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1 DIREITO ELEITORAL NOÇÕES INTRODUTÓRIAS AO DIREITO ELEITORAL .............................................................. 10 1. DIREITOS POLÍTICOS X DIREITO ELEITORAL ................................................................... 10 2. DIREITO ELEITORAL ............................................................................................................ 10 1. CONCEITO DO DIREITO ELEITORAL .............................................................................. 10 2.1.1. Objeto do direito eleitoral ......................................................................................... 11 2.1.2. Esquema gráfico sobre o Direito Eleitoral (conceito, objeto e objetivos) .................. 12 3. FONTES DO DIREITO ELEITORAL ...................................................................................... 12 1. FONTE MATERIAL ............................................................................................................ 12 2. FONTES FORMAIS DIRETAS ........................................................................................... 13 3.2.1. Constituição ............................................................................................................. 13 3.2.2. Leis infraconstitucionais ........................................................................................... 15 3.2.3. Leis eleitorais próprias e leis eleitorais subsidiárias ................................................. 16 3.2.4. Resoluções/Instruções da Justiça Eleitoral .............................................................. 17 3.2.5. Estatutos dos Partidos Políticos ............................................................................... 20 3.2.6. Princípios Jurídicos .................................................................................................. 21 3. FONTES FORMAIS INDIRETAS ........................................................................................ 21 3.3.1. Jurisprudência eleitoral ............................................................................................ 21 4. FONTES INFORMAIS ........................................................................................................ 21 3.4.1. Doutrina ................................................................................................................... 21 3.4.2. Analogia .................................................................................................................. 21 3.4.3. Costumes Jurídicos ................................................................................................. 21 PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL ....................................................................................... 22 1. PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU ANTERIORIDADE ELEITORAL ...................................... 22 1. CONCEITO E FUNDAMENTO ........................................................................................... 22 2. A LEI DA FICHA LIMPA (LC 135/10) E O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE .......................... 22 1.2.1. Inovações da LC 135/10 .......................................................................................... 22 1.2.2. Aplicação da LC 135/10 nas eleições de 2010 em face do princípio da anualidade . 23 1.2.3. Constitucionalidade da LC 135/2010 (violação à presunção de inocência, retroatividade da lei ‗maléfica‘) ............................................................................................... 23 3. ENTENDIMENTO DO STF E TSE SOBRE O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE .................... 24 2. PRINCÍPIO DA CAUTELA/LEGITIMIDADE DAS ELEIÇÕES (CF/1988 - ART. 14, §9º) ........ 24 3. PRINCÍPIO DA CELERIDADE ............................................................................................... 24 4. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO INSTANTÂNEA ...................................................................... 25 5. PRINCÍPIO DA DEVOLUTIVIDADE DOS RECURSOS ......................................................... 25 6. PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO DO VOTO ................................................................... 25 7. PRINCÍPIO DA IMPERSONALIDADE .................................................................................... 25 INSTITUIÇÕES DO DIREITO ELEITORAL ................................................................................... 26 1. PODER JUDICIÁRIO ELEITORAL: PODER JUDICIÁRIO ESPECIALIZADO EM DIREITO ELEITORAL .................................................................................................................................. 26 2 1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL ....................................................................... 27 1.1.1. Juiz Eleitoral (JE) ..................................................................................................... 27 1.1.2. Junta Eleitoral (JTE) ................................................................................................ 27 1.1.3. Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ............................................................................ 28 1.1.4. Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ............................................................................. 29 2. ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DA JUSTIÇA ELEITORAL............................................... 30 1.2.1. Circunscrição Eleitoral ............................................................................................. 30 1.2.2. Zona Eleitoral .......................................................................................................... 30 1.2.3. Seções Eleitorais ..................................................................................................... 30 3. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL ....................................................................... 30 1.3.1. Visão Geral .............................................................................................................. 30 1.3.2. Competência do TSE e dos TREs ........................................................................... 30 1.3.3. Competência dos Juízes Eleitorais e da Junta Eleitoral ........................................... 37 2. FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL ................................................................................... 39 1. FUNÇÃO JURISDICIONAL ................................................................................................ 39 2. FUNÇÃO ADMINISTRATIVA ............................................................................................. 40 2.2.1. Função Administrativa ―Geral‖ ................................................................................. 40 2.2.2. Função Administrativa Própria ................................................................................. 40 3. FUNÇÃO NORMATIVA ...................................................................................................... 40 2.3.1. Função normativa ―geral‖ do poder judiciário ........................................................... 40 2.3.2. Função normativa específica da justiça eleitoral ...................................................... 41 4. FUNÇÃO CONSULTIVA .................................................................................................... 41 5. FUNÇÃO DE CONTROLE/CORREIÇÃO/FISCALIZAÇÃO ................................................. 42 3. MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL ..................................................................................... 44 1. ESTRUTURA DO MP ELEITORAL .................................................................................... 44 2. FUNÇÕES DO MP ELEITORAL ......................................................................................... 47 4. POLÍCIA ELEITORAL ............................................................................................................47 1. PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................ 47 2. ATIVIDADE DE POLÍCIA ................................................................................................... 48 4.2.1. Polícia Judiciária Eleitoral ........................................................................................ 48 4.2.2. Polícia Ostensiva Eleitoral ....................................................................................... 48 5. DEFENSORIA PÚBLICA ELEITORAL ................................................................................... 49 6. PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL - PFN ............................................................. 49 INSTITUTOS DO DIREITO ELEITORAL ...................................................................................... 51 1. SUFRÁGIO ........................................................................................................................ 51 1.1. Conceito de sufrágio ................................................................................................... 51 1.2. Objetivos do sufrágio ................................................................................................... 52 1.3. Classificação do sufrágio ............................................................................................. 52 2. VOTO ................................................................................................................................. 53 2.1. Natureza do voto ......................................................................................................... 54 2.2. Características do voto ................................................................................................ 54 3 2.3. Escrutínio .................................................................................................................... 56 2.4. Cidadania x Nacionalidade .......................................................................................... 57 SISTEMA ELEITORAL.................................................................................................................. 58 1. CONCEITO ............................................................................................................................ 58 3. ESPÉCIES DE SISTEMAS ELEITORAIS .............................................................................. 58 3.1. SISTEMA ELEITORAL MAJORITÁRIO .......................................................................... 58 3.1.1. Sistema Eleitoral Majoritário Simples/Relativo; ........................................................ 58 3.1.2. Sistema eleitoral majoritário ABSOLUTO................................................................. 59 3.1.3. Sistema eleitoral majoritário e infidelidade partidária ............................................... 60 3.2. SISTEMA ELEITORAL PROPORCIONAL ...................................................................... 60 3.2.1. Noções gerais .......................................................................................................... 60 3.2.2. Cálculos do Sistema Proporcional ........................................................................... 61 3.2.3. Sistema eleitoral proporcional e infidelidade partidária ............................................ 65 3.3. SISTEMA ELEITORAL MISTO ....................................................................................... 65 3.3.1. Voto distrital (o país é dividido em distritos). ............................................................ 65 3.3.2. Voto geral ................................................................................................................ 65 4. PLEBISCITO E REFERENDO ............................................................................................... 65 4.1. NOÇÕES GERAIS .......................................................................................................... 65 4.2. PLEBISCITO .................................................................................................................. 66 4.3. REFERENDO ................................................................................................................. 66 4.4. PROCEDIMENTO DO REFERENDO/PLEBISCITO ....................................................... 66 4.5. EXECUÇÃO DO PLEBISCITO E REFERENDO ............................................................. 67 CAPACIDADE ELEITORAL .......................................................................................................... 68 1. CONCEITO E DESDOBRAMENTOS ................................................................................. 68 2. DIREITOS POLÍTICO-ELEITORAIS POSITIVOS ............................................................... 68 1.1.1. Capacidade eleitoral ativa: alistabilidade e voto ....................................................... 68 1.1.2. Capacidade eleitoral passiva: elegibilidade .............................................................. 69 3. DIREITOS POLÍTICO-ELEITORAIS NEGATIVOS ............................................................. 70 1.3.1. Inelegibilidades (absolutas e relativas) .................................................................... 70 1.3.2. Privação dos direitos políticos (perda ou suspensão) .............................................. 84 1.3.3. Servidor público e exercício de mandato eletivo ...................................................... 86 ALISTAMENTO ELEITORAL ........................................................................................................ 86 4. NATUREZA JURÍDICA DO ALISTAMENTO ELEITORAL .................................................. 86 5. PROCEDIMENTO DE ALISTAMENTO ELEITORAL .......................................................... 87 1.5.1. Provocação do alistamento ...................................................................................... 87 1.5.2. 1ª Fase do alistamento eleitoral: QUALIFICAÇÃO ................................................... 87 1.5.3. 2ª fase do alistamento eleitoral: INSCRIÇÃO........................................................... 89 6. TRANSFERÊNCIA ............................................................................................................. 90 7. 2ª VIA DO TÍTULO DE ELEITOR ....................................................................................... 91 8. CANCELAMENTO E EXCLUSÃO DA INSCRIÇÃO ELEITORAL ....................................... 92 8.1. Hipóteses de cancelamento/exclusão do título/eleitor ..................................................... 92 4 1.8.1. Procedimento de exclusão ....................................................................................... 95 9. REVISÃO DO TÍTULO DE ELEITOR ................................................................................. 96 PROCESSO ELEITORAL ............................................................................................................. 97 1. PRIMEIRA FASE: FASE PREPARATÓRIA ........................................................................... 97 1. DAS CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS ................................................................................. 98 1.1.1. Coligação partidária ................................................................................................. 98 1.1.2. Prazo da Convenção ............................................................................................... 98 1.1.3. Lugar da Convenção ............................................................................................... 99 1.1.4. Propaganda eleitoral na Convenção ........................................................................ 99 1.1.5.Tipo de Convenção .................................................................................................. 99 1.1.6. Escolha dos pré-candidatos para registro na Convenção ...................................... 100 2. DOS REGISTROS DAS CANDIDATURAS ...................................................................... 101 1.2.1. Requisitos para o registro ...................................................................................... 101 1.2.2. Competência para receber os registros dos pré-candidatos .................................. 103 1.2.3. Prazo para análise do pedido de registro ............................................................... 104 1.2.4. Identificação dos pré-candidatos ........................................................................... 105 1.2.5. Substituição dos candidatos .................................................................................. 106 3. DA PROPAGANDA POLÍTICA ......................................................................................... 106 1.3.1. Propaganda Institucional (art. 37, §1º CF/88) ........................................................ 107 1.3.2. Propaganda Partidária ........................................................................................... 109 1.3.3. Propaganda Intrapartidária .................................................................................... 112 1.3.4. Propaganda Eleitoral ............................................................................................. 112 4. ATOS PREPARATÓRIOS PARA A VOTAÇÃO (PARTINDO PARA A 2ª FASE) .............. 136 2. SEGUNDA FASE: FASE DA VOTAÇÃO ............................................................................. 138 1. REGRAS GERAIS DA VOTAÇÃO.................................................................................... 139 2. DA JUSTIFICATIVA E VOTO NO EXTERIOR .................................................................. 140 2.2.1. Prazos ................................................................................................................... 140 2.2.2. Do voto impresso (art. 5º, L.12.034/09).................................................................. 141 3. TERCEIRA FASE: FASE DA APURAÇÃO .......................................................................... 141 4. QUARTA FASE: FASE DA DIPLOMAÇÃO (ÚLTIMA FASE DO PROCESSO ELEITORAL) 142 1. CONCEITO DE DIPLOMAÇÃO ........................................................................................ 142 2. COMPETÊNCIA PARA A DIPLOMAÇÃO......................................................................... 142 ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS NAS CAMPANHAS ELEITORAIS (ARTS. 17 A 27 DA L.9504/97) ........................................................................................................................ 142 1. PRINCÍPIO NORTEADOR ................................................................................................... 142 2. FIXAÇÃO DOS LIMITES DOS GASTOS DE CAMPANHA, POR PARTIDO E CANDIDATOS 143 3. ABERTURA DE CONTAS CORRENTES ESPECÍFICAS .................................................... 143 4. DOAÇÕES ........................................................................................................................... 144 1. LIMITES DE DOAÇÃO POR PESSOA FÍSICA (ART. 23 E 27 L.9504/97) ....................... 144 2. O FIM DAS DOAÇÕES FINANCEIRAS DE PESSOAS JURÍDICAS ................................ 145 5 3. VEDAÇÕES PARA DOAÇÕES ........................................................................................ 147 4. RESPONSABILIZAÇÃO ................................................................................................... 148 4.4.1. Do partido político .................................................................................................. 148 4.4.2. Do candidato ......................................................................................................... 148 5. DA PRESTAÇÃO DE CONTAS (ARTS. 28 A 32 L.9504/97) ............................................ 148 6. RITO PROCESSUAL (ART. 30 DA L.9504/97) ................................................................ 151 5. O ART. 30-A DA LEI ELEITORAL E AS SUAS IMPLICAÇÕES. ARRECADAÇÃO, GASTOS E PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHA ELEITORAL ......................................................... 152 AÇÕES CIVIS ELEITORAIS (PROCESSO CONTENCIOSO ELEITORAL) ................................ 153 1. RECLAMAÇÃO OU REPRESENTAÇÃO POR DESCUMPRIMENTO DA LEI DAS ELEIÇÕES ART. 96 DA LEI 9504/97 (RDLE); ............................................................................................... 154 1. PREVISÃO LEGAL DA RDLE (ART. 96 DA L.9504/97) ................................................... 154 2. OBJETIVO DA RDLE ....................................................................................................... 154 3. OBJETO DA RDLE .......................................................................................................... 154 1.3.1. Propaganda extemporânea (art. 36, §3º L. – propaganda partidária, intrapartidária e eleitoral) 155 1.3.2. Doações que excedem os limites legais (art. 23, §3º L.) ........................................ 155 1.3.3. Captação de recursos vedados (arts. 24 e 25) ...................................................... 155 1.3.4. Divulgação de pesquisa não registrada (art. 33, §3º) ............................................. 156 1.3.5. Uso de meios indevidos de propaganda eleitoral (art. 39 e outros L.) .................... 156 4. COMPETÊNCIA PARA A RDLE ....................................................................................... 156 5. PRAZO PARA A RDLE .................................................................................................... 157 6. LEGITIMIDADE PARA A RDLE ........................................................................................ 157 1.6.1. Legitimidade ativa .................................................................................................. 157 1.6.2. Legitimidade Passiva ............................................................................................. 157 7. PROCEDIMENTO ESPECIAL DA RDLE ......................................................................... 157 8. EFEITOS DA SENTENÇA PROCEDENTE EM RDLE...................................................... 159 2. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATOS (AIRC) ................................ 159 1. PREVISÃO LEGAL AIRC (ART. 3º LC 64/90) .................................................................. 159 2. OBJETIVO DA AIRC ........................................................................................................ 159 3. OBJETO DA AIRC ........................................................................................................... 159 2.3.1. Condições de elegibilidade .................................................................................... 160 2.3.2. Causas de inelegibilidade ...................................................................................... 160 2.3.3. Presença de registrabilidade (art. 11, §1º L.9504/97) ............................................ 160 4. COMPETÊNCIA PARA A AIRC ........................................................................................ 161 5. PRAZO PARA A AIRC ..................................................................................................... 161 6. PRECLUSÃO PARA A AIRC ............................................................................................ 161 7. LEGITIMIDADE PARA A AIRC ......................................................................................... 161 2.7.1. Legitimidade ativa ..................................................................................................161 2.7.2. Legitimidade passiva ............................................................................................. 162 8. PROCEDIMENTO ESPECIAL DA AIRC (LC 64/90) ......................................................... 162 2.8.1. Petição Inicial ........................................................................................................ 162 6 2.8.2. Defesa: 07 dias ...................................................................................................... 162 2.8.3. Instrução ................................................................................................................ 163 2.8.4. Alegações Finais ................................................................................................... 163 2.8.5. Prolação da sentença ............................................................................................ 163 2.8.6. Recurso ao TRE .................................................................................................... 164 9. EFEITOS DA SENTENÇA PROCEDENTE EM AIRC (ART. 15 DA LC 64/90) ................. 165 3. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE) OU REPRESENTAÇÃO POR ABUSO DE PODER ECONÔMICO OU DO PODER POLÍTICO (RAPEPP) ............................... 165 1. PREVISÃO LEGAL (ART. 22 DA LC 64/90) ..................................................................... 166 2. OBJETIVO DA AIJE OU RAPEPP ................................................................................... 166 3. OBJETO DA AIJE OU RAPPEP (ART. 22 LC 64/90) ....................................................... 166 4. COMPETÊNCIA PARA A AIJE OU RAPPEP ................................................................... 166 5. PRAZO PARA AIJE OU RAPPEP .................................................................................... 166 6. LEGITIMIDADE PARA A AIJE OU RAPPEP .................................................................... 166 3.6.1. Legitimidade ativa .................................................................................................. 166 3.6.2. Legitimidade Passiva ............................................................................................. 167 7. PROCEDIMENTO ESPECIAL DA AIJE OU RAPPEP (ARTS. 22 A 24 LC 64/90). ........... 167 3.7.1. Inicial ..................................................................................................................... 167 3.7.2. Defesa: 05 dias ...................................................................................................... 168 3.7.3. Concessão de liminar ............................................................................................ 168 3.7.4. Instrução ................................................................................................................ 168 3.7.5. Diligências ............................................................................................................. 168 3.7.6. Alegações finais..................................................................................................... 169 3.7.7. Sentença ............................................................................................................... 169 3.7.8. Recurso ................................................................................................................. 169 8. EFEITOS DA SENTENÇA PROCEDENTE NA AIJE OU RAPPEP (INCIDÊNCIA DA ―FICHA LIMPA‖) ................................................................................................................................... 169 4. REPRESENTAÇÃO POR CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO (RCIS) .............................. 170 1. PREVISÃO LEGAL (ART. 41-A L.9504/97) ...................................................................... 170 2. OBJETIVO DA RCIS ........................................................................................................ 170 3. OBJETO (REQUISITOS) DA RCIS .................................................................................. 170 4. PRAZO DA RCIS ............................................................................................................. 171 5. LEGITIMIDADE ATIVA PARA A RCIS ............................................................................. 171 4.5.1. Legitimidade ativa .................................................................................................. 171 4.5.2. Legitimidade Passiva ............................................................................................. 171 6. PROCEDIMENTO ESPECIAL DA RCIS (ART. 22 LC 64/90) ........................................... 172 7. EFEITOS DA PROCEDÊNCIA DA RCIS .......................................................................... 172 5. REPRESENTAÇÃO POR CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS (RCVAP) . 172 1. PREVISÃO (ART. 73 E SEGUINTES DA L.9504/97). ...................................................... 172 2. OBJETIVO DA RCVAP .................................................................................................... 172 3. OBJETO DA RCVAP ........................................................................................................ 173 7 5.3.1. Desvirtuamento de recursos MATERIAIS da Administração Pública (art. 73, I,II e IV e §10 da L. 9504/97); .............................................................................................................. 173 5.3.2. Desvirtuamento de recursos HUMANOS da Administração Pública (art. 73,III e V da L. 9504/97);.......................................................................................................................... 173 5.3.3. Desvirtuamento de recursos FINANCEIROS da Administração Pública (art. 73, VI, ―a‖, VII e VIII da L. 9504/97); ................................................................................................ 174 5.3.4. Desvirtuamento dos MEIOS DE COMUNICAÇÃO (art. 73, VI, ―b‖e ―c‖ da L. 9504/97); 174 5.3.5. Desvirtuamento dos PRINCÍPIOS da Administração Pública (art. 75 e 77 da L. 9504/97). ............................................................................................................................. 175 4. COMPETÊNCIA PARA A RCVAP .................................................................................... 175 5. PRAZO PARA A PROPOSITURA DA RCVAP ................................................................. 175 6. LEGITIMIDADE PARA A RCVAP ..................................................................................... 175 5.6.1. Legitimidade ativa .................................................................................................. 175 5.6.2. Legitimidade Passiva ............................................................................................. 176 7. PROCEDIMENTO (ARTS. 22 A 24 LC 64/90) .................................................................. 176 8. EFEITOS DA PROCEDÊNCIA DA RCVAP ...................................................................... 176 6. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE DIPLOMAÇÃO OU RECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃO - AIDI OU RCD (ART. 262 CE) ............................................................................................................. 177 1. PREVISÃO LEGAL DO RCD (ART. 262 DO CE) ............................................................. 177 2. OBJETIVO DO RCD ........................................................................................................ 177 3. HIPÓTESES DE RCD (ART. 262 CE) .............................................................................. 177 4. COMPETÊNCIA PARA O RCD ........................................................................................ 177 5. PRAZO PARA O RCD (ART. 258 CE) .............................................................................. 1776. LEGITIMIDADE PARA O RCD ......................................................................................... 178 6.6.1. Legitimidade ativa .................................................................................................. 178 6.6.2. Legitimidade Passiva ............................................................................................. 178 7. PROCEDIMENTO DO RCD ............................................................................................. 178 8. EFEITOS DO RCD ........................................................................................................... 179 7. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO - AIME (ART. 14, §§ 10 E 11 DA CF/88) 179 1. PREVISÃO CONSTITUCIONAL/LEGAL .......................................................................... 179 2. OBJETIVO DA AIME ........................................................................................................ 180 3. OBJETO DA AIME ........................................................................................................... 180 4. COMPETÊNCIA PARA A AIME ....................................................................................... 180 5. PRAZO PARA A AIME (ART. 14, §10 CF/88) .................................................................. 180 6. LEGITIMAÇÃO PARA A AIME ......................................................................................... 180 7.6.1. Legitimidade ativa .................................................................................................. 180 7.6.2. Legitimidade Passiva ............................................................................................. 180 7. PROCEDIMENTO DA AIME ............................................................................................ 181 7.7.1. Prazo de 15 dias para apresentar a petição inicial, a partir da diplomação. ........... 181 7.7.2. Defesa prazo de 07 dias ........................................................................................ 181 7.7.3. Instrução ................................................................................................................ 181 8 7.7.4. Diligências ............................................................................................................. 182 7.7.5. Prolação de sentença ............................................................................................ 182 7.7.6. Recurso = 03 dias, a partir da leitura do acórdão. .................................................. 182 8. EFEITOS DA PROCEDÊNCIA DA AIME ......................................................................... 182 RECURSOS CÍVEIS ELEITORAIS ............................................................................................. 183 1. REGRAS GERAIS ............................................................................................................... 183 2. DO RECURSO CONTRA DECISÃO PROFERIDA POR JUIZ ELEITORAL: RECURSO INOMINADO (RI) ........................................................................................................................ 184 1. PREVISÃO LEGAL .......................................................................................................... 184 2. POSSIBILIDADES ............................................................................................................ 184 2.2.1. Decisão que nomear escrutinadores e auxiliares (art. 39 CE); ............................... 185 2.2.2. Decisão que deferir/indeferir o requerimento de inscrição do ELEITOR (art. 17, §1º Resolução 21.538/03 TSE) .................................................................................................. 185 2.2.3. Decisão que deferir/indeferir a transferência de domicílio (art. 18, §5º da Resolução 21.538/03 TSE): ................................................................................................................... 185 2.2.4. Do julgamento proferido nas ações civis eleitorais ................................................. 185 3. RECURSOS CONTRA DECISÃO PROFERIDA PELA JUNTA ELEITORAL ....................... 186 1. RECURSO PARCIAL (RP - ART. 261 CE) ....................................................................... 186 2. RECURSO INOMINADO (RI - ART. 265 CE) ................................................................... 187 4. RECURSOS CONTRA DECISÕES PROFERIDAS PELO TRE ........................................... 188 1. RECURSO PARCIAL ....................................................................................................... 188 2. RECURSO INOMINADO (ASSEMELHA-SE AO AGRAVO REGIMENTAL) ..................... 191 3. RECURSO ORDINÁRIO (ART. 121,§4º, III A V CF/88 c/c ART. 276, II CE)..................... 192 4. RECURSO ESPECIAL (ART. 121, §4º, I E II CF/88 C/C ART. 276, I CE): RECURSO INTERPOSTO PERANTE O TSE. ........................................................................................... 193 5. AGRAVO DE INSTRUMENTO (ART. 279 CE) ................................................................. 193 5. RECURSOS CONTRA DECISÕES PROFERIDAS PELO TSE ........................................... 194 1. RECURSO INOMINADO (ART. 264 CE) .......................................................................... 194 2. RECURSO ORDINÁRIO (ART. 121,§3º, 2ª PARTE CR C/C ART. 281, 2ª PARTE DO CE) 194 3. RECURSO EXTRAORDINÁRIO (ART. 121, §3º, 1ª PARTE CF/88 C/C 281, 1ª PARTE DO CE) 195 4. AGRAVO DE INSTRUMENTO (ART. 282 CE) ................................................................. 195 6. A LEI 13.165/2015 E SUAS IMPLICAÇÕES NOS RECURSOS ........................................... 196 TEMA: PARTIDOS POLÍTICOS (L. 9096/95 E ART. 17 CF/88). ................................................. 198 1. CONCEITO .......................................................................................................................... 198 2. NATUREZA JURÍDICA ........................................................................................................ 198 3. ALTERAÇÕES FEITAS PELA LEI 13.165/2015 .................................................................. 198 3.1.1. ALTERAÇÃO 1 ...................................................................................................... 199 3.1.2. ALTERAÇÃO 2 (importante) .................................................................................. 199 3.1.3. ALTERAÇÃO 3 (importante) .................................................................................. 202 4. INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 13.107/2015 .............................................................. 204 TEMA: INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 12.875/2013 ......................................................... 206 9 1. SOBRE O QUE TRATOU A LEI 12.875/2013 .................................................................. 206 2. OBJETIVO DA LEI ........................................................................................................... 206 3. FUNDO PARTIDÁRIO ...................................................................................................... 206 4. PROPAGANDA ELEITORAL ............................................................................................ 206 5. ADI 5105 .......................................................................................................................... 207 6. ALTERAÇÕES NA LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS (LEI Nº 9.096/95) ......................... 207 7. ALTERAÇÕES NA LEI DAS ELEIÇÕES (LEI Nº 9.504/97) .............................................. 207 8. ADIS 4430 E 4795 ............................................................................................................ 208 9. LEI Nº 13.165/2015 ..........................................................................................................209 TEMA: SÚMULAS VÁLIDAS DO TSE ......................................................................................... 210 10 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS AO DIREITO ELEITORAL 1. DIREITOS POLÍTICOS X DIREITO ELEITORAL Direitos políticos são uma categoria mais ampla dentro da qual está incluído o direito eleitoral. Direitos políticos constituem um subsistema que inclui o direito eleitoral. Os direitos políticos contem cinco grandes vertentes: 1) Os direitos políticos envolvem as diversas formas de manifestação do pensamento político, ideológico, filosófico em âmbito individual e coletivo, pois num estado democrático, os direitos políticos envolvem diversas formas de convicção. Ex.: a internet hoje é um grande instrumento de manifestação do pensamento político. 2) Associação para fins políticos. A grande expressão no Brasil são os partidos políticos. Está relacionado ao poder. A associação para fins políticos é livre, vedada a de caráter paramilitar. 3) Dentro dos direitos políticos, entram os direitos eleitorais: o direito eleitoral está ligado ao processo político: 3.1) Possibilidade de ser eleitor e ser elegível; 3.2) Atribuição de mandato eletivo; 3.3) Participação da sociedade na manifestação direta da sua soberania (plebiscito e referendo). 4) Ocupar cargo público não elegível. Participar das instituições de Estado (qualquer dos poderes do Estado) em cargo não eletivo é exercer direito político. Exemplo: ser indicado para o STF 5) Exercício da soberania pela sociedade. Prerrogativa de participar do processo legislativo (exemplo: iniciativa popular). Direito de dar início ao processo legislativo. Quando uma associação promove uma ação civil pública, está exercendo um papel semelhante ao MP, exercendo direito político. No Brasil, fala-se em direitos políticos como sinônimo de direito eleitoral. Mas se deve fazer a diferenciação dos direitos eleitorais dentro dos direitos políticos. Os direitos políticos têm uma amplitude constitucional, os direitos eleitorais são um subsistema dentro do sistema constitucional dos direitos políticos. 2. DIREITO ELEITORAL 1. CONCEITO DO DIREITO ELEITORAL Direito eleitoral como uma das definições dos direitos políticos. Definição: é um subsistema de normas jurídicas (princípios, regras) que regula/disciplina o objeto do direito eleitoral. 11 Subsistema: é o que a doutrina clássica chama de ramo do direito. Está superada esta expressão. O direito é visto como sistema. Nesta ideia ultrapassada, o direito eleitoral é ramo do direito público. 2.1.1. Objeto do direito eleitoral 1) Direitos subjetivos políticos eleitorais; 2) Sufrágio; 3) Voto; 4) Sistemas eleitorais; 5) Métodos de participação da sociedade na tomada de decisões coletivas; 6) Acesso aos cargos políticos eletivos; 7) Regular as instituições e competências dos órgãos constitucionais eleitorais; 8) Processo administrativo eleitoral; 9) Crimes eleitorais e processo penal eleitoral. A título de introdução, breves comentários sobre os pontos mais relevantes: 1) Direitos subjetivos políticos eleitorais: composto pelos direitos positivos (exemplo: capacidade eleitoral ATIVA – capacidade de ser eleitor; capacidade eleitoral PASSIVA – capacidade de ser elegível) e direitos eleitorais negativos (PERDA de direitos políticos, SUSPENSÃO de direitos políticos). 2) Sufrágio: Direito fundamental do cidadão de participar da dinâmica do poder político dentro da sociedade. 3) Voto: O voto é um dos instrumentos para o exercício do sufrágio. 4) Sistemas eleitorais (metodologias utilizadas para representação da sociedade. Exemplo: sistema proporcional, majoritário). 5) Métodos de participação da sociedade na tomada de decisões coletivas; 5.1) Plebiscito; 5.2) Referendo; 5.3) ―Recall‖: prerrogativa de a sociedade destituir o mandatário. 6) Acesso aos cargos políticos eletivos: Atribuição do mandato e titularidade do mandato, incluindo-se também o fim do mandato. 7) Regular as instituições e competências dos órgãos constitucionais eleitorais. Principais instituições: 7.1) Poder Judiciário eleitoral; 7.2) MP Eleitoral; 12 7.3) Polícia Eleitoral: hoje é uma polícia federal com a qual atua conjuntamente a polícia civil. 7.4) Defensoria Pública; 7.5) Procuradoria da Fazenda Nacional (uma das principais sanções no direito eleitoral é a multa. Quem executa a multa é a PFN). 8) Processo administrativo eleitoral: O processo administrativo eleitoral tem várias vertentes e momentos: envolve desde o alistamento até a diplomação dos candidatos. Ex.: somente se pode fazer propaganda eleitoral a partir do dia 06 de julho. 9) Ações civis eleitorais, processo civil eleitoral; 10) Crimes eleitorais e processo penal eleitoral. Exemplo: há mais de 50 crimes eleitorais. # Os partidos políticos são objeto do direito eleitoral? 1a CORRENTE: sim. Há questões dos partidos políticos que são resolvidas pela justiça eleitoral e outras são resolvidas no âmbito da justiça comum. 2a. CORRENTE (MAJORITÁRIA é mais moderna): não. Os partidos políticos alcançaram um foro de autonomia tal na CF/1988 que passaram a constituir um ramo próprio do direito: o direito partidário. 2.1.2. Esquema gráfico sobre o Direito Eleitoral (conceito, objeto e objetivos) DIREITO ELEITORAL CONCEITO OBJETO OBJETIVOS Ramo do direito público que normatiza o exercício do poder de sufrágio popular, viabilizando a democracia. Normatização de todo o chamado ―processo eleitoral‖, que se inicia com o alistamento do eleitor e consequente distribuição do corpo eleitoral e se encerra com a diplomação dos eleitos. Garantia da normalidade e legitimidade de sufrágio popular. 3. FONTES DO DIREITO ELEITORAL Há várias formas por meio das quais o direito eleitoral se expressa. Aqui, veremos as seguintes fontes: 1) Fonte material; 2) Fontes formais diretas; 3) Fontes formais indiretas; 4) Fontes informais. 1. FONTE MATERIAL 13 É responsável pela criação do direito eleitoral. Compete privativamente à União legislar sobre direito eleitoral, podendo haver LC permitindo que os estados também legislem sobre matérias específicas. CF Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. OBS: estudiosos do direito eleitoral dizem que a doutrina seria uma fonte material do direito eleitoral, por ser utilizada para a expedição de resoluções pela justiça eleitoral. 2. FONTES FORMAIS DIRETAS 1) Constituição; 2) Leis infraconstitucionais; 3) Leis eleitorais próprias e leis eleitorais subsidiárias: 4) Resoluções/Instruções da Justiça Eleitoral; 5) Estatutos dos Partidos Políticos; 6) Princípios Jurídicos: Vejamos: 3.2.1. Constituição A partir do CF/1988 - art. 14 até o 16, podendo-se incluir o art. 17 (alguns aspectos dos partidos políticos). CF Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores desetenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; 14 VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993) 15 Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006) § 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. § 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. A CF traz, portanto: 1) Capacidade eleitoral ativa e passiva; 2) Partidos políticos; 3) Plebiscito e referendo; 4) Nacionalidade; 5) Competência para legislar em matéria eleitoral; 6) Organização da justiça eleitoral; 7) Competência dos Tribunais; 8) Cidadania; 3.2.2. Leis infraconstitucionais Competência da União para regular o direito eleitoral (CF/1988 - art. 22, I). Como se trata de uma competência privativa, a CF/1988 – art. 22, parágrafo único permite que algumas especificidades do direito eleitoral possam ser delegadas (para os Estados e o DF), por meio de Lei Complementar. CF/1988 - Art. 68, §1º, II: É vedado expressamente a edição de Lei Delegada em matéria de direito eleitoral. Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 16 § 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; CF/1988 - Art. 62, §1º: é expressamente vedada a regulação do direito eleitoral por meio de Medida provisória. CF Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; Leis infraconstitucionais eleitorais LO e Lei Complementar. CF/1988 - Art. 14, §9º: inelegibilidade (suspensão da capacidade eleitoral de ser elegível) só pode ser regulada por meio de Lei Complementar. Tanto a inelegibilidade quanto a descompatibilização é regulada por meio de Lei Complementar. Art. 14 § 9º Lei COMPLEMENTAR estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) CF/1988 - Art. 121: Lei Complementar disporá sobre a organização e competência dos Tribunais eleitorais, dos juízes eleitorais e das juntas eleitorais. Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. 3.2.3. Leis eleitoraispróprias e leis eleitorais subsidiárias 1) Leis eleitorais próprias ou típicas Versam sobre questões tipicamente eleitorais. - Código eleitoral. O CE é uma lei ORDINÁRIA ou COMPLEMENTAR? O CE na parte que trata da organização da justiça eleitoral (CE art. 1º ao 41) é Lei Complementar, por força do CF/1988 – art. 21, no mais, é Lei ordinária. O CE originariamente é LO, mas foi recepcionado em parte como Lei Complementar. - Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar 64/90). - Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95) e suas alterações. - Lei das Eleições (Lei 9.504/97) e suas alterações. 17 Além de outras. 2) Leis eleitorais subsidiárias Não são leis eleitorais, no entanto, têm aplicação SUBSIDIÁRIA no direito eleitoral. As principais são: - CC/2002: Ex.: domicílio, contratos, bens, doações etc. - CPC. Quando não há rito eleitoral próprio, aplica-se o CPC (ex.: matéria referente a provas). - CP: a parte geral do CP é bastante aplicada ao direito eleitoral. - CPP: Ex.: Inquérito Policial. - Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais: se aplica subsidiariamente ao CE. - Lei sobre direito financeiro (Ex.: doação de campanhas; Lei 6.830/80 – exercício da multa eleitoral), direito tributário, direito administrativo (Lei 8.429/92) etc.; Lei. 3.2.4. Resoluções/Instruções da Justiça Eleitoral As resoluções e instruções da justiça eleitoral são fontes muito importantes no direito eleitoral. Exemplo: todo o aspecto da execução das multas eleitorais está disposto em Resolução. Instruções: tratam da operacionalidade interna da Justiça Eleitoral; Resoluções: 1) CE, art. 1º, parágrafo único: poder normativo do TSE. Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado. Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução. 2) CE, art. 23, IX (tem natureza de Lei Complementar). Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; 3) Art. 105 da Lei 9.504/97. Art. 105. ATÉ o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos.(Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) § 1º O Tribunal Superior Eleitoral publicará o código orçamentário para o recolhimento das multas eleitorais ao Fundo Partidário, mediante documento de arrecadação correspondente. 18 § 2º Havendo substituição da UFIR por outro índice oficial, o Tribunal Superior Eleitoral procederá à alteração dos valores estabelecidos nesta Lei pelo novo índice. § 3 o Serão aplicáveis ao pleito eleitoral imediatamente seguinte apenas as resoluções publicadas até a data referida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) Quem pode expedir as normas em matéria eleitoral? O poder normativo é do TSE que pode autorizar os TREs a expedir certas regulamentações. As resoluções do TSE guardam uma peculiaridade dentro do ordenamento jurídico brasileiro já que, a rigor, não detêm os tribunais capacidade legislativa. O fundamento dessas resoluções está no art. 23, IX, do CE que autoriza o TSE a “expedir as instruções que julgar conveniente à execução deste Código”, além do art. 105, da Lei das Eleições. O problema é que se discute a natureza dessas resoluções, havendo quem sustente que o TSE não tem competência para editar normas com o status de lei e, portanto, não poderia, v.g., criar figuras típicas. É pacífico, entretanto, que esse poder regulamentador ou função normativa do TSE é legal quando se situa secundum e praeter legem, ou seja, quando utilizado apenas para regulamentar a própria legislação eleitoral. O próprio TSE, entretanto, já decidiu que suas resoluções têm força de lei ordinária. Apesar desta decisão do TSE a matéria não está pacificada, embora, em alguns casos, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL tenha rejeitado arguição de inconstitucionalidade de algumas resoluções do TSE a exemplo dos pedidos para declarar inconstitucional a Resolução n.º. 22.610/97 que disciplinou a perda de cargo eletivo por infidelidade partidária, através das ADIns n.ºs. 3.999 e 4086 propostas, respectiva pela Procuradoria Geral da República e pelo Partido Social Cristão (PSC). Nestes dois casos, o entendimento do STF foi que, mesmo diante da enorme celeuma travada a respeito da Resolução n.º 22.610/97, o Tribunal Superior Eleitoral não teria editado ato abstrato-normativo, ou seja, não teria ido além do que já estabelecia a própria legislação. Para as resoluções de cunho interpretativas, a doutrina entende que são normas em que o juiz não pode questionar, pois estas possuem efeitos erga omnes e vinculantes (ex.: alistamento de menores de 16 e 17 anos para retirar o título de eleitor até a data da eleição). Já as resoluções de cunho regulamentar têm eficácia semelhante a lei ordinária, portanto, tem efeito erga omnes e vinculante (regulação). Ex.: regular a perda de mandato por infidelidade partidária. Por isso, seriam passíveis de controle concentrado de constitucionalidade, podendo ser impetrados ADI, ADC e ADPF (ADPF 144/DF). Os seus legitimados são os previstos no art. 103 CF/88. Por exclusão dos legitimados para a impetração de ações de controle concentrado (ex.: juiz de direito), cabe apenas a consulta abstrata à Justiça Eleitoral, que será respondida em acórdão pelo TSE e TRE‘s. Em seguida, os interessados poderão recorrer judicialmente contra o acórdão (Recurso Extraordinário em matéria constitucional). Segundo Francisco Dirceu Barros, as Resoluções do TSE podem ter 2 (duas) naturezas jurídicas. Antes de indicar a classificação do autor, incursão sobre a diferença entre Ato Normativo Primário e Secundário. 19 Ato Normativo Primário – tem por fundamento a própria Constituição Federal, podendo inovar no ordenamento jurídico como força primária. São atos que criam originalmente a norma, normatizam situação não regulada por outra norma legal. Ex.: Leis Complementares, Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, etc. Estão previstas no art. 59, caput, da CF-88: Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Dos atos normativos primários, cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Ato Normativo Secundário – regulamenta, interpreta e/ou executa o ato normativo primário. Regulamentam as ―leis‖ em sentido amplo. Desses atos não cabe ADIN ou ADI. Vamos então às 2 diferentes naturezas jurídicas das Resoluções do TSE: ATO NORMATIVO PRIMÁRIO – as Resoluções que normatizam as eleições, em decorrência do permissivo legal contido no citado art. 105 da Lei nº 9.504/1997, têm força de lei ordinária federal, com mesmo status normativo da citada lei autorizadora. Por isso, dessas resoluções com força de ato normativo primário, caberia Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO – já as Resoluções que meramente interpretam as diversas Leis Eleitorais ou a própria CF-88, têm caráter meramente regulamentar (são atos infralegais), não cabendo, portanto, ADI. Cabe, no entanto, o que é chamado no meio eleitoral de Consulta ao TSE. Exemplo: Resolução que dispõe sobrea utilização do horário gratuito de propaganda eleitoral reservado aos candidatos no segundo turno da eleição presidencial. Então, como exceção, as Resoluções do TSE que regulamentam as Eleições, conforme previsto no art. 105 da Lei nº 9.504/1997, têm caráter de Ato Normativo Primário. Por outro lado, as Resoluções administrativas regulamentadoras de diversas matérias eleitorais são regulamentos comuns, tendo a natureza de Ato Normativo Secundário (regra). OBS1: Classificação das Resoluções. 1) Quanto à vigência - Resolução temporária. Uma resolução temporária normalmente incide sobre um determinado processo eleitoral (Ex.: resolução que regula o calendário eleitoral de um determinado ano). Obs.: aplicam-se para os fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo que já extintas. - Permanentes: são resoluções com prazo indeterminado. Não se limitam ao processo eleitoral. 2) Quanto ao conteúdo 20 - Interpretativas: quando a resolução interpreta a legislação (regula dúvida sobre a aplicação de algum dispositivo da Lei eleitoral). Ex.: resolução que interpreta o ―outdoor‖. - Regulamentares: regulação do processo eleitoral (ex.: resolução que regula a perda do mandato por infidelidade partidária). Obs.: as Resoluções interpretativas são atos normativos secundários. 3) Quando à incidência territorial - Nacional - Estadual/Distrital - Municipal Pode haver uma resolução do TSE (ou do TRE) expedida apenas para um determinado Município. A maioria das Resoluções do TSE tem incidência nacional. O Juiz Eleitoral não tem o poder normativo nem interpretativo que o TSE e o TRE têm. Caso o TRE venha a expedir uma resolução, qual a natureza dessa norma? Norma federal. 3.2.5. Estatutos dos Partidos Políticos CF/1988 - Art. 17, §1º. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus ESTATUTOS estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. § 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. § 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. Exemplo: normas de infidelidade partidária, coligação partidária etc. OBS.: ao se filiar a um determinado partido, o indivíduo se submete a todas as regras adotadas pelo partido. 21 Os partidos políticos são dotados de autonomia para resolver uma série de questões internas. 3.2.6. Princípios Jurídicos São aplicáveis os princípios de outros ramos do direito: presunção de inocência, ampla defesa e contraditório, Juiz natural. Veremos tais princípios abaixo. 3. FONTES FORMAIS INDIRETAS 3.3.1. Jurisprudência eleitoral A jurisprudência eleitoral é riquíssima. Ex.: Foi considerado inconstitucional a lei eleitoral que previa a impressão em papel do voto eletrônico. 4. FONTES INFORMAIS 3.4.1. Doutrina Doutrina é inspiração, podendo servir como fundamento de um acórdão. Não é fonte formal, mas sim fonte informal do direito. É inspiradora das fontes formais. Lembrando que há doutrina eleitoral dizendo que a doutrina é fonte ‗material‘ do direito eleitoral. 3.4.2. Analogia Decidir casos semelhantes a outros. Não é fonte material e nem fonte formal, mas método de integração, aplicando-se raciocínio de semelhança quando não houver regra jurídica aplicável ao caso. A analogia é método de integração sempre aplicável ao direito eleitoral? Não, pois em matéria penal eleitoral em decisão in pejus não se aplica o raciocínio por analogia. 3.4.3. Costumes Jurídicos A doutrina cita costumes jurídicos lato sensu. 22 PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL Como mencionado, temos como princípios do Direito Eleitoral: 1) Princípio da Anualidade ou Anterioridade Eleitoral; 2) Princípio da Cautela/Legitimidade das Eleições ou Moralidade Eleitoral (CF/1988 - art. 14, §9º); 3) Princípio da Celeridade; 4) Princípio da Preclusão Instantânea; 5) Princípio da Devolutividade dos Recursos; 6) Princípio do Aproveitamento do Voto; 7) Princípio da Impersonalidade. Vejamos: 1. PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU ANTERIORIDADE ELEITORAL 1. CONCEITO E FUNDAMENTO CF/1988 - Art. 16. Uma Lei eleitoral que altere o processo eleitoral (convenção, registro dos candidatos, campanha eleitoral, diplomação etc.) entra em vigor imediatamente, mas só surte efeitos quanto às eleições que ocorram UM ANO após sua entrada em vigor. Exemplo: suposta Lei de 2014 que altera o processo de diplomação. Lei entra em vigor imediatamente, mas não irá servir para regular a diplomação dos candidatos eleitos em 2014. CF Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993) 2. A LEI DA FICHA LIMPA (LC 135/10) E O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE 1.2.1. Inovações da LC 135/10 Esta lei alterou a LC 64. A inelegibilidade passou a ser de 08 anos, em vez de 03. Ademais, antes era exigido o trânsito em julgado enquanto hoje é necessária apenas a condenação por órgão colegiado. Além disso, o rol dos crimes em razão dos quais a pessoa não poderia se candidatar foi ampliado. A CF consagra o art. 16 como cláusula pétrea, garantia individual do cidadão (já vista no Poder Constituinte). Princípio da anterioridade eleitoral. 23 CF Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993) 1.2.2. Aplicação da LC 135/10 nas eleições de 2010 em face do princípio da anualidade Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Lei Complementar (LC) 135/2010, a chamada Lei da Ficha Limpa, não deveria ser aplicada às eleições realizadas em 2010, por desrespeito ao artigo 16 da Constituição Federal, dispositivo que trata da anterioridade da lei eleitoral. Com essa decisão, os ministros ficaram autorizados a decidir individualmente casos sob sua relatoria, aplicando o artigo 16 da Constituição Federal. A decisão aconteceu no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 633703, que discutiu a constitucionalidade da Lei Complementar 135/2010 e sua aplicação nas eleições de 2010. Por seis votos a cinco, os ministros deram provimento ao recurso de Leonídio Correa Bouças, candidato a deputado estadual em MG que teve seu registro negado com base nessa lei. 1.2.3. Constitucionalidade da LC 135/2010 (violação à presunção de inocência, retroatividade da lei „maléfica‟) Art. 1º São inelegíveis: I - para qualquer cargo: c) o Governador e o Vice-Governadorde Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos; d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado OU proferida por ÓRGÃO COLEGIADO, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes: [...] *―Os que forem condenados‖ (antes era os que ―já foram‖...). Então os que ‗já foram‘ condenados ANTES da lei, não são alcançados? TSE: a inelegibilidade se aplica aos que forem condenados ANTES ou DEPOIS da lei. Foi um artifício utilizado pelo Senado, houve alteração na redação, com a desculpa que era apenas alteração sem modificação de sentido, portanto a outra casa não revisou. Isso foi confirmado pelo STF em FEV/2012, conforme abaixo. Em Fevereiro/2012 o STF declarou a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa e sua respectiva aplicação nas eleições de 2012. 24 Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) concluíram dia 16/02/2012 a análise conjunta das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs 29 e 30) e da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4578) que tratam da Lei Complementar 135/2010, a Lei da Ficha Limpa. Por maioria de votos, prevaleceu o entendimento em favor da constitucionalidade da lei, que pode ser aplicada nas eleições de 2012, alcançando atos e fatos ocorridos ANTES de sua vigência. 3. ENTENDIMENTO DO STF E TSE SOBRE O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE Mesmo diante de divergências, é possível se afirmar que a jurisprudência majoritária, embora não pacífica, adotada pelo TSE (Consulta 1.041/2004) e pelo STF (ADI 3345, 3365, 3741, 3742, 3743), é no sentido de que o objetivo do princípio da anualidade é evitar a desigualdade e a deformidade nas eleições. Assim, na visão majoritária dos citados tribunais, só haveria comprometimento do princípio da anualidade (ou anterioridade) quando viesse a ocorrer rompimento de igualdade de participação de partidos e candidatos no processo eleitoral, deformação que afetasse a normalidade das eleições, introdução de fator de perturbação do pleito ou proposito casuístico. As regras que tenham caráter meramente instrumental, auxiliares do processo, que não venham a causar desiquilíbrio nas eleições, assim, não são abrangidas, de acordo com o entendimento majoritário da jurisprudência, pelo princípio da anualidade (como exemplo podemos citar a lei 10.408/02, que dispôs sobre segurança e fiscalização do voto eletrônico, sobre a qual não pairaram dúvidas sobre sua aplicação nas eleições gerias de 2002). 2. PRINCÍPIO DA CAUTELA/LEGITIMIDADE DAS ELEIÇÕES (CF/1988 - ART. 14, §9º) Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: ... § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de INELEGIBILIDADE e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e LEGITIMIDADE das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) Exemplo: possibilidade de novas leis de inelegibilidade. 3. PRINCÍPIO DA CELERIDADE O Juiz eleitoral tem prazo para julgar certas ações. Exemplo: ação de impugnação de registro de candidatura (AIRC). Os juízes podem ser responsabilizados pelo descumprimento dos prazos (art. 97 da Lei 9.504/97). Art. 97. Poderá o candidato, partido ou coligação representar ao Tribunal Regional Eleitoral contra o Juiz Eleitoral que descumprir as disposições desta Lei ou der causa ao seu descumprimento, inclusive quanto aos prazos processuais; neste caso, ouvido o representado em vinte e quatro horas, o Tribunal ordenará a observância do procedimento que explicitar, sob pena de incorrer o Juiz em desobediência. 25 4. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO INSTANTÂNEA Os atos da justiça eleitoral têm uma preclusão instantânea. 5. PRINCÍPIO DA DEVOLUTIVIDADE DOS RECURSOS Salvo o direito penal eleitoral e algumas outras, as decisões eleitorais tem eficácia IMEDIATA, ou seja, os recursos somente têm efeito devolutivo. É comum requerer medida cautelar para dar efeito suspensivo ao recurso, ou seja, pedido cautelar de suspensão da decisão do juízo a quo. 6. PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO DO VOTO Acabou ficando hoje em segundo plano, a partir do momento em que se instalou o voto eletrônico. A dúvida sobre o voto deve ser apreciada pela Junta Eleitoral, aproveitando o voto do eleitor, pois o eleitor é considerado o cerne do direito eleitoral. 7. PRINCÍPIO DA IMPERSONALIDADE A procedência da ação de investigação judicial eleitoral (AIJE), em regra, implica a aplicação das sanções de cassação do registro (se prolatada a sentença antes da eleição) e da inelegibilidade. Entretanto, diferem, quanto aos requisitos para sua configuração, a sanção da cassação do registro da inelegibilidade. Com efeito, é entendimento sedimentado pelos aplicadores do Direito Eleitoral a possibilidade de aplicação da sanção de cassação do registro do candidato com base na mera condição de beneficiário. Em outras palavras, prescinde-se da responsabilidade subjetiva para que sofra a sanção de cassação do registro de candidato. É o que a doutrina de ÉMERSON GARCIA denomina de PRINCÍPIO DA IMPERSONALIDADE. Assim, mesmo que o candidato representado não tenha praticado a conduta declarada como abusiva – seja na forma de abuso do poder político ou econômico ou, mesmo, no uso indevido dos meios de comunicação social –, o simples fato de ter sido BENEFICIADO com a conduta praticada por outrem faz incidir a sanção de cassação do registro do candidato, porquanto a norma jurídica tutela a legitimidade e normalidade das eleições, que, inegavelmente, será afetada com o ato abusivo propalado. Portanto, reconhecido o ato abusivo, com potencialidade para ofender a lisura do pleito, possível é a aplicação da cassação do registro de candidato. Raciocínio semelhante pode – e deve – ser adotado em face da procedência da ação de impugnação de mandato eletivo (AIME) e, mesmo modo, no recurso contra a expedição do diploma (RCD). Com efeito, a possibilidade de manuseio da ação de impugnação de mandato eletivo em caso de abuso do poder econômico é reconhecida pela Constituição Federal (art. 14, §10°) e pela doutrina, a qual, majoritariamente, admite a incidência da inelegibilidade da alínea ―d‖ em caso de procedência da ação impugnativa mencionada. Impende ressaltar, porém, que o próprio TSE tem agasalhado a tese da incidência da inelegibilidade prevista na alínea ―d‖ do inciso I do art. 1° da LC n. 64/90 em caso de procedência da ação de impugnação de mandato eletivo (AIME). 26 CF Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: ...
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