalho possui o objetivo de, através de experimentos envolvendo a transferência de calor em regime transiente, encontrar os coeficientes de transferência de calor por convecção para diversos corpos de prova que possuem formatos diferentes e que são constituídos de materiais distintos. Após a obtenção desses valores de h deve-se fazer uma comparação entre o experimental e o encontrado através da minimização. METODOLOGIA Descrição do Equipamento O equipamento é constituído de um sistema de recirculação de água utilizando dois reservatórios: um tanque de aquecimento e um tanque de imersão dos corpos interligados por uma tubulação de escoamento e outra de retorno de água, o tanque de aquecimento contém uma bomba centrífuga responsável por manter a água aquecida circulando entre os dois reservatórios. O sistema, então, se mantém na temperatura desejada, assim como os instrumentos de medição de temperatura para o banho e para os corpos de prova a serem utilizados na pratica. Procedimento Operacional Com um auxílio de um paquímetro e antes de submeter os corpos ao aquecimento, foram medidas e anotadas as dimensões de cada um. Depois disso, os corpos de prova - três cilindros (alumínio, aço e cobre), duas esferas (alumínio e cobre) e duas placas (alumínio e cobre) - foram submergidos ao banho quente, um de cada vez, de maneira que o aquecimento de cada corpo foi observado até atingimento da temperatura igual ao do banho. Foram anotados os tempos que correspondiam a cada 2ºC de aumento na temperatura de cada corpo. Foi também observado o comportamento do resfriamento natural e forçado da esfera de alumínio utilizando, neste caso, um ventilador para forçar o fluxo de ar pelo corpo de prova. Procedimento de Tratamento dos Dados Com os valores experimentais de temperatura em diferentes tempos, para os diferentes corpos de prova em situações de aquecimento e resfriamento, foram gerados gráficos linearizados de temperatura versus tempo, utilizando a equação linearizada oriunda do balanço de energia para o corpo de prova. Com a obtenção da equação da reta de cada sistema experimental, os coeficientes de convecção experimentais foram obtidos, considerando que y = ax + b e: ; ; ; Após, foi empregado o procedimento de minimização da soma dos erros para todos os experimentos, para o fim de comparação dos coeficientes de convecção minimizados com os obtidos por regressão. O seguinte procedimento foi seguido: Atribuindo uma estimativa inicial para h, foram calculadas as temperaturas (TCal) referentes a cada tempo, por meio da seguinte equação: Calculou-se a diferença entre TExp e TCal, e esta foi elevada ao quadrado e teve sua raiz extraída; A função objetivo (FO) foi definida como a soma de todos os resultados do item anterior; Pelo Solver do excel, a função objetivo foi minimizada a partir da alteração do valor de h. RESULTADOS 6.1 Propriedades e medições Tabela 1- Propriedades físico-químicas dos materiais Material ρ (kg/m³) CP (J/kg.K) k (W/m.K) α (m2/s) Alumínio 903 2702 237 97,1 ∙ 10-6 Aço 443 7836 48,9 14,1 ∙ 10-6 Cobre 385 8933 401 11,7 ∙ 10-5 Tabela 2 – Condições do ambiente Dados de Temperatura Temperatura do banho (0C): 60 Temperatura Ambiente (0C): 25 Tabela 3 – Dimensões dos corpos de prova Corpo de Prova A (m2) V (m3) Lc = V/A (m) Cilindro Alumínio 0,02844 3,105 ∙ 10-4 0,01092 Aço 0,02836 3,065 ∙ 10-4 0,01081 Cobre 0,02828 3,065 ∙ 10-4 0,01084 Placa Alumínio 0,03687 1,87 ∙ 10-4 0,00507 Cobre 0,03729 1,95 ∙ 10-4 0,00522 Esfera Alumínio 8,075 ∙ 10-3 6,824 ∙ 10-5 0,00845 Cobre 8,139 ∙ 10-3 6,905 ∙ 10-5 0,00848 Tabela 4 – Medições relativas aos cilindros Cilindros - Aquecimento Aço Cobre Alumínio T (s) T (0C) T (s) T (0C) T (s) T (0C) 0 27 0 29 0 27 12 29 3 31 5 29 20 31 8 33 8 31 28 33 12 35 11 33 35 35 17 37 13 35 43 37 21 39 16 37 51 39 26 41 18 39 59 41 31 43 22 41 69 43 38 45 26 43 81 45 45 47 31 45 93 47 54 49 36 47 107 49 65 51 43 49 127 51 80 53 50 51 148 53 100 55 60 53 179 55 129 57 73 55 224 57 186 59 94 57 319 59 Tabela 5 – Medições relativas às placas Placas - Aquecimento Cobre Alumínio T (s) T (0C) T (s) T (0C) 0 27 0 25 3 29 1 27 6 31 3 29 8 33 5 31 10 35 6 33 12 37 7 35 14 39 9 37 17 41 11 39 20 43 13 41 24 45 15 43 30 47 17 45 36 49 20 47 46 51 23 49 61 53 27 51 72 55 32 53 81 57 41 55 107 59 54 57 Tabela 6 – Medições relativas às esferas Esferas - Aquecimento Cobre Alumínio T (s) T (0C) T (s) T (0C) 0 27 0 27 2 29 6 29 5 31 9 31 9 33 11 33 12 35 14 35 16 37 17 37 20 39 19 39 23 41 22 41 28 43 26 43 33 45 29 45 39 47 33 47 45 49 39 49 54 51 44 51 65 53 52 53 82 55 63 55 105 57 77 57 150 59 112 59 Tabela 7 – Medições relativas ao resfriamento da esfera de alumínio Esfera de Alumínio - Resfriamento Convecção Natural Convecção Forçada T (s) T (0C) T (s) T (0C) 0 59 0 59 54 57 23 57 118 55 42 55 198 53 63 53 300 51 85 51 426 49 110 49 566 47 136 47 682 45 168 45 853 43 200 43 1050 41 240 41 1277 39 287 39 6.2 Coeficientes de convecção por regressão linear São apresentados os gráficos gerados com as temperaturas obtidas experimentalmente, em função do tempo de aquecimento. Após, exibem-se os coeficientes de convecção e números de Biot, calculados conforme procedimento de tratamento de dados descrito anteriormente. Gráfico 1 – Relação temperatura x tempo no aquecimento do cilindro de aço Gráfico 2 – Relação temperatura x tempo no aquecimento do cilindro de cobre Gráfico 3 – Relação temperatura x tempo no aquecimento do cilindro de alumínio Gráfico 4 – Relação temperatura x tempo no aquecimento da placa de cobre Gráfico 5 – Relação temperatura x tempo no aquecimento da placa de alumínio Gráfico 6 – Relação temperatura x tempo no aquecimento da esfera de cobre Gráfico 7 – Relação temperatura x tempo no aquecimento da esfera de alumínioGráfico 8 – Relação temperatura x tempo no resfriamento da esfera de alumínio por convecção forçada Gráfico 9 – Relação temperatura x tempo no resfriamento da esfera de alumínio por convecção natural Tabela 8 – Valores de coeficiente de convecção e número de Biot obtidos. Corpo de Prova Convecção h (W/m2∙K) Bi Aquecimento Cilindro Alumínio ― 710,0950057 0,032718302 Aço ― 400,1793401 0,088465003 Cobre ― 695,4809829 0,018800533 Placa Alumínio ― 627,14915 0,013416229 Cobre ― 544,2283063 0,007084468 Esfera Alumínio ― 616,4544504 0,021979072 Cobre ― 679,7989923 0,014375799 Resfriamento Esfera Alumínio Natural 14,43204399 0,00051456 Forçada 63,91333767 0,002278767 6.3 Coeficientes de convecção por minimização A seguir são exibidos os perfis de temperatura e coeficientes de convecção obtidos pela minimização, assim como a comparação com os obtidos por regressão. Gráfico 10 – Perfil de temperatura no aquecimento do cilindro de aço Gráfico 11 – Perfil de temperatura no aquecimento do cilindro de cobre Gráfico 12 – Perfil de temperatura no aquecimento do cilindro de alumínio Gráfico 13 – Perfil de temperatura no aquecimento da placa de cobre Gráfico 14 – Perfil de temperatura no aquecimento da placa de alumínio Gráfico 15 – Perfil de temperatura no aquecimento da esfera de cobre Gráfico 16 – Perfil de temperatura no aquecimento da esfera de alumínio Gráfico 17 – Perfil de temperatura no resfriamento da esfera de alumínio por convecção forçada Gráfico 18 – Perfil de temperatura no resfriamento da esfera de alumínio por convecção natural Tabela 9 - Valores de coeficiente de convecção obtidos por minimização comparados com valores experimentais obtidos por regressão Corpo de Prova Convecção h experimental (W/m2∙K) h por minimização (W/m2∙K) Aquecimento Cilindro Alumínio ― 710,0950057 678,4339246 Aço ― 400,1793401 367,4870093 Cobre ― 695,4809829 707,8409191 Placa Alumínio ― 627,14915 621,2426 Cobre ― 544,2283063 532,3145 Esfera Alumínio ― 616,4544504 560,5444 Cobre ― 679,7989923 696,0017 Resfriamento Esfera Alumínio Natural 14,43204399 15,85696496 Forçada 63,91333767 66,14644 DISCUSSÃO Nos gráficos de 1 a 9, foram obtidos valores de R2 próximos à unidade para todos os corpos de prova, em todas as situações experimentais, confirmando o resultado esperado da equação do balanço de energia linearizada, ou seja, que valores de versus t obedecem a uma relação linear. É possível observar que todos os corpos de prova, em todas as situações experimentais, apresentam os valores calculados de número de Biot da faixa de validade da abordagem via parâmetros agrupados (Bi<0,1). Logo, a hipótese de que tal abordagem seria aplicável aos sistemas em estudo por se tratarem de corpos de prova com baixo comprimento característico e compostos por materiais metálicos é válida. Observando que Lccilindro ˃ Lcesfera˃ Lcplaca, era de se esperar que as placas planas, por possuírem menor comprimento característico, apresentariam menores valores de coeficiente de convecção, comparando-se corpos de prova de mesmo material e diferentes geometrias. Porém, a esfera de alumínio apresentou menor valor em relação à placa devido a algum erro experimental. Com relação ao experimento de resfriamento da esfera de alumínio confirma-se que o coeficiente de convecção natural é menor do que o de convecção forçada. De acordo com a lei de resfriamento de Newton, quanto maior o coeficiente de convecção para dada área e variação de temperatura, maior a taxa de transferência de calor por convecção, e a quantidade de calor que pode ser removida da esfera é bem maior quando o ar está em movimento. No resfriamento sob convecção forçada, o tempo requerido para uma dada variação de temperatura é muito menor em comparação com o resfriamento sob convecção natural, o que fica evidente pela inclinação acentuada da curva do gráfico referente à convecção forçada. Analisando os corpos cilíndricos, o constituído de alumínio apresentou o menor tempo para alcançar a temperatura de equilíbrio, seguido do composto por aço. O esperado seria que o cobre levasse o menor tempo para o aquecimento, já que apresenta o maior α. Isso pode ser explicado pelo fato de o corpo de prova ser composto por uma liga de cobre, e não por cobre puro. A presença de outros componentes implica em um erro nos valores de propriedades físico-químicas da literatura em relação aos reais. Já a tendência de que o cilindro de aço demorasse o maior tempo para atingir o regime permanente em comparação com os cilindros dos outros dois materiais foi constatada, já que o aço apresenta os menores valores de condutividade e difusividade térmicas. Na tabela 9 podemos observar que os valores de h obtidos pelos dois métodos estão próximos numericamente. Além disso, é possível observar que os perfis de temperatura calculados conseguem representar bem os resultados experimentais. CONCLUSÃO A partir dos resultados experimentais obtidos, foram observados os efeitos das propriedades físicas dos materiais constituintes do sólido em sua capacidade de transferência de calor. Observou-se que a capacidade de um material em difundir calor pode ser avaliada pela análise de valores de difusividade térmica, que relaciona a habilidade do material em conduzir calor (K) à sua capacidade de armazená-la (ρCp) através da equação: O emprego de corpos de prova metálicos de pequena dimensão característica, devido à alta condutividade térmica desse tipo de material, prevê a validade da abordagem da transferência de calor em regime transiente via parâmetros agrupados. De fato, os valores experimentais de número de Biot obtidos experimentalmente validaram o suposto. Ainda, tanto a composição do sólido quanto a geometria do mesmo são fatores que afetam o valor de coeficiente de convecção. Os valores de coeficiente de convecção obtidos experimentalmente ficaram próximos dos obtidos por minimização de erros, indicando que os experimentos realizados geraram resultados satisfatórios. REFERÊNCIAS INCROPERA F. P.; DEWITT. D. P.Fundamentos de transferência de calor e de massa. 6. ed. Rio de Janeiro: Livros técnicas e Científicos Editora, 2008.
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